XIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EMPLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL25 a 29 de maio de 2009Florianópolis - Santa Catarina - Brasil
PLANEJAMENTO DE CIDADES PARA O SÉCULO XXI: ECOURBANISMO. PERMACULTURACOMO CONDICIONANTE DO ESPAÇO FÍSICO URBANO E CIBERCULTURA COMOCONDICIONANTE DAS RELAÇÕES SOCIAIS.
Jonas Lima e Silva (UFPE) - [email protected] em Arquitetura pela Universidade Federal de Pernambuco
Título: Planejamento de Cidades para o Século XXI: Ecourbanismo.
Permacultura como Condicionante do Espaço Físico Urbano e
Cibercultura como Condicionante das relações sociais.
Resumo: Está evidente que as mudanças de consumo das matérias-primas e do estilo de
vida pós-industrial mudaram a maneira do ser humano de se ver como parte do processo da
vida na terra alçando o inconsciente coletivo a um novo patamar antropocentrista onde tudo
pode, onde não existem conseqüências de um estilo de vida supra-humano que só
corrompe e destrói a genética humana. É válido afirmar que boa parte da comunidade
científica brasileira ainda não saiu de suas esferas insípidas de atuação; Porém a maior
parte da comunidade científica internacional já está colocando o complexo problema das
mudanças climáticas em um nível de prioridade máxima, efeito disso foi um dos vencedores
do prêmio Nobel da paz ser um grupo de cientistas – IPCC. Em suma, esse trabalho
pretende dar uma contribuição e uma alternativa para um grave problema que já estamos
enfrentando agora. Enchentes e secas históricas no nordeste, longas estiagens e desastres
de chuvas no sul, graves problemas de abastecimento alimentar no mundo inteiro afetando
as economias de países produtores (inclusive o Brasil), derretimentos históricos de camadas
centenárias nas cordilheiras e picos mais altos do mundo são apenas exemplos evidentes
que passam despercebidos pela grande mídia, mas que com um olhar atento percebe-se
que o planeta já está mudando. A terra tem como perpetuar a vida, esse processo que foi
desencadeado agora já foi vivenciado muitas vezes pelo planeta, o problema é que agora os
bilhões de seres humanos que vivem nela poderão sofrer graves conseqüências se nada for
feito para minimizar os efeitos negativos de uma ocupação territorial desenfreada sem
planejamento e sem sustentabilidade.
1. Fundamentação Teórica
O início do estudo de uma cidade passa necessariamente pela sintaxe espacial. Seus
árduos métodos de análise fornecem as condições básicas para o entendimento de
dinâmicas internas e externas.
Durante as diversas leituras sobre o tema tracei um paralelo abreviado do que seria o mais
aceito entre os pesquisadores em urbanismo. È preciso advertir que essa seria uma forma
particular e sintetizada para uma análise prévia de uma cidade inserida nas dinâmicas da
vida em sociedades humanas atuais.
1.1Pré-análises Sintaxistas do processo Cidade
1.1.1 Sinergia vital do processo “CIDADE”
As cidades contemporâneas devem possuir duas relações de complementaridade:
A. Enfoca o estudo da cidade dentro de seus limites,
(Microplanejamento);
B. Envolve a relação da cidade com seus vizinhos e interações em rede,
(Macroplanejamento).
Microplanejamento
Procura estabelecer as dinâmicas internas intrínsecas a uma única cidade, no qual a sintaxe
espacial procura estudar as micro-relações intra-bairros. Nessa relação existem três redes
de interação, que são:
1. Tecido Físico
2. Tecido Social
3. Tecido Natural
1. O Tecido físico faz uma análise da morfologia e a tipologia urbana. Apóia-se nos
valorosos estudos do arquiteto americano Kevin Lynch, no qual identificam na cidade
elementos que balizam o fluxo de transeuntes e marcam no inconsciente coletivo
percursos, setores e pontos nodais que constituem uma cidade;
2. O Tecido social tem relação às meticulosas e complexas relações que a
população tem com a cidade. O porquê setores de a cidade ter mais vitalidade
(vitalidade no sentido de fluxo e densidade de pessoas em um determinado lugar),
que outros setores degradados e vazios. Esse conceito se apóia no livro de Jane
Jacobs “Morte e Vida de grandes cidades”;
3. O Tecido natural estabelece as áreas verdes da cidade, suas ligações e
interações.
