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Análise prospectiva da
evolução sectorial em
Portugal
Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães
Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal
Introdução
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Introdução
A Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) e a Associação Nacional de Escolas Profissionais
(ANESPO) incluíram no seu acordo de cooperação a realização de um estudo centrado na melhoria
da qualidade da informação de ajuda à decisão no planeamento da oferta de educação e formação
profissional de nível secundário.
Esta questão tem vindo a ganhar atualidade nos últimos anos, dado o progresso que esta oferta tem
vivido. Com efeito, nas últimas duas décadas passámos de uma situação em que esta oferta de
formação era residual para uma completamente diferente em que tem peso significativo, quer na
percentagem de jovens que a procuram quer na estrutura de saídas do sistema educativo.
Há, contudo, dificuldades metodológicas conhecidas sempre que se pretende ajudar a planear
adequadamente uma rede de educação e formação profissional inicial. Não sabemos o que será a
estrutura das profissões em que os jovens que hoje se formam virão a desempenhar funções.
Vivemos numa sociedade que reconhece o direito à livre escolha de profissão e nada nos diz que ter
entrado num determinado percurso de formação se reflita numa trajetória profissional dele
derivada. Vivemos numa sociedade aberta, em que tanto a migração inter-regional quanto as
migrações internacionais nos dois sentidos – a emigração e a imigração – alteram a configuração
real da relação entre a oferta e a procura.
Em matéria de previsões de necessidades de qualificações a única certeza que podemos ter é a de
que a incerteza dessas previsões é elevada. Mas a consciência das limitações não deve conduzir à
paralisia. Deve levar-nos a ser prudentes, mas a procurar conhecer o que for possível, para
identificar adequadamente tendências, reconhecer tão antecipadamente quanto possível problemas
existentes e antecipar caminhos que possam reorientar ou melhor recalibrar o nosso trabalho.
Este estudo ambiciona contribuir para essa reflexão por duas vias. Na primeira parte analisa-se o
conhecimento disponível sobre os caminhos prospetivos da atividade económica em Portugal. Na
segunda analisa-se a relação da oferta de educação e formação profissional com o emprego
comparando os dados mais recentes disponíveis (2008) com os de uma década atrás.
A prospetiva da atividade económica que aqui fazemos é uma metaanálise. Ou seja, é a nossa
reflexão sobre os estudos que nos últimos anos foram feitos sobre a economia portuguesa. Como o
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leitor verá, ao contrário do que poderia pensar-se, foi produzida reflexão que nos permite identificar
um conjunto sólido de dinamismos económicos que desafiarão as qualificações de nível intermédio.
Decidimos adotar para identificar esses dinamismos a designação de “nuvens”. Não apenas para
fugir ao caráter por vezes restritivo de definição de setor de atividade económica, que não reflete
inteiramente os efeitos de arrastamento do dinamismo económico que alberga. Nem sequer para
fugir à designação popularizada e por vezes impropriamente usada de “cluster”, como se toda a
articulação pudesse constituir um cluster, independentemente da densidade das interrelações.
A escolha das “nuvens” tem também um sentido denotativo. Nelas se incluem atividades
económicas que se espera que terminem, quando atingirem o ponto próprio, numa “chuva”, numa
função de irrigação do mercado de trabalho que implicará o surgimento de novas necessidades, as
necessidades para a reconversão sectorial de que se fala no título do estudo.
A segunda parte é um exercício, tanto quanto sabemos completamente pioneiro, de analisar a
relação entre a oferta de formação e os dinamismos do emprego jovem. Num trabalho anterior
coordenado também pelo coordenador deste estudo, avançou-se com a ideia de que num contexto
de incerteza, a regulação da rede de educação e formação deveria obedecer a um princípio
indicativo sobre a existência de áreas profissionais sobre e sub-representadas na oferta de
formação. Chamou-se, então, a esse instrumento de ajuda ao planeamento da rede um “semáforo”
que nos indica quais são as áreas que estão em potencial risco de ter excesso de oferta e as que
estarão na situação oposta.
O desafio que a ANESPO e a ANQ fizeram à equipa deste estudo foi o de operacionalizar esse
semáforo e de mostrar se este é viável - no sentido de poder ser construído – e se é fiável, se
produz, sem a introdução de manipulações ad hoc algum valor acrescentado ao modo como se pode
planear a curto prazo a oferta de qualificações.
O leitor encontrará na segunda parte deste estudo os fundamentos do dito semáforo e os resultados
do cálculo deste indicador, por áreas profissionais e ao nível das NUT III. Este exercício exigiu uma
quantidade de trabalho difícil de tornar patente na síntese que aqui se faz. Mas apraz-nos registar
que os resultados a que se chegou foram utilizados já pela ANQ, a par de outros, como é desejável,
no trabalho de preparação da oferta de educação e formação profissional do próximo ano letivo.
O nosso semáforo não poderia ter sido calculado se não tivéssemos recebido o permanente apoio
da ANESPO e da ANQ a quem agradecemos. Do mesmo modo exigiu um trabalho sobre bases de
dados disponibilizadas por todas as entidades contactadas e a quem agradecemos a diligência no
seu fornecimento e a prontidão na prestação de esclarecimentos solicitados e na resolução das
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dúvidas colocadas. Em particular agradecemos à ANQ pela disponibilização da sua compreensiva
base de dados de novas turmas de educação e formação profissional de nível secundário de todas as
modalidades de formação. Agradecemos ao Gabinete de Estatística e Planeamento do Ministério do
Trabalho e Solidariedade Social a prontidão com que disponibilizou os dados dos Quadros de Pessoal
do Emprego dos menores de 25 anos por níveis de habilitação escolar e profissão. Agradecemos à
Direção-Geral do Ensino Superior a disponibilização da informação sobre os ingressos de alunos das
vias profissionais no ensino superior. Agradecemos ainda e finalmente ao Instituto do Emprego e
Formação Profissional a disponibilização dos dados do desemprego juvenil por profissão anterior do
desempregado.
Todas estas entidades tornaram possíveis os nossos cálculos e nenhuma delas é responsável pelos
erros ou omissões que tenhamos no seu tratamento. Sem elas este “semáforo” não poderia ter sido
aceso, mas nenhuma culpa têm na medição da sua cor ou no brilho que a sua luz tenha como
instrumento de ajuda à decisão.
Temos no entanto, como equipa de trabalho, orgulho de disponibilizar novos instrumentos que
podem melhorar o planeamento da oferta de formação.
O que os leitores aqui encontram é um exercício de identificação de áreas de atividade que
produzirão necessidades no médio/longo prazo e um exercício de quantificação da procura de
qualificações “à saída” da formação que tem sido frequentemente subalternizado, porque
desconhecido face à pressão da procura “à entrada” na definição da oferta de qualificações. Aos
autores esse exercício pareceu necessário e produtivo. Os leitores que avaliarão o nosso trabalho
sobre ele dirão de sua justiça.
Antes de deixarmos o leitor prosseguir em direção à apreciação dos méritos e defeitos deste
trabalho, permitam-nos duas palavras de caráter pessoal.
Este projeto teve um diretor, uma verdadeira alma mater que, para além de dar seguimento à ideia
da ANESPO e de vigiar o cumprimento do protocolo com a ANQ, foi um verdadeiro diretor de
projeto, num sentido que em Portugal escasseia, mas é extremamente útil para o desenvolvimento
do trabalho. A energia e o encorajamento do Diretor-Executivo da ANESPO, Luís Costa, dar-lhe-iam
direito à coautoria deste estudo, não fosse a obrigação de o isentar de responsabilidade por erros e
omissões que se lhe não devem. Nesse trabalho foi ativamente secundado pelo grupo de
acompanhamento do estudo e a equipa aprendeu muito, em particular com Paulo Feliciano e João
Barbosa, que regularmente reuniram connosco, nos trouxeram o seu feedback e nos ajudaram a
desenvolver e reorientar o trabalho. O nosso sentido agradecimento aos três.
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Finalmente registe-se que este projeto nasceu para ter mais um autor. A Luísa Oliveira, que aliás
escreveu o primeiro documento de reflexão de que nasceu esta equipa de trabalho e fixou o âmbito
do estudo foi forçada por razões pessoais inultrapassáveis a não o prosseguir. Mas, este projeto tem
o seu cunho pessoal e a sua marca no melhor dos resultados obtidos.
Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu e João Magalhães
Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal
I Parte
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Índice – I Parte
1. Introdução
2. Situação de Partida
3. Drivers identificados
4. Nuvens identificadas na leitura prospetiva
a. Nuvens consensuais
i. Turismo
ii. Energia e Ambiente
iii. Mobilidade e Transportes
b. Outras nuvens
i. Serviços diversos
ii. Cluster do mar
iii. Saúde
iv. Química e Petroquímica
v. Indústrias Criativas
vi. Tecnologias de Informação e Telecomunicações
c. Nuvens cinzentas
d. Nuvens cruzadas
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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1. Introdução
Este trabalho visa a identificação das necessidades futuras de qualificações, tendo em vista a
reformatação da oferta formativa de nível intermédio. Numa primeira fase foi efetuada uma análise
prospetiva dos cenários de evolução da estrutura sectorial em Portugal (componente I) e posteriormente
foi feita uma descrição das qualificações existentes e identificados os estrangulamentos entre oferta e
procura (componente II) com base nas áreas de atividade identificadas na componente I.
Os objetivos propostos para esta análise prospetiva para a conversão e inovação sectorial são a
identificação dos setores tradicionais em reestruturação, identificação de setores de atividade em
consolidação, identificação de setores com perspetivas de crescimento sustentado e a identificação de
novos setores de atividade.
A metodologia utilizada consistiu na leitura e análise de estudos prospetivos, documentos de orientação
estratégica e outros documentos encontrados em pesquisa relevantes para a temática em discussão.
Foram considerados os estudos produzidos nos últimos cinco anos.
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2. Situação de Partida
A adesão à União Europeia
Um fator com impacte forte na economia do país foi a sua integração na União Europeia em 1986 e a
consequente participação na construção do Mercado Único de bens e serviços, a que se juntou mais
tarde a adesão à moeda única em 1999 e ainda a integração dos países da Europa de Leste. Todos estes
fatores ocorreram num período de tempo muito limitado na história e acentuaram os efeitos da
globalização.
A entrada de Portugal na UE marca também uma nova vaga de investimentos oriundos de Espanha,
França e sobretudo da Alemanha que se caracteriza pelo investimento em setores capital intensivos,
mais exigentes em termos de mão de obra qualificada de nível médio e superior: indústria automóvel e
componentes), eletrónica e tecnologias de informação, indústria mecânica e elétrica e mais
recentemente o fabrico de equipamento para a energia eólica e com a instalação de centros de I&D.
Esta vaga viria também a perder dinâmica pelas oportunidades de investimento para a Alemanha
abertas pela China e pela Europa de Leste com uma posição geoestratégica na Europa face à Alemanha
mais favorável que Portugal, a que acrescem raízes históricas e culturais com alguns desses países que
são um fator competitivo fundamental.
O alargamento da UE, por exemplo, trouxe desafios acrescidos às empresas portuguesas e às políticas
públicas de promoção da competitividade nacional. Para além de aumentar a concorrência em termos
de comércio internacional, tornou esses países também concorrentes de Portugal na captação de
Investimento Direto Estrangeiro, uma vez que apresentam algumas vantagens comparativas
relativamente a Portugal. Uma delas é a localização geográfica e a proximidade com países do centro e
norte da Europa, a que se juntam os baixos salários e os níveis mais elevados de escolarização da sua
população, relativamente a Portugal.
Por outro lado, a introdução do euro, só por si, exerceu fortíssimas pressões e tensões nos mercados
sectoriais nacionais, devido à eliminação das taxas de câmbio entre as moedas dos países aderentes,
instrumento que permitia vantagens concorrenciais pela lógica dos baixos preços dos produtos. Acresce
a redução dos custos de transação nos países aderentes à União Monetária, na medida em que a
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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competitividade das empresas portuguesas dependia, em grande medida, da taxa de câmbio entre o
escudo e as outras moedas.
Todos estes fatores conjugados, num período relativamente curto de tempo, exerceram uma espécie de
efeito do choque na economia portuguesa que, como não poderia deixar de ser, sofreu nos últimos anos
importantes alterações da sua estrutura, como veremos à frente.
Contexto interno
A evolução da economia portuguesa nas três últimas décadas foi marcada por quatro aspetos
estruturantes e que explicam, em grande medida, a situação atual:
i) Forte crescimento do setor não mercantil decorrente da transformação da estrutura e ampliação das
funções do Estado no âmbito da oferta pública de serviços, fundamentalmente a educação e a saúde;
ii) Modernização do setor mercantil de serviços não transacionáveis (no sentido em que são orientados
para o mercado interno), nomeadamente as telecomunicações, distribuição, serviços às empresas,
serviços financeiros, etc.
iii) Absorção dos défices que existiam em áreas infraestruturais no domínio das acessibilidades,
indústrias de rede (telecomunicações, eletricidade, gás natural), abastecimento de água e tratamento de
efluentes e resíduos, equipamentos sociais e desportivos das cidades e habitação;
iv) Uma certa inércia ou mudança muito limitada no setor de "bens e serviços transacionáveis”. Com
efeito as mudanças assinaláveis limitam-se quase exclusivamente ao investimento direto alemão nos
setores automóvel e eletrónica e serviços, ao desenvolvimento do golfe como fonte de atração turística
e à modernização do setor do calçado que se tornou num dos mais dinâmicos setores de exportação das
indústrias tradicionais.
Boa parte das empresas de maior dimensão em Portugal concentram as suas atividades em setores cuja
competitividade assenta em recursos naturais e ambientais, tendo o mercado interno como horizonte de
crescimento em áreas como o cluster da construção e setores infraestruturais, nas indústrias florestais
(madeira e aglomerados, cortiça e aglomerados, pasta e papel), nas agroindústrias (vinhos, óleos
alimentares) e, em menor escala, no turismo.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Num contexto de globalização e de construção do mercado único europeu, estes aspetos conjugados
funcionaram como um fator de pressão considerável e levaram à necessidade de internacionalização, de
ganhar dimensão para concretizar esse objetivo e de sobreviver internacionalmente. Uma primeira vaga
de investimento no exterior ocorreu no Brasil (telecomunicações, produção e distribuição de eletricidade,
etc.), depois em Angola - fortemente induzido pelo choque petrolífero dos anos 90 - em que se
destacaram as empresas de obras públicas que se tornaram importantes exportadoras e investidoras no
exterior. Este movimento para Angola teve como contrapartida a participação de capitais angolanos em
várias empresas portuguesas de relevo.
Terciarização da economia Portuguesa
A terciarização das economias é um indicador comum a todas as economias ocidentais. Contudo o setor
terciário é constituído por um conjunto diversificado de segmentos, sendo que alguns destes segmentos
marcam a diferença em termos de desenvolvimento económico dos países. Os chamados "serviços
transacionáveis" e, em particular, a capacidade de internacionalização desses serviços por parte de
alguns países, marcam a diferença no desenvolvimento desses mesmos países. Este fenómeno tem-se
refletido no aumento crescente do comércio internacional de serviços. Portugal tem acompanhado este
movimento, sendo que o setor dos serviços tem contribuído significativamente para a sustentação
económica, quer no domínio do emprego, quer pelo aumento progressivo do peso do VAB dos serviços
na atividade económica. Com efeito, entre 1995 e 2006, o peso relativo do VAB do terciário no total da
economia terá aumentado cerca de 7 pontos percentuais, sendo que em 2006 o seu valor rondava os
73%. No emprego, este aumento foi de cerca de 6,4% representando em 2006 cerca de 60% do total do
emprego.
Tendo em conta a segmentação do setor, se tomarmos como critério os serviços comercializáveis/não
comercializáveis, verificamos que são os serviços comercializáveis que têm maior relevância, com o VAB
a registar um crescimento médio anual real de cerca de 3,2% e o emprego de 2,4% entre 1995 e 2006,
face à evolução média anual do total da economia.
Entre 1996 e 2008, verificou-se uma contribuição crescente do setor dos serviços para o saldo da Balança
Corrente, uma crescente especialização da economia portuguesa neste setor. São principalmente os
serviços prestados pelas indústrias de rede (Transportes, Comunicações, Seguros e serviços Financeiros)
que têm progredido na estrutura produtiva, com particular destaque para os transportes. Os mais
importantes são os transportes aéreos, seguidos pelos transportes rodoviários. De referir ainda os
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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“serviços de construção”, os “outros serviços fornecidos por empresas”( serviços jurídicos, contabilísticos,
de consultadoria em gestão e de relações públicas, serviços de publicidade, estudos de mercado e de
opinião pública, serviços de intermediação comercial, serviços de aluguer sem tripulação, serviços entre
empresas afiliadas e "outros serviços") e os “serviços de base tecnológica” (Serviços de I&D, Direitos de
utilização, Serviços de informática, Serviços de arquitetura, Serviços de engenharia, Serviços de
consultadoria técnica, Serviços agrícolas, mineiros e industriais) que têm tido um desempenho relevante.
Com efeito, e desde 2007 que os serviços de base tecnológica registam um excedente do saldo das
operações com o exterior. Os serviços de engenharia, de consultadoria técnica e agrícolas, mineiros e
industriais são os que mais têm contribuído para esta evolução, não descurando os serviços de
informática.
Do ponto de vista da internacionalização deste setor verifica-se um decréscimo dos saldos negativos
desde 2000 e, a partir de 2004 verificam-se saldos positivos e crescentes, com estagnação em 2008. O
saldo no PIB evoluiu de -0,9% em 1996 para 1,3% em 2008. Para este resultado contribuíram
particularmente os serviços de “transporte”, de “construção”, de” comunicação” e dos “outros serviços
prestados às empresas”. Mais de 50% das exportações destinam-se ao mercado Europeu - sobretudo
Espanha, Alemanha, França e Reino Unido -, mas também exportamos para África (PALOPs) e América
Latina (Brasil e Venezuela).
Nas exportações de serviços têm maior peso os seguintes segmentos: os serviços prestados pelas
indústrias de rede (que representam uma média de 60%), com relevância particular para os transportes
aéreos, mas também os transportes rodoviários e os transportes marítimos na componente fretes.
Seguem-se os serviços de base tecnológica com um crescimento médio anual particularmente relevante
(28% entre 2003 e 2008), de que se destacam os serviços de consultadoria técnica (+21%) de informática
(+19%) e engenharia (+19%). Os outros serviços fornecidos por empresas, também cresceram de forma
significativa no período 1996-2008 e, finalmente, os “serviços de construção”.
Evolução das exportações
O aumento das exportações em 2010 explica-se por uma diversificação dos países de destino, já que as
exportações para a UE decresceram. Este movimento de decréscimo do peso das exportações com
destino à UE vem a decrescer desde 2006. É também desde esta data que se verifica um aumento das
exportações para os países extra-UE e para os PALOP. O dado mais relevante parece ser a importância
crescente dos países dos PALOP e salto, em 2010, dos países da OPEP que justificam, em grande medida,
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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o aumento global das exportações de Portugal. No quadro seguinte podemos verificar a evolução do
peso relativo das exportações para diferentes regiões:
2005 2006 2007 2008 2009 2010
MUNDO 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
INTRA-U E 80,04 77,87 77,11 74,47 75,43 74,96
EXTRA-U E 19,96 22,13 22,89 25,53 24,57 25,04
EFTA 1,13 1,08 0,92 1,01 1,14 1,12
OPEP 1,01 0,69 0,68 1,37 1,70 7,02
PALOP 3,41 4,28 5,38 6,88 8,33 6,54
0,0010,0020,0030,0040,0050,0060,0070,0080,0090,00
100,00
% f
ace
ao
to
tal
A evolução das exportações foi positiva entre 2005 e 2008, verificando-se uma quebra acentuada em
2009 e uma assinalável recuperação em 2009. O gráfico em baixo apresentado evidencia um outro dado
relevante e que é a subida apreciável de exportações para a OPEP em 2009. A crise política do médio
Oriente e em particular a Líbia, podem ter um impacte significativo nesta evolução, o que na atual
conjuntura pode ser penalizador para Portugal.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 9
-
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
2005 2006 2007 2008 2009 2010
Milh
õe
s d
e E
uro
s Mundo
Intra União Europeia
Extra União Europeia
EFTA
OPEP
PALOP
Por setor de atividade e considerando os que têm mais peso nas exportações (peso superior a 3%),
verifica-se uma recomposição sectorial nas exportações entre 2005 e 2010, com uma queda progressiva
e sustentada dos Têxteis (-1,9), Vestuário (-11,2%), Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras,
exceto mobiliário e da Fabricação de obras de cestaria e de espartaria (-10%) e da Fabricação de
equipamentos informáticos, equipamento para comunicações e produtos eletrónicos e óticos (-37,7),
todos com uma taxa de crescimento médio anual negativa.
Em contrapartida, neste mesmo período, sobem sustentadamente o peso nas exportações, na
Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos (135,2%), a Fabricação de coque, produtos
petrolíferos refinados e de aglomerados de combustíveis (101,8%) e as indústrias alimentares (75,1%).
Estas últimas são o segundo setor exportador mais importante, logo a seguir à Fabricação de veículos
automóveis, reboques, semirreboques e componentes para veículos automóveis, cuja taxa de variação
neste período foi de 7,2%. No quadro em baixo podemos verificar a evolução das exportações por setor
de atividade nos últimos anos para os setores com peso na economia superior a 3:
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Nota: As percentagens assinaladas com asterisco (*) foram calculadas com base nos anos 2006 e 2010.
Sectores de Actividade 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Var.
05/10 var
08/10 var
09/10
Tx.Cresc.Médio Anual 05/10
SECTORES COM PESO SUPERIOR A 3 (FACE 2010)
Fabricação de veículos automóveis, reboques, semi-reboques e componentes para veículos automóveis
12,96 12,65 11,59 11,09 10,89 11,77 7,2 0,1
25,1 1,4
Indústrias alimentares 4,18 4,29 4,83 5,86 6,60 6,20 75,1 -0,1 8,7 11,9
Indústria do vestuário 8,13 7,29 6,88 6,44 6,86 6,11 -11,2 -10,4 3,1 -2,4
Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais, excepto produtos farmacêuticos
5,39 5,18 5,52 5,57 5,07 6,10 33,8 3,4
39,3 6,0
Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e de aglomerados de combustíveis
3,46 4,60 3,77 4,73 4,53 5,91 101,8 17,8
50,8 15,1
Fabricação de equipamento eléctrico x 4,63 4,84 4,87 5,04 5,11 13,9* -1,0 17,4 2,6*
Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas 3,91 3,97 4,18 4,32 4,92 4,95 49,2 8,0 16,4 8,3
Fabricação de produtos metálicos, excepto máquinas e equipamentos
x 4,95 5,02 5,59 5,86 4,71 -1,9* -20,5 -7,0 -0,4*
Fabricação de equipamentos informáticos, equipamento para comunicações e produtos electrónicos e ópticos
8,86 8,87 8,25 7,43 4,91 4,67 -37,7 -40,6
10,2 -9,0
Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 4,23 4,41 4,96 5,53 4,89 4,37 21,9 -25,4 3,4 4,0
Fabrico de outros produtos minerais não metálicos 3,99 3,98 4,25 4,21 4,47 4,09 21,3 -8,1 6,0 3,9
Indústrias metalúrgicas de base 3,44 4,03 4,16 4,01 3,51 4,08 40,0 -3,9 34,5 7,0
Indústria do couro e dos produtos do couro 4,28 3,87 3,69 3,77 4,22 3,89 7,1 -2,8 6,5 1,4
Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos 1,91 1,92 1,90 3,60 2,54 3,81 135,2 -0,1 73,6 18,7
Fabricação de têxteis 4,39 3,94 3,83 3,67 3,80 3,65 -1,9 -6,1 11,0 -0,4
Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto mobiliário; Fabricação de obras de cestaria e de espartaria
3,90 3,72 3,66 3,36 3,23 2,98 -10,0 -16,4
6,7 -2,1
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 11
Em conclusão, a intensificação da abertura comercial de Portugal e a adesão ao Euro conduziram na
última década a uma evolução desfavorável em termos de convergência real com a UE, para a qual
contribuíram essencialmente os seguintes fatores:
A liberalização do comércio internacional com a entrada de novos atores como a China e a Índia;
Integração na moeda única, com consequentes alterações nos instrumentos de política económica
disponível;
Alargamento da UE ao Leste Europeu, com o consequente aumento do ambiente concorrencial em
termos de comércio internacional e de captação de fluxos de IDE.
Por outro lado, nos últimos 25 anos temos assistido a uma ascensão dos setores não transacionáveis
focados no mercado interno (construção, imobiliário, serviços a empresas, educação, saúde), a
investimentos em infraestruturas (telecomunicações, gás, eletricidade, rodovias, água e ambiente) e a
uma mudança limitada na carteira de bens e serviços transacionáveis.
Todos os fatores enunciados em cima conduziram a uma carteira de atividades exportadoras de bens
vulnerável à concorrência de economias emergentes e novos membros da UE e que no passado
demonstraram baixa capacidade de crescimento no comércio internacional, para além de continuar a
existir uma escolarização de mão de obra inferior anos novos membros da UE.
A economia Portuguesa tem demonstrado assim uma fragilidade competitiva internacional e dificuldade
de adaptação às novas condições de mercado e encontra-se atualmente numa fase de ajustamento
estrutural da sua economia.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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3. Drivers
No decurso da leitura prospetiva efetuada foram identificados vários fatores condutores da evolução
sectorial, ou drivers. Estas linhas condutoras do desenvolvimento sectorial podem ser agrupadas em três
grandes vetores: tendências globais, sistemas de atores e dinâmicas de mercado e políticas
governamentais.
Tendências globais
Globalização
As reduções de barreiras ao comércio nas últimas décadas promovida pela Organização Mundial do
Comércio originou alterações no Comércio Internacional, e a integração de diversas economias de
mercados emergentes, nomeadamente da Ásia e Europa Central e de Leste nos mercados mundiais.
Os avanços da liberalização do comércio mundial no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC),
em articulação com o desenvolvimento do novo paradigma das Tecnologias de informação e
comunicação (TIC), originaram nas duas últimas décadas alterações profundas no comércio mundial,
com consequências importantes na afetação de recursos e distribuição da riqueza a nível mundial, na
posição relativa dos países nas lógicas da concorrência internacional e na própria recomposição sectorial,
incluindo a inclusão de diversas economias emergentes, nomeadamente da Ásia e Europa Central e de
Leste no mercado mundial.
Estas alterações e o aumento da abertura da economia Portuguesa ao exterior têm levantado alguns
problemas de competitividade na economia Portuguesa e contribuído para algumas redefinições
sectoriais.
Por outro lado, o alargamento da União Europeia ao Leste Europeu, para além de aumentar a
concorrência comercial em termos de comércio internacional na economia Portuguesa, tornou estes
países do Leste Europeu também concorrentes na captação de Investimento Direto Estrangeiro de
empresas do Norte da Europa.
A crise económica internacional vem agudizar a tendência de alterações geopolíticas e a perda de poder
de vários players mundiais como é o caso dos EUA para economias emergentes como é o caso da Índia e
da China.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 13
Alterações demográficas
Globalmente existem uma série de tendências demográficas que deverão continuar durante a próxima
década e que terão consequências sociais e económicas relevantes.
A população mundial deverá continuar a crescer, sendo espectável que estabilize no ano de 2050 nos
9,15 biliões (cenário médio segundo estudo das Nações Unidas), ou seja, cerca de mais 3 biliões do que
atualmente.
Parte substancial deste crescimento deverá centrar-se nos países mais pobres sendo que 70% do
crescimento demográfico estimado para 2050 deverá concentrar-se em 24 países, todos considerados
pelo Banco Mundial como países de rendimento baixo ou médio baixo, com carências de vária ordem
incluindo a nível de educação, capital e oportunidades de emprego. Em 1950 o Bangladesh, Egito,
Indonésia, Nigéria, Paquistão e Turquia tinham, em conjunto, uma população de 242 milhões de pessoas.
Hoje, os mesmos seis países, de maioria muçulmana, têm 886 milhões de habitantes e, até meados do
século, deverão ter um acréscimo de 475 milhões. Os movimentos sociais no Egito e a possibilidade de
alastramento a outros países do médio oriente podem constituir outro fator que contribuirá para alterar
a posição política e económica destes países no mundo.
Em contrapartida, o peso relativo da população nos países desenvolvidos deverá baixar cerca 25%. Em
2003, as populações da Europa, EUA e Canadá correspondiam apenas a 17% da população mundial. Em
2050, esse peso deverá cair para 12%. Segundo o Banco Mundial, em 2030, a classe média do mundo em
desenvolvimento será de 1,2 biliões de pessoas, um aumento de 200% face a 2005, superando as
populações globais da Europa, Japão e EUA.
