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Versão Publicação do Sindicato dos Jornalistas Profi ssionais do RSRua dos Andradas, 1270/133 - CEP 90.020-008Ano 23 - Nº 150 - Novembro e Dezembro de 2015 - Porto Alegre

dos Jornalistaswww.jornalistas-rs.org.br

Representantes nas redações e assessorias

sindicato

Página 7

Carlos Bastos revela viés que ultrapassa o jornalismo político

perFil

Página 8

FUndação piratini

Entraves para expansão das emissoras públicas

Página 3

Ano de avanços na atividade sindical

Páginas 4, 5 e 6

Joel vargas/PMPa

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Versão dos Jornalistas - Rio Grande do Sul - Novembro e Dezembro de 20152

Versão dos Jornalistas é uma publicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS). Rua dos Andradas, 1270/133 – Centro Histórico – Porto Alegre, RS – CEP 90020-008Fones: (51) 3226-0664 - www.jornalistas-rs.org - [email protected]

Edição: Jorge CorreaEdição executiva e reportagem: Bruna Fernanda SuptitzEdição de Fotografia: Robinson EstrásulasDiagramação: Luís Gustavo Schuwartsman Van OndheusdenImpressão: Gráfica PioneiroRevisão: Landro OviedoTiragem: 3 mil exemplares

Diretoria ExecutivaPresidente - Milton Simas1º Vice Presidente - Luiz Armando Vaz2ª Vice Presidenta - Vera Daisy Barcellos1º Secretário – Ludwig Larré2ª Secretária – Márcia de Lima Carvalho1º Tesoureiro – Robinson Luiz Estrásulas2º Tesoureiro - Renato BohuschSuplentes - José Maria Rodrigues Nunes e Luiz Salvador Machado Tadeo

Diretoria GeralCelso Antonio Sgorla, Fernando Marinho Tolio, Carlos Alberto Machado Goulart, Cláudio Fachel Dias, Elson Sempé Pedroso, Mauro Roberto Lopes Saraiva Junior, Léo Flores Vieira Nuñez, Alan da Silva Bastos, Jeanice Dias Ramos, Jorge Luiz Correa da Silva, Márcia Fernanda Peçanha Martins, Ana Rita Marini, Clarissa Leite Colares, Neusa Nunes, Pedro Luiz da Silveira Osório

Conselho FiscalCelso Augusto Schröder, José Carlos de Oliveira Torves, Antonio Eurico Ziglioli Barcellos, Adroaldo Bauer Spindola Correa, Cláudio Garcia Machado

Comissão de ÉticaAntônio Silveira Goulart, Antônio Carlos Hohlfeldt, Carlos Henrique Esquivei Bastos, Cristiane Finger Costa, Flávio Antônio Camargo Porcello, José Antônio Dios Vieira da Cunha, Celestino Meneghini, Edelberto Behs, Sandra de Fátima Batista de Deus, Marcos Emilio Santuário, Moisés dos Santos Mendes

Versãodos Jornalistas

Filiado:

editorial

Mais um ano de trabalho nos mostrou a impor-tância da união na luta por objetivos em comum. Em todas as mobilizações que envolveram a cate-goria, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul esteve presente, reiterando seu compromisso pela construção de relações de traba-lho dignas e de uma comunicação plural.

O descaso com que vem sendo tratado o patrimô-nio abrigado pelo Museu da Comunicação Hipólito José da Costa foi denunciado por este jornal logo no início de 2015. Sem receber atenção e investimentos necessários para sua manutenção, a instituição cor-re sério risco de perder parte do seu acervo.

A responsabilidade por esta situação crítica pas-sa pelas mãos dos governantes e das empresas de comunicação, cujo patrimônio é preservado pela entidade. Cabe à sociedade, tal qual vem fazendo o Sindicato dos Jornalistas, acompanhar e cobrar que o devido atendimento a esta demanda seja prestado.

Também esteve entre as preocupações da en-

tidade uma situação que consideramos grave no campo da comunicação. As concessões públicas de rádio e televisão, distribuídas sem que sejam ob-servados critérios para sua regulamentação, possi-bilita a formação de oligopólio no setor.

No mês de novembro, uma representação as-sinada por entidades ligadas à comunicação pede a investigação de políticos que aparecem como sócios de emissoras. Essa irregularidade foi apontada nas matérias produzidas pelo jornal do sindicato.