Macroplanejamento
Estabelece as dinâmicas de regiões metropolitanas inteiras juntamente com regiões
metropolitanas adjacentes surgindo às megalópoles e conseqüentemente ligações em nível
continental denominado gigalópoles.
No estágio de Gigalópolis, sua circunscrição abrange grandes áreas juntamente com a
influência de sua importância para a região. Essas influências ultrapassam os limites
políticos e sociais, abrangendo um número considerável de cidades circunvizinhas. Todas
as partes integrantes de regiões metropolitanas que devem estar interligadas entre si.
A seguir temos desenhos que exemplificam as relações dessas sinergias.
Micro e Média Relação Sinérgica de Cidades em Rede
Figura 1: desenho esquemático de pequenas e médias cidades em rede
Macro Relação Sinérgica de Megalópoles em Rede
Figura 2: Desenho esquemático de grandes conglomerados de cidades em rede
Exemplo de Megalópole:
A1) Área de influência da Região Metropolitana do Recife (Alagoas, Pernambuco, Paraíba e
Rio Grande do norte);
A2) Área de influência da região metropolitana de Fortaleza (Ceará, Piauí e maranhão);
A3) Área de influência da região metropolitana da Salvador (Sergipe e Bahia).
(A1+A2+A3=MBG)
(MBG) Megalópole Bioma Caatinga.
Enfim, em grandes redes megalopolitanas deverá existir uma Capital Alfa, capital essa
estabelecida pelas forças abstrusas do tecido social e do imaginário popular; Apontado pelo
estudo sintaxista do espaço da região.
1.1 Novos desafios do Século XXI
1.1.2 Matrizes Energéticas “limpas”
O desenvolvimento atual das cidades tem como base o uso de combustíveis fósseis. De
fato, já está provado que as elevadas taxas de emissão de gases resultantes da queima
desses combustíveis – CO2, Metano, enxofre; É veementemente prejudicial à qualidade do
ar e está contribuindo para o aumento exagerado da temperatura na terra, causando
diversos problemas decorrentes da alta temperatura. Muito antes das reservas naturais de
carvão mineral e petróleo se esgotarem o seu uso será antiquado e desestimulado.
Deveremos desenvolver as alternativas existentes de fontes de energias não poluentes,
sendo esse o principal desafio da sociedade humana atual – Desenvolver os assentamentos
humanos levando a zero o impacto negativo desse processo.
3.2.2 Aquecimento Global
Hoje temos provas científicas cabais das conseqüências de um pouco mais de um século
revolução industrial. Nesse período a atmosfera e o solo serviram como um enorme
depósito de lixo e evidente que os milenares processos naturais que geraram a vida nesse
planeta tinham uma resposta ao processo de degradação do meio ambiente natural.
A conseqüência direta da poluição atmosférica e a gradativa destruição das florestas
provocam o aumento do chamado “Efeito Estufa”. Esse fenômeno é um processo natural em
que a terra criou para reter o calor do sol e manter a temperatura ideal para a vida. Porém o
aumento artificial dessa camada amplia exageradamente a temperatura desequilibrando o
ecossistema global, desencadeando processos naturais extremos que são, por exemplo:
Fenômenos atmosféricos mais intensos;
Derretimento das calotas polares, de cordilheiras e picos altos;
Aumento do nível, temperatura e acidez nos oceanos.
Uma considerável parte da população do planeta vive em cidades litorâneas, apenas um
mínimo de aumento do nível dos oceanos destruirá estuários marítimos, provocará à
inundação de milhares de cidades litorâneas, diásporas gigantescas, fome, doenças, falta
de comida, etc.
A raça humana chegou a uma encruzilhada histórica; Ou buscamos uma forma de preservar
os subsídios que sustentam a condição de vida das futuras gerações ou deixamos se
acabar a notável odisséia humana neste planeta.
3.2.3 Regeneração de Biomas terrestres e Extinção dos Desertos
Muito antes do aparecimento da raça humana na terra, os ecossistemas naturais
(Biomas) já estavam presentes na crosta terrestre para dar suporte ao maravilhoso milagre
divino: a vida. Não é lógico e até primário o raciocínio de que sem florestas a vida dos
homens na crosta terrestre é impossível. Note o leitor que a desertificação é um grave
problema natural e intensificado pela ação humana precisa ser veementemente combatido.
O conceito de Bioma é usado por biólogos para designar espécies da fauna e da
flora específicos de cada região e delimitados por condições naturais de relevo e latitudes.
