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Valmor Cristiano Licheski

RESiDUOS DE ANABOLIZANTES:UMA DISCUSSAO NA PRODU9AO ANIMAL

Monografia apresenlada como requisito parcialpara obtentyao do titulo de Especialisla, no Cursode Especializatyao em Vigilimcia Sanitaria emAlimentos, Faculdade de Ciencias Biol6gicas e daSaude, Universidade Tuiuti do Parana.

Orientador: Prof. Ms. Jose Mauricio Frao<;:a

Curitiba2005

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Aos meus pais, Valmar e Maria, pelo amor e exemplo de

integridade moral transmitido com afinco e perseveranqa,

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Agrade90 primeiramente a Universidade Tuiuti do Parana, par

possibilitar a concretizay80 do curso, fornecendo espacro e

conhecimento de tecnicas de vital importancia para minha formaC;8o

profissiona1.

Pel as discuss6es e criticas construtivas, de Homero Rogerio A.

Vieira, professor e coordenador do Curso de P6s-Graduag8o, e de Jose

Mauricio Francra, professor do Curso de Medicina Veterinaria e

Coordenador do Curso de P6s-Graduary8o em Vigilancia Sanitaria em

Alimentos da Universidade Tuiuti do Parana.

E, finalmente, agradego pel a fOfya transmitida par Deus.

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Os primeiros passos sao inuteis quando nao se percorre 0

caminho ate 0 rim.

Shank-ara

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SUMARIO

LISTA DE QUADROS ................•...•.............................................. vi

LlSTA DE FIGURAS ............•........................................................ viii

RESUMO ........................•............................................................. ix

ABSTRACT ................•......•....................................•...............•...... x

1 INTRODUCiio ........................................•...•..•............................ 1

2 REVISiio BIBLIOGRAFICA 2

2.1 RESIDUOS DE ANABOLIZANTES.... 2

2.2.1 TIPOS DE CONTAMINACiiO DOS ALiMENTOS

2.2.1.1 QUIMICO ..

2.2.1.2 MICROBIOLOGICO ....

3

3

2.3 PERIGOS E RESIDUOS DE ANABOLIZANTES . 4

2.4 TIPOS DE ANABOLIZANTES.. 4

2.4.1 HORMONIOS NATURAlS.. . 5

2.4.2 XENOBIOTICOS............. 6

2.4.3 SEMI-SINTETICOS.. 6

2.5 ESPECIES EM QUE sAo UTILIZADOS OS ANABOLIZANTES.. 8

2.5.1 BOVINOS.. 8

2.5.1.1 BEZERROS .

2.5.2 PEIXES ..

2.5.3 sui NOS EAVES

....................... ~..

8

9

.. 10

.. 10

2.5.1.2 MACHOS INTEIROS

2.5.1.3 FEMEAS............... .

2.6 MODO DE ACAO . .. I·····

.......... 11

11

2.7 FORMAS DE usa 13

13

. 15

2.8 RESIDUOS DE AGENTES ANABOLIZANTES .

2.9 LEGISLACAO.

2.10 SITUACAO DO BRASIL CONFORME A LEI.. 16

2.11 METODOS DETECcAo DE RESiDUOS DE ANABOLIZANTES 21

2.11.1 METODOS IMUNOENZIMATICOS 22

2.11.11 TECNICA LABORATORIAL ..,. ..... 23

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2.11.1.2 PROCEDIMENTO POR RADIOIMUNOENSAIO .... 242.11.1.3 CONFIRMA<;AO POR CROMATOGRAFIA GASOSA 26

2.11.1.4 CONTROLE DE QUALIDADE NAS ANALISES 27

2.11.1.5 ANALISE ESTATisTICA .. . 27

2.11.2 METODOS CROMATOGRAFICOS .. ....... 27

2.12 ASPECTOS ECON6MICOS DO usa DE ANABOLIZANTES 30

3 CONCLUSAO 34

REFERENCIAS .......•.......•..........•.................................................. 35

ANEXOS 38

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LlSTA DE TABELAS

TABELA 1 - ANABOLIZANTES UTILIZADOS EM BOVINOS DECORTE.... 7

TABELA 2 - EFEITO DA CASTRA!;AO NA PERFORMANCE DOSBOVINOS.. 9

TABELA 3 - EFEITO DE ANABOLIZANTES NA PERFORMANCEEM BOVINOS CASTRADOS ....

TABELA 4 - EFEITO DO ZERANOL OU ACETATO DETREMBOLONE SOBRE 0 GANHO DE PESO EMNOVILHAS... . 10

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LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - PROCEDIMENTO BAslCO PARA EXTRA<;;AO,PURIFICA<;;AO E QUANTIFICA<;;Ao DE DES EZERANOL POR RADIOIMUNOENSAIO, A PARTIRDE FIGADO DE BOVINO.. . .. 25

FIGURA 2 - PROCEDIMENTO BAslCO PARA EXTRA<;;AO,PURIFICA<;;AO E ANALISE POR CROMATOGRAFIAGASOSA ACOPLADA A ESPECTROMETRIA DEMASSA DE DES E ZERANOL, A PARTIR DEFiGADO DE BOVINO.. . 26

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RESUMO

Este trabalho tern intuito de alertar sobre 0 problema do uso deanabolizantes de forma ilegal no Brasil. Quais residuos destes podemestar na mesa do pavo brasileiro. Com 0 desenvolvimento da industriae 0 consequente surgimento de novas sUbstancias promotoras docrescimento animal, 0 setor agropecuario necessita de tecnologiascada vez mais eficientes e sensiveis para detectar possiveis residuosdeixados par este vasto numera de substancias anabolizantes,principalmente ester6ides com diversas atividades. Portanto, existemvarios metod as de detecyao para a identific8c;ao do anabolizanteutilizado. Como as metodos cromat6graficos 9 os irnunol6gicos. Mas afiscaliz8c;ao e baixa, devido a falta de laborat6rio credenciado etambem pelo fato que os kits de imunoensaios sao carissimos.

Palavras-chave: hormonios, metodos de detecc;:ao, imunoensaios,formas de uso.

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ABSTRACT

This work has intention to alert on the problem of the use ofanabolics of illegal form in Brazil. Which residues of these can be in thetable of the Brazilian people. With the development of the industry andthe consequent promotional substance sprouting new of the animalgrowth, the farming sector needs more efficient and sensibletechnologies each time to detect possible residues left for this vastanabolics substance number, mainly steroids with diverse activities.Therefore, some methods of detention for the identification of the usedanabolic exist. As the chromatografic methods and the immunological.But the fiscalization is low, due to lack of credential laboratory and alsofor the fact that kits of immunoassay is we expensive.

Keywords: hormones, methods of detention, immunoassays, forms of use.

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1 INTRODUC;ii.O

Para a sustentabilidade e redugao de custo. Muitos pecuaristas

com a inten9aO de aumentar a producyao, utilizam de diversas formas

para conseguir esta rentabilidade.

Os itens basicos para 0 aumento de produtividade estao

relacionados com a melharia de pastagens, confinamento, manejo,

genetica, etc. Mas como estes produtores tern 0 interesse que sua

lucratividade aumente, ele utiliza de artificios como anabolizantes para

urn retorno mais rapido.

Pois este anabolizantes tern a capacidade de aumentar a

retenc;ao de nutrientes fornecidos na alimentac;ao. Sendo considerado

urn anabolizantes, qualquer substancia de natureza hormonal ou nao,

favorecendo a transformayao de nutrientes via alimento em tecidos no

corpo animal.

Muitos dos riscos causados pelos anabolizantes, sao devido ao

usa indiscriminado, 0 que se refere as dosagens, forma de utiliza9aO e

prazo de carencia nao respeitada.

Assim este tipo de tecnologia esta proibido no Brasil, par resultar

acumulos de residuos em determinados orgao dcs animais com

consequencia risco a saude do consumidor.

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2 REVISAO BIBLIOGRAFICA

2.1 RESiDUOS DE ANABOLIZANTES

Teda a sUbstancia de natureza hormonal au nao, susceptivel de

melhorar 0 equilibrio azotado do organismo animal pel a aumento da

biosintese proteica havendo (CASTILHO, 2003):

• Aumento do ganho medic do peso diario;

• Melhoria da eficiencia da conversao da r89ao;

• Aumento da massa muscular;

• Reduc;ao da gordura;

• Melhoria da qualidade da carcac;a;

Produzir mais carne num periodo de tempo mais curto;

• Reduzir a durac;c3o da alimentaC;80 e a quantidade global de

alimentos ingeridas pete animal;

• Reduzir a pre<;o da carne.

Anabolizantes sao substancias usadas na produC;8o animal,

podendo ser descritos como biologicamente end6genos compostos

hormonais ester6ides naturalmente presentes no organismo animal

(testosterona, progesterona e estradiol 17-~) ou como biologicamente

ex6genos, dividindo-se em xenobi6ticos (acetato de trembolona - TBA,

acetato de malengestrol - MGA e zeranol), ester6ides sinteticos

(etinilestradiol e metiltestosterona) e os estilbenos (dietilestilbestrol -

DES e hexoestrol) (PATTERSON E SALTER, 1985).