Em 2015, a Campanha de Negociação Coletiva conquistou a reposição da inflação para todas as faixas salariais, especialmente se tomarmos como parâmetro os acordos fechados pelos jornalistas em outros estados, a maioria com reajustes abai-xo do índice do INPC. Mesmo buscando a eleva-ção do piso e aumento real, acreditamos que o momento econômico foi desfavorável para obter-mos avanços.

Entendemos, ainda, que a conquista de cláusu-las no campo social também deve ser comemorada. É o caso do adicional por viagem. Antes passível de dupla interpretação, o acordo prevê agora a garan-tia de ressarcimento ao profissional que estender sua jornada depois da meia noite.

Além deste avanço, consideramos o envolvi-mento que a categoria teve com as campanhas da licença-maternidade estendida e do vale-cultura. Os dois itens, embora não gerem despesa direta aos empresários, esbarrou na mesa de negociação.

Ainda assim, esta foi mais uma oportunidade de mostrar a união da categoria em torno de ob-jetivos em comum, o que nos capacita a entrar no ano de 2016 com mais força para lutar por essas e por outras causas importantes para os jornalis-tas gaúchos.

Milton SimasPresidente do SINDJORS

Conquistas para a categoria e para a sociedade

exposição

Mostra fotográfica do movimento negro

Para marcar sua participação nas come-morações pelo Dia da Consciência Negra (20 de novembro), o Sindicato dos Jorna-listas Profissionais do Rio Grande do Sul promoveu a lª Mostra Fotográfica de Arte Negra do Rio Grande do Sul, em parceria com o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre. A mostra esteve exposta na Casa dos Bancários e na Assembleia Legislativa. Foram reunidos fotógrafos afro-brasileiros para registrar em imagens o negro gaúcho inserido na sociedade, com autoestima e de forma positiva.

Paulo Corrêa Porthus Junior

Paulo Corrêa

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sindicato

Eleitos delegados à gestão 2015-2016

Com a aprovação do acordo coleti-vo 2015/2016, o Sindicato dos Jorna-listas Profi ssionais do Rio Grande do Sul realizou eleições para escolher os novos delegados sindicais das reda-ções e assessorias que indicaram re-presentantes. É através do delegado sindical que as denúncias de abuso e as propostas de melhoria chegarão ao Sindicato com maior agilidade.

Foram eleitos como delegados: Luiz Carlos Nogueira Py Júnior (Diário Gaúcho), Ana Rita de Oliveira (Gru-po CEEE), Pedro Dreher (Correio do Povo), Marco Bocardi (TV Record), Paulo Gilberto Alves de Azevedo (TVE), Leandro Domingos (Correio de Grava-taí), Nathale Kraetzig (A Razão), Mi-chele de Carvalho Ferreira (Diário Po-pular) e Laura Santos Rocha (O Sul). Pleitos movimentara redações e assessorias gaúchas no mês de novembro

Divulgação/sinDJors

Sucesso no lançamento de livro sobre a imprensa gaúcha e brasileira Sindicato participa de

palestra no Corecon-RS

Caxias do Sul promoveu debate sobre violência contra mulheres

Divulgação/sinDbanCÁrios

Pelo oitavo ano consecutivo, o Sind-Bancários lançou uma obra na Feira do Livro de Porto Alegre, fruto da Ofi cina de Criação Literária da entidade. A ce-rimônia ocorreu no dia 9 de novembro com um debate no Salão Norte do San-tander Cultural e seguiu com sessão de autógrafos no andar térreo do Memo-rial do Rio Grande do Sul.

A obra “Nos caminhos da imprensa Rio-Grandense e Brasileira” reúne 90 contos, apresentados em português e es-panhol, selecionados dentre mais de 500 produzidos pela turma ministrada pelo professor e escritor Alcy Cheuiche. A ini-ciativa contou com a presença de um gru-po de jornalistas, oportunizada pela par-ceria entre SINDJORS e SindBancários.

Sessão de autógrafos foi precedida de debate sobre meios de comunicação

No dia 10 de novembro, o Con-selho Regional de Economia (Core-con/RS) promoveu o evento Eco-nomia em Pauta, que teve como tema central do debate o coopera-tivismo. O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profi ssionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS), Mil-ton Simas, foi um dos palestrantes do encontro, ao lado do economista Alexandre Englert Barbosa, supe-rintendente de Economia e Riscos

do Banco Cooperativo Sicredi.Simas apresentou uma retros-

pectiva sobre as experiências na área de cooperativismo relacio-nado ao jornalismo. Como exem-plo, citou o movimento ocorrido em 1974, quando 66 profi ssionais da comunicação se reuniram na sede da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) para a criação da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre (Coojornal).