Segundo a ONG WWF, no Brasil existem: (06) seis biomas terrestres, (01) um bioma
marinho e (03) três regiões de transição – os chamados Ecotenes.
Resumindo, o equacionamento dos problemas de ocupação territorial de cidades
emana necessariamente por uma meticulosa e perfeita fusão dos ecossistemas naturais
com gigalópoles densas, baseadas na Bioarquitetura cuidadosamente delimitadas; Ligadas
em rede através da Cibercultura e rodeados de vastas áreas permaculturais com florestas
nativas específicas de cada local (BIOMAS).
A idéia-base é definir os limites político-administrativos através dos limites
estabelecidos naturalmente pelos BIOMAS. Cada Bioma será uma região política com
estratégias de governança e planejamento condicionado as especificidades naturais locais.
Figura 3: Mapa dos biomas brasileiros. Fonte: WWF Brasil
2. Teoria do Eco-Urbanismo
A teoria surge como uma reposta lógica de planejarmos as cidades com
responsabilidade e ética no que tange o uso racional de recursos naturais do planeta
usando os limites naturais como condicionante da ocupação territorial; Concomitantemente
com o desenvolvimento de tecnologias digitais para o desenvolvimento social.
2.1 Novas Escalas e Densidades no Planejamento Ecourbano
Para colocar em prática esse novo modo de planejar as cidades será preciso tipificar
as abrangências de cada rede estando elas contidas uma nas outras:
Nível α
Está a mais alta escala de evolução. A tão sonhada Aldeia Global, com limites geopolíticos
definidos pelas bordas marítimas – gigalópoles.
Nível β
No nível beta está a escala de evolução dentro dos continentes. Nesse nível as instâncias
de planejamento terão suas condicionalidades definidas pelos ecossistemas naturais –
BIOMAS.
Nível α
Fusões entre Gigalópoles (União Continental)
Nível β
Fusões entre megalópoles (ligações entre países através de Biomas)
Nível Χ
Fusões entre Cidades e metrópoles (Escala ÁCROPOLE)
Meio Ambiente Urbano (Tecido físico e Social)
Meio Ambiente Rural (Permacultura e Ecovilas)
Meio Ambiente Natural (Sem cidades ou vilas)
Nível Χ
No nível gama estará contido cidades, vilas ou vilarejos. Toda e qualquer aglomeração
urbana da menor importância até uma complexa capital.
Nesse nível serão usados os procedimentos metodológicos adotados no urbanismo clássico
(Kevin Lynch e Jane Jacobs).
O estudo de sua morfologia, dinâmica social e importância regional; Principalmente seus
limites serão meticulosamente dissecados para o estabelecimento de graus de densidade e
relevância política.
As cidades vão sofrer uma série de estudos de sintaxe espacial para definir seu grau de
complexidade interna e importância política. Para essa definição será estabelecida uma
escala. Essa graduação se denominará - ESCALA ÁCROPOLE.
ESCALA ÁCROPOLE
Coeficiente A – Capitais Metropolitanas (alta complexidade do tecido urbano e social)
Nesse grau não haverá limite para densidade populacional e seu tecido urbano poderá
chegar aos limites estabelecidos. Seu tecido natural será confinado a praças, parques,
jardins botânicos, zoológicos e hortos; porém incentivando o máximo possível o advento de
cobertura vegetal em todas as áreas de uma “urbe” densa.
Coeficiente B – Cidades Vizinhas a Capitais Metropolitanas (Média complexidade do
tecido urbano e social)
Nesse grau estarão contido cidades vizinhas a capitais metropolitanas que de algum modo
serve de suporte a capital. Haverá um rígido controle do limite territorial para o avanço do
tecido urbano. Nessa escala estarão contidas cidades industriais, cidades dormitórios,
cidades turísticas, ou seja, toda e qualquer cidade de caráter secundário que de algum
modo sofre influência da capital. A capital precisa dessa rede a circundando e vice-versa.
Nesse coeficiente estará mais claramente exposto o conceito abordado nessa teoria. Os
detalhes da interação entre o natural e o construído serão de vital importância para o
sucesso dessa nova forma de ver a cidade. Por exemplo: nessa escala o urbano terá uma
profícua relação entre o natural, ou seja, densas florestas naturais farão limites ao tecido
urbano.
A agricultura terá um fundamental papel nesse coeficiente, pois os especialistas da área
farão os devidos estudos para conciliar os desastrosos estragos das monoculturas para
cada bioma.