Esta questão propicia uma deslocação do poder económico para as regiões em desenvolvimento por um
lado e, por outro, potencia a procura de trabalhadores imigrantes por parte do ocidente.
Outro dado importante do ponto de vista demográfico é a urbanização crescente das economias
emergentes e em desenvolvimento, o que coloca problemas de sustentabilidade ambiental. Um facto
inédito a este propósito e que coloca este problema como um dos fatores a ter em conta é que, pela
primeira vez na história, a população urbana mundial supera a rural. Em 1950 a população urbana
representava 30% do total, mas estima-se que esse número ascenda a 70% em 2050.
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Janeiro de 2011 14
Nos países desenvolvidos a população deverá continuar a envelhecer e a população ativa a diminuir,
como consequência na quebra das taxas de natalidade. Calcula-se que na Europa, a quebra na população
ativa ronde os 24% no ano 2050.
A população chinesa com mais de 60 anos representa entre 12 a 15% da população total. Na Europa,
Canadá e EUA essa percentagem varia entre 15 e os 22% e é de 30% no Japão.
Esta inversão da pirâmide demográfica tem colocado fortes problemas de sustentabilidade do modelo
social europeu.
Ambiente e Sustentabilidade
Os combustíveis fósseis deverão permanecer a fonte de energia dominante nas próximas décadas, mas
existem dúvidas acerca da sustentabilidade em relação ao ambiente e à segurança da oferta.
Nos últimos anos tem-se verificado um aumento da procura mundial de petróleo, conduzida pelo
crescimento económico dos países emergentes. Apesar dum potencial decréscimo com a recente crise
económica, a tendência de médio e longo prazo é a procura continuar a crescer. Por outro lado, tem-se
verificado nos últimos anos uma estagnação da oferta mundial de petróleo. Estes fatores têm conduzido
a um reforço do poder financeiro dos países produtores de petróleo e uma consequente transferência de
riqueza dos países consumidores para os produtores.
O desastre ambiental do dia 20 de abril de 2010 no Golfo do México numa plataforma da British
Petroleum relançou esta questão e continua a pressionar governos e petrolíferas para novas medidas e
políticas ambientais.
A pressão sobre os recursos energéticos e sobre o ambiente tem fomentado o desenvolvimento das
energias renováveis, no entanto, novos desenvolvimentos tecnológicos nesta área estão condicionados à
preocupação com o crescimento, redução de dependência de fontes tradicionais de energia das regiões
de maior instabilidade política e procurar fontes e processos de conversão energética menos prejudiciais
ao ambiente.
Embora se preveja que os combustíveis fósseis deverão permanecer a fonte de energia dominante nas
próximas décadas, as pressões políticas e sociais em relação aos impactes ambientais já não podem ser
politicamente ignoradas, por muito difícil que seja encontrar consensos políticos a nível mundial como
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 15
mostraram os Acordos de Quioto e a recente Conferência de Copenhaga que terminou sem grandes
avanços apesar das expectativas que tinham sido colocadas na presença de Obama.
Contudo, apesar das dificuldades em chegar a acordos comuns globais, as estruturas de produção de
energias renováveis têm crescido e o seu peso económico em termos mundiais tem sido reforçado. Entre
1999 e 2009 a produção bruta de eletricidade renovável aumentou a uma média anual de 3,1%.
Em 2009, 19,1% da eletricidade global teve origem nas energias renováveis, o que significa um peso
maior do que a energia nuclear (13,5%), embora os combustíveis fósseis tivessem representado 67,2%.
Os 0,2% restantes foram fornecidos pela incineração de resíduos não-renováveis.
Prevê-se que estes setores continuem a crescer a nível mundial não só nos países mais desenvolvidos,
mas também nas economias emergentes da China e da Índia. A China é líder mundial na fabricação de
células fotovoltaicas e tem uma forte presença no mercado das turbinas eólicas onde a Índia tem
também uma posição de destaque.
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Janeiro de 2011 16
Políticas Governamentais
Em 2005 destacavam-se no leque das medidas governamentais para a economia, a internacionalização -
por via do investimento privado no exterior, da captação de investimento estrangeiro e das exportações
-, a política ambiental, o turismo e o que viria a designar-se posteriormente como cluster do mar.
Estas áreas aparecem reforçadas e com mais peso na atual legislatura, em que para além da captação do
investimento, do desenvolvimento do turismo e das economias ligadas ao mar, se afirma a ambição de
"liderar a revolução energética" no âmbito da política ambiental. As energias alternativas assumem do
ponto de vista das políticas governamentais, uma espécie de desígnio nacional que cumpre um conjunto
de objetivos fundamentais para o país, nomeadamente a diminuição do défice externo e do
endividamento nacional pela redução da dependência energética (em 2008 o consumo de combustíveis
fosseis representou 52% do défice da balança comercial), o desenvolvimento de novas indústrias, que
contribuem para a alteração do padrão de especialização produtiva do país, da criação de novos
empregos e no contributo para as bases de um modelo desenvolvimento sustentável.
Para além destas, a fileira floresta-madeira-móvel é o setor em que, conjuntamente com o turismo e as
energias alternativas, se aposta como setores em que Portugal se pode aproximar de uma liderança à
escala global.
Para o aumento da capacidade exportadora, para além das três grandes áreas referidas anteriormente, a
aposta do Governo assenta em setores como a indústrias da moda (têxtil, vestuário ou calçado);
agroalimentar (vinho, hortofrutícolas ou floricultura); indústrias da mobilidade (automóvel e
aeronáutica); serviços de saúde; indústria de moldes e ferramentas; tecnologias de informação,
comunicação e eletrónica; indústrias de equipamentos/ tecnologias de produção, nomeadamente na
área ambiental e indústrias de refinação, petroquímica e química industrial.
QREN
Estas opções de política económica consubstanciam-se no Quadro Referência Estratégico Nacional
(QREN) para o período de 2007-2013. A estratégia de desenvolvimento aí definida no que diz respeito à
economia assenta em dois eixos principais:
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Janeiro de 2011 17
i) Um primeiro eixo centrado na competitividade, tendo como objetivo a qualificação do tecido
produtivo, o desenvolvimento tecnológico, o estímulo ao empreendedorismo e a melhoria das
estruturas envolventes das empresas;
ii) Um outro eixo de desenvolvimento de base territorial que tem como objetivo melhorar as condições
de atratividade do investimento produtivo, abrange as intervenções de natureza infraestrutural e
procura o reforço da coesão económica, social e territorial
A implementação desta estratégia é operacionalizada através de programas Operacionais, organizados
em torno das chamadas Estratégias de Eficiência Coletiva (EEC) que podem ser de vários tipos: Pólos de
Competitividade e Tecnologia (PCT), Clusters e "Outros Clusters" no que diz respeito ao primeiro eixo, e
Estratégias de Valorização Económica de Base Territorial que podem assumir a forma de Programas de
Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE) e as Ações de Regeneração e
Desenvolvimento Urbanos (ARDU).
Merecem destaque as políticas de apoio aos chamados Pólos de Competitividade e Tecnologia (PCTs) e
aos Clusters, como setores-base para mudar o padrão de especialização produtiva do país, apostando em
áreas que incorporam uma forte componente científica e tecnológica de base nacional. Esta estratégia
tem como objetivo diminuir a dependência tecnológica do exterior, criar oportunidades de emprego
qualificado e contribuir para o equilíbrio da balança comercial. A diferença básica entre pólos de
competitividade e clusters assenta no facto dos Clusters terem menor conteúdo de C&T incorporado.
Neste quadro, o Governo formalizou em 2009 a existência de 11 Pólos de Competitividade e Tecnologia
e 8 clusters, que se concretizam em 108 projetos, designados como projetos-âncora.
Estes pólos de competitividade e clusters são objeto de políticas públicas de incentivo no âmbito do
QREN e traduzem, em grande medida, as grandes apostas sectoriais governamentais.
Os 11 Pólos de Competitividade e Tecnologia de contemplam as seguintes áreas: saúde, moda,
tecnologia agroindustrial (alimentos, saúde e sustentabilidade), tecnologia da energia, Tecnologia das
Indústrias de Base Florestal, Tecnologia Engineering & Tooling, Tecnologia das Indústrias de Refinação,
Petroquímica e Química Industrial, Tecnologia das Indústrias da Mobilidade (Portugal Mobi 2015),
Tecnologias de Produção, Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica e Turismo 2015.
Os oito clusters são os seguintes: Habitat Sustentável, Agroindustrial do Centro, Cluster da Pedra Natural,
Cluster das Empresas de Mobiliário, Cluster das indústrias criativas da região norte, Cluster agroindustrial
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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do Ribatejo, Cluster dos Vinhos da Região Demarcada do Douro, Cluster do Conhecimento e Cluster da
Economia do Mar.
Há setores que mereceram por parte do Governo a definição de Planos de intervenção específicos,
nomeadamente o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), o Plano Nacional da energia (PNE), o
Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) e o Plano Estratégico dos Transportes (PET).
Plano Estratégico Nacional do Turismo
O Governo aprovou em 2007 o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), definindo uma estratégia
para o crescimento sustentado do setor, estratégia que viria a consubstanciar-se na Lei de bases do
Turismo aprovada em 2009 (DL nº 191/2009) e que define as bases das políticas de desenvolvimento da
atividade turística, considerada como uma área de intervenção prioritária.
Os objetivos definidos no PENT definem que o Turismo deverá ser um dos motores de crescimento da
economia, que Portugal deverá tornar-se um dos destinos de maior crescimento da Europa, o que
pressupõe uma requalificação do setor e um aumento de competitividade da oferta.
O PENT cria objetivos específicos para o ano de 2015 tendo em vista o desenvolvimento deste setor:
Atingir os 20 milhões de turistas (13 milhões em 2009);
Alcançar 15 mil milhões de receitas em 2015 (7,4 mil milhões em 2008);
Representar 15% do PIB;
Absorver 15% do emprego nacional.
O Alentejo deverá ser a região que apresentará maior evolução, com crescimentos anuais de cerca de
11%. Prevê-se ainda que o Alentejo seja a região de maior evolução, com crescimentos anuais de 11%.
A implementação do PENT está estruturada em torno de 5 eixos:
Território, Destinos e Produtos
Marcas e Mercados
Qualificação de Recursos
Distribuição e Comercialização
Inovação e Conhecimento
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 19
Para a concretização destes 5 eixos foram identificados 11 projetos que envolvem várias entidades
distintas:
Produtos, Destinos e Pólos
Intervenção em Zonas de Interesse Turístico (ZITs), nas áreas do Urbanismo, Ambiente e Paisagem
Desenvolvimento de Conteúdos distintivos e inovadores
Eventos
Acessibilidade Aérea
Marcas, Promoção e Distribuição
Programa de Qualidade
Excelência no Capital Humano
Conhecimento e Inovação
Eficácia do relacionamento Estado-Empresa
Modernização Empresarial
Todo o plano deve estar sob a orientação política do Ministério da Economia e da Inovação e deverão ser
envolvidas diversas entidades, nomeadamente a administração central, regional e local, associações
sectoriais, empresariais e regionais, e empresas diretas ou indiretamente relacionadas com a atividade
turística.
Para a concretização do PENT são ainda identificadas as lacunas que existem nas ligações aéreas com os
vários países emissores, as áreas com necessidades de melhorias de acessibilidades, veiculada a
necessidade de realização de 1-2 mega eventos por década e de 10-12 grandes eventos de projeção
internacional por ano e a necessidade de desenvolver e adequar a oferta cultural, de identificar e definir
formalmente a constituição de Zonas Turísticas de Interesse (“ZITs”), de implementar um sistema de
qualidade turística e de formação dos recursos humanos.
No que diz respeito aos recursos humanos é mencionada a intenção de criar um programa de excelência
da formação turística, estabelecer uma escola de gestão turística internacional, selecionar uma escola
por região e estimular o desenvolvimento curricular de novas áreas disciplinares no setor do Turismo e
ainda a necessidade de fomentar a especialização.
Existe um Protocolo Bancário Turismo de Portugal que visa apoiar financeiramente os projetos turísticos
económica e financeiramente viáveis e que, em função das prioridades definidas no Plano Estratégico
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Nacional do Turismo, contribuam inequivocamente para o aumento da qualidade, inovação e
competitividade da oferta do setor turístico nacional. Medidas de apoio ao desenvolvimento do setor
estão também contempladas no QREN.
Uma caracterização mais detalhada acerca da estratégia e dos segmentos alvo é feita mais à frente na
nuvem turismo.
Estratégia Nacional para a Energia 2020
Na área do ambiente e sustentabilidade o Governo tem como objetivo que Portugal lidere a" revolução
energética", assegure a posição de Portugal entre os cinco líderes em matéria de energias renováveis
em 2020, assim como afirmar a liderança global na fileira industrial das energias renováveis.
A política energética é estruturante da política económica do governo na medida em que se propõe
cumprir vários objetivos: o da sustentabilidade económica e ambiental, a competitividade, crescimento e
emprego por via de uma maior independência energética, da dinamização de vários setores de atividade
(energias renováveis, mobilidade elétrica, etc.), procurando também promover a eficiência energética,
consolidar o mercado ibérico de eletricidade e criar o mercado ibérico do gás natural, assim como
contribuir para o equilíbrio da balança comercial através do aumento das exportações de bens de
equipamento e da redução de importações de combustíveis fósseis. Esta política está consubstanciada
em três documentos fundamentais: Estratégia Nacional para a Energia com o horizonte de 2020 (ENE
2020), o Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis e o Plano Nacional de Ação para a
Eficiência Energética. Esta última, aprovada em Resolução de Conselho de Ministros (nº 29/2010) é
também a mais recente e prevê já a atualização dos outros programas acima mencionados.
A Estratégia Nacional de Energia (“ENE”) foi lançada em abril de 2010, e os principais objetivos deste
plano para o ano de 2020 são os seguintes:
Dependência: reduzir dependência energética do país face ao exterior para 74% (foi de 83% em 2008)
e reduzir em 25% o saldo importador energético com a energia produzida a partir de fontes
endógenas;
Renováveis: 60% da eletricidade produzida e 31% do consumo de energia final tenham origem em
fontes renováveis; criar mais 100.000 postos de trabalho a acrescer aos 35.000 já existentes (45.000
diretos e 90 000 indiretos) no setor das energias renováveis; o impacto no PIB passará de 0,8 % para
1,7 % até 2020;
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Eficiência: redução de 20% do consumo de energia final, nos termos da política Comunitária para a
energia e desenvolver um cluster industrial associado à promoção da eficiência energética
assegurando a criação de 21 000 postos de trabalho anuais, gerando um investimento previsível de
13.000 milhões de euros até 2020 e proporcionando exportações equivalentes a 400 milhões de
euros;
Ambiente: cumprimento das metas de redução de emissões assumidas por Portugal no quadro
Europeu.
A ENE 2020 visa implementar uma séria de medidas e estratégias através da utilização de cinco grandes
vetores: competitividade, crescimento e independência energética e financeira; aposta nas energias
renováveis; promoção da eficiência energética; garantir segurança no abastecimento energético;
sustentabilidade económica e ambiental.
Competitividade, crescimento e independência energética e financeira
Os investimentos totais previstos ao abrigo da ENE para o setor da energia deverão superar os 31.000
milhões de Euros, com o objetivo de desenvolver este setor, obter um maior equilíbrio da balança
comercial através do aumento das exportações de bens de equipamento e de redução das importações
de combustíveis fósseis. Por outro lado, os setores associados à energia (moldes e ferramentas,
materiais avançados, sistemas elétricos, sistemas eletrónicos, sistemas de informação) têm uma
intensidade tecnológica elevada.
A redução da dependência energética e financeira tem por base o aumento da produção renovável e a
melhoria na eficiência energética. O setor dos transportes é responsável por cerca de um terço do
consumo final de energia e por isso existe a intenção de introdução de veículos elétricos e o objetivo
deste tipo de veículos substituir cerca de 10% dos combustíveis atualmente consumidos nos transportes
rodoviários.
A liberalização dos mercados de energia na Europa teve como intenção a criação de um mercado interno
de energia, a redução dos custos de energia e o aumento de competitividade económica. Foi neste
contexto que em julho de 2007 entrou em vigor o Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) e em janeiro
de 2008 foi aprovado o Model for Organisation and Operating Principles do Mercado Ibérico de Gás
Natural (MIBGAS).
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Deste modo, estão planeados investimentos até ao ano de 2014 com vista a aumentar a interligação
entre Portugal e Espanha e reforçar as interligações entre a Península Ibérica e França, de forma a
garantir a integração do mercado Ibérico nas redes elétricas Europeias.
Por outro lado, a reorganização do mercado do gás com vista à implementação do MIBGAS, conduzirá a
um reforço das interligações e da capacidade de armazenamento de Gás Natural. O terminal de Sines e a
sua ligação ao armazenamento do Carriço deverão formar um hub estratégico em Portugal.
Aposta nas renováveis
A dinamização do cluster das energias renováveis foi assumida pelo governo português como um vetor
estratégico nacional consubstanciado na Estratégia Nacional para a Energia 2020 “O programa de
Governo do XVIII Governo Constitucional estabelece que um dos objetivos para Portugal deve «liderar a
revolução energética» através de diversas metas, entre quais «assegurar a posição de Portugal entre os
cinco líderes europeus ao nível dos objetivos em matéria de energias renováveis em 2020 e afirmar
Portugal na liderança global na fileira industrial das energias renováveis, de forte capacidade
exportadora».”
A intenção é promover uma fileira industrial, diversificar a diversificação de fontes e tecnologias por
forma a reduzir a dependência externa e aumentar a segurança de abastecimento.
No seguimento do objetivo estabelecido de consumo de 31% da energia final através de energias
renováveis, tem sido efetuados investimentos significativos nesta área, nomeadamente na energia eólica,
que colocaram Portugal como uma referência. Por outro lado, a aposta nas energias renováveis é
considerada vital para a redução da dependência energética externa.
Atualmente a produção de energia renovável em Portugal é feita na sua maioria através da combinação
da energia hídrica e eólica. No entanto, existe a intenção de diversificar para outras energias renováveis.
Neste contexto, foi aprovado o Plano Nacional para as Energias Renováveis (PNAER) – detalhado mais à
frente neste capítulo.
Promoção da eficiência energética
Existe uma preocupação em tornar o consumo energético mais eficiente, nomeadamente no que diz
respeito aos produtos derivados do petróleo. Um dos grandes objetivos da ENE para 2020 é a redução de
20% do consumo de energia final em 2020, e para isso existem medidas fiscais, promoção de projetos
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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com vista a aumentar a eficiência energética, nomeadamente nos setores dos transportes, serviços e na
gestão energética de edifícios.
O objetivo de promover a eficiência energética é o de reduzir em 20% o consumo de energia final até
2020 através de medidas fiscais e da inovação tecnológica, nomeadamente os veículos elétricos e as
redes inteligentes, a otimização dos sistemas de iluminação pública e da gestão energética dos edifícios
públicos, residenciais e de serviços. Neste contexto foi aprovado no ano de 2008 foi aprovado o Plano
Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) – detalhado mais à frente neste capítulo.
Garantia da segurança de abastecimento
A estratégia para garantir a segurança no abastecimento de energia passa pela diversificação das fontes
e origens energéticas. A aposta nas energias renováveis foi uma das formas escolhidas para alcançar esta
diversificação e por outro lado para reduzir a dependência externa. Por outro lado, está previsto o
desenvolvimento das infraestruturas para o transporte e distribuição de energia, no âmbito do MIBEL e
do MIBGAS.
A concretização deste programa prevê a criação de um centro de investigação tecnológica em Badajoz -
Centro Ibérico para as Energias Renováveis e a Eficiência Energética (CIEREE) - e apoia-se ainda nas
parcerias estabelecidas com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Prevê-se a implementação
de um Fundo de apoio à inovação e já está aprovado o apoio a projetos para desenvolvimento de novas
tecnologias no âmbito das redes inteligentes, energia das ondas e outras tecnologias na área das
energias. Prevê-se um investimento global de 31 milhões de euros nos próximos 10 anos.
Por outro lado espera-se por efeito de arrastamento o crescimento de outros setores associados à
energia (moldes e ferramentas, materiais avançados, sistemas elétricos, sistemas eletrónicos e de
sistemas de informação).
Prevê ainda que os investimentos tenham em conta a integração territorial, pela implementação de
centrais de produção de energia elétrica em zonas mais deprimidas e espera-se que esta estratégia
contribua para a criação de empregos a nível local.
Sustentabilidade económica e ambiental
O desenvolvimento das energias renováveis deverão contribuir para um contexto energético diferente,
com uma contribuição relevante para a redução da dependência energética externa e para um maior
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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equilíbrio económico, para além da geração de emprego. Para este objetivo deverá ainda contribuir a
introdução de uma maior concorrência no setor e o desenvolvimento das infraestruturas energéticas
previstas. Não menos relevante é a redução das emissões dos gases de estufa.
Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER)
Tal como o PNE, o PNAER resulta da transposição de uma diretiva comunitária (2009/28/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho), que estabelece que os Estados-Membros devem aprovar e
apresentar à Comissão Europeia um Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) até 30
de junho de 2010, fixando mesmo os objetivos nacionais que cada Estado-Membro deve no domínio da
energia proveniente de fontes renováveis a consumir nos transportes, produção de eletricidade e
aquecimento e arrefecimento até 2020. O PNAER apresenta um conjunto de medidas que visam o
cumprimento dos compromissos assumidos no âmbito da UE, assumindo que a base de desenvolvimento
da produção nacional renovável assentará sobretudo no aumento articulado da capacidade instalada
hídrica e eólica, sem descurar outras fontes. Assim, será também promovido o desenvolvimento nas
tecnologias baseadas no aproveitamento da energia solar, quer nas aplicações de grande escala quer na
aposta nos sistemas de mini e microprodução e sistemas para aquecimento de água sanitárias. Fazem
ainda parte da estratégia do Governo a médio prazo a biomassa, o biogás, os biocombustíveis, a
geotermia e a energia das ondas. Um conjunto de medidas muito específicas estão já desenhadas e
algumas regulamentadas com vista à aplicação deste plano.
Energia hídrica:
O Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH), criado em 2007, visa
desenvolver o potencial hídrico nacional e viabilizar o crescimento da energia eólica. A capacidade
instalada de energia hídrica deverá crescer dos 4.900 MW para 8.600 MW até 2020 e por outro lado
permitir o aumento da eficiência na produção de eletricidade através da energia eólica. Existe ainda o
objetivo de atingir os 250 MW através da mini hídrica.
Energia Eólica:
A energia eólica tem sido uma das fortes apostas no passado recente, tendo a capacidade instalada
passado de 537 MW no ano de 2004, para cerca de 3.500 MW em 2009. Até ao ano de 2011 deverão
ainda ser instalados mais 2.000 MW decorrentes dos concursos que decorreram nos últimos dois anos.
Até ao ano de 2020, poderão ainda ser instalados outros 3.000 MW adicionais de potência eólica.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Energia solar:
Após os grandes desenvolvimentos nas energias hídrica e eólica, a solar é a tecnologia com maior
potencial de desenvolvimento nos próximos anos. O objetivo passa por atingir 1.500 MW de capacidade
instalada em 2020, quer através de projetos com a tecnologia solar termoelétrico, quer através ddo
desenvolvimento do fotovoltaico de concentração. Existe ainda um plano de desenvolvimento da micro
e mini geração em projetos com potências até 150 MW ou 250 MW, dependendo da tecnologia.
Biomassa:
Irá ser implementada a capacidade já atribuída de 250 MW. Existe a intenção de promover a produção
de biomassa florestal de forma integrada com a promoção da certificação florestal, promoção de
culturas energéticas e biomassa residual proveniente da atividade agrícola e agroindustrial. Deverá ser
ainda criado o Centro de Biomassa, para o desenvolvimento de investigação e desenvolvimento nesta
área.
Biocombustíveis:
As diretivas europeias deverão ser seguidas, tendo em conta a obtenção das metas colocadas para a
utilização de energias renováveis no setor dos transportes. Um dos objetivos comunitários estabelecidos
consiste na utilização de 10% de biocombustíveis no combustível para veículos.
Geotermia:
O governo Português tem como objetivo de alcançar a capacidade instalada de 250 MW até 2020.
Portugal é considerado como sendo uma região com elevado potencial neste campo, existindo
atualmente uma aposta em projetos desta natureza nos Açores, enquanto estão a ser desenvolvidos
outros projeto-piloto no território nacional de investigação científica.
Energia das ondas:
O elevado potencial do nosso país, aliado ao movimento para o desenvolvimento do cluster do mar tem
fomentado o desenvolvimento desta tecnologia. Estão previstos diversos contratos de concessão da
zona-piloto para a preparação das infraestruturas para a instalação de projetos de demonstração. A
meta é atingir a capacidade instalada de 250 MW até 2020.
Hidrogénio:
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O desenvolvimento das tecnologias de pilhas de combustível a hidrogénio poderá alterar o paradigma
energético atual, devido ao potencial de sinergias entre a produção de energia através de fontes
renováveis e a eficiência energética. O hidrogénio poderá funcionar no futuro como tecnologia para
viabilizar a utilização de energias renováveis em larga escala e para permitir soluções inovadoras no
setor dos transportes. Está prevista a participação em iniciativas do SETPlan (Strategic Energy
Techonology Plan) que está a ser promovido pela União Europeia.
Para o desenvolvimento e promoção destas últimas prevê-se a criação de medidas próprias. Vale a pena
referir a criação de uma zona piloto em S. Pedro de Moel, concessionada à REN, para a instalação de
projetos de demonstração no domínio da energia dos oceanos, em especial das ondas (DL n.º 5/2008)
para testar as tecnologias de aproveitamento deste tipo de energia, que visa contribuir para a promoção
de um cluster industrial ligado às atividades do mar.
Neste quadro, o PNAER , estabelece como principais objetivos para o horizonte temporal de 2020:
Ter origem em fontes renováveis 31% do consumo final bruto de energia, 60% da eletricidade
produzida e 10% do consumo de energia no setor dos transportes rodoviários;
Reduzir a dependência energética do exterior para cerca de 74%, a partir de uma crescente
utilização de recursos energéticos endógenos;
Reduzir em 25% o saldo importador energético (cerca de 2.000 milhões €) com a energia produzida a
partir de fontes endógenas, possibilitando uma redução de importações estimada em 60 milhões de
barris de petróleo;
Consolidar o cluster industrial associado à energia eólica e criar novos clusters associados às novas
tecnologias do setor das energias renováveis assegurando um VAB de 3800 milhões de euros e
criando 100 mil novos postos de trabalho a acrescer aos 35 mil afetos à produção de energia elétrica
com FER;
Promover o desenvolvimento sustentável também pela redução de emissões de gases com efeito de
estufa, através de uma maior utilização das FER e da eficiência energética;
Criar, até 2012, um fundo de equilíbrio tarifário que contribua para minimizar as variações das tarifas
de eletricidade, beneficiando os consumidores e criando um quadro de sustentabilidade económica
que suporte o crescimento a longo prazo da utilização das energias renováveis.
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Janeiro de 2011 27
Promover o investimento no domínio das energias renováveis através da implementação de
instrumentos de financiamento com base no QREN, para o apoio à energia solar térmica, visando
também o incremento das exportações nesses domínios;
Aprovar medidas de promoção da produção de biomassa florestal, para assegurar as necessidades
de consumo já instaladas e a instalar; da promoção da certificação da gestão florestal sustentável; da
avaliação e promoção das culturas energéticas, bem como da biomassa resultante das atividades
agrícolas e agroindustriais.
Implementar o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, os novos
empreendimentos hídricos em curso com o objetivo de facilitar o crescimento da energia eólica;
Criar condições para a introdução e massificação da utilização do veículo elétrico a nível nacional,
procurando colocar Portugal como um país de referência ao nível do teste.
Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE)
O PNAEE foi criado tendo em vista que Portugal cumpra os objetivos estabelecidos pela União Europeia
relativos à eficiência na utilização de energia. A meta estabelecida é redução do consumo final de
energia em 10% até 2015.
Uma das medidas tomadas foi a implementação do programa MOBI. E para a promoção de veículos
elétricos e criação de uma rede nacional de carregamento. Para além da melhoria na utilização de
energia, este projeto procura ter outros impactos positivos, como seja, na produção de baterias,
componentes e infra estruturas energéticas.
Outro vetor do plano é o desenvolvimento do setor das Energy Saving Companies (ESCO´s), com o
objetivo de criação de um mercado de serviços de energia.