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2.2 TIPOS DE CONTAMINA<;:AO DOS ALiMENTOS

Os tipos de contaminay2lo par aHmentos carneos podem ser

do tipo (BRESSAN, 2001):

2.2.1 Quimico: resultado do usa indiscriminado de medicarnentos

em animais de 8yougue au pelo con sumo de rayoes contaminadas

com fungicidas, pesticidas au toxinas;

2.2.2 Microbiolog;co: Dcas;onado pel a contaminayao da carne

durante as processos de abate, transporte, distribuic;ao, au no

momento do preparo para 0 consuma. Considerando as possiveis

tipos de contaminac;ao, as paises desenvolvidos tentarn adotar

rnedidas para evitar esse risco como:

a) as Boas Praticas de Manejo e Manufatura (GMP);

b) Sistema de Analise de Riscos e Controle de Pontcs

Criticos (HACCP), nos processos de abate eindustrializay2lo da carne.

Esses programas sao efetivQs no controle e redw;ao de

microorganismos.

Por outro lado, as contaminayoes qui micas sao de dificil

identificayao e controle. A detecyaO desses agentes, em sua maioria,

sao dispendiosos e exigem tecnologias avanyadas. Para exercer 0

controle de contaminantes quimicos, todo a setor produtivo deve ser

conscientizado e assumir a responsabilidade da iproduyao de carne

livre de riscos a saude do consumidor (BRESSAN, 2001).

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2.3 PERIGOS DOS RESiDUOS DE ANABOLIZANTES

a) Anabolizantes Naturais: Rapidamente metabolizados e quase

inativos. Os residuos na carne dos animais tratados podem se

considerados da mesma ordem de grandeza dos encontrados nos

animais de contrale.

b) Anabolizantes Artificiais: Serao mais ativas quanta menor for sua

degradayao (DES e outros estilbenos).

c) Efeitos Hormonais secundfHios: S6 sao de considerar quando a

molecula nao sofreu metabolizac;ao ou foi pouco metabolizada,

ex-estilbenos.

d) Efeitos Cancerigenos: Nao sao genot6xicos. Sao moh~culas

epigenicas, substancias que facilitam 0 desenvolvimento de urn

tumor ja induzido e subjacente. Existe urn limiar abaixo do qual

nao existe risco de cancro (CASTILHO, 2003).

2.4 TIPOS DE ANABOLIZANTES

Os harmonics classificam-se, quanta a estrutura quimica, em dois

grupos: proteinas e ester6ides. As proteinas possuem como unidade

estrutural as aminoacidos e sao secretados pelas glfmdulas hipofise,

tire6ide, paratireoide e pancreas; enquanto que as ester6ides,

caracterizados p~r apresentarem 0 ciclopentanoperiodrofenantreno na

sua estrutura quimica, sao secretados pelas gonadas e cortex da

adrenal. Muitos hormonios do processo de crescimento e

desenvolvimento dos animais, como a hormonio do crescimento (GH) e

a somatotropina; entretanto, a ayao desses hormonios fica prejudicada

pel a ausencia de outros, como os hormonios tireoideanos e gonadais

(BRESSAN,2001).

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Os anabolizantes podem ser divididos em tres grupos (BRESSAN,

2001):

2.4.1 Harmonios Naturais (Grupo 1)

Sao substancias fabricadas em larga escala pel os laboratorios e

funcionam como os harmonics existentes naturalmente em organismosanimais. Deixam peueD residuos na carne, pois se mostram alta mente

metabolizilveis pelo figado, sendo logo excretado pela urina ou pel as

fezes; alem disso, nao tern efeito oral (BRESSAN, 2001). Sao eles:

a). Estradiol - Semelhante ao harmonia de mesma nome -

apresenta atividade estrogenica. 0 produto, vendido na

forma de bast5es de 2 em de comprimento, e permitido nos

EUA e parte da Europa (ate 1988). Seu nome mais comum e

Compudose, sendo que no Brasil esta proibido 0 USO.

b) Testosterona - [gual ao hom6nimo de mesma nome - e urn

andr6geno (masculinizante) e par issa e usado em ferneas.

Seu nome mais comum: Sinovex H (estradiol +

testosterona). Tambem esta proibido no Brasil.

c) Progesterona - Igual ao harmonio de mesmo nome, que

apresenta atividade estrogenica, e usado em machos

castrados, misturados ao estradiol. Muito comum 0 usc, mas

sua utiliza980 esta proibida no Brasil. Nome mais co mum:

Sinovex (estradiol + pragesterona).

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2.4.2 Xenobioticos (Grupo 2)

Sao substancias quimicas com atividade hormonal androgenica

ou estrogenica sintetizadas a partir de precursores naturals. Neste

grupo sao encontrados (BRESSAN, 2001):

a). Zeranol - Esse prod uta, que e proveniente de um fungo

(Zibberella zeae) que cresce no milho umido, e considerado

semi-sintetico, com atividade estrogenica, produzido em

escala comercial. Proibido na Italia, Alemanha e Belgica. No

Brasil desde outubro de 1986 esta proibido. Nome mais

Gomum: Ralgro.

b) Acetato de trembolone - Tambem e produzido em laboratorio

- apresenta atividade androgenica, e mais efetivo quando

Gombinado ao estradiol. Fai descoberto na Fran9a e

atualmente e usado tambem na Inglaterra, mas

comercializa9ao tambem esta proibida no Brasil.

2.4.3 Semi-sinteticos (Grupo 3)

a), Estilbenos: e a grupo de anabolizantes que mais riscos

trazem a saude; no entanto sao as mais utilizados, po is

(mesmas contrabandeados no Brasil) sao tres vezes mais

baratos que 0 zeranol; alem disso, podem ser injetado tanto

em comprimidos, atras da orelha, quante em soluyoes

oleosas. Geralmente, para apressar 0 cresci mento, 0

implante liquido e aplicado diretamente no lombo de boi,

numa injeyc3e intramuscular, aumentando ainda mais 0 risco.

Proibido no Brasil.

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b) Dietil-estil-bestrol (DES): 0 anabolizante mais potente.

Proibido em quase todo 0 mundo, como no Brasil tambem,

mas largamente usado. Acusado de provDcar cancer. 0

DES, com atividade estrogenica e termoestavel e tern efeita

via oral, resiste aos sucos digestivos, podendo ser co[ocado

diretamente na raC;ao, economizando a trabalho de aplicar

todo meso

c) Hexo-estrol: muito usado no Brasil. mas sua

comercializaC;80 esta proibida. Acredita-se que venha da

Inglaterra, cnde era permitido e muito usado. Apresenta

atividade estrogenica. Costumava-se aplicar junto com 0

DES, pois sozinho naD e tao eficaz no ganho de peso.

Nomes mais comuns: Vi-gain (DES), Hexettes (DES +

hexoestrol), Impells (DES + hexo-estrol) e Stimplants (DES).

No TABELA 1 sao apresentados alguns hormonios utilizados

como anabolizantes em bovinos de corte, sua composic;ao, dosagem e

prazo de carencia.

TABELA 1 - ANABOLIZANTES UTILIZADOS EM BOVINOS DE CORTE.

Produto Composi~ao (Dose) Carencia

Harmonics NaturaisCompudoseImplixa-BfImplixa-BmSynovex-S

Estradiol 17-P (45mg)Estradiol 17 -p (20mg) + testosterona (200mg)Estradiol 17-P (20mg) + testosterona (200mg)

Benz. estradiol (20mg) + proges. (200mg)Benz. estradiol (20mg)-proprionato

Testosterona (200mg)

60 dias60 dias60 dias60 dias

60 diasSynovex-H

Harmonios Ex6genosMGA Acetato de Melegestrol (0,5mg)Ralgro Zeranol (36mg)Finaplix Acetato de trembolona (300mg)Stimplant DES (30mg)Revalor Estradiol (20mg) + ace!. trembolona (140mg)

02 dias65 dias100 dias120 dias60 dias

FONTE: REZENDE. 1998.

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2.5 ESPECIES EM QUE SAo UTILIZADOS OS ANABOLIZANTES

2.5.1 Bovinos (categorias)

Segundo BRESSAN (2001) 0 principio que determina a tipo de

harmonia a ser usado, para que se possa obter maior eficiencia, e a

necessidade de suplementar um tipo de harmonia que seja deficiente

no animal a ser tratado. As melhores respostas sao obtidas quando as

femeas recebem androgeno, as machos inteiros estrogenos, e os

machos castrados estrogen os au combinagc3o desses com

andr6genos, sendo que esta ultima combinayao e necessaria para se

atingir a taxa maxima de crescimento.

2.5.1.1 Bezerros

o anabolizante utilizado comumente em bezerros, para estimular

seu desenvolvimento, tem sido 0 zeranol segundo BRESSAN (2001). No

entanto, alguns estudos condicionam a eficacia do zeranal em bezerros

a fatores como: produ<;3o de leite da mae, condig6es de pasta e

alimenta9£lO adicional.

No Brasil, os poueos trabalhos realizados com bezerros,

principalmente com 0 zeranol, mostraram resultados pouco

consistentes, demonstrando a inviabilidade dessa utiliza<;ao nesta

categoria animal, levando em conta os aspectos relacionadas ao

custo/beneficia.

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2.5.1.2 Machos inteiros

Estes apresentam maiores taxas de ganho que os castrados como

apresentado no TABELA 2.

TABELA 2 - EFEITO DA CASTRA9AO SOBRE A PERFORMANCEDOS BOVINOS.

