23
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL - MI SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA - SUDAM ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS - OEA PROJETO DE AÇÕES INTEGRADAS PARA O PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA PRODESAM CONTRATO CPR - 221.072 PLANO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA - PRDA PORTFÓLIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS PRDA 2012-2015 PROGRAMAS ESTRUTURANTES: INTEGRAÇÃO ECONÔMICA, AGRICULTURA E PECUÁRIA E INDÚSTRIA Projeto - Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia) Versão Preliminar Belém Março-2012

1 projeto prda articulação territorial produtiva22

Embed Size (px)

DESCRIPTION

dsa

Citation preview

Page 1: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL - MI SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA - SUDAM

ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS - OEA PROJETO DE AÇÕES INTEGRADAS PARA O PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA – PRODESAM CONTRATO CPR - 221.072

PLANO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA - PRDA

PORTFÓLIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS – PRDA 2012-2015

PROGRAMAS ESTRUTURANTES: INTEGRAÇÃO ECONÔMICA, AGRICULTURA

E PECUÁRIA E INDÚSTRIA

Projeto - Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

Versão Preliminar

Belém

Março-2012

Page 2: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Sumário

1 ESPACIALIZAÇÃO DO PROJETO .................................................................................................. 2

2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................................. 2

2.1 APL’s Bases Conceituais .......................................................................................................... 7

2.2 Uma Nova Geração de Políticas Públicas Voltadas aos Apl’s no Brasil ........................... 9

3 OBJETIVO .......................................................................................................................................... 11

4 RESULTADOS ESPERADOS ........................................................................................................ 11

5 METAS................................................................................................................................................ 12

6 INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E FONTES DE INFORMAÇÃO .......................... 12

7 METODOLOGIA ................................................................................................................................ 13

8 CRONOGRAMA ................................................................................................................................ 15

9 RECURSOS FINANCEIROS .......................................................................................................... 16

9.1 Custos Estimados para o Projeto ............................................................................................ 16

9.2 Fontes de Financiamento Identificadas ................................................................................. 17

9.3 Outras Fontes para a captação de Recursos ......................................................................... 18

10 PARCERIAS ESTRATÉGICAS/MODELO DE GESTÃO ......................................................... 19

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 22

Relação de Quadros

Quadro 1 Grau de Desenvolvimento dos APL‘s, medidos por 10 indicadores ..................................... 9

Quadro 2 Arranjos Produtivos Locais prioritários para o Plano Brasil Maior - Governo Federal ....... 11

Quadro 3 Cronograma ......................................................................................................................... 15

Quadro 4 Fonte de Recursos dos Planos Plurianuais dos Estados Relacionados aos Projetos

Estratégicos. ....................................................................................................................... 18

Relação Figuras

Figura 1 Mapeamento dos Arranjos Produtivos Locais, segundo o Sistema SIS-APL/MDIC ................ 2

Figura 2 Projeção de Infraestrutura Energética para a Região Amazônica e Usinas em operação. .... 4

Figura 3 Potencial de Extrativismo na Região Amazônica por zonas de intensidade. .......................... 4

Figura 4 Atividades Pólos na Região Amazônica e principais Eixos de Transporte Madeireiro ........... 5

Figura 5 Participação relativa da Região Amazônica no Produto Interno Brasileiro (PIB) e

contribuição percentual dos estados para o PIB da região, entre 2000 e 2009. .................................... 6

Figura 6 Organograma da estrutura de governança do PRDA ............................................................ 21

Page 3: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

2

1 ESPACIALIZAÇÃO DO PROJETO

Figura 1 Mapeamento dos Arranjos Produtivos Locais, segundo o Sistema SIS-APL/MDIC

2 JUSTIFICATIVA

Desde a definição da Amazônia Legal, enquanto unidade de planejamento

pioneira no país procura-se encontrar o caminho de um projeto integrador para esta

Região. Projeto este que abarque não apenas o recorte espacial definido, mas se

comprometa em compreender os desafios da região, proporcionais a sua dimensão

e diversidade, levando em conta que:

a) O recorte territorial da Amazônia Legal abriga uma heterogeneidade de

situações e problemas de diversas matizes, como diversidade de biomas;

paisagens; um estimado patrimônio biológico; extensas bacias

hidrográficas com mais de 1.100 afluentes (IBGE, 2012); dinâmica

populacional recente e intensiva no uso de recursos naturais.

Page 4: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

3

b) Existe um passivo proporcionado por um conjunto de políticas públicas

equivocadas que acumularam também uma diversidade de problemas para

esta unidade de planejamento.

c) Novos arranjos institucionais devem ser incorporados ao processo do

planejamento do desenvolvimento.

No vasto território amazônico evidencia-se uma gama de atividades

econômicas, onde coexistem, de um lado, o emprego de tecnologia intensiva como

no Polo Industrial de Manaus e de outro o cultivo de roçado movido por atividade

agrícola tradicional de corte-queima. Entre este dois extremos, um conjunto de

outras relações econômicas e seus agente se constringem no território amazônico,

cujas resultantes expressam-se nos indicadores macroeconômicos, estes por sua

vez controversos e contraditórios como o PIB e o Saldo da Balança Comercial, no

que se refere ao descolamento de seus desempenhos e a realidade social posta.

