86
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC CAMPUS DE VIDEIRA CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANA PAULA MAFRA DALMOLIN A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES VIDEIRA, SC 2014

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

Embed Size (px)

DESCRIPTION

TCC - MONOGRAFIA

Citation preview

Page 1: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC CAMPUS DE VIDEIRA

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANA PAULA MAFRA DALMOLIN

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

VIDEIRA, SC

2014

Page 2: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

ANA PAULA MAFRA DALMOLIN

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS

FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado á UNOESC, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis

Orientador: Ms. Valdecir Roberto Lazzari

VIDEIRA, SC 2014

Page 3: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

3

FOLHA DE APROVAÇÃO

ANA PAULA MAFRA DALMOLIN

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS

FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado á UNOESC, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis

Aprovado em ______/______/______

PROFESSOR AVALIADOR

_____________________________________________ Prof.: Avaliador:

Page 4: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado sabedoria para desenvolver este

trabalho, pois foi com ajuda e fé nele que eu consegui chegar até aqui;

Agradeço e dedico especialmente aos meus pais, Moacir Antônio Dalmolin e Marilu

Andrade Mafra Dalmolin, que se dedicaram, cuidaram e doaram incondicionalmente

seu sangue e suor em forma de amor e trabalho por mim, despertando e

alimentando em minha personalidade, ainda na infância, a sede pelo conhecimento

e a importância deste em minha vida. Agradeço imensamente pela educação, e

incentivo que sempre recebi. Suas presenças significaram segurança е certeza de

qυе não e nunca estarei sozinha nas caminhadas da vida.

Agradeço a minha irmã, pelo carinho, amizade e tudo o que me proporciona na vida.

Aos meus falecidos Avôs, Valdir Mafra e Vitorino Dalmolin e minha falecida Avó

Eronita Mafra no qual espelhei-me em sua espiritualidade, humanismo e sabedoria.

Agradeço ao meu namorado, pelo amor, carinho, companheirismo e compreensão

durante estes anos, e por todo apoio nesta conquista.

Ao estimado professor, amigo e orientador Valdecir Roberto Lazzari, por sua

competência, apoio e pelos conhecimentos transmitidos no desenvolvimento e

conclusão desta monografia.

Aos professores do curso de Ciências Contábeis da Universidade do Oeste de Santa

Catarina, por repassar não somente conteúdos, mas também muita experiência e

conselhos de vida.

A todos vocês, o meu muito obrigado.

Page 5: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

3

EPÍGRAFE

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta”

AUGUSTO CURY

Page 6: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

3

RESUMO

A sociedade empresarial, amplamente estruturada numa óptica econômica de

mercado, exige que a função de auditoria seja cada vez mais medianeira na análise

de determinadas situações, como é o caso da viabilidade da empresa, na denúncia

de fraudes e atos ilegais, na avaliação da economia, eficiência e eficácia das

organizações. A auditoria, na sua natureza e funções, tem eminentemente que ser

aclarada, para que possa responder de forma adequada às expectativas dos seus

usuários. O presente trabalho busca fundamentos para aclarar questionamentos

referentes à detecção de fraudes e erros no decorrer dos trabalhos de auditoria e a

prevenção dos mesmos. Constata-se que apesar de encontrar os erros e as fraudes,

o objetivo principal de um trabalho de auditoria é o de expressar uma opinião

independente acerca da fidedignidade das demonstrações contábeis de uma

empresa, em face aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, definidos pela

legislação e doutrina contábil. No entanto, as expectativas dos usuários

normalmente extrapolam o objetivo principal da auditoria. A ausência de ética pela

qual passa a sociedade, bem como a responsabilidade social do auditor, são pontos

relevantes e que demandam atenção especial por parte desses profissionais.

Palavras-chaves: Auditoria. Óptica econômica

Page 7: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

3

LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 - O caso do PanAmericano ......................................................................... 68

Figura 2 – Esquema da fraude ao Banco PanAmericano ......................................... 69

Figura 3 - Brechas que facilitaram a Fraude no PanAmericano ................................ 71

Page 8: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

3

LISTA DE TABELA

Tabela 1- Percentual das fraudes econômicas - Brasil ............................................. 55

Tabela 2 - O autor da fraude ..................................................................................... 56

Tabela 3 - O que possibilitou a ocorrência das fraudes ............................................ 57

Tabela 4 - Razões para aumento de atos fraudulentos ............................................. 57

Tabela 5 - Formas de se descobrir ou constatar a fraude ......................................... 58

Tabela 6 - Ações executadas após a descoberta da fraude ..................................... 59

Tabela 7- Planos para diminuição da possibilidade de fraude .................................. 59

Page 9: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

3

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Diferença entre Auditoria Externa e Auditoria Interna ................................ 34

Quadro 2 - Principais Escândalos Financeiros Ocorridos nos Estados Unidos e na

Europa entre 2002 e 2005 ................................................................................................... 53

Page 10: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

3

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AUDIBRA --------Instituto dos Auditores Internos

BACEN------------Banco Central do Brasil

CFC----------------Conselho Federal de Contabilidade

CVM----------------Comissão de Valores Mobiliários

NBC P--------------Normas Brasileiras de Contabilidade - Profissionais

NBC T--------------Normas Brasileiras de Contabilidade - Técnicas

Page 11: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA .............................................................................. 13

1.2 Problema de pesquisa ......................................................................................... 14

1.3 Objetivos ............................................................................................................. 14

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 15

1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 15

1.4 Justificativa .......................................................................................................... 15

1.5 Estrutura do Trabalho .......................................................................................... 16

1.6 METODOLOGIA .................................................................................................. 17

1.7 Delimitação da pesquisa ..................................................................................... 17

1.8 QUESTÕES DE PESQUISA ............................................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 19

2.1 AUDITORIA ......................................................................................................... 19

2.1.1 Origem e evolução da Auditoria ................................................................... 19

2.1.2 A Auditoria no Brasil ...................................................................................... 20

2.1.3 Organismos Normatizadores Brasileiro da Auditoria ................................. 21

2.1.3.1 Conselho Federal de Contabilidade – CFC ................................................... 22

2.1.3.2 Comissão de Valores Mobiliários - CVM ....................................................... 23

2.1.3.3 Banco Centrado Brasil - BACEN ................................................................... 24

2.1.3.4 Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON ........................ 25

2.1.3.5 Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC ............................................. 26

2.1.4 Auditoria Externa ........................................................................................... 28

2.1.5 Auditoria Interna ............................................................................................. 28

2.1.5.1 A Origem da Auditoria Interna e sua evolução .............................................. 29

2.1.5.2 A Importância da Auditoria Interna ................................................................ 30

2.1.5.3 O Auditor Interno ........................................................................................... 30

2.1.4 Diferenças da Auditoria Interna e Externa ................................................... 32

2.1.5 Papéis de Trabalho......................................................................................... 34

2.1.6 Procedimentos da Auditoria Interna ............................................................. 38

2.1.6.1 Tipos de Procedimentos ................................................................................ 39

2.1.6.1.1 Contagem física ......................................................................................... 40

Page 12: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

12

2.1.6.1.2 Confirmação com Terceiros ....................................................................... 40

2.1.6.1.3 Conferencia de Cálculos ............................................................................ 41

2.1.6.1.4 Inspeção de Documentos ........................................................................... 41

2.1.6.2 Realização dos Procedimentos ..................................................................... 42

2.1.8 Controles Internos ......................................................................................... 43

2.1.8.1 A importância do Controle Interno ................................................................. 44

2.1.7.2 Características dos controles internos........................................................... 46

2.1.7.3 Tipos de controles internos ........................................................................... 47

2.2 FRAUDES E ERROS NO ÂMBITO INTERNO DAS ORGANIZAÇÕES .............. 48

2.2.1 Erro .................................................................................................................. 48

2.2.2 Fraude ............................................................................................................. 50

2.2.2.1 Fraudes no contexto Internacional ................................................................ 51

2.2.2.1.1 Fraudes no Brasil ....................................................................................... 54

2.2.3 Posicionamento do Auditor perante Fraudes e Erros ................................. 60

2.3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 64

2.3.1 Caracterização da Empresa ........................................................................... 65

2.3.2 Histórico de negócios do Banco PanAmericano ......................................... 65

2.3.3 A Fraude .......................................................................................................... 66

2.3.4 Desfecho ......................................................................................................... 70

3 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 72

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 73

ANEXO A – NBC T 01 AUDITORIA INTERNA ........................................................ 78

ANEXO B – RESOLUÇÃO CFC N° 986/03 .............................................................. 85

Page 13: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

13

1 INTRODUÇÃO

Com o avanço da economia e a eclosão das organizações empresariais, os

processos tornaram-se mais intrincados, dificultando o acompanhamento efetivo e

adequado dos administradores. Esse crescimento econômico gerou a necessidade

de adotar controles nas organizações para facilitar e verificar melhor a veracidade

das informações, demonstrações e procedimentos internos. A administração de uma

organização tem o dever de apresentar suas demonstrações contábeis e

divulgações esclarecedoras e fidedignas à avaliação pública. O parecer dos

auditores sobre essas divulgações e demonstrações é um elemento crucial no que

se traduz em sinônimo de confiabilidade às informações prestadas.

A auditoria exerce um papel crucial na apuração das irregularidades nas

organizações, visto que releva e evidencia as fraudes, e principalmente, impede a

prática desses delitos com a aplicação de controles internos, e não apenas identifica

os fatos já realizados como os previne. Atualmente, vivemos num mundo onde há

uma cultura econômica globalizada, onde as organizações enfrentam não mais uma

concorrência local, regional ou setorial, mas uma concorrência a nível mundial.

Nesse contexto, cada esforço eficazmente estudado, cada economicidade realizada

nos processos produtivos fará grande diferença, como também, cada erro, falha,

desvio, perda e/ou desperdício será um fardo cada vez mais pesado e difícil de

suportar. Assim, a partir desta pesquisa bibliográfica será possível identificar a

importância da auditoria interna na prevenção e combate às fraudes e

irregularidades nas organizações.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

A auditoria ainda não é bem absorvida e compreendida pela maioria dos seus

usuários, talvez pela divulgação ou, quem sabe até porque suas necessidades vão

além dos objetivos do trabalho do auditor. Um fato de suma importância, e que

precisa ser analisado, é a expectativa que a maioria das pessoas tem em relação à

detecção de fraudes e erros por parte do auditor.

Page 14: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

14

A diferença de expectativa na auditoria tem vindo a afetar os profissionais de

auditoria desde há largos anos, sendo responsáveis pelo ambiente de críticas e

litígio, movido por parte de tribunais, políticos, imprensa e pela sociedade, contra os

auditores, relativamente à sua qualidade e ao seu desempenho.

Dentro da classe contábil, entende-se que esse não é o objetivo principal da

auditoria, podendo, as fraudes e erros virem a serem detectadas no decurso dos

trabalhos, como consequência das indagações e averiguação dos controles internos

e demais procedimentos tecnicamente aplicados.

Cumpre ao auditor, ao se deparar com sinais que o alertem para possíveis

erros ou fraudes, despender todos os esforços necessários a averiguações do

assunto e, ao constatar erros relevantes ou fraudes, emitir relatórios e encaminhá-lo

à administração da entidade inclusive sugerindo correções. Desde então, surge a

reflexão acerca do papel da auditoria e sua responsabilidade diante do quadro

econômico e social pelo qual a sociedade passa.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Qual a importância da auditoria interna e como ela pode contribuir para a

detecção de fraudes e erros e, a prevenção dos mesmos dentro das organizações?

1.3 OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é apresentar a importância do papel da auditoria

interna com enfoque na prevenção e combate às fraudes nas organizações.

Page 15: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

15

1.3.1 Objetivo Geral

Abordar-se-á, como objetivo principal de estudo, a questão das fraudes no

âmbito interno das organizações, executado por agentes internos (empregados e/ou

terceirizados) e/ou agentes externos (usuários, fornecedores, clientes, prestadores

de serviços etc.) e o papel da auditoria interna no combate das mesmas.

1.3.2 Objetivos Específicos

A origem da auditoria;

Conceituar Auditoria Externa e Interna;

Detalhar os conceitos da auditoria interna e sua evolução;

Identificar os procedimentos da auditoria interna;

Analisar a importância e características dos controles internos na auditoria

interna;

Apresentar os principais conceitos, classificações e estatísticas sobre fraudes

e erros;

Demonstrar as diferenças entre fraudes e erros, analisando os tipos de

fraudes mais comuns cometidas no âmbito interno das organizações;

Identificar as motivações que levam os agentes internos e externos a

cometerem fraudes nas organizações e o perfil destes fraudadores;

Demonstrar a importância da auditoria interna na prevenção e combate às

fraudes nas organizações.

1.4 JUSTIFICATIVA

O tema “A importância da Auditoria Interna na prevenção e combate às

fraudes e erros nas organizações” foi escolhido devido grande oportunidade de se

Page 16: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

16

auxiliar, tanto no nível acadêmico, já que praticamente inexistem estudos específicos

sobre o assunto em questão, como, principalmente, na área empresarial, como

alerta aos empresários e administradores das organizações.

Fomentar uma nova cultura de valorização do profissional, auditor interno e

externo, dentro das referidas organizações, destacando-o como importante

instrumento de prevenção e identificação de irregularidades, entre outras relevantes

atribuições e atividades do mesmo.

Precisa-se identificar quais as etapas de execução do trabalho de auditoria

onde são realizados os procedimentos técnicos que objetivam a obtenção de

evidências que servirão de base para a formação da opinião do auditor quanto às

demonstrações contábeis da empresa.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos: 1. Introdução; 2.

Fundamentação Teórica; 3. Metodologia; 4. Conclusão; e 5. Referências.

No primeiro capítulo, apresenta-se a introdução sendo expostas todas as

orientações iniciais do trabalho. O tema está sendo apresentado, assim como o

problema de pesquisa, os objetivos e a justificativa.

No segundo capítulo, evidencia-se o capítulo da Fundamentação Teórica. É

neste capítulo que estão inseridas as teorias que se relacionam com o tema.

No terceiro capítulo, está exposto a Metodologia de tal maneira que seja

possível a compreensão do método de pesquisa.

No quarto capítulo, encontra-se um breve relato sobre os resultados da

pesquisa.

No quinto capítulo, as referências que representam as fontes de pesquisas

bibliográficas utilizadas.

Page 17: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

17

1.6 METODOLOGIA

Para elaboração deste trabalho, foram realizadas pesquisas através de leis,

livros, internet, profissionais da área, e consulta de relatórios, com demonstração

para elucidar principalmente a importância do auditor interno nas organizações

perante detecção de fraudes e a prevenção das mesmas.

1.7 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

O estudo terá sua delimitação caracterizada como pesquisa bibliográfica.

Cervo e Bervian (1983, p. 55 apud Beuren, 2003, p. 86) definem a pesquisa

bibliográfica como:

Aquela que explica um problema a partir de referências teóricas publicados

em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa

descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar a as

contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado

assunto, tema ou problema.

Para alcançar os objetivos deste trabalho faz-se necessário efetuar pesquisas

a respeito das Normas de Contabilidade, as Normas de Auditoria onde contém as

especificações e conceitos da auditoria.

1.8 QUESTÕES DE PESQUISA

O que é Auditoria?

Quais são os conceitos de Auditoria Interna e Externa?

Como surgiu a Auditoria Interna?

Qual a importância da Auditoria Interna e do Profissional Auditor?

O que é fraude e erro contábil? Como eles ocorrem dentro da Organização?

Page 18: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

18

Quais os tipos de fraude e erro que podem ocorrem dentro das empresas?

Quais os métodos utilizados para prevenção e combate às fraudes nas

organizações?