Para suportar financeiramente a aplicação do PNAEE, será implementado o Fundo de Eficiência.
Estratégia Governamental para os Transportes
Dado o caráter transversal dos impactes do setor, nomeadamente ao nível das políticas ambientais,
outras políticas, para além das que são diretamente dirigidas ao setor, têm medidas específicas que
convém considerar. É o caso do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC 2006), que é o
primeiro programa nacional que tem como objetivo específico o controlo e redução das emissões de
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 28
Gases com Efeito de Estufa, de acordo com os compromissos assumidos com a UE. No que diz respeito
ao setor dos transportes, as medidas mais relevantes adotadas foram:
Programa Auto-Oil: Acordo voluntário com as associações de fabricantes de automóveis para
redução do fator de emissão médio do parque de veículos novos vendidos;
Expansão do Metropolitano de Lisboa (ML);
Construção do Metro Sul do Tejo (MST);
Construção do Metro do Porto (MP);
Construção do Metro Ligeiro do Mondego (MLM);
Alterações da oferta da CP;
Ampliação da frota de Veículos a Gás Natural na CARRIS e nos STCP;
Incentivo ao abate de veículos em fim de vida;
Diretiva de Biocombustíveis (introdução de biocombustíveis no modo rodoviário);
Autoestradas do Mar (Meta 2010: transferência de 20% do tráfego rodoviário internacional de
mercadorias para o modo marítimo);
Plataformas Logísticas.
Uma parte importante dos projetos aqui enunciados está já concretizada ou em fase de implementação.
O POVT (Programa Operacional Temático para a Valorização do Território, 2007-2013), a financiar no
âmbito do QREN, e a Agenda Operacional para a Valorização do Território, organizam-se em 10 eixos de
atuação, o primeiro dos quais é dirigido às " Redes e Equipamentos Estruturantes Nacionais de
Transportes". O objetivo global estabelece que se pretende atenuar a situação periférica do país através
da melhoria das ligações internacionais e da integração das redes nacionais nas redes transeuropeias de
transportes e decalca, no essencial, dos objetivos da Rede Transeuropeia de Transportes o que diz
respeito aos projetos em que Portugal está incluído.
Posteriormente reafirmam-se estes objetivos de forma mais consistente e estabelece-se uma política
nacional de transportes para um horizonte mais amplo no chamado “Plano estratégico
Transportes”(2008-2020).
Plano Estratégico Transportes (PET)
O PET tem como objetivo geral contribuir para a coesão social e territorial, reforçar a integração da
economia portuguesa a nível europeu e mundial, respeitando o ambiente através de uma política de
eficiência energética. Mais especificamente, o PET propõe-se alcançar quatro objetivos fundamentais,
declinados em objetivos operacionais, contemplando três escalas espaciais: internacional, interurbana e
urbana. Objetivos específicos e operacionais do PET:
1. Promover uma maior integração do país nas cadeias europeias e mundiais de transportes:
Melhoria das estruturas portuárias, de modo a tornar os portos mais competitivos e articulados com
o restante sistema de transportes;
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Janeiro de 2011 29
Implementação de um sistema aeroportuário com um aeroporto na Região de Lisboa (rotas
mundiais), articulado com uma rede de aeroportos nacionais que, por sua vez se ligam à rede de
transportes envolvente;
Implementação de ligações ferroviárias, que liguem Portugal a Espanha e ao resto da Europa, que
transportem mercadorias e passageiros;
Conclusão dos eixos rodoviários prioritários, nomeadamente, as ligações a portos, aos aeroportos
nacionais e terminais ferroviários, entre capitais de distrito e às plataformas logísticas;
Implementação de plataformas logísticas de articulação com as cadeias internacionais instaladas e
promoção da sua interligação eficiente com o sistema de transporte de mercadorias até 2015.
2. Promover uma articulação eficiente entre centros urbanos e entre cada centro e a sua área de
influência:
Reforço da ligação entre as redes de acessibilidades nacionais e inter-regionais;
Esforço de melhoria permanente das redes e serviços de transporte público, procurando uma
adequação às necessidades da procura;
Satisfazer as necessidades básicas de mobilidade em período em que a procura seja mais baixa e em
áreas de fraca densidade populacional.
3) Melhorar a mobilidade urbana através de uma política que contribua para melhorar a qualidade de
vida:
Rede de Transporte Público urbano e suburbano, assegurando boa cobertura territorial nos vários
períodos do dia, a ligação das periferias entre si e entre estas e os centros principais, maximizando as
ligações diretas;
Qualidade dos TP e da informação aos utentes;
Repartição entre transporte individual e transporte público;
Racionalização da distribuição urbana de mercadorias;
Promoção da fluidez do tráfego urbano.
4) Melhorar a governação do setor:
Aprovação de legislação tendo em conta o direito comunitário;
Instalação de sistemas de planeamento e gestão da acessibilidade e mobilidade a nível
supramunicipal;
Institucionalização de formas de articulação entre o planeamento de transportes, o planeamento do
território e com a política energética e ambiental;
Melhoria do nível de qualificação no setor, através de programas específicos de formação e
qualificação profissional.
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Sistemas de atores e dinâmicas de mercado
Investimento Direto Estrangeiro (IDE)
No que diz respeito à iniciativa privada merece particular destaque o investimento direto estrangeiro. A
natureza dos investimentos estrangeiros têm dado um contributo importante para um novo padrão de
competitividade baseado na inovação e para a alteração do padrão de especialização nacional, através
do enriquecimento do conteúdo tecnológico e de know how incorporado nos produtos e para o aumento
das exportações. A natureza do IDE tem tido também impacte nos ganhos de produtividade, na criação
de emprego e na natureza do emprego, requerendo mão de obra mais qualificada. Dos países
investidores em Portugal, destaca-se a Alemanha nomeadamente na indústria automóvel, quer nos
veículos propriamente ditos, quer nos componentes, na eletrónica e nos pneus. Mas também nas TIC,
infraestruturas ambientais e outras indústrias.
Portugal tem sofrido oscilações significativas no que diz respeito a captação de IDE. Em 1990 o país
encontrava-se no 12º lugar no Índice de Desempenho do IDE da UNCTAD - que estabelece um ranking da
importância do IDE em 140 países -, tendo passado para 44º lugar em 2003, para 81º em 2004 e 106º
em 2009. As fragilidades do país na capacidade de atração de IDE devem-se em grande medida à
integração na UE dos países da Europa de leste e, mais recentemente, à crise económica global, em que
o investimento se retraiu em todo o mundo.
Portugal tem atraído investimento estrangeiro sobretudo em setores não transacionáveis. Com efeito, as
“telecomunicações”, “atividades financeiras”, “serviços de consultoria jurídicos e de contabilidade” e
“outros serviços prestados às empresas” representavam apenas 0,1% do PIB entre 1995 e 2003. Neste
mesmo período, os fluxos totais de IDE nos setores não transacionáveis (sobretudo no comércio),
representavam 2,4% do PIB.
Dados mais recentes do Banco de Portugal revelam que no primeiro semestre de 2010 o fluxo bruto de
IDE aumentou 10,1% (23,0 mil milhões de euros) face a período homólogo de 2009. Contudo, se
tivermos em conta o desinvestimento, que aumentou cerca 11,4%, o IDE líquido foi apenas de 1,9 mil
milhões de euros, o que significa uma retração de 2,5% relativamente ao mesmo período de 2009. Em
termos sectoriais (por setor da empresa residente), o “Comércio por grosso e a retalho” registou 37,8%
do investimento total e um aumento de 11,6% face ao período homólogo de 2009. Seguiram-se as
“Indústrias transformadoras” com 22,5% do IDE bruto total e um crescimento de 12,3%, e as “Atividades
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Janeiro de 2011 31
financeiras e de seguros” com 21,7% do total e uma taxa de variação de 36,0%. A União Europeia
constituiu a principal origem do IDE com 86,4% do total, tendo registado uma variação homóloga de
8,1%. De destacar os aumentos dos investimentos diretos brutos do Brasil (1,6 mil milhões de euros;
+903,3%) e da Alemanha (1,5 mil milhões de euros, o que significa um aumento de 56,9%).
Investimentos diretos de Portugal no exterior (IDPE)
O tecido empresarial em Portugal é maioritariamente constituído por empresas de pequena e muito
pequena dimensão, assente em setores tradicionais com um peso demasiado importante em atividades
pouco intensivas em tecnologia e conhecimento e com debilidades a nível de gestão, de pessoal
qualificado, na organização de processos e em estratégias de comercialização, atuando em mercados de
reduzida dimensão, o que tem dificultado a modernização das empresas e a sua internacionalização,
num quadro em que o contexto nacional e internacional se alteraram significativamente.
Apesar de um esforço de internacionalização e de aumento de competitividade externa, o investimento
no estrangeiro realizado por empresas Portuguesas é numa grande maioria realizado por um número
reduzido de empresas de elevada dimensão. O investimento direto dirigiu-se, dominantemente, para o
Brasil, Espanha, França, Reino Unido, Suíça, Alemanha e EUA.
A evolução positiva do investimento direto de Portugal no exterior (IDPE) incidiu sobretudo nas áreas
dos serviços não transacionáveis (“eletricidade, gás e água”, “construção” e “comércio”) e dos serviços
"internacionalizáveis" (“telecomunicações”, “atividades financeiras” e “serviços prestados às empresas”),
sendo ainda importante a presença de empresas pertencentes a setores trabalho e recursos intensivos,
nomeadamente nos setores da “madeira e suas obras” e “outros minerais não metálicos".
Projetos de Interesse Nacional (PIN)
Uma análise á carteira de projetos PIN (Projetos de Interesse Nacional) é, neste quadro da maior
relevância já que nos dá uma indicação do que o setor empresarial de base nacional e estrangeira se
propõem concretizar em termos de investimento. O quadro em baixo apresenta uma análise dos PINs
previstos por setor em acompanhamento e execução (junho de 2010).
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Fonte: AICEP, tratamento próprio
Um projeto específico de grande dimensão na área de Investigação e Desenvolvimento (projeto PlanIT
Valley previsto para a cidade de Paredes) apresenta cerca de 15 mil milhões de Euros de investimento,
superando o investimento previsto para cada um dos outros setores. O Turismo é a segunda grande
aposta das intenções de investimento (34%) com a perspetiva de criação de mais de 40.000 postos de
trabalho. É claramente o setor com o maior número de projetos e que mais emprego deverá criar. Os
projetos neste setor são sobretudo resorts integrados, tendo o golfe como ponto de atração em grande
parte dos casos. Destacam-se também os setores dos transportes e mobilidade com a criação de 12 mil
postos de trabalho, o setor da energia com a criação de cerca de 4 mil postos de trabalho. Por último, os
setores da Química e do Papel têm também uma elevada representatividade em termos de montante de
investimento, mas a criação de novos postos de trabalho não é significativa.
A concretizarem-se estes projetos, poderá dar-se uma requalificação e especialização produtiva do país,
com um enfoque especial no turismo no segmento de qualidade, energia e mobilidade e transportes, já
que os investimentos previstos na química e na indústria do papel indicam o desenvolvimento de
atividades com historial em Portugal. Neste cenário, Portugal tenderia a ser menos uma periferia de
deslocalização industrial e de aproveitamento de recursos naturais, e mais uma região especializada no
turismo e acolhimento e um pólo de atração de investimentos que têm por base a ciência e a tecnologia,
nos chamados setores baseados na ciência.
A fase de crise mundial em que nos encontramos pode inquinar a concretização de alguns destes
projetos ou a sua dimensão, sendo que alguns encontram-se mesmo em fase de revisão ou mesmo
reformulação dada as dificuldades em conseguir financiamento.
Registe-se ainda os projetos em energias renováveis, capital intensivos, num quadro em que
globalmente se aposta forte na construção de economias low carbon (WIR, 2010). A UNCTAD estima que
Investimento
(M €)
Investimento
(%)
Postos
Trabalho
Postos de
Trabalho (%)
Nº de
Projectos
Nº de
Projectos (%)
Turismo 12.056 34% 40.993 50% 47 53%
Transportes e mobilidade 1.398 4% 12.211 15% 5 6%
Energia 2.444 7% 3.776 5% 14 16%
Quimica 2.634 7% 603 1% 6 7%
Papel 1.337 4% 305 0% 5 6%
I&D 15.120 42% 20.667 25% 2 2%
Outros 736 2% 2.892 4% 10 11%
Total 35.725 100% 81.447 100% 89 100%
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 33
o investimento direto estrangeiro mundial em 2009 em energias renováveis, reciclagem e na produção
de tecnologias relacionadas, seja de 90 biliões de dólares, dado que não pode ainda ser confirmado pela
ausência de informação para o ano de 2009.
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A crise financeira internacional
A crise financeira internacional rapidamente contaminou a economia e veio acentuar as tendências das
alterações geopolíticas decorrentes da globalização, ameaçando uma recomposição de poderes entre os
vários players mundiais.
Os dados mais recentes indicam que os fluxos globais de IDE caíram em 2009 de 1.7 triliões de dólares
para 1,2, embora se espere uma ligeira recuperação para 2010. Este relatório revela também uma
alteração no investimento: verifica-se uma queda acentuada nos fluxos de investimento para países
desenvolvidos, e um crescimento para as economias em transição com um peso de 43% nos fluxos de
IDE totais. Assim, na África, o IDE subiu para um nível recorde, com o crescimento mais rápido na África
Ocidental (um aumento de 63% sobre 2007); para o Sul, Leste e Sudeste Asiático verificou-se um
aumento de 17% e para o oeste da Ásia continuaram a subir pelo sexto ano consecutivo. A América
Latina registou um aumento de 13% e para o Sudeste da Europa também se registou um aumento pelo
oitavo ano consecutivo.
Na reestruturação em curso na economia mundial, uma das questões fundamentais é a de saber se os
EUA conseguirão manter a posição de líder mundial ou se outro país ou região surgirá impondo a sua
hegemonia e alterando a posição geoestratégica das várias regiões do globo. Também não é de afastar a
hipótese de um cenário policêntrico.
O momento é de grandes incertezas a vários níveis (cenários 13 2009 DPP)..º 13
Uma das incertezas é precisamente a de saber o real alcance do impacte da crise financeira na
reorganização do capitalismo e no papel da inovação tecnológica nesta conjuntura.
Na reorganização do capitalismo coloca-se a dúvida, sempre presente desde os anos 80 do século
passado, se o mundo vai evoluir e estabilizar numa gestão liberal do capitalismo típica do modelo anglo-
saxónico ou se, pelo contrário, prevalece um modelo de inspiração mais Keynesiana ou ainda se
cimentará um modelo híbrido à semelhança do que parece ser o projeto político de Obama. Esta
questão é da maior importância para a definição de um cenário de evolução e estruturação das
economias ocidentais.
O papel da inovação tecnológica como motor para a saída das crises do capitalismo e como fator
explicativo das suas fases de expansão, trazido à discussão pública e política pela mão da economia neo
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Schumpeteriana, pode esbarrar agora com um problema de mercados, se se mantiver uma política
restritiva de consumo público e privado como a que vigora na UE. A incerteza que permanece é de saber
se, apesar das restrições, haverá incentivos à procura de produtos decorrentes de inovações
tecnológicas, capazes de alimentar uma oferta que favoreça as indústrias emergentes e o emprego
qualificado ou se, pelo contrário, a opção for a de manter a utilização das tecnologias disponíveis. Estes
dois cenários desenham duas perspetivas completamente diferentes no que diz respeito aos fatores
competitivos e á estruturação das economias. O exemplo das energias aplicado a cada um dos cenários é
bastante esclarecedor do que está em jogo (petróleo versus energias alternativas).
A este propósito vale a pena citar os EUA, cuja supremacia a nível mundial está ameaçada quando se
comparam certos indicadores macroeconómicos, nomeadamente pela China, mas que se mantém
incontestavelmente como líder tecnológico da economia mundial e este trunfo pode bem influenciar o
rumo dos acontecimentos.
Na zona euro em particular, para além dos aspetos acima referidos, a crise tornou completamente visível
a interdependência entre as economias dos vários países - muito por via da moeda única e das
fragilidades do modelo de governação europeu - ao mostrar os efeitos de contaminação e as
consequências associadas na sustentabilidade das finanças públicas, no crescimento e no emprego, mas
também em termos de competitividade quer da UE, quer de cada país.
Uma das questões levantadas por alguns especialistas é a de saber em que medida esta crise é
fundamentalmente uma crise conjuntural, ainda que profunda, ou de natureza mais estrutural
implicando uma outra análise das tendências de crescimento e de produtividade no longo prazo.
Se os níveis de crescimento forem revistos em baixa, as perdas acumuladas crescerão ao longo do tempo,
eventualmente 20 a 25%, no pressuposto de uma recuperação plena em 2020. Assim, o PIB projetado
não apenas fracassa em superar o desfasamento imposto pela crise, como aumenta a distância em
relação à situação anterior à crise.
Este cenário foi considerado num relatório da Comissão Europeia, que alertava para a possibilidade de
uma redução do crescimento do produto potencial, devido a fatores como a crescente dívida pública e as
pressões inflacionárias associadas à expansão monetária.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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As estratégias de saída da crise são determinantes para os orçamentos europeus, mercados financeiros,
para a reestruturação económica e o emprego e ainda para desenho do padrão de competitividade que
vai prevalecer.
Qualquer decréscimo significativo nas estimativas de crescimento de longo prazo torna-se numa
preocupação central, até pelo impacto direto no aumento do desemprego.
Em conclusão, existe ainda um elevado nível de incerteza acerca da duração, dimensão e efeitos da atual
crise económica mundial, quer a nível internacional, quer a nível nacional. No entanto, existem alguns
efeitos que estão a ser sentidos de imediato em Portugal, entre os quais:
Dificuldades extremas de financiamento público e privado;
Fragilização das instituições financeiras;
Aumento do desemprego;
Decréscimo do consumo;
Alterações das condições de crédito da economia;
Necessidade de contenção do investimento e da despesa pública.
Apesar de todas as interrogações neste momento acerca das consequências a médio e longo prazo e dos
seus efeitos a nível sectorial, existe já a confirmação que a crise que está a ser vivida neste momento irá
condicionar o desenvolvimento económico Português.
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4. Nuvens identificadas na leitura prospetiva
Na leitura prospetiva efetuada foram identificados diversos setores como sendo aqueles que poderão ter
maior relevância no futuro da economia Portuguesa. As considerações apresentadas têm motivações
diversas: desde a identificação dos setores com maior potencialidade e em que Portugal poderia ter
vantagens comparativas, ou setores em que Portugal poderia apostar com vista a ter determinado papel
no enquadramento da economia Europeia ou Mundial.
As perspetivas acerca de cada um destes setores foram classificadas em três categorias: nuvens
consensuais, outras nuvens identificadas e nuvens cinzentas. Por último foi ainda feita uma análise a
setores específicos interdependentes ou tendências específicas transversais a diversos setores, às quais
apelidámos de nuvens cinzentas.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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a) Nuvens consensuais
Por nuvens consensuais considerámos os setores que são identificados em praticamente toda a
bibliografia prospetiva como sendo relevantes e estratégicos para Portugal.
Turismo
Tendências globais
As principais tendências do setor a nível internacional indicam um crescimento do número de turistas
em todo o mundo, e de acordo com a Organização Mundial do Comércio o crescimento médio anula
desta indústria deverá ser superior ao crescimento da economia até 2020, ano em que esta atividade
deverá ser a principal atividade económica mundial.
O produto turismo tem vindo a sofrer uma elevada segmentação, com consequente diversificação e
personalização da oferta com o aparecimento de novos mercados emissores e novos produtos.
Uma grande tendência que tem afetado o Turismo é a crescente importância dada às questões
ambientais e a preocupação com a sustentabilidade. Este dado tem tido relevância em todo o setor, não
só no segmento Turismo de Natureza ou Eco-Turismo, mas também em todos os outros segmentos. A
qualidade ambiental contribui não só para a sustentabilidade, mas também para o incremento da
competitividade do setor. Para este perfil de turista, o critério ambiental é relevante na definação do seu
destino. São valorizados destinos com preocupações com a preservação da natureza e da biodiversidade
e com uma imagem ecológica (eficiência energética, utilização de energias renováveis, etc).
Um fator relevante nas escolhas dos consumidores e ao qual é dado cada vez mais significado é a
segurança. A perceção de segurança muitas vezes condiciona escolhas e por vezes simples eventos
negativos podem influenciar a evolução e procura de determinados mercados.
As preferências do turista têm evoluído da simples procura de um produto ou serviço para a procura
experiências ou vivências que variam desde o entretenimento, escape, estéticas (disfrutar de
determinado cenário) ou até de aprendizagem de determinada técnica ou arte.
A Europa é hoje e deverá continuar a ser nos próximos anos o continente mais procurado pelos turistas.
No mercado Europeu, o envelhecimento da população Europeia, deverá envelhecer o perfil do turista
tipo, o que significa um aumento dos gastos dado que com o aumento da idade, aumenta o consumo.
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Também com o aumento do número de reformados têm surgido novas necessidades neste perfil de
consumidor. Um bom exemplo são a procura de regiões com serviços de saúde de proximidade e
qualidade.
Outra evolução que se tem verificado na Europa é o aumento do número de viagens de curta duração.
Por um lado os gastos com a estadia têm aumentado e por outro lado, tem-se verificado uma redução
dos gastos com a viagem. Tem ainda aumentado a procura por oferta e experiências diversificadas.
O peso das viagens vendidas sob a forma de pacote turístico tem diminuído com os consumidores a
recorrerem menos a agências/operadores turísticos. Para isto, tem contribuído o crescimento da
importância da internet na compra diretamente às companhias aéreas, hotéis, etc., com as receitas do
“turismo online” a crescerem substancialmente nos últimos anos.
No mercado Europeu tem-se verificado também um aumento da quota de mercado das companhias
aéreas low cost, o que potencia também a marcação direta e a desintermediação e diminuição de
pacotes turísticos.
Tem-se assistido a um aumento do ambiente concorrencial entre destinos turísticos, o que tem
conduzido à sofisticação da oferta para atrair e fidelizar turistas. Um bom exemplo tem sido o esforço de
alguns destinos na realização de eventos de forma a aumentarem a sua notoriedade obterem promoção
de regiões.
O Turismo em Portugal
O Turismo é apontado unanimemente como um vetor estratégico e prioritário para a economia
Portuguesa. É talvez o setor em que se reconhecem maiores vantagens competitivas e uma enorme
vocação a Portugal, pela sua localização geográfica, recursos naturais, clima, património histórico e
cultural, costa e praias, segurança, afabilidade dos Portugueses, etc.
A importância deste setor em Portugal é refletida na sua performance em termos internacionais.
Segundo a Organização Mundial do Turismo, em 2008 Portugal foi o 25º principal destino mundial, no
entanto tem vindo a perder quota de mercado nos últimos anos e a ser ultrapassado por destinos como
a Polónia, Rússia, Turquia, Hungria, Tailândia, Malásia, Macau, Suécia e Índia.
Apesar do crescimento nos últimos anos, com exceção para 2009, Portugal perdeu quota de mercado
internacional e encontra-se dependente de quatro mercados emissores Europeus (Reino Unido, Espanha,
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Alemanha e França) que representaram em 2009 58% dos visitantes estrangeiros e do desempenho de
três regiões (Algarve, Lisboa e Madeira). Outra dificuldade encontrada tem sido a elevada sazonalidade e
por vezes limitações nas ligações aéreas.
Para além do peso na economia nacional e as vantagens competitivas que Portugal apresenta, este setor
poderá ainda ser determinante para outros efeitos. Por um lado, o desenvolvimento da receção de
turistas estrangeiros aumenta as exportações, por outro, o crescimento do setor implica um aumento de
emprego de qualificações baixas e médias.
Outros efeitos colaterais muito importantes são o impacto noutros setores como é o caso dos cuidados
de saúde ou a atração de novos residentes estrangeiros com rendimentos elevados ou até de novas
empresas e indústrias.
As três grandes bases para o desenvolvimento do Turismo assentam em atividades de acolhimento
(como são o exemplo a receção de eventos de empresas ou a organização de encontros sectoriais),
turismo residencial e no turismo associado a atividades específicas (praia, golfe, desportos náuticos,
natureza, bem estar, etc.).
Para além da vocação natural do país, e apesar da perda de quota de mercado no mercado internacional,
este é um setor que tem vindo a crescer, e a ter um peso crescente na economia Portuguesa.
De acordo com a World Travel and Tourism Council o impacto direto do Turismo no Produto Interno
Bruto nacional em 2010 será de 5,8%, valor que deverá aumentar para 6,9% em 2020. Esta indústria
deverá empregar diretamente 377 mil pessoas neste ano, ou seja, 7,5% do emprego total em portugal.
Esta atividade como não produz um bem ou serviços específico como outros setores, para além do
impacto direto na economia, tem ainda um impacto indireto sobre outras atividades.
O impacto direto e indireto que com exceção do ano de 2009 tem vindo a crescer em valores absolutos,
deverá representar em 2010 14,4% do PIB nacional. De acordo com as projeções, esta percentagem
deverá crescer para 16,9% em 2020. Segundo estas previsões a indústria irá crescer 1,9% este ano e
crescer ao ritmo de uma média anual de 4%, durante a próxima década.
Este setor (direta e indiretamente) deverá ainda gerar cerca de 943 mil empregos em 2010 (18,8% do
total), sendo expectável que este valor deverá atingir 1.199 mil em 2020 (23,2% do total). Ainda de
acordo com a mesma fonte, as receitas geradas por visitantes estrangeiros deverão representar 14,9%
do total das exportações, valor que de acordo com as projeções para 2020 atingirá os 15,3%. De acordo
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 41
com o INE, o peso dos visitantes estrangeiros no total de hóspedes representou em 2009 cerca de 50%
do total.
No que respeita ao investimento, o Turismo deverá receber 13,8% do investimento total nacional em
2010, e 15,3% dentro de 10 anos.
Política Governamental
Tal como mencionado anteriormente, existe um Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT). Este
Plano consiste num conjunto de orientações estratégicas para o desenvolvimento do setor em Portugal.
O Plano estabelece os mercados emissores a privilegiar e organiza-os em categorias diferenciadas por
forma a que as estratégias de desenvolvimento desses mercados sejam ajustadas aos objetivos. Assim,
os mercados estratégicos envolvem países, como o Reino Unido, Espanha, Alemanha, França e o próprio
mercado interno. Os mercados a desenvolver incluem os países escandinavos, EUA, Japão, Brasil,
Holanda, Irlanda e Bélgica. Aposta ainda, como estratégia de diversificação, na Áustria, Suíça, Rússia,
Canadá, República Checa, Hungria e China.
Por outro lado, é identificada uma proposta de valor desenvolvida que se baseia nas características
diferenciadoras de Portugal, como seja:
Clima e luz: temperatura amena e pouca precipitação fora do período de inverno; elevado número
de dias de sol e horas de luz;
História, cultura e tradição: preservação das tradições e cultura; ligação ao Atlântico e
descobrimentos;
Hospitalidade: caráter Português afável e recetivo aos estrangeiros;
Diversidade concentrada: Atlântico, praia, cidade, golfe, casinos, planície, floresta, ruralidade.
Outros fatores diferenciadores face a países concorrentes são também as reduzidas taxas de
criminalidade e a oferta de serviços de elevada qualidade mas com preços competitivos.
O desenvolvimento do setor passa por uma estratégia de diferenciação interna do setor por forma a
mobilizar diferentes públicos-alvo. Assim, prevê-se uma oferta turística segmentada em 10 áreas: Sol e
Mar, Touring Cultural e Paisagístico, City Break, Turismo de Negócios, Turismo de Natureza, Turismo
Náutico, Saúde e Bem-estar, Golfe, Resorts Integrados e Turismo Residencial, Gastronomia e Vinhos.
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Janeiro de 2011 42
As características e infraestruturas de cada região determinam o tipo de produto a desenvolver por cada
região, sendo que a curto e médio prazo o crescimento deverá assentar nos produtos Sol e Mar, Touring
e City Break. As regiões consideradas estratégicas para o desenvolvimento do setor são o Douro, Serra
da Estrela, Oeste, Alqueva, Litoral Alentejano e Porto Santo. Para além destas será ainda dada
importância à requalificação do Algarve e à continuação da consolidação dos Açores como destino
turístico. No curto e médio prazo o crescimento deverá assentar nos segmentos Sol e Mar, Touring
Cultural e Paisagístico e City Break.
Os produtos turísticos selecionados no PENT tiveram em conta por um lado as características dos
recursos nacionais, mas também aqueles com maior potencial de crescimento.