Relatando sumariamente algumas das dinâmicas econômicas mais

importantes da Amazônia hoje, tem-se: Os corredores de exportação minero-

metalúrgicos e da Soja, situados respectivamente nos Estados do Pará , do Mato

Grosso e Tocantins; o Pólo Industrial de Manaus; Pólos Madeireiros com maior

presença espacial no Estado do Pará; Dinâmica da Pecuária (Pará, Mato Grosso e

Rondônia)

Elenca-se ainda uma embrionária e promissora economia extrativista de

produtos florestais não madeireiros baseada hoje na coleta e transformação primária

de produtos como açaí, andiroba, castanha do Pará dentre outros.

O território amazônico também e preenchido, em termos econômicos, por

aglomerações produtivas diversas e com significativa importância a nível local.

Trata-se de dinâmicas endógenas e de certa forma isoladas entre si, tratadas na

literatura econômica desenvolvimentista como Arranjos Produtivos Locais – APL’s

ou potenciais arranjos. Como exemplo apresenta-se a bacia leiteira de Rondônia, a

Indústria da Fruticultura no Nordeste Paraense, o APL naval de Manaus, etc.

Page 5: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

4

Figura 2 Projeção de Infraestrutura Energética para a Região Amazônica e Usinas em operação.

Fonte: Elaboração Instituto Capital Social (Ministério de Minas e Energia, 2011)

Figura 3 Potencial de Extrativismo na Região Amazônica por zonas de intensidade.

Fonte: Elaboração Instituto Capital Social (IMAZON, 2009).

Page 6: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

5

Figura 4 Atividades Pólos na Região Amazônica e principais Eixos de Transporte Madeireiro

Fonte: Elaboração Instituto Capital Social (IMAZON, 2009; IBGE 2011; AIMOR 2011; MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES 2011).

Nesse sentido, os reflexos da ausência de uma politica de integração, têm

impactado no modesto desempenho o macroeconômico da região que nunca

apresentou contribuição de dois dígitos na participação do valor da produção

nacional – VPN. Em toda a década de 1990 e 2000, as participações no Produto

Interno Bruto - PIB, foram em torno de 6,57% e 6,65% respectivamente.

O desempenho recente do PIB da Amazônia dos últimos dez anos (2000 a

2009), tem mantido uma participação média em torno de 6,71% do PIB nacional e

um crescimento percentual de 0,15% ao ano em relação ao PIB do Brasil,

mantendo-se constante as economias dos outros estados da federação e admitindo

que este cenário se reproduza para os próximos 15 anos, a participação do PIB

regional ultrapassaria os 10% do PIB nacional (figura 1).

Page 7: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

6

Figura 5 Participação relativa da Região Amazônica no Produto Interno Brasileiro (PIB) e

contribuição percentual dos estados para o PIB da região, entre 2000 e 2009.

Fonte: Instituto Capital Social (2012).

Em números agregados o PIB da Amazônia já revela clara fragilidade, apesar

de apresentar tendência de elevação neste período, quando comparamos a

participação por setor ou valor adicionado, o hiato se agrava ainda mais, o que

revela uma dinâmica de crescimento não homogênea entre os estados integrantes

da região e elevada dependência de atividades (concentração de estabelecimentos)

intensivas no uso dos recursos naturais, elevado custo ambiental e de baixa

formalização e remuneração (Dados da RAIS, 2010).

O baixo resultado medido pelo PIB da região reflete por outro lado o

incremento para fora, medido pelo escoamento da poupança regional para outras

regiões do país, principalmente para o centro-sul do país.

Portanto, observa-se a baixa efetividade/eficácia das políticas de

desenvolvimento implementadas na região ao longo das últimas décadas no que

tange a questão econômica, tendo suas raízes identificadas:

a) no elevado nível de desarticulação produtiva;

b) no descredenciamento dos agentes econômicos locais;

c) no aumento permanente das transferências de valor agregado para fora;

d) potenciais produtivos sem política de incentivo;

y = 0,1552x + 6,7178 R² = 0,8083

-

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

RO

AC

AM

PA

RR AP

TO

MA

MTp

Legenda linha de tendência % do PIB da Amazônia % do PIB dos estado s na Amazônia no periodo

% do PIB da Amazônia

% do PIB dos estados na Amazônia

Page 8: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

7

e) Incentivo a atividade com pouco poder de linkage baixo potencial

multiplicador de impactos de emprego, produto e renda

A dinamização de (sub)espaços produtivos amazônicos pode contribuir

fortemente para mudar esse cenário. Uma das alternativas para isso está no

atendimento das demandas já identificada pelos Estados para seus APL’s.

2.1 APL’s Bases Conceituais

Pensar uma estrutura que de conta de organizar, acompanhar a produção

econômica na região amazônica, dada sua dimensão, suas especificidades,

heterogeneidade, a princípio parece ser uma tarefa inimaginável. Dos grandes

conglomerados industriais a La “Zona Franca de Manaus” à produção

agroextrativista encontrada espalhada ao longo de seu território, exigem antes de

tudo leituras diferenciadas.