Page 19: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo estão inseridos os principais conceitos teóricos, necessários

para o desenvolvimento deste trabalho. Iniciando pelo conceito, origem, evolução e

importância da Auditoria e do profissional Auditor, em seguida estudando as fraudes

e erros, seus tipos e métodos para prevenção.

2.1 AUDITORIA

De forma sintetizada, podemos definir a Auditoria como um levantamento,

avaliação e estudo aprofundado dos procedimentos, trâmites, operações e

demonstrações financeiras de uma organização.

A aplicação da auditoria nas demonstrações financeiras se baseia em

procedimentos técnicos que tem por objetivo primordial a emissão de pareceres

sobre esses dados, de acordo com os Princípios Contábeis e devido a legislação

específica. Baseia-se em controlar determinadas áreas da entidade a fim de prevenir

e evitar situações que propiciem a fraudes, subornos, desfalques através de

controles internos.

É a atividade de controle exercida pelas empresas, por técnicos especifico,

salvaguardando o patrimônio da entidade ou organização auditada.

2.1.1 Origem e evolução da Auditoria

O termo auditoria vem do latim audire. O termo auditor vem do latim com um

significado de “aquele que ouve”, denominação antiga, que não se conhecem ao

certo a origem da designação deste nome. A auditoria é uma função bastante antiga.

Alguns pesquisadores americanos da área, citam sua existência há mais de 4.000

anos, na Antiga Babilônia.

Page 20: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

20

O cargo de auditor foi criado em 1314 na Inglaterra, visto a grande potência

econômica que este país exerceu na época colonial e que séculos depois, com a

eclosão da Revolução Industrial, se tornou o berço do capitalismo. Desde então, a

auditoria praticada atualmente, provem do final do século XVIII na Inglaterra devido

transformações econômico-financeiras decorridas naquela época.

Em 1929, devido à quebra da Bolsa de Valores de Nova York, grande parte

dos investidores, para continuarem a investir em entidades, mercados de capitais,

dentre outros, passaram a exigir as práticas das auditorias para maior segurança

credibilidade nas informações contábil e suas demonstrações. A influência britânica

nas práticas contábeis e na economia dos Estados Unidos, em função do povo que

fundou o país do seu próprio crescimento durante o século XX, especialmente após

a Segunda Guerra Mundial, explica as práticas e metodologias adotadas, e a

responsabilidade que os Auditores exercem hoje nas entidades em todo o planeta.

2.1.2 A Auditoria no Brasil

Não existem divulgações de pesquisas sobre a existência e/ou início da

auditoria no Brasil. Todavia, sua evolução está diretamente relacionada com a

instalação de organizações internacionais de auditoria independente e a influência

de subsidiarias e filiais de multinacionais, principalmente dos Estados Unidos,

Japão, França, Alemanha, Suécia e Suíça, no início e, mais recentemente, da

Coréia e Espanha. O fisco foi um dos principais agentes na evolução das práticas

contábeis e de auditoria no Brasil.

Na década de 1960, as empresas de auditoria filiaram-se com associações

internacionais de auditoria, principalmente com as dos EUA em função da

necessidade e auxilio de informações mais fatídicas, para que os investimentos no

exterior fossem auditados.

Em 1971, foi criado o Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON), com a

fusão de dois institutos: o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil (ICPB),

fundado em 26 de março de 1957, e o Instituto Brasileiro de Auditores

Independentes (IBAI), fundado em 2 de janeiro de 1968.

Page 21: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

21

Em 1972, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio de sua

Resolução nº 321/72, deliberou os princípios a serem adotados sobre os

procedimentos das práticas do auditor, definindo suas normas, execução dos seus

trabalhos e também ao parecer da auditoria.

No ano de 1977, em Brasília que surgiu a Ordem dos Auditores

Independentes do Brasil, e já no ano seguinte a instituição já agregava o maior

número de auditores do País.

Atualmente é um método utilizado pelas organizações, como instrumento de

revisão e avaliação dos controles contábeis, financeiros e operacionais quanto a sua

solidez, veracidade, adequabilidade e aplicabilidade, visando assim melhorá-los.

Existem outras práticas de Auditoria em diversos ramos de negócio, tais

como:

Auditoria ambiental;

Auditoria de circulação;

Auditoria contábil;

Auditoria de demonstrações financeiras;

Auditoria fiscal;

Auditoria em segurança da informação;

Auditoria social;

Auditoria de riscos;

Auditoria de sistemas;

Auditoria governamental.

No ramo Contábil, a Auditoria pode ser classificada como Externa e Interna.

2.1.3 Organismos Normatizadores Brasileiro da Auditoria

No exercício de suas funções, o auditor deve observar ar determinadas

normas profissionais estabelecidas e aprovadas pelas entidades responsáveis pela

Page 22: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

22

regulamentação e fiscalização da atividade (OLIVEIRA e FILHO, 2001).

Atualmente, as principais entidades de regulamentação e orientação da

atividade de auditoria independente no Brasil são: O Conselho Federal de

Contabilidade – CFC, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, O Banco Central

do Brasil – BACEN e o Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON.

De acordo com Antunes (1998, p. 21),

Alguns organismos, governamentais, ou não, tais com o: a SECRETARIA DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – SPC, a SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP, a SECRETARIA DE CONTROLE DAS EMPRESAS ESTATAIS, a ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS DO BRASIL – OCB e outros, determinam a obrigatoriedade, ou recomendam, que as demonstrações contábeis das entidades sob a égide de sua fiscalização sejam apresentadas acompanhadas de parecer de Auditores Independentes. Entretanto, nenhum desses organismos citados, ou outros de atuação no Brasil, possuem algum ato de normatização técnica, ou conjunto de exigências que poderia ser entendido com normas ou procedimentos de auditoria de demonstrações contábeis [...].

2.1.3.1 Conselho Federal de Contabilidade – CFC

O Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, criou o Conselho Federal de

Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade. No parágrafo 2º do

referido Decreto-Lei é atribuída a estes órgãos:

A fiscalização do exercício da profissão, de contabilista, assim atendendo-se os profissionais habilitados como contadores e guarda-livros, de acordo com as disposições constantes do Decreto nº 20.158, de 30 de Junho de 1931, Decreto nº 21.033, de 8 de Fevereiro de 1932, Decreto-lei número 6.141, de 28 de Dezembro de 1943 e Decreto-lei nº 7.988, de 22 de Setembro de 1945 [...]

Em seu artigo 25, o Decreto-Lei define as atribuições dos profissionais, no

qual são considerados trabalhos técnicos de contabilidade:

a) Organização e execução de serviços de contabilidade em geral; b) Escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de todos os necessários no conjunto da organização contábil e l levantamento dos respectivos balanços e demonstrações; c) Perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão d e balanços e de contas em

Page 23: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

23

geral, verificação de haveres revisão permanente ou periódica de escritas, regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos Conselhos Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por lei aos profissionais de contabilidade.

2.1.3.2 Comissão de Valores Mobiliários - CVM

A Lei 6.385/76 criou a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, juntamente

com a Lei 6.404/76, descreve as normas à disciplinar o funcionamento do mercado

de valores mobiliários e a atuação das companhias abertas, intermediários

financeiros e os investidores.

A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atualização dos

diversos integrantes do mercado. Seu poder normalizador abrange todas as

matérias referentes ao mercado de valores mobiliários.

Cabe à CVM disciplinar as seguintes matérias, conforme artigo 1º da Lei que

a criou, alterado pela Lei 10.303/2001:

i.a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; ii.negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; iii.a negociação e intermediação no mercado de derivativos; iv.a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; v.a organização, o funcionamento e as operações d as Bolsas de Mercadorias

e futuros; vi.a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; vii.a auditoria das companhias abertas; viii.os serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

Portanto, conforme preconizado no item VII é prerrogativa legal da CVM

disciplinar e fiscalizar a auditoria independente das companhias abertas. Ainda na

Lei 6.385/76, em seu artigo 22, parágrafo único, item IV, é estabelecida à CVM a

competência de expedir normas aplicáveis às companhias abertas sobre os padrões

de contabilidade; relatórios e pareceres de auditores independentes. Há ainda, na

Lei supracitada, com algumas alterações s advindas da Lei 10.303/2001, um

capítulo específico – Capítulo VII – que trata dos auditores independentes,

consultores e analistas de valores mobiliários. Em seu artigo 26, fica estabelecido o

Page 24: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

24

seguinte:

Art. 26 - Somente as empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes, registrados na Comissão de Valores Mobiliários poderão auditar, para os efeitos desta Lei, as demonstrações financeiras de companhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários. § 1° - A Comissão estabelecerá as condições para o registro e o seu procedimento, e definirá os casos em que poderá ser recusado, suspenso ou cancelado. § 2° - As empresas de auditoria contábil ou auditor es contábeis independentes responderão, civilmente, pelos prejuízos que causar em a terceiros em virtude de culpa ou dolo no exercício das funções previstas neste artigo. § 3º - Sem prejuízo do disposto no parágrafo precedente, as empresas de auditoria contábil ou os auditores contábeis independentes responderão administrativamente, perante o Banco Central do Brasil, pelos atos praticados ou omissões em que houverem incorrido no desempenho das atividades de auditoria de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. § 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o Banco Central do Brasil aplicará aos infratores as penalidades previstas no art. 11 desta Lei.

Assim, desde sua criação, a CVM vem zelando pela regularidade e

confiabilidade das informações divulgadas pelas companhias abertas e, para tanto,

normatiza e persegue uma padronização. Para tanto, utiliza-se de diversos

instrumentos de normatização, tais como deliberações, instruções e pareceres de

orientação, os quais são discutidos juntamente com instituições de merca do, do

governo ou entidades de classe, de forma que qualquer alteração das práticas

vigentes seja feita com suficiente embasamento técnico e, institucionalmente, possa

ser assimilada com facilidade, como expressão de um desejo comum.

2.1.3.3 Banco Centrado Brasil - BACEN

O Banco Central do Brasil (BACEN), autarquia federal integrante do Sistema

Financeiro Nacional, foi criado em 31.12.64, com a promulgação da Lei nº 4.595.

O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 para atuar como órgão

executivo central do sistema financeiro do País, cabendo-lhe cumprir e fazer cumprir

Page 25: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

25

as disposições que regulam o funcionamento desse sistema e as normas expedidas

pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com a criação do Bacen, iniciou-se

efetivamente uma nova fase na história da intermediação financeira no País. As

principais atribuições do Banco Central são a emissão de papel-moeda e moeda

metálica nas condições e limites autorizados pelo CMN, o recebimento de depósitos

compulsórios dos bancos comerciais e dos depósitos voluntários das instituições

financeiras em geral, a realização das operações de redesconto, a realização de

operações com títulos públicos no mercado aberto, o controle do crédito e das taxas

de juros, a fiscalização das instituições financeiras e concessão de autorização para

o seu funcionamento, a administração das reservas cambiais do País e Efetuar o

controle dos capitais estrangeiros, representar o governo brasileiro junto às

instituições financeiras estrangeiras e internacionais, atuar para garantir o

funcionamento do mercado cambial.

2.1.3.4 Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON

O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil surgiu com o objetivo de

concentrar em um único órgão a representatividade d os profissionais auditores,

contadores com atuação em todas as áreas e estudantes de ciências contábeis. O

IBRACON possui seriedade reconhecida pelos órgãos reguladores como a

Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a Superintendência de Seguros Privados –

SUSEP e o Banco Central do Brasil. A produção técnica do Instituto é referendada e

serve como sustentação para as normas que cada uma destas entidades emite.

No que tange a normatização da atividade de auditoria, as Normas e

Procedimentos de Auditoria – NPA, emitidos pelo IBRACON e vigentes em abril de

2009, para a auditoria os mais importantes são as seguintes:

NPA 01 – Parecer dos Auditores Independentes sobre Demonstrações Contábeis;

NPA 02 – Procedimentos de Auditoria Independente de Instituições Financeiras e Entidades Equiparadas;

NPA 03 – Procedimentos de Auditoria Independente de Administradoras de Consórcios;

Page 26: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

26

NPA 04 – Revisão Limitada de Demonstrações Contábeis;

NPA 05 – Requisitos de Auditoria Independente sobre as Informações Complementares e sobre a Observância das Normas Legais e Regulamentares pelas Entidades Estatais;

NPA 06 – Revisão Limitada das Informações Trimestrais das Companhias Abertas;

NPA 07 – Serviços Especiais de Apoio a Aquisição e Vendas de Participações Societárias;

NPA 08 – Serviços de Auditoria dos Processos de Privatização;

NPA 09 – Incertezas;

NPA 10 – Diretrizes Básicas sobre Controle Interno de Qualidade para Auditores Independentes;

NPA 11 – Balanço e Ecologia;

NPA 12 – Emissão de Carta Conforto;

NPA 13 – Procedimentos Mínimos de Auditoria para uma Entidade Fechada de Previdência Complementar;

NPA 14 – Laudos de Avaliação emitidos por Auditor Independente – Aprovada em 24 de setembro de 2007.

2.1.3.5 Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis foi criado pela Resolução CFC nº

1.055/05, em função das necessidades de convergência internacional das normas

contábeis, centralização na emissão de tais normas e para servir como

representante e guia de processos democráticos na produção de informações

contábeis.

Atualmente, o CPC é composto pelos seguintes membros, conforme disposto

no capítulo II, art. 2º, da resolução 1.055/05:

Art. 2º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CP C) será composto pelas seguintes entidades:

ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas;

APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais;

BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo; d- CFC – Conselho Federal de Contabilidade;

IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil;

FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras.

De acordo com a resolução que o criou, seu objetivo principal é:

Page 27: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

27

Art. 3º [...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

Assim, considerando a crescente importância da internacionalização das

normas contábeis, a facilidade de comunicação internacional no mundo dos

negócios e ainda, a introdução da Lei 11.638/07 a qual modificou certas disposições

da Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) e estabeleceu diversas

alterações sobre a elaboração e divulgação das demonstrações contábeis, visando o

alinhamento com as normas internacionais de contabilidade (IFRS), o CPC, ao longo

do exercício de 2008 e 2009 emitiu diversos Pronunciamentos, os quais estão

elencados a seguir:

CPC 01 – Redução ao valor recuperável dos ativos; CPC 02 – Efeitos das mudanças nas taxas de câmbios e conversão de demonstrações contábeis; CPC 03 – Demonstração dos fluxos de caixa; CPC 04 – Ativo Intangível; CPC 05 – Divulgação sobre partes relacionadas; CPC 06 – Operações de arrendamento mercantil; CPC 07 – Subvenção e assistência governamentais; CPC 08 – Custos de transação e prêmios na emissão de títulos e valores mobiliários; CPC 09 – Demonstração do valor adicionado; CPC 10 – Pagamento baseado em ações; CPC 11 – Contratos de seguro; CPC 12 – Ajustes a valor presente; CPC 13 – Adoção inicial da Lei nº 11.638/07 e da Medida Provisória nº 449/08; CPC 14 – Instrumentos financeiros: reconhecimento, mensuração e evidenciação; CPC 16 – Estoques; CPC 17 – Contratos de construção; CPC 20 – Custos de empréstimos.

Conforme mencionado anteriormente, o CPC repassou novas diretrizes

contábeis, as quais foram, em sua totalidade aprova das pelo Conselho Federal de

Contabilidade passando a configurarem como normas brasileiras de contabilidade.

Page 28: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

28

2.1.4 Auditoria Externa

A Auditoria externa ou independente constitui-se de um conjunto de

procedimentos técnicos que ter por objetivo primordial a emissão de pareceres de

como se encontra a organização em sua posição financeira e patrimonial, suas

mutações do Patrimônio Líquido, os resultados das operações, as Demonstração

dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado da empresa.

Visa a credibilidade dessas Demonstrações perante as Normas Brasileira de

Contabilidade.

A auditoria externa ou independente é dita como independente devido o

auditor responsável pela sua aplicação não estar vinculado a organização auditada.

Sua operação dentro da entidade é firmada via contrato de serviço.