Sol e Mar:
O segmento Sol e Mar é um mercado maduro na Europa, com um perfil de consumo bastante
estratificado em termos de despesa diária (de 80 a 600 euros), devendo representar 80 milhões de
viagens em 2015. O crescimento desta área deverá ser sustentado pelo desenvolvimento dos segmentos
superiores, mais caros, para os quais se prevê um crescimento anual de 11% até 2015. Prevê-se que o
segmento regular registe um crescimento reduzido, cerca de 1,5% até 2015.
Em Portugal, e segundo dados de 2006, este segmento representava 41% do turismo de estrangeiros em
Portugal, sendo que na região do Algarve este valor ascendia aos 88%. Portugal apresenta excelentes
condições para este produto como sejam os mais de 800 quilómetros de costa e o país com mais número
de horas de sol por ano. A oferta de praia é diversificada e as características variam de acordo com a
região: costa oeste com boas condições para desportos como o Surf ou Kitesurf, o Algarve tem
características mediterrânicas com temperaturas de água do mar elevadas, e Porto Santo com condições
particulares distintas.
As regiões prioritárias para este segmento são o Algarve, Porto Santo e o Alentejo. O cumprimento dos
objetivos acima enunciados passa por uma requalificação da oferta.
Touring cultural e paisagístico:
Este segmento deverá representar em 2015 79 milhões de viagens na Europa, o que representa um
crescimento médio anual de cerca de 6%. A despesa média diária varia entre os 110 e os 200 Euros.
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Janeiro de 2011 43
Em Portugal este segmento representava em 2006 cerca 34% dos turistas estrangeiros em Portugal. Este
produto é especialmente relevante na região da Madeira (57%) e no Alentejo (56%). O nosso país
apresenta também neste segmento condições privilegiadas como são exemplo, a dimensão do país,
condições de mobilidade e diversidade de atrações a curtas distâncias (parques naturais, monumentos,
cidades com passado histórico relevante), no entanto, detém apenas 1,7% da quota de mercado dos
consumidores Europeus.
O desenvolvimento deste produto deverá ter enfoque nas regiões do Porto, Norte, Centro, Lisboa e
Alentejo.
City Break:
Este mercado, apesar de no passado recente não ter sofrido grandes crescimentos, deverá ter nos
próximos anos um desenvolvimento acentuado na Europa e um crescimento médio anual de cerca de
14% até 2015. O gasto médio diário varia entre os 60 e os 450 Euros por dia.
No ano de 2006 este segmento representava 7% das motivações dos turistas estrangeiros em Portugal,
nas duas cidades com possibilidades de oferecer este produto, Lisboa e Porto. O crescimento deste
produto tem sido condicionado pelas acessibilidades, nomeadamente na escassez de oferta de viagens
aéreas low cost. Uma das suas características diferenciadoras face a outros produtos turísticos é a sua
reduzida sazonabilidade.
Turismo de Negócios:
Este segmento pode ser dividido em dois grandes grupos: reuniões associativas e reuniões corporativas.
No primeiro grupo assumem especial relevância a medicina (28%), as ciências (12%) e a tecnologia (10%).
Em Portugal, Lisboa é a cidade com melhores recursos e infra estruturas para receber este tipo de
eventos, apesar da cidade do Porto, a região do Algarve e a Madeira também apresentarem recursos
nesta área. Segundo o PENT, o Turismo de negócios de grandes dimensões deverá ser consolidado em
Lisboa e desenvolvido no Algarve, enquanto no segmento de pequenas reuniões deverá haver uma
aposta em Lisboa, Porto, Algarve e Madeira.
De salientar que o Turismo de Negócios tem uma sazonalidade reduzida e complementar ao produto Sol
e Mar.
Turismo de Natureza:
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Este produto tem apresentado um crescimento sustentado na Europa nos últimos anos, sendo
expectável que atinja 43 milhões de viagens em 2015, ou seja apresente um crescimento médio anual de
7%.
Em Portugal, segundo dados de 2006 o Turismo de Natureza representava 6% do turismo proveniente de
estrangeiros. As regiões em que este segmento é mais relevante são os Açores e a Madeira.
Apesar das condições favoráveis de Portugal para desenvolver este produto (21% do território é
considerado área protegida) existem grandes limitações de infra estruturas, serviços, know how e
capacidade competitiva das empresas a operarem neste mercado. No entanto, o turismo baseado na
natureza é considerado um nicho emergente no nosso país, com um elevado potencial que tem sido
limitado pela fragmentação da oferta.
As regiões estratégicas para o desenvolvimento deste segmento são os Açores, a Madeira, o Porto e
Norte e o Centro.
Golfe:
O mercado Europeu de Golfe está a crescer rapidamente. Em 2005 representava cerca de 1 milhão de
viagens por ano e em 2015 este valor deverá duplicar.
Também em Portugal este segmento tem tido uma excelente evolução, quer em termos de crescimento
como em termos de notoriedade, representando em 2006 cerca de 6,3% do turismo internacional em
Portugal.
Portugal tem cerca de 70 campos de Golfe, sendo 31 na região do Algarve. Os campos Portugueses
gozam de elevado reconhecimento e muitos são considerados dos melhores a nível internacional. Este
produto turístico é caracterizado por ter uma baixa sazonalidade.
Algarve e a região de Lisboa são as duas regiões com maior oferta e são também as prioritárias para o
PENT no desenvolvimento deste produto juntamente com o Litoral Alentejano e o Oeste.
Turismo Náutico:
No mercado Europeu é esperado um crescimento médio anual deste produto de cerca de 9%, devendo
atingir em 2015 6,6 milhões de viagens anuais.
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O Turismo Náutico pode ser dividido em três grandes segmentos: cruzeiros, iates e marítimo desportivo
(desportos náuticos e pequenas embarcações).
Portugal apresenta condições naturais propícias para a prática de desportos náuticos, sendo banhado
pelo Atlântico, com mar frio e batido, e pelo Mediterrâneo com mar mais tranquilo e com temperaturas
mais amenas. Por outro lado, o clima temperado e ameno permite a prática destas atividades durante 12
meses do ano.
No entanto, existe uma carência de infra estruturas para o desenvolvimento deste tipo de atividades. No
PENT são estabelecidas algumas prioridades de infra estruturas para desenvolver: cruzeiros (melhorar as
condições dos terminais e desenvolver novas rotas), iates (aumentar o número de marinas,
nomeadamente nas regiões de Lisboa e Algarve e promover a criação de serviços de apoio às marinas),
marítimo turístico (melhorar as condições de atracagem nas regiões de Lisboa, Algarve e Açores).
Não desenvolvidos no PENT, mas com um elevado potencial de crescimento ou de melhor
aproveitamento para o segmento marítimo turístico estão vários desportos náuticos, como são o
exemplo da vela, windsurf, kitesurf, surf, bodyboard, rafting, remo, canoagem, kayak, ski aquático,
motonáutica, pesca desportiva, caça submarina ou mergulho. Os praticantes destes desportos englobam
diversos perfis: competição, lazer, apenas de fim de semana ou até praticantes nas férias.
Um dos desportos aqui mencionados que tem tido um crescimento exponencial nos últimos anos é o
surf. A organização de provas oficiais internacionais, as boas condições nalgumas regiões e a presença de
atletas nacionais em lugares de destaque em competições mundiais tem elevado a notoriedade do nosso
país como local privilegiado para a prática deste desporto e tornado algumas praias Portuguesas
referências Europeias e mundiais.
As condições naturais de Portugal favorecem também a navegação de recreio. Existe nesta área um
elevado déficit de infra estruturas e instalações portuárias. De acordo com a Euromarina, a estimativa
para 2008 evidencia esta falha, apresentando Portugal o menor número de amarrações por Quilómetro
quadrado e por mil habitantes em relação a outros países Europeus como são o caso da Espanha, França,
Grécia, Itália, Malta ou Reino Unido.
Resorts Integrados e Turismo Residencial:
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Enquanto nos Resort Integrados é oferecido uma série de atividades ou experiências, sob uma gestão
integrada, por seu lado o mercado do Turismo Residencial é composto por pessoas que têm acesso ao
tipo de propriedade em alojamentos situados em zonas turísticas.
Dos 4 milhões de Europeus que têm algum tipo de alojamento turístico no estrangeiro,
aproximadamente 1,2 milhões possuem propriedade num Resort Integrado. As taxas de crescimento
anuais para este segmento são na ordem dos 10% anuais.
Apesar do potencial e da enorme aceitação de estrangeiros de Portugal como solução para passar férias
ou mesmo como destino para emigrar após a reforma em países como o Reino Unido ou Alemanha, este
é um produto ainda pouco desenvolvido em Portugal. O mercado Português representa apenas 4% do
mercado Ibérico (700 mil fogos) e deverá crescer nos próximos anos a uma taxa média anual de 5%.
Existe uma carência de oferta de qualidade neste segmento, nomeadamente de Resorts com ofertas
integradas como são os caso do Golfe, natureza, marina, etc., com boas acessibilidades e infra
estruturas na área da saúde.
As regiões prioritárias a curto prazo mencionadas no PENT são Algarve, Madeira e Alentejo e de forma
menos urgente Lisboa e o Oeste.
Turismo de Saúde e Bem-Estar:
Este produto tem vindo a crescer nos últimos anos na Europa, sendo expectável que no ano de 2015
sejam feitas 6,2 milhões de viagens. A despesa média diária deste produto varia entre 100 e 400 Euros e
a duração da estadia é normalmente 4 ou mais noites. Existem três grandes segmentos: termas, spas e
clínicas especializadas.
Em Portugal este tipo de turismo representa 2% dos turistas que nos visitam. As infra estruturas do país
são muitas vezes antigas e existe carência de serviços ou atividades associados a este tipo de oferta.
Portugal representa apenas 1,4% da quota de mercado deste segmento na Europa.
O PENT identifica a necessidade da existência de equipamentos de saúde associados a este produto e a
conversão de um modelo de negócio focado nos tratamentos, alargando esta oferta também para o
conceito de bem-estar.
As regiões identificadas com potencial para o desenvolvimento deste tipo de turismo são a Madeira, os
Açores, o Porto e Norte e o Centro.
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Gastronomia e Vinhos:
Este mercado deverá representar em 2015 1,2 milhões de viagens por ano na Europa, o que representa
um crescimento anual de 7% ao ano desde o ano de 2005. O valor médio dos gastos diários está situado
entre 150 e 450 Euros por dia. Muitas vezes associados à gastronomia e vinhos são realizadas atividades
como cursos ou workshops.
A oferta atual de Portugal não está muitas vezes direcionada para a o turismo, com desadequação de
infra estruturas como é o caso de museus e caves para esta atividade, para além da falta de pessoal
qualificado. No entanto, as condições de regiões como o Douro (património mundial) ou Alentejo
(património cultural e natural) para o desenvolvimento deste produto são excelentes, o que poderá
tornar este tipo de turismo numa oferta de excelência.
As regiões identificadas com maior potencial e prioritárias são o Porto e Norte, o Alentejo e o Centro.
Iniciativa privada
Portugal tem suscitado um elevado interesse de Grupo Nacionais e Internacionais no desenvolvimento
de novos projetos no setor do Turismo. Nos últimos anos tem-se assistido a um reforço de intenções de
investimentos significativos em projetos de turismo.
Representativo destas intenções ou concretizações de novos investimentos são o elevado número de
Projetos de Interesse Nacional em acompanhamento e em execução para este setor.
Numa primeira análise, podemos verificar que muitos destes projetos PIN na área do Turismo assumem
o formato de unidades hoteleiras ou Resort Integrado de qualidade, muitos deles associados ao Golfe e
ao Turismo Residencial. Alguns dos projetos foram projetados antes do início da crise internacional e
imobiliária e estão agora a enfrentar dificuldades de financiamento, colocando em causa a sua
concretização, que em muitos casos poderá ser repensada ou reformulada.
Apesar destes constrangimentos, os projetos PIN poderão dar uma indicação das perspetivas de
evolução do setor. A sua concretização irá transformar a oferta do deste produto em Portugal e para
além do desenvolver o turismo em si, desenvolve a atividade de acolhimento.
Em síntese:
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Drivers
Condições naturais:
Vocação pela sua localização geográfica, recursos naturais, clima, património histórico e cultural,
costa e praias, segurança, afabilidade dos Portugueses, etc.
Tendências globais:
O crescente aumento de mobilidade internacional favorece o desenvolvimento do sector;
Perspectivas de crescimento do sector a nível internacional e Europeu.
Iniciativas governamentais:
PENT demonstra a aposta forte do governo em tornar o Turismo um motor de crescimento da
economia e de tornar Portugal um dos destinos de maior crescimento da Europa;
As melhorias previstas nas acessibilidades (TGV e Novo aeroporto) irão promover a mobilidade
interna e a aproximar mercados emissores de Portugal. O novo aeroporto poderá assumir as
funções de hub internacional.
Iniciativa privada:
Forte aposta de grupos empresariais Portugueses e estrangeiros em projectos de investimento
para o sector (como são exemplo os PIN para o sector). Para além do aumento do volume, a
requalificação e aumento da oferta de qualidade implica um aumento do gasto médio diário e
aumento das receitas provenientes deste sector.
Poder político:
Consenso de que o Turismo é um vector estratégico e prioritário para a economia Portuguesa. A
preocupação com a criação de uma oferta nacional integrada, com aumento do peso da gama
alta e virada para o turismo de estrangeiros é o formato que beneficia o aumento das
exportações no sector de bens ou serviços transaccionáveis.
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Ameaças:
Reduzida diversificação:
Oferta: elevada dependência das regiões do Algarve, Lisboa e Madeira;
Procura: dependência de quatro mercados emissores – Reino Unido, Espanha, Alemanha e
França.
Elevada sazonalidade:
Concentração nos meses de Julho, Agosto e Setembro.
Concorrência:
Aumento do ambiente concorrencial, adopção de estratégias mais agressivas de atracção e
fidelização de turistas entre destinos turísticos.
Crise internacional:
Retracção do consumo e investimento internos;
Retracção de consumo e investimento dos principais mercados emissores do Turismo em
Portugal como é o caso do Reino Unido e a Alemanha;
Crise imobiliária a nível internacional – retracção do investimento e dificuldade de
financiamento, nomeadamente de projectos de turismo residencial.
Alterações climáticas:
Aumento da temperatura, alterações nos recursos hídricos e aumento dos períodos de seca,
alterações na biodiversidade terrestre e marítima, aumento dos desastres naturais,
degradação erosão costeira e subida do nível do mar com o consequente inundação das
áreas costeiras.
Investimento:
Necessidade de requalificação de determinados sectores e de aumentar a qualidade da
oferta de outros (construção imobiliária descontrolada e desregulada em determinadas
zonas turísticas).
Aumento no preço de deslocação:
Variações no preço do petróleo (efeito directo no custo da deslocação).
Escassez de recursos humanos qualificados:
Formação de recursos humanos e sua atracção e fixação nas regiões com maiores
necessidades.
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Energia e Ambiente
Tendências globais
O setor da energia enfrenta atualmente um enorme número de desafios a nível global. Com o
crescimento económico a nível mundial impulsionado pelas economias emergente e as tendências de
crescimento demográfico, o consumo de energia deverá continuar a subir e consequentemente, as
pressões sobre o ambiente. Por outro lado, este setor tem um papel relevantes nas alterações
geopolíticas internacionais e na transferência de riqueza dos países consumidores para os países
produtores de petróleo. Atualmente, temos assistido a uma diminuição de poder nas relações políticas e
económicas de países desenvolvidos como os EUA e a Europa para países emergentes, como são os
casos gritantes da China e Índia, e para países produtores de petróleo.
De acordo com a Internacional Energy Agency a utilização global de energia deverá crescer a médio /
longo prazo, sendo expectável que em 2030 a procura de energia primária deverá crescer cerca de 40%
face ao ano de 2007, sendo a China e a Índia responsáveis por 53% deste aumento. Os combustíveis
fósseis continuarão a ser a fonte de energia dominante e deverão representar 77% do acréscimo de
procura global de energia esperado.
Apesar dos recursos energéticos mundiais terem capacidade para suportar estas as necessidades
previstas, a confirmar-se este cenário, deverão verificar-se severas implicações na proteção ambiental,
segurança energética e desenvolvimento económico. As consequências mais óbvias são alterações
climatéricas, poluição atmosférica e consequentes problemas de saúde pública e ambientais.
Este aumento do consumo, para além das questões ambientais levanta ainda preocupações sobre a
segurança de abastecimento.
Todos estes fatores têm conduzido, por um lado, a um esforço de investimento em desenvolvimento de
novas soluções tecnológicas com vista a obter melhorias de eficiência na extração, transporte e
transformação de combustíveis fósseis e na mitigação das emissões de gases de estufa e, por outro, na
diversificação para fontes renováveis.
Com a tecnologia disponível atualmente, as renováveis não têm a eficiência dos combustíveis fósseis, o
que impossibilita a sua expansão face às energias tradicionais. Os principais obstáculos nas renováveis
são ainda o elevado investimento inicial e custos de operacionalização e manutenção, a reduzida
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maturidade de algumas tecnologias, a dependência de recursos naturais com disponibilidade
incontrolável e difícil de prever e a falta de armazenagem em grande escala.
O grande desafio deste setor é encontrar um equilíbrio entre o acentuado aumento de necessidades de
energia e a obrigatoriedade de redução das emissões dos gases de estufa, sem que se coloque em causa
o crescimento económico e desenvolvimento das economias mundiais.
A instabilidade política das principais regiões produtoras de petróleo como são o caso do Médio Oriente
(Irão , Iraque e Paquistão), América do Sul (Venezuela e Colômbia), África (Nigéria), levanta ainda a
questão da segurança com o abastecimento, quer em termos de volatilidade dos preços , quer em cortes
de abastecimento.
Este crescimento de procura de energia primária é em grande parte justificado pela tendência histórica
de incremento no consumo de eletricidade que deverá continuar a verificar-se no futuro. A continuação
de democratização do acesso das populações à eletricidade nos países em desenvolvimento deverá
continuar a contribuir para este movimento.
O atual mix energético centra-se no petróleo e carvão que são as duas fontes mais eficientes e também
as mais poluentes. As tendências das principais fontes energéticas apontam, assim, para:
Petróleo: aumento das necessidades mundiais acompanhado do desenvolvimento de tecnologias
mais eficientes e menos poluentes;
Gás: crescimento do consumo;
Carvão: apesar do decréscimo do consumo na Europa, o crescimento verificado na Ásia,
especialmente na China e Índia, explica a tendência para o aumento do consumo no futuro, mas
para uma perda no seu peso no mercado global de energia;
Renováveis: a sua importância no mix energético deverá continuar a crescer de forma gradual e
pouco expressiva, especialmente enquanto a tecnologia existente continuar pouco competitiva em
termos do custo / benefício face às outras fontes;
Nuclear: incerteza / crescimento moderado.
Os avanços tecnológicos têm assim um papel fundamental na evolução do contexto atual, que só deverá
conhecer alterações significativas com o aumento da eficiência na produção, transporte, armazenagem e
utilização de energia.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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As tecnologias com maior potencial para minimizar as emissões de gases de estufa encontram-se as
energias renováveis, a utilização de combustíveis fósseis com captura e armazenamento de CO2 , fusão
nuclear, biocombustíveis, hidrogénio, fuel cells.
Com a recente crise internacional, o investimento no setor decresceu devido ao um abrandamento da
utilização de energia e às dificuldades de financiamento para novos projetos. As consequências poderão
ser também visíveis no investimento em renovação de infra estruturas energéticas, nos recursos
dedicados a Investigação e Desenvolvimento relacionado com eficiência energética ou com o
desenvolvimento de tecnologias nas renováveis, novos investimentos em projetos de energias
renováveis, maior dificuldade na aplicação do acordo de Quioto e na obtenção de consensos em novos
acordos para redução de emissões de gases de estufa. Sendo um setor com alguma dependência de
financiamento público, os efeito da crise estendem-se ainda às dificuldades dos governos mundiais em
subsidiar ou financiar novos projetos, devido a cortes orçamentais.
Política energética da União Europeia
Em reposta ao atual contexto mundial, a UE definiu um plano energético e ambiental Europeu com base
em três grandes vetores:
Sustentabilidade: desenvolvimento das renováveis, redução da procura de energia, redução das
alterações climáticas e melhorar a qualidade do ar;
Competitividade: abrir mercados energéticos Europeus, reduzir impacto do aumento dos preços da
energia, continuar com os esforços da Europa em promover e liderar os avanços tecnológicos no
setor da energia;
Segurança de abastecimento: diversificar mix energético, investir em infra estruturas para enfrentar
emergências.
Esta política da UE, datada de 2007, tem como principais metas para 2020:
Emissões: reduzir as emissões de gases com efeito de estufa do seu consumo energético em pelo
menos 20% até 2020 face aos níveis de 1990;
Renováveis: aumento do nível de energia renovável no cabaz global da UE para 20% em 2020 (em
2010 deverá ser de aproximadamente de 10%); os biocombustíveis deverão representar 10% do
combustível para veículos;
Eficiência energética: redução do consumo global de energia primária em 20% até 2020.
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Energia e ambiente em Portugal
O nosso país apresenta uma elevada dependência externa em termos de energia face ao exterior e com
um potencial muito reduzido para explorar recursos naturais em termos de combustíveis fósseis. Em
2008 cerca de 83% da energia primária consumida foi importada, o que se refletiu num impacto
fortemente negativo na balança comercial.
O setor da energia tornou-se fulcral no modelo de desenvolvimento Português, não só pelas questões
ambientais associadas e de sustentabilidade, mas também pela sua relevância económica,
nomeadamente, o peso nas importações.
Portugal reúne alguns fatores que podem promover o desenvolvimento do setor da energia,
nomeadamente das energias renováveis. Deste modo, existe uma elevada sensibilidade da sociedade
para as questões energéticas e ambientais, e políticas Comunitárias e Governamentais que promovem a
eficiência energética nas empresas e nas famílias, e a diversificação energética para fontes renováveis e
biocombustíveis.
Associadas às questões energéticas existem uma série de domínios associados ao ambiente como o caso
da água, ar, conservação da natureza, gestão de resíduos, etc. Este setor tem vindo a ser marcado pelo
desenvolvimento crescente de regulamentação de impactos ambientais da atividade económica e pela
privatização de atividades tradicionais no setor, como é o caso do abastecimento de água, tratamento de
águas residuais e tratamento e recolha de resíduos. Por outro lado, tem-se verificado uma maior atenção
da opinião pública acerca das questões ambientais e uma tendência de alterações de consumo para
produtos / serviços mais ecológicos.
A Investigação e Desenvolvimento tem um papel decisivo na evolução deste tipo de atividades, quer na
oferta de novos produtos ambientais, quer no desenvolvimento de novos de métodos produção de bens
e serviços mais eficientes ecológicos. No entanto, retirando algumas exceções, o setor energia e
ambiente encontra-se por vezes ainda orientado para o mercado interno e bastante dependente do
investimento público.
O petróleo representa atualmente cerca de 52% da energia primária em Portugal, e metade desta
energia é utilizada no setor dos transportes. Nos últimos anos tem-se verificado uma redução
significativa do peso do petróleo na produção de energia elétrica.
Estratégia Governamental
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Janeiro de 2011 54
Tal como exposto anteriormente, no setor do ambiente e sustentabilidade o Governo tem grande meta
consolidar Portugal como um líder em termos de energias renováveis em 2020. Os três documentos
orientadores desta estratégia foram detalhados no capítulo relativo aos Drivers - Políticas
Governamentais: Estratégia Nacional para a Energia com o horizonte de 2020 (ENE 2020), o Plano
Nacional de Ação para as Energias Renováveis e o Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética.
Iniciativa privada
Portugal tem várias empresas de dimensão com presença no setor da energia, como são o caso da EDP e
da Galp. A EDP tem uma forte presença internacional, é um dos grandes operadores europeus de
energia elétrica, também com presença no setor do gás e produtor de energia eólica. A EDP é um player
mundial em energias renováveis, sendo atualmente a 3ª maior empresa em energia eólica com presença
em 11 países diferentes.
A Galp Energia é também uma empresa de dimensão internacional no setor dos produtos petrolíferos,
Gás natural e energias renováveis, com presença em quatro continentes.
Existem outras empresas de referência associadas ao setor dedicadas a segmentos específicos do setor
da energia, com uma dimensão internacional.
Em junho de 2010 existiam 14 Projetos de Interesse Nacional (PIN) no setor da energia (9 no setor das
energias renováveis), que totalizavam cerca de 2.444 milhões de Euros de investimento, e que
implicavam a criação de 3.776 postos de trabalho. Estes indicadores reforçam a expectativa de que o
setor da energia tem um potencial de crescimento significativo e que existe uma aposta do setor privado
na área da energia, nomeadamente nas energias renováveis.
Energias Renováveis
Centrais hidroelétricas
Portugal é um dos países da UE com maior incorporação de energias renováveis na produção de
eletricidade a partir das grandes centrais hidroelétricas. Na última década no entanto, quer a potência
instalada, quer o peso de outras renováveis na produção de eletricidade tem vindo a aumentar,
conforme o compromisso assumido no âmbito da diretiva das energias renováveis e do Plano Nacional
para o setor. A Enercon instalou recentemente a sua milésima torre eólica em Portugal, no Parque da
Romã, em Torres Vedras
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Eólica
A constituição do “cluster” eólico iniciou-se em 2006 com a adjudicação ao grupo Eólicas de Portugal, da
produção de energia eólica, em 48 parques a instalar por todo o país, até 2010-2012.
O projeto engloba a criação de uma nova fileira industrial para o fabrico integral de equipamento
(aerogeradores), instalação e operação dos parques eólicos, tendo sido assinado o contrato de
construção de um complexo industrial com 5 fábricas, em Viana do Castelo. O projeto Prevê igualmente
a criação de um centro de I&D. O consórcio Eólicas de Portugal é liderado pelo grupo EDP e nele
participam também a Enercom, empresa alemã de fabrico de aerogeradores tecnologicamente
avançados, a Termoelétrica Portuguesa, detida pela Sonae e Endesa, a Generg da Electrabel, a Finerge da
Endesa e a SIIF da EDF.
Atualmente com um total de 1200 trabalhadores, o cluster integra fábricas de pás de rotor e de
geradores, uma unidade de mecatrónica, uma produtora de torres de betão e um centro administrativo
e de formação para além dos compromissos a nível nacional, o grupo também exporta para a Irlanda,
França, Itália e Alemanha.
Solar
Construiu-se uma fábrica de painéis fotovoltaicos e a instalação uma central solar de produção de
energia elétrica em Moura Esta Central. Prevê-se que esta central produza 63 MW através de 2.520
tarreadores ou seguidores de trajetória solar, que sustentam 262 módulos com 268 mil painéis
fotovoltaicos que produzirão 93 gigawatt/hora por ano, alimentando com energia elétrica 30 mil
domicílios.
Está em marcha a construção de outra central em Tavira com um sistema de produção de energia
elétrica diferente. O projeto terá uma potência de pico de 6,5 MW, visando a venda de energia à Rede
Elétrica Nacional, para o qual já existe permissão da Direção Geral de Geologia e Energia.
Biomassa
A valorização energética dos resíduos começou em 2001 na Valorsul, em Loures, cuja central produziu,
em 2009, 293 837 Mw (cerca de 80% do total nacional).
Existem atualmente nove centrais de produção de eletricidade a partir dos lixos e o Governo prevê a
criação de mais 16. As novas centrais entrarão gradualmente em funcionamento nos próximos dois anos
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Janeiro de 2011 56
e juntam-se às nove já existentes, prevendo-se que venham assegurar uma produção energética superior
a 140 mil megawtts (Mw) por ano.
Das 16 novas centrais, nove irão produzir eletricidade através de biogás de aterro e as restantes sete da
valorização orgânica dos resíduos. Entre estas inclui-se a da Valnor, em Avis, cujo investimento de 7,5
milhões de euros agora iniciado deverá estar concluído em 2012, permitindo produzir 2750 Mw por ano.
Ondas
O aproveitamento da energia das ondas pode ter um impacto muito significativo para Portugal,
nomeadamente em termos de produção de energia por meios renováveis, criação de emprego,
oportunidade de exportação de equipamentos e serviços, inovação e desenvolvimento de tecnologia e
tecido empresarial com vocação para a exploração de outros recursos oceânicos. Existem atualmente 4
protótipos de 4 diferentes tipos (AWS, Pelamis, OWC, Wave Dragon) em teste no mar (Portugal, Escócia
e Dinamarca). Não é ainda possível saber qual ou quais os sistemas que poderão tornar-se
economicamente competitivos; outros 4 sistemas estão em fase um pouco mais atrasada de
desenvolvimento.
