Transcript

Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Junho/Julho de 2015 1

Versão Publicação do Sindicato dos Jornalistas Profi ssionais do RSRua dos Andradas, 1270/133 - CEP 90.020-008Ano 23 - Nº 146 - Junho/Julho de 2015 - Porto Alegre

dos Jornalistaswww.jornalistas-rs.org.br

Entidade leva denúncia de assédio à Assembleia Legislativa

Profi ssionais recordam projeto inédito em televisão

sindicAto resgAte

Aos 74 anos, Dirceu Chirivino é guardião da memória

Quem são os deputados a favor dos jornalistas

PerFil

Pec do diPlomA

Página 8

Página 6

Página 3

Páginas 4 e 5

Página 7

Na imagem ao lado, propaganda do Jornal Meridional, que foi ao ar em 1986, no período caracterizado como o da redemocratização do país

Os caminhos para a recuperação doMuseu de Comunicação Hipólito José da Costa

Foto: roBinSon eStraSuLaS

Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Junho/Julho de 20152

Atendimento

Versão dos Jornalistas é uma publicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS). Rua dos Andradas, 1270/133 – Centro Histórico – Porto Alegre, RS – CEP 90020-008Fones: (51) 3226-0664 - www.jornalistas-rs.org - [email protected]

Edição: Jorge CorreaEdição executiva e reportagem: Bruna Fernanda SuptitzEdição de Fotografia: Robinson EstrásulasDiagramação: Luís Gustavo Schuwartsman Van OndheusdenImpressão: Gráfica PioneiroTiragem: 3 mil exemplares

Diretoria ExecutivaPresidente - Milton Simas1º Vice Presidente - Luiz Armando Vaz2ª Vice Presidenta - Vera Daisy Barcellos1º Secretário – Ludwig Larré2ª Secretária – Márcia de Lima Carvalho1º Tesoureiro – Robinson Luiz Estrásulas2º Tesoureiro - Renato BohuschSuplentes - José Maria Rodrigues Nunes e Luiz Salvador Machado Tadeo

Diretoria GeralCelso Antonio Sgorla, Fernando Marinho Tolio, Carlos Alberto Machado Goulart, Cláudio Fachel Dias, Elson Sempé Pedroso, Mauro Roberto Lopes Saraiva Junior, Léo Flores Vieira Nuñez, Alan da Silva Bastos, Jeanice Dias Ramos, Jorge Luiz Correa da Silva, Márcia Fernanda Peçanha Martins, Ana Rita Marini, Clarissa Leite Colares, Neusa Nunes, Pedro Luiz da Silveira Osório

Conselho FiscalCelso Augusto Schröder, José Carlos de Oliveira Torves, Antonio Eurico Ziglioli Barcellos, Adroaldo Bauer Spindola Correa, Cláudio Garcia Machado

Comissão de ÉticaAntônio Silveira Goulart, Antônio Carlos Hohlfeldt, Carlos Henrique Esquivei Bastos, Cristiane Finger Costa, Flávio Antônio Camargo Porcello, José Antônio Dios Vieira da Cunha, Celestino Meneghini, Edelberto Behs, Sandra de Fátima Batista de Deus, Marcos Emilio Santuário, Moisés dos Santos Mendes

Versãodos Jornalistas

Filiado:

editoriAl

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) firmou con-vênio com o advogado e pro-fessor Landro Oviedo (OAB-RS 62702) para proporcionar um serviço de apoio aos jornalis-tas na área cível. O profissional estará disponível na sede do Sindicato, nas segundas-feiras, das 13 às 14h, para suporte em questões envolvendo dano mo-ral, família, cobrança, telefonia, consumidor, entre outros te-mas. O atendimento será feito por ordem de chegada. É mais uma iniciativa do SINDJORS em prol da categoria.

Assessoria jurídica cívelna entidade

Nos últimos meses, o jornal da nos-sa entidade abordou a preservação da memória da imprensa, mostrando a importância do tema para a sociedade e, principalmente, para os jornalistas. Criar a consciência de que um dia fa-remos parte da história é fundamental para que nos mobilizemos como cate-goria em prol da conservação do pa-trimônio construído por nós e nossos colegas por meio de reportagens para mídias impressas, televisão, rádio, fo-tografias e, mais recentemente, web-jornalismo.

A série de reportagens sobre o Mu-seu de Comunicação Hipólito José

da Costa é um alerta para o risco de perda de um acervo com alto valor histórico para a comunidade que dele se utiliza na busca de referência para a identificação do processo de desen-volvimento social, realizado a partir da análise dos fatos registrados pela imprensa.