Todas as Sociedades anônimas de Capital aberto, e empresas de grande

porte, consideradas aquelas que tenham no exercício anterior, um ativo superior a

R$240 milhões ou Receita Bruta anual superior a R$300 milhões; são obrigadas por

força de Lei nº 6.404/76, serem auditadas por auditores externos/independentes

registrados na Comissão de Valores Imobiliários (CVM).

O Banco Central também determina que as instituições financeiras sejam

auditadas por auditores externos, a CVM obrigou que as demonstrações

consolidadas de controladas e controladoras sejam submetidas a auditoria

independente e a SUSEP, Superintendência de Seguros Privados determinou que

as Demonstrações Contábeis, inclusive as Notas Explicativas das Seguradoras,

Capitalizadoras e Entidades abertas de Previdência Complementar também devem

ser auditadas pela auditoria externa.

2.1.5 Auditoria Interna

Dentro das organizações a Auditoria Interna funciona como instrumento de

apoio a gestão. É facultativa em função da previsão estatutária.

Page 29: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

29

É uma atividade avaliativa que se constitui dum conjunto de procedimentos

que tem por objetivo verificar e analisar, apreciar e evidenciar a eficácia,

economicidade e adequação dos controles e processos internos, das informações

físicas financeiras, contábeis e operacionais da entidade e aperfeiçoa os mesmo

quando necessário.

O trabalho de auditoria interna deve ser desenvolvido através de um

planejamento anual de auditoria, antemão sujeito à administração para ciência e

aprovação.

2.1.5.1 A Origem da Auditoria Interna e sua evolução

A Auditoria interna surgiu anos após a auditoria independente. Os problemas

de controle que o administrador encontrou com a expansão das empresas, que

passaram a empregar milhares de pessoas e a funcionar em diversas localidades,

exigiram o aparecimento do auditor interno.

O crescimento no volume de transações tornou-se um obstáculo econômico

para o emprego exclusivo da auditoria independente na forma tradicional.

As companhias de estrada de ferro foram as primeiras organizações a

empregar auditores internos, designado naquela época como “auditores viajantes”.

Sua principal função era visitar os postos de venda de passagens nas estações de

trem e verificar se todos os bilhetes foram devidamente controlados e contabilizados.

Em 1941 foi elaborado o primeiro tratado formal quanto às funções da

auditoria interna e também a formação da organização nacional nos Estados Unidos,

o Instituto de Auditores Internos. Apenas em 1956 o Instituto de Auditores Internos

dos EUA, definiu a extensão das funções e compromissos da auditoria interna, de

acordo com um modelo apropriado ao desenvolvimento técnico-administrativo

contemporâneo.

Page 30: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

30

2.1.5.2 A Importância da Auditoria Interna

A Auditoria Interna possui um papel fundamental e indispensável dentro das

organizações. Ela visa proteger o patrimônio da empresa e seus trabalhos abrangem

todas as atividades e áreas empresariais, e sua avaliação vai muito além da

eficiência, eficácia e qualidade da empresa. Torna-se importante por garantir uma

melhor gestão, no que tange ao fornecimento de informações que auxiliem os

gestores a administrar também a tomar decisões no âmbito empresarial.

Em geral, as empresas visam ao lucro e no decorrer desse caminho, com a

expansão da mesma, crescimento econômico, aumento de produtividade, novos

funcionários, aumentam também os riscos de perda de valores, pois fica impossível

um administrador garantir o controle e segurança total contra desvios e perdas

patrimoniais. Para tanto, o setor de auditoria interna funcionará como os olhos da

administração, fazendo-se presente em toda a organização, e em cada um dos

setores que a compõem, fazendo com que tudo aconteça dentro das normas do que

foi proposto.

A importância do trabalho da Auditoria Interna varia de acordo com a empresa

e com o auditor. Para determinar a sua relevância, é necessário um direcionamento

do trabalho dado pelo administrador, e com relação ao auditor, está ligada a sua

competência profissional, no cumprimento das normas de Auditoria Interna, e na

realização do trabalho.

2.1.5.3 O Auditor Interno

O auditor interno dentro de uma organização, é uma pessoa de confiabilidade

dos administradores, dirigentes ou presidência e está vinculado à empresa via

contrato de trabalho continuado. Sua área precisa dentro da instituição, envolve

todas as atividades, principalmente a avaliação e verificação dos controles internos,

manipulação de valores e planejamento e execução de rotinas administrativas.

Page 31: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

31

Crepaldi (2013, p. 65) relata que:

O Auditor Interno interessa-se por qualquer fase das atividades do negócio em que possa ser útil à administração. Isto pressupões sua incursão em campos além dos de contabilidade e finanças, a fim de obter uma visão completa da operações submetidas a exames. Testa a qualidade dos trabalhos, revisa, recomenda; enfim, assiste a administração e lhe fornece informações periódicas principalmente no que tange a aplicabilidade de adequação dos controles internos, financeiros e operacionais; revisando e avaliando a correção, adequação e aplicando os controles contábeis, financeiros e outros de natureza operacional, propiciando controles eficazes a um custo razoável; à extensão do cumprimento das diretrizes, planos e procedimentos determinando o grau de atendimento; à salvaguarda dos ativos quanto à escrituração, guarda e perdas de todas as espécies, determinando o grau de controle dos ativos da empresa quanto à proteção contra perdas de qualquer tipo; à avaliação da qualidade e desempenho na execução das responsabilidades delegadas determinando a fidelidade dos dados administrativos originados na empresa e a recomendação de melhorias operacionais.

Atualmente, a função do auditor vai muito além do tradicional conceito de

fiscal das organizações.

As responsabilidades da Auditoria Interna na empresa, devem ser

determinadas pela política da organização. A autoridade responsável deve

concederão Auditor Interno livre acesso a todos os registros que possam vir ter

importância para o determinado exame.

Crepaldi (2013, p. 66) cita que as responsabilidades do auditor interno deve,

ser:

a) Informar e assessorar a administração e desincumbir-se das responsabilidades de maneira condizente com o Código de Ética do instituto dos Auditores Internos b) Coordenar suas atividades com a de outros, de modo a atingir com mais facilidade os objetivos da auditoria em benefício das atividades da empresa.

A principal função e finalidade do trabalho do auditor interno é avaliar a

qualidade e adesão às normas da organização no que se refere aos métodos

operacionais e controles internos desempenhados pela empresa.

A Auditoria interna como um controle gerencial, que atua medindo e avaliando

a eficácia dos controles aplicados na organização, concede assistência e

aconselhamento a todos os níveis da empresa, o que é praticado por intermédio de

programas de treinamento.

Page 32: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

32

O Instrumento regulador dos trabalhos da Auditoria Interna são as Normas

Brasileiras de Contabilidade.

Os auditores devem sempre estar atualizados, remodeladas, atender as

normas vigentes e buscar realizar seu trabalho de forma eficaz e com

responsabilidade.

O CFC (1995) define no item 3.1.1 da NBC P 3 – Normas Profissionais do

Auditor Interno que:

O Contador, na função de Auditor Interno, deve manter o seu nível de competência profissional pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação aplicável à Entidade.

Para ATIE, os auditores internos devem ter a responsabilidade de observar e

seguir estas normas pré-estabelecidas, mantendo sempre um alto padrão de

honestidade, objetividade, diligência e lealdade1

2.1.4 Diferenças da Auditoria Interna e Externa

O Instituto dos Auditores Internos – AUDIBRA conceitua a auditoria interna

como “uma atividade independente e objetiva que presta serviços de avaliação e de

consultoria com o objetivo de adicionar valor e melhorar as operações de uma

organização”.

O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da resolução nº 986/03,

presente no anexo 02 para maior entendimento; aprovou a NBC T 12 a qual trata

exclusivamente sobre auditoria interna. Nos item 12.1.1.3 e 12.1.1.4 a norma

conceitua a auditoria interna como um conjunto que compreende:

[...] os exames, análises, avaliações, levantamento s e comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos

1 ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1992 p.28-29

Page 33: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

33

sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos. A atividade da Auditoria Interna está estruturada e m procedimentos, com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e te m por finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.

Assim, a auditoria interna possui função de assessorar e auxiliar a

administração da entidade, acompanhando os processos e controles internos

utilizados, além de fornecer informações e recomendações através de suas análises.

A auditoria interna pode ser executada por funcionários da própria empresa,

contratados para devidos fins ou por empresa terceirizada conforme explica BDO

Trevisan (2006, p.15):

O auditor interno deve estar subordinado a mais alta autoridade administrativa, de modo a permitir ampla liberdade de ação e máxima independência de julgamento. Constitui erro subordiná-lo ao diretor financeiro, à contábil idade ou, o que é comum, ao controlador. Estes cargos têm funções que serão fiscalizadas pelo auditor interno. É mais adequado que o auditor interno pertença a órgãos de assessoria ligados a uma vice-presidência ou ao próprio presidente, dependendo da organização.

A auditoria externa ou independente tem como objetivo principal informar aos

investidores e demais interessados, a posição financeira e patrimonial e financeira

de determinada entidade.

Por meio da NBC T 11 aprovada originalmente pela resolução nº 700/91, em

seu item 11.1.1.1, conceitua-se a auditoria independente das demonstrações

contábeis como:

[...] o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.

Vemos a seguir no Quadro 1 as diferenças entre Auditoria interna e Auditoria

externa.

Page 34: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

34

Quadro 1 - Diferença entre Auditoria Externa e Auditoria Interna

Auditoria Interna Auditoria Externa Propósito de Trabalho Análise da atividade

operacional Emissão de opinião sobre demonstrações contábeis

Parâmetros para a execução do

trabalho __________________________

__

Preocupação com os controles internos

Normas de controle interno, políticas e procedimentos da

empresa

Princípios fundamentais de

contabilidade

Eficiência e qualidade de

controle

Efeitos relevantes nas

demonstrações contábeis

Dependência Profissional __________________________

__ Forma de Relatórios

Dependência do emprego Independência Profissional

Não padronizados Padronizados

Principais Usuários Gestores da Empresa Acionistas, mercado de capitais e credores

Fonte: Pacheco, Oliveira e La Gambra (2006)

2.1.5 Papéis de Trabalho

Os papéis de trabalho constituem-se no conjunto de documentações,

registros preparados, fornecidos e obtidos pelo auditor na execução de suas

atividades de auditorias nas empresas. Para a realização da auditoria, o auditor

baseia-se em documentos genuínos de posse exclusivamente da organização

auditada podendo utilizar de qualquer documento da empresa.

Evidentemente, os papéis de trabalho são de propriedade somente do auditor,

pois neles estão descritos sua opinião e todos os dados, informações, sigilosas do

trabalho realizado na empresa.

Segundo Crepaldi (2013, p. 520) os papéis de trabalho destinam-se a:

Ajudar, pela análise dos documentos de auditorias anteriores ou pelo coligidos quando da contratação de uma primeira auditoria, no planejamento e na execução da auditoria

Facilitar a revisão do trabalho da auditoria; e

Registrar as evidencias do trabalho executado, para fundamentar o parecer do auditor independente.

Page 35: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

35

Os modelos de papéis de trabalho variam de acordo com o exame aplicado

pelo auditor, ou seja, com a área que ele irá aplicar os procedimentos.

Expressam nitidez na realização da auditoria e podem melhorar a eficácia dos

trabalhos facilitando a delegação de tarefas e contribuindo com o controle de

qualidade da organização.

De acordo com Crepaldi (2013, p. 522), nos papéis de trabalhos podemos

encontrar:

a) informações sobre a estrutura organizacional e legal da entidade; b) cópias ou excertos de documentos legais, contratos e atas; c) informações sobre os setor de atividades, ambiente econômico e legal em que a entidade opera; d) evidências do processo de planejamento, incluindo programas de auditoria e quaisquer mudanças nesses programas; e) evidências do entendimento, por parte do auditor, do sistema contábil e de controle interno, e sua concordância quanto à sua eficácia e adequação; f) evidências de avaliação dos riscos de auditoria; g) evidências de avaliação e conclusões do auditor e revisão sobre o trabalho da auditoria interna; h) análises de transações, movimentação e saldos de contas; i) análises de tendências, coeficientes, quocientes, índices e outros indicadores significativos; j) registro da natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria e seus resultados; k) evidências de que o trabalho executado pela equipe técnica foi supervisionado e revisado; l) indicação de quem executou e revisou os procedimentos de auditoria e de quando o fez; m) detalhes dos procedimentos relativos a demonstrações contábeis auditadas por outro auditor; n) cópias de comunicações com outros auditores, peritos, especialistas e terceiros; o) cópias de comunicações à administração da entidade, e suas respostas, em relação aos trabalhos, as condições de contratação e às deficiências constatadas, inclusive no controle interno; p) cartas de responsabilidade da administração; q) conclusões do auditor acerca de aspectos significativos, incluindo o modo como foram resolvidas ou tratadas questões não-usuais; e r) cópias das demonstrações contábeis, assinadas pela administração da entidade e pelo contabilista responsável, e do parecer e relatórios do auditor.

Podemos destacar os também alguns aspectos dos papéis de trabalho que

são:

Completabilidade: Todo papel de trabalho deve ser completo por si só, ou

seja, ter um início, meio e fim devendo iniciar-se pelo planejamento, conhecendo o

Page 36: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

36

assunto ou tema que será abordado, observando os principais pontos essenciais

que neles deverá ser demonstrado.

Objetividade: Necessitam ser objetivos, onde qualquer usuário entenda

onde o auditor pretende chegar com o trabalho. Não é necessário encher de

informações nos papéis de trabalho, e sim elencar as principais, na quantidade e

qualidade ideal para que seja entendido.

Concisão: Necessitam ser concisos, de forma que todos entendam

tranquilamente, sem a presença física de quem elaborou para explicar. Deve-se

levar em conta, a possibilidade de alguém, sem vínculo nenhum à a atividade, vir a

estudá-lo e não compreender a informação que o auditor repassou. Com isso,

percebe-se a necessidade de descrever de forma concisa e objetivo.

Lógica: Precisam ser elaborados através do racionalizada, seguindo uma

sequência até que o objetivo seja atendido. Formula-se um mapa estratégico com os

caminhos a ser percorrido e seus obstáculos para que o auditor esteja preparado

para qualquer eventualidade e chegar no seu objetivo com êxito.

Limpeza: Os papéis de trabalho são elaborados limpidamente e

adequadamente, eliminado todo e qualquer defeito, erro e imperfeições de forma

que não prejudique o seu entendimento. Na elaboração dos papéis de trabalho, de

acordo com Basso (2005, p.146-147) alguns itens devem ser anotados e

observados, que são:

a) Alusão a revisão do sistema de controle interno: trata-se de anotar referencias e observações quanto aos testes de revisão dos itens do sistema de controles internos relativos ao objeto de exame a que se refere aquele papel de trabalho. b) Referência à relevância e relatividade do objeto de exame: determinação precisa da materialidade do objeto de exame, sua importância relativa e os riscos que se pode incorrer na determinação das amostras a serem examinadas. c) Escopo do trabalho: abrangência e delimitação do objeto de exame e determinação dos procedimentos específicos de investigação e analise, em consonância com a revisão dos controles internos e a materialidade do objeto de exame; d) Determinação do objeto de o exame: determinação do que se está propondo a determinar, provar ou conseguir com o exame em referência; e) Planejamento do trabalho: Conhecimento prévio das operações e extensão dos detalhes a serem evidenciados sobre o objeto de exame; f) Informações e fatos materiais: Colocação adequada das informações e dos fatos materiais obtidos sobre o objeto de exame, no decorrer dos trabalhos de auditoria; g) Fontes das informações obtidas: indicação da fonte de obtenção das informações transcritas para o papel de trabalho;

Page 37: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

37

h) Julgamento profissional: conclusões, esclarecimentos e/ou recomendações quanto ao objeto de exame e sua adequacidade diante dos objetivos inicialmente expostos.