Portugal tem experiência em dois projetos:
1) A Central de Coluna de Água Oscilante do Pico (400 kW). A Central de Energia das Ondas do Pico,
baseada na tecnologia da coluna de água oscilante (CAO; sigla internacional OWC), foi concebida nos
anos 90 por investigadores do IST, com apoio da Profabril para a construção civil, e da PROET para o
equipamento eletromecânico. O equipamento mecânico foi fornecido pela empresa escocesa A.R.T,
embora o projeto aerodinâmico da turbina tenha sido da responsabilidade do IST. O fornecimento do
equipamento elétrico e eletrónico (gerador, eletrónica de potência, transformadores, sistemas de
comando) foi efetuado pela Efacec. O custo inicial da Central foi de 4 milhões de euros, sendo financiado
sensivelmente em partes iguais pela Comissão Europeia, Estado Português, EDP e EDA.
2) A instalação, sem sucesso, de uma central piloto de 2 MW ao largo de Póvoa de Varzim. Estas
experiências contribuíram para aquisição de know-how numa área promissora no âmbito das energias
alternativas.
A construção da central da ilha do Pico e a instalação da central AWS envolveram um número
importante de empresas, de onde se salientam a Eletricidade de Portugal, a Eletricidade dos Açores, a
EFACEC, a Profabril, a Consulmar, a PROET, a Marques, no caso da central do Pico e a Blue Edge, os
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 57
Estaleiros Navais de Viana do Castelo, a Oliveira Fernandes e a Levantamentos Batimétricos no caso da
central AWS.
Células de Combustível
Portugal tem acompanhado a tecnologia das pilhas de hidrogénio e possui empresas nacionais a
trabalhar nesta área, como é o caso da SRE – Soluções Racionais de Energia. As pilhas de combustível
utilizam um processo eletroquímico de produção de energia elétrica a partir do Hidrogénio, cujo
subproduto é a água. Os fatores críticos de sucesso da pilha de combustível são o preço do Hidrogénio,
o preço do kW produzido pela pilha/ gerador e a logística do Hidrogénio.
A nível internacional os EUA é um dos países com maiores ambições para a economia do hidrogénio. O
plano Americano é de atingir um custo de 100 US$ / kW em 2015 (o que tornaria mais barata a utilização
da pilha de combustível no automóvel, comparativamente ao atual valor utilizando o motor de
combustão).
Existem boas oportunidades para a economia nacional, nomeadamente a autonomia energética, a
valorização das fontes renováveis, cadeias de valor abertas (vantagem para a SRE, ou qualquer outra
empresa que se queira instalar), na medida em que existem vários produtos no mercado que permitem
fazer um “assembling” próprio e custo de entrada relativamente reduzido.
A SRE lidera e participa também na iniciativa EDEN – Endogenizar o Desenvolvimento de Energias Novas,
em consórcio com a Autosil, EDP, EEM, EFACEC, etc.
Em resumo:
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Drivers
Tendências Globais:
Crescimento do consumo de energia impulsionado pelas economias emergentes;
Prováveis alterações climatéricas, poluição atmosférica e consequentes problemas de saúde
pública e ambientais;
Esforço de investimento em desenvolvimento de novas soluções tecnológicas com vista a obter
melhorias de eficiência e de mitigação da poluição;
Crise internacional tem condicionado o investimento no sector devido às dificuldades de
financiamento para novos projectos e à tendência de redução do financiamento público.
Estratégia comunitária:
Directivas e estratégias comunitárias promovem o desenvolvimento do sector e das energias
renováveis.
Iniciativas governamentais:
Políticas e regulamentações específicas para o sector fomentam fortemente o desenvolvimento
do sector;
As energias renováveis têm sido uma prioridade para o governo no passado recente com vista à
redução da dependência energética externa, a promoção de crescimento económico e a criação
de emprego.
Sensibilidade social:
Existe uma elevada sensibilidade para as questões energéticas e ambientais e uma alteração dos
padrões de consumo para produtos / serviços mais ecológicos.
Players nacionais:
Galp e EDP são empresas com presença forte a nível internacional no sector da energia, tendo a
EDP uma forte presença no sector das renováveis (terceiro maior players mundial na produção de
energia eólica).
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 59
Ameaças
Tendências Globais:
Crescimento global esperado, conduzido pelas economias emergente cria dificuldades na
satisfação das necessidades crescentes de energia e ao mesmo tempo a obrigatoriedade de
redução das emissões dos gases de estufa;
Prováveis alterações climatéricas, poluição atmosférica e consequentes problemas de saúde
pública e ambientais;
Com as actuais tecnologias as energias renováveis demonstram ainda uma falta de
competitividade face aos combustíveis fósseis, o que dificulta a sua expansão;
Ameaça à segurança no abastecimento e à insegurança nos preços nalgumas das regiões
produtoras de petróleo (Médio Oriente, América do Sul, África);
Crise internacional tem conduzido a uma redução do investimento em infra-estruturas tradicionais
ou renováveis e em I&D de eficiência energética e em energias renováveis;
Redução dos subsídios, incentivos governamentais para as energias renováveis.
Escassez de recursos qualificados:
Falta de recursos humanos qualificados em áreas específicas e mais técnicas.
Políticas Governamentais:
Necessidade de contenção das contas públicas e a pressão para a redução do endividamento pode
colocar em causa projectos energéticos, nalguns casos dependentes de financiamento ou
subsídios públicos.
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Mobilidade e Transportes
Tendências Globais
O aumento do comércio internacional teve como consequência uma intensificação das atividades de
transportes por terra, mar e ar. A emergência na cena internacional das economias emergentes (Brasil,
China e Índia) contribuiu no período mais recente para a intensificação dos fluxos de comércio
internacional e para o aumento do consumo de energia de uma maneira geral.
Os efeitos das atividades de transporte no ambiente e no aumento dos GEE constituem a questão central
na definição de cenários e políticas de desenvolvimento no setor dos transportes e mobilidade. Com
efeito, o desenvolvimento deste setor com base no paradigma vigente tem efeitos contraditórios com os
objetivos definidos para as políticas ambientais, induzindo a reflexão sobre as vantagens e desvantagens
do crescimento das infraestruturas convencionais de transportes. Este fenómeno exerce também uma
forte pressão sobre a necessidade de inovação e desenvolvimento quer nas energias alternativas, quer
nos meios de transporte, no sentido de se poderem fazer escolhas que não são necessariamente as
mesmas que sustentaram o modelo de desenvolvimento anterior.
Uma economia dos transportes baseados em combustíveis fósseis provocou um dramático aumento de
emissões de poluentes. Estima-se que os transportes marítimos e aéreos produzam mais de 10% das
emissões globais de CO2. O transporte aéreo é paradigmático a este propósito e também central para
viabilizar o projeto da globalização e a continuidade das trocas internacionais.
Contudo, segundo Ribeiro (2007), na sequência do 11 de setembro e do choque petrolífero de 1997,
resultante da mudança da política energética da Arábia Saudita, juntamente com o crash do NASDAQ
gerou-se a maior crise na história da aviação civil e levantou um conjunto de incertezas relativamente às
previsões anteriores sobre o crescimento do transporte aéreo. Os acontecimentos em curso no médio
oriente reforçam essas incertezas, pela pressão acrescida que colocam sobre o preço do petróleo. A
bibliografia prospetiva disponível, mesmo nos cenários mais pessimistas, nunca estabelece o preço do
petróleo superior a 100 dólares, barreira que está a ser ultrapassada com a crise da Líbia.
As incertezas existentes a este propósito, mesmo antes da crise política no médio oriente, levaram a
admitir um período de globalização benigna, outro de globalização turbulenta (os próximos 25 anos) e,
mesmo, em recuo da globalização, com diminuição da intensificação da mobilidade internacional de
pessoas e mercadorias.
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A desregulamentação do setor aeronáutico nos EUA nos anos 1970 levou a uma alteração nos preços,
emergência de novos operadores e uma mudança na configuração das redes de transportes. Na Europa
esse processo ocorreu entre 1984 e 1987, estando ainda por apurar se a liberalização do setor na UE vai
alterar as funções dos diversos aeroportos.
A situação atual é que as maiores companhias americanas, com redes Hub and Spokes e que oferecem
um leque variado de destinos, com custos mais elevados, têm sido no geral menos bem sucedidas do
que as companhias low cost com arquiteturas Point to Point, que têm obtido os maiores lucros. Este
novo modelo de negócio permitiu a ampliação do mercado da aviação civil.
Esta reconversão do setor ocorreu a par com uma evolução tecnológica assinalável, com o aparecimento
de um novo avião da AIRBUS, quadrimotor, com capacidade para transportar até 800 passageiros em
dois andares, com menor consumo de combustível por passageiro e custos mais reduzidos. Em resposta,
a BOEING lançou um Bimotor que transporta 350 passageiros, com uma redução de combustível de
cerca de 25% e um novo 747 com capacidade até 800 passageiros. A controvérsia tecnológica está
instalada, incluindo os modelos de aeroporto e os tipos de redes (HUBS / point to point) que suportarão
o transporte aéreo até 2030.
Nos Transportes marítimos o cenário é idêntico. Estudos recentes indicam que a emissão de GEE (CO2,
NOx e SO2) pelos navios corresponde a cerca de 4% , 10% e 15%, respetivamente. A poluição marítima
provocada pelos metais pesados causa problemas não avaliados sobre a fauna marinha, sobretudo nas
áreas costeiras e portos de maior tráfico. As concentrações de ozono (O3) têm também aumentado,
assim como a formação de sulfato de nitrato por efeito do tráfego marítimo. A Convenção Internacional
para a prevenção da poluição marítima, conhecida como a Convenção de Londres, a funcionar em
colaboração com a International Maritime Organization (IMO) fez em 1996 um protocolo que reflete a
preocupação crescente com este problema.
Os mesmos problemas afetam os transportes terrestres, sendo que a nível internacional o problema se
coloca com maior acuidade nos transportes de mercadorias. E é neste quadro que se equaciona a
possibilidade de intensificar o transporte ferroviário, tanto a nível local como regional e na interligação
entre países próximos. A pressão do ambiente é o fator decisivo para a revolução já em curso no setor
dos transportes e mobilidade.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 62
Política Europeia de Transportes
A Comissão Europeia, tendo em vista a promoção da integração europeia e a concretização do princípio
da mobilidade de pessoas e bens no espaço europeu, tem como um dos seus objetivos a construção de
infraestruturas de mobilidade e redes de acessibilidades no espaço europeu. Este objetivo ficou desde
logo consagrado no Tratado de Roma em 1957. Mas só em 1985 - com o alargamento da UE - é que os
Estados-Membros viriam a dar atenção a esta questão. Em 1992, o Tratado de Maastricht reafirma este
princípio e estabelece um conjunto de normas que facilitam a atuação no domínio dos transportes. É
desde esta altura que se estabelece a concorrência nos mercados de transporte rodoviário de
mercadorias e do transporte aéreo.
Em 1994 no Conselho Europeu de Essen lançaram-se as bases para uma Rede Transeuropeia de
Transporte (RTE-T), projeto que viria a ser reforçado em 1996 em Dublin. Na sequência desta decisão, os
países foram convidados a tomar as medidas necessárias para a sua concretização.
O Livro branco sobre os transportes, adotado pela Comissão Europeia em 2001, procura definir a política
europeia de transportes até 2010 e constituiu a base para o projeto da Rede Transeuropeia de
Transportes (RTE-T).
Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T)
O projeto da RTE-T estabelece como prioridades os investimentos em infraestruturas ferroviárias,
transporte fluvial e cabotagem, intermodalidade e interoperabilidade, tendo a dupla preocupação de
reduzir os tempos de transporte e as emissões de GEE.
Este objetivo viria a consubstanciar-se na elaboração de 30 projetos considerados prioritários. Cinco
destes projetos dizem diretamente respeito a Portugal, nomeadamente:
As linhas Ferroviárias de Alta Velocidade do Sudoeste da Europa que preveem a ligação ferroviária
de alta velocidade da Península Ibérica a França, com dois ramos a norte e a sul dos Pirinéus, que
permitirão a conexão com as linhas de Alta Velocidade do centro e norte da Europa. O projeto inclui
a ligação Lisboa – Porto, Lisboa– Madrid e Aveiro – Salamanca;
A ligação Multimodal Portugal/Espanha-Resto da Europa, que consiste no investimento em
infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias e aeroportuárias em território português e
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 63
espanhol, ao longo de três corredores multimodais estruturantes das ligações de Portugal com
Espanha e o resto da Europa;
A ligação Ferroviária de Transporte de Mercadorias Sines/Algeciras-Madrid-Paris, cujo objetivo é
solucionar a limitação de mobilidade imposta pelos Pirinéus. Inclui-se neste projeto o corredor Sines-
Badajoz-Madrid;
Interoperabilidade da Rede Ferroviária de Alta Velocidade da Península Ibérica, abrangendo as
restantes linhas novas de alta velocidade com bitola europeia ou as linhas adaptadas com dupla
bitola na Península Ibérica. O Corredor Norte – Noroeste, que inclui Porto – Vigo – está neste projeto;
As chamadas Autoestradas Marítimas, projeto que inclui a Autoestrada da Europa Ocidental.
Transportes e mobilidade na Europa
A adesão de Portugal à UE tem implícito que a política nacional de transportes e mobilidade se enquadre
na política europeia, situação que é reforçada pela situação geográfica do país na periferia da Europa. A
eliminação de fronteiras na UE, a construção do mercado único e a promoção do comércio
intracomunitário constituíram um fator fortemente dinamizador do setor em Portugal, setor que
representa cerca de 10% do PIB.
Um dos dados essenciais do problema dos transportes na UE é o aumento exponencial do automóvel
particular, que se instalou no consumo das famílias no período de expansão económica. Atualmente 80%
dos transportes de passageiros são efetuados em automóvel particular. Seguem-se o autocarro (8%), o
comboio (6%) e as aeronaves (5%). O número de automóveis tem aumentado a uma média de três
milhões por ano, número que deve ter em conta o alargamento aos sucessivos países. Espera-se que
esta taxa de crescimento diminua nos próximos anos, não só porque os países recém chegados atingirão
uma taxa de utilização do automóvel semelhante aos seus congéneres europeus, como também as
políticas ambientais pressionam à diminuição da circulação automóvel, ajudadas pelos preços crescentes
do petróleo. Contudo esta é uma das grandes zonas de incerteza, fortemente dependente do sucesso de
mercado dos veículos movidos com base noutras energias, embora as restrições ao consumo na UE
joguem em desfavor desse sucesso.
Na UE, o setor dos transportes é responsável por 28% das emissões de CO2. Os veículos rodoviários
contribuem com 84% para este valor. Embora as emissões de CO2 estejam globalmente a diminuir, em
conformidade com o Protocolo de Quioto, as emissões dos transportes estão a aumentar.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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No que diz respeito ao transporte aéreo na UE o crescimento é idêntico. A taxa média anual de
crescimento de passageiro é de cerca de 7% nos últimos 20 anos. Este crescimento do setor levou à
saturação dos aeroportos e dos sistemas de controlo de tráfego aéreo, diminuindo a qualidade de
serviço, aumento o consumo de combustíveis fósseis e o aumento da produção de GEE.
Em contrapartida, o transporte ferroviário sofreu um declínio. A quota de mercado diminuiu 4% no que
diz respeito ao número de passageiros e cerca de 13% no transporte de mercadorias. Este setor perdeu
competitividade a favor do setor rodoviário, basicamente porque é mais lento. Esta falta de eficiência
deve-se basicamente á necessidade de modernização e harmonização das infraestruturas de rede
ferroviária, já que as redes nacionais operam segundo normas diferentes e nada foi feito para promover
o transporte ferroviário durante muito tempo, apesar deste setor ter outras vantagens competitivas
como o facto de ser menos poluente. Algumas medidas têm sido tomadas desde 2003, como por
exemplo a liberalização do setor. Contudo parecem insuficientes e só no programa da RTE (Rede
Transeuropeia de Transportes) são definidas medidas de fundo, nomeadamente a implementação da
rede de Alta Velocidade.
O transporte aquático na Europa também não é competitivo. A frota marítima reduziu nos últimos anos
basicamente devido a um problema que é comum a outros produtos e setores: as companhias de
navegação registadas em países onde as normas de segurança e a qualificação das tripulações não são
tão exigentes, têm menos custos. Trata-se basicamente de um processo de "concorrência desleal" que as
regras de comércio internacional no âmbito da OMC não contemplam. Com a chegada dos últimos 10
países à UE, a frota europeia representa 26% da marinha mercante mundial. É de registar ainda o facto
de que cerca de 41% das mercadorias transportadas no espaço europeu para curtas distâncias se
efetuam por navio. Por outro lado, a rede de vias navegáveis interiores está subaproveitada embora seja,
em termos comparativos, das mais eficientes em termos energéticos e ambientais.
Até à política que visa a implementação da Rede Transeuropeia de Transportes, cada país continuou a
investir na rodovia, o que levou este setor a um impasse, com agravamento de alguns dos seus
problemas, nomeadamente os congestionamentos e engarrafamentos crescentes, seja a nível local, seja
a saturação das estradas em muitas regiões industriais da UE com os efeitos que se conhecem na
segurança, no ambiente e na saúde humana.
Entretanto algumas medidas sectoriais foram sendo tomadas, como por exemplo o Programa Marco
Pólo (2003-2006) que veio definir como prioridade a intermodalidade propondo a integração do
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 65
transporte marítimo de curta distância, dos caminhos-de-ferro e do transporte fluvial na cadeia logística,
assim como apoiar financeiramente a melhoraria do desempenho ambiental dos transportes de
mercadorias (Regulamento CE nº 1382/2003)
Embora ainda corresponda a uma pequena parte das mercadorias deslocadas o transporte intermodal
está a crescer a uma média de cerca de 10% ao ano.
Transportes e Mobilidade em Portugal
Na sequência da operacionalização das políticas europeias de transporte e mobilidade, Portugal
conheceu nas últimas décadas alterações profundas na suas infraestruturas de mobilidade,
nomeadamente rodoviária, que pela implementação de uma rede viária, incluindo a rede de
autoestradas de que o país carecia.
Algumas da medidas de política previstas quer no âmbito do PET, quer anteriores, foram implementadas
ou estão em fase de execução, como se referiu anteriormente.
Ressalta aqui o impasse em que se encontram alguma dessas medidas, sobretudo os chamados projetos
estruturantes que se encontram num impasse dados os constrangimentos económico-financeiros
decorrentes da crise financeira global.
Referimo-nos à construção de um Novo Aeroporto Internacional em Lisboa e infraestruturas subjacentes,
que foi objeto de um amplo debate nacional. O projeto de construção deste aeroporto visa a criação de
condições adequadas ao transporte de passageiros e de carga, admitindo-se que viesse a funcionar no
futuro como plataforma de trânsito de uma das alianças mundiais de aviação civil, referidas
anteriormente.
O pressuposto de base para a construção do novo aeroporto é o de que, não havendo alternativa ao
modo aéreo aceitável para o transporte de pessoas em distâncias superiores a 600 km, a situação
periférica de Portugal exige que o País tenha infraestruturas aeroportuárias capazes de o colocarem na
rota das redes globais da aviação civil. Esta seria a condição prévia para se poder concretizar os objetivos
definidos para o turismo, como pólo de atração de investimento estrangeiro e transporte de carga de
produtos sensíveis que exigem este tipo de transporte.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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Todos os projetos e cenários da rede de transportes nacionais para ligação de Portugal ao mundo,
incluindo os projetos de dinamização de portos e da criação de plataformas logísticas estão concebidos a
partir dos projetos estruturantes do aeroporto e da rede de Alta velocidade.
Contudo, as incertezas que a crise financeira veio colocar, associadas às pressões crescentes sobre o
ambiente e a mais uma crise do petróleo que a instabilidade política do médio oriente vem colocar como
cenário muito previsível, juntam-se às incertezas anteriores colocadas pela questão da segurança e
terrorismo internacional que se arrastam desde o 11 de setembro, tornando mais credíveis as hipóteses
colocadas por Felix Ribeiro de uma globalização turbulenta ou, mesmo, de recuo da globalização, com
consequências no tráfego internacional e nas opções a privilegiar em termos de meios de transporte.
Dado o impasse em que se encontra a política aeroportuária em Portugal, mas também na Europa, face a
todas estas incertezas, podemos admitir um reequacionar do problema a nível europeu, e mesmo
mundial, a menos que inovações tecnológicas de tipo radical quer em termos de aviões, quer em termos
de eficiência energética ou de energias alternativas tragam à luz novas soluções.
O projeto de Construção da rede ferroviária de Alta Velocidade, contemplado na política europeia de
transportes como parte integrante da Rede Transeuropeia de Transportes está paralisado pelas mesmas
razões.
O projeto de aumento da capacidade do porto de águas profundas de Sines, como zona privilegiada de
atividades logísticas e pólo de atração de novas atividades industriais depende, em grande medida da
construção das ligações rodo-ferroviárias a Espanha, nomeadamente a ligação ferroviária Sines-Évora-
Badajoz para tráfego de mercadorias.
O projeto das plataformas logísticas pressupõe a integração e serviços, articulando cargas transportadas
por via marítima e aérea.
No que diz respeito às chamadas autoestradas do mar, só fazem sentido se houver portos com
infraestruturas adequadas e uma concentração de transportes de mercadorias que permitam a
intermodalidade, o que poderá vir a acontecer com dinamização do Porto de Sines e construção da
plataforma logística de Sines e Poceirão. Inserida na Rede Nacional de Plataformas Logísticas, será a
maior do País, com uma extensão de 420 hectares, e prevê-se que sirva de apoio ao transporte de
mercadorias dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines. Esta Plataforma, com um investimento total estimado
em 307milhões de euros, dos quais 17 milhões em acessibilidades, usufrui de bons acessos rodoviários e,
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
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a nível ferroviário, tem ligação às linhas do Sul e do Alentejo e conta com a rede de Alta Velocidade
Lisboa-Madrid que está prevista para tráfego misto.
Parece consensual a criação de um corredor multimodal, na sequência da filosofia da política europeia
de transportes, para transporte de mercadorias que ligue o porto de Sines a Madrid - através de
Saragoça, Barcelona e Perpignan - e ao centro da Europa. Este corredor multimodal deverá dispor
centralmente de uma plataforma logística que permita o encaminhamento e distribuição de mercadorias
transportadas por via aérea, marítima, ferroviária e rodoviária.
Os investimentos em infraestruturas de transportes que sirvam a consolidação do sistema urbano
deveriam prosseguir, o que implicaria uma concentração de investimentos na faixa litoral – Áreas
Metropolitanas e Eixo Estruturante Norte-Sul – no sentido de transferir parte dos fluxos de mobilidade
do modo rodoviário para o modo ferroviário, no quadro de um reforço de operadores multimodais.
Contudo, todos estes projetos, incluindo a autoestrada marítima, estão pensados em articulação com a
construção do Novo Aeroporto de Lisboa e da Rede Alta velocidade, o que significa que grande parte da
reestruturação do setor dos transportes e das economias associadas estão em stand by.
Outro projeto possível é a adaptação de parte do atual aeroporto militar de Beja para implantação de
atividades da indústria aeronáutica, em espaço vocacionado para o efeito, e para operadores de “low
cost” (turismo do Algarve do Alentejo e, até da AML).
Prevê-se a reorganização da oferta do transporte rodoviário urbano, e a renovação das frotas utilizando
energias renováveis. Este projeto está em marcha com a construção dos primeiros autocarros movidos a
eletricidade pela empresa Salvador Caetano, na prossecução das medidas de política energética. Em
meio urbano pode acontecer uma transformar mais estrutural com a introdução do transporte individual
elétrico, já em fase implementação no âmbito da política de energia e com a expansão, em grande
medida já concretizada, da rede de Metro.
No que diz respeito à mobilidade interna urbana, mas não só, aposta-se também nas redes virtuais,
esperando que esta tenha um impacte que redução da mobilidade, com investimentos previstos para a
implementação e extensão da rede de banda larga.
Ainda nesta área urbana, prevê-se uma forte reorganização do setor como fim das concessões que
impedem um mesmo operador de recolher e transportar passageiros em toda uma Área Metropolitana.
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O investimento recentemente realizado no Aeroporto Sá Carneiro visando torná-lo no principal
aeroporto do noroeste peninsular deverá articular-se com o porto de Leixões por forma a constituir-se
como alavanca do tecido empresarial Norte e do Centro litoral.
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Drivers
Tendências Globais:
Crescimento dos fluxos internacionais de transportes de mercadorias e passageiros no âmbito da
intensificação das trocas comerciais e no desenvolvimento do Turismo;
Tensão crescente entre o aumento da produção de GEE que a intensificação dos fluxos de
transporte implicam, e a pressão para a soluções tecnológicas mais eficientes do ponto de vista
do ambiente, com impacte no tipo de infra-estruturas a desenvolver e nos meios de transporte
em si.
Estratégia comunitária:
Desenvolver a Rede transeuropeia de Transportes (RTE-T), com vista à integração económica e
social do espaço europeu;
Aposta na intermodalidade, reabilitando o transporte ferroviário e marítimo
Iniciativas governamentais:
Política de transportes, consubstanciada no Plano estratégico Transportes (PET), fortemente
inspirada na política europeia de transportes;
Articulação da Política energética com a Política de transportes.
Ameaças
Crise Internacional:
Crise internacional trava os projectos estruturantes para implementação do PET;
Paralisação dos investimentos estruturantes bloqueia a implementação de grande parte das
medidas previstas nas políticas de transporte;
Restrições ao consumo público e privado podem dificultar implementação do projecto MOBI-E
(massificação dos Veículos eléctricos, públicos e privados).
Instabilidade nos preços dos combustíveis
A crise política no médio oriente e os potenciais impactes na segurança, abastecimento e preço
do petróleo podem levar a um reequacionar das estratégias definidas para o sector e/ou
aumentar a pressão para soluções energéticas alternativas.
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b) Outras nuvens identificadas
Para além das grandes nuvens ancoradas em grandes projetos de desenvolvimento para Portugal outros
desenvolvimentos sectoriais são identificados na bibliografia disponível.
Serviços diversos
Na leitura prospetiva, foram identificadas diversa possibilidade de elevado potencial para o
desenvolvimento de vários tipos de serviços, de que destacamos:
Serviços partilhados: potencial de captação de IDE, tendo em vista a prestação de telesserviços ou
serviços partilhados a distância apoiando-se nas tecnologias de comunicação e informação. Trata-se
de um conjunto de serviços diversificados que mobilizam, em regra mão-de-obra pouco escolarizada
em regime de trabalho temporário, como por exemplo os call centers e os centros de atendimento e
assistência técnica a distância. Inclui também os serviços partilhados de empresas multinacionais na
área do back office (processamento de pagamentos, contabilidade, etc.);
Serviços urbanos: reconstrução urbana, novos serviços de mobilidade, manutenção de edifícios,
implantação e manutenção de espaços verdes, instalação de soluções energéticas, serviços de
licenciamento, etc.;
Serviços Pessoais: serviços associados ao apoio ao domicílio, cuidados sociais e de higiene e saúde no
âmbito das atividade de apoio à terceira idade. Estas últimas sentem-se hoje de forma muito
premente em todo o país e ganham outra dimensão se atendermos ao choque demográfico, como
tendência de evolução das sociedades modernas;
Serviços de mobilidade - atividades associadas ao desenvolvimento da rede de transportes e de
plataformas logísticas.
Cluster do Mar
A Estratégia Nacional para o Mar, publicada em 2006 (resolução do conselho ministros nº128/2006)
inspirada no Livro Verde da Política Marítima Europeia, avança com uma estratégia para exploração do
potencial económico do mar, numa perspetiva completamente nova face às atividades tradicionais
ligadas ao mar. Esta aposta integra também a Estratégia Mediterrânica para o Desenvolvimento
sustentável 2020 e o Plano de Ação Mediterrânico. Este novo olhar sobre o mar é partilhado a nível
europeu, que tem uma política marítima com o objetivo de desenvolver uma economia marítima
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próspera e ambientalmente sustentável. Este desenvolvimento deve assentar no desenvolvimento
científico e tecnológico e na inovação das atividades associadas ao mar, tirando partido das
competências que a Europa já detém no domínio da navegação, na tecnologia naval, no turismo costeiro,
na energia de offshore, incluindo as renováveis, e serviços auxiliares. Os setores com maior potencial
económico de crescimento são navegação de cruzeiros, a economia dos portos, a aquacultura, as
energias renováveis, as telecomunicações submarinas e biotecnologia marítima Esta última é também
designada como biotecnologia azul e encerra um enorme potencial económico, pela exploração da
biodiversidade marinha, estimando-se que cerca de 80% dos organismos vivos mundiais se encontram
no mar. No estado atual do conhecimento sobre esta matéria sabe-se que esta tecnologia pode
contribuir com vantagens económicas para vários setores industriais, nomeadamente a aquacultura,
produtos para a saúde e da cosmética, novos produtos alimentares, produção de energias através de
certo tipo de algas, etc. Refira-se que está instalada em Lisboa desde 2006, a sede da Agência Europeia
de Segurança Marítima (EMSA – European Maritime SafetyAgency).