Esta edição do Versão dos Jorna-listas traz ainda outras dois textos que tratam da história do Jornalis-mo no Rio Grande do Sul. Um deles é a recuperação da história do Jornal Meridional, telejornal exibido pela Rede Pampa nos anos que seguiram o fim do regime militar. Com espa-

ço na mídia e vontade de seguir os preceitos mais básicos da profissão, um grupo que mesclava repórteres recém-formados e colegas com mais tempo de profissão marcou por um novo perfil de cobertura dos aconte-cimentos num momento importan-te como o de reabertura política no país.

Também falando em memória, o perfil deste mês traz uma referência na preservação de arquivos fotográfi-cos da imprensa gaúcha. Dirceu Chi-rivino que com mais de cinco décadas de profissão se dedica ao minucioso trabalho de cuidar dos registros de

imagem do jornal Correio do Povo. É uma eferência aos colegas que convi-veram com ele.

Como estamos em período de ne-gociação coletiva, repassamos à ca-tegoria a nossa pauta, resultante de decisão da assembleia, e as conversa-ções com os dirigentes as entidades patronais. Como sempre, a crise é uti-lizada pelo empresariado para limitar os ganhos somente ao percentual do INPC. As demais cláusulas dependem da mobilização da categoria.

Milton SimasPresidente do SINDJORS

Memória da imprensa nas mãos dos jornalistas

Sindicato participa de ato em defesa dos trabalhadores

No dia 29 de maio, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) aderiu ao Dia Nacional de Paralisação e Manifestações contra a Terceirização, as Medidas Provisórias 664 e 665 e o Ajuste Fiscal e em Defesa dos Direitos e da Democracia. As atividades foram realizadas em todo o país como forma de intensificar a luta da classe trabalhadora.

Foto: Jorge Correa

Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Junho/Julho de 2015 3

sindicAto

Diretores do SINDJORS ministram palestra na Semana Acadêmica da Urcamp

Desde o início do ano, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) acompa-nha o relato de servidores de carreira da Fundação Piratini (TVE e FM Cul-tura), que estão enfrentando proble-mas de relacionamento com chefias e funcionários em cargos comissiona-dos da instituição.

A partir das deliberações em as-sembleias com os servidores, a enti-dade que representa os profissionais da comunicação buscou solucionar o problema de maneira diplomática, em reuniões com a presidenta da Funda-ção, Isara Marques, e com o diretor geral da Secretaria de Comunicação

do Estado, Orestes de Andrade Jr.Orientados a levar o caso ao Con-

selho Deliberativo da instituição, os diretores do SINDJORS obtiveram como resposta que se trata de casos pontuais. Sem avanço com essas ten-tativas, a entidade recorreu à Comis-são de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa, em audiência no dia 3 de junho.

Na apresentação do caso, o pre-sidente do Sindicato, Milton Simas, lamentou que os profissionais sejam rotulados e julgados pela condição de concursados e por sua orientação po-lítica. Em alguns casos, os depoimen-tos de colegas se referem à falta de

Denúncia de assédio moral na TVE é apresentada a deputados estaduais

motivação para retornar ao trabalho, adoecimento físico e psicológico, que afetam as relações pessoais e sociais.

Simas solicitou a criação de um gru-po de trabalho para dar encaminha-mento ao caso. O SINDJORS entende que cabe ao empregador oferecer boas

condições de trabalho em um ambiente que evite o adoecimento físico e men-tal, assédio moral, entre outros pro-blemas que possam resultar do mau relacionamento com seus empregados. A CCDH comprometeu-se em encami-nhar a questão ao governo do Estado.

Parlamentares manifestaram solidariedade à denúncia apresentada pelo Sindicato

Fotojornalismo e ética profissional foram temas abordados em conversa com estudantes

Avança campanha de negociação

A campanha de negociação coletiva 2015 do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) está em andamento desde o mês de abril, quando a assem-bleia geral da categoria defi-niu a pauta de reivindicação, que foi entregue aos sindicatos que representam a patronal no mesmo mês. Mais objetiva em relação às principais demandas da categoria, a pauta de des-te ano é composta de 12 itens, além do interesse em alterar a data-base para 1º de maio, Dia do Trabalhador.

Entre os pontos de destaque da nova pauta está a proposta de um piso unificado entre Capital e interior do Estado no valor de R$ 2.600,00, além do reajuste do INPC no período (8,76%) e aumento real de 4% para todos os salários.

Também compõe a lista a exigência de vale-refeição di-ário no valor de R$ 25,00 e a implantação do vale-cultura, benefício do governo federal, que pode ser utilizado pelo tra-balhador no consumo de bens e serviços culturais. Esses dois itens foram os mais votados na pesquisa realizada junto aos co-legas no início do ano.