Coloca-se, então, como uma das importantes formas econômicas, pujante na

região Amazônica, os Arranjos Produtivos Locais (APL’s). Por APL’s, entende-se,

segundo DA COSTA (pp. 127,2010):

“ como agrupamento de empresas (ou produtores) similares e/ou fortemente inter-relacionados, ou interdependentes, que interagem numa escala espacial local definida e limitada através do fluxo de bens e serviços. Para isto desenvolvem suas atividades de forma articulada por uma lógica socioeconômica comum que aproveita as economias externas, o binômio cooperação-competição , a identidade sociocultural do local, a confiança mútua entre os agentes do aglomerado, as organizações ativas de apoio para prestação de serviços (aqui se encaixa perfeitamente o papel da SUDAM, grifo nosso), os fatores locais favoráveis (recursos naturais, recursos humanos, cultura, sistema cognitivos, ,logística, infraestrutura, etc.), o capital social e a capacidade de governança da comunidade” DA COSTA (pp. 127,2010) .

Na literatura econômica especializada sobre o tema, recorrentemente

apresenta-se “cases” de sucesso de APL´s como o Vale do Silício e da região

conhecida com Terceira Itália. No primeiro caso evidencia-se uma conjunção de

fatores, tais como convergência tecnológica e inovação, que fizeram com que uma

região da Califórnia, nos Estados Unidos, até inicio dos anos 80, com índices

econômicos inferiores a de regiões econômicas tradicionais americanas, tomasse a

liderança entre os anos 90 e inicio desse século.

Situação semelhante ocorreu na Itália. Tradicionalmente aquele país era

conhecido pela polarização regional, do norte rico e industrializado, cuja expoente

Page 9: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

8

estava em Milão conhecida mundialmente por suas grifes e marcas de carros,

enquanto que o sul historicamente pobre e o local que abrigava a famosa máfia

italiana (vide Máfia Siciliana). Eis que uma nova força emerge no final dos anos 70,

numa região conhecida como “Emiglia-Romana’, mais ao centro daquele país,

impulsionado principalmente por cooperativas e organizações sindicais, assim surge

um competitivo e inovador pólo de produção de eletrodomésticos e cerâmicos

organizados em distritos industriais responsável hoje por 57% das exportações

italianas (Gonçalves et all, 2005).

As discussões sobre a existência ou não de distritos marshalianos, cluster,

APL’s e congêneres no Brasil remontam o final dos anos 90. Partindo do debate se

os casos explicitados acima poderiam ser aplicados no país, dado os diferentes

graus de “amadurecimento” daquelas economias. Tem-se neste contexto a

construção, no país, do conceito sobre sistemas ou arranjos produtivos locais.

CAMPOLINA, CROCCO et all (pp. 104, 2006), apontam que a forma como as

firmas se articulariam e o papel por elas desempenhado em cada sistema produtivo

local pode variar, dependendo do formato especifico do sistema. Nesse caso, os

atributos socioeconômicos, institucionais e culturais; o sistema de governança; a

capacidade inovativa; os princípios de organização e qualidade dos encadeamentos

produtivos internos e externos ao ‘espaço industrial’ determinariam a conformação de

diferentes tipos de sistemas produtivos locais.

Essa admissibilidade de diferentes conceitos entre economias mais

desenvolvidas e os espaços periféricos, tratada em autores como CANO (1998),

MYTELKA e FARINELLI (2000) tornam-se fundamentais para os estudos e políticas

vindouras a partir de então.

Page 10: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

9

Quadro 1 Grau de Desenvolvimento dos APL‘s, medidos por 10 indicadores

Caracteristicas Cluster/APLs Cluster/APLs2 Cluster/APLs3

Informais Organizados Inovadores

Existencia de Liderança Baixa Baixo e Médio Alto

Tamanho das Firmas Micro e Pequena MPMEs MPMEs e Grande

Capacidade Inovadora Pequena Alguma Continua

Confiança Interna Pequena Alta Alta

Nivel de Tecnologia Pequena Média Média

Linkages Algum Alguma Difundido

Cooperação Pequena Alguma e Alta Alta

Competição Alta Alta Média e Alta

Novos Produtos Pouco; Nenhum Alguns Continuamente

Exportação Pouco; Nenhum Média e Alta Alta

Fonte: Extraído de Dos Santos et all (2005) com base em Farinelli (1998)

2.2 Uma Nova Geração de Políticas Públicas Voltadas aos Apl’s no Brasil

Passada a fase de disseminação e condução de uma gama de iniciativas e

políticas públicas conduzidas muitas vezes de formas extremamente heterodoxas,

no que concerne seus preceitos, a política de apoio aos APL´s no país, avança de

forma crítica e madura com a reformulação de suas instituições de apoio e fomento,

inovação nas legislações e inserção de instrumentos sólidos de intervenção nesses

arranjos.

Luciano Coutinho, renomado economista e atual Presidente do BNDES dá o

tom estabelecido por uma nova geração de políticas pública voltadas aos APL´s.