É neste quadro que Portugal dá prioridade em termos dos clusters previstos no QREN, como se referiu,
ao cluster do mar, que desenvolveremos á frente. Para além das atividades tradicionais ligadas ao mar -
pesca e turismo nas orlas costeiras -, a exploração sustentada de recurso energéticos, a exploração e
prospeção de hidrocarbonetos offshore, a investigação de novos materiais, a investigação nas áreas da
biologia e da geologia marinhas são hipóteses possíveis. Do ponto de vista dos recursos energéticos, o
mar também tem enormes potencialidades ainda não exploradas, no âmbito das energias alternativas de
3ª geração , nomeadamente as ondas e marés. As tecnologias associadas às energias alternativas de
primeira geração (desde finais do século XIX) são a hídrica, a biomassa/combustão e a geotérmica
(produção de eletricidade e calor). Na segunda geração (desde os anos 80 do século XX) incluem-se a
solar (aquecimento e arrefecimento), a solar fotovoltaica, a eólica e novas formas de bioenergia. Na
terceira geração exploram-se a energia solar, como concentrador de energia, as ondas e marés, sistema
melhorados na geotérmica e os sistemas integrados de bioenergia.
As características naturais do país e potencial de crescimento de atividades associadas ao mar favorecem
a geração de sinergias e a criação de um cluster forte, sendo uma das áreas prioritárias do Governo, ao
abrigo do QREN. Algumas das atividades a potenciar:
Desenvolvimento de tecnologias na área da eletrónica e robótica submarina e de equipamentos para
monitorização dos oceanos;
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 72
Desenvolvimentos dos transportes marítimos, modernização de portos, logística, serviços marítimos
de carga, passageiros e turismo e construção naval;
O setor do turismo associado aos desportos náuticos de que são exemplos a expansão das atividades
náuticas de recreio, desportos submarinos, surf, vela, cruzeiros, etc., assim como a realização de
provas internacionais de Desportos Náuticos em que Portugal tem condições particularmente
atrativas;
Atividades como a I&D em biologia marinha para descoberta de novos fármacos;
Pesca, aquicultura, indústria do pescado;
Na energia um potencial segmento a explorar com vantagens, para além da energia das ondas, é a
exploração de energia eólica em offshore.
Saúde
A questão demográfica e o aumento esperado dos fluxos de turismos internacional continuarão a
pressionar a procura de serviços de saúde por um lado e, por outro, os avanços científicos e tecnológicos
nesta área e o conjunto de atividades que, por efeito de arrastamento, se poderão desenvolver fazem da
saúde outra das áreas prioritárias do QREN. Este cluster, mais desenvolvido no Norte do País tem
potencial de desenvolvimento em diversas áreas:
Desenvolvimento da engenharia biomédica, e das atividades de investigação nas áreas ligadas à
saúde tirando partido das competências já existente em centros de I&D de grande prestígio e
competência internacional, sobretudo na área do cancro e das doenças degenerativas;
Desenvolvimento de novos meios de diagnóstico, medicamentos ou métodos de administração de
fármacos;
Potenciar a ligação entre estas áreas científicas e as empresas farmacêuticas nacionais e
internacionais, assim como a formação de empresas de base tecnológica, potenciando a
"exportação" do conhecimento altamente especializado para desenvolvimento da atividade
industrial;
Conceção e desenvolvimento de sistemas tecnológicos aplicados ao funcionamento dos sistemas de
saúde;
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 73
Para além deste segmento mobilizador de competências avançadas na área, outros segmentos poderão
desenvolver-se, nomeadamente:
Desenvolver as atividades de serviços especializados para o setor farmacêutico e a sociedade em
geral (testes de ADN, por exemplo), nomeadamente testes de materiais clínicos, fabricação de
materiais ou medicamentos, fabricação de embalagens e todas as atividades associadas;
Conceção e fabrico de consumíveis hospitalares, em articulação com o setor têxtil, o papel e fibras
celulósicas e os plásticos;
Resposta á maior procura de cuidados de saúde e serviços associados (residências assistidas,
assistência ao domicílio, etc.);
O crescimento dos segmentos de saúde e bem estar e do turismo residencial poderão potenciar a
procura dos serviços de saúde e os cuidados de saúde e reabilitação;
Desenvolvimento de competências na área da telemedicina e de gestão da informação de sistemas
hospitalares;
Outra área de potencial desenvolvimento é o Turismo associado à saúde, sobretudo nas áreas de
cuidados médicos em que Portugal ocupa uma posição internacional de destaque.
Química e Petroquímica
Estão previsto diversos projetos de investimento significativos nos complexos petroquímicos de Estarreja,
Barreiro e Sines, alguns dos quais já concretizados. A Solvay, Air Liquide, Dow Repsol, La Seda, Galp,
Degussa têm unidades de produção em Portugal e algumas têm planos de expansão.
A concretização dos planos para os transportes, portos e plataformas logísticas em Portugal poderá ser
um fator crítico para a expansão do setor. Contudo, como se sabe, alguns projetos governamentais para
os transportes estão congeladas e a situação de crise mundial está a bloquear o desenvolvimento deste
setor internacionalmente.
Refira-se ainda que este cluster tem algumas debilidades estruturais em Portugal, nomeadamente uma
malha pouco densa que o torna mais suscetível em termos de competitividade, apesar dos esforços de
investimento quer por parte do Estado, quer do setor privado. A título de exemplo e relativamente ao
período mais recente, refira-se o Projeto de Interesse Nacional, que permitiu a ampliação das três
grandes empresas instaladas neste complexo em Estarreja, a Dow, Air Liquide e Cuf. Apesar desses
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 74
esforços, a intensidade das interligações que compõem o Cluster carecem de maior reforço dada o
aumento concorrencial no âmbito da economia global (Teixeira, 2010).
Refira-se contudo que a conjuntura mundial recente apresentava algumas ameaças atendendo ao lento
crescimento do consumo de alguns produtos petroquímicos na Europa, tendo como consequência o
aumento da concorrência entre operadores Europeus. Acresce que as produções nalguns países
produtores de petróleo e gás natural são subsidiadas e ainda que estes países têm condições logísticas
vantajosas relativamente aos mercados emergentes da China e Índia, países que têm os maiores
crescimentos mundiais de consumo dos produtos petroquímicos. Refira-se ainda que a grande
instabilidade política que se vive no Médio Oriente, cujo desfecho é incerto, pode ter consequências
nestes mercados.
Indústrias Criativas
As chamadas indústrias criativas englobam um conjunto de atividades muito diversificadas: artes gráficas,
edição, imprensa, distribuição e produção audiovisual, publicidade, arte e espetáculos, moda, internet,
conteúdos para multimédia, música, design, arquitetura, desporto, etc.
O desenvolvimento deste setor está associado ao desenvolvimento dos vários segmentos do turismo e é
potenciado pela complementaridade com as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC). Este
modelo de desenvolvimento pode ser complementado com iniciativas próprias que, ao contrário, sejam
potenciadoras do desenvolvimento de certos segmentos do turismo, como por exemplo eventos de
moda, atividades culturais e potenciação do património cultural do país (incluindo a gastronomia e os
vinhos), ou a organização de eventos internacionais (exemplo: Euro 2004 e Expo 1998).
O crescimento das TICs e a capacidade de inovação deste setor tem conduzido ao desenvolvimento de
certos segmentos específicos, como por exemplo o Web design, a indústria de conteúdos, etc.
Indústrias TIC
O setor das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) tem tido um crescimento no passado
recente e existem perspetivas de que no futuro esta tendência se mantenha, nomeadamente motivado
pelos seguintes fatores:
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 75
Desenvolvimento de software para múltiplas aplicações, como por exemplo a modernização do setor
público, incluindo certos segmentos dos serviços de saúde;
A expansão do uso das ligações à internet de banda larga deverá continuar em expansão, assim
como o desenvolvimento de novos produtos e serviços associados;
Conceção de novos produtos software específico para nichos de mercado de alto valor acrescentado,
de que são exemplo algumas empresas portuguesas de sucesso, como por exemplo, a Critical
Software;
A presença de empresas com forte implantação em mercados internacionais, como são exemplo a
Alcatel, Vodafone e Siemens pode potenciar o desenvolvimento de pequenas empresas de base
tecnológica.
Floresta
A floresta constitui uma das alternativas mais viáveis para o desenvolvimento de sumidouros
naturais de CO2. A produção económica anual da floresta portuguesa é avaliada em € 1,2 mil
milhões e inclui, par além da madeira, cortiça e resina, os frutos, cogumelos, plantas aromáticas,
silvipastorícia, caça, recreio e paisagem, proteção do solo e dos recursos hídricos, biodiversidade, e
outros valores ambientais como o sequestro de carbono.
A política florestal definida na Estratégia Nacional para as Florestas prevê, entre outras medidas, a
redução da desflorestação, a florestação de zonas nunca florestadas e a reflorestação de áreas,
designadamente áreas ardidas. A concretização destes objetivos , além de permitir criar sumidouros
de CO2, gera recursos endógenos de biomassa para um conjunto diversificado de atividades
económicas, ligadas à energia, ao desenvolvimento rural e ao ecoturismo.
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 76
c) Nuvens cinzentas
Nesta categoria considerámos setores que se encontram em profunda reestruturação e, ao contrário dos
apresentados anteriormente, não apresentam novas áreas de atividade nem áreas com elevado
potencial de expansão:
Setores tradicionais em reconversão que deverão reduzir o seu peso e colocar maior ênfase nas
exportações;
Setores que estão a sofrer alterações no modelo de negócio, com sofisticação e especialização do
produto ou serviço oferecido;
Setores em que as necessidades de qualificações estão a alterar-se.
De seguida são enumerados alguns dos exemplos que são identificados na leitura prospetiva e as
alterações mais visíveis que estão a ocorrer no seu modelo de negócio:
Vidro e cerâmica
Inovação nos materiais, design e incremento do domínio dos mecanismos de mercado e distribuição.
Têxteis e Calçado
Aposta nos tecidos de alta qualidade, têxteis-lar e desenvolvimento de têxteis especiais para aplicação
noutros setores (por exemplo no setor automóvel) e incorporação da função design no calçado.
Agricultura de especialidades
Agricultura biológica e especialização em produtos de nicho.
Plásticos
Evolução dos moldes de plástico e dos moldes técnicos e orientação para aplicação noutros setores
como são o caso das embalagens, construção civil e indústria automóvel.
Mobiliário
Aposta na inovação, design e internacionalização.
Metalomecânica
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Janeiro de 2011 77
Enfoque na inovação, nomeadamente nas empresas com presença nos segmentos dos moldes e da
indústria automóvel.
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Janeiro de 2011 78
d) Nuvens cruzadas
Entre todos os setores de atividade existe uma elevada interdependência e que condiciona o
desenvolvimento e crescimento de cada uma das nuvens identificadas anteriormente.
Podemos identificar várias relações entre setores em que o desenvolvimento de um impulsiona o
crescimento do outro. Três casos exemplares desta complementaridade são os seguintes exemplos:
Mobilidade e Transportes - Turismo;
Turismo – Saúde;
Saúde - Serviços Diversos.
O gráfico seguinte procura esquematizar algumas as relações identificadas:
O caso das ecoindústrias
De acordo com os objetivos estratégicos 2020 da UE para a construção de uma low carbon society e da
política energética Nacional a que aludimos anteriormente, tratando-se de uma área que é transversável
a todos os setores de atividade, a bibliografia disponível sobre os cenários de desenvolvimento do país
tem, direta ou indiretamente, subjacente a questão energética, ecológica e ambiental.
Mobilidade e Transportes
Turismo
Energia e Ambiente
Saúde
Criativas
Serviços diversos
TICs
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Janeiro de 2011 79
Com efeito, a política energética e ambiental pode funcionar como uma alavanca da economia, não
apenas pelos potenciais efeitos na redução da dependência externa, como pelo capacidade de captar
investimento - já que se trata de uma área emergente a nível europeu e mundial -, pela oportunidade de
suscitar o aparecimento de novos projetos industriais em áreas de maior valor acrescentado e de
aproveitamento dos recursos naturais do país, mas também na potenciação do desenvolvimento
científico e tecnológico e na criação de emprego qualificado. As energias renováveis têm aqui um papel
estratégico. É neste quadro que surge a ideia de um cluster de ecoindústrias e serviços em Portugal.
Esta proposta parte da análise das atividades económicas em Portugal, agrupadas em 10 grupos,
organizados em conjuntos, de acordo com as suas características ambientais. O pressuposto de base
assenta no princípio de que são atividades que estão de algum interligadas e que podem produzir efeitos
de arrastamento entre si e noutras atividades ou, mesmo, potenciar o desenvolvimento de novas
atividades.
O quadro seguinte apresenta uma identificação das atividades económicas que podem contribuir
potencialmente para a criação de clusters de ecoindústrias.
Quadro: Identificação de Atividades
Grupo 1-actividades intensivas em energia e outros recursos
Grupo 2 -Químicas
Grupo 3 -Utilização de recurso primários, floresta e mar
Grupo 4 -Construção e actividades metalo-electro-mecânicas associadas
Grupo 5 -actividades transversais de conhecimento intensivo
Grupo 6 -Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística
Grupo 7 - (Eco) Turismo e actividades de lazer associadas
Grupo 8 -farmacêutica, cosmética e equipamento médico
Grupo 9 -Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas
Grupo 10 -Texteis, vestuário e calçado
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 80
1) O conjunto 1 aglomera os grupos 1, 2 e 3 que são as atividades mais consumidoras de recursos e
poluidoras. Constituem o centro do cluster e admite-se a possibilidade de reconversão ambiental destes
setores com base no desenvolvimento tecnológico e na capacidade de inovação.
2) O conjunto 2 é constituído pelos grupos 4 e 5, que são atividades transversais de apoio, desde as
infraestruturas básicas de ambiente e construção mais sustentável de edifícios, às atividades produtivas
de elevada intensidade tecnológica, essenciais ao desenvolvimento de automatismos e robótica e
serviços de conhecimento intensivo. As exigências ambientais das atividades do core do Cluster, bem
como do conjunto de atividades de consumo final, podem constituir um motor importante para a
dinamização deste conjunto de atividades, com peso económico e social significativo no país. Trata-se no
entanto de um conjunto de atividades que, simultaneamente, terá que saber adaptar-se, melhorar
competências e evoluir na criação de valor, para dar respostas adequadas às novas exigências. Podem
ser consideradas atividades que sofrem efeitos de arrastamento mais direto das outras atividades do
Cluster.
3) Finalmente, um terceiro conjunto de atividades, dos Grupos 6 a 10, incide em atividades de consumo
final. As pressões ambientais, socioculturais e de concorrência internacional para este conjunto de
atividades, constituem, igualmente, fortes estímulos para consumos mais ecológicos que exigem, por
sua vez, processos de produção mais ecoeficientes, provocando assim efeitos de arrastamento em
atividades de consumo final. Destaca-se neste conjunto, o Grupo 6, que agrega atividades em torno da
Mobilidade, com consumos de energia final muito significativos e com tendência decrescimento nos
últimos anos.
Da análise das potencialidades decorrentes das sinergias destas atividades, incluindo a criação de
atividades novas e das políticas públicas para o setor energético, sugerem-se oportunidades de
desenvolvimento de negócios (fonte DPP) com vista à construção do cluster das ecoindústrias, alguns
dos quais já em franco desenvolvimento.
Este cenário, transversal a todos as atividades económicas e procurando seguir os objetivos de
desenvolvimento sustentável para onde confluem todas as políticas europeias e nacionais, apostando
em setores mobilizadores a todas as atividades económicas - ambiente, turismo, transportes, no caso
específico de Portugal - identifica um conjunto de constrangimentos e oportunidades para Portugal.
As condicionantes estruturais do país que referimos anteriormente, declinam-se num conjunto de
limitações, sobretudo quando se compara com países europeus bem sucedidos na implementação de
estratégias para o novo modelo de desenvolvimento sustentável, nomeadamente: i) as Administrações
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 81
Públicas locais têm uma cultura pouco propícia ao envolvimento em certo tipo de atividades exigidas
para a implementação e sucesso de certo tipo de investimentos, uma débil cultura de cooperação e de
articulação em redes de inovação, associada a uma ausência de competências internas adequadas. A
resolução desta limitação abriria um nicho de mercado para certo tipo de qualificações e especializações
profissionais ainda inexistentes; ii) a fraca sensibilização das populações locais com a qualidade de vida e
as questões ambientais, uma espécie de iliteracia ambiental. As estas limitações juntam-se a
insuficiência de recursos humanos com qualificações técnicas aos vários níveis nas novas áreas de
atividade, a capacidade de liderança e gestão empresarial, que constituem sérios obstáculos à
dinamização de clusters de ecoindústrias e serviços.
Tendo em conta este quadro, e admitindo a resolução de algumas destas limitações, o cenário do
desenvolvimento de clusters de ecoindústrias e serviços identifica um conjunto de atividades e
estratégias a desenvolver (DPP), organizadas pro objetivos:
1) Dinamizar atividades que criem valor - os investimentos devem incidir em atividades de maior valor
acrescentado e maiores ganhos de produtividade. Entre outros possíveis, são exemplo as atividades dos
Grupos 5, 6 e 8: Eletrónica, Robótica, Atividades Informáticas, Serviços de Conhecimento Intensivo,
Atividades de I&D, Automóvel, Aeronáutica, Logística e Saúde.
A indústria Agroalimentar, poderia constituir em si mesma um novo cluster a desenvolver, se tivermos
em consideração que em termos internacionais estamos perante uma indústria com uma incorporação
tecnológica crescente e muito promissora em termos de mercado. Os chamados alimentos saudáveis,
decorrentes de uma espécie de hibridação entre medicamentos e alimentos (de que são exemplos os
produtos alimentares light, ou os que atuam na prevenção e gestão de doenças, como por exemplo o
Benecol, Becel, etc. ou o leite sem lactose, etc.) e que estão na base do desenvolvimento de novas áreas
de C&T (a probiótica), constituem um mercado em ascensão, já regulado pela da UE (Health and
Nutrition Claims (REGULATION (EC) Nr. 1924/2006) e no qual Portugal poderia ter um papel mais ativo,
tirando partindo do investimento na formação de recursos humanos avançados em áreas especializadas
do conhecimento e criando emprego neste segmento do mercado de trabalho.
2) Dinamizar as exportações - o esforço nas exportações deveria obedecer a um esforço de competir em
segmentos de mercados de maior valor acrescentado. Assim, a captação de investimentos em atividades
de média-alta intensidade tecnológica e serviços conhecimento-intensivos como sejam a Eletrónica, a
Robótica, as TIC, a Farmacêutica, a Biotecnologia, a Nanotecnologia, a Biologia Marinha, os Materiais, a
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 82
Aeronáutica, o Automóvel, é fundamental. Por outro lado, estas atividades devem ser conjugadas com o
up-grading competitivo de indústrias tradicionais, através da modernização desses setores pela
incorporação de valor, mesmo que sejam atividades produtivas em decréscimo. São disto exemplo os
Têxteis, a Moda, o Calçado a Pasta e o Papel, a Madeira e a Cortiça, as Cerâmicas e o Vidro. O país já
dispõe de excelentes exemplos nalguns destes setores, a que se pode juntar com uma maior atração de
turismo de natureza, cultural e desportivo. Nestes casos a estratégia é a de explorar nichos de mercado
de maior valor acrescentado.
3) Incrementar a inovação tecnológica – O investimento em I&D deve prosseguir - cumprindo a meta
estabelecida a nível europeu de aumentar as despesas nesta áreas para 3% do PIB -, mas devem ser
privilegiadas áreas que deem resposta às apostas de desenvolvimento sustentável, com base nas
potencialidades existentes no país e nas medidas definidas nas políticas governamentais, como sejam os
casos das energias alternativas, da biologia marinha, da geologia marinha e dos novos materiais, etc. A
capacidade de inovação do país também está dependente das redes de inovação que agreguem
empresas, universidades, centros de I&D e outras instituições, sabendo que este objetivo exige um
trabalho adicional que abre outro segmento do mercado do trabalho a novas atividades profissionais.
4) Reduzir o consumo final de energia – os investimentos na eficiência energética e em processos
produtivos ecoeficientes, pode fazer-se através da racionalização dos consumos de energia, da utilização
das melhores tecnologias disponíveis (MTD) e da maximização do uso de automatismos e robótica em
todos os setores de atividade, com particular incidência nos setores de consumo intensivo (atividades
dos Grupos 1, 2 e 3). Os investimentos nestas áreas devem também ser dirigidos para dois segmentos
essenciais, nomeadamente na Gestão da Mobilidade (Grupo 6) e na chamada Construção Sustentável,
incorporando as soluções de edifícios inteligentes (Grupo 4). Tanto num caso como noutro devem ser
envolvidos os atores sociais relevantes em redes de inovação, capazes de assegurar a aplicação destas
medidas com sucesso, garantindo ganhos de eficiência e de eficácia na concretização dos projetos.
5) Reduzir o consumo de materiais e aumentar a ecoeficiência – direcionar investimentos para a
promoção de padrões de consumo mais sustentados, como por exemplo a produção do consumo local
do calor gerado através de “simbioses industriais”, a criação de ecoparques industriais, etc.
6) Reduzir as emissões poluentes - Através da política científica e tecnológica, privilegiar áreas de
investigação em processos de produção e consumo limpos (produção de energia “carbono zero” e
ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal
Janeiro de 2011 83
fomento do ciclo dos materiais, entre outros), assim como o desenvolvimento de sumidouros de CO2,
(I&D em processo de sequestração de CO2, “nichos verdes” de inovação sustentável, etc.);
7) Valorização dos resíduos – direcionar investimentos de curto prazo para a dinamização de
desmanteladores e fragmentadores para o aproveitamento dos Veículos em fim de vida (VFV),
aproveitamento de resíduos da floresta para prevenção de incêndios e valorização energética da
biomassa, tratamento de resíduos sólidos e efluentes (entre eles reciclagem e valorização de RA e RIB e
tratamento dos RIP), em articulação com investimentos de médio prazo na criação de bolsas de resíduos,
I&D para produção de novos materiais, I&D em processos de liquefação e gaseificação da madeira, fecho
do ciclo dos materiais, etc.
8) A qualificação dos recursos humanos − a reestruturação das atividades económicas, incluindo a
modernização de setores tradicionais, mas também a emergências de áreas completamente novas,
implica a emergência de novas profissões e atividades profissionais. A identificação destas novas áreas é
muitas vezes difícil com as metodologias convencionais dado, que em regra, se parte dos setores já
existentes. Esta dificuldade é acrescida de um problema de tempo no sentido em que uma atividade
económica pode implantar-se numa determinada área, ou não, consoante a existência no mercado de
competências disponíveis adequadas. É portanto necessário atuar em duas vertentes simultaneamente:
a formação de recursos humanos cujas necessidades são detetáveis no quadro da modernização de
setores tradicionais e a formação de recursos para os novíssimos setores de atividade. São disto exemplo
as áreas muito diversificadas nos vários segmentos do setor do ambiente e das energias renováveis, do
cluster do mar, etc. A Alemanha e a Dinamarca, por exemplo, dois dos países mais avançados em certos
segmentos das energias renováveis debatem-se neste momento com um problema maior no
desenvolvimento dessas atividades, por falta de competências adequadas.
Deve continuar o investimento na formação de recursos humanos avançados em áreas de ponta da I&D,
concomitantemente com investimentos na formação contínua e na aprendizagem ao longo da vida,
assim como na reconversão de recursos humanos em atividades menos exigentes em competências de
nível elevado como as que acabámos de referir, mas também em áreas onde as necessidades são já
sentidas com grande pressão, designadamente as que estão ligadas aos diferentes segmentos do turismo,
ao desenvolvimento rural incluindo a agricultura biológica e aos cuidados sociais no âmbito das atividade
de apoio à terceira idade. Estas últimas sentem-se hoje de forma muito premente em todo o país e
ganham outra dimensão se atendermos ao choque demográfico, como tendência de evolução das
sociedades modernas, a que aludimos anteriormente.
1
Análise prospectiva da
evolução sectorial em
Portugal
Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães
Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal
II Parte
2
Índice - II Parte
Nota Introdutória ....................................................................................................................... 3
1. Enquadramento Metodológico .............................................................................................. 3
1.1 – Formação ...................................................................................................................... 4
1.2 – Emprego e Desemprego ................................................................................................ 4
1.3 – Indicadores de base ....................................................................................................... 5
1.4 – Indicadores e Ponderação ............................................................................................. 6
1.5 – Escalões e a hierarquização por cores........................................................................... 8
1.6 – Análise por NUT I - Continente ................................................................................... 9
1.7 – A análise agregada ........................................................................................................ 9
1.8 – Filtragem final ............................................................................................................ 10
2. Resultados ........................................................................................................................... 11
2.1 – NUT I .......................................................................................................................... 11
2.1.1 Emprego .................................................................................................................. 11
2.1.2 Desemprego ............................................................................................................ 11
2.1.3 Formação ................................................................................................................ 12
2.1.4 Análise Integrada .................................................................................................... 13
2.1.5 NUT I – Análise a 3 dígitos da CNP ....................................................................... 14
2.2 – NUT II ........................................................................................................................ 15
2.3 – NUT III ....................................................................................................................... 17
2.3.1 – Região Norte ........................................................................................................ 17
2.3.2 – Região Centro ...................................................................................................... 21
2.3.3 – Região Lisboa ...................................................................................................... 24
2.3.4 – Região Alentejo .................................................................................................... 26
2.3.5 – Região Algarve ..................................................................................................... 29
2.4 Análise Agregada ........................................................................................................... 30
Conclusões............................................................................................................................... 32
3
Nota Introdutória
Tendo em conta o contexto de globalização da economia e os desafios que se colocam
ao país, tanto do ponto de vista da afirmação de um modelo de desenvolvimento sustentado
em bases económicas de maior valor acrescentado, como das exigências de competitividade
internacional, a formação atempada de recursos humanos qualificados capazes de sustentar
essa economia do futuro apresenta-se como uma necessidade primordial.
Este estudo procura responder a um dos desafios centrais que esta questão coloca,
nomeadamente o da identificação das necessidades futuras de qualificações, tendo em vista a
reformatação da oferta formativa de nível intermédio.
Para o cumprimento deste objetivo geral, o trabalho foi organizado em duas
componentes. Na primeira, procedeu-se a uma análise prospetiva dos cenários de evolução da
estrutura sectorial em Portugal. A segunda componente do trabalho, de que aqui se
apresentam resultados, centrou-se na descrição das qualificações existentes, na identificação
dos estrangulamentos entre oferta e procura de qualificações.
No seguimento, o presente documento apresenta, em primeiro lugar, o enquadramento
metodológico, explanando o caminho traçado a este nível e, em segundo lugar, uma análise
dos principais resultados encontrados e devidas conclusões.
1. Enquadramento Metodológico
No presente capítulo são clarificados os aspetos de natureza metodológica que
orientaram o estudo. Pretendeu-se descrever e fundamentar todas as opções tomadas a este
nível e que ditaram o rumo da investigação, de forma a chegar aos resultados obtidos. O
enquadramento metodológico abordará os procedimentos relativos aos dados da formação, do
emprego e do desemprego, e, juntamente, a construção dos indicadores e ponderadores que
estão na base da análise, possibilitada pela grelha de hierarquização – o “semáforo”.
Assim, o estudo incide num universo de indivíduos de ambos os sexos, com idade
compreendida entre os 18 e os 24 anos e com o ensino secundário completo – à exceção dos
dados referentes a alunos que estão no processo de completar esse nível de habilitações.
4
1.1 – Formação
A formação diz respeito a toda a informação relativa aos alunos do primeiro ano,
inscritos, no ano letivo de 2009/2010, em turmas de cursos de formação profissional (CFP),
de hotelaria e turismo (CHT), de educação e formação (CEF) e do sistema de aprendizagem
(CSA). Os dados mais recentes datam de 2009 e primam por uma maior consolidação.
Contudo, um total de 1189 alunos (2,3%) não foi incluído na análise por falta de
esclarecimento atempado sobre o curso a que estavam afetos.