Coeficiente C – Cidades Rurais, Vilas e Vilarejos (baixa complexidade tecido urbano
e tecido social).
Nesse grau estarão contidas as aglomerações urbanas mais simples. Aglomerações essas
baseadas na Permacultura e estruturadas em Ecovilas, usando o relevo terrestre como
condicionante urbanístico.
As florestas nesse coeficiente estarão intactas e pujantes, onde especialistas da área terão
o importante papel de multiplicar a biodiversidade natural de cada Bioma.
****
É preciso afirmar que as ligações em rede e os graus de densidade é uma espécie de
diretriz racionalizada para o entendimento dos processos sinérgicos de uma determinada
região.
Não será absurda uma espécie de ecovila urbana dentro de uma complexa capital, e vice-
versa; Arranha-céus em interiores longínquos dos grandes centros. Todas as tipologias
construtivas serão possíveis desde que dentro dos conceitos estabelecidos de
sustentabilidade e importância para a rede interna do Ciberespaço local.
2.2 Fusão da Permacultura e da Cibercultura para o P.U.
A teoria do Ecourbanismo se fundamenta em dois conceitos de extrema importância para a
sua conceituação e implantação: A Permacultura e a Cibercultura.
O conceito de Permacultura surgiu na década de 1970 com o australiano Bill Mollison.
Nesse conceito o professor estabelece estratégias de como intervir nos assentamentos
humanos com o mínimo de impacto negativo com o uso racional da terra e recursos
naturais.
O conceito de Cibercultura surgiu no final da década de 1990 através do filósofo Pierre Lévy.
Nele o professor coloca o fato do desenvolvimento de um “Ciberespaço” interferir e gerir
transformações no espaço urbano, na organização dos territórios, nas relações de poder;
Sendo assim, nas interações e dinâmicas de uma possível e futura sociedade humana.
Já foi exposto anteriormente que uma cidade tem três redes de interação interna. A
Permacultura condicionará as ações tecido físico e natural; A Cibercultura condicionará as
ações no tecido social. A implantação desses conceitos consistirá na principal condição para
o sucesso do Ecourbanismo.
Diante desse breve exposto temos a exata noção da complexidade da teoria e fica mais
claro o significado semântico da palavra: fusão da ecologia e do urbanismo, ligados através
da cibercultura.
2.3 A Arquitetura no Ecourbanismo: Bioarquitetura e/ou “Ecohouse”
O que se entende por Bioarquitetura é toda e qualquer construção que leve em conta o fato
de ter condições de dar os subsídios fundamentais da vida humana (Água Potável, Luz
Solar, Energia Elétrica, Comida e Conforto) sem precisar de abastecimento externo. È uma
arquitetura de caráter independente e unicelular.
Para isso a Bioarquitetura se molda aos condicionantes naturais do local, produz comida,
aproveita os recursos abundantes, reaproveitam recursos escassos com tipologias
arquitetônicas vernaculares fundindo-se com as mais avançadas técnicas construtivas.
Uma das atuais técnicas de medir sustentabilidade de novas construções é um excelente
esboço para se chegar a uma Bioarquitetura.
Países da Europa e os Estados Unidos são os primeiros a adotar certificações adotando
princípios de sustentabilidade. Um dos melhores exemplos e a certificação LEED
(Leadership in Energy and Enviroment Design). Foi criado pela organização americana
United States Green Building Council (USGBC) para classificar as edificações a partir de
critérios de sustentabilidade.
Essas certificações estipulam um ranking numérico para a edificação e em determinados
prazos de tempo é refeita a avaliação para a manutenção do status de edificação “verde”
(Green Building).
A Ecohouse é um conceito de residências derivado da Ecoarquitetura. Nessa forma de
pensar as edificações faz parte da grande ecologia do planeta. As Ecohouses são projetos
que tem como parâmetro a adaptação ao sítio, à sociedade do entorno, ao clima, á região
sem provocar nenhum dano na dinâmica natural do local. Seja na urbe densa ou na mais
longínqua cidade interiorana o cuidado com os efeitos negativos relacionados com a
ocupação humana, a diretriz central é respeito ao meio ambiente e cuidado com a
conservação das florestas.
3. A Permacultura e a Questão Urbana Física
O eixo central na teoria do professor Bill Mollison é o cuidado com a água para subsidiar a
vida no planeta. Para isso, estabelece três parâmetros fundamentais de ética na
Permacultura:
O cuidado com o planeta terra deve ser fundamento ético de qualquer
atividade humana;
O cuidado com as pessoas e as demais espécies que habitam este planeta
estabelece o respeito intrínseco pela vida;
A partilha dos excedentes deve servir ao planeta e às pessoas. A abundância
só existe quando se faz uma partilha justa dos excedentes.