“A exploração de alternativas inovadoras de políticas para o desenvolvimento marca o inicio deste milênio . Fortalecer a capacidade pública e privada de planejamento de longo prazo para a identificação de possibilidades de expansão dos arranjos existentes e de prospecção de potenciais mostra-se vital para o estabelecimento de um novo paradigma social, produtivo, inovativo e ambiental. Há certamente desafios a enfrentar se queremos de fato implementar uma política de APLs: o financiamento a pequenos e microempreendedores, as possibilidades de apoiá-los de forma coletiva e sistêmica e de induzi-los a interagir visando potencializar a geração e incorporação de novos conhecimentos, inovações e práticas avançadas de gestão e produção de bens e serviços de alta qualidade e valor agregado. Questões como essas estão no cerne das discussões sobre a nova geração de políticas para APL´s e se consubstanciam em incentivo para ampliarmos nossa capacidade de aproveitar o aprendizado que nos trazem as lições de políticas e exemplos de sucessos para poder ir além.” (Coutinho, 2010).

Page 11: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

10

LASTRES et all (pp 27-28, 2010) elenca uma série de fatores que convergem

para a consolidação deste novo momento.

“As novas políticas precisam estar embasadas em uma série de aspectos quanto ao seu foco e forma de seleção e apoio. O primeiro elemento relevante para a nova geração de políticas é a ênfase na geração e assimilação de conhecimentos e o desenvolvimento das capacitações produtivas e inovativas locais. O foco deve estar na promoção e desenvolvimento de potencialidades e valorização de oportunidades econômicas, sociais, culturais, ambientais e de inovação no local e país. O segundo elemento refere-se à lógica de escolha de APL´s para apoio e à necessidade de utilizar modelos capazes de mobilizar propostas e processos locais, com base em toda potencialidade de demanda dos diferentes APLs, a nova forma de seleção deve estar baseada em (i)conceitos que não restrinjam de antemão a casos mais desenvolvidos e visíveis, concentrados espacialmente em termo de atividades e público-alvo;(ii)critérios claros, que levem em consideração as prioridades estratégicas do governo federal e organismos de apoio. O terceiro elemento relaciona-se ao conteúdo das políticas desta nova geração. Destaca-se o objetivo de estimular ações coletivas e sistêmicas que gerem sinergias e resultem no desenvolvimento sustentável dos diferentes arranjos e suas empresas, assim como dos territórios que os abriga . Aponta-se a urgência de elaborar novas formas de apoio, com a criação de mecanismos que estimulem a interação entre os atores dos APL’s e, também, entre diferentes APLs. O aproveitamento das oportunidade para o desenvolvimento e o uso de conceitos, indicadores e modelos próprios, sistêmicos e adequados é, portanto, chave na nova geração de políticas para APL´s. Em resumo, é imperativo que esses modelos:

Reconheçam, permitam e promovam o acolhimento de demandas dos diferentes territórios em toda suas diversidades;

Visem o apoio ao conjunto dos atores e a interação e cooperação em projetos coletivos e interdependentes;

Tenham em seu centro o objetivo de mobilizar a capacidade de adquirir e usar conhecimentos, inovações e práticas avançadas e sustentáveis de produção de bens e serviços;

Visem o desenvolvimento enraizado, inclusivo, coeso e sustentável;

Articulem as dimensões territorial, econômica, social, cultural, ambiental

e político-institucional; e

Integrem as prioridades do desenvolvimento nacional, regional,

estadual e local em uma perspectiva no longo prazo”.(LASTRES et al,

2010).

As mais recentes diretrizes da política industrial brasileira apontam para essas

perspectivas. O Plano Brasil Maior (MDIC, 2011) estabelece toda uma gama de

ações voltadas ao apoio dos APL´s no país com destaque para intervenções na

Amazônia.

No Plano Brasil Maior foram definidas quatro redes setoriais de APLs serão

as primeiras a terem estudos e análise de gargalos: produtos madeireiros da

Amazônia Legal; complexo agroindustrial de produtos caprino-ovinocultura;

Page 12: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

11

cerâmica vermelha e agregados minerais para obras de construção civil e

infraestrutura. Todas as outras redes setoriais classificadas pelo GTP APL também

serão analisadas.

No desdobramento do Plano Brasil Maior para os APLs, as redes setoriais de

Arranjos Produtivos Locais foram agrupadas em seis blocos produtivos, conforme

suas especificidades técnicas:

Quadro 2 Arranjos Produtivos Locais prioritários para o Plano Brasil Maior - Governo Federal

Sistemas metalmecânico e eletroeletrônico

Sistemas intensivos em

escala e tecnologia

Sistemas intensivos

em trabalho

Sistemas do agronegócio

Economia criativa e de

serviços

Sistemas extrativistas

Eletroeletrônica, Metalmecânico, Construção naval, Aeroespacial, Automotivo e autopeças

Fármacos, Biotecnologia, Transformação plástica, Petróleo e gás

Têxtil e confecções, Madeira e móveis, Couro e calçados, APL de Reciclagem de Resíduos Sólidos, Construção civil

Leite e derivados, Fruticultura, Floricultura, Mandiocultura, Piscicultura, Ovinocaprinocultura, Apicultura, Carnes/bovinocultura e suinocultura

Tecnologia da informação, Turismo, Artesanato, Entretenimento

Cerâmica/extrativismo mineral, Extrativismo florestal, Rochas/extrativismo mineral, Gemas e joias/extrativismo mine

.