A 20ª Semana Acadêmica do curso de Comunicação Social da Universida-de da Região da Campanha (Urcamp), em Bagé, contou com a participação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS). O encontro aconteceu no dia 9 de junho e contou com as presenças do presidente da entidade, Milton Simas, e do diretor Elson Sempé Pedroso, professor da PU-CRS e assessor de imprensa da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Em sua palestra, Sempé abordou as técnicas e conceitos do fotojornalismo. “A fotografia é muito maltratada den-tro do jornalismo. A impressão que se tem é que qualquer um faz, mas na verdade não é bem assim", observou. Simas destacou a aproximação do Sin-dicato dos Jornalistas com as universi-dades. "É no meio acadêmico que estão nossos futuros profissionais. Nós, que lutamos tanto pela obrigatoriedade do diploma, precisamos valorizar quem está buscando o seu", salientou.

Bagé pode exigir diploma para atuação no serviço público

No dia seguinte, um projeto de lei (PL) foi protocolado na Câmara Munici-pal de Bagé pela vereadora Teia Pereira (PT), exigindo a obrigatoriedade do di-

ploma de jornalismo para atuar em ór-gãos públicos no município.

Conforme a iniciativa, a admissão de pessoal somente contemplará quem te-nha concluído curso superior de jorna-lismo. Ou seja, somente profissionais di-plomados poderão atuar no Executivo e no Legislativo, seja para vagas oriundas de concurso público, seja mesmo para cargos em comissão (CCs).

Em sua justificativa, a proposta fri-sa que “não faz sentido admitir que o próprio Estado desestimule a reflexão acadêmica em um país que avança sig-

nificativamente no campo educacional, assim como não estabelecer critérios para a ocupação de vagas de uma ati-vidade profissional que tem seus movi-mentos refletidos diretamente na forma de pensar e agir da população”.

O PL passará pela análise das co-missões permanentes do Legislativo. Somente após será levado ao plenário. Caso aprovado pelos vereadores e san-cionado pelo prefeito, passará a aplicar suas determinações aos processos de admissão em curso e ainda não concre-tizados.

Encontro de assessores na Serra

Assessores de imprensa de Caxias do Sul realizaram no início do mês de junho um encontro para troca de experiências sobre a profissão e o mercado de trabalho. O even-to foi promovido pela Delegacia Regional da Serra do Sindicato dos Jornalistas Profissio-

nais do Rio Grande do Sul (SINDJORS) e contou com a participação do presidente da entidade, Milton Simas. Também estavam presentes a diretora Márcia Carvalho, o dele-gado regional Roberto Carlos Dias e colegas da área.

Foto: Luiz MoreM/agênCia aLrS

Foto: JeFerSon Vainer/urCaMp

Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Junho/Julho de 20154

históriA dA comunicAção

Direção do Musecom apresenta plano emergencial para manter estruturaNas duas edições anteriores do Versão dos Jornalistas, apresentamos ao leitor o Museu de Comunicação Hipólito José da Costa (Musecom), começando pela história da sua criação. Apresentamos os setores que abrigam o acervo da imprensa

gaúcha e brasileira e as atividades desenvolvidas na instituição, além de abordar as dificuldades que enfrenta em função do descaso em sua estrutura física e defasagem no quadro de pessoal.Nesta terceira reportagem sobre o Musecom, mostramos

as propostas de intervenção apresentadas ao governo do Estado para a manutenção da estrutura do prédio e as possibilidades de recuperação do acervo, que hoje sofrem com a falta de investimento em recursos adequados para sua conservação.

"Qual o valor do acervo do Mu-seu de Comunicação para os jorna-listas?", indaga o coordenador da 1ª Região Museológica do Sistema Es-tadual de Museus do Rio Grande do Sul, Marcelo Cavalcanti. "A memó-ria não é só da imprensa, mas tam-bém de quem a produz", destaca.

Cavalcanti é jornalista, especia-lista em Museologia e atua no Pla-netário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele lembra que a conservação do mate-rial que o Museu de Comunicação Hipólito José da Costa (Musecom) abriga interessa às empresas de co-municação, mas também aos res-ponsáveis pelo conteúdo. "Um dia vamos ser história", destaca.

Com este apelo, Cavalcanti pre-tende alertar a parcela da socieda-de formada pelos profissionais da comunicação da grave situação en-frentada pelo Musecom, cujo acer-vo corre real risco de deterioração e perda. Dentre os fatores, destacam--se a variação da umidade e da tem-peratura.

"O grande problema é a falta de climatização do acervo", observa. Após visita para verificar a situação do museu, Cavalcanti aponta que a hemeroteca, conjunto organiza-do ou coleção de periódicos (revis-tas/jornais), se encontra em estado mais grave. Ele explica que mesmo o papel de jornal tendo resistência, a agressão sofrida pelo meio, seja pela alta umidade do ambiente, seja pelo eventual contato com água da chuva que atinge o setor através de goteiras, acaba resultando em pre-juízo ao material.