Ganho de Peso (kg/cab/dia) - Conversao A/imentar

Experimentos Inteiros Castrados Inteiros Castrados

1,06 0,97 3,34 3,63

2 1,27 1,04 6,12 7,14

0,77 0,69

4 0,69 0,61 6,29 7,08

5 1,26 1,07 5,36 6,06

6 1,00 0,85 7,29 8,63

FONTE: REZENDE. 1998

o manejo da castrar;;<30 resulta na perda de produy<3o da carne,

pois produze menores niveis de harmonics anabolicos end6genos;

entretanto lS50 pade ser corrigido com 0 usa de anabolizantes, como

mostra a TABELA 3.

TABELA 3 - EFEITO DE ANABOLIZANTES SOBRE A PERFORMANCEEM BOVINOS CASTRADOS

Tratamento

(Tipo de anabolizantes)

Ganho de Peso

(kg/cab/dial

NEW implantado

Implantado com zeranol

Implantado com acetato de trembolone

Implantado com zeranol e acetate de trembolone

0,58

0,75

0,66

0,85

FONTE: REZENDE, 1998.

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10

AS resultados do usa de anabolizantes em bovinos [nteiros

revel am, em geral, uma pequena resposta em termos de ganho de

peso, mas, em termos de comportamento de monta, r8sultam em

beneficios, principalmente em regime de confinamento. Os touros

produzem grande quantidade de androgenos, portanto, os estrogenos

seriam as harmonics de eleiC;8o para serem usados nesta categoria.

2.5.1.3 Femeas

A utilizayao de anabolizantes em femeas e interessante, tendo em

vista 0 crescente usa desta categoria em regime de confinamento, quer

seja pelo aproveitamento de femeas excedentes no rehanho, quer seja

pelo passivel menor custo de sua aquisir;ao. A utiliz8C;80 de urn

estr6geno (zeranol) naD causa urn ganho de peso significativo, ao

contrario do androgeno (acetato de trembolone), conforme 0 TABELA 4.

TABELA 4 - EFEITO DO ZERANOL OU ACETATO DE TREMBOLONESOBRE 0 GANHO DE PESO EM NOVILHAS.

Tratamento Ganho de peso (kg/cab/dia)

Niio implantado 0,50

lmplantado com zeranol 0,53

Implantado com aceta to de trembolone 0,64

FONTE: REZENDE, 1998.

2.5.2 Peixes

o uso de anabolizantes nesta especie tern como finalidade

proporcionar aumento no cresci mento, alem de controlar a

diferenciayao sexual e formar populay6es unissexuadas. Numerosos

hormonios de peixes ja foram isolados e identificados. Muitos destes

apresentam grande semelhanya aos harmonias correspondentes em

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II

vertebrados superiores, 0 que tern propiciado a realiza98.0 de

investigayoes comparativas. Em peixes, 0 harmonia do crescimento

(GH) e um anabolizante natural utilizado para 0 aumento de

crescimento. Esse harmonia e formado par uma molecula grande de

aminoacidos de dificil sintese em laborat6rio. Contudo, ° GH pode ser

produzido artificialmente, par via biol6gica, em fermentadores

industriais, par meio de bacterias tornadas trangenicas para esse gene.

Pequenos teores de ester6ides sexuais sao usados para controlar a

diferenciay8.o sexual e formar popula<;6es unissexuadas em peixes.

2.5.3 Suinos eaves

Os anabolizantes, par enquanto, naD sao utilizados nestas

especies comercialmente. Pesquisas realizadas recentemente tern

utilizado a somatotropina, harmonia de origem proteica, como promotor

de ganho de peso, aumento de massa muscular, ah~m de retardar 0

desenvolvimento do tecido adiposo em suinos, obtendo resultados

satisfat6rios.

2.6 MODO DE Ar:;,Ao

Apos a aplicayao, esses agentes sao absorvidos lentamente,

passando para a corrente circulat6ria e ali permanece durante todo 0

periodo de ayao para os quais foram concebidos segundo LONE

(1997). Esses agentes exercem grande influencia no metabolismo do

nitrogenio e na sintese proteica. Resultando no aumento de peso do

animal e uma maior quantidade de gordura na carne. 0 efeito anab61ico

e confirmado pela observayao tanto de uma diminuiyao na

concentrayao da ureia eliminada do organismo, como no aumento do

nivel dos aminoacidos circulantes. A reduyc30 da excrey2lo da ure!ia e do

total de nitrogewio na urina, observada em animais tratados, resulta de

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12

uma maior retenC;80 do nitr098nio pelo organismo1 determinando a

maior eficiencia no ganho de peso. Em resumo, a 89;30 dessas

substancias traduz-se em melhor aproveitamento protE~ico, produzindo

maior massa muscular. em detrimento do tecido adiposo. IS50 significa

diminuic;ao do tempo de engorda e reduc;ao dos 9a5t05 com alimento.

Nos animais anabolizados, ocorrern ganhos de peso em torna de 10 a

20% superiores aDs ganhos daqueles animals nao anabolizados.

Tambern a conversao alimentar e aumentada em 8 a 10% nos animais

submetidos a implantes do que em bovinos naD implantados.

Segundo DUARTE, SILVA e MEIRELLES (2002) 0 mecanismo de

8<;;30 dos anabolizantes S8 da pel a deposiCY80 de proteinas. que eresultado da diferenC;8 entre a sintese e a degrada980 proteica.

Tambem comprovaram urn aumento na deposi980 de proteina sem a

redu980 na degrada980, indicando que as anabolizantes devern

aurnentar a sintese proteica. No entanto, estudos conduzidos por

BUTTERY e SINNETT-SMITH (1984) indicaram que os anabolizantes

reduzem a degrada980 de proteinas.

a tratamento com estradiol e acetato de trembolona

separadamente ou em combina98o nao modifica as nlveis de insulina,

hormonio de crescimento (He) ou cortisol. Por outro lado, compostos

androgenicos reduzem a concentra980 de tiroxina (BUTTERY e

SINNETT-SMITH, 1984). Embora os anabolizantes nao tenham um

efeito direto sabre 0 hormonio de crescimento, eles potencializam a sua

8930 atraves de urn aumento no numero de receptores para hormonic

de crescimento no figado, podendo resultar em um aumento na

concentra980 do fator de crescimento de fibroblastos (IGF-I).

Esta resposta parece ser potencializada ainda mais devido a a980

do TBA em particular, por aumentar 8 resposta de celulas do musculo aa980 de IGF-I, resultando em aumento na prolifera98o e diferencia980

de celulas satelites (BUTTERY e SINNETT-SMITH, 1984).

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13

2.7 FORMAS DE usa

Os anaboHzantes usados sao aplicados como implantes, inje~6es

oleosas au como aditivos alimentares, sendo comum 0 emprego de

"misturas" de anabolizantes, com dais ou mais age~tes anabolizantes,

com os quais S8 ohtem urn efeito sinergistico ou aditivo sabre 0 ganho

de peso, permitindo-se a aplicat;ao de doses menores de cada

anabolizante, quando comparadas com as anabolizantes injetados

isoladamente. Essa pratica apresenta a vantagem de dificultar a

cteteccao de residuQs nos tecidos, burlando com isso a fiscalizacao.

Sao aplicados na face posterior da orelha, entre a pele e carti\r:;gem

(DUARTE, SILVA e MEIRELLES, 2002).

De acordo com ROSA e DODE (1987), a via de administra9ao

mais utilizada em bovinos e 0 implante em parte naD comestivel da

carcaca, como par exemplo, na orelha. A administracao oral ou injeyao

(oleosa ou cristalina) aumenta a possibilidade de abusos e a ocorrencia

de residuos em tecidos comestiveis, 0 que torna urn problema de salide

publica.

2.8 RESiDUOS DE AGENTES ANABOLIZANTES

Conforme DUARTE, SILVA e MEIRELLES (2002) no mundo

moderno, grande parte da seguranya alimentar repousa no controle de

remanescentes residuais nos alimentos, em decorrencia do uso de

pesticidas, ou drogas veterinarias, ou par acidentes envolvendo

contaminantes ambientais. Residuos de anabolizantes em carnes

trazem serios problemas de saude publica. De acordo com EPSTEIN

(1990), 3000 crian9as em Porto Rico tiveram serios problemas de

desenvolvimento sexual prematuro e cistos ovarianos devido a ingestao

de produtos carneos com residuos de zeranol.

Segundo 0 Comil;, Misto do Codex Alimentariusl FAOI WHO, a

ingestao de alimentas contaminados par anabolizantes pode levar ao

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aparecimento de disturbios end6crinos como induc;ao de puberdade

precoce em crianC;8s, avanC;os na idade 6ssea com repercussoes

negativas no cresci mento, modific8C;c10 dos caracteres sexuais, bern

como canceres principalmente no figado e pancreas (CARDOSO, 1999).

Os agentes anab61icos sao geralmente metabolizados e seus

metab6litos excretados ou levados pelos tecidos numa forma livre,

biologicamente nao ativa. 0 figado converte as agentes anab61icos em

metabolicos menes ativos e tambem em formas conjugadas, mais

soluveis em agua, que sao secretadas na bile, sendo entaD excretados

pelas fezes e urina. No entanto, uma parte dos metabolitos formados

no figado pode entrar no sistema circulat6rio e permanecer em Qutros

tecidos como residuos (HEITZMAN, 1983).