O Sindicato dos Jornalistas Profi s-sionais do Rio Grande do Sul (SIND-JORS), em parceria com o Sindi-cato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv) e o Conse-lho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), realizou, no dia 19 de no-vembro, o seminário As Múltiplas Fa-ces da Violência Contra as Mulheres.

O encontro integrou o movimento dos 16 dias de ativismo pela não vio-

lência contra as mulheres. O presi-dente do SINDJORS, Milton Simas, esteve presente e destacou a necessi-dade da luta contra qualquer tipo de preconceito e de discriminação. “A in-visibilidade do problema também con-tribui para o agravamento”, observou. Também estiveram representando o Sindicato a diretora Márcia Carvalho e o delegado regional da entidade, Ro-berto Carlos Dias.

Márcia Carvalho, diretora do SINDJORS, foi uma das painelistas do evento

MaurÍCio ConCatto

Dicas de livros

reProDução

Faça seu pedido para o e-mail [email protected] ou pelo fone (51) 4100-0040.

Manoelito de ornellas: vida e obra de um ex-presidente da ARi (Maria Alice da silva Braga)Neste livro, a autora repassa toda a vida e a obra do grande homem de letras e de história que foi Manoelito de Ornellas. A leitura permite conhecer me-lhor seu legado singular para a cultura rio--grandense.

Um bardo desgarrado(Paulo Mendes)O livro do escritor e jornalista Paulo Mendes retrata a obra e a vida de Aureliano de Figuei-redo Pinto, considerado por muitos especialis-tas como o maior poeta nativista do Rio Grande do Sul.

reProDução

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balanço 2015

Aproximação com a base e com futuros profi ssionais

seja representando a categoria em ações na Justiça, ofertando atividades de capacitação, seja através de movimentos pela valorização da comunicação, o sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do sul (sinDJoRs) teve mais um ano de agenda pautada pela possibilidade de levar aos colegas das redações e assessorias de imprensa o suporte para a garantia dos seus direitos e qualificação do trabalho. nesta última edição do ano do Versão dos Jornalistas, compartilhamos algumas das ações realizadas pela entidade ao longo de 2015

Categoria tem isenção do IRPF e INSS sobre férias

Em decisão que abrange toda a ca-tegoria, a Justiça concedeu, no mês de janeiro, ganho de causa ao SINDJORS em duas ações movidas contra a União pela não incidência do Imposto de Ren-da de Pessoa Física (IRPF) e da contri-buição previdenciária (INSS) sobre o terço constitucional de férias gozadas.

Com a decisão, fi ca defi nido que as fontes pagadoras suspendam a reten-

ção de tais valores, a contar de janei-ro de 2015. Esta é uma ação coletiva movida pelo SINDJORS através do escritório jurídico Suárez & Golgo Ad-vogados. Além do ganho das causas de efeito futuro, a entidade está buscan-do, nestas ações, o ressarcimento de cobranças já realizadas, retroativo a cinco anos a partir do ajuizamento das demandas.

Sindicato denuncia irregularidades no trabalho

O acordo fi rmado entre o SIND-JORS e a Enfato Agência de Notícias, empresa de assessoria de imprensa, foi homologado pela Justiça em ju-lho deste ano. Com isso, os jornalistas contratados pela empresa deverão ser enquadrados na convenção coletiva da categoria e a Enfato passou a cumprir, também em julho, a carga horária pre-vista nos artigos 303 e 304 da CLT.

Em Caxias do Sul, através de ação acompanhada pelo SINDJORS, o Mi-nistério do Trabalho e Emprego (MTE)

apontou irregularidades trabalhistas cometidas pelo jornal Folha de Caxias, como descumprimento de carga horá-ria e atrasos no pagamento, além de casos de assédio moral. A inspeção foi realizada em julho.

As autuações que dependiam ape-nas de prova documental foram feitas e as que dependem do relato de teste-munhas, como é o caso para assédio moral, aguardam inquérito, que será realizado a partir de uma representa-ção ao Ministério Público do Trabalho.