Inicialmente, tratou-se de fazer corresponder1
os cursos com os subgrupos da
Classificação Nacional de Profissões (CNP), ou seja, CNP a 3 dígitos. Numa fase posterior
fez-se o mesmo procedimento, porém, com a CNP a 4 dígitos e apenas para o subgrupo 3112.
Esta necessidade surgiu devido à grande percentagem de alunos (22,9%) verificada no
subgrupo 311 e deste registar uma grande diversidade interna de profissões – dando conta:
técnicos de ciências de f
Os dados, disponibilizados por concelho, foram agregados por NUT III, II e I3 e
dispostos na grelha de análise por profissão – ou seja, por código CNP.
1.2 – Emprego e Desemprego
Os dados referentes ao emprego e desemprego correspondem ao constante nos
quadros de pessoal no dia 31 de dezembro dos anos de 1998 e 2008. A comparação a dez
anos permite fazer uma apreciação da evolução do emprego e do desemprego. A opção pelo
ano de referência mais recente – 2008 – deve-se, essencialmente, a fatores de disponibilidade
de dados e ao facto de este ser ainda um ano sem impacto significativo da crise económica.
A informação relativa ao emprego e desemprego foi disponibilizada, da mesma forma
que os dados respeitantes à formação, por concelho e posteriormente agregada por CNP a 3 e
44 dígitos e por NUT I, II e III. De referir que, do total de empregados (88300) e para efeitos
da presente análise, foram contabilizados apenas os empregados em profissões registadas em
ambos os anos (80029) – ficando excluídas as profissões extintas, conforme a Tabela 1.
Tabela 1 – Profissões extintas em 2008
A11 - AJUDANTE RESIDUAL
A22 - PRATICANTE RESIDUAL
A33 - AUXILIAR RESIDUAL
A44 - ESTAGIARIO RESIDUAL
1 A tabela de correspondências entre os cursos da formação e as profissões da CNP pode ser consultada no Anexo I. 2 A tabela com a lista das profissões utilizadas no estudo, quer a 3 dígitos quer a 4 dígitos da CNP, pode ser consultada no Anexo II. 3 NUTs conforme o Decreto-Lei n.º68/2008 de 14 de abril. 4 Apenas para o caso do subgrupo 311 e pelas razões já explanadas.
5
A55 - ASPIRANTE RESIDUAL
A66 - PRE-OFICIAL RESIDUAL
A77 - APRENDIZ RESIDUAL
D99 - ENCARREGADO GERAL
R99 - OUTROS TRABALHADORES SEM PROFISSAO ATRIBUIDA
1.3 – Indicadores de base
Na continuação da análise, procedeu-se à criação de tabelas5 compostas pelos dados
do emprego, desemprego e formação e, também, por 7 indicadores de base. Na Tabela 2 é
possível consultar os indicadores de análise utilizados e a sua fórmula de cálculo, explanados
em baixo.
Tabela 2 – Indicadores de base
Indicador Fórmula de cálculo
Taxa de variação do emprego (Ep) na profissão e na NUT (Ep08 – Ep98) / Ep98
Taxa de variação de desemprego (Dp) na profissão e na NUT (Dp08 – Dp98) / Dp98
Rácio alunos (Ap) / emprego na profissão e na NUT Ap09 / Ep08
Rácio desemprego / emprego na profissão e na NUT Dp08 / Ep08
Taxa de variação nacional do emprego na profissão (Enp) (Enp08 – Enp98) / Enp98
Quociente de localização do emprego na profissão e na NUT (Ep08 / Te08) / (Enp08 / Tne08)
Quociente de localização do desemprego na profissão (Dp08 / Ep08) / (Td08 / Te08)
a) Taxa de variação do emprego na profissão e na NUT
A taxa de variação permite a comparação, na profissão e na NUT, dos dados relativos
ao emprego em dois momentos diferentes no tempo – neste caso, 1998 e 2008.
b) Taxa de variação do desemprego na profissão e na NUT
A taxa de variação permite a comparação, quer na profissão quer na NUT, dos dados
relativos ao desemprego em dois momentos diferentes no tempo – 1998 e 2008.
c) Rácio alunos/emprego na profissão e na NUT
Este indicador apresenta a razão entre a distribuição dos alunos, inscritos em 2009 no
primeiro ano, e a distribuição do número de empregados registada em 2008. O rácio é
aplicado por profissão e para o total da NUT.
d) Rácio desemprego/emprego na profissão e na NUT
Este indicador apresenta a razão entre a distribuição do número de desempregados e a
distribuição do número de empregados, ambas registadas em 2008, na profissão e na NUT.
e) Taxa de variação nacional do emprego na profissão
5 Fez-se uma tabela para cada NUT em análise – NUT III, II e I. Os dados do emprego, desemprego e formação (alunos) variam de acordo
com a NUT em análise.
6
A taxa de variação nacional permite a comparação, na profissão, dos dados relativos
ao emprego em Portugal em dois momentos diferentes no tempo – 1998 e 2008.
f) Quociente de localização do emprego na profissão e na NUT
Este indicador efetua um quociente entre dois rácios: o primeiro relaciona o número
de empregados na profissão com o número total de empregados na NUT; o segundo relaciona
o número nacional de empregados na profissão com o número total de empregados no país.
g) Quociente de localização do desemprego na profissão
O quociente de localização do desemprego relaciona o rácio desemprego/emprego por
profissão com o total da NUT desse mesmo rácio.
1.4 – Indicadores e Ponderação
Na fundamentação da análise do “semáforo” foram criados 5 indicadores com
critérios de ponderação com igual importância numérica, os quais variam entre 0 e 2. Na
Tabela 3 apresentam-se os indicadores, a sua fórmula de cálculo e os critérios de ponderação
que, de acordo com a mesma, aqui se comentam:
a) Variação da oferta de emprego na profissão
Este indicador compara a variação do emprego na profissão (CNP) com a variação
total do emprego na NUT em análise. Em termos de ponderação, valoriza quando a variação
do emprego é superior ao total da NUT e penaliza quando esta tem valor negativo e está
abaixo da média na NUT. A ponderação intermédia acontece com uma variação abaixo da
média da NUT mas registando, ainda, um valor positivo.
b) Variação da procura de emprego não satisfeita na profissão
Em semelhança ao indicador anterior, a variação do desemprego na profissão é
medida em relação à variação total do desemprego na NUT. Este ponderador é avaliado
positivamente no caso de o desemprego na profissão ser inferior à variação total da NUT e o
inverso quando a variação na profissão apresenta valores positivos. Se a variação na profissão
for acima da média da NUT e apresentar um valor abaixo de zero a ponderação é intermédia.
c) Saturação da oferta de formação em relação à profissão
7
O indicador de saturação compara os lugares na oferta formativa com os lugares na
profissão, relacionando com o total da NUT. Este é analisado na relação entre o rácio do
número de alunos com o número de empregados (2008) em cada profissão (CNP) e entre o
rácio do total de alunos com o total de empregados na NUT. Quando o rácio na profissão é
inferior ao da NUT a avaliação é positiva, no entanto, se ultrapassar o dobro do rácio da NUT
a atribuição é negativa. A ponderação intermediária acontece quando o valor do rácio da
profissão for maior que o da NUT, contudo, de valor inferior ao seu dobro.
d) Especialização regional do emprego por profissão
A especialização regional do emprego permite entender se, na NUT em análise, existe
criação de emprego acima da média nacional, comparando a variação da oferta de emprego
na NUT com a que ocorre no país. Este indicador relaciona o rácio entre o número de
empregados na profissão e o total de empregados na NUT com o rácio entre o número de
empregados nacional na profissão e o total nacional de empregados. A ponderação é positiva
sempre que o valor do quociente entre os dois rácios for superior a 2 – querendo dizer que a
criação de emprego na NUT é acima do dobro da média nacional – e em sentido inverso
quando esta não ultrapassa a unidade – ou seja, quando não for superior à média nacional. O
valor entre 1 e 2 é, consequentemente, um valor intermédio para efeitos de ponderação.
e) Intensidade regional do desemprego por profissão
O presente indicador regista o impacto que o desemprego tem sobre o emprego na
profissão em relação à NUT, relacionando-se o rácio entre o número de desempregados e o
número de empregados na profissão com o rácio entre o total de desempregados e o total de
empregados na NUT. Em termos de critérios de ponderação, valoriza-se quando a intensidade
do desemprego na profissão é inferior ao total da NUT e penaliza-se quando é superior ao
dobro. Quando é superior ao total da NUT e inferior ao dobro, é atribuído valor intermédio.
Tabela 3 – Indicadores e critérios de ponderação
Indicador Forma de Cálculo Valor
8
Variação da oferta de
emprego na profissão
A variação do emprego na profissão
(Vep) em relação à variação total do
emprego (Vte)
Vep > Vte = 2
Vep > 0 e Vep < Vte = 1
Vep < 0 e Vep < Vte = 0
Variação da procura de
emprego não satisfeita na
profissão
A variação do desemprego na profissão
(Vdp) em relação à variação total do
desemprego (Vtd)
Vdp < Vtd = 2
Vdp > Vtd e Vdp < 0 = 1
Vdp > 0 = 0
Saturação da oferta de
formação em relação à
profissão
Rácio entre o nº de alunos e o nº de
empregados na profissão (Ap/Ep) em
relação ao rácio entre o total de alunos
e o total de empregados (At/Et)
(Ap/Ep) < (At/Et) = 2
(Ap/Ep)> (At/Et) e (Ap/Ep)< 2(At/Et) = 1
(Ap/Ep) > 2(At/Et) = 0
Especialização regional do
emprego por profissão
Quociente de localização do emprego
na profissão e na região: rácio entre o
nº de empregados na profissão e o total
de empregados (Ep/Te) sobre rácio
entre o nº de empregados nacional na
profissão e o total nacional de
empregados (Enp/Tne)
(Ep/Te)/(Enp/Tne) > 2 = 2
(Ep/Te)/(Enp/Tne) > 1 e (Ep/Te)/(Enp/Tne) < 2 = 1
(Ep/Te)/(Enp/Tne) < 1 = 0
Intensidade regional do
desemprego por profissão
Quociente de localização do
desemprego na profissão: rácio entre o
nº de desempregados e o nº de
empregados na profissão (Dp/Ep) sobre
rácio entre o total de desempregados e
o total de empregados (Td/Te)
(Dp/Ep)/(Td/Te) < 1 = 2
(Dp/Ep)/(Td/Te) > 1 e (Dp/Ep)/(Td/Te) < 2 = 1
(Dp/Ep)/(Td/Te) > 2 = 0
1.5 – Escalões e a hierarquização por cores
A soma do resultado da ponderação em cada profissão pode variar entre 0 e 10
valores, permitindo construir uma grelha de hierarquização por escalões em que cada escalão
corresponde a um intervalo de valores e a uma cor específica. Esta hierarquização por cores
permite uma leitura mais rápida, acessível a qualquer tipo de leitor, assemelhando-se à de um
semáforo de trânsito rodoviário, conforme se pode comprovar na Tabela 4.
Tabela 4 – Escalões e cores
Intervalo de valores Cores
0 – 2 Vermelho
3 – 4 Laranja
5 – 6 Amarelo
7 – 8 Verde
9 – 10 Azul
A hierarquização, portanto, estabelece-se gradualmente entre o vermelho – quando a
profissão soma uma série de ponderações negativas – e o azul – quando a profissão soma
uma série de ponderações positivas.
9
1.6 – Análise por NUT I - Continente
No que concerne à análise por NUT I, uma vez que tanto a especialização regional do
emprego como a intensidade regional do desemprego não são aplicáveis6, considera-se
apenas os indicadores: variação da oferta de emprego na profissão; variação da procura de
emprego não satisfeita na profissão; saturação da oferta de formação em relação à profissão.
Mantendo os mesmos critérios de ponderação (entre 0 e 2), o somatório, por profissão, varia
entre 0 e 6, estabelecendo uma hierarquia conforme se pode observar na Tabela 5.
Tabela 5 – Escalões e cores na NUT I
Intervalo de valores Cores
0 Vermelho
1 – 2 Laranja
3 – 4 Amarelo
5 – 6 Verde
1.7 – A análise agregada
Os perfis de saída profissional, que os cursos da oferta formativa proporcionam,
correspondem, em teoria, a uma profissão ou a um subgrupo de profissões em particular,
nomeadamente, a técnicos de nível intermédio. Contudo, na prática, a inserção dos novos
profissionais pode não corresponder diretamente às profissões ou ao subgrupo de profissões a
que se destinava a formação. De facto, não é incomum aparecerem profissionais inseridos em
profissões, que não encaixam diretamente no perfil de saída idealizado, mas que não deixam
de estar relacionadas tematicamente. Um exemplo disso são os “informáticos”, cujo curso
aponta para uma profissão ligada ao subgrupo 312 da CNP – programadores, operadores de
informática e trabalhadores similares –, mas que podem estar a trabalhar7 como diretores de
serviços de informática (123) ou como analistas de sistemas ou outros especialistas de
informática (213).
Aplicando, portanto, um princípio de agregação, efetuou-se uma análise por
profissões potencialmente ligadas tematicamente e, assim, permitir uma leitura menos
taxativa dos resultados obtidos anteriormente. Esta análise agregada realizou-se apenas para a
NUT I, com todas as especificidades metodológicas anteriormente explanadas, dando origem
a 9 áreas temáticas, cuja correspondência, em termos de subgrupos da CNP, se encontra
sistematizada na Tabela 6.
6 Salvo se fosse para comparar Portugal com outros países ou grupo de países. 7 Ou então classificados desse modo nos quadros de pessoal da organização em que desenvolvem a atividade profissional.
10
Tabela 6 – Correspondência entre áreas temáticas, alunos e empregados
Área temática Alunos Empregados
Informáticos 312 312+123+213
Comunicação e marketing 241 241+123+245+342
Técnico-artísticas 313 313+245+724+734+822+932
Comércio 341 122+123+131+342+421+522+523+911
Gestão e contabilidade 343 343+241+242+412
Secretariado 411 411+123+241+343+344
Gestão, contabilidade e secretariado 343+411 343+241+242+412+411+123+344
Criação Artística 347 347+245
Eletromecânicos 724 724+713+723+828
Para o efeito, partiu-se da correspondência efetuada no início entre cursos e profissões
para identificar os perfis de saída dos cursos de formação e, então, fazer corresponder as
profissões relacionadas tematicamente. Só no caso da área temática “Gestão, contabilidade e
secretariado” é que se optou por um perfil de saída composto devido, também, à grande
proximidade que ambas as áreas temáticas têm entre si. Como se podem observar na Tabela
6, os subgrupos não são mutuamente exclusivos, tendo-se optado por uma agregação livre
com intuito de testar este modelo de análise.
1.8 – Filtragem final
No decorrer da análise final, procedeu-se a uma filtragem dos dados na qual se
empregaram dois critérios de seleção: 1) que em cada profissão na NUT analisada existissem
alunos; 2) e que, não existindo alunos, se registassem pelo menos 50 empregados no ano de
2008. A todos os casos, cujos critérios acima não se verificaram, foi atribuída uma cor
cinzenta destacando-os do exercício analítico.
Este filtro foi aplicado com objetivo de excluir casos que pudessem enviesar a análise.
Isto é, exemplificando, quando os valores são muito baixos, ao nível do emprego e do
desemprego, e no caso de não existirem alunos, as variações percentuais muito elevadas
influenciam os ponderadores e o resultado do “semáforo” sai enviesado positivamente –
ainda que sem relevância significativa no âmbito do planeamento para a reconversão da
oferta formativa.
11
2. Resultados
Apresentam-se agora os resultados obtidos no âmbito do presente estudo, que, como
mencionado em cima, incide sobre jovens entre os 18 e os 24 anos de idade, com o 12º ano
de escolaridade. Nesta secção desenvolve-se a análise e a bateria de indicadores trabalhados,
numa lógica que parte do geral para o particular, que permite entender as conclusões a que se
chegou.
2.1 – NUT I
A análise dos principais indicadores e gráficos concernentes à NUT I – Portugal
Continental – encontra-se desenvolvida em baixo.
2.1.1 Emprego
Ao nível do país, leia-se em Portugal Continental, registaram-se, no final de 1998,
80.029 empregados jovens e 98.730 em 2008, revelando um crescimento de 23% entre estes
dois períodos. Desagregando por grandes grupos da Classificação Nacional de Profissões
(CNP), o Gráfico 1 evidencia uma grande concentração de empregados nos grupos 4 e 5 que,
juntos, contam acima de 60% dos empregados, em ambos os períodos. Os grupos 3, 7 e 9
apresentam valores similares, entre os 9% e os 10%.
Fazendo a análise comparativa da evolução do emprego, entre 1998 e 2008, destaca-
se um crescimento acentuado no Grupo 5 – 64% em relação ao período anterior e o aumento
de 37% e 15% nos grupos 7 e 3, respetivamente. No Grupo 4, verifica-se uma diminuição
residual (-0,08%), em relação ao período anterior. A configuração do emprego sofreu uma
alteração nos grupos 4 e 5, verificando-se que o grupo de profissões com mais empregados
deixa de ser o Grupo 4, em 1998, para ser o Grupo 5, em 2008.
2.1.2 Desemprego
Em matéria de desemprego, no ano de 1998 existiam 25.203 desempregados jovens
face aos 17.422 registados em 2008, o que evidencia um decréscimo de 31%, em termos
globais. Este indicador aponta para uma maior concentração nos grupos 3,4 e 5, quer em
1998 (86.6%) quer em 2008 (83.8%), e uma incidência residual nos grupos 1 (0,5%) e 6
(0,4%) em ambos os períodos.
12
Na confrontação das séries temporais, em termos de variação, destaca-se a diminuição
acentuada no Grupo 4, de 14.096 para 5.541 desempregados, representando um decréscimo
aproximado de 61%. A variação positiva observa-se nos grupos de profissões 1, 2, 4, 6 e 8,
registando aumento os grupos 3, 5, 7 e 9 – 13%, 19%, 8% e 9%, respetivamente.
Observando a importância que o desemprego tem em relação ao emprego, no Gráfico
3, destaca-se que em 1998: no Grupo 2, por cada desempregado havia um empregado, isto é,
uma relação de um para um; no Grupo 4, uma relação de 1 para 2; no Grupo 3, um para três;
e, nos grupos 5 e 6, por cada desempregado existiam 4 empregados. No ano 2008, o impacto
do desemprego no emprego estabelece, nos grupos 2 e 3, uma relação de três empregados por
cada desempregado – um para três – e, no Grupo 4, de um desempregado para 4 empregados.
Quando se comparam os rácios do desemprego em 1998 e 2008, em termos globais,
evidencia-se uma redução de 43,9% – passando de uma relação de um para três para uma
relação de um para seis, aproximadamente. Quando se desagrega por grupos de profissões,
denota-se um decréscimo em todos os grupos com exceção do Grupo 9, em que o rácio do
desemprego aumentou 10,26%. Os grupos com as maiores reduções foram: o Grupo 2
(76,8%); o Grupo 1 (62,7%); e os Grupos 4 e 6 (ambos com 57,2%).
2.1.3 Formação
No que diz respeito a formação, como se pode observar no Gráfico 4, a maioria dos
alunos (66,9%) inscritos no primeiro ano, em 2009, encontram-se em cursos8 diretamente
orientados para as profissões do Grupo 3, num universo de 47.678 alunos. Os alunos em
cursos orientados para as profissões do Grupo 5 representam 18,9%, 5,34% as do Grupo 4 e
as do Grupo 2 cerca de 5,02%. Não existem cursos orientados para os grupos 1 e 9.
O cruzamento do número de alunos com o número de empregados gera um rácio que
ajuda a entender a adequação da oferta formativa aos lugares de emprego. O Gráfico 5
permite visualizar esta relação e denotar que, em primeiro lugar, não existe oferta formativa
para as profissões dos grupos 1, 89 e 9. Em segundo, que a oferta formativa, no Grupo 3, é
3,5 vezes superior ao emprego que está a ser gerado, assim como no Grupo 2 – com uma
relação aproximada dos 2 para 1. Em terceiro lugar, por contraposição ao anterior, a relação
entre alunos e empregados é de 1 aluno para cada 10 empregados nos grupos 4 e 7, e de 1
8 Os cursos, aqui referidos de forma genérica, incluem os cursos de educação e formação, os cursos profissionais, os de hotelaria e turismo e
os do sistema de aprendizagem. 9 No Grupo 8 existem alunos em cursos vocacionados para profissões do mesmo, contudo o peso deste Grupo no número total de alunos é
residual – 31 alunos que representam 0,07% da oferta formativa.
13
para 4 no Grupo 5. No Grupo 6, a relação é de um aluno para um empregado,
aproximadamente10
.
2.1.4 Análise Integrada
A interação entre a formação, emprego e desemprego torna possível olhar, de forma
integrada, para as dinâmicas de cada grupo de profissões. Conforme se pode observar na
Tabela 1, e de acordo com um código de cores11
– tipo semáforo rodoviário – aplicado a cada
grupo de profissões, denotamos que, em Portugal, o Grupo 1 e o Grupo 8 estão assinalados a
verde, uma vez que não existe oferta formativa para um número significativo de empregados
e com a variação positiva do emprego e negativa do desemprego.
O Grupo 3 está assinalado a laranja com um excesso de oferta formativa
comparativamente ao número de empregos disponíveis – apesar de a variação ser positiva – e
à variação positiva do desemprego. No caso do Grupo 9, também assinalado a laranja, não
existem cursos diretamente vocacionados para este tipo de profissões não qualificadas,
acrescentando uma variação negativa do emprego e uma positiva do desemprego.
Nos grupos de profissões assinaladas a cor amarela ocorrem várias dinâmicas: Os
grupos 2 e 6 apresentam uma oferta formativa excessiva mas têm a variação de emprego a
aumentar e a variação do desemprego a diminuir; o Grupo 4 evidencia um desajuste na oferta
formativa, com o emprego a diminuir e o desemprego, também, a diminuir; Os grupos 5 e 7,
registam falta de oferta formativa com a variação do emprego e do desemprego a aumentar.
10 O valor do rácio é 1,27. 11 Detalhes da hierarquização de cores no capítulo da metodologia pág.6.
CNP - Profissões Alunos 2009 Emprego
2008 Variação Emprego
Rácio Alunos/Emprego
Desemprego 2008
Variação Desemprego
Grupo 1 - Quadros Superiores da Administração Pública, Dirigentes e Quadros Superiores de Empresa
0 1718 0,08 0,00 31 -0,60
Grupo 2 - Especialistas das Profissões Intelectuais e Científicas
2394 1264 0,59 1,89 360 -0,63
Grupo 3 - Técnicos e Profissionais de Nível Intermédio 31936 9079 0,15 3,52 3197 0,13
Grupo 4 - Pessoal Administrativo e Similares 2546 24267 -0,08 0,10 5541 -0,61
Grupo 5 - Pessoal dos Serviços e Vendedores 9006 36819 0,64 0,24 5859 0,19
Grupo 6 - Agricultores e Trabalhadores Qualificados da Agricultura e Pescas
635 501 0,82 1,27 46 -0,22
Grupo 7 - Operários, Artífices e Trabalhadores Similares 1130 9873 0,37 0,11 770 0,08
Grupo 8 - Operadores de Instalações e Máquinas e Trabalhadores da Montagem
31 5754 0,49 0,01 498 -0,04
Grupo 9 - Trabalhadores Não Qualificados 0 9455 -0,01 0,00 1120 0,09
TOTAL 47678 98730 0,23 0,48 17422 -0,31
14
2.1.5 NUT I – Análise a 3 dígitos da CNP
Tabela 2 – Análise Cromática para a NUT I, por profissão a 3 dígitos da CNP
CNP - Profissões NUT I
CNP - Profissões NUT I
CNP - Profissões NUT I
112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a)
332 - EDUCADORES DE INFANCIA 4
732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES
4
114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS
a)
333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a)
733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES
a)
121 - DIRETORES GERAIS a)
339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
5
734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES
4
122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES
4
341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS
1
741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES
4
123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS 5
342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES 6
742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES
4
131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS
3
343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO
4
743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES
4
211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES
a)
344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES
6
744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO
3
212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES
a)
345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES
a)
745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA
a)
213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA 4
347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO
3
811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS
a)
214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES
a)
411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO
5
812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS
a)
221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a)
412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS
4
813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES
4
222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS
a)
413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES
4
814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL
5
223 - ENFERMEIROS a)
414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES
2
815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS
6
232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO
a)
419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
5
816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES
4
235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES
6
421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 6
817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS
4
241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS
4
422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS
6
821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS
4
242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS
a)
511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES
4
822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS
4
243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES
4
512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO
4
823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA
4
244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS
6
513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES
4
824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA
a)
245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES 3
514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES
2
825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL
4
246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS
a)
516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA
3
826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO
4
247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
a)
521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a)
827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES
6
3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 1 522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 4 828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM 3
3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 3
523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS
6
829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM
4
3113 - TEC DE ELETRICIDADE 2
611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS
4
831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES
2
612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS
3
832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR 5
3115 - TEC DE RELOJOARIA a)
613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS
5
833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS
2
3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL
2
614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES
4
834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES
2
3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES
2
615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS
a)
911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES
4
3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
2
711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA
6
912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES
a)
312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES
0
712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS
4
913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES
5
313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS
3
713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS
4
914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES
4
314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS
6
714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES
6
915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES
3
315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE
2
721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES
5
916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES
5
321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE
1
722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES
4
921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS
6
322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS
3
723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS
4
931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS
4
324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL
a)
724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS
1
932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA
2
331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO
a)
731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS
4
933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES
4
Ao desagregar-se a análise de Portugal Continental para 3 dígitos da CNP, observa-se,
do ponto de vista da oferta formativa, diversas diferenciações, em termos de análise
15
cromática. Tratando-se esta de uma análise com base em vários indicadores, toma-se por
referência a oferta formativa, dando conta dos principais desajustes observados.
De acordo com a Tabela 2, no que diz respeito a desajustamentos por excesso de
oferta formativa, destaca-se a profissão 312. Acrescentam-se profissões com uma relação
entre alunos e emprego acima dos 10 alunos por empregado, que listam: 321 (17 para 1); 313
(14 para 1); 3116 (12 para 1); 3113 (11 para 1).
Nos estrangulamentos da oferta formativa, existem profissões como, por exemplo, a
411, 419, 913, 422 e 421 que, existindo pouca ou nenhuma oferta diretamente vocacionada,
apresentam mais de mil empregados, e variações positivas no emprego e negativa no
desemprego.
No caso da profissão 724, existindo um grande desajuste, este não tanto criado pela
oferta formativa, mas pela variação negativa do emprego nesta profissão (-35%) e a variação
positiva do desemprego – ainda que ténue (3%).
2.2 – NUT II
Fazendo-se uma análise comparativa entre as regiões do país – Norte, Centro, Lisboa,
Alentejo e Algarve – denota-se uma maior aglomeração nas profissões dos grupos 3, 4 e 5 da
CNP, segundo a Tabela 3. Numa primeira instância, observa-se uma maior concentração no
grupo 3 de casos a vermelho e laranja – revelando maiores incidências de excesso de oferta
formativa – e uma maior regularidade em casos a azul, verde e amarelo nos grupos 4 e 5 –
demonstrando falta de oferta. As regiões do Alentejo e Algarve, relativamente aos grupos de
profissões 7, 8 e 9, são quase inexistentes, sendo que as regiões Norte, Centro e Lisboa
mostram uma predominância de casos a azul e verde.
Verifica-se, em termos de excesso de oferta formativa, que, em todas as regiões, as
profissões 3111 e 312 apresentam fortes desajustes. Por outro lado, no que diz respeito à falta
de oferta formativa, destacam-se as profissões 421 e 512.