Os agentes anab6licos end6genos, quando usado na produc;:ao

animal e rapidamente metabolizados pelo figado, nao sendo muito

ativos quando administrados oralmente. Ja os agentes anab61icos

ex6genos, ou sinteticos, sao relativamente resistentes as

biotransformayoes e, portanto, menos prontamente metabolizados no

figado, explicando com isso sua grande atividade quando administrados

oralmente, favorecendo com isso seu acumulo na musculatura, figado e

rins (NASCIMENTO, 1997).

Segundo HEITZMAN (1983), as maiores concentra96es de

residuos de anabolizantes tern sido encontradas no local de

administrayao, na bile, nas fezes e na urina. Concentrac;:6es medianas

foram encontradas no figado enos rins e as menores concentrac;:6es

nos musculos e gordura.

Os metab61itos do DES aparecem em tres formas eletrofilicas: a)

dienestrol; b) w-hidroxidienestrol, na forma glucoronil-conjugada e c) w-

hidroxidienestriol, na forma sulfo-conjugada. 0 DES e excretado pel as

fezes em uma forma livre e na urina como uma forma glucorona-

conjugada. 0 fig ado e 0 6rgao que retem maior quantidade de residuos

de DES, de tal forma que ate 60 dias apos implanta9ao ainda se

encontra 0,1119.kg-1 (HEITZMAN, 1983).

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15

2.9 LEGISLAC;:iiO

A regulamentaC;80 oficial para a utilizaC;8o de harmonics em

produy8o animal varia nos diversos paises. Somente a dietilestilbestrol

(DES) lem uso proibido em lodos os paises devido ao seu efeilo

carcinogenico (LONE, 1997).

Em 1989, a Comunidade Econ6mica Europeia proibiu a utiliza~ao

de substancias anabolizantes para usa em animais, naD permitindo a

comercializag8o e a importag8o de carnes, que apresentem residuos

dessas substancias (LONE, 1997).

Em alguns paises como Canada, Australia, Nova Zelandia,

Argentina e Estados Unidos e permitido 0 usa dos compostos

anabolizantes naturais tais como testosterona, progesterona, 17 B-estradiol e dos sinteticos zeranal e acetate de trembolona (TBA).

Nesses paises, sao controlados somente as residues dos compostos

sinteticos com Limites Maximos de Residuos (LMR) para 0 zeranol de

10~g.kg-1 e 21l9.kg-1 em figado e musculo bovino respectivamente e

de 1 ,4~g.kg-1 de trembolona em tecido muscular bovino e de 14~g.kg-1

de trembolona em rim e figado bovino, sendo que esses valores foram

estabelecidos por um comit'; misto da FAO! OMS (Organiza~ao Mundial

da Saude) (LONE, 1997).

No Brasil, a parlir de 24 de maio de 1991 (BRASIL, 1994) foi

proibida a importaC;:3o, produg8o, comercializagc3o e usa de substancias

naturais au artificiais, para fins de cresci menta e/ou engorda de

animais de abate, com perrnissao apenas para fins terapeuticos,

sincronizayao de cicio estral e preparac;:ao de doadores e receptores

para a transferencia de embrioes (BRASIL, 1992).

Em 1995, foi determinado pelo Codex alimentarius, que os

produtos 17p-estradiol, testosterona e progesterona seriam seguros asaude assim como 0 acetato de trembolona e 0 zeranol desde que em

doses inferiores a 2 e 10mg!kg respectivamente. 0 dietiletilbestrol foi

considerado como polencialmente taxico (PALERMO-NETO, 1998).

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2.10 SITUA<;:AO DO BRASIL CONFORME A LEI

Segundo VALADARES (2000) em 1986 a Portaria nO 268 permitiu

a aplicayao de harmonics naturals e sinteticos nos rebanhos. A medlda,

que gerou protestos, foi revogada tres meses ap6s a sua publicayao.

Mais tarde, em 1995, 0 projeto de Lei 198, do Senado Federal (BRASIL,

1995), proibe 0 usa de substancias anabolizantes, naturais ou

artificiais, com a finalidade de aumento de massa corporal em animais

de abate. E agora conforme a ANEXO 1, e Feita a normatizagao sabre 0

uso de anabolizantes (BRASIL, 2001).

o artigo 2° desse projeto decreta que as 6r913.05 oficiais

competentes implementarao programas de monitoramento dos residuos

das substancias referidas, no arti90 anterior, proporcionalmente amagnitude do rebanho abatido em todo territ6rio nacional

(VALADARES, 2000).

a emprego de anabolizantes naturals e sinteticos fol proibido com

base em pesquisas cientificas que constataram que esses produtos

desencadeiam uma serie de efeitos colaterais indesejaveis, dadas as

suas peculiaridades quimicas e biologicas, suscetiveis de mimetizarem

as efeitos des hormonios no organismo animal e do consumidor

humano tais como: induyao de puberdade precoce em crianyas, uma

vez que estas respond em vigorosamente a pequenas alterayoes nes

niveis hormonais presentes em reduzida proporyao nos seus

organismos com todas as serias conseqOencias ao seu

desenvolvimento somatico e psicoafetivo; consolidayao prematura dos

nucleos ossos de cresci mento, com profundas repercussoes no

cresci menta estatural posterior; alterayoes nos caracteres sexuais

secundarios, predominantemente de natureza feminilizante,

acompanhadas das inderrogaveis seqOelas psicol6gicas e emocionais a

elas supervenientes; induyao de ginecomastia e impotencia sexual;

genotoxidade, au seja, determinadas classes de anabolizantes

possuem afinidade pelo DNA - material genetico situado no nucleo da

celula -, podendo provocar rnutayoes geneticas no consurnidor final da

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17

carne com residuos daquelas substancias, levan do a resultados

imprevisiveis e desastrosos ao genoma humano, e finalmente a

comprovada carcinogenicidade de alguns anabolizantes, 0 que par 51 56

e expressivo do grau de periculosidade que tais substancias podem

exigir (VALADARES, 2000).

o Ministerio da Agricultura reconhece que determinadas classes

de anabolizantes, uma vez corretamente empregados, e se seguindo os

mais rigarosas criterios tecnicos. oferecem uma reduzida oportunidade

de riseas a saude humana, conforme observado na literatura cientifica

atualmente disponivel e que, adequadamente, 0 produto deve ser

ministrado ao animal no local e de forma tecnicamente correta, com

obediencia a dosagem recomendada e rigida observancia do periodo de

carencia (Iapso de tempo entre a administrayao da droga e a

suspensao previa ao abate), que varia, segundo a classe do

anabolizante utilizado, entre 60 e 120 dias (RADIOBRAS, 1999).

E fa to veridico e reconhecido pelo ministerio que os resultados

advindos do usa correto dos anabolizantes tidos como seguros, tem

demonstrado que estes compostos representam um instrumento

tecnol6gico de inegavel valor (RADIOBRAS, 1999). Sua eficiencia nos

processos de engorda e crescimento ha muito tempo e confirmada

pelas pesquisas e trabalhos experimentais de campo executados em

todo 0 mundo, conforme informayOes disponiveis.

Os hormonios, estradiol, testosterona e progesterona, sao

reconhecidos como inofensivos. Eles nao tern limites residuais, e sao

comprovadamente desprovidas de nocividade. Em frayoes menores

podem apressar 0 desenvolvimento corporal. Este grupo nao e objeto

de controversia em relayao aos riscos toxicol6gicos ou efeitos

neoplasicos.

Segundo RADIOBRAS (1999) 0 Ministerio da Agricultura nao nega

que hoje a problema dos promotores de cresci mento, particularmente

nos paises em desenvolvimento e puramente politico. Com a

surgimento da Organiza~ao Mundial do Comercio (OMC), as barreiras

nao-tarifarias foram eliminadas, junta mente com as medidas politico-

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econ6micas constantemente impostas pelos paises de agricultura e

pecuaria amplamente capitalizadas. Quanta as exigencias sanitarias,

natural mente elas persistirao, desde que cientificamente

fundamentadas. NEIO existe mais a questao de saude levantada contra 0

usa correto dos anab61icos seguros, principalmente para aqueles

exaustivamente reavaliados pel a Comissao do Codex Alimentarius

FAO/OMS.

o objeto de trabalho do ministerio com relayao a sua vigilancia

sao os harmonics anab6licos. Esses sao definidos como substancias

que afetam as fungoes metab6licas do animal para aumentar a

produC;:8ode proteina. Os mais usados na pecuaria sao os ester6idesmasculinos (androginos), femininos (estr6genos) e as que detem

atividade progestacional (RADIOBRAS, 1999).

as anabolizantes pecuarios sao particularmente muito

semelhantes aos anticoncepcionais feminin~s, exceto que sao

aplicados em doses muito menores, guardam um consideravel intervalo

de seguranc;a e nao tem 0 efeito imediato da pilula humana, vista que

sao liberados proporcionalmerlte no organismo animal. as efeitos

beneficos dos hormonios anab61icos incluem 0 incremento da taxa de

aumento de peso e conversao alimentar.

as anab61icos classificam-se em tres grupos: hormonios naturais,

os xenobi6ticos e os estilbenes. Os anab61icos naturais sao

substancias geradas pelo pr6prio organismo (end6genas), nos quais a

dose de implante para a func;ao anab61ica e significativamente maior

que as niveis permanentes de concentrac;ao do harmonia em sua

fun,ao normal (DODE, 1986).

as xenobi6ticos sao substancias de atividade hormonal

estrogenica-androgenica, de formaC;ao ex6gena, que precisam de uma

quantidade muito alta de carne para se tornarem carcinogenicos. Os

estilbenes sao a dietilbestrol que promovem uma aC;ao genot6xica,

favorecem as formac;oes tumorais e apresentam uma elevada funC;ao

estr6gena do tipo hormonal que pode ocorrer por ingestao e absorC;ao

digestiva, isto aumenta 0 risco potencial do seu efeito t6xico, devido a

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possibilidade de atuar via oral au par meio da ingestao de carne

(DODE, 1986).