Movimentação da PEC do Diploma

A tramitação da Proposta de Emen-da Constitucional (PEC) que prevê o retorno da obrigatoriedade do diplo-ma de Jornalismo para o exercício da profi ssão teve importantes movimen-tações neste ano de 2015. Embora não tenha sido votada, esteve na pauta da Câmara dos Deputados em diferentes ocasiões.

Inicialmente, a PEC em pauta na Câmara dos Deputados era a 386/2009, do deputado Paulo Pi-menta (PT-RS), que posteriormen-

te foi apensada à PEC 206/2012, do senador Antonio Carlos Vala-dares (PSB-SE), já aprovada pelo Senado.

Desde o início da tramitação, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e os sindicatos mantiveram contato permanente com todos os parlamentares, buscando apoio e rei-terando a importância do tema para a categoria e para a sociedade. Dos 31 parlamentares gaúchos, 26 manifesta-ram voto favorável à causa.

Ações condenam práticas que ferem a profi ssão

Um ato nacional contra demissões e precarização das relações de traba-lho e práticas antissindicais foi reali-zado no dia 8 de maio e contou com a participação da categoria em todos os estados. Os jornalistas foram con-vocados pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) a vestir preto e manifestaram descontentamento com o descaso das entidades patronais em relação à profi ssão.

Em novembro, no dia 6, os sindica-tos de jornalistas, através da federação, realizaram ato público contra a impuni-dade de crimes praticados contra jorna-listas. O protesto foi alusivo à campanha mundial, liderada pela Federação Inter-nacional dos Jornalistas (FIJ). Um do-cumento foi protocolado na Presidência da República pedindo providências no combate à impunidade nos crimes con-tra jornalistas no Brasil. Em São Paulo, dirigentes sindicais protestaram contra impunidade

Divulgação/sinDJors

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Bagé e Caxias do Sul valorizam graduados

Dois importantes passos para a valorização do Jornalismo foram conquistados no Rio Grande do Sul este ano. Em ações realizadas com a parceria do SINDJORS, Bagé e Caxias do Sul definiram critérios para a contratação de profissionais diplomados que atuem em órgãos públicos do município.

Em Bagé, a Câmara de Vere-adores aprovou um projeto de lei que exige formação superior

para a contratação em ativida-des de comunicação social pelos poderes Legislativo, Executivo e serviços terceirizados nos órgãos públicos.

No mês de julho, a partir da mobilização do SINDJORS e do Sindicato dos Servidores Munici-pais de Caxias do Sul, o Executivo garantiu a inclusão da função de jornalista profissional no plano de cargos e salários da Prefeitura.

Assédio moral na Fundação Piratini

Os problemas de relacionamento enfrentados entre servidores de car-reira da Fundação Piratini (TVE e FM Cultura) e gestores da instituição fo-ram denunciados à Comissão de Cida-dania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa em junho. Esta foi uma das medidas adotadas pelo

SINDJORS para tentar solucionar o problema, que atinge os trabalhado-res desde o início do ano. Também foram realizadas audiências com os responsáveis pela Fundação. No en-tendimento do SINDJORS, somente através do enfrentamento ao assédio moral é possível buscar sua resolução.

Com o auditório lotado nos dois dias de evento, o 1º Fórum Gaú-cho de Assessoria de Imprensa para o Setor Público teve retorno positivo por parte dos jornalistas participantes. Realizado em 11 e 12 de setembro, em Porto Alegre, o Fórum apresentou palestrantes de renome nacional e contou com a participação de mais de 80 pes-soas.

Na ocasião foi realizado o XX Encontro Estadual de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (Ee-jai), evento bianual preparatório para o Encontro Nacional de Jor-

nalistas em Assessoria de Impren-sa (Enjai), que ocorreu no mês de outubro em Fortaleza (CE), reu-nindo mais de 300 profissionais de todo o país.

O Rio Grande do Sul esteve representado por uma comiti-va formada pelo presidente do SINDJORS, Milton Simas, quatro delegados, um observador e dois diretores gaúchos que compõem a executiva da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). As duas teses apresentadas pelo grupo fo-ram aprovadas por unanimidade na plenária final.

Demandas da categoria são atendidas pelo sindicato

Jornalistas que buscam recoloca-ção no mercado de trabalho conta-ram com o apoio do SINDJORS para pensar em alternativas e debater me-didas que possam ser adotadas pela entidade e pela categoria a fim de auxiliar quem busca por emprego na área da comunicação. Os encontros do grupo seguem sendo realizados na entidade.