16
Tabela 3 – Análise Cromática para as NUT II, por profissão a 3 dígitos da CNP
CNP - Profissões NORTE Centro Lisboa Alentejo Algarve
CNP - Profissões NORTE Centro Lisboa Alentejo Algarve
112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a) a)
514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES
2 3 3 2 4
114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS
a) a) a) a) a)
516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA
5 6 6 4 4
121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a) a) 521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a) a)
122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES 7 a) 6 a) a) 522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 7 6 8 6 6
123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a) a)
523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS
9 a) 9 a) a)
131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS 7 6 7 a) a)
611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS
3 6 7 7 7
211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)
612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS
a) a) 6 7 a)
212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)
613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS
a) a) a) 8 a)
213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a) a) 8 a) a)
614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES
0 a) 6 a) a)
214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES
a) a) a) a) a)
615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS
a) a) a) a) a)
221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a) a)
711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA
a) a) a) a) a)
222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS
a) a) a) a) a)
712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS
7 8 6 a) a)
223 - ENFERMEIROS a) a) a) a) a)
713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS
7 8 5 a) 7
232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a) a)
714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES
9 a) 7 a) a)
235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES 9 a) 9 a) a)
721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES
9 7 6 a) a)
241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 5 4 7 5 7
722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES
7 7 6 a) a)
242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a) a)
723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS
6 8 7 a) a)
243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES 7 2 a) a) a)
724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS
3 8 2 8 4
244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS 5 a) 7 a) a)
731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS
6 a) 5 a) a)
245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES 5 0 4 a) a)
732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES
a) 9 a) a) a)
246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS
a) a) a) a) a)
733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES
a) a) a) a) a)
247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
a) a) a) a) a)
734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES
9 a) 7 a) a)
3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 2 1 1 2 2
741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES
7 9 6 8 a)
3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 5 4 4 4 4
742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES
7 9 8 a) a)
3113 - TEC DE ELETRICIDADE 5 4 3 4 5
743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES
7 7 6 a) a)
3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 4 4 6 2 a)
744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO
8 a) a) a) a)
3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a) a)
745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA
a) a) a) a) a)
3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 4 3 1 3 3
811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS
a) a) a) a) a)
3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 4 2 1 2 4
812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS
a) a) a) a) a)
3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
5 3 2 6 6
813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a)
312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 0 2 2 2
814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL
7 a) 4 a) a)
313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS
3 3 3 0 0
815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS
8 7 8 a) a)
314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS a) a) a) a) a)
816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES
7 7 7 a) a)
315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE 4 4 2 4 a)
817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS
8 a) a) a) a)
321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE 2 3 1 3 a)
821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS
7 7 6 a) a)
322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS
4 5 7 7 a)
822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS
6 8 6 a) a)
324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a) a)
823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA
7 6 8 a) a)
331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO
a) a) a) a) a)
824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA
a) a) a) a) a)
332 - EDUCADORES DE INFANCIA a) a) 7 a) a)
825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL
7 a) 5 a) a)
333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a) a)
826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO
8 9 a) a) a)
339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE 6 a) 8 a) a)
827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES
8 7 9 a) a)
341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS
0 3 4 1 2
828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM 4 7 3 a) a)
342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) 9 a) a)
829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM
9 8 6 a) a)
17
343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO
7 5 6 7 6
831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES
a) a) 8 a) a)
344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES
9 a) 4 a) a)
832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR
7 8 6 a) a)
345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a) a)
833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS
6 a) 6 a) a)
347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO
4 4 2 a) 5
834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES
a) a) 2 a) a)
411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO
6 6 9 5 3
911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES
6 10 7 a) a)
412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS
4 4 5 4 4
912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES
a) a) a) a) a)
413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES 7 5 7 6 5
913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES
6 7 6 9 7
414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES 2 3 3 a) a)
914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES
7 a) 6 a) a)
419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
7 6 9 5 6
915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES
4 5 7 a) 6
421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 8 8 8 6 9
916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES
a) a) a) a) a)
422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS 7 6 9 8 6
921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS
a) a) 8 a) a)
511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES
a) a) 8 a) a)
931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS
6 6 6 8 7
512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 6 7 7 8 8
932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA
7 4 3 3 a)
513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES
5 4 5 6 6
933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES
6 a) 7 a) a)
2.3 – NUT III
Na sequência da análise, avança-se para uma desagregação a NUT III, dando conta
das especificidades de cada uma por região (NUT II), de forma a entender eventuais
desajustamentos da oferta formativa, quer por excesso quer por ausência.
2.3.1 – Região Norte
Tabela 4 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão nos grupos 1 e 2 da CNP
CNP - Profissões Alto Trás-
os-Montes
Ave Cávado Douro Entre
Douro e Vouga
Grande Porto
Minho Lima
Tâmega
112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a) a) a) a) a)
114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS a) a) a) a) a) a) a) a)
121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a) a) a) a) a)
122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a) a) a) a) a)
131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS a) 7 6 a) a) 7 a) 7
211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a) a) a) a) a) a) a) a)
214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a) a) a) a) a)
222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS a) a) a) a) a) a) a) a)
223 - ENFERMEIROS a) a) a) a) a) a) a) a)
232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a) a) a) a) a)
235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 3 3 4 3 5 5 4 5
242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a) a) a) a) a)
243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES
a) a) 5 0 a) a) a) 0
244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS a) a) a) a) a) a) a) 5
245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES a) a) a) a) a) a) a) a)
246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS a) a) a) a) a) a) a) a)
247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
a) a) a) a) a) a) a) a)
Conforme se pode observar na Tabela 4, no que diz respeito às profissões que se
enquadram nos grupos 1 e 2 da CNP, podemos observar que os principais constrangimentos –
a vermelho – encontram-se na profissão 243 nas sub-regiões do Douro e do Tâmega, por
18
excesso de oferta formativa, isto é, existem mais alunos que empregados na profissão. Do
mesmo modo, nas profissões 241, 243 e 244, registam-se desajustamentos em todas as NUT
III por excesso de oferta formativa – em que no caso da profissão 243 da sub-região do
Cávado se atinge um rácio de 20 alunos para 1 empregado. Relativamente à profissão 131, no
Ave, Cávado, Grande Porto e Tâmega, o desajustamento deve-se à falta de oferta formativa
com emprego a crescer e desemprego a diminuir.
Na Tabela 5 são analisadas as dinâmicas nas profissões do Grupo 3 da CNP, em que,
no caso da profissão 311, a análise é aprofundada aos 4 dígitos de classificação12
. Na região
Norte, este grupo de profissões evidencia problemas de ajustamento – na sua maioria por
excesso de oferta formativa –, em termos gerais, comprovado pelo cenário de vermelhos,
laranjas e amarelos que a tabela mostra nas várias profissões e nas várias sub-regiões. É
possível, então, verificar que os principais desajustamentos, por excesso de oferta formativa,
encontram-se assinalados a vermelho, dos quais se destaca: a profissão 312, com cenário
negativo em todas as NUT III da Região Norte; e as profissões 341, 313, 321 com
desajustamentos dessa natureza em mais de metade das sub-regiões. As profissões que
parecem abrir oportunidades são: as 3112 e 347, em Alto Trás-os-Montes; as 3112, 343 e 344
no Grande Porto, e a 343 em Minho Lima. As restantes apresentam, na sua maioria,
desajustamentos por excesso de oferta formativa.
Tabela 5 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão no grupo 3 da CNP
CNP - Profissões
Alto Trás-os-
Montes
Ave Cávado Douro
Entre Douro
e Vouga
Grande Porto
Minho Lima
Tâmega
3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 2 2 2 3 4 2 4 a)
3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 10 a) 4 2 4 7 5 a)
3113 - TEC DE ELETRICIDADE 5 4 6 4 3 6 3 4
3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 3 0 5 4 2 4 4 0
3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a) a) a) a) a)
3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 2 5 4 4 2 0 a) 3
3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 2 2 4 3 6 5 2 6
3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
2 6 5 a) 2 4 5 6
312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 1 1 0 1 2 2 1
313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 1 2 5 0 5 0 2 5
314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS a) a) a) a) a) a) a) a)
315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE a) a) 8 a) 5 3 a) a)
321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE 3 5 0 a) 2 0 1 2
322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS 4 5 2 2 4 6 1 5
324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a) a) a) a) a)
331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a) a) a) a) a) a) a) a)
332 - EDUCADORES DE INFANCIA a) a) a) a) a) a) a) a)
333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a) a) a) a) a)
339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a) a) a) a) a)
341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS 1 1 0 2 4 1 0 1
342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) a) a) a) a) a) a)
343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO 4 3 5 3 6 7 7 6
344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) 7 a) a)
345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a) a) a) a) a)
347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO 8 4 6 4 2 4 5 6
12 Os motivos da análise a 4 dígitos encontram-se explanado no capítulo metodológico, no ponto 1.1.
19
No que diz respeito aos grupos 4 e 5 da CNP, o cenário cromático aponta para um
desajustamento menor, em relação ao grupo anterior, e uma janela de oportunidades mais
ampla – como se pode observar na Tabela 6. Os constrangimentos registam-se nas profissões
411 (Entre Douro e Vouga), 514 (Ave, Entre Douro e Vouga e Grande Porto) e 516 (Alto
Trás-os-Montes), por excesso de oferta formativa.
Tabela 6 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão nos grupos 4 e 5 da CNP
Relativamente à falta de oferta formativa, entre outras, destaca-se a profissão 421 –
assinalada a azul em Alto Trás-os-Montes e Cávado e a verde em Entre Douro e Vouga,
Grande Porto, Minho Lima e no Tâmega (sete das 9 NUT III do Norte) – e a profissão a 422
que se encontra a verde em quatro sub-regiões – Cávado, Douro, Grande Porto e Tâmega. A
sub-região do Grande Porto é a que apresenta um maior deficit de oferta formativa em boa
parte das profissões, enfatizando-se sobretudo as que estão assinaladas a verde.
Na região Norte, as profissões dos grupos 6 e 7 que, segundo a Tabela 7, revelam
excesso de oferta formativa e estão assinaladas a vermelho são: a 611 (Alto Trás-os-Montes,
Ave, Cávado e Tâmega); a 614 (Douro); a 724 e a 733 (Alto Trás-os-Montes). Os
desajustamentos por falta de oferta formativa, assinalados a azul e a verde, estão
concentrados nas profissões do grupo 7, nesta tabela, e listam-se: 712 (Cávado e Tâmega);
713 (Cávado); 721 (Ave, Entre Douro e Vouga e Grande Porto); 722 (Ave, Cávado e Entre
Douro e Vouga); 724 (Douro e Entre Douro e Vouga); 742 e 744 (Entre Douro e Vouga e
Tâmega); 743 (Ave, Cávado, Entre Douro e Vouga, Minho Lima e Tâmega) – sendo esta a
profissão que maior necessidade de oferta formativa demonstra.
CNP - Profissões Alto
Trás-os-Montes
Ave Cávado Douro Entre
Douro e Vouga
Grande Porto
Minho Lima
Tâmega
411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO
4 6 4 4 2 6 6 7
412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS 4 4 5 4 4 4 4 6
413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES a) 6 6 a) 5 7 8 6
414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) 4 a) a)
419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) 7 7 a) 5 8 a) 6
421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 9 6 9 a) 8 8 7 7
422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS a) 3 7 7 4 8 5 8
511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 8 4 6 7 5 6 6 6
513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) 5 4 a) 5 5 6 5
514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES 4 3 4 3 2 2 3 3
516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA 2 a) a) a) a) 4 a) a)
521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a) a) a) a) a)
522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 6 6 6 5 6 7 7 6
523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS a) a) a) a) a) a) a) a)
20
Tabela 7 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão nos grupos 6 e 7 da CNP
Por último, a Tabela 8 dá conta das dinâmicas que ocorrem nas profissões dos grupos
8 e 9, ressalvando, em primeiro lugar, que não há cursos diretamente vocacionados para estas
profissões. O desajuste na oferta formativa acontece por excesso no caso da profissão 833 em
Alto Trás-os-Montes. Na região Norte, o Grande Porto regista uma maior incidência de falta
de oferta formativa.
Tabela 8 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão nos grupos 8 e 9 da CNP
CNP - Profissões Alto
Trás-os-Montes
Ave Cávado Douro Entre
Douro e Vouga
Grande Porto
Minho Lima
Tâmega
611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS 0 2 2 6 a) a) 5 0
612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a) a) a) a)
613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a) a) a) a)
614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES a) a) a) 0 a) a) a) a)
615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS a) a) a) a) a) a) a) a)
711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA
a) a) a) a) a) a) a) a)
712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) 10 a) a) 6 a) 8
713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS a) a) 8 a) a) 6 a) a)
714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES
a) 10 a) a) 10 7 a) a)
722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) 8 9 a) 8 6 a) a)
723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS a) a) a) a) a) 6 a) a)
724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS 1 a) 6 9 7 4 4 a)
731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS
a) a) a) a) a) 4 a) a)
732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES 0 a) a) a) a) a) a) a)
734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES
a) a) a) a) a) 6 a) a)
742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES a) a) a) a) 7 a) a) 8
743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES a) 8 7 a) 8 4 8 10
744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a) a) a) a) 8 a) a) 7
745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA a) a) a) a) a) a) a) a)
CNP - Profissões Alto
Trás-os-Montes
Ave Cávado Douro Entre
Douro e Vouga
Grande Porto
Minho Lima
Tâmega
811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS a) a) a) a) a) a) a) a)
812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a) a) a) a) a) a) a) a)
813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL a) 6 a) a) a) a) a) a)
815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS a) a) a) a) a) 9 a) a)
816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS a) a) a) a) a) 6 a) a)
821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS a) a) a) a) a) 7 a) a)
822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS a) a) a) a) a) a) a) a)
823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA a) a) a) a) 8 6 6 a)
824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA a) a) a) a) a) a) a) a)
825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL a) a) a) a) a) 7 a) a)
826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO a) 7 8 a) a) 7 8 a)
827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES a) a) a) a) a) 8 a) a)
828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) 6 a) a) 6 a) a)
829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) a) a) a) 9 6 a)
831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR a) a) a) a) a) 5 a) a)
833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS 1 a) a) a) a) a) a) a)
834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) 6 a) a)
912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES a) 6 6 a) a) 6 a) a)
914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES a) a) 3 a) a) 7 a) a)
916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)
921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS a) a) a) a) a) a) a) a)
931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a) a) 7 a) 9
932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA a) 6 5 a) 5 4 4 7
933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES a) a) a) a) a) a) a) a)
21
2.3.2 – Região Centro
No que concerne as profissões dos grupos 1 e 2 da CNP, a região centro apresenta na
Beira Interior Norte e no Pinhal Litoral os casos mais acentuados de excesso de oferta
formativa nas profissões 241, 243 e 245, conforme se observa na Tabela 9. Em termos de
falta de oferta formativa, evidencia-se a profissão 241 na sub-região Dão Lafões, sendo a
única neste conjunto de grupos de profissões.
Tabela 9 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão nos grupos 1 e 2 da CNP
CNP - Profissões Baixo
Mondego Baixo Vouga
Beira Interior Norte
Beira Interior
Sul
Cova da Beira
Dão Lafões
Pinhal Interior Norte
Pinhal Interior
Sul
Pinhal Litoral
Serra da Estrela
112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
223 - ENFERMEIROS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 4 6 2 a) a) 7 4 a) 2 a)
242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES
a) a) a) a) a) a) a) a) 1 a)
244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES a) a) 0 a) a) a) a) a) a) a)
246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
Na região Centro, os desajustamentos no grupo 3 por excesso de oferta formativa, na
análise cromática, ficam evidentes na Tabela 10, destacando-se a profissão 312 assinalada a
vermelho em todas as sub-regiões, com exceção de Pinhal Interior Norte – a laranja. A oferta
formativa em excesso é uma das características deste grupo, quer na distribuição por NUT
III, quer na distribuição das profissões. Por outro lado, no caso da profissão 3118, em Dão
Lafões, e da 341 em Baixo Vouga regista-se falta de oferta formativa. No caso das profissões
3111 (Dão Lafões), 343 (Pinhal Interior Norte) e 347 (Pinhal Litoral), apesar de assinaladas a
verde verifica-se uma saturação na oferta formativa.
Tabela 10 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão no grupo 3 da CNP
CNP - Profissões Baixo
Mondego Baixo Vouga
Beira Interior Norte
Beira Interior
Sul
Cova da
Beira
Dão Lafões
Pinhal Interior Norte
Pinhal Interior
Sul
Pinhal Litoral
Serra da
Estrela
3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 4 2 0 0 4 7 1 a) 5 0
3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL a) a) a) a) 5 3 5 a) 6 a)
3113 - TEC DE ELETRICIDADE 6 5 1 3 3 0 2 a) 5 2
3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 4 5 a) 1 1 1 2 a) 6 2
3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 5 3 0 a) 0 a) a) a) 3 a)
3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 2 2 a) 3 3 8 3 a) 2 a)
3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E 4 4 2 0 a) 4 1 0 5 3
22
TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 1 1 1 0 2 3 0 0 0
313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 6 3 5 0 4 4 0 a) 4 a)
314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS
a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE
a) 5 a) a) a) a) a) a) a) a)
321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE a) a) a) a) 2 5 0 a) a) a)
322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS 5 4 5 a) a) 3 a) a) a) 5
324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
332 - EDUCADORES DE INFANCIA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS
2 7 a) 0 2 1 2 a) 3 a)
342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO 1 6 a) 0 4 5 7 4 4 0
344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES
a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO 6 a) a) a) 1 a) a) a) 7 0
Na Tabela 11, reportando aos grupos 4 e 5 da CNP, as principais profissões em que a
oferta formativa é excessiva são a 411 (Serra da Estrela) e a 514 (Pinhal Interior Sul e Serra
da Estrela). Em contrapartida, estes dois grupos são caracterizados por uma grande falta de
oferta formativa nas profissões: 411 (Baixo Mondego); 413 (Baixo Vouga, Dão Lafões e
Pinhal Litoral); 421 (Baixo Mondego e Pinhal Litoral); 422 (Serra da Estrela); 512 (Baixo
Mondego; Beira Interior Norte; Cova da Beira e Dão Lafões); 513 (Dão Lafões); 522 (Baixo
Mondego e Cova da Beira).
Tabela 11 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão nos grupos 4 e 5 da CNP
CNP - Profissões Baixo
Mondego Baixo Vouga
Beira Interior Norte
Beira Interior
Sul
Cova da Beira
Dão Lafões
Pinhal Interior Norte
Pinhal Interior
Sul
Pinhal Litoral
Serra da Estrela
411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO 7 6 6 a) 4 4 a) a) 6 2
412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS 4 4 a) a) a) 5 5 a) 5 a)
413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES 6 7 a) a) a) 7 a) a) 7 a)
414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) 5 a) a) a) a) a) a) 5 a)
421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 8 6 a) a) a) 9 a) a) 7 a)
422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS 6 6 a) a) a) 6 a) a) 5 8
511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 7 5 8 6 7 7 6 a) 6 4
513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) 8 a) a) 6 a)
514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES 3 3 5 4 4 4 5 0 3 1
516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA 4 a) a) a) a) a) 5 a) a) a)
521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 8 6 3 6 7 5 6 a) 6 a)
523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
A oferta formativa em excesso nos grupos 6 e 7 é evidente na Tabela 12,
principalmente, no Baixo Mondego para a profissão 611 e na Beira Interior Sul para a
profissão 724. Quanto à falta de oferta formativa, verifica-se, principalmente, na sub-região
de Pinhal Litoral – nas profissões 712, 713, 722, 723 e 724 – e nas sub-regiões do Baixo
Mondego (724), Baixo Vouga (721, 722 e 741) e Dão Lafões (724 e 743).
23
Tabela 12 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão nos grupos 6 e 7 da CNP
CNP - Profissões Baixo
Mondego Baixo Vouga
Beira Interior Norte
Beira Interior
Sul
Cova da Beira
Dão Lafões
Pinhal Interior Norte
Pinhal Interior
Sul
Pinhal Litoral
Serra da Estrela
611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS 1 6 3 a) a) 4 a) a) a) a)
612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a) a) a) a) a) 9 a)
713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS a) a) a) a) a) a) a) a) 7 a)
714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES a) 10 a) a) a) a) a) a) a) a)
722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) 8 a) a) a) a) a) a) 9 a)
723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS a) a) a) a) a) a) a) a) 8 a)
724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS 9 3 a) 1 a) 9 a) a) 9 a)
731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES 6 10 a) a) a) a) a) a) a) a)
742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES a) 8 a) a) a) a) a) a) a) a)
743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) 8 a) a) a) a)
744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
Regista-se, como anteriormente, que não existe oferta formativa diretamente
vocacionada para as profissões dos grupos 8 e 9 da CNP. Por isso, a Tabela 13 ilustra esse
facto – uma falta de oferta formativa – na sub-região do Baixo Mondego (913), no Baixo
Vouga (828), em Dão Lafões (931) e no Pinhal Litoral (823 e 931).
Tabela 13 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão nos grupos 8 e 9 da CNP
CNP - Profissões Baixo
Mondego Baixo Vouga
Beira Interior Norte
Beira Interior
Sul
Cova da Beira
Dão Lafões
Pinhal Interior Norte
Pinhal Interior
Sul
Pinhal Litoral
Serra da Estrela
811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA a) a) a) a) a) a) a) a) 7 a)
824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM a) 8 a) a) a) a) a) a) a) a)
829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) 6 a) a) a) a) a) a)
912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES 7 a) a) a) a) a) a) a) a) a)
914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES 6 a) a) a) a) a) a) a) 6 a)
916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a) a) 8 a) a) 7 a)
932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA 4 6 a) a) a) 6 a) a) 3 a)
933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)
24
2.3.3 Região Lisboa
Como se pode observar na Tabela 14, a região de Lisboa, relativamente às dinâmicas
da oferta formativa nos grupos 1 e 2 da CNP, aponta para um excesso de oferta na profissão
241 – mesmo no caso da Grande Lisboa – em que a sub-região Médio Tejo é a que apresenta
a pior articulação de indicadores. No caso de necessidade de oferta formativa, a Grande
Lisboa (131, 213 e 241) e a Península de Setúbal (131) são as sub-regiões a assinalar, neste
grupo de profissões.
Tabela 14 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão nos grupos 1 e 2 da CNP
Quanto ao grupo 3 da CNP, regista-se um excesso de oferta formativa, sobretudo, nas
profissões 312, 321 e 341, conforme a Tabela 15. As sub-regiões da Grande Lisboa, da
Lezíria do Tejo e do Oeste são onde se verifica maior incidência do excesso de oferta
formativa. Por oposição, a falta de oferta formativa é menor, em comparação com o excesso,
e observa-se, especialmente, na Grande Lisboa (332 e 339) e na Península de Setúbal (322).
Tabela 15 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão no grupo 3 da CNP
CNP - Profissões Grande Lisboa
Lezíria do
Tejo
Médio Tejo
Oeste Península
de Setúbal
112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a) a)
114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS a) a) a) a) a)
121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a) a)
122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES 6 a) a) a) a)
123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a) a)
131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS 8 a) a) a) 7
211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)
212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)
213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA 9 a) a) a) a)
214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)
221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a) a)
222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS a) a) a) a) a)
223 - ENFERMEIROS a) a) a) a) a)
232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a) a)
235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES a) a) a) a) a)
241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 7 4 2 6 6
242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a) a)
243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES
a) a) a) a) a)
244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS a) a) a) a) a)
245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES 4 a) a) a) a)
246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS a) a) a) a) a)
247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
a) a) a) a) a)
CNP - Profissões Grande Lisboa
Lezíria do
Tejo
Médio Tejo
Oeste Península
de Setúbal
3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 1 6 1 1 3
3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 4 a) 4 a) a)
3113 - TEC DE ELETRICIDADE 4 5 2 2 4
3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 6 0 a) a) 3
3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a) a)
3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 2 a) 3 a) 2
3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 1 2 4 1 4
3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
2 2 6 a) 3
312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 2 3 2 1
313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 3 6 3 3 6
314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS a) a) a) a) a)
315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE 3 a) a) a) a)
25
Da análise da Tabela 16 é possível constatar que a oferta formativa em excesso, no
respeitante aos grupos 4 e 5, incide na profissão 514 nas sub-regiões Lezíria do Tejo e Médio
Tejo. Voltando para a falta de oferta formativa, destaca-se a profissão 522 assinalada em
todas as sub-regiões de Lisboa. Evidencia-se, ainda, maior falta de oferta formativa na
Grande Lisboa (411, 419, 422 e 511), Lezíria do Tejo (512), Médio Tejo (413, 421, 422 e
512), Oeste (411, 419, 421 e 513) e Península de Setúbal (411, 419, 421 e 512).
Tabela 16 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão nos grupos 4 e 5 da CNP
CNP - Profissões Grande Lisboa
Lezíria do
Tejo
Médio Tejo
Oeste Península
de Setúbal
411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO 9 4 a) 7 9
412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS 5 5 5 6 4
413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES 5 5 8 5 4
414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES 3 a) a) a) a)
419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE 7 a) a) 7 8
421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 6 a) 8 7 9
422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS 9 a) 7 6 5
511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES 8 a) a) a) a)
512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 6 7 8 6 7
513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES 5 a) a) 8 6
514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES 3 2 2 3 3
516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA 5 a) 9 a) a)
521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a) a)
522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 7 8 8 8 8
523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS 9 a) a) a) a)
A análise na região de Lisboa, no que concerne ao excesso de oferta formativa nos
grupos 6 e 7 da CNP (ver Tabela17), evidencia a Grande Lisboa com os principais
constrangimentos neste campo, nas profissões 614 e 724. Os desajustamentos por falta de
oferta formativa estão, sobretudo, na Grande Lisboa (722, 723, 741 e 743) e na Península de
Setúbal (712, 713, 721 e 722).
Tabela 17 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão nos grupos 6 e 7 da CNP
CNP - Profissões Grande Lisboa
Lezíria do
Tejo
Médio Tejo
Oeste Península
de Setúbal
611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS a) a) 5 7 a)
612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS 3 a) 6 a) a)
613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a)
614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES 2 a) a) a) a)
615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS a) a) a) a) a)
711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA a) a) a) a) a)
712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS 6 a) a) a) 7
713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS 4 a) a) a) 7
714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES 5 a) a) a) a)
721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB 5 a) a) a) 8
321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE 1 2 a) 1 2
322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS 9 a) a) 6 7
324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a) a)
331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a) a) a) a) a)
332 - EDUCADORES DE INFANCIA 7 a) a) a) a)
333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a) a)
339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE 8 a) a) a) a)
341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS 4 0 2 0 2
342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) a) a) a)
343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO 4 4 7 6 6
344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES 4 a) a) a) a)
345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a) a)
347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO 2 a) a) a) a)
26
SIMILARES
722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES 7 a) a) a) 7
723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS 7 a) a) a) a)
724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS 2 6 3 6 4
731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS 4 a) a) a) a)
732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)
733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES a) a) a) a) a)
734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES 5 a) a) a) a)
741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES 7 8 a) 6 a)
742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES a) a) a) a) a)
743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES 8 a) a) a) 5
744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a) a) a) a) a)
745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA a) a) a) a) a)
Quanto às profissões dos grupos 8 e 9, conforme se observa na Tabela 18, verifica-se
um excesso de oferta formativa somente na profissão 834 na Grande Lisboa, uma vez que é a
única que regista alunos. No caso de falta de oferta formativa, denota-se, destacadamente, as
sub-regiões Grande Lisboa (828, 829, 911, 913, 915 e 933) e Península de Setúbal (827, 913
e 931), como sendo as que agregam as maiores necessidades a este nível.
Tabela 18 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão nos grupos 8 e 9 da CNP
CNP - Profissões Grande Lisboa
Lezíria do
Tejo
Médio Tejo
Oeste Península
de Setúbal
811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS a) a) a) a) a)
812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a) a) a) a) a)
813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a)
814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL a) a) a) a) a)
815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS 6 a) a) a) a)
816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)
817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS a) a) a) a) a)
821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS a) a) a) a) a)
822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS a) a) a) a) a)
823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA a) a) a) a) a)
824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA a) a) a) a) a)
825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL 6 a) a) a) a)
826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO a) a) a) a) a)
827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES a) a) a) a) 9
828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM 7 a) a) a) 5
829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM 7 a) a) a) a)
831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)
832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR 5 a) a) a) a)
833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS a) 7 a) a) a)
834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES 2 a) a) a) a)
911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES 8 a) a) a) a)
912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)
913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES 7 a) a) a) 7
914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a)
915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES 7 a) a) a) 6
916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)
921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS a) a) a) a) a)
931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS 6 a) a) a) 8
932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA 3 5 5 3 3
933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES 8 a) a) a) a)
2.3.4 Região Alentejo
Os principais constrangimentos na região do Alentejo, no que diz respeito a excesso
de oferta formativa, observam-se apenas na profissão 241, como dá conta a Tabela 19, nas
sub-regiões Alentejo Central, Alentejo Litoral e Baixo Alentejo.
27
Tabela 19 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão nos grupos 1 e 2 da CNP
A Tabela 20 dá conta das dinâmicas das sub-regiões do Alentejo, no que diz respeito
às profissões do grupo 3 da CNP. É nas profissões 3116 e 312 que se verificam os maiores
desajustes, relativos ao excesso de oferta formativa, em todas as sub