A técnica em restauração do De-partamento de Obras Raras da Bi-blioteca Central da UFRGS Lorete Mattos, especialista em conservação

de obras em papel, lembra que as dificuldades enfrentadas pelo Mu-secom fazem parte de um histórico. "É um museu com muito potencial, sendo inadmissível que esteja nes-sas condições hoje", observa.

Presidenta da Associação de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais do Rio Grande do Sul (Acor-RS), Lorete cita uma ofi-cina sobre gerenciamento de riscos realizada em 2008 no Museu de Co-municação por reunir material di-versificado e precisar de interven-ção. "Naquela época, apontamos o risco ao acervo de maneira muito séria. É preciso fazer plano amplo, do prédio às coleções. Têm coisas que estão só ali", alerta.

Para Cavalcanti, o que se obser-va no Musecom é a necessidade imediata de estancar o problema, para, em um segundo momento, se buscar a melhora das condições de acervo, que passa especialmente pela digitalização e catalogação do material que a instituição abriga. "É um acervo praticamente único, que com o passar do tempo adqui-re status de documento histórico", defende. A mesma opinião é com-partilhada por Lorete: "O objetivo da digitalização é evitar o manuseio do original".

Em decisão tomada em assem-bleia, a 1ª Região Museológica irá apresentar uma moção de apoio aos museus estaduais, com ênfase ao Museu de Comunicação Hipólito José da Costa devido às precárias condições em que se encontra. "O governo estadual tem responsabi-lidade com aquilo que é público. Como gestor, o Estado tem que prover os recursos cabíveis para o bom funcionamento dessas insti-tuições”, conclui Cavalcanti.

Sociedade está atenta ao problema

Telhado é uma das áreas comprometidas

Victorino (D) entregou relatório sobre Museu ao Secretário da Cultura, Victor Hugo da Silva

Cavalcanti avalia estrago causado pela chuva

É um museu com muito potencial,

sendo inadmissível

que esteja nessas

condições hoje

É um acervo praticamente

único, que com o passar

do tempo adquire status de documento

histórico

Lorete Mattos, especialista em conservação de obras em papel

Marcelo Cavalcanti, jornalista e

especialista em Museologia

FotoS: DiVuLgação/MuSeCoM

Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Junho/Julho de 2015 5

Direção do Musecom apresenta plano emergencial para manter estruturaProposta é criar identidade da instituição

Com a proposta de convidar a pen-sar soluções para o Musecom todos aqueles que compõem a instituição, o diretor Yuri Victorino busca estrutu-rar a entidade. "Devemos nos conhe-cer primeiro, conhecer os colabora-dores e o Museu", defende o gestor.

Victorino é jornalista na TVE, ce-dido pela Fundação Piratini para a Secretaria Estadual da Cultura, tem formação em Arquivologia pela Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e estuda Museologia na mesma instituição. Para ele, o fato de não se ter uma linha de trabalho a ser desenvolvida no museu tem um lado positivo: junto com a equipe, é possível criar uma identidade própria. "Todos nós integramos o mesmo fazer. É assim que pretendo trabalhar", destaca.

A partir desta integração com os funcionários de carreira, terceirizados e estagiários, construiu-se um rela-tório sobre a atual situação do Muse-com, que propõe soluções para os ca-sos mais urgentes. Com o título Plano Emergencial de Viabilização do Mu-seu de Comunicação Hipólito José da Costa, o material foi protocolado em maio e entregue ao Secretário Estadu-al da Cultura, Victor Hugo da Silva.

"O diagnóstico serve como um re-latório do que é necessário se fazer", explica Victorino. No seu entendi-mento, uma vez protocolado este do-cumento, o governo do Estado passa a estar ciente dos problemas enfren-tados pelo Musecom. "Ciente, ele é responsável", continua, explicando que a legislação exige do gestor a pre-servação do patrimônio histórico ma-terial e imaterial.

Este mesmo material, construído a partir de pareceres técnicos, apre-senta diagnósticos da estrutura física, organizacional, conservação e preser-vação dos acervos, além de relato dos próprios funcionários sobre deman-das específicas de cada setor, como a climatização e digitalização dos acer-vos. Do relatório, Victorino faz uma ressalva: "É o mínimo que se tem que fazer para manter a estrutura".

Busca por novos parceirosAo mesmo tempo em que aponta

problemas, o diretor do museu propõe caminhos para sua solução. "É obvio que isso demanda recursos, mas é importante que se entenda o recurso emergencial infimamente pequeno na contrapartida que tu vais ter ao longo

do tempo", defende. Com essa visão, Victorino busca mostrar ao governo do Estado que investir neste momen-to pode significar uma economia no futuro e, quem sabe, convidar a rever as prioridades. "Porém, não vejo isso como uma possibilidade imediata, o que me preocupa", desabafa.