O SINDJORS buscou a Superinten-dência de Comunicação da Assembleia

Legislativa para tratar sobre o creden-ciamento de profissionais de imagem. Ficou definido que as entidades sindi-cais e os profissionais de imagem que trabalham como free-lancer façam um credenciamento prévio. Também ficou acordado que a entidade que de-seja realizar cobertura fotográfica de alguma sessão do Legislativo deve fa-zer o comunicado para a Superinten-dência de Comunicação com 24 horas de antecedência.

Eventos apresentaram novas perspectivas para trabalho em assessorias

Teses apresentadas por delegação gaúcha foram aprovadas por unanimidade

Entidade recorreu à arte para falar de problemas enfrentados por funcionários

luiz MoreM

Galeria de ex-presidentesNo dia 25 de setembro, dentro

das atividades de comemoração do avinversário da entidade, o quadro de Renato Nunes Dorneles passou a fazer parte da galeria de ex-pre-sidentes do Sindicato dos Jornalis-tas Profissionais do Rio Grande do Sul. O descerramento da foto ocor-reu em cerimônia com a presença do atual presidente, Milton Simas,

colegas e convidados. Dorneles foi vice-presiden-

te do SINDJORS entre 1992 e 1994, quando assumiu a presi-dência da entidade no lugar de Celso Augusto Schröder durante seis meses, até o início de 1995, quando Schröder retornou ao cargo.

luiz avila

Foto: roberto Carlos Dias

Encontros mobilizam assessores de imprensa

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balanço 2015

Sindicato em diálogo com estudantes

A aproximação da entidade com as universidades e faculdades de jornalismo esteve entre as deman-das deste ano. O propósito das ações é o de manter diálogo per-manente com os estudantes de co-municação, para que se desenvolva entre estes o espírito de classe, im-portante ferramenta para a garan-tia de conquistas coletivas.

No início do ano, em alusão às comemorações pelo Dia do Jorna-lista, diretores do SINDJORS mi-nistraram palestras no interior do Estado. Em Caxias do Sul, o presi-dente do Sindicato, Milton Simas, esteve na Universidade de Caxias do Sul; o diretor José Nunes parti-cipou de bate-papo com os alunos da Universidade do Vale dos Sinos, em São Leopoldo; e, no Campus de Frederico Westphalen da Uni-versidade Federal de Santa Maria (UPF), o diretor Jorge Correa mi-nistrou palestra a alunos e profes-

sores.Em outros momentos o Sindi-

cato dos Jornalistas também mar-cou presença nas faculdades de comunicação. Correa participou de outros dois encontros com os aca-dêmicos de jornalismo, no mês de maio na Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) em São Bor-ja e em agosto na Universidade de Passo Fundo (UPF).

No mês de junho, o presidente da entidade e o diretor Elson Sem-pé Pedroso estiveram em Bagé par-ticipando de painel da Semana Aca-dêmica da Universidade da Região da Campanha. Em outubro, os dois dirigentes participaram de ativida-de voltada aos graduandos de jor-nalismo da Universidade Católica de Pelotas. Simas ainda esteve, em setembro, palestrando para alunos da Uniritter, em Porto Alegre.

Elson Sempé, diretor da entidade, palestrou para estudantes de Bagé

Universitários participaram de atividade com o SINDJORS em Caxias do Sul

Parceria com Museu de Comunicação atende necessidades das duas entidades

Entidade fecha acordos para realização de atividades

Duas importantes parcerias foram estabelecidas neste ano pelo SIND-JORS. Uma delas foi firmada em janeiro com o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre para a realização da Oficina de Criação Literária, ministrada pelo pro-fessor Alcy Cheuiche. Esta ação resultou no livro “Nos caminhos da imprensa Rio-Grandense e Brasileira”, lançado em novembro na Feira do Livro.

Em setembro, na atividade que

marcou o início da 2ª Mostra do Nú-cleo dos Jornalistas de Imagem do Rio Grande do Sul, o SINDJORS e o Museu de Comunicação Hipólito José da Cos-ta, através da Secretaria Estadual da Cultura, firmaram um termo de coope-ração, que proporciona ações conjun-tas das instituições, como exposições, mostras, palestras, cursos e outras ati-vidades relacionadas ao jornalismo nas suas mais diversas expressões.