3 OBJETIVO

Intensificar as transações econômicas e comerciais entre os Estados da

Amazônia, estabelecendo instâncias de governança e mediação dos APL’s

prioritários a partir da superação de gargalos identificados e atendimentos das

demandas regionais.

4 RESULTADOS ESPERADOS

Espaços Produtivos locais integrados e dinamizados;

Rede de informações sobre produtos e negócios amazônicos

implementada;

Selo Amazônico implantado;

Page 13: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

12

5 METAS

Substituir 15% das importações (vias internas) de produtos e serviços

adquiridos fora da Amazônia por produtos e serviços regionais com

incremento 5 pp. ao ano a partir do Ano 2.

Gerenciar e priorizar demandas já identificadas de APL´s dos Estados

Amazônicos.

Implantar na SUDAM, no Ano 2, uma rede digital com portfólio de

informações dos produtos e serviços ofertados pelos estados amazônicos a

ser financiada pelos estados.

Instituir, no ano 2, o pacto regional de comercialização de produtos da

Amazônia no âmbito do CONDEL.

Formalizar parceria entre SUDAM e SUFRAMA para extensão do selo

amazônico para todos os estados, visando garantir a origem e qualidade

dos produtos elaborados na Região.

6 INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E FONTES DE INFORMAÇÃO

Vantagens Comerciais Internas Reveladas (com base em Costa et al). Relações Interestaduais, com agregação de valor, medido pela formula referente ao Saldo na Balança Comercial do Estado (SBCE), excluindo os efeitos do comércio internacional

SBCE = (VOE ) - (EOE ) = ST – ET (1) ou SBCE = (VOE - EOE) = SE + SM (2) Onde: SBCE = Saldo da Balança Comercial do Estado ST = Saídas Totais - corresponde ao total das vendas de bens e serviços do estado; ET = Entradas Totais - corresponde ao total das compras de bens e serviços pelo

estado; SE = Saldo das relações interestaduais; SM = Saldo das relações; VOE = Vendas do estado para outros estados da federação; EOE = Compras do estado a outros estados da federação;

TT = (VOE + EOE) = TE = ET + ST (3) Onde: TT = Transações Externas Totais do Estado do Pará TE = Total das Transações Interestaduais TM = Total Transações Externas

Page 14: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

13

7 METODOLOGIA

Fase 1 - Dinamização de Espaços Produtivos

Dado que os APLs ou potenciais arranjos se encontram mapeados e que

suas principais demandas estão identificadas, o passo metodológico seguinte deve

ser o de seleção de APL´s com maior impacto no alcance dos objetivos do projeto.

Trata-se da retomada de um processo iniciado pela Agencia de Desenvolvimento da

Amazônia–ADA/Nova SUDAM em 2004.

Box 1 - A experiência de Governança de APL’s na Amazônia

Fonte: Rede Sist. Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Norte, Nordeste e Mato Grosso e dos Impactos dos Grandes Projetos Federais no Nordeste. Nota Técnica 07 - Síntese dos Resultados, Conclusões e Recomendações-Pará. (2010)

A lacuna deixada pela SUDAM no monitoramento e governança dos APLs na

Amazônia de certa maneira foi preenchida por iniciativas como as do Banco da

Amazônia, SEBRAE, MDA e MDIC. Porém é de fundamental importância para o

A noção de Arranjo Produtivo Local com as conotações sistêmicas dadas pela RedeSist encontra-se expresso pioneiramente no documento estratégico da sucessora da SUDAM, a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) que enunciou o projeto de passagem para a nova institucionalidade, pressuposta aos novos horizontes de desenvolvimento: “A proposta de planejamento do desenvolvimento da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) para a Região Amazônica pressupõe, por uma parte, um diálogo contínuo para pactuar prioridades; por outra, requer que se vincule o conceito de competitividade à equidade e à tecnologia, esta, todavia, avaliada em sua eficiência também pela capacidade de garantir a sustentabilidade dos recursos naturais. Em tudo, corrobora-se a idéia do desenvolvimento endógeno – porque assentado em raízes locais, produtor de equidade social (o que inclui novas capacidades de consumo de massa) e de sustentabilidade ambiental, que exige produção e difusão de tecnologias apropriadas, formador de condições favoráveis aos esforços de cooperação intraempresas, além de produtor, nesse campo, de alianças estratégicas e de resultados coletivos. Uma referência estrutural para atender tais necessidades estratégicas deverá ser o Arranjo Produtivo Local: as aglomerações de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto de atividades econômicas (agrícolas, pecuária, florestais, minerais e industriais), que apresentem vínculos mesmo que incipientes.” (ADA, 2004:24-25)”

“Com base nisso, a organização desencadeou uma série de ações que visavam a) a formação de uma base de conhecimento que permitisse a constituição de uma comunidade epistêmica em torno das perspectivas de desenvolvimento anunciadas e b) a constituição de mecanismos organizacionais que permitissem iniciar gestão pautada nas novas referências, os APLs, para uma nova fase de intervenção para o desenvolvimento. Um dos feitos desse movimento foram dois mapeamentos de APLs, os quais servem de referência conceitual e metodológica a importantes ações atuais. Um outro, foi a montagem do Comitê Gestor do Arranjo Produtivo Local de Frutas do Nordeste Paraense (Costa et alii, 2004; Costa e Andrade, 2006).