Daí então surge a proposta de bus-car contrapartidas com aqueles que usufruem do Museu. Considerando que o principal acervo da instituição é resultado do trabalho diário das empresas de comunicação, o diretor acredita que elas também deveriam auxiliar na manutenção dos seus ar-quivos. Situação semelhante ele ob-serva em relação às universidades, que poderiam aproveitar melhor o espaço que a entidade oferece para a realização de encontros e atividades acadêmicas, justamente com a pro-posta de conscientizar para a impor-tância do espaço.

Para orientar o uso do acervo e buscar, de maneira imediata, dimi-nuir um problema, o número diário de pesquisadores que acessam o setor de impressos foi reduzido. Mas ainda

falta o entendimento, por parte dos alunos e das próprias universidades, de que o manuseio dos jornais deve ser feito com luvas apropriadas e que o número de registros fotográficos do material também deve ser controla-do. "Estamos mutilando o original de tanto folhear", lamenta Victorino.

Entidade expõe pontos fortesColocando em prática o conceito

de ciência da informação, na qual se trabalha a integração das áreas de co-nhecimento que constituem um todo, o jornalista, arquivista e museólogo Yuri Victorino defende que a impor-tância do Museu de Comunicação se destaca sobre as demais unidades de memória do Estado pela diversida-de da tipologia que abriga. "Aqui se guarda o fazer da sociedade", alega. O diretor lembra que o patrimônio do Musecom cresce e se renova, sem deixar de ser permanente, mantendo estudo sobre o objeto por muito tem-po. "É uma característica única dessa instituição", defende.

E justamente para atrair a atenção da sociedade é que o gestor faz ques-

tão de mostrar a realidade em que a entidade se encontra. "Trabalhamos também a retomada da visibilidade positiva da instituição", explica. "A comunicação faz parte da nossa vida, e a ciência da informação pretende fazer com que a população identifi-que isso", destaca.

Para o presente, Victorino identifi-ca a necessidade de estancar os prin-cipais problemas que atingem a es-trutura física e o acervo do Museu de Comunicação Hipólito José da Costa. Em médio e longo prazos, a proposta é estabelecer um plano museológico que funcione como norteador do con-ceito da instituição. A ideia é que até o início do próximo ano esta proposta esteja formulada. "O plano museal da instituição vai embasar a possibili-dade de se concorrer a outras linhas de financiamento", informa. "Até lá a proposta de gestão é o olhar interno, para nos reconhecermos no sentido de reestruturar administrativamen-te e organicamente nossa estrutura, para saber se condiz com a realidade hoje e buscando uma perspectiva de futuro" conclui.

Diretor Yuri Victorino defende investimento estatal,

mas reconhece dificuldade

Foto: Bruna FernanDa Suptitz

Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Junho/Julho de 20156

Pec do diPlomA

A Proposta de Emenda Constitucio-nal (PEC) que prevê o retorno da obri-gatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão ainda não foi votada. A pauta foi desengavetada no início deste ano e estava prevista para ir a plenário na Câmara dos De-putados em 7 de abril, quando se co-memora o Dia do Jornalista, o que não aconteceu.

O Sindicato dos Jornalistas Profis-sionais do Rio Grande do Sul (SIND-JORS) tem mantido contato perma-nente com todos os parlamentares da bancada gaúcha. A maioria garantiu apoio à pauta. Aos representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e de Sindicatos da categoria, o presidente da Câmara dos Deputa-dos, Eduardo Cunha (PMDB), mani-festou seu interesse pela aprovação.

Inicialmente, a PEC em pauta na Câ-mara dos Deputados era a 386/2009, do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que posteriormente foi apensada à PEC 206/2012, do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), já aprovada pelo Senado. Em tramitação na Câmara há mais de cinco anos, considera-se que já existe acúmulo de debate e que o tema está pronto para ir à votação.

Maioria dos deputados gaúchos é favorável ao diploma para jornalistas

serviços do sindicAto

CaRTEIRaS NaCIONal E INTERNaCIONal DE JORNalISTa

Carteira de Jornalista NacionalPrevista pela lei n.º 7.084, de 21 de

dezembro de 1982, a carteira nacional de jornalista é documento de iden-tidade pessoal e profissional, válido em todo o território nacional por três anos e só poderá obtê-lo o jornalista que tenha registro profissional no Mi-nistério do Trabalho e Emprego. O do-cumento é emitido pelos Sindicatos de Jornalistas nos estados.