Urn plano nacional de centrale de residuos biologicos em

produtos de origem animal foi criado pelo Ministerio da Agricultura.

Esse plano preve a adoc;ao de programas setaria is para a carne. Para

atuar com eficiencia 0 monitoramento requer acuradas tecnicas modais

tecnologicas, instrumentos de aferic;ao e reagentes quimicos e

biologicos dentro dos mais exigentes padroes de qualidade, alem de

pessoal qualificado para a execUI;:ao de todas as suas eta pas, desde a

menes complexa (coleta e en via de amostra), ate a mais complexa

(preparo da amostra e quantifica<;ao dos residuQs), representam, pois

elevados custos, principalmente porque devern abrigar toda e qualquer

inovaC;8o tecnologica; manter e adquirir novos equipamentos, atem da

necessidade de· promover treinamentos permanentes, as metodos

analiticos devem ser validados internacionalmente aceitos e sujeitos ao

controle de qualidade analitica (RADIOBRAS, 1999).

Este programa tern como objetivo 0 controle e a vigilimcia dos

niveis contaminantes metalicos nos produtos carneos. A fun9130 dos

encarregados da Inspe9130 Federal nos estabelecimentos de conserva eremeter amostras aos laboratorios oficiais au credenciados para

pesquisa (RADIOBRAS, 1999).

Os laboratorios credenciados estao em Pedro Leopoldo (MG),

Porto Alegre, Campinas (LARA) e Rio de Janeiro Laboratorio de Apoio

ao Desenvolvimento Tecnologico (LADETEC) e laboratorio

Xenobioticos, em Campinas (SP).

Segundo PAIXAo (2004) 0 Laboratorio de Apoio LABDOP da

UFRJ e referencia no Brasil e no Mundo. 0 LADETEC come,ou com

servi90s de Pesquisa e Desenvolvimento, envoi venda Cromatografia

Gasosa de alta Resolu9130 e Espectrometria de Massa, para industrias

e centr~s de pesquisas em 1984. 0 Laboratorio iniciou a controle de

residuos de anabolizantes em carnes para a MAPA, Ministerio da

Agricultura, Pecuaria e Abastecimento.

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A area de atua,ao do LABDOP - LADETEC e a analise de

residuos de substancias organicas em matrizes complexas. Atuando,

desta forma, em farmacologia, toxicologia, quimica forense, alimentos,

varias especialidades medicas que dependem de medicamentos (em

geral quimioterapicos), controle de abuso de drogas e de dopagem no

esporte; controle, remedia980 ou disposi980 de residuos e rejeitos

industriais, hospitalares ou domesticos; controle de materia prima,

processos e produtos industriais, controle ambiental de art aguas, solos

e sedimentos; desenvolvimento e controle da qualidade de

combustiveis f6sseis e alternativos (PAIXAO, 2004).

Atualmente, e a unico laborat6rio de universidade brasileira

credenciado para ensaios, pelo INMETRO, em conformidade com as

requisitos da NBR ISO 17025, fazendo parte da rede Brasileira de

Laboratorios de Ensaio (RBLE-Inmetro). Eo tambem 0 unico laboratorio

brasileiro credenciado pelo Comite Olfmpico Internacional para controle

de dopagem no esporte, MAPA para analise de residuos em alimentos,

ANVISA para ensaios em Toxicologia Forense. Aguarda, ainda,

finaliza<;:ao do credenciamento pela ANVISA, para realizar ensaios

analiticos em bioequivalencia.

I-.los alimentos, 0 laboratorio faz analises de residuos, substancias

que sao administradas aos animais ou aplicadas na lavoura e que ficam

como residuo que podem depois contaminar a consumidor, dai a

importancia de detecta-Ios para poder melhorar a pratica de

agropecuaria, exigencia para as exporta<;:oes brasileiras, uma vez que,

no exterior nao se aceita receber nenhum tipo de material da

agroindustria que contenha estes contaminantes. Bam tambem para a

pava brasileiro que nao consumira alimentos contaminados (PAIXAO,

2004).

Sabre a importancia e reconhecimento deste laboratorio, Tarcisio

Pereira da Cunha, gerente de qualidade do LADETEC, garante que

a ideologia do LADETEC foi sempre fazer analises de p~nta, de modo

que naa houvesse outro laboratorio do pais que pudesse fazer a

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mesma caisa, com a mesma qualidade, portanto, associando a

prestac;ao de servic;os a pesquisa (PAIXAO, 2004).

A operacionalizac;ao do programa citado aeirna cuida de animais

abatidos, animais vivos, contrale de produtos importados e

investigac;ao da origem dos animais cujas amostras violaram 0 limite de

tolerancia au indicam 0 usa de drogas proibidas.

Essas medidas tern como tim avaliar a potencial de exposic;ao dos

residuos presentes nas carnes ofertadas para consumo no pais,

impedir que sejam abatidos animais com concentrac;6es tissulares de

residuos que configurem infrac;ao, impedir que tecidos comestiveis de

animais abatidos que contenham residuDs em concentrac;6es ilegais

entrem no mercado (RADIOBRAS, 1999).

No Brasil 0 estabelecimento dos limites de tolerancia maxima de

residuos segundo RADIOBRAS (1999) e de competencia do Ministerio

da Saude. Na impossibilidade desses utilizam-se as do Mercosul, 0

Codex Alimentarius, da FDA norte-americana, ou as diretivas da Uniao

Europeia.

2.11 METODOS DETECC;;Ao DE RESIDUOS DE ANABOLIZANTES

Segundo DUARTE, SILVA e MEIRELLES (2002) a determinac;ao

de residuos de agentes anabolizantes em material I biologico e uma

tarefa dificil. Para tal, as metodos utilizados, para serem considerados

satisfatorios, deverao preencher uma serie de requisitos entre as quais:

ser adequado a uma rotina regular realizada por pessoa qualificada;

permitir 0 manuseio de um grande numero de amostras num pequeno

espac;o de tempo, para poder ser usado como um instrumento de

fiscalizac;ao; ser seletivo para 0 composto, de modo a evitar falsos

positivos; quantificar, de forma inequivoca, a concentrac;ao do

composto presente; permitir tanto a quantificac;ao do composto livre

quanto seu conjugado; nao ser muito oneroso, para nao inviabilizar as

analises de vigilimcia sanitaria.

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Muitos metod os segundo DUARTE, SILVA e MEIRELLES (2002)

satisfazem alguns desses itens, mas nenhum satisfaz a todos. Epassivel, entretanto, conseguir resultados bastante satisfat6rios com

metodos que preencham a maiaria desses requisitos. A determinagao

de residuos de agentes anabolizantes em matrizes biol6gicas tais como

urina, e dificil devido a contaminayao com ester6ides end6genos e

componentes da dieta que interferem com a detecyao de baixas

concentrayoes.Geralmente, para a detecg8.o de residuos de anabollzantes, dais

tipos de metodos podem ser usados: (1) as imunoensaios tais como

radioimunoensaio (RIA) e metoda imunoenzimatico (ELISA), as quais

sao rotineiramente usados para detecc;;ao e (2) metod os fisico-

quimicos, por cromatografia (CG-EM CCDAE), os quais sao usados

para determinac;:oes quantitativas e como metodos de referencia (LONE,

1997).

2.11.1 METODOS IMUNOENZIMATICOS

Na detecc;:ao de residuos hormonais nos animais, metodologias

diferentes podem ser utilizadas, como os imunoensaios do tipo "enzyme

linked immunosorbent assay" - ELISA (HARLOW eLANE, 1988) e

radioimunoensaio - RIA.

Estudos (MATOS, 1996) mostraram que radioimunoensaios tem

sido vasta mente utilizados para monitoramento de harmonics, sejam

eles naturais, para contrale de ciclos estrais, ou administrados, para

finalidade de aumento de peso. Estes imunoensaios apresentam

rapidez, alta sensibilidade e grande precisao na determinagao de

harmonics em gada bovino.