E quanto à forma de alocar esses dados nos papéis de trabalho Basso (2005,

p.150) a estrutura da maneira que segue:

a) Cabeçalho: na parte superior do papel de trabalho, aparece um campo destinado a sua identificação, contendo: denominação da empresa auditada; codificação do papel de trabalho; denominação da empresa auditada; objeto do exame; objetivo do exame; b) Corpo: espaço destinado as anotações das informações coletadas nos exames realizados e as conclusões e recomendações do auditor, dividido em dois momentos: discriminação das informações; conclusões e recomendações do auditor. c) Fecho- na parte inferior do papel de trabalhos, fechando-o é anotado: o nome do auditor que preparou o papel de trabalho, a data da elaboração e sua rubrica e o nome do auditor que revisou o papel de trabalho, a data da revisão e sua rubrica.

2.1.5.1 Divisão dos papéis de trabalho

Os papéis de trabalho são divididos em:

Pasta de papéis permanentes: Utilizado em mais de um exercício social.

Devem conter documentos eminente sobre informações de relevância permanente,

que precisam ser revisado e atualizado antes da execução do trabalho do auditor.

Variam de acordo com o serviço ou atividade.

Pasta de papéis em curso: Contém as informações utilizáveis somente

para o trabalho em desenvolvimento, em somente um exercício social. Contém

todas as informações, documentos, dados e testes praticados. Evidenciam o

trabalho em si, reunindo vários controles como por exemplo os utilizados na

execução, o trabalho e dados detalhado, que abrangem a opinião do auditor.

Page 38: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

38

2.1.5.1.1 Tipos de papéis de trabalho

Papéis de trabalho são os meios onde todas as evidências, provas e

conclusões são apontadas.

Existem vários modelos de papéis de trabalho, embora haja diferença entre

eles, serão analisados os mais utilizados conforme abaixo:

Lançamento de ajuste e/ou reclassificação.

Ponto para recomendação.

Memorando.

Balancete de trabalho.

Analise.

Conciliação.

Programa de auditoria.

2.1.6 Procedimentos da Auditoria Interna

Nas organizações, é fundamental que os gestores definam as características

dos processos e controles internos que conduzam às tomadas de decisões para que

o sistema de geração de valores seja contínuo e fidedigno. Quando os processos e

controles internos são aplicados nas empresas, eles atuam como condutor

determinante no avanço dos índices de produção.

Os procedimentos aplicados pela Auditoria Interna são necessários para

auxiliar o roteiro da auditoria, fortificar o entendimento dos negócios da organização

auditada e compreender as análises das informações e a discussão dos resultados

com a administração da empresa.

Constituem-se de exames e investigações, testes de observância e

substantivos, que possibilitam ao auditor interno obter informações suficientes para

fundamentar suas conclusões de trabalho.

Page 39: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

39

Segundo Araújo (2008, p. 210), os procedimentos de auditoria são:

Mecanismos utilizados pelo auditor para a obtenção de evidências ou provas que servirão de base para o relatório de auditoria, representa o conjunto de técnicas ou métodos que permitem ao auditor obter elementos probatórios, de forma suficiente e adequada, para dar fundamento aos seus comentários. O mesmo autor ainda aborda que os procedimentos de auditoria não são rígidos, podendo variar de auditoria para auditoria.

O Auditor apresenta o resultado de suas análises e conclusões em forma de

relatório, o qual relata os fatos e dados sobre a entidade auditada, comprovações,

conclusões e, eventualmente, recomendações.

Os procedimentos desenvolvidos nas organizações pela Auditoria Interna são

os seguintes:

• Planejamento do trabalho

• Avaliação dos controles internos

• Efetua a revisão analítica

• Efetua os métodos da auditoria

• Colhe as evidências

• Avalia as evidências

• Emite o relatório

2.1.6.1 Tipos de Procedimentos

O Auditor também necessita de alguns procedimentos para realizar a

Auditoria nas empresas.

Os procedimentos são os seguintes:

Page 40: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

40

2.1.6.1.1 Contagem física

“Este procedimento é utilizado para as contas do ativo e consiste em

identificar fisicamente o bem declarado nas demonstrações financeiras” (ALMEIDA

1996, 45p).

Utilizado para as contas do ativo e consistente em identificar fisicamente o

bem declarado nas demonstrações financeiras. Exemplo: dinheiro em caixa,

estoques, títulos, bens do ativo imobilizado.

Para Attie (2007, p. 159), o exame físico deve proporcionar ao auditor a

formação de opinião quanto à existência física do objeto ou item examinado sendo

que suas características:

Quantidade: quantidades reais existentes.

Existência física: constatação visual.

Identificação: exame visual.

Autenticidade: discernir se o objeto é fidedigno.

Qualidade: exame visual de que o objeto examinado permanece em uso e não está deteriorado.

2.1.6.1.2 Confirmação com Terceiros

Utilizado pelo auditor para confirmar, por meio de carta, bens de propriedade

da empresa em poder de terceiros, direitos a receber, obrigações, como por

exemplo: dinheiro em conta corrente bancaria, contas a receber de clientes,

estoques em poder de terceiros, títulos em poder de terceiros, contas a pagar a

fornecedores, empréstimos a pagar.

Para Attie (2007, p. 160) confirmação de terceiros, “é o processo que implica

a obtenção de declaração formal e imparcial de pessoas independentes à empresa e

que estejam habilitadas a confirmar, devendo a prova ser válida e relevante”

Já para Almeida (1996, p. 46) é:

Simples confirmação, através de carta, de propriedade da empresa em poder de terceiros, como dinheiro em conta bancária; contas a receber com clientes; estoques em poder de terceiros; títulos em poder de terceiros; contas a pagar a fornecedores; empréstimos a pagar.

Page 41: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

41

2.1.6.1.3 Conferencia de Cálculos

Almeida (1996, p. 56) afirma que “o contador efetua diversos cálculos em todo

o processo de elaboração das demonstrações financeiras. Evidentemente, um erro

de cálculo ocasiona uma informação errônea nestas demonstrações”.

Embasado na citação de Almeida, podemos então dizer que auditor deve

conferir todos esses cálculos. Exemplo: cálculos de valorização de estoques, juros

aprovisionados, cálculos de amortização de despesas antecipadas e diferidas,

cálculos das depreciações dos bens do ativo imobilizado, cálculos da correção

monetária sobre o ativo permanente e o patrimônio líquido.

2.1.6.1.4 Inspeção de Documentos

Segundo Almeida (1996, p.57) “existem dois tipos de documentos: os internos

e os externos. Os internos são produzidos pela própria organização, já os externos

são fornecidos por terceiros a organização, comprovando algum tipo de transação”.

Estes documentos representam os comprovantes hábeis que suportam os

lançamentos contábeis nas contas de ativo, passivo, receita e despesa, examina

para verificar a veracidade dos valores registrados.

Os documentos Internos são os relatório de despesas, boletim de caixa,

mapas demonstrativos, requisição de compra, mapa de licitação de compras,

registro de empregado, folha de pagamento, livros sociais.

Já os documentos Externos são notas fiscais, faturas e duplicatas de

fornecedores; apólice de seguro, contratos, escrituras de imóveis, certificados de

propriedade de veículos.

Page 42: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

42

2.1.6.2 Realização dos Procedimentos

Para realizar os procedimentos da Auditoria Interna, as organizações e seus

administradores ficam responsáveis sob a garantia da qualidade da Auditoria que lhe

será prestada. Fica então sob responsabilidade dos administradores da empresa:

• Estabelecer o plano anual de auditoria e mantê-lo atualizado;

• Definir as equipes de auditores;

• Liberar o quadro de auditores para a execução das auditorias internas;

• Dirimir quaisquer dúvidas existentes pelo auditor e pelo auditado;

• Receber os check list de todas as áreas;

• Promover uma reunião técnica com todos os auditores para análises e

discussão dos resultados obtidos nas áreas;

• Arquivar uma cópia impressa do check list e plano de resposta de cada

área auditada;

• Gerenciamento da execução de ação;

• Arquivar uma cópia impressa do check-list entregue pelo auditor;

• Elaborar uma tática para sanar as não conformidades;

• Enviar o plano de ação para a garantia de qualidade 30 dias após o dia da

auditoria;

• Implantar as atividades do plano de ação.

2.1.7 Relatórios da Auditoria Interna

O Relatório do auditor é o produto final do seu trabalho e deve ser

apresentado, visto e entendido pelo auditado, ou mesmo pelo usuário da auditoria.

Considerado como veículo principal de relacionamento entre o auditor e a entidade

auditada, o Relatório é documento técnico e deve obedecer a normas de

apresentação, forma e objetivos.

De acordo com Basso (2005, p. 332), o relatório de auditoria é:

Page 43: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

43

[...] o produto do trabalho realizado e é por ele que o auditor informa as pessoas sobre o trabalho que realizou, o alcance abrangido pelo trabalho, a forma como o fez e as conclusões a que chegou, que ao final culminarão com sua opinião ou parecer sobre o objeto da auditoria, em geral, as demonstrações contábeis ou outras peças examinadas.

O Relatório serve também como documento de avaliação do trabalho

efetuado pelo auditor, podendo ser enquadrado nas seguintes situações:

• Execução de uma atividade incompleta: sem verificar e situações

importantes;

• Execução de um exercício com inaptidão: verificar os fatos sem elucidar

suas ineficiências e imperfeições;

• Execução de exercício com negligência: verificaram-se fatos não aplicando

total responsabilidade, possibilitando avaliações não precisas.

Segundo Attie (2007, p. 49), a auditoria interna deve “certificar-se de que

foram tomadas providências e alcançados os resultados esperados ou, então, de

que a administração assumiu o risco de não tomar providências a respeito das

descobertas feitas pelos auditores”

O Relatório deve conter avaliações precisas dos fatos verificados,

recomendando mudanças que visem ao saneamento das irregularidades levantadas,

estabelecendo controles e conferências que possibilitem eliminá-las em definitivo.

O Relatório deve, além de objetivo, ser oportuno, possibilitando a adequada

tomada de decisão pela administração da empresa.

2.1.8 Controles Internos

Os Controles internos são instrumentos de auxilio nas organizações que

estabelecem e regulamentam as normas e os procedimentos necessários para o

bom funcionamento da empresa, controlando os desperdícios e irregularidades.

Page 44: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

44

Refere-se a procedimentos organizacionais adotados como planos definitivos

da empresa. Visam a proteger seu patrimônio, tornar suas demonstrações contábeis

confiáveis e auxiliar a gestão a conduzir à eficiência operacional. Crepaldi (2013,

pág. 464) define controle interno como:

Planejamento organizacional e todos os métodos e procedimentos adotados dentro de uma empresa, a fim de salvaguardar seus ativos, verificar a adequação e o suporte dos dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a aderência às políticas definidas pela direção.

Portanto, controle interno é uma responsabilidade dos gestores, que devem

definir a melhor estratégia para controlar suas informações. Apesar de ser de

responsabilidade dos gestores, cabe ao auditor sugerir melhorias caso considere

necessário, já que é a continuidade da empresa que está em jogo.

Um esquema de controle interno eficaz age como um “filtro” na detecção de

irregularidades e falhas. Portanto, quanto mais adequando for o sistema de Controle

Interno menor será os volumes de testes de auditoria e maior segurança para as

operações da entidade. Sendo assim, é importante destacar, que dentro desse

trabalho, o estudo e a avaliação dos controles internos devem ser realizados com o

maior rigor, pois a dimensão do trabalho está intrinsecamente ligada ao grau de

confiabilidade desses controles que podem vir a evitar ocorrências que venham a

pôr em risco os ativos da empresa.

Controles internos precisam possuir qualidade já que uma de suas funções é

a de prevenir contra erros e fraudes.

2.1.8.1 A importância do Controle Interno

O controle interno é fundamental para a sobrevivência da empresa,

especialmente na era em que se encontra a economia. De acordo com as

viabilidades e estatísticas, grande parte das empresas não resistem até o 5º ano de

mercado. Isto de dá, devido falta de controles internos de gestão, suficiente para

garantir o equilíbrio financeiro da organização.

Page 45: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

45

Segundo Crepaldi (2000, p. 204) o controle interno representa em uma

organização “os procedimentos, métodos ou rotinas cujos objetivos são proteger os

ativos, produzir os dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução

ordenada dos negócios da empresa”.

O controle interno fornece informações úteis que possam garantir suas

informações e continuidade do fluxo de operações de uma empresa. Através dos

resultados gerados por esse fluxo, as informações são utilizadas pelos empresários

para tomada de decisão, cumprindo os objetivos propostos.

Grande parte das empresas começam como pequenas empresas, onde o

controle da mesma é mais facilitado e quem controla as operações são os próprios

gestores, responsáveis por verificar a assiduidade dos funcionários, a elaboração e

qualidade dos seus produtos, o recebimento e a entrega aos clientes, o pedido e o

contas a pagar aos fornecedores, contas a receber e o recebimento dos clientes.

A tendência de todas as empresa é o crescimento. Quando as organizações

começam a crescer e se tornam grandes empresas, devido aumento dos fluxos

operacionais, é inviável que apenas os administradores controle-os. A partir daí se

não for tomado rédeas do negócio, o processo foge do controle dos gestores

dependendo de terceiros para suprir as necessidades da alavancagem empresarial.

Os trabalhos que eram realizados pelo dono, vão sendo distribuídas a

funcionários, dos quais ele espera que haja compromisso e capacitação para

realizar as tarefas. Dessa forma os administradores necessitam de alguma garantia,

de que os processos realizados por terceiros estejam sendo executado de forma

eficiente e apropriada. E essa garantia se dá devido aplicação de controles internos

pelos gestores na organização. Desde então, são necessários relatórios, indicadores

e outros índices que mostrem o desempenho das operações realizadas pelos

funcionários e se estes estão dentro dos planos e metas. É preciso evitar que esses

mesmos funcionários utilizem de má fé para benefícios próprios, causando prejuízos

para a empresa, através de erros, desvios ou fraudes. Para tanto, um bom controle

interno limita-se a essas práticas.

Nos dias de hoje, quase todas as organizações empregam controles internos

em suas atividades. O grande empecilho, é saber evidenciar se esses controles

estão adequados. Para mensurar o custo/benefício da aplicação de um controle

interno, requerem-se a importância da qualidade da informação a ser gerada. Muitas

empresas apostam na confiança em seus funcionários para garantir a segurança do

Page 46: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

46

seu patrimônio, porém, deve-se tomar muito cuidado para que esta confiança não

deixe brechas para possíveis desvios.

Deve-se também, tomar assíduo zelo quanto a segregação de funções que

também pode oferecer grande oportunidades para fraudes. Grande parte das

fraudes que ocorreram nas empresas foi por funcionários nos quais os

administradores confiavam ou segregações de funções.

2.1.7.2 Características dos controles internos

Um bom controle interno deve ser estruturado pelos gestores. Devem

possibilitar maior segurança nas informações geradas e que auxilie na administração

e a atingir os seus objetivos e metas, na segregação de funções e na correta divisão

das responsabilidades dos funcionários.

O controle interno está divido em Controle Administrativo e Contábil.

O controle contábil salvaguarda os ativos e a veracidade dos registros, das

informações, a legalidade das ações e a fidelidade funcional, como por exemplos os

planos de contas empresariais, propostas de rotinas trabalhistas, segregação de

tarefas, entre outros.

O controle administrativo compreende ao plano organizacional,

procedimentos e métodos da gestão, com o finalidade de mensurar a eficiência e a

execução das operações e auxiliar no processo de tomada de decisão. Como

exemplos podem ser destacados os treinamentos e desenvolvimentos funcional dos

colaboradores, controles de qualidade das atividades, entre outros.