Emissão da 1ª via• Cópia da carteira de identidade• Cópia do diploma (para profissionais diplomados)• Cópia da carteira de trabalho (página de rosto e página do regis-tro profissional)• 2 fotos 3x4• Para funções específicas: xerox do histórico escolar do Ensino MédioTaxa equivalente à confecção da carteira• Para quem deseja se sindicalizar - taxa equivalente à primeira mensalidade mais R$ 85,00• Jornalistas inadimplentes com a tesouraria - R$ 170,00

• Jornalistas não-sindicalizados - R$ 340,00

Renovação - a cada três anos• Cópia da carteira de trabalho (página de rosto e página do regis-tro profissional)• Cópia do diploma (para profissionais diplomados)• 1 (uma) foto 3x4Taxa equivalente à confecção da carteira• Jornalistas sindicalizados - R$ 85,00• Jornalistas inadimplentes com a tesouraria - R$ 170,00• Jornalistas não-sindicalizados - R$ 340,00a sindicalização não é obrigatória, e sim opcional.

Carteira de Jornalista InternacionalA carteira internacional de jornalis-

ta é fornecida pela Federação Interna-cional de Jornalistas (FIJ) e emitida pela Federação Nacional dos Jornalis-tas (FENAJ). Para obtê-la, por exigên-cia da FIJ, o jornalista precisa ser sin-dicalizado e preencher um formulário fornecido pelos Sindicatos. A carteira tem validade de dois anos. O prazo de entrega é de 30 dias úteis após enca-minhamento.

A carteira internacional é o documento de identificação do jornalista no exterior. O titular da cédula internacional tem benefícios no ingresso de cinema, museus, espetáculos, entre outros, de acordo com a regulamentação de casa país. Outra finalidade do documento é facilitar o acesso às entidades sindicais filiadas à FIJ e a eventos profissionais. Dessa forma, fica mais fácil encaminhar a solução de problemas que possam surgir quando o jornalista está em outro país.

Cópia da carteira nacional em dia• Taxa de € 50 (euros)• Cópia do diploma (para profissionais diplomados)• Cópia da carteira de trabalho (página de rosto e página do registro profissional)• 1 foto 3 x 4

Renovação a cada dois anos:• Cópia da carteira nacional em dia• Taxa de €50 (euros)• Cópia do diploma (para profissionais diplomados)• Cópia da carteira de trabalho (página de rosto e página do registro profissional)• 1 foto 3 x 4

Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Junho/Julho de 2015 7

resgAte

O ano era 1986 e o jornalismo no Bra-sil estava reaprendendo a comunicar sem ter que se preocupar com as imposições da censura. A redemocratização pro-porcionou uma liberdade de expressão inexistente nas duas décadas anteriores, mas expôs os setores que ainda se manti-nham presos ao modo de pensar do regi-me militar. Em especial, a imprensa.

Nesse contexto, uma experiência pio-neira nasceu em uma emissora de tele-visão gaúcha. Com apoio financeiro do recém-criado Banco Meridional e com o aval da Rede Pampa, foi ao ar, no dia 12 de maio daquele ano, a primeira edição do Jornal Meridional. "As grandes redes estavam amarradas ao modelo anterior", avalia o jornalista Flávio Porcello, âncora do programa. Este, na sua interpretação, é o motivo pelo qual um canal menor teve melhores condições para exercer o jornalismo com liberdade editorial.

Para ele, a inovação do produto apre-sentado ao público gaúcho estava no equilíbrio entre informação e opinião. Ao lado da jornalista Cláudia Nocchi e contando com o apoio de uma equipe formada por mais de 40 profissionais, o telejornal produzia grandes reporta-gens, promovia debates com membros da sociedade que nem sempre se viam representados pela mídia e reservava espaço para colunistas de diferentes áreas dialogarem com o público.

A proposta do programa foi ideia do jornalista Paulo Martinbianco, o Pau-lão, já falecido. Com experiência profis-sional no Rio de Janeiro e em São Pau-lo, ele propôs a realização de um novo formato de produção de conteúdo, pen-sado exclusivamente para a televisão. Novidade para a época, foi viabilizado a partir do entendimento do diretor de programação da emissora, Clóvis Duar-te, também falecido, de que havia espa-ço e público para o projeto.

Outra fórmula que funcionou, segun-do Porcello, foi a constituição da equipe, que mesclava a ousadia de repórteres jovens com a experiência de jornalistas com mais tempo na profissão. "Era uma turma muito legal, não havia competi-ção", lembra. A sintonia resultou em re-conhecimentos já no ano da sua estreia, como a conquista dos prêmios ARI e Di-reitos Humanos de Jornalismo.