Page 15: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

14

apoio aos APL, na perspectivas de uma nova geração de políticas públicas, o

monitoramento dos resultados alcançados.

Essa iniciativa prescinde antes de tudo da coordenação de uma ampla rede

de instituições com objetivos voltados ao apoio de APLs. Nessa perspectiva a

SUDAM torna-se uma instituição catalizadora da política de APLs para a Amazônia,

cabendo a mesma o papel central de:

Interlocução junto aos Comitês Estaduais de APLs para a seleção dos

APLs prioritários e seus respectivos comitês gestores.

apoiar e fortalecer os comitês gestores dos APLs selecionados;

ser a interlocutora junto a esfera federal da demandas setoriais dos APLs

monitorar os resultados alcançados pelos APLs

Fase 2 - Implementação de uma rede de informações sobre produtos e negócios

amazônicos

A implementação de uma rede de informações sobre produtos e negócios

amazônico pretende ser um ambiente virtual colaborativo, envolvendo uma rede de

produtos, fornecedores e compradores, para tal exige-se uma sequencia de

atividades:

Identificação de produtos com potencialidade de comercialização

intrarregião (demanda X oferta).

Cadastro digital de fornecedores e compradores regionais

Rede colaborativa em plataforma virtual

Fase 3 - Instituição de um Selo para Produtos Amazônicos

A garantia da qualidade dos produtos produzidos na Amazônia torna-se uma

das mais importantes metas a ser perseguida pelo projeto como estratégia para

expansão mercadológica. O Selo Amazônico, uma iniciativa da SUFRAMA e

FUCAPI pode ser replicada para toda Amazônia.

Hoje o Selo Amazônico está contemplado num programa de certificação,

denominado Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade de Produtos

Manufaturados com Matéria-Prima da Amazônia Brasileira, executado pela

Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), em

Page 16: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

15

parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e

tem como objetivo o monitoramento princípios ligados à qualidade, segurança,

sociedade e meio ambiente, desenvolvimento econômico e de procedência da

matéria-prima dos produtos.

Num formato ampliado para região como um todo, se escolheria uma gama

de produtos dos Estados para certificação e acreditação com o Selo Amazônico, tais

como matérias-primas com foco na biodiversidade da região ou produtos que

possuam insumos, tais como: biojoias, biocosméticos, fitoterápicos, fitofármacos,

acessórios fabricados com couro de peixes da região, produtos que utilizam polpas

de frutas regionais, entre outros.

8 CRONOGRAMA

Quadro 3 Cronograma

Cronograma de Execução das Metas ANO

1

ANO

2 ANO

3 ANO

4

FASE I

Interlocução junto aos Comitês Estaduais de APLs para a seleção

dos APLs prioritários e seus respectivos comitês gestores X

Apoio e fortalecer os comitês gestores dos APLs selecionados; X X X X

Ser a interlocutora junto a esfera federal das demandas setoriais

dos APLs X X X X

Monitoramento dos resultados alcançados pelos APLs X X X X

FASE II

Identificação de produtos com potencialidade de comercialização

intra-região (demanda X oferta) X X

Cadastro digital de fornecedores e compradores regionais X X

Implantação de uma rede colaborativa em plataforma virtual X

FASE III

Seleção de empresas e produtos X X

Processo de Certificação X X

Portfólio para divulgação junto aos Estados Amazônicos X

Page 17: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

16

9 RECURSOS FINANCEIROS

9.1 Custos Estimados para o Projeto

Atividade Elementos de despesa Valor (R$)

Rodada para a definição dos APL´s Prioritários nos 9 estados da Amazônia Legal (2 técnicos da SUDAM por viagem)

Passagens 26.000,00

Diárias 7.200,00

Subtotal 33.200,00

Apoio ao fortalecimento dos

comitês gestores dos APLs

selecionados (Estimado com base

nos Planos de Desenvolvimentos

dos APL´s monitorados pelo MDIC)

Atendimento as principais

demandas dos APL´s

(capacitação,

infraestrutura, etc.)

80.000.000,00

Subtotal 80.000.000,00

Sistema de monitoramento dos

APL´s selecionados

STPJ 90.000,00

STPF 30.000,00

Subtotal 120.000,00

Estudo de potencialidade de

mercado intrarregional para os

produtos amazônicos

STPJ 110.000,00

STPF 40.000,00

Subtotal 150.000,00

Cadastramento de produtores e

fornecedores regionais

STPJ 50.000,00

Subtotal 50.000,00

Implantação da rede colaborativa STPJ 55.000,00

Subtotal 55.000,00

Processo de Certificação do Selo

Amazônico (Seleção de Empresas,

Capacitação e Certificação)

STPJ 10.000.000,00

STPF 500.000,00

Subtotal 10.500.000,00

Total Geral 91.988.200,00

Page 18: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

17

9.2 Fontes de Financiamento Identificadas

Este tópico apresenta as possíveis fontes de recursos, que foram

identificadas pela consultoria nos PPAs estaduais.