As características de um eficiente sistema de controle interno, abrange bom

plano organizacional que proporcione segregação funcional, segurança na execução

operacional e nos bens patrimoniais e suas devidas contabilização; um sistema de

escrituração adequados, que proporcionem controle total sobre ativo passivo,

despesas e receitas da organização; a segregação funcional, onde cada setor e

funcionários tem suas devidas funções e deveres, com pessoal adequado e

qualificado para a execução de suas obrigações.

Page 47: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

47

Observa-se que as questões extremamente importantes nas organizações

são da qualidade e competências do pessoal, no que diz respeito a sua forma

econômica e competente de executar suas tarefas e planejamento e controle da

execução de atividades setoriais.

2.1.7.3 Tipos de controles internos

Os tipos de controle interno se dividem em controles contábeis e

administrativos, sendo eles, conforme Attie (2010):

Controles contábeis: compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos diretamente relacionados, principalmente com a salvaguarda do patrimônio e a fidedignidade dos registros contábeis. Geralmente incluem aos seguintes controles, sistemas de autorização e aprovação; separação das funções de escrituração e elaboração dos relatórios contábeis daquelas ligadas às operações ou custodia dos valores; e controles físicos sobre esses valores;

Controles administrativos: compreendem o plano de organização e todos os métodos e procedimentos que dizem respeito à eficiência operacional e à decisão política traçada pela administração. Normalmente, se relacionam de forma indireta aos registros financeiros. Com frequência abrangem analises estratégicas, estudos de tempos e movimentos, relatórios de desempenho, programas de treinamento e controles de qualidade.

Segundo o IBRACON (1996), os controles internos contábeis devem atender

a cinco requisitos básicos:

A totalidade, onde todas as transações devem ser registradas nos livros contábeis no período em ocorreram;

Validade, onde todas as transações registradas representam eventos econômicos realmente ocorridos e são executadas de acordo com os procedimentos determinados, obedecendo à legislação vigente;

Exatidão, onde as transações são registradas no montante correto, adequadamente classificada e em tempo hábil;

Manutenção, onde os registros contábeis são adequadamente controlados e utilizados de forma que eles continuem a refletir as operações da entidade;

Segurança física, onde os acessos aos ativos e aos documentos que controlam o registro de suas movimentações são apropriadamente restritos ao pessoal autorizado.

Page 48: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

48

2.2 FRAUDES E ERROS NO ÂMBITO INTERNO DAS ORGANIZAÇÕES

As fraudes não são exclusivas de nossa época ou sociedade atual. Erros e

Fraudes são fatos que se propagam desde as antigas civilizações. Elas atacam

qualquer tipo de entidade, de micro à Sociedades Anônimas, com ou sem fins

lucrativos, de qualquer ramo de negócio.

Vivemos em mundo economicamente globalizado e qualquer desperdício,

erro, perda ou desvio ocasiona grandes lesões nas organizações.

Detectar erros e fraudes não são os principais objetivos da auditoria, mas sim

o de emitir uma opinião quanto à conformidade das demonstrações contábeis,

avaliar e melhorar os processos e controles internos, agindo de uma forma corretiva

e preventiva nas organizações.

A responsabilidade primária para detectar e prevenir fraudes e erros, é dos

administradores da entidade, através da implementação e manutenção de sistema

contábil e otimização de controles internos. Entretanto o Auditor, no decorrer do seu

trabalho poderá detectar erros ou fraudes, que implicam relativamente nas

demonstrações contábeis, cabendo a ele o dever de comunicá-los à administração

para que sejam tomadas as devidas providências.

Gonçalves (1968, p. 37) explica a diferença básica entre o erro e a fraude:

A fraude não deve ser confundida com o erro. Erro é o que não é exato ou verdadeiro. No erro há um conceito de inexatidão, de oposição à verdade, ou do afastamento desta. Na fraude há sempre um conceito de má-fé, de intencionalidade imoral. O erro é fenômeno geral, sem causação compulsória de ordem moral. A fraude é sempre fenômeno do plano moral, com repercussões na ordem criminal.

2.2.1 Erro

O termo erro vem do latim error, que significa enganar-se. O erro é elucidado

nos principais dicionários brasileiros com o significado de equívoco, uso impróprio ou

indevido, engano dentre outros.

Para o AUDIBRA (1992, p. 228 apud ORIÁ, HUMBERTO 2012, p. 22) erro é:

Page 49: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

49

A ideia falsa sobre uma pessoa, ou coisa, ou direito. Conhecimento imperfeito ou ignorância da verdade do fato ou do direito, por parte de quem se engana, supondo acertar. Fazer diferentemente do que deveria ter sido feito.

É ato sem intenção, que omite os fatos, causado pela falta de atenção, de

conhecimento ou má interpretação dos fatos na registros, informações e

demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da entidade, tanto

em termos físicos quanto monetários.

Segundo Sá (1998, p. 52), os erros encontrados na auditoria são de diversas

naturezas, podendo-se destacar entre elas os seguintes:

a) Enganos de cálculo: motivados por falhas de natureza aritmética de soma, transporte, subtração etc. em documentos, fichas contábeis, livros etc. b) Enganos por omissões: motivados pela omissão de fatos ou registros de natureza contábil. c) Enganos técnico-contábeis: motivados por registros inadequados, derivados de má classificação, intitulação defeituosa, inversões etc. d) Enganos por duplicidade: duplo lançamento, inclusão dupla de somas etc. e) Enganos fiscais: motivados por transgressão às leis fiscais, ou seja, os que contrariam dispositivos da legislação federal, estadual, municipal, previdenciária etc. f) Enganos por equivalência: motivados por contrabalanceamento de diversos erros, ou seja, um encobrindo o outro. g) Enganos de avaliação: motivados por super ou subavaliação de componentes patrimoniais (estoques, títulos, imobilizações etc.). h) Enganos de autenticidade: motivados por registro de documentos inidôneos e não autorizados. i) Outros enganos.

Quanto ao seu objeto, o erro é dividido em:

Erros involuntários, que compreendem pela incompetência, falta de

orientação e descuido do funcionários.

Erro por fraudes ou desfalques que compreendem em desviar, seja

mercadorias, produtos, matéria-prima, dinheiro, títulos, burlar o fisco não pagando os

devidos impostos, encobrir erros de terceiros, etc.

Page 50: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

50

2.2.2 Fraude

O termo fraude vem do latim fraus, fraudis. A Fraude é também conhecida

nos principais dicionários brasileiros como o sentido de burlar, sonegar, enganar,

adulterar, falsificar e lesar.

A Interpretação Técnica da NBC T 11, item 11.1.4.1 (2003, p.177) define o

termo fraude como o:

Ato intencional de omissão ou manipulação de transações adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. A fraude pode ser caracterizada por: a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo a modificar os registros de ativos, passivos e resultados; b) apropriação indébita de ativos; c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis; d) registro de transações sem comprovação; e e) aplicação de práticas contábeis indevidas.

Atitudes fraudulentas podem acabar com todo o esforço de uma organização.

A fraude age como um câncer em uma empresa que deve ser constantemente

controlado e ou extinguido, sob pena de ao atingir determinada vastidão causar a

descontinuidade das operações empresariais.

De acordo com Perez, Fernandes, Ranha e Carvalho (2011, p. 33) o auditor

deve se atentar a indícios que apontam que, em determinada organização possa

conter algum esquema fraudulento.

Os indícios são:

Empresa em declínio;

Um número muito grande de transação entre partes relacionadas;

Caixa com saldo devedor;

Declínio do mercado onde a empresa atual;

Alta rotatividade de pessoal, principalmente na área financeira e contábil;

Responsável pelo Departamento Financeiro e Contábil com férias atrasadas;

Empresa em vias de descontinuidade;

Perda de licença para financiamento.

Page 51: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

51

Para Dittenhofer (1995, p. 71-72) são três razões básicas, que influenciam

atitudes fraudulentas que são os seguintes:

1º. Pressões de uma situação. Essas pressões podem ser de ordem econômica, incidentes psicossomáticos, condições psicossomáticas, uma aberração atitudinal, ou comportamental. 2º. A oportunidade para cometer a fraude. Essa é uma situação ambiental que consiste de um ou alguns destes quatro subitens a seguir: 2.1 Controles internos falhos. 2.2 Apatia gerencial. Uma administração ou gerência que na verdade não está muito interessada em evitar a fraude. 2.3 Incidentes prévios, que na verdade não tiveram nenhuma punição; a impunidade. 2.4 Um indivíduo que está ocupando uma posição de confiança. 3º. A integridade pessoal. Este elemento se relaciona ao código pessoal daquele indivíduo, um código de conduta, incluindo a ética, honestidade, moralidade e outros pontos que geram integridade. Também se leva em consideração a consciência, que é uma mistura de atitudes morais básicas, além de um sentido de apreensão relativo a ser pego, e o medo das sanções e punições que podem ocorrer a essa pessoa se for pega no ato.

No âmbito das fraudes contra as empresas, Attie (1992, p. 215-216) cita que a

fraude assume múltiplas modalidades. Das diversas classificações de fraudes,

reveste-se de interesse a que as dividem em:

a) Não encobertas: são aquelas que o autor não considera necessário mascarar, porque o controle interno é muito fraco. Um exemplo seria a retirada de dinheiro do caixa, sem se efetuar nenhuma contabilização. b) Encobertas temporariamente: são feitas sem afetar os registros contábeis; por exemplo, retirar dinheiro proveniente das cobranças, omitindo o registro delas de modo que seu montante possa ser coberto com o registro de cobranças posteriores, e assim sucessivamente. c) Encobertas permanentemente: nesses casos, os autores da irregularidade preocupam-se em alterar a informação contida nos registros e outros arquivos, para assim ocultar a irregularidade.

2.2.2.1 Fraudes no contexto Internacional

Para Machado (2002, p. 5), vários casos de fraudes empresariais foram

encontrados em todo o mundo:

Pode parecer estranha a prática de criação de lucros irreais; essa prática, entretanto, tem a ver com a forma de remuneração que é paga aos executivos dessas grandes corporações; tais executivos recebem ações, que somente podem ser vendidas se a empresa atingir um determinado

Page 52: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

52

grau de rentabilidade; por não ter sido atingida a rentabilidade projetada, os diretores, orientados pelos “consultores”, resolveram inflar os lucros, criando-os artificialmente, provocando a distribuição de dividendos (irreais, portanto) e elevando o preço das ações no mercado, momento em que passaram a vender as suas ações, roubando (e não lucrando, como querem alguns), com esse ato criminoso, o dinheiro do público.

Em muitos casos a detecção fraudes é bastante complicada por enfrentar

poderosos interesses de funcionários em posições chave. Nos Estados Unidos, por

exemplo, somente 30% das perdas no varejo são devidas a furtos/ ladrões. Os

outros 70% são de fraudes por funcionários dentro das organizações.

De acordo com pesquisas e estatísticas estudadas as fraudes nos EUA já

alavancaram um prejuízo anual na casa de USD 200 bilhões. Segundo outras fontes

seriam USD 600 bilhões em relação a fraudes internas. Chegaria a 2,5% do PIB do

país. Aproximadamente 80% das organizações do pais perdem entre 0,5% e 2%

sobre o seu faturamento devido as fraudes internas e 69% das empresas tem

suspeitas de que existam desonestidades ou já obtiveram no decorrer de suas

atividades internas alguns casos de fraude.

A desonestidade de diretores, funcionários e colaboradores foram a causa

principal em mais de 50% dos casos de falência de bancos nos últimos anos no EUA

e um terço das falências de empresas é atribuído a fraudes internas.

A detecção deste tipo de fraudes é muito complicada devido envolver vários

tipos de funcionários, de diversos ramos e setores de negócios, com poderosos

interesses.

Existem casos famosos como as fraudes bilionárias causadas por maquiagem

de balanços e dados fictícios nos relatórios contábeis, que quebraram grandes

multinacionais americanas e européias.

Vejamos no quadro 1, alguns casos de fraudes empresariais mais conhecidos

e repercutidos mundialmente, ocorridos nos EUA e Europa, e as práticas que foram

utilizadas nos mesmos.

Page 53: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

53

Quadro 2 - Principais Escândalos Financeiros Ocorridos nos Estados Unidos e na Europa entre 2002 e 2005

País Empresa

USA Enron

USA WorldCom

Itália Parmalat

Holanda Royal Ahold

Bristol-Meyers

Squibb

USA Merck

USA Xerox

Manipulação de receitas e custos: A empresa inflou as receitas e os

custos na mesma proporção. O resultado líquido não foi afetado, mas as

vendas sim, o que induziu o investidor a acreditar no crescimento da

companhia. A manobra contábil fez o faturamento crescer 12,6 bilhões de

dólares indevidamente.

Lançou contratos de aluguel de equipamentos como receitas de vendas: A

empresa admitiu ter inflado as receitas em US$ 1,9 bilhão durante cinco

anos, declarando erroneamente vendas de equipamentos e contratos de

serviços. A Xerox declarou ter registrado US$ 6,4 bilhões como receitas

de venda, sendo que US$ 5,1 bilhões desse montante foram na realidade

recebidos por aluguel de equipamentos, serviços, terceirização de

documentos e receitas financeiras. A manipulação da contabilidade ajudou

a companhia a cumprir as previsões de lucros.

Práticas de Contabilidade Criativa

Desvios de dívidas para associadas e superestimação de lucros: Com

participações em pequenas empresas que não constavam no balanço, a

Enron escondeu bilhões em dívidas. No último balanço publicado, a

empresa superestimou os lucros em quase 600 milhões de dólares e fez

desaparecer dívidas de quase 650 milhões de dólares. A manipulação não

parou por aí, pois além de esconder os passivos, a Enron também vendeu

bens a essas empresas por preços supervalorizados, a fim de criar falsas

receitas. A empresa foi forçada a reajustar o valor de seus resultados de

1997 a 2000 diminuindo seu patrimônio em US$ 1,25 bilhões.

Ativação indevida de gastos: Manipulação extremamente simples de

resultado. A empresa colocou no balanço 3,8 bilhões de dólares como

investimentos, quando na verdade eram despesas. A compra de bens

duráveis, que trarão retorno direto, pode ser depreciada no balanço em um

período longo. Os gastos do dia-a-dia, por outro lado, devem ser

reconhecidos como despesa imediatamente.

Evidenciou ativos inexistentes: Evidenciou 3,95 bilhões de dólares que,

supostamente estavam depositadas em um banco nas Ilhas Caymã e que

na verdade não existiam.

Inflou rendimentos: a empresa anunciou que tinha seus rendimentos

inflacionados em pelo menos US$500 milhões, baseados em conduta da

U.S. Foodservice, Inc. uma subsidiária de total propriedade da Ahold. A

empresa informou também os investidores que a Ahold estaria

reformulando os rendimentos anunciados anteriormente que ela tinha

inapropriadamente consolidado, referente a certos empreendimentos

conjuntos.

USA

Inflou receitas com vendas: Durante os anos de 2000 e 2001, a empresa

farmacêutica “empurrou” seus produtos para os distribuidores, com uma

campanha agressiva de descontos e incentivos que podem ter inflado a

receita em até 1 bilhão de dólares. O resultado? Os clientes ficaram com

estoques superdimensionados. O laboratório já informou que neste ano

deve faturar apenas metade do total de 2001. A posição da Bristol-Meyers

Squibb é de que não houve irregularidade contábil. A Securities Exchange

Comission (SEC) ainda investiga o assunto.

Fonte: Elaborado pelos autores baseados em Kraemer (2005) e Gornik-Tomaszewski & McCarthy (2005)

Page 54: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

54

Como se pode observar, vários são os objetivos para se cometer fraudes nas

empresas, por isso é exigido do auditor muita competência, astúcia e ceticismo, para

que ao se deparar com possíveis sinais de fraudes tenha a capacidade de

desmascará-las.