Material acadêmico recupera história

Um telejornal que marcou o fim da ditadura

Paralisação marca postura da equipe

Ousadia dos jornalistas levou ao fim do programa

Parte da equipe do Jornal Meridional, que unia a experiência de veteranos com a presença de jovens repórteres

Flávio Porcello é hoje professor de telejornalismo na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e, a partir de suas pesquisas e da me-mória daquele período, conclui que havia muito receio de ousar por parte das empresas de comunica-ção que haviam apoiado a ditadura. O diferencial do programa que ele conduzia era, portanto, "sintoni-zar" com a população. "Falávamos para um Brasil que estava em si-lêncio porque não era ouvido, mas estava pronto para falar. Só faltava o microfone na boca", conta.

Seu estudo sobre o papel do Jor-nal Meridional para a retomada da democracia no Brasil está em um dos capítulos que compõem o livro

Comunicação e Redemocratização no Rio Grande do Sul, organizado pelo Grupo de Pesquisa em História da Comunicação da Fabico/UFRGS e lançado durante o 10º Encontro Nacional de História da Mídia, no mês de junho. Nele, Porcello desta-ca ainda a censura enfrentada nos meios de comunicação no período militar e a autocensura praticada por alguns órgãos de mídia mesmo quando já se sinalizava a abertura política no país.

O livro traz também estudos sobre a cobertura do movimento Diretas Já pelo jornal Zero Hora, a segmentação do jornalismo na Rádio Gaúcha desde 1964, propa-ganda política, entre outros temas que compõem o cenário da comu-nicação naquele período.

Ao pensar no contexto do momen-to que seguiu um longo período de censura prévia da imprensa, noticiar uma paralisação era uma maneira de mostrar que se estava fazendo valer da abertura política, tanto pela realização da greve quanto por sua divulgação. Mas, seguindo o seu perfil inovador, tanto para a época quanto seria para os dias de hoje, o Jornal Meridional noticiou a sua própria paralisação.

Aderindo à decisão em assembleia do Sindicato dos Jornalistas Profissio-nais do Rio Grande do Sul de realizar um dia de greve e com o consenso dos colegas, o encerramento do telejornal de 11 de maio de 1987 apresentou esta notícia e a informação de que não iria ao ar no dia seguinte. "Algo impensá-vel ainda hoje", lembra Ricardo Azere-do, um dos repórteres da equipe.

Jornalista com um ano de forma-ção quando recebeu o convite para integrar o grupo, Azeredo avalia que a decisão de não levar o programa ao ar refletiu o momento político de mobili-zação, do qual os jornalistas também faziam parte. "Era uma equipe com identidade profissional e posiciona-mento", destaca. Da greve, Azeredo lembra de dois episódios: da chamada que foi ao ar e de ir à emissora no ou-tro dia, onde ele e os colegas cumpri-ram horário sem trabalhar.

Para Flávio Porcello, o episódio da paralisação mostra a au-tonomia que Paulo Martinbianco e a diretoria da Rede Pampa concederam à equipe. Mesmo assim, o Jornal Meridional saiu do ar pouco depois de completar um ano. O motivo, recorda o âncora do programa, foi a realização de um dos preceitos do jor-nalismo: ouvir todos os lados envolvidos em um mesmo fato.

Em 1987, uma grande greve de professores estaduais ocorreu ao mesmo tempo em que o governador Pedro Simon (PMDB) iniciava o seu mandato. O Jornal Meridional concedeu espaço ao representante da categoria. Mesmo tendo a oportunidade de

se manifestar ao vivo no programa, o então governador reuniu-se com o presidente do grupo.

A sequência deste episódio foi a rescisão do contrato com o Banco Meridional. Com a perda dos recursos do seu principal mantenedor, jornalistas e técnicos foram demitidos, com exce-ção de dois, que tinham imunidade por exercerem mandato de delegado sindical: Alfredo Vizeu (jornalistas) e Néia Castro (ra-dialistas). "Naquele momento, o Sindicato dos Jornalistas deu um respaldo muito importante para nós. A permanência dos dois colegas mostra as conquistas da entidade", avalia Porcello.

Foto: arquiVo peSSoaL/riCarDo azereDo

Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Junho/Julho de 20158

CONVÊNIOS

dirceu chirivino

Há 50 anos no Correio do Povo e quase 30 na revista Amanhã, Dirceu Chirivino até pensa em diminuir o rit-mo de trabalho. Mas, aos 74 anos de idade, reconhece que talvez não sou-besse o que fazer com os dias livres. Enquanto isso continua chegando às 8 horas da manhã na redação da revista para fazer a clipagem online dos as-suntos de economia que são destaque nas principais publicações do Brasil. Lá, Chirivino fi ca até o início da tar-de, quando inicia seu turno no jornal, onde coordena a equipe do arquivo fotográfi co e realiza pesquisas em jor-nais centenários para a coluna “Há um século no Correio do Povo”.