O processo de identificação das fontes ocorreu a partir da montagem de

banco de dados, baseado em informações sobre programas, ações e recursos

financeiros disponíveis nos Planos Plurianuais - PPA's dos estados e do governo

federal. A busca dessas informações deu-se principalmente por meio eletrônico, nos

sites das secretarias e ministérios.

Algumas dificuldades foram encontradas no processo de elaboração do

referido banco de dados, entre as quais destaca-se o fato de que nem todos os

planos (PPA's) foram disponibilizados pelos estados no período definido pela

consultoria para a coleta de informações, ou seja, no final do mês de fevereiro de

2012.

Outra dificuldade encontrada diz respeito a incompatibilidade metodológica

entre planos, onde foi possível constatar que a metodologia de elaboração do PPA

do governo federal e do estado do Tocantins tem abordagem distinta daquela

adotada pelos demais estados da união. O governo federal e o estado do Tocantins

não utilizaram a agregação orçamentária por ação, quando da elaboração do PPA

2012 – 2015, considerado suma importância para a análise orçamentária, haja vista

que a ação trata da realização do objetivo do Programa, do qual resulta um produto

(bem ou serviço), ofertado à sociedade e/ou ao próprio Estado, que demanda

recursos orçamentários e/ou recursos não orçamentário. A não existência deste item

tornou difícil a compatibilização orçamentária.

No momento em que foram concluídos o banco de dados e a matriz de

elaboração dos projetos, com suas problemáticas e propostas, deu-se o processo de

confrontação entre objetivos e metas dos projetos do PRDA e os programas e ações

dos PPA’s estaduais, para a partir daí poder identificar o volume de recursos

disponíveis para cada temática abordada.

Abaixo apresentamos as o volume de recurso identificado, agrupado por

programas, nos referidos estados.

Page 19: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

18

Quadro 4 Fonte de Recursos dos Planos Plurianuais dos Estados Relacionados aos Projetos

Estratégicos.

Fonte: PPA’s Estaduais

9.3 Outras Fontes para a captação de Recursos

PPA Federal,

MDIC,

BNDES,

SEBRAE

ESTADO/PROGRAMA PPA Nº AÇÕES PPA R$

AMAZONAS 14 257.873.169

Desenvolvimento rural sustentável 12 40.705.053

Projeto de desenvolvimento regional do estado do amazonas - zona franca 1 3.931.656

Projeto de desenvolvimento regional do estado do amazonas - zona franca verde 1 213.236.460

MARANHÃO 12 133.426.356

Desenvolvimento da Agricultura Familiar 7 129.557.691

Maranhão Mais Produtivo 5 3.868.665

MATO GROSSO 10 134.390.481

Desenvolvimento Agropecuário 1 1.648.552

Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços, Minas e Energia 9 132.741.929

PARÁ 41 466.135.588

Artesanato paraense 3 4.309.751

Bolsa trabalho 5 57.864.105

Desenvolvimento sustentável da agropecuária 9 24.101.391

Geração de trabalho, emprego e renda 1 6.315.233

Inclusão socioprodutiva 6 40.120.589

Modernização da agricultura familiar 2 11.210.900

Pará competitivo 14 306.785.242

Programa de redução da pobreza e gestão dos recursos naturais do estado do pará 1 15.428.377

RONDÔNIA 24 461.396.615

Fomento aos setores produtivos 10 82.565.218

Gestão de recursos naturais 1 21.500.000

Programa de cidadania, superação à pobreza e extrema pobreza 1 47.154.857

Programa estadual da pecuária competitiva 9 293.792.792

Rondônia legal e produtiva 3 16.383.748

RORAIMA 7 171.215.795

Desenvolvimento dos setores produtivos 7 171.215.795

Total Geral 108 1.624.438.004

Page 20: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

19

10 PARCERIAS ESTRATÉGICAS/MODELO DE GESTÃO

BNDES

SUFRAMA

FUCAPI

SEBRAE

Federações das Industrias

Modelo de Gestão dos Projetos Estratégicos do PRDA

A concepção e a gestão de políticas publicas em tempos de globalização,

quando o mundo já vivenciou o término da primeira década do século XXI, não estão

mais alicerçadas no paradigma que norteou a elaboração dos planos nacionais de

desenvolvimento do Brasil e da Amazônia, nas décadas de 1960 a 1990, quando

predominou uma estratégia técnico-burocrática, economicista e centralizadora.

Atualmente o processo de elaboração, execução, acompanhamento e

avaliação das políticas públicas de desenvolvimento regional, têm como paradigma

a participação democrática e qualificada de todos os stakeholders e atores sociais

interessados nos resultados das mesmas.

Essa participação implica que o Estado deva viabilizar a construção de

mecanismos institucionais que promovam a governança eficiente das políticas

públicas, como condição basilar para que os planos, programas e projetos, delas

decorrentes, possam resultar nas mudanças almejadas pela sociedade.