Marcha das Mulheres Negras reúne milhares em Brasília

O Sindicato dos Jornalistas Profis-sionais do Rio Grande do Sul, por meio do Núcleo de Jornalistas Afrobrasilei-ros, participou em Brasília da Marcha Nacional das Mulheres Negras 2015: Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver. O evento, realizado no dia 18 de novembro, contou com a partici-pação de milhares pessoas. Representa-ram a entidade as diretoras Vera Daisy Barcellos e Jeanice Dias Ramos.

Durante o percurso, as participantes

reforçaram a denúncia do persisten-te racismo e machismo que afetam as mulheres negras e a juventude negra. A manifestação culminou com a chegada à Praça dos Três Poderes e a entrega da plataforma contemplando reivindica-ções históricas da população feminina brasileira negra à presidenta da Repúbli-ca, Dilma Rousseff, propondo um novo modelo de desenvolvimento que pense a vida em sua integralidade e intensifique a defesa dos direitos humanos.

Reivindicações foram apresentadas à presidenta Dilma Rousseff

Divulgação/sinDJors

bruna FernanDa suPtitz

Divulgação/sinDJors

eriCa eiCkoFF

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Mercado de trabalHo

FUndação piratinipesQUisa

Com o processo de rees-truturação iniciado em abril deste ano, o jornal O Sul, que deixou de atuar com o im-presso e mantém somente sua versão online, avalia agora a aceitação desta medida pelo público. Passados seis meses desta mudança, podem ser observados os impactos com a demissão de funcionários, principal preocupação das entidades de classe ligadas ao setor da comunicação.

No mês de outubro, foram registradas 134 demissões de funcionários da rede Pam-pa de Comunicação, ligados ao jornal O Sul. Atendidos pelo Sindicato dos Empre-gados na Administração das Empresas Proprietárias de Jornais, Revistas e Distri-buidoras no RS (Sindijor), os profissionais atuavam na área gráfica, distribuição e setor administrativo.

Preocupados com a pos-tura inicial da empresa, que alegou não ter condições de pagar direitos como seguro--desemprego e rescisão con-

tratual, o Sindijor buscou na Justiça respaldo para garan-tir os benefícios. “São pelo menos 800 familiares depen-dentes destes trabalhadores demitidos”, pondera Volmir Helio Sauer, presidente da entidade.

A primeira vitória foi a liberação do seguro-desem-prego e do Fundo de Ga-rantia do Tempo de Serviço (FGTS). Este último, desa-tualizado desde o início do ano, terá a diferença quita-da junto com a rescisão, que será parcelada em seis vezes a partir de dezembro. O tra-balhador que quiser poderá contestar o atraso no paga-mento da rescisão.

A entidade também move uma ação coletiva por dano moral contra a Pampa, em virtude de a empresa ter dis-pensado seus funcionários sem a garantia do pagamento dos direitos trabalhistas.

Por outro lado, do ponto de vista comercial, a empre-sa comemora o resultado da mudança. De acordo com o

O corte de gastos praticado pelo governo estadual neste ano atingiu a Fundação Pira-tini, que mantém o funcionamento da TVE e FM Cultura. Trabalhando com praticamente metade dos recursos previstos para 2015, a jornalista Isara Marques, presidenta da Fun-dação, diz que buscou adotar o método de ge-renciamento que se aplica em uma casa quan-do o orçamento está apertado.

A notícia ruim é que o quadro deve se man-ter assim no próximo ano. Trabalhando na manutenção dos serviços e conserto das de-mandas mais urgentes, os novos investimen-tos continuarão fora dos planos enquanto o governo não liberar mais dinheiro. Mesmo as vagas não preenchidas pelos aprovados no concurso não puderam ser ocupadas.

"Estou pedindo à Secretaria Estadual da Fazenda abrir uma exceção. Faço os pedidos aos poucos, para ver se consigo", comenta. O caso merece atenção, pois a validade do pleito se encerra em julho de 2016. Outro apelo feito à Secretaria é pela necessidade de completar o processo de digitalização em Porto Alegre, para o qual o recurso havia sido garantido no fi m da gestão anterior. Este precisa ser libe-rado até o fi m do ano, sob risco de perda da garantia do material.