Direcionando as ocupações humanas no dentro da ética na Permacultura teremos uma
alternativa melhor às feições das atuais cidades.
4. A Cibercultura e a Questão Urbana Social
Para esse item, vou descrever fielmente assim como o professor Pierre Lévy analisa
como poderia ser um próximo estágio de evolução social humana.
“... o horizonte de um Ciberespaço que temos como universalista é o de interconectar todos
os bípedes falantes e fazê-lo participar da Inteligência Coletiva da espécie no seio de um
meio ubiqüitário.” (lévy, 2007, pág.16)
“... a Cibercultura corresponde ao momento em que nossa espécie, pela globalização
econômica, pelo adensamento das redes de comunicação e de transporte, tende a formar
uma única comunidade mundial, ainda que essa comunidade seja – e quanto! – desigual e
conflitante. Única em seu gênero no reino animal, a humanidade reunirá toda sua espécie
em uma única sociedade.” (lévy, 2007, pág.87)
Diante de transformações sociais tão profundas o planejamento das cidades deve
acompanhar o ritmo dessas mudanças. Ao mesmo tempo amenizar os estragos feitos no
passado e preparar as cidades para possíveis fenômenos naturais destrutivos.
5. As Variantes do Ecourbanismo ao longo do Século XXI
6.1 (Cenário A) – Aquecimento global controlado e Biomas Regenerados
Diante do sucesso da aplicação efetiva da teoria a raça humana terá condições de
sobreviver nesse planeta por milhares de gerações futuras.
6.2 (Cenário B) – Catástrofes globais e luta pela sobrevivência
Se os atuais níveis de degradação ambiental e o aumento do oceano evoluir a níveis
catastróficos continuarem, no próximo século a humanidade terá que desenvolver
estratégias de sobrevivência.
Nos próximos tópicos temos duas hipotéticas soluções para um possível quadro total de
degelo das calotas polares.
6.2.1 – Ocupação de Altitude
O aumento do nível dos oceanos destruirá estuários marinhos, inundação de grandes vales
e as bordas marinhas se reduziria as duas grandes cordilheiras montanhosas presentes na
crosta terrestre: Cordilheira dos Andes e Cordilheira do Himalaia.
O êxodo para as partes terrestres de grande altitude é natural e o desenvolvimento de
cidades em cordilheiras montanhosas seria um desafio interessante do ponto de vista do
planejamento urbano sob a ótica do Ecourbanismo.
6.2.2 – Ocupação Oceânica
Outra hipotética e mais difícil padrão de ocupação seria a proteção das cidades existentes
com a construção de enormes “Domes” – Estruturas no formato de esferas que possuem
fácil execução e resistência a grandes esforços estruturais.
Essa tipologia se destina a cidades litorâneas importantes que ficarão submersas diante do
aumento do nível oceânico.
A tipologia oceânica é mais dispendiosa em termos de construção e custos, porém o fato de
estar submerso a pouca profundidade protegeria de alguns fenômenos naturais climáticos.
BIBLIOGRAFIA
Jacobs, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. São Paulo: Martins Fontes, 1961.
Lynch, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Legan, Lúcia. Soluções Sustentáveis - Permacultura na agricultura familiar. Pirenópolis-
Goiás: Mais Calango. 2007.
___________. Soluções Sustentáveis - Uso da água na permacultura. Pirenópolis-Goiás:
Mais Calango. 2007.
___________. Soluções Sustentáveis - Permacultura Urbana. Pirenópolis-Goiás: Mais
Calango, 2007.
Lévy, Pierre. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.
Lorenzi, Harri. Frutas Brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura). Instituto
Plantarun de estudos da flora Ltda. São Paulo: Plantarun. 2000.
Mollison, Bill. Introdução a Permacultura. São Paulo:Tyalgum, 1991.
Roaf, Susan. Ecohouse: A casa ambientalmente Sustentável. Porte Alegre: Bookman. 2006.
Soares, André. Conceitos básicos sobre Permacultura. Brasília:s.n, MA/SDR/PNFC. 1998.
____________. Soluções Sustentáveis - Construções Naturais. Pirenópolis-Goiás: Mais
Calango, 2007.