Após analisar o quadro acima, podemos afirmar que alguns setores e

determinadas atividades dentro das organizações são suscetíveis a fraudes e

merecem uma atenção especial do auditor no que se refere a verificação dos

controles e processos internos na detecção de fraudes.

2.2.2.1.1 Fraudes no Brasil

De acordo com Oiriá Filho (2012, p. 17) as fraudes no Brasil:

No Brasil, as fraudes quase nunca eram percebidas devido a elevada inflação, que mascarava as perdas financeiras decorrentes e, também, não levavam os administradores a observar com mais atenção ao problema. As perdas por erros e irregularidades eram incorporadas aos custos da operação e repassadas ao consumidor. Com a estabilização da moeda brasileira, advinda com o Plano Real, este problema tornou-se visível para a maioria das organizações. Neste período, eram poucas as empresas que possuíam em seus quadros auditores internos ou tinham a preocupação de contratar serviços de auditoria externa.

Uma pesquisa realizada pela PwC – PricewaterhouseCoopers, relata que o

número de empresas que registram casos de corrupção e propina tem aumentado

ao longo dos anos, especialmente no Brasil. Dentre os brasileiros ouvidos para o

estudo, 44% reportaram problemas com fraude em processos de aquisição. Outros

28% disseram ter registrado casos de corrupção ou suborno e 27% afirmaram ter

sofrido algum tipo de crime econômico no país. Ainda segundo a pesquisa, para a

maioria das empresas brasileiras (33%) as fraudes custaram entre 100 mil a 1

milhão de dólares nos últimos dois anos. A ocorrência de crimes econômicos

cometidos em solo brasileiro é superior à média mundial em todas as modalidades

analisadas pela PwC, exceto na de crimes cibernéticos2.

2 Revista EXAME (2014) Site http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/37-das-empresas-registraram-

corrupcao-nos-ultimos-dois-anos?page=1 > acesso em 19/05/2014

Page 55: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

55

Os dados estatísticos nos mostram que as perdas do país, resultado das

fraudes cometidas em empresas brasileiras podem chegar a 37% do PIB através da

ponderação entre 65% das organizações.

A tabela 1 nos mostra as fraudes como o maior problema organizacional. Os

dados projetaram um valor médio anual de fraudes por empresa de R$ 67 mil (HNS

Consult, 1999).

Tabela 1- Percentual das fraudes econômicas - Brasil

Crime Global América Latina Países emergentes

Brasil

Apropriação indevida de ativos

69% 74% 71% 72%

Fraude em aquisição

29% 27% 36% 44%

Suborno e corrupção

27% 25% 38% 28%

Fraude na contabilidade

22% 19% 22% 25%

Cibercrime 24% 20% 22% 17%

Fonte: Revista Exame (2014)

2.2.2.2 Perfil dos Fraudadores

Os agentes fraudadores e coniventes estudam, medem e a relação custo

benefício de atos agressivos à continuidade operacional das organizações.

Segundo Gil (1999, p. 24) “[...] além de seu dimensionamento é normal que os

fraudadores tenham estrutura psicológica para assimilar os efeitos das punições que

possam ser aplicadas”.

Os dados a seguir, realizada através de uma pesquisa da KPMG (2014)

referente o perfil dos fraudadores, relata que:

Page 56: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

56

52,4% têm idade entre 36 e 55 anos;

29% ocupam um cargo executivo;

25% ocupam posição de gerência;

83,3% são do sexo masculino;

42% já trabalhavam a mais de 06 anos na organização;

Normalmente são casados e têm segundo grau completo.

Esses dados são, muitas vezes, utilizados nas políticas de contratações das

empresas. Na tabela 1 podemos verificar o seguinte em relação ao autor da fraude:

Tabela 2 - O autor da fraude

Descrição 2000 2002 2004 2009

Funcionários 55% 48% 58% 61%

Prestadores de serviços 18% 21% 18% 14%

Fornecedores 13% 10% 14% 13%

Clientes 9% 17% 8% 8%

Outros 5% 4% 2% 4%

Fonte: KPMG (2000, p. 12), KPMG (2003, p. 12), KPMG (2005, p. 9) e KPMG (2009, p. 9).

2.2.2.3 Razões para atos fraudulentos

De acordo com pesquisa realizada pela KPMG (2014) “uma mudança crucial

é o crescente uso da tecnologia pelos fraudadores. Estamos em uma nova geração

de pessoas capazes de utilizar meios tecnológicos para ter acesso a um número

maior de informações do que as gerações passadas. Tudo isso aponta para uma

nova era de atividades ilegais e de fraudes”.

Além dos fraudadores que conhecem, controlam e sabem manipular os

sistemas, existem também os que encontram falhas por acidente ou realmente as

procuram, para então explorá-las. Os especialistas criminais teoricamente acreditam

Page 57: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

57

que todas as pessoas, se forem suficientemente motivadas, e a situação do recinto

for conveniente a isto, vão cometer uma fraude ou irregularidade. Eis o que a tabela

3 nos mostra.

Tabela 3 - O que possibilitou a ocorrência das fraudes

Descrição 2000 2002 2004 2009

Insuficiência dos sistemas de controles internos 70% 73% 71% 64%

Supressão dos controles pelos dirigentes 21% 17% 26% 12%

Particularidades da atividade da empresa 20% 27% 20% 21%

Má conduta (falta de condução na empresa) 9% 7% 9% 4%

Outros 9% 10% 5% 7%

Fonte: KPMG (2000, p. 10), KPMG (2003, p. 10), KPMG (2005, p. 15) e KPMG (2009, p. 11).

Rasmussen (1988, p. 14) diz que “os roubos e fraudes sempre começam em

quantidade pequena e aumentam sucessivamente com a confiança do delinquente,

pois não existem sistemas de controles internos, auditoria e naturalmente uma

justiça severa que puna estes atos”. Isso sugere que as organizações necessitam

realizar controles mais rígidos e supervisionar os funcionários mais de perto.

Na tabela 4 podemos observar exatamente o porquê do aumento significativo

dos atos fraudulentos.

Tabela 4 - Razões para aumento de atos fraudulentos

Descrição 2000 2002 2004 2009

Perda de valores morais e sociais 69% 63% 62% 63%

Insuficiência no sistema de controles 60% 59% 51% 56%

Impunidade 53% 55% 52% 53%

Problemas econômicos 52% 46% 41% 11%

Alterações na organização da empresa 23% 18% 14% 16%

Crescente internalização da economia (globalização) 7% 3% 6% ---

Outros 5% 1% 5% 3%

Fonte: KPMG (2000, p. 10), KPMG (2003, p. 10), KPMG (2005, p. 15) e KPMG (2009, p. 17).

Page 58: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

58

Podemos concluir que não basta ter somente alguns bons controles internos.

É necessário sempre atualizá-los e adaptá-los à realidade.

Os Relatórios das pesquisas sobre a fraude no Brasil, elaborados pela

empresa KPMG (2009), apresentam os seguintes dados acerca de como a fraude foi

descoberta, em percentagem:

Tabela 5 - Formas de se descobrir ou constatar a fraude

Descrição 2000 2002 2004 2009

Controles internos 32% 51% 52% 25%

Auditoria interna / revisão interna 20% 34% 39% 19%

Informação de funcionários 12% 22% 29% 24%

Informação de terceiros 12% 29% 27% 22%

Investigação especial 11% 22% 18% 15%

Denúncia ou informações anônimas 7% 13% 12% 21%

Coincidência ou acaso 3% 8% 9% 6%

Auditoria externa 1% 2% 2% 2%

Outros 2% 3% 1% ---

Fonte: KPMG (2000, p. 11), KPMG (2003, p. 11), KPMG (2005, p. 15) e KPMG (2009, p. 16).

Através desses dados, podemos observar que mais da metade das fraudes

contra as organizações foram descobertas pelos controles internos e pela Auditoria

Interna. Cabe à Auditoria Interna a avaliação contínua e melhoria dos controles

internos. Podemos dizer que a Auditoria Interna e os controles internos caminham

juntos. Isto demonstra mais ainda como grande é a importância dos auditores

internos na prevenção e identificação de fraudes e na segurança dos ativos das

empresas.

A adoção de controles que detectam e previnam as fraudes contra o

patrimônio, é uma responsabilidade tanto gerencial quanto direta. Cabe aos

auditores verificar e comprovar a adequação das medidas tomadas pela gestão da

empresa para cumprir suas responsabilidades.

Para evidenciar mais ainda a importância da auditoria interna, os dados da

tabela a seguir, referente pesquisa da empresa KPMG (2009) apontaram os

seguintes dados percentuais:

Page 59: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

59

Tabela 6 - Ações executadas após a descoberta da fraude

Descrição 2000 2002 2004 2009

Demissão voluntária dos envolvidos 77% 65% 60% 55%

Investigação pela auditoria interna 39% 40% 29% 33%

Denúncia ou queixa criminal 34% 38% 29% 31%

Pedido de indenização 13% 11% 11% 9%

Acordo sigiloso 8% 6% 7% 2%

Investigação pela Auditoria independente 6% 9% 4% 4%

Outros 9% 6% 2% ---

Comunicação à seguradora 4% 5% 2% 1%

Revisão da eficácia dos procedimentos antifraude --- --- --- 30%

Fonte: KPMG (2000, p. 14), KPMG (2003, p. 14), KPMG (2005, p. 16) e KPMG (2009, p. 18).

Como demonstrado na tabela citada, à investigação por parte da Auditoria

Interna responde, em segundo lugar, como ação mais indicada para ser adotada

após a descoberta da fraude.

Eis os planos necessários para a diminuição da ocorrência de fraudes:

Tabela 7- Planos para diminuição da possibilidade de fraude

Descrição 2000 2002 2004 2009

Melhoria dos controles internos 93% 84% 84% 93%

Elaboração de um manual de conduta profissional 31% 35% 46% 57%

Treinamento de pessoal 31% 38% 42% 50%

Aumento do orçamento da auditoria interna 24% 27% 34% 24%

Investigações especiais 32% 29% 30% 34%

Sensibilização gerencial 38% 26% 27% 31%

Rodízio de pessoal 23% 14% 14% 12%

Fonte: KPMG (2000, p. 15), KPMG (2003, p.15), KPMG (2005, p. 17) e KPMG (2009, p. 14).

Page 60: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

60

2.2.3 Posicionamento do Auditor perante Fraudes e Erros

O Auditor, segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade – NBCT 11 (2003,

p. 180):

O auditor não é responsável nem pode ser responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros. Entretanto, deve planejar seu trabalho avaliando o risco de sua ocorrência, de forma a ter grande probabilidade de detectar aquele que impliquem defeitos relevantes nas demonstrações contábeis.

O trabalho do auditor é assegurar que a contabilidade da empresa lançando

e gerando informações precisas e verídicas. Ele não é responsável e nem pode ser

responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros, mas pode preveni-los de

acordo com o seu trabalho avaliando todos os fatos e riscos que podem conter nas

demonstrações da empresa.

Ao detectar uma fraude ou erro, o auditor tem a obrigação de informar à

direção da entidade e sugerir medidas corretivas, informando sobre os possíveis

efeitos que essas fraudes ou erros vão gerar.

Silva (2000, p. 12), alerta que “estamos diante de um grande desafio, e para

vencê-lo é preciso, acima de tudo, o preparo adequado. Somente pessoas bem

treinadas e atentas, dotadas de habilidade e de percepção, podem coibir a ação de

fraudadores”. O auditor deve ser instruído pelos gestores da organização, sobre

erros ou fraudes que já tenham sido detectados anteriormente. Necessita ter

conhecimento suficiente de todas as atividades da entidade para poder realizar a

auditoria de forma eficaz.

Segundo Trevisan (2004) a principal responsabilidade do auditor é “expressar

uma opinião independente acerca da fidelidade dos dados econômicos

apresentados sobre as forma de demonstrações contábeis, tendo como quadro de

referência para o seu julgamento os princípios de contabilidade”.

A NBC T 11- IT 03.05, Res CFC nº. 836 de 22 de fevereiro de 1999

proporciona esclarecimento adicional no que diz respeito a responsabilidade do

auditor perante fraudes e erros:

O auditor deverá avaliar criticamente o sistema contábil, incluindo o controle interno, tanto em termos de concepção quanto de funcionamento efetivo, concedendo especial atenção às condições ou eventos que representem

Page 61: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

61

aumento de risco de fraude ou erro, que incluem a estrutura ou atuação inadequada da administração da entidade auditada ou de algum dos seus membros; pressões internas e externas; transações que pareçam anormais; problemas internos no cumprimento dos trabalhos de auditoria e fatores específicos no ambiente de sistemas de informação computadorizados. .

O profissional de auditoria, conforme CFC (1999), sempre deve informar à

alta Administração da organização auditada descobertas factuais envolvendo fraude

dependendo das circunstâncias, de forma verbal ou escrita, o mais breve possível,

mesmo que o efeito potencial sobre as demonstrações contábeis seja insignificante.

É o que cita a NBC T 11 – IT 03.10:

O auditor sempre deve comunicar à administração da entidade auditada descobertas factuais envolvendo fraude - dependendo das circunstâncias, de forma verbal ou escrita -, tão cedo quanto possível, mesmo que o efeito potencial sobre as demonstrações contábeis seja irrelevante. Ao determinar o representante apropriado da entidade auditada a quem comunicar ocorrências de erros relevantes ou fraude, o auditor deve considerar todas as circunstâncias. Com respeito a fraude, o auditor deve avaliar a

probabilidade de envolvimento da alta administração. Na maior parte dos casos que envolvem fraude, seria apropriado comunicar a questão a um nível da estrutura organizacional da entidade acima do nível responsável pelas pessoas que se acredita estejam implicadas. Quando houver dúvida quanto ao envolvimento da alta administração da entidade, antes de qualquer comunicação por escrito o auditor deve avaliar as circunstâncias do fato. O sigilo profissional normalmente impede o auditor de comunicar fraude e/ou erro a terceiros. Todavia, em certas circunstâncias, quando houver obrigação legal de fazê-lo, ao auditor poderá ser requerida a quebra do sigilo profissional. Aplicam-se neste caso o Código de Ética Profissional dos Contabilistas e as Normas Profissionais de Auditor Independente.

2.2.4 A Importância e Vantagens da Auditoria Interna na Prevenção e Combate

às Fraudes

A afirmativa de Ratliff e Beckstead (1996, p. 14) relata muito bem o grave

problema das fraudes organizacionais e o importante papel da auditoria interna em

seu combate:

Desfalques e outras formas de fraude e irregularidades têm sido comuns a maioria das organizações. Embora muitos motivos possam ser atribuídos a essa situação, todas essas ocorrências parecerem ter um ponto em comum.

Page 62: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

62

A pessoa ou pessoas responsáveis pela irregularidade considera seus interesses como fator isolado dos interesses da organização, e a eles confere maior prioridade. As auditorias internas oferecem meios de expor tais irregularidades. O desempenho regular das auditorias é até mesmo considerado como um dispositivo de prevenção em virtude dos riscos de exposição.

Deve-se observar duas considerações importantes acerca deste tema

auditoria interna versus fraudes contra as organizações.

O auditor é apenas um ser humano normal, não é um paranormal nem um

adivinho. Não tem um detector automático e infalível de identificação de fraudes.

A segunda consideração, que é advinda da primeira, não se deve esquecer

que não é obrigação do auditor descobrir todas as fraudes da empresa e que

também não é esta sua exclusiva e única função ou atribuição dentro da

organização. Na verdade, geralmente isto ocorre no encaminhamento normal de

seus trabalhos e tarefas.

Outrossim, não se pode esquecer que o auditor interno é um assessor à alta

administração na condução dos negócios e na avaliação da empresa como um todo.

2.2.4.1 Vantagens da implantação da Auditoria Interna

As empresas ao adentrarem no mercado de negócios, necessitam de um

impulso em divulgar sua imagem e seus produtos para garantir confiança de seus

clientes e no. Para que isto ocorra não basta que os próprios executores de suas

tarefas sejam os responsáveis por resposta de grande proporção.