Assim que resolver este impasse, a prio-ridade da atual gestão da Fundação é digi-

talizar 39 retransmissoras em atividade no interior – ao todo são 40 e uma já passou pelo processo com apoio da prefeitura e câ-mara de vereadores do município. Para esta demanda, a estimativa de investimento é de R$ 4 milhões, e o prazo se encerra em 2018, quando acontecerá o chamado “apagão ana-lógico”. Caso este venha a ocorrer antes da migração do sinal, corre-se o risco de perda das frequências.

Sem a perspectiva de conquistar este apor-te fi nanceiro com o governo do Estado, Isa-ra planeja buscar parcerias que, somadas, possam alcançar a cifra necessária. Algumas conversas já aconteceram com a Federação das Associações dos Municípios (Famurs), interessada em manter a transmissão da TVE em cidades do interior. Também a Federação Gaúcha de Futebol é uma possível parceira, já que pediu espaço para transmitir os jogos da série B do campeonato gaúcho.

Apesar dos entraves enfrentados no campo econômico, uma notícia anima a atual direto-ria da Fundação. No fi m de novembro foi con-fi rmada a aprovação de um projeto de capta-ção de recursos através da Lei de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet. Agora inicia a fase de buscar os apoiadores e o re-curso arrecadado será usado na digitalização do acervo analógico da TVE.

O que mudou com O Sul digital

diretor Paulo Sérgio Pinto, o custo referente aos insumos de produção do jornal au-mentou consideravelmente neste ano, impossibilitando a manutenção do impresso.

A alternativa encontrada foi manter a versão online e criar um portal de conteúdo. "Tomamos esta decisão em

função da celeridade de au-mento dos custos. Tivemos que acompanhar esse ritmo-para não colocar em risco a saúde fi nanceira da empre-sa", explica o diretor.

Passado o período de mi-gração do modelo de negó-cio, a empresa avalia po-sitivamente o retorno do

público. "Esperávamos que a repercussão fosse maior, mas tivemos mais pessoas satisfeitas com a mudança do que reclamações. A ten-dência é melhorar cada vez mais, a partir de quando as pessoas se habituarem a ler no digital", projeta Paulo Sérgio Pinto.

Grupo deixou de publicar jornal impresso e hoje se dedica à produção online de conteúdo

Faltam recursos para investimentos Casos polêmicoscontados em livro

reProDução

No dia 13 de novembro, no anfi teatro da Câmara de Ve-readores de Caxias do Sul, foi lançado o livro: “O jornalismo sensacionalista na imprensa gaúcha” (Educs, 2015), do jor-nalista Fábio Rausch. Na ocasião ocorreu o painel: “A ética e as sensações nas coberturas jornalísticas: o que é mesmo sensacionalismo?”, mediado pelo jornalista Paulo Cancian. Como debatedores, estavam Rausch e os também jornalis-tas Antonio Hohlfeldt (membro da Comissão de Ética do Sindicato) e Márcio Serafi ni (Grupo RBS). Os dirigentes locais do Sindicato, Roberto Carlos Dias, Márcia Carvalho e Cláudia de Lucena, prestigiaram a atividade.

A obra é uma versão revista e ampliada da dissertação de mestrado em Comunica-ção Social, de Rausch, pela Pontifícia Universidade Ca-tólica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Em 50 anos de história da imprensa gaúcha, o autor analisa as coberturas dos jornais Diário de Notícias e Última Hora ao Caso Klie-mann (1962); Zero Hora e RS — O Jornal do Jockymann ao Caso Daudt (1988); Correio do Povo e Diário Gaúcho ao Caso Eliseu (2010). r

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convênios

carlos bastos

Seis décadas de jornalismo pé-quente

Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e RegiãoRua Gen Câmara, 424, Porto Alegre - (51) 3433.1200

Desconto de 50% com apresentação da carteira de jornalista

Para alguns, o sucesso na carreira depende de oportunidades. Outros acreditam que o segredo é dedicação e esforço sem medida. Para o jorna-lista Carlos Bastos, as conquistas de seis décadas de profissão são mesmo “pura sorte”.

É dessa maneira que ele define os ca-minhos pelos quais passou desde 1955, quando conquistou seu primeiro em-prego em jornal. Aos 21 anos de idade, Bastos participou da formação do Cla-rim, projeto do então candidato à pre-feitura de Porto Alegre Leonel Brizola.

O início da carreira como editor de polícia e colunista da página sindical

Porta de Fábrica representava a con-cretização do sonho idealizado duran-te a adolescência, quando morava em Passo Fundo e escutava os noticiários nas rádios, lia todos os jornais que o pai recebia e imaginava um dia ocupar esses lugares.