Nesse sentido, o modelo de gestão do PRDA se balizará nesse paradigma,

buscando estreitar a articulação da SUDAM, instituição que tem a missão de

promover o desenvolvimento regional na Amazônia, com as demais organizações

políticas, sociais, econômicas e educativas que tem atuação ou relação direta ou

indireta, com a implementação das políticas públicas referidas.

A gestão dos projetos estratégicos do PRDA, portanto, será conduzida e

coordenada pela SUDAM, através da articulação permanente e sistemática das

redes institucionais, constituídas pelas organizações responsáveis pela

implementação de ações previstas nos diversos projetos estratégicos do PRDA.

Para tanto, os projetos estão agrupados em quatro redes, a saber:

Page 21: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

20

Rede de Tecnologias Sociais da Amazônia – REDE TECNOLOGIA SOCIAL

AMAZÔNIA:

Projeto “Rondon Amazônia”.

Projeto “Esgotamento Sanitário para 160 mil domicílios”.

Projeto “Escola Amazônica de Tempo Integral”.

Rede de Ciência, Tecnologia e Inovação da Amazônia - RETEC AMAZÔNIA:

Projeto “RETEC AMAZÔNIA”.

Projeto “Alternativas Energéticas Sustentáveis”.

Rede de Arranjos Produtivos Locais da Amazônia - REDE APL AMAZÔNIA:

Projeto “Turismo Regional Segmentado”.

Projeto “Articulação Regional Produtiva”.

Projeto “Valorização de Recursos Florestais não madeireiros”.

Rede de Pesca e Aquicultura da Amazônia - REPAQ AMAZÔNIA:

Projeto “Rede de Informações sobre Pesca e Aquicultura na Amazônia”.

A articulação dessas redes será feita pelo Conselho Gestor do PRDA,

subordinado ao CONDEL, que deverá ser composto pelo Superintendente da

SUDAM, que o presidirá, pelo coordenador geral do PRDA, que exercerá a função

de secretário executivo, pelos diretores da SUDAM e pelos coordenadores de cada

rede. Na reunião de instalação do Conselho Gestor serão definidas as regras e

agenda do mesmo, através da aprovação de Regimento Interno.

As redes referidas – e as demais que vierem a ser instituídas, bem como os

projetos estratégicos, também terão governança similar e serão organizados

analogamente ao Conselho Gestor do PRDA, através de Comitês Gestores

compostos por representantes das organizações parceiras de cada projeto, que

estão nominadas em cada projeto. Os comitês gestores dos projetos serão

presididos pelos respectivos coordenadores, que, por sua vez, terão assento no

Conselho Gestor da Rede à qual o projeto está vinculado, conforme organogramas a

seguir:

Page 22: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

21

Figura 6 Organograma da estrutura de governança do PRDA

Page 23: 1 projeto  prda   articulação territorial produtiva22

Portfólio de Projetos Estratégicos-PRDA

Programas Estruturantes: Integração Econômica, Agricultura e Pecuária e Indústria

- Projeto Articulação Territorial-Produtiva (Mercoamazônia)

22

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Banco da Amazônia. Projeto de contribuição dos principais de Arranjos Produtivos Locais

potenciais dos estados da Amazônia – estado do Acre. Belém, 2002.

CASSIOLATO, José Eduardo et al. Arranjos Produtivos Locais: uma alternativa para o

desenvolvimento. Rio de Janeiro, UFRJ, BNDES, Redesist, 2006.

COSTA, F. A. Mapeamento, Metodologia e Critérios de Seleção para Políticas de Apoio nos

Arranjos Produtivos Locais – PARÁ. Projeto de Pesquisa BNDES/FUNPEC. 2009.

COSTA, F. A. et al. Análise do Balanço de Pagamentos do Estado e a Importâncias dos

APL’s no Fluxo de Comércio – PARÁ. Projeto de Pesquisa BNDES/FUNPEC. 2009.

LASTRES, Helena M. M. et al. Estratégia para o desenvolvimento: Um enfoque sobre

arranjos produtivos locais, do Norte, Nordeste e Centro-Oeste Brasileiro. Rio de Janeiro, e-

papers,

2006.

LEMOS, Cristina et al. Promoção de Arranjos Produtivos Locais: iniciativas em nível federal.

Rio de Janeiro Redesist, 2004.

PIT PARA. Projeto Tecnológico do Estado do Pará. Belém, SECTAN, 2006.

Políticas para Arranjos Produtivos Locais: análise em estados do Nordeste e Amazônia

Legal/organização Valdênia Apolinário, Maria Lussieu da Silva. Natal: EDUFRN, 2010.

PORFIRO DA SILVA, José et al. Mapeamento, Metodologia de Identificação e Critérios de

Seleção para Políticas de Apoio nos Arranjos Produtivos Locais – ACRE, Rio Branco., 2009.

PORFIRO DA SILVA, José et al. Caracterização, Análise e Sugestões para Adensamento

das Políticas de Apoio a APL’s implementadas nos estados – ACRE; Rio Branco, 2009.