VestuárioRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
MAIO | 2014
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Ascensão das classes D e E à classe C em 2015Mudanças significativas de consumo de vestuário
Ao longo dos últimos 15 anos a população brasileira passou por transformações em termos econômicos,
sendo possível perceber o crescimento no padrão de vida, bem como uma nova perspectiva em relação ao
destino de seus filhos, sobretudo, por meio da educação. Seguindo essa tendência, uma parcela considerá-
vel da população pertencente atualmente às classes D e E subirão, em 2015, para a classe C e criarão o que
podemos chamar de uma ‘novíssima classe C’. Seus hábitos de consumo e lifestyle modificarão a visão que
temos da classe C hoje.
Classe C
Domina mais de um terço da popu-
lação e é composta por 91,8 milhões
de brasileiros.
Rendas mensais das classes sociais brasileiras
Classes
A e B
C
D
E
Renda
Superior a R$ 4.591,00
R$ 1.064,00 a R$ 4.591,00
R$ 768,00 a R$1.064,00
Abaixo de R$ 768,00
Fonte: Rudá Ricci. Portal Escola de Governo. O maior fenômeno sociológico do Brasil: a nova classe média.
Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI). Retratos da Sociedade Brasileira: Padrão de Vida (2013)
O crescimento
das classes D e E para
o setor do vestuário é fundamental, pois eles bus-
cam peças que expressem tanto
o seu gosto de classe de con-
sumo original quanto inclu-
são dentro de sua nova
condição social.
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Mercado nacional perfil e hábitos de consumo
Os brasileiros estão longe do poder de consumo da classe média norte-americana, no entanto, nunca tiveram
um poder de compra como hoje. A classe média brasileira é muito similar a dos outros países do Brics (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul) e revela um novo olhar da economia para esse universo de consumo.
Cultura: Devemos atentar para os diversos
tipos de cultura do país, criando produtos
de vestuário que supram as necessidades
específicas desse público diversificado.
Cada região possui diversas possibilidades
de elegância para a moda, exigindo da
rede criativo-produtiva a atenção às mani-
festações culturais regionais que ganham
o país como um todo.
Moda masculina: tem um crescimen-
to considerável no ano de 2015, e isto é
impulsionado pela novíssima classe C em
que homens e mulheres possuem níveis
de vaidade similares.
Moda infantil: também é bastante perti-
nente, já que o crescimento de nascimen-
tos no país não é alto, mas tende a manter
a média de 2 a 1 criança por família. Esta
média demonstra que há maior poder de
consumo para ser dedicado à criança da
família, portanto, é também um mercado
promissor.
Valores de moda: mais intensos nestes
consumidores já que se trata de um estilo
majoritariamente urbano. A moda e, con-
sequentemente, a indústria do vestuário,
estão em uma situação de amplas oportu-
nidades e negócios nesse sentido.
Novos tipos de gosto: eclodirão para além
do já estabelecido casual praiano (liderado
pelo lifestyle carioca e baiano) ou urba-
no latino (liderado pelo lifestyle paulista,
curitibano e porto-alegrense). Isto se dará
porque muito da ascensão social ocorrerá
em cidades do interior do Centro-Oeste,
Nordeste e Norte do país.
Fonte: Hermano Mota. Portal Hermano Mota. Consumo: o perfil do consumidor da classe D (2011)
Importantes informações para o
desenvolvimento da indús-tria do vestuário
O número
de mulheres
continua maior
que o de homens
no Brasil Há uma tendên-
cia à interiorização de produção indus-
trial
84% das
pessoas do país
estão alocadas
em cidades (am-
biente urbano)
3
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1
75% Da população brasileira se autoclassifica como classe média , deseja e
consome como tal.
Atenção aos canais de consumo que são
os mais utilizados por esse público: hiper-
mercados, lojas de grande porte populares
de centros de cidade e lojas de shoppings.
Como grande parte dessa novíssima classe
média está em cidades do interior, muitas
vezes o acesso a shoppings não é tão fácil,
porém, eles possuem smartphones, o que
indica consumo por e-commerce.
Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI). Retratos da Sociedade Brasileira:
Padrão de Vida (2013)
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Classes D e Eem 2015
As cidades líderes do consumo
As classes D e E, em 2015, possuem grandes possibilidades de mobilidade social. Classe D para C ou B2 e
de E para D. A projeção de consumo é superior em 10% se comparado aos anos passados, confirmando o
processo migratório entre classes. As capitais são as grandes responsáveis pelo crescimento da classe D, mas
cidades do interior de pequeno e médio portes já se estabelecem como respeitáveis mercados de moda.
Porto Alegre 7
Fortaleza8
Curitiba 6
Salvador5
Brasília4
Belo Horizonte3
Rio de Janeiro2
São Paulo1
RO
RR AP
TO
PI
AM
CE
ES
GO
MA
MT
MS
MG
PA
PBPE
RJ
RN
RS
SP
PR
DF
BA
AC
SE
AL
SC
1 2
3
5
8
4
6
7
O consu-
mo dedicado ao
universo de vestuário
e calçado detém 4,7%
dessas intenções
de compras.
Fonte: IPC. Portal E-Commerce Brasil. O consumo dos brasileiros ultrapassará a marca dos R$ 3 trilhões, em 2013, diz estudo (2013)
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As emergentesclasses C, D e E
Com acesso ao smartphone a atual classe D e futura novíssima classe C é informada e exigente. Teremos um consumidor consciente do Código de Defesa do Consumidor para exigir qualidade no produto e com rela-ção ao atendimento. Com acesso fácil à internet e às redes sociais, suas opiniões são rapidamente expostas, debatidas e espalhadas entre seus pares.
Consumidores entre 18 e 35 anos têm facilidade e fluidez para navegar na internet, seja em smartphones ou computadores. Para a classe D, vale lembrar, seu tempo à frente da televisão é mínimo, geralmente nos finais de semana, não possuem o hábito de leitura de revistas semanais ou jornais diários, portanto, a internet é sua principal fonte de informação. Em moda suas fontes são revistas consagradas do setor de gosto popular blogs de moda.
Na internet esse consumidor faz pesquisa de produtos e busca o melhor preço e serviço. Mesmo quando não compra, avalia e deixa sua opinião, o que revela que as opiniões de outros clientes são extremamente relevantes para o momento de decisão de compra, bem como o atendimento mais diferenciado e adequado.
O consumidor da nova classe C opta por comprar produtos com design e na opção crédito, como a maioria dos consumidores do país e não liga de pagar mais caro para ter sofisticação. Isso também ocorre com a moda. Roupa básica e com menor preço é o foco para a classe E, mas não é para as classes C e D.
A extinção da classe EA previsão é que neste ano, 2014, ela represente menos de 3% da população do país. Ainda conforme Data Po-
pular esses novos consumidores são um desafio para as empresas, pois essas insistem em formatos que pen-
sam o consumidor de classe B como modelo de consumo. E eles possuem gosto estético e práticas próprias.
Fonte: Raphael Sparvoli. ESPM. Pesquisa detalha diferenças no perfil de consumo por classe social (2013)
Fonte: Isabela Kowalski da Motta. Simbiótica. ARTIGO - Consumo, moda e classe C: Um ensaio exploratório (2012)
Fonte: IstoÉ Dinheiro. A ascensão da classe média
A “nova classe C” é formada em 60% por alunos das universidades e também são a grande maioria dos clientes
de cartão de crédito. É justamente neste quesito, acesso aos cartões de crédito, que morava uma grande dife-
renciação entre as classes C, D e E. Em 2014, a classe D começou a ter facilidades de crédito e foi introduzida
em um universo de possibilidades de consumo que não tinha acesso.
A atual classe C
passou a consumir para
além de suas necessidades
básicas, conseguiu comprar
casa própria, consumir lazer, be-
leza e moda. Portanto, ascender à
classe média é ganhar uma quali-
dade de vida bem superior ao
que as classes D e E estão
habituadas.