Bastos já passou por dez diferentes redações, entre jornal, rádio e televi-são, fez assessoria política e participou de projetos especiais, como o que lem-brou os 50 anos do Movimento da Le-galidade e a preparação da capital gaú-cha para a Copa do Mundo de Futebol.

Foram poucos momentos de des-canso durante este período, muitas

Jornalista impulsionou carreira de colegas de impresso, rádio e televisão

Joel vargas/PMPa

vezes se dividindo entre duas ou três funções em diferentes empresas. Nada que ele tenha a reclamar. “Enquanto eu tiver pulmão e cabeça para pensar e coordenar eu vou continuar trabalhan-do”, avisa. E a afirmação se confirma na prática: hoje, aos 81 anos de idade, Bastos é o secretário de Comunicação na Prefeitura de Porto Alegre.

O entusiasmo com a profissão leva a crer que Bastos sempre se envolveu ao máximo com o trabalho e com as pes-soas que dividiam com ele a mesa ou o microfone. Conforme acredita, não fo-ram as grandes coberturas que partici-pou ou o olhar atento que sempre teve para as histórias cotidianas que fizeram dele um nome a ser respeitado no ce-nário da comunicação gaúcha. “É que eu sou pé-quente”, afirma, sem tom de brincadeira, mas com convicção.

Emoção com o amigoEm sua primeira experiência traba-

lhando em rádio, Carlos Bastos convi-veu com João Batista Aveline, pessoa por quem não esconde admiração. Na Rádio Gaúcha, comandava um pro-grama noturno sobre a Assembleia Legislativa. Recorda que, por ser mui-to tímido, não conseguia improvisar e sempre lia os textos que escrevia.

“Ele implicava comigo, dizia ‘um dia vou te tirar esse papel’”, conta. Quando finalmente cumpriu a pro-messa, o programa entrou no ar e Bastos ficou mudo, sem saber o que falar. Por alguns segundos, Aveline gritava e gesticulava com ele através do vidro do estúdio. Depois desistiu, devolveu o papel e deixou o progra-ma seguir.

Para Bastos, que se emociona ao lembrar esta passagem, era uma ma-neira que o colega tinha de mostrar o quanto acreditava no seu potencial. Os dois se conheceram em uma roda de jornalistas que se reunia à noite na Praça da Alfândega. A interação acon-tecia com profissionais de todos os ve-ículos, fosse ali ou em algum bar, e a esses momentos ele credita a conquis-ta de grandes amigos.

Descobridor de talentosA memória de Bastos para nomes e

datas é o reflexo dos anos dedicados à reportagem, um exercício de armaze-nar informações e transcrevê-las tais quais aconteceram. É com precisão que ele lembra os lugares por onde passou e os jornalistas com quem conviveu, fos-sem colegas com mais tempo de estrada ou aqueles que buscavam colocação no mercado da comunicação.

Desde o início no jornalismo, teve como uma de suas responsabilidades recrutar novos talentos. Como diz, bastou a ele estar no lugar certo e na hora certa. É assim que cita nomes que passaram por seu crivo, como Flávio Tavares, Sérgio Zambiasi, Ana Amélia Lemos, Maria do Carmo, Carlos Hen-rique Schröder e a maioria dos repór-teres que ainda hoje brilham em emis-soras do Centro do País.

O afeto que desenvolveu com os jor-nalistas a quem teve a tarefa de ensi-nar um pouco mais sobre a profissão é contada por ele com emoção ao lem-brar de uma noite em que o Jornal Na-cional foi todo apresentado com maté-rias de repórteres que haviam passado por sua equipe. “Comecei a chorar, mi-nha mulher não conseguia entender o porquê”, conta.

Jornalismo e políticaOutra relação que acompanha Car-

los Bastos desde o início de sua car-reira profissional é a existente entre jornalismo e política. Mesmo tendo identificação partidária, acredita que isso não tenha interferido no trabalho. Tanto que esteve, durante um bom pe-ríodo destes 60 anos, à frente de edito-rias de política.

“Toda vida o que mais me agradou foi a cobertura política. Se pudesse, seria repórter dessa área a vida intei-ra”, confessa. Mas mesmo essa proxi-midade com os partidos não desper-tam o interesse em se candidatar para qualquer cargo público. “Político tem uma dedicação impressionante com a população, eu não conseguiria manter isso”, brinca.

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