Cria-se então a Auditoria Interna como uma divisão de avaliações e

credibilidade nas informações a serem publicadas. O auditor interno tem evoluído a

cada dia e com esta evolução a valorização junto aos gestores, que buscam estes

profissionais visando assegurar o patrimônio empresarial e o cumprimento das

normas.

Para a criação de um departamento de auditoria interna necessita de alguns

detalhes importantes para o melhor desenvolver das atividades. Segue os principais

fatores para a implementação da Auditoria Interna nas organizações

Page 63: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

63

Ambiente empresarial contemporâneo em mudanças: As tecnologias

proporcionam um ambiente organizacional em constante mudanças. A Auditoria

Interna vem contribuindo positivamente no auxílio destas mudanças, auxiliando as

entidades.

Grau de organização: a organização estabelecida pela Auditoria Interna nos

trabalhos, controles e processos internos formam o coração da gestão

administrativa. Uma das suas principais funções é avaliar, criar, adaptar e

aperfeiçoar os controles internos à atualidade da entidade.

Dispersão geográfica da empresa: devido a dificuldade de

acompanhamento assíduo dos controles internos, as organizações que possuem

filiais contam com os trabalhos dos auditores internos na verificação e avaliação dos

cumprimentos dos controles medindo suas qualidades nos relatórios gerados.

Aumento da complexidade organizacional: As organizações estão em

constante transformação conhecidas como fusões, cisões e “parcerias” que causam

efeitos significativos que podem comprometer sua estrutura. Como consequência

poderão afetar sua qualidade nos serviços prestados. O departamento de Auditoria

Interna vem a viabilizando análises que promovem grandes melhorias nesses

processos, promovendo um acompanhamento e indicando melhorias nos controles

já existentes e se necessários aperfeiçoá-los.

Globalização: a globalização trouxe inúmeras vantagens às empresas

possibilitando até movimentar bilhões de reais em um simples teclar em poucos

segundos. O impacto da globalização provocou um abalo nas estruturas

organizacionais que, para acompanhar a transmissão de informações geradas a

cada segundo, e manter estrutura sólida capaz de atender suas demandas sem

falhas nos processos, as organizações implantam a auditoria interna que prestam

assessoria aos administradores auxiliando-os na gestão dos negócios.

Avanço tecnológico: o avanço tecnológico exerce efeitos sobre a

capacidade de produção. Podemos dizer que a tecnologia aprimorou inúmeros

processos de produção até o ponto de operações praticamente perfeitas, reduzindo

de meses para minutos o tempo de determinados projetos. Junto com este avanço

os procedimentos e os sistemas sofrem alterações, sendo necessário um

acompanhamento dos auditores internos à adequação de novos processos e a

validação destes.

Page 64: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

64

Competitividade: a contribuição dos auditores internos em relação à

competitividade no mercado trouxe às empresas um apoio indispensável. Com

avaliações nos controles internos, redução nos custos incorridos e revisão dos

processos produtivos fez com que o custo do produto final atingisse uma

significativa margem. Em função deste apoio à gestão os recursos foram

distribuídos de forma a aperfeiçoar os resultados, o que proporcionou busca de

produtividade aliada à redução produtos a um custo baixo e maior chance de

concorrência.

Economicidade: é a relação custo/benefício incorrido no processo de

continuidade da empresa. Os auditores internos se destacam em suas atividades

agregando às empresas reduções significativas aos custos de produção e despesas

operacionais, um acompanhamento contínuo na realização das metas a serem

atingidas fazendo valer a política administrativa da organização.

Verificamos que a criação do departamento de Auditoria Interna nas

organizações constitui uma grande ferramenta de gestão que permite às empresas

minimizar os riscos relativos à sua administração presente e futura, garantindo maior

credibilidade nas atividades das organizações.

Tais fatos impulsionam as empresas na implementação da Auditoria Interna.

2.3 ESTUDO DE CASO

Para demonstrar as questões aqui estudadas optei por relatar um estudo de

caso. O Presente estudo relata sobre um caso de Fraude do Banco PanAmericano

do Grupo Silvio Santos em 2006.

Inicialmente irei relatar o histórico do Banco PanAmericano, de modo a

enriquecer as informações para atingir o objetivo.

Essa fraude gerou repercussão nacional e as reportagens sobre ela foram

feitas por vários meios de comunicação e diferentes empresas de notícias, assim

sendo, exporemos aqui as matérias de diferentes revistas de modo a mostrarmos

mais de um ponto de vista sobre o caso.

Page 65: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

65

Por final, serão expostas opiniões sobre o caso, a luz dos conceitos de

auditoria.

2.3.1 Caracterização da Empresa

O PanAmericano é um banco brasileiro, com sede em São Paulo, fundado por

Senor Abravanel, afamado como Silvio Santos.

Silvio Santos, prestigiado apresentador de televisão e empresário e também

proprietário do Grupo Silvio Santos, que inclui empresas como a Liderança

Capitalização (administradora da loteria Tele Sena), a Jequiti Cosméticos e

o Sistema Brasileiro de Televisão (mais conhecido como SBT). O eixo do Grupo

Silvio Santos é o financiamento ao varejo, financiamento de veículos, cartões de

crédito, empréstimos pessoais e desconto de duplicatas.

O Grupo Silvio Santos assumiu o controlo acionário da Real Sul S/A, em 21

de fevereiro de 1969, organização que atuava desde 1963 em São Caetano do Sul,

que passou a ser chamada desde então de Baú Financeira S/A. Em 1990, outorgado

para atuar como banco múltiplo passou a ser chamado de Banco PanAmericano

S/A.

O Banco PanAmericano, em 15 de maio de 2013, mudou para Banco Pan,

que segundo as notícias, foi uma mudança estratégica a fim de agilizar os processos

e aumentar a eficiência do mesmo.

2.3.2 Histórico de negócios do Banco PanAmericano

Em 2007, o Banco PanAmericano lançou ações na bolsa de valores,

Bovespa.

Page 66: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

66

Devido as informações fictícias que o banco demonstrava devido a fraude

ainda não descoberta, esses dados os beneficiaram, inflando os resultados do

banco e permitindo que a operação na bolsa fosse considerável um sucesso.

O valor de ação foi de 10 reais – um pouco inferior comparado aos preço das

ações de outros bancos da época, como o ABC e o Pine, com cotação de 10,46

reais e 14,95 reais. No final das contas, foi vendido um total de 67 milhões de ações

na bolsa que rendeu a instituição 679 milhões de reais.

Em dezembro de 2009 a Caixa Econômica Federal pagou R$ 739,2 milhões

para adquirir parte do banco PanAmericano. O banco estatal, por meio da Caixa

Participações S/A, adquiriu pouco mais de um terço do capital total da instituição

financeira. A Caixa comprou 49% das ações preferenciais e mais 20,69% do capital

não votante do PanAmericano. Considerando os dois tipos de ações, a Caixa

Participações S/A passou a deter 35,54% do capital social total do banco.

De acordo com duas instituições, a parceria daria oportunidade para a Caixa

realizar a oferta de crédito imobiliário, no PanAmericano, junto ao segmento de baixa

renda, utilizando o relacionamento do banco com as classes C, D e E, por

intermédio de sua rede de distribuição, que contava na época com mais de 20.000

agentes e 200 lojas em todo país.

Na ocasião, a estimativa de caixa era de que, em cinco anos de parceria,

conseguiria consolidar uma carteira de crédito imobiliário originada pelo

PanAmericano de ordem de R$ 5 bilhões.

Ao vender parte de seu capital capital à Caixa Econômica Federal em 2009,

foi analisada pelo Banco Fator e a KPMG que em especial realizou-o uma auditoria

aplicada para verificação das informações.

2.3.3 A Fraude

Se verificarmos o histórico de negócios do Banco PanAmericano, a fraude

nas contas do banco iniciou-se em 2006, onde os dados fictícios informados e

demonstrados pelo Banco os beneficiou a partir deste ano, em inúmeros negócios

no mercado, gerando uma cadeia de lavagem de dinheiro.

Page 67: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

67

O infortúnio foi descoberto em 2010 durante uma análise realizada pelo

Banco Central das operações de crédito vendidas pela instituição a importantes

bancos de varejo, entre elas o Bradesco e o Itaú.

De acordo com a dirigente monetária, o Panamericano maquiava suas

demonstrações. Acondicionava em seu balanço, ativos, carteiras de crédito já

vendidas, além de duplicar esses registros de vendas, conseguindo com isso,

manter em balanço, ativos e créditos irreais para inflar seus resultados. Além de

contabilizar em balanço as carteiras de créditos já vendidas, tudo leva a crer que a

instituição financeira registrava esses trâmites com valores alterados.

O BACEN descobriu as irregularidades contábeis no PanAmericano,

realizando uma “auditoria circular” no sistema financeiro, cruzando os dados de

compra e venda de carteiras de todos os bancos. Esse procedimento de acordo com

o BACEN, não é rotineiro e elucida que, era de responsabilidade da auditoria do

Panamericano, a Deloitte, aplicar esse procedimento. Assim mesmo o BACEN

monitora o sistema financeiro nacional e tem condições de controlar as operações

de compra de carteira.

A técnica utilizada pelo BACEN é uma técnica de controle administrativo

chamado de circularização que consiste em investigar junto a terceiros determinadas

informações como mecanismo de validação e confirmação de saldos, ação essa de

responsabilidade das auditorias, e que não foi realizada, nem pela auditoria interna e

externa da instituição financeira para prevenção de possíveis fraudes.

O caso do PanAmericano gerou tanta polêmica que o BC planejou mudar a

legislação para evitar fraudes com a venda de crédito.

Segundo o balanço apurado do Banco PanAmericano, o valor total do rombo

foi de R$ 4,3 bilhões o que seria a soma de: R$ 1,6 bilhão referente à carteira de

crédito inexistente, R$ 1,7 bilhão referente a passivos não registrados de operações

de cessão liquidadas/referenciadas, R$ 500 milhões referentes a irregularidades na

constituição de provisões para perdas de crédito; R$ 300 milhões pertinentes a

ajustes de marcação a mercado; e R$ 200 milhões referentes a outras contas.

Page 68: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

68

Figura 1 - O caso do PanAmericano

ccFonte: Site Massi Consultoria, 2011

Diante desse quadro, chama a atenção o fato de que, mesmo tendo o Banco

auditoria interna própria e auditoria externa - Deloitte - uma das quatro maiores do

mercado, a fraude não foi detectada por nenhuma instituição ou órgão competente.

Além disso, de acordo com as pesquisas, o Panamericano possuía um comitê de

auditoria, conselho fiscal e havia passado por um processo de abertura de capital

três anos antes do golpe.

Após a descoberta, deu-se início a um processo administrativo interno para

apurar a responsabilidade da Deloitte e do auditor interno responsável pelo

Panamericano no episódio. A instituição encaminhou seus relatórios ao Ministério

Público Federal, à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A figura a seguir, demonstra o esquema da fraude de uma forma detalhada

para melhor entendimento.

Page 69: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

69

Figura 2 – Esquema da fraude ao Banco PanAmericano

Fonte: Estadão, 2010

Page 70: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

70

2.3.4 Desfecho

Após a descoberta da fraude, inúmeras irregularidades vieram à tona. A

empresa de auditoria, Deloitte, não adotou procedimentos suficientemente

adequados de auditoria que permitissem prevenir e detectar a grave irregularidade

contábil praticada sistematicamente pela instituição financeira. A mesma, afirmou em

entrevistas à imprensa que não é culpada pelo que ocorreu e que vai restaurar sua

reputação.

Outro fato que levanta suspeitas, se diz respeito ao investimento feito pela

Caixa Econômica Federal ao adquirir 49% do capital do banco. O que levou a Caixa

ter comprado metade de uma instituição que não lhe agrega nada e que não se

encontrava em uma situação favorável?!

Outro fato que devemos levar em grande consideração, é que, todos os

dados gerados nas entidades, são supervisionados e analisados pelos órgãos que

lhe cabem e posteriormente aprovados em primeiro lugar, pela diretoria da empresa.

Nesse cenário, após a investigação, o BACEN emitiu um relatório sobre o caso que

já aponta 14 executivos como supostos responsáveis pela fraude, sendo oito ex-

diretores e 6 membros do conselho de administração. Os executivos são

investigados por gestão administrativa fraudulenta, indução de investidor ao erro,

inserção de elemento falso em demonstrativos contábeis, formação de quadrilha,

lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

Após a divulgação do crime, descobriu-se, ainda, que vários diretores do

Banco transferiram seus novos bens para parentes e enviaram dinheiro para o

exterior. Ademais, nas investigações, também já foi apurado que a diretoria do

Panamericano vendeu quase R$ 1 milhão em ações do banco entre setembro e

outubro de 2010, período em que o BC já investigava o rombo bilionário na

instituição.

Há, por fim, o temor de que as fraudes do PanAmericano sejam apenas as

primeiras a aparecer publicamente.

Page 71: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

71

Figura 3 - Brechas que facilitaram a Fraude no PanAmericano

Fonte: Febraban, 2010

Os profissionais da área com décadas de experiência em auditoria advertem:

a descoberta de um jeito de fazer dinheiro aproveitando uma brecha nos controles

internos nunca é um caso isolado. Não por muito tempo!

Page 72: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

72

3 CONCLUSÃO

As fraudes atualmente, assumem inúmeras formas, modalidades e

características dentro e fora das organizações. Tornaram-se mais complexas e

aprimoradas, acompanhando o avanço tecnológico, sendo realizadas por

administradores, gestores, empregados, clientes ou terceiros. Não perdoam

ninguém, atacando todos os tipos de entidades.

Com o decorrer dessa pesquisa, podemos afirmar que nenhuma empresa

está imune à fraude. Com esta triste realidade, torna-se cada vez mais necessário e

importante implantar medidas e controles internos eficazes, que acompanhem as

inúmeras transformações culturais e tecnológicas, e que as possam prevenir e

rapidamente identificar os erros e as fraudes nas organizações.

A Auditoria Interna, nesta característica, é um dos principais instrumentos

proativo de proteção e tem um papel de extrema importância na avaliação

permanente dos controles internos nas organizações além de fornecer sugestões e

melhorias aos mesmos tornando-os mais eficazes. Ajuda a prevenir, identificar e

apurar fraudes, bem como na coleta e seleção de provas e evidências, que serão

utilizados na acusação dos fraudadores, tanto na esfera civil como na criminal.

Porém, o que vemos hoje é a ineficiência dos departamentos de auditoria interna

das organizações, dos órgãos fiscalizadores por não adotarem e cumprirem com as

normas e procedimentos adequados e dos controles internos defasados em relação

à contínua evolução das fraudes.

Desde então, conforme demonstrado, não basta ter somente ótimos controles

internos nas organizações. É necessário sempre atualizá-los e adaptá-los à

realidade, colocando-os sempre em prática e acompanhando seu desempenho com

assiduidade. As empresas devem trabalhar melhor o desenvolvimento

comportamental do capital humano e realizar uma grande conscientização sobre

valores éticos e morais. A prevenção é um trabalho contínuo e ininterrupto.