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Hábitos de consumoda classe D
A compra por cartão de crédito
Fonte: Hermano Mota. Portal Hermano Mota. Consumo: o perfil do consumidor da classe D (2011)
Fonte: Taís Laporta. Ig Economia. Classe E impulsiona consumo de cartão de crédito em (2013)
Pesquisa feita pela QuorumBrasil, em 2012, focada na classe D da cidade de São Paulo, revelou que essa
classe compra a partir do preço em detrimento da qualidade do produto. Naquele ano, o acesso a internet
por esse grupo era restrito, o que indicava uma falta de adesão ao e-commerce. Em dois anos este cenário
mudou devido ao acesso ao smartphone, há muitos espaços de wi-fi gratuito (movimentos de inclusão digital)
e assinaturas para se ter banda larga acessíveis.
Foi muito aquecida em 2013 a partir da demanda da classe E, mas o risco de inadimplência dessa
classe é muito alto, o que reduz os valores de crédito dedicados a eles.
Os jovens da classe D, sobretudo, os não líderes de família e com empregos, são os que mais deman-
dam cartões de crédito.
A inadimplência caiu em 14% em 2014 se comparado ao mesmo período no ano passado. Demons-
trando que essas classes sociais (D e E) aprenderam rápido como usar o cartão de crédito de maneira
a não ser um peso muito grande em suas contas mensais.
Segundo o Serasa, os profissionais de carteira assinada, de fonte de renda fixa, acabam por ser os
melhores pagadores desses grupos de consumo. Eles têm como característica contabilizar a compra
em cartão de crédito junto a outras parcelas já adquiridas e aos custos fixos mensais. Desta maneira,
compram produtos as vezes destinados, inicialmente, a classes B e C1, isto é, produtos sofisticados.
Frequência de compra
61 % Mensal
21 % Quinzena
18 % Semanal
3,5 ou 24 vezes é a média de parce-lamento em crédito para o consumo dessa classe.
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Um bom exemplo é a marca de jeans Sawary, que construiu uma marca sólida junto a esses consumidores.
Sua rede de distribuição cobre todos os canais que essas classes utilizam: venda direta (‘sacoleiras’), loja de fá-
brica, listagem das lojas de todo o país que vendem Sawary, coleção específica para as Lojas Marisa e diversos
e-commerce (Dafiti, Passarela, Marisa etc.). Os maiores produtores de jeans e acessórios de jeans do país de-
senvolvem coleções de têxteis, linhas e metais específicos para a Sawary, tal é o montante criativo-produtivo
que ela gera mais de mil modelos e exportação param mais de 10 países.
As empresas e a nova classe C
Parte da nova classe C está localizada nas periferias das grandes cidades de acordo com o Instituto Data Fa-
vela/Agência Data Popular. Observando esse fato, Casas Bahia e Magazine Luiza instalaram lojas em favelas e
possuem mix de produtos similares aos de suas lojas em bairros nobres como Barra da Tijuca ou shoppings
de classe B. Fonte: Hermano Mota. Portal Hermano Mota. Consumo: o perfil do consumidor da classe D (2011)
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VestuárioRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
MAIO | 2014
É importante que o pequeno negócio possua formas de pagamento no crédito e canais que sejam
adequados aos públicos que existirão com a ascendência da classe D para a classe C em 2015;
Caso seu público-alvo não seja a classe C e D, mas você não quer perder essa oportunidade, es-
tude a criação de uma marca específica para esse público, tipo de investimento necessário para o
desenvolvimento de produto, distribuição e venda ao mercado final;
O Sebrae possui o Programa Varejo Fácil, com 6 cursos EAD sobre diversos temas, entre eles,
atendimento ao cliente, técnicas de vendas e controles financeiros;
Consulte informações completas sobre o perfil do consumidor brasileiro e pesquisas nos mate-
riais disponibilizados por instituições como, IBGE, IPEA, Data Popular entre outros;
Confira o relatório do SIS/Sebrae sobre vendas na internet, “E-commerce”, a fim de utilizar a tec-
nologia a favor da lucratividade no setor de vestuário.
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