Os imunoensaios baseiam-se na reag30 antigeno-anticorpo e

posterior revelag30 desta reaC;8o, de forma a quantificar e qualificar 0

ensaio. A revelayao pade ser par reayao enzimatica (ELISA) au par

emissao de radioatividade, no caso de um isotopo marcado (RIA)

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?'-~

(HARLOWe LANE, 1988). Em ambos os casos, sao necessarios que se

produza 0 anticorpo contra a molecula que S8 deseja identificar au

detectar. Os anticorpos produzidos podem ser policlonais, quando S8

trata de sora de coelho au galinha, ou ainda monoc\onais, quando

produzidos par fusao de ba<;:o de camundongo e celulas de mieloma,

para a forma<;ao de hibridomas e posterior sele<;iio dos clones.

o usa de anticorpos monoclonais para estes ensaios de ctetecc;ao

de anabolizantes tern side realizado para diagnostico de diversos

anabolizantes par apresentar resultados rapid as e confiaveis,

detectando niveis ao redor de O,05ppm das sUbstancias monensinas,

DXitetraciclinas, trembolona, zeranol, carbadox, closantel, flubendazole

ivermectina e clembuterol em animals como galinhas, perus, bovinos e

caprinos (STERK, 1998).

A identificag130 de beta-agonistas como clenbuterol, tem side

realizada utilizando radioimunoensaios (RIA), com anticorpos

policlonais. Os beta-agonistas est130 sendo utilizados ilegalmente como

promotores de crescimento em gada bovino e em cavalos e sua

identificag130 faz-se necessaria. Urn teste rapido e de alta sensibilidade

foi desenvolvido para determinagao de clenbuterol em urina de bovin~s,

baseados em RIA, mostrando-se eficiente na detecg130 de 0,5 a 1,2ppb

de clenbuterol.

o uso do acetato de trembolona (TBA) tem side monitorado em

arnostras de origem animal, principal mente na urina de animais,

utilizando-se a cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de

massa (CG-EM) para purificag130 e identifica9a.o aliada a imunensaios

do tipo EL!SA (STERK, 1998).

2.11.1.1 TECNICA LABORATORIAL

As metodologias que pod em ser utilizadas sao radioimunoensaio

(RIE) para triagem (XENOBI6TICOS, 1994) e cromatografia gasosa

acoplada a espectrometria de massa (CG-EM) para confirmagao,

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24

segundo os metodos oficiais do M.A. (BRASIL, 1992). 0 processo de

extrag30 e purificag30 que precede a quantificag30 e baseado no

metoda oficial do Institute Nacional de Tecnologia de Alimentos do M.A.

da Argentina (ARGENTINA. 1994).

o radioimunoensaio e realizado com usa de kit (Rhode Islands

Labs) que contem DES e zeranol marcados com tritio, padr6es de DES

e anticorpos anti-DES e anti-zeranol. Todas as drogas e solventes

utilizadas sao grau para analise (P.A.) e a eter etHica, livre de

peroxidos, e bidestilado em col una de vidro.

2.11.1.2 PROCEDIMENTO POR RADIOIMUNOENSAIO

As amostras (2,5g) sao analisadas pelo metodo esquematizado na

FIGURA 1 que compreende as seguintes etapas: extrag2lo das

substancias livres e conjugadas, a partir do tecido, com metana1,

hidr6lise enzimatica, purific8g<30 par partigoes liquido-liquido, e da

SOIU,80 final de 0,75 ml, uma aliquota de 0,15 ml e usada para

determinag<3o da recuperag80 media e duas aliquotas de 0,30 ml sao

quantificadas por radioimunoanalise, sendo uma para pesquisa de DES

e a outra para pesquisa de zeranol, de acordo com as metodologias

oficiais recomendadas (ARGENTINA, 1994).

o radioimunoensaio e baseado numa rea9aO onde 0 antigeno

r2dioativo e 0 nao radioativo (presente na amostra que esta sendo

analisada), competem para reagir com 0 anticorpo.

A separa9ao do antigeno livre do antlgeno conjugado com 0

anticorpo e realizada por adsor9ao do antigeno livre (radioativo e nao

radioativo) em suspensao de carvao ativado, que e centrifugada sendo

o precipitado descartado e 0 sobrenadante levado para leitura em

contador de cintila9ao liquida.

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Tecido

Extragao com Metanol,(,

Eliminayao da Gordura, Esfriando 0 Extrato Metan61ico a - 20°C,(,

Hidr61ise Enzimatica (P-glicuronidase) em Solugao Aquosa,(,

Extrayao em Eter Etilico,(,

Partigao em Clorof6rmio com Hidr6xido de S6dio 1N (1:2),(,

Neutralizagao da Solugao Alcalina (ac. fosf6rico)

tExtragao com Eter Etilico

,(,

Partigao em Metanol : Agua com Hexano (3: 1:8),(,

Partiyao em Agua com Eter Etilico

t

RIE

FIGURA 1 - PROCEDIMENTO BAslCO PARA EXTRA<;;.I\O, PURIFICA-<;;.1\0 E QUANTIFICA<;;AO DE DES E ZERANOL PORRADIOIMUNOENSAIO, A PARTIR DE FiGADO BOVINO.FONTE: XENOBIOT1COS, 1994.

A quantificayao per radioimunoensaio e efetuada atraves da

extrapolayao das contagens obtidas nas amostras atraves de uma

curva de calibra9ao.

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2.11.1.3 CONFIRMAC;;AO POR CROMATOGRAFIA GASOSA

o metoda ilustrado na FIGURA 2 consiste na extra~ao com

acetonitrila do DES e zeranol, purilica~ao liquido-liquido de tres lases,

purificac;8.o em fase salida e analise par cromatografia capilar a gas

acoplada a detector seletivo de mass as (CG/EM) para identilica~ao e

quantilica~ao (BRASIL, 1992).

Tecido

Extrac;ao com Acetonitrila

Purificayao com Diclorometano: Hexano (1:4)

~Evaporac;ao da Acetonitrila

~Residuo Dissoivido em Metanol: Isopropanol: Hid. de S6dio (1:1 1,5)

~Purificac;ao em Fase Salida

~Elui~ao com Metanol

~Evapora,ao do Eluato

~Diluic;ao do Residua SeeD

~CG I EM

FIGURA 2 - PROCEDIMENTO BASICO PARA EXTRAC;;AO, PURIFICA-C;;AO E ANALISE POR CROMATOGRAFIA GASOSAACOPLADA A ESPECTROMETRIA DE MASSA DE DESE ZERANOL, A PARTIR DE FiGADO BOVINO.FONTE: XENOBIOTICOS, 1994

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2.11.1.4 CONTROLE DE QUALIDADE NAS ANALISES

Em cada grupo de amostras analisadas sao feitos as seguintes

tipos de amostras contrale, todas em duplicata: branco de reativQs,

testemunha, testemunha fortificada in vitro com 200 pg/g, denominada

fortificado e testemunha fortificada in vitro com concentra980

desconhecida para a analista, denominada contrale de qualidade. Com

excec;ao da amostra branco de reativDS, as restantes foram adicionados

0,1 ml de solU980 de anabolizante tritiado (=2500 cpm) no come90 da

extrac;ao, com 0 qual, medindo a radioatividade remanescente a uma

allquota do extrato final, determina-s8 a recuperagao obticta pel a

amostra atraves das eta pas de extrac;;ao e purific8c;ao, conforme a

metodologia oficial recomendada (BRASIL, 1992).

2.11.1.5 ANALISE ESTATisTICA

Para a caracteriz8gao da ocorrencia de residuos de determinada

variavel (residuos de DES e zeranol) em carnes obtidas de frigorificos

da Lista Geral dos Exportadores do Brasil, a qual ocorreu "x" vezes

num total de "n" amostras, a ocorrencia p = x/n teve como intervalo de

confian9a p ± 1,96 '!p(1-p)/n para a defini980 de seus Ii mites de

confianya.

2.11.2 METODOS CROMATOGRAFICOS

Segundo DUARTE, SILVA e MEIRELLES (2002) durante os

ultimos anos, tem havido uma tendencia de uso de metod os

cromatograficos, como cromatografia liquida de alta eficiencia (CLAE),

cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (CG - EM) e

cromatografia em camada del gada de alta eficiencia (CCDAF), como

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importantes ferramentas para a analise de ester6ides anabolizantes em

geral.

A lecnica do CG-EM e urna das mais importantes na identificac;c3o

de anabolizantes, vista que combina 0 poder de resolw;ao do

cromat6grafo a gas a alta seletividade do detector de massa, tendo-se

com isso a identificac;c3o de anabolizantes em concentrac;6es muito

baixas ('1g.e-1 ou '1g.kg-1) (SAEED, 1999).

Alguns dos ester6ides anabolizantes e muitos de seus

metab61itos naD exibem born comportamento cromatograficQ,

principalmente devido a grupos hidroxilas ou cetonicos em sua

estrutura, sendo necessaria, na analise da maioria dos ester6ides par

cromatografia a gas, urna previa deriva<;8o. diminuindo a instabilidade

ao calor apresentada pel os anabolizantes (SAEED, 1999).

Pel a derivatizaC;c30, introduz-se na molecula do anabolizantes um

grupo de alto peso molecular, propiciando maior seletividade e

especificidade II tecnica cromatogrilfica (DELAHAUT, 1990).

Entre uma grande quantidade de reagentes descritos para a

derivatizag80 dos grupos hidroxilas dos anabolizantes,

trimetilsilizayao tern side particularmente vantajosa. Metil-

silitriflouroacetamida (MSTFA) au bis-trimetilsililtrifluoro acetamida

(BSTFA) tern sido os reagentes preferencialmente utilizados. No

entanto, os alcoois terciarios nao sao facilmente derivatizados somente

com esses reagentes. Considerando 0 fato de que muitos anabolizantes

apresentam um grupo terciario 17f3-hidraxi, a presenga de um

catalisador e necessaria para derivatizar completamente estes

compostos. 0 TMSI e considerado 0 melhor catalisador (DELAHAUT,

1990).

A cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (CG-

EM) mostrou ser um metoda sensivel e preciso para a determinayao de

residuos de DES em urina bovina. 0 CG-EM tern sido utilizado em

diversos ensaios na analise de metabolitos em fezes, urina e tecidos de

bovines para monitoramento do use de anabolizantes no rebanho

(DELAHAUT, 1990).

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De acordo com MATTOS (1996), a especlromelria de massa e

uma radiografia da moh§cula, representando as fragmentos da mass a

que S8 obtem de urn determinado composto, ap6s ser submetido a urn

impacto eletr6nico.

Varios metodos de cromatografja em camada delgada foram

desenvolvidos para determinar anab61icos na urina, nas fezes e nas

ra'):oes destinadas Ii alimenta92tO de animais. Aplica-se tambem na

pesquisa de residuos em tecidos. Das varias tecnicas, a que passui

sensibilidade suficiente para determinar residuos e a cromatografia em

placa de alia eficiencia (DELAHAUT, 1990).

De acordo com DELAHAUT (1990), a uliliza9ao de cromalografia

em camada delgada de alia eficiencia (CCDAE) permiliu uma

determina<;ao rotineira de varios residuos anab61icos em amostras de

urina bovina, com sensibilidade na faixa de 0,5 para 10 119.k9 -1. 0 usa

de CCOAF tern a capacidade de separar e analisar urn grande numero

de compostos em poucos minutos e com alta resolu~ao, detectando

anabolizanles na ordem de ppb (paries por bilhao) (LONE, 1997).

A cromalografia liquida de alia eficiencia (CLAE) acoplada a

deleclores de ullraviolela (UV), nas analises de residuas de

anabolizantes, tern sido usada como metodo preparativo, ou seja, para

purifica.yao das amostras biol6gicas para posterior aplica.yao de

tecnicas mais sensiveis de detec.yao e quantificat;ao, como CG-EM,

CCDAF, ELISA, RIA (DELAHAUT, 1990).

Atualmente tern side desenvolvido detector de UV mais sensivel

para serem acoplados a CLAE, como 0 deleclor por arranjo de

fotodiodos (DAD), 0 qual possibilila a delec9ao e quanlifica9aa de

residuos de anabolizantes em amostras biol6gicas. Tambem descreveu

urn melodo de CLAE-DAD para analise e idenlifica9ao de 20

substancias com propriedades anabolizantes em amostras de urina com

limile de delec9ao de 5 - 10 ~g.g-1 para diferenles subslancias.

Outro tipo de detector que esta sendo desenvolvido para ser

acoplado a CLAE e aquele por especlramelria de massa (EM). A CLAE

- EM e um metodo de detec.yao e identifica.yao, com baixo limite de

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detec~ao, tendo a vantagem em relac;c3o ao CG-EM par nao haver

necessidade de derivatizar;ao das amostras, diminuindo custos e

possiveis perdas que ocarrem nessa etapa.

DELAHAUT (1990) utilizou CLAE - EM para a determinayao de

metabolitos de trembolona e zeranal em amostras de ffgado e musculo

com limite de detecyao de 0,5 ~g.g-1. De acordo com 0 autor a

principal vantagem desse tipo de metoda para detectyao de residuQs de

anabolizantes e que as amostras naD precisam passar par uma etapa

de derivatizaC;c30, evitando perdas indesejaveis.

2.12 ASPECTOS ECONOMICOS DO USO DE ANABOLIZANTES

A vantagem do usa de anabolizantes utilizados como promotores

de crescimento em bovin~s, de acordo com a prescric;ao do medico

veterinario, e proporcionar 0 aumento na taxa de ganho de peso,

permitindo produzir animais mais pesados no mesmo periodo de tempo.

Com isso, os animais implantados necessitam de menor quantidade de

raC;<3opara produzir 1 kg de carne, pais utilizam forma mais eficiente a

forragem consumida, resultando na produ9ao de maior quantidade de

carne por hectare; conseqC1entemente, 0 rendimento da carca9a e

melhorado, pois os animais implantados produzem carca9as com mais

musculos e menos gordura. As substancias identicas aos hormonios ou

as substancias semi-sinteticas com efeitos hormonais, chamados de

"anabolizantes seguros", sao as substancias mais bem estudadas do

mundo no ponto de vista toxicol6gico. No entanto, a Portaria n051/90

do MARA proibe 0 usc desses anabolizantes, embora esteja provado

que seus residuos na carne nao afetam negativamente 0 consumidor. 0

sindicato dos Pecuaristas de Gado de Corte (SINDIPEC) defende 0 usa

de anabolizantes e os considera como mais um dos insumos

indispensaveis a equiparac;:ao da pecuaria brasileira com a pecuaria

mundial. Isso porque no mercado internacional, 0 Brasil perde em

competitividade para os grandes produtores, embora tenha 0 maior

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rebanho comercial, pOis se recusa a usar esta tecnologia (BRESSAN,

2001).

A Gomunidade Economica Europeia (GEE), que absorve 75% das

exportac;;oes brasileiras de carne 'in natura', exige urn produto isento de

residuQs anab6licos. Dessa maneira, a le9i51a980 brasileira procurou

se adequar a essa proibil'ao. A GEE, devido a sua alta tecnologia e ao

elevado subsidio governamental a produc;;ao agricola e pecuaria, tern

um excesso de produl'ao de carne (BRESSAN, 2001).

Os EUA, que utilizam as anabolizantes em seus rebanhos,

ameac;;am suspender as irnportac;;Oes do Brasil; isso S8 deve, em parte,

a falta de credibilidade ao sistema de controle de residuos feitos aqui.

Na Argentina, as fazendeiros que naD participam com seu produto no

mercado de exportay80 ficam livres para usar anabolizantes, e aqueles

que visam a exportac;;ao ao CEE OU aDs EUA, devem abster-se de usar

anabolizantes. Nesse casa, um veterinario credenciado deve certificar,

sob juramenta, que as animais nao foram tratados com anabolizantes.

o mercado externo aceitou este sistema na Argentina; porem, no

Brasil, isto nao e vista com confianc;:a, pais os criadores brasileiros ja

demonstraram violac;:ao da lei brasileira no caso da aftosa,

comprovados pelos inspetores do CEE, que dizem ter encontrado

irregularidades (BRESSAN, 2001).

Segundo PORTUGUAL (2003) no relat6rio do Plano Naciona1 de

Controle de Residuos referente ao ano de 2003 foi recentemente

apresentado pelas entidades oficiais.

Foram realizadas pesquisas de residuos a tres familias

de compostos:

a) Anabolizantes e outras substancias proibidas: Estilebenos,

Hormonas Tireostaticas, esteroides naturais e sinteticos,

betagonistas, cloranfenicol e nitrofuran os.

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b) Residuos de medicamentos autorizados acima do limite

maximo permitido (LMR): Antibi6ticos e sulfamidas, anti-

hel miticos, coccid iostaticas, tranquiliza ntes, anti-i nflamat6rios.

c) Contaminantes (Poluentes): Organofosforados,

organoclorados, PCBs, metais pesados, dioxinas, rnicotoxinas

e corantes.

De acordo com as dados foram realizadas 8 000 amostras de

bovinos, sui nos, leite, coelhos, aves (galinhas, frangos, codornizes,

perus, patos), peixes de aquicultura.

Resultados positiv~s:

• 23 casas positivQS para as residuos pesquisados em a), num

total de 1763 amostras recolhidas em carnes;

• 3 casas positiv~s para os residuos pesquisados em b), num

total de 1870 amostras recolhidas em carnes;

• 1 casa positiv~ para as contaminates pesquisados em c), num

total de 60 amostras de leite;

o reiat6rio refere ainda a crise desencadeada pelo aparecimento

e detecc;ao de nitrofuranos, foram colhidas 1464 amostras, das quais

346 deram um resultado positiv~, ou seja, mais de 20% de testes

positivos. Em consequencia destes resultados, resultaram

176 sequestros em explorac;6es animais e instaurados processos de

condenac;ao.

Segundo BRASIL (1994) 0 mercado interno de carnes no Brasil

consome cerca de 90% da produc;ao anual e nacional de carne (4300

mil ton); por outr~ lado, exportamos aproximadamente 10% desta

produc;ao (400 mil ton.). Esta situac;ao demonstra que, embora

possuindo 0 maior rebanho bovino comercial do mundo, a pecuaria de

corte no Brasil apresenta valores baixos de taxa de desfrute (18%) e

idade avan,ada de abate (4,5 anos). Entretanto, os resultados obtidos

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com 0 usa dos anabolizantes tem demonstrado uma mel haria

significativa na produtividade da pecuaria de corte. Portanto, a solUf;ao

brasileira, para atender as necessidades do mercado interne e asexigencias do mercado externa, em especial a Uniao Europeia, seria

juntar as esforyos do Governo (Federal e Estadual), das Industrias

(fabricantes e frigorificos). dos produtores e dos Centros de Pesquisa,

para 0 contrale eficiente do usa dos anabolizantes, com 0 conseqOente

aumento de produ9ao e melhoria da produtividade pecuaria brasileira e

a manutenc;ao de nossas exportac;oes de carne no mercado externo.