Page 73: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

73

REFERÊNCIAS

_______.NBR 6023 – Informação e documentação – Referência – Elaboração. Rio de Janeiro, 2003. _______.NBR 6027 – Informação e documentação – Sumário – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. _______. Auditoria: conceitos e aplicações. 3° edição São Paulo: Atlas, 1998. ALMEIDA, M. C. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1996. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 6º Edição São Paulo: Atlas, 2007. ANTUNES, Jerônimo. Contribuição ao estudo da avaliação de risco e controles internos na auditoria de demonstrações contábeis no Brasil. Universidade de São Paulo – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – Dissertação de Mestrado: São Paulo, 1998. ARAÚJO, Francisco José de. A estruturação dos controles internos e a independência da auditoria interna. Vitória-ES. COBRAI (Congresso Brasileiro de Auditoria Interna), 1998. ASSI, Marcos. Rombo no Panamericano. Disponível em: <http://www.marcosassi.com.br/rombo-no-panamericano-vai-a-r-4-bi-e-btg-faz-oferta > Acessado em 17 de maio de 2014. ATTIE, William. Auditoria Interna. São Paulo: Atlas, 1992. ATTIE, William. Auditoria Interna. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 3ª. Ed.. 8. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006. AUDIBRA - Instituto dos Auditores Independentes Disponível em: <http://www.audibra.org.br/>. Acesso em: 11 de maio de 2014.

Page 74: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

74

BASSO, I. P. Contabilidade geral básica. 3. ed. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2005. 256 p. BDO TREVISAN, Apostila nº 4 – Assistente 1 – Programa de treinamento. São Paulo: BDO Trevisan, 2006 BEUREN, Ilse Maria (Org). Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade: Teoria e Prática. In: LONGARAY, André Andrade; RAUPP, Fabiano Maury; SOUZA, Marco Aurélio Batista de; COLAUTO, Romualdo Douglas; PORTON, Rosimere Alves de Bona. São Paulo: Atlas, 2003. BRASIL. Decreto-lei 9.295, de 27 de maio de 1946 – Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.g ov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del9295.htm>. Acesso em: 12 de maio de 2014. BRASIL. Lei 10.303, de 31 de outubro de 2001 – Altera e acrescenta dispositivos na Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações, e na Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliário s. Disponível em: < http://www.cnb.org.br/CNBV/leis/lei10303-2001.htm>. Acesso em: 08 de maio de 2014. CARLIN, Everson Luiz Breda. Auditoria, planejamento e gestão tributária. 2ª Edição. Curitiba: Juruá Editora, 2012. CERVO, Amado Luiz; BERVIAM, Pedro Alcino. Metodologia Científica.3. ed. [s.l.]: Mc. Graw -Hill do Brasil, 1983. C.F.C. – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução nº 986/03. Aprova a NBC T 12 – Auditoria Interna. Disponível em <http://www.crcrs.org.br/resnormas/rescfc986.pdf>. Acesso em: 23 de maio de 2014. CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n° 781/95 de 24 de março de 1995. Aprova a NBC P 3 – Normas Profissionais do Auditor Interno. Disponível em: < http:// www.cfc.org.br> acesso em 14 de maio de 2014. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normas brasileiras de contabilidade de auditoria e perícia. Brasília: CFC, 2003, Diferenças básicas entre auditoria interna e a auditoria externa. Disponível em:

Page 75: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

75

http://www.maph.com.br/artigos.php?id_artigo=309. Acesso em: 19 de maio de 2014. DITTENHOFER, Morttimer. Aspectos comportamentais da fraude e desvios de fundos. In: Seminário Internacional de Controle Interno, 1995, Salvador. Salvador: Tribunal de Contas do Estado da Bahia, 1995. p. 68-89 CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Princípios fundamentais de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade. Brasília: CFC, 1999 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2013. GIL, Antônio Lourenço de. Como evitar fraudes, pirataria e conivência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999 GONÇALVES, Reynaldo de Souza. Peritagem contábil. Rio de Janeiro: Forense, 1968. IBRACON, Instituto Brasileiro de Contadores. Curso Básico de Auditoria: 1.ed., São Paulo: Atlas, 1996. MELLO, Agostinho de Oliveira. Auditoria Interna. Disponível em: < http:// www.auditoriainterna.com.br > acesso em 20 de maio de 2014. O Estadão – Economia-Banco Panamericano. Disponível em <http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,banco-panamericano-do-grupo-silvio-santos-recebe-r-25-bi-para-cobrir-fraude,42662,0.htm> Acesso: 21 de maio de 2014. OLIVEIRA, Luís Martins de e FILHO, André Diniz. Curso básico de auditoria. São Paulo: Atlas, 2001 ORIÁ, Humberto Ferreira. As fraudes contra as Organizações e o papel da Auditoria Interna. São Paulo: Sicurezza, 2011.

Page 76: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

76

ORIÁ, Humberto Ferreira. As fraudes contra as Organizações e o papel da Auditoria Interna. São Paulo: Sicurezza, 2012. PEREZ, José Hernandez; FERNANDES, Antonônio Miguel; RANHA, Antonio; CARVALHO, José Carlos Oliveira. Auditoria nas Demonstrações Contábeis. Rio de Janeiro: FVG Management, 2011 RASMUSSEN, U. W. Desvios, desfalques e fraudes nas transações de compras nas empresas: uma análise transacional da aplicação dos controles internos na atividade de administração de materiais. São Paulo: Aduaneiras, 1988. RATLIFF, Richard L.; BECKSTEAD, Stephen M. Como o gerenciamento de nível internacional está transformando o sistema de Auditoria Interna. Boletim do IBRACON, Brasília, p. 10-15, dez. 1996 Revista Exame. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/37-das-empresas-registraram-corrupcao-nos-ultimos-dois-anos?page=1> Acesso em 18 de maio de 2014. Revista Veja – Fraude Banco Panamericano. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/infograficos/fraude-banco-panamericano/>Acesso: 20 de maio de 2014. ______.Resolução nº 700/91. Aprova a NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. Disponível em <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=1991/000700>.Acesso em: 24 de maio de 2014. ______.Resolução CFC n° 986/03 de 21 de novembro de 2003. Aprova a NBC T 12 – Da Auditoria Interna. Disponível em: < http:// www.cfc.org.br> acesso em 12 de maio de 2014. SÁ, Antônio Lopes. Curso de Auditoria: 8.ed., São Paulo: Atlas, 1998 SILVA, Eberson Bento da. Como evitar fraudes nas vendas do varejo. 2 ed. Rio de Janeiro: E. Bento da Silva, 2000.

Page 77: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

77

TREVISAN. Apostila n°1. Assistente Nível 1. Programa de Treinamento. Auditoria. 2004.

Page 78: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

78

ANEXO A – NBC T 01 AUDITORIA INTERNA

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC TI 01 – DA AUDITORIA INTERNA

12.1 – CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS

12.1.1 – Conceituação e Objetivos da Auditoria Interna

12.1.1.1 – Esta norma trata da atividade e dos procedimentos de

Auditoria Interna Contábil, doravante denominada Auditoria Interna.

12.1.1.2 – A Auditoria Interna é exercida nas pessoas jurídicas de

direito público, interno ou externo, e de direito privado.

12.1.1.3 – A Auditoria Interna compreende os exames, análises,

avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para a

avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos

processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao

ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da

entidade no cumprimento de seus objetivos.

12.1.1.4 – A atividade da Auditoria Interna está estruturada em

procedimentos, com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por

finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o

aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da

recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.

12.1.2 – Papéis de Trabalho

12.1.2.1 – A Auditoria Interna deve ser documentada por meio de papéis

de trabalho, elaborados em meio físico ou eletrônico, que devem ser organizados e

arquivados de forma sistemática e racional.

Page 79: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

79

12.1.2.2 – Os papéis de trabalho constituem documentos e registros dos

fatos, informações e provas, obtido no curso da auditoria, a fim de evidenciar os

exames realizados e dar suporte à sua opinião, críticas, sugestões e

recomendações.

12.1.2.3 – Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de

detalhe suficientes para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza,

da oportunidade e da extensão dos procedimentos de Auditoria Interna aplicados,

bem como do julgamento exercido e do suporte das conclusões alcançadas.

12.1.2.4 – Análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos

devem ter sua integridade verificada sempre que forem anexados aos papéis de

trabalho.

12.1.3 – Fraude e Erro

12.1.3.1 – A Auditoria Interna deve assessorar a administração da

entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la,

sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações

de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.

12.1.3.2 – O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão e/ou

manipulação de transações e operações, adulteração de documentos, registros,

relatórios, informações e demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto

monetários.

12.1.3.3 – O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de omissão,

desatenção, desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de

registros, informações e demonstrações contábeis, bem como de transações e

operações da entidade, tanto em termos físicos quanto monetários.

Page 80: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

80

12.2 – NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS

12.2.1 – Planejamento da Auditoria Interna

12.2.1.1 – O planejamento do trabalho da Auditoria Interna compreende

os exames preliminares das áreas, atividades, produtos e processos, para definir a

amplitude e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as diretrizes

estabelecidas pela administração da entidade.

12.2.1.2 – O planejamento deve considerar os fatores relevantes na

execução dos trabalhos, especialmente os seguintes: o conhecimento detalhado da

política e dos instrumentos de gestão de riscos da entidade; o conhecimento

detalhado das atividades operacionais e dos sistemas contábil e de controles

internos e seu grau de confiabilidade da entidade; a natureza, a oportunidade e a

extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem aplicados, alinhados com

a política de gestão de riscos da entidade; a existência de entidades associadas,

filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria

Interna; o uso do trabalho de especialistas; os riscos de auditoria, quer pelo volume

ou pela complexidade das transações e operações; o conhecimento do resultado e

das providências tomadas em relação a trabalhos anteriores, semelhantes ou

relacionados; as orientações e as expectativas externadas pela administração aos

auditores internos; e o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade.

12.2.1.3 – O planejamento deve ser documentado e os programas de

trabalho formalmente preparados, detalhando-se o que for necessário à

compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza,

oportunidade, extensão, equipe técnica e uso de especialistas.

12.2.1.4 – Os programas de trabalho devem ser estruturados de forma a

servir como guia e meio de controle de execução do trabalho, devendo ser revisados

e atualizados sempre que as circunstâncias o exigirem.

Page 81: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

81

12.2.2 – Riscos da Auditoria Interna

12.2.2.1 – A análise dos riscos da Auditoria Interna deve ser feita na fase

de planejamento dos trabalhos; estão relacionados à possibilidade de não se atingir,

de forma satisfatória, o objetivo dos trabalhos. Nesse sentido, devem ser

considerados, principalmente, os seguintes aspectos:

a) a verificação e a comunicação de eventuais limitações ao alcance dos

procedimentos da Auditoria Interna, a serem aplicados, considerando

o volume ou a complexidade das transações e das operações;

b) A extensão da responsabilidade do auditor interno no uso dos trabalhos

de especialistas.

12.2.3 – Procedimentos da Auditoria Interna

12.2.3.1 – Os procedimentos da Auditoria Interna constituem exames e

investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem

ao auditor interno obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e

recomendações à administração da entidade.

12.2.3.2 – Os testes de observância visam à obtenção de razoável

segurança de que os controles internos estabelecidos pela administração estão em

efetivo funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e

administradores da entidade. Na sua aplicação, devem ser considerados os

seguintes procedimentos:

c) Inspeção – verificação de registros, documentos e ativos tangíveis;

d) Observação – acompanhamento de processo ou procedimento quando

de sua execução; e

e) Investigação e confirmação – obtenção de informações perante

pessoas físicas ou jurídicas conhecedoras das transações e das

operações, dentro ou fora da entidade.

Page 82: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

82

12.2.3.3 –Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à

suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informação

da entidade.

12.2.3.4 – As informações que fundamentam os resultados da Auditoria

Interna são denominadas de “evidências”, que devem ser suficientes, fidedignas,

relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e

recomendações à administração da entidade.

12.2.3.5 – O processo de obtenção e avaliação das informações

compreende:

I – a obtenção de informações sobre os assuntos relacionados aos

objetivos e ao alcance da Auditoria Interna, devendo ser observado que:

f) A informação suficiente é aquela que é factual e convincente, de tal

forma que uma pessoa prudente e informada possa entendê-la da

mesma forma que o auditor interno;

g) A informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a

melhor evidência alcançável, por meio do uso apropriado das técnicas

de Auditoria Interna;

h) A informação relevante é a que dá suporte às conclusões e às

recomendações da Auditoria Interna;

i) A informação útil é a que auxilia a entidade a atingir suas metas.

II – a avaliação da efetividade das informações obtidas, mediante a

aplicação de procedimentos da Auditoria Interna, incluindo testes substantivos, se as

circunstâncias assim o exigirem.

12.2.3.6 – O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável

segurança de que o objetivo do trabalho da Auditoria Interna está sendo atingido.

12.2.3.7 – Devem ser adotados procedimentos adequados para assegurar

que as contingências ativas e passivas relevantes - decorrentes de processos

judiciais e extrajudiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos

Page 83: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

83

de tributos e de contribuições em disputa, - foram identificadas e são do

conhecimento da administração da entidade.

12.2.3.8 – No trabalho da Auditoria Interna, quando aplicável, deve ser

examinada a observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, das

Normas Brasileiras de Contabilidade e da legislação tributária, trabalhista e

societária, bem como o cumprimento das normas reguladoras a que estiver sujeita a

entidade.

12.2.4 – Amostragem

12.2.4.1 – Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou um

método de seleção de itens a serem testados, podem ser empregadas técnicas de

amostragem.

12.2.4.2 – Ao usar método de amostragem, estatística ou não, deve ser

projetada e selecionada uma amostra que possa proporcionar evidência de auditoria

suficiente e apropriada.

12.2.5 – Processamento Eletrônico de Dados – PED

12.2.5.1 – A utilização de processamento eletrônico de dados pela

entidade requer que exista, na equipe da Auditoria Interna, profissional com

conhecimento suficiente sobre a tecnologia da informação e os sistemas de

informação utilizados.

12.2.5.2 – O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o

emprego de recursos tecnológicos de processamento de informações, requer que

exista na equipe da Auditoria Interna profissional com conhecimento suficiente de

forma a implementar os próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar,

supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas.

Page 84: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

84

12.3 – NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DA AUDITORIA

INTERNA

12.3.1 – O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta

o resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e

imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas conclusões, recomendações

e providências a serem tomadas pela administração da entidade.

12.3.2 – O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, os

seguintes aspectos:

a) O objetivo e a extensão dos trabalhos;

b) A metodologia adotada;

c) Os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão;

d) Eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;

e) A descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;

f) Os riscos associados aos fatos constatados; e

g) As conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados.

12.3.3 – O relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem

tenha solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a

confidencialidade do seu conteúdo.

12.3.4 – A Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de

relatório parcial, na hipótese de constatar impropriedades/irregularidades/

ilegalidades que necessitem providências imediatas da administração da entidade, e

que não possam aguardar o final dos exames, considerando o disposto no item

12.1.3.1.

Page 85: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

85

ANEXO B – RESOLUÇÃO CFC N° 986/03

Aprova a NBC TI 01 - Da Auditoria Interna

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas

atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas

Interpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regras

de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos de

instituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relações

regulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de

Contabilidade, instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade, atendendo ao que

está disposto no art. 3º da Resolução CFC nº 751, de 29 de dezembro de 1993, que

recebeu nova redação pela Resolução CFC nº 980, de 24 de outubro de 2003,

elaborou a NBC TI 01 – Da Auditoria Interna;

CONSIDERANDO que por se tratar de atribuição que, para o adequado

desempenho, deve ser empreendida pelo Conselho Federal de Contabilidade, em

regime de franca, real e aberta cooperação com o Banco Central do Brasil, a

Comissão de Valores Mobiliários, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil,

o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministério da Educação e do Desporto, a

Secretaria Federal de Controle, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do

Tesouro Nacional e a Superintendência de Seguros Privados,

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC TI 01 – Da Auditoria Interna.

Page 86: A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA PREVENÇÃO E COMBATE ÀS FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES

86

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir do dia 1º de janeiro de

2004, revogando a Resolução CFC nº 780, de 24 de março de 1995.

Brasília, 21 de novembro de 2003.

Contador Alcedino Gomes Brabosa

Presidente

Ata CFC nº 850

Procs. CFC nos 40/03 e 42/03