Nascido em Bagé e criado em Uru-guaiana, não se enxergava trabalhando com a principal fonte de economia na re-gião da fronteira na época, o setor primá-rio, e com 18 anos de idade veio a Porto Alegre em busca de emprego. Para ele, trabalhar com jornalismo foi eventual.

“Eu não sabia o que iria fazer”, confessa.Através de uma pessoa conhecida,

recebeu, no mesmo ano em que che-gou, uma proposta para trabalhar na sucursal do jornal Última Hora, que mantinha uma página com notícias do Rio Grande do Sul no periódico de circulação nacional. Percebendo que havia espaço, criaram aqui um jornal com o mesmo nome.

Mesmo sendo extinto poucos anos depois, Chirivino atribui a esta equi-pe a profi ssionalização na maneira de fazer jornalismo no Estado, com ele-mentos como a diagramação e uma central de edição e fi nalização de tex-tos. “A Última Hora inovou em termos de técnicas de jornalismo”, afi rma.

Com o fi m da publicação, em 1964, um grupo remanescente de diretores criou o jornal Zero Hora, que passou a concorrer com as demais publicações do mercado. Dirceu estava entre os jornalistas que formaram a primeira

equipe, saindo em fevereiro de 1965 para trabalhar no arquivo do Correio do Povo, inicialmente para auxiliar o colega Jaques Pereira e, pouco tempo depois, como responsável pelo setor.

Dirceu Chirivino teve uma experi-ência no Jornal do Comércio quando, em 1984, o Correio do Povo fechou as portas em decorrência das dívidas ad-quiridas pelo grupo de comunicação com a implantação da TV Guaíba. Lá também auxiliou na criação do arqui-vo fotográfi co.

De volta ao jornal de origem, vi-venciou uma situação peculiar nas re-lações de trabalho. “Com a mudança para o formato em tablóide, percebe-ram que era preciso menos conteúdo para preencher as páginas”, lembra. Para ajustar o quadro profi ssional às novas necessidades, os jornalistas fo-ram demitidos em um dia e readmiti-dos no dia seguinte, com carga horária menor que a anterior.

Essa fl exibilidade no horário de tra-balho permitiu que pudesse conciliar a função com a proposta que recebeu em 1988 de Jorge Polydoro e José An-tônio Vieira da Cunha para trabalhar na Amanhã. “Me encontrei com o tipo de trabalho realizado na revista”, conta. Hoje, além de fi ltrar assuntos que serão debatidos na reunião de pauta, Chirivi-no também assina a coluna Negócios.

avanço tecnológico modifi cou o modo de fazer Jornalismo

“Para classifi car as fotos tem que ter feeling de comunicação”, avalia Dirceu Chirivino. Mesmo sem formação em Jornalismo, pois iniciou sua carreira profi ssional antes da obrigatoriedade do diploma, o coordenador do arquivo de fotografi a do Correio do Povo faz questão de ter profi ssionais habilitados em sua equipe. E para melhor desen-volver o conteúdo da coluna diária que divide com o colega e diretor do Sindi-cato dos Jornalistas Renato Borusch, Chirivino se dedica à pesquisa dos as-suntos que encontra nas notícias de um século atrás, principalmente em traba-lhos acadêmicos, pela credibilidade.

Das experiências profi ssionais, o jornalista destaca duas principais mu-danças que vivenciou. A primeira e emblemática foi a troca da máquina de escrever pelo computador. Para ele, o equipamento anterior carregava consigo certo “romantismo, de uma época em que as pessoas saiam mais juntas”. O segundo momento é a mu-dança da plataforma impressa para a digital. Ele lembra que a Internet não era vista como concorrente para o jor-nal, pois “ninguém iria sair com uma tela de computador embaixo do bra-ço”. Hoje, essa realidade está presente com tablets e smartphones, ainda as-sim sem substituir o impresso.

Para Chirivino, o contato com jor-nais antigos contribui muito com o trabalho de resgate da memória que realiza. Também o acervo que ajudou a construir e preservar é para ele um dos principais bens que o Correio do Povo tem para se orgulhar.

Meio século guardando a história da imprensa

Desconto de 30% nos cursos, isenção de matrícula e material de didático de brindeAv. Borges de Medeiros, 343,

7º andar - Porto Alegre(51) 3354.1541 | (51) 3028.9460

[email protected]

[email protected]

Rua dos Andradas, 1234 sala 2402, CentroPorto Alegre | (51) 8101-9488

Desconto de 10% nas aulas de pilates,tratamentos faciais e corporais

10% de desconto para jornalistas sindicalizados

Rua Jerônimo Coelho, 281, CentroPorto Alegre

(51) 3225.2577

LIVRARIA PALMARINCA

Foto: CriStiano eStreLa/Correio Do poVo

Desde 1965, registro fotográfi co do Correio do Povo passa por Dirceu Chirivino, que também trabalhou em outros veículos