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3 CONCLUsAo

Portanto como os anabolizantes sao de uscs proibidos no Brasil,

mas sao permitidos em Qutros paises. Assim eles entram em nosso

territ6rio via contrabando pelo Paraguai.

E como inumera desafios que temos no Brasil, certamente 0 de

acabar com a insustentabilidade social. Usa-58 de diversas formas para

enganar as autoridades. E como a fiscalizat;:Elo e baixa, muitos dos

animais que nao foram fiscalizados, podem ser os produtos que estao

na mesa do pavo brasileiro.

Portanto este trabalho tern 0 intuito de alertar sabre 0 problema

do usa de anabolizantes de forma ilegal no Brasil, e tambem

demonstrar que existem varias maneiras de detectar estas fraudes que

alguns produtores utilizam.

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ANEXOS

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ANEXO 1 - INSTRU<;;AO NORMATIVA W. 10 - 27 DE ABRIL DE 2001

o MINISTRO DE ESTADO DA AGRICUL TURA E DO

ABASTECIMENTO, no usa de atribui90es que Ihe canfere a art. 84,

paragrafo unico, i~ciso 11, da Constituic;ao, tendo em vista 0 disposto no

Decreta-Lei nO 467, de 13 de fevereira de 1969, no Decreta nO 1.662,

de 25 de outubro de 1995, e 0 que cansta no Processo nO

21000.004358/2000-90.

Considerando os ricos e agravos a saude humana, em

decorrencia do usa de anabolizantes na pecuaria bovina, a

obrigatoriedade de garantir a seguranc;a e a competitividade dos

alimentos de origem animal, e a imperiosidade da pesquisa e das

modais tecnol6gicas de ponta no incremento da produc;ao e

produtividade animal resolve:

Art. 1. Proibir a importac;c3o, a produc;ao, a comercializ8C;80 e 0

usa de substancias naturais au artificiais, com atividade anabolizante,

ou mesma Qutras dotadas dessas atividades, mas desprovidas de

carater hormonal, para fins de crescimento e ganho de peso em

bovinos de abate.

Art. 2. Facultar a importayao, a produyao, a comercializayao e 0

uso de anabolizantes hormonais ou assemelhados, naturais ou

sinteticos, co atividades estrogenica, androgenica e progestagenica,

exclusivarnente para fins terapeuticos, de sincronizar;ao do estro, de

transferencia de embri6es, de melhoramento genetico e de pesquisa

experimental em medicina veterinaria.

§ 1° Os usos facultados neste artigo nao se aplicam aos

compostos anab61icos nao esteroidais.

§ 2° A pesquisa cientifica, envolvendo anabolizantes de uso

pecuario, depende de previa autorizar;ao do Departamento de Defesa

Animal, da Secreta ria de Defesa Agropecuaria do Ministerio.

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40

§ 3° A autorizayao para a pesquisa experimental somente sera

concedida as institui<;oes de pesquisa devidamente reconhecidas.

§ 4° A comercializa98o e a aplicayao dos produtos veterinarios

mencionados no art. 2°, so mente serao permitidas mediante prescriyao

e orienta9aO de medico veterinario.

Art. 3. Antes de sua comercializac;ao os importadores e

fabricantes das substancias de que trata esta Instruyao Normativa

ficam obrigados a comunicar a Coordenayao de Fiscaliza9~10 de

Produtos Veterinarios, do Departamento de Oefesa Animal, da

Secreta ria de Defesa Agropecuaria/MA, 0 numero do late, a quantidade

importada au produzida e as datas de fabrica9<30 e de vencimento de

cada partida.

Art. 4. 0 Servic;o de Inspec;ao Federal, do Departamento de

Inspe9ao de Produtos de Origem Animal, da Secreta ria de Oefesa

Agropecuaria/MA, quando da inspe980 "ante-mortem", efetuara exame

dirigido a verifica9ao de indicios da presen9a de anabolizantes

implantados em bovin~s, devendo nos casos de Suspei9ao col her

amostra de urina e encaminhar para analise nos laboratorios oficiais au

credenciados. Paragrafo unico 0 late de animais suspeitos devera ser

retida e apreendido ate a conclusao da analise laboratorial, ficando as

despesas as expensas do proprietario.

Art. 5. Rotineiramente deverao ser colhidas amostras em bovinos

vivos e em abatidos, de acordo com 0 disposto no Plano Nacional de

Controle de Residuos em Produtos de Origem Animal - PNCR.

Paragrafo unico. Casa as amostras de ratina colhida de bovinos

vivos resultarem positivas para anabolizantes, serao adotados os

procedimentos descritos no art. 7°, § 3° e no art. 8°, desta Instrugao

Normativa.

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Art. 6. Comprovada a presen9a de anabolizantes, serao adotados

as seguintes procedimentos:

Antes do Abate - 0 abate sera sustado e as bovinos identificados

de forma permanente com a marca oficial, nas condigoes estabelecidas

no art. 15 desta Instruy80 Normativa, permanecendo em local indicado

pelo proprietario e nao poderao ser movimentados para quaisquer fins,

durante 0 periodo de 06 (seis) meses, contados a partir da notificag80

do resultado da analise laboratorial ao proprietario;

Apos 0 Abate - As carca9as e visceras serao obrigatoriamente

incineradas.

Paragrafo unico. As despesas decorrentes dos procedimentos

acima mencionados correrao par conta do proprietario dos anima is.

Art. 7. 0 rebanho de procedencia do late de animais no qual se

comprovou, em matadouro, 0 usa de substancias anabolizantes, devera

ser investigado e submetido a exames complementares devenda ser

colhidas amostras para analise laboratorial, ficando 0 rebanho

interditado ate a conclusao das analises.

§ 1° Para efeito de avaliavao de risco e de amostragem, os

animais seraa classificados par categoria, especie, idade, sexo e

finalidade.

2° No caso das analises resultarem negativas para

anabolizantes, 0 rebanho sera liberado.

§ 3° Comprovada a presenva de anabolizantes, 0 lote de animais

pertencentes a categoria amostrada sera identificado de forma

permanente co a marca oficial, nao podendo haver movimentavao pelo

periodo de 6 (sels) meses, contados a partir da data de notificavao do

resultado da analise laboratorial ao proprietario.

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Art. 8. Quando 0 laudo laboratorial caracterizar a presenya de

anabolizantes do Grupo Estilbeno (Hexestrol, Dienestrol e

Dietilestilbestrol), 0 late de bovinos sera abatido compulsoriamente, no

prazo de 15 (quinze) dias, contados a partir da data de notificayao do

resultado da analise laboratorial ao proprietario, naa pedendo as

carc89as dos animais abatidos destinarem-se ao consumo humano e

animal devendo ser incineradas.

Art. 9. A liberayao do lote de animais, referida no § 2°, do Art. 7°,

desta InstrugEio Normativa, somente sera concretizada ap6s

confirmagEio do resultado negativo para a presen9a de residuos de

anabolizantes.

Paragrafo' unico. As analises anteriormente referidas serao

custeadas pelo proprietario dos animais.

Art. 10. Fica assegurado ao proprietario dos animais requerer

analise de contraprova, dentro do period a de 15 (quinze) dias, apos a

notificayao do resultado laboratorial, que pod era indicar tecnico

especializado para acompanhar os trabalhos, ficando os custos das

analises as suas expensas.

Art. 11 Os estabelecimentos de abate ficam impedidos de efetuar

a matanya de bovinos identificados co a marca oficial mencionada

nesta Instruyao Normativa, sujeitando-se apurayao de

responsabilidades, exceto se os animais estiverem acompanhados de

Certificado Oficial para abate, 0 qual sera anexado a Guia de Transito

Animal.

Art. 12. Os estabelecimentos de abate, por ocasiao de recepyao

dos animais, exigirao dos proprietarios ou fornecedores declarayao

consignando que nao foram utilizada, nos bovin~s, nenhuma das

drogas anab61icas proibidas por esta Instruyao Normativa.

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Art. 13. As analises de residuos de anabolizantes, em amostras

de animais abatidos ou colhidos de bovinos vivos, serao realizadas

pelos laboratorios oficiais do Ministerio da Agricultura e do

Abastecimento au seus credenciados.

Art. 14. Comprovado 0 naD atendimento das normas constantes

desta Instruyao Normativa, incumbe ao Ministerio da Agricultura e do

Abastecimento, e subsidiariamente aDs 6rga05 envolvidos na vigilancia

sanitaria animal, adotar as medidas administrativas pertinentes, com a

responsabiliza92o dos proprietarios dos animai, bern como dos

respons8veis pela aplicayao e comercializayao das substancias

proibidas, cominando-Ihes penas administrativas, bern como a adoryao

das providencias necessarias a apurac;ao das respensabilidades civil e

penal.

Art. 15. Os bovinos do lote no qual foi comprovada a utilizac;ao

das substancias anabolizantes de que trata esta Instruc;ao Normativa,

serao marcados a ferro candente, no lado esquerdo da cara, com a

marca oficial, que consiste na letra "A", mantida um circulo de 8 (oite)

centimetros de diametro.

Art. 16. Fica revogada a Porta ria n' 51. de 24 de maio de 1991.

Art. 17. Esta Instruc;ao Normativa entra em vigor na data de sua

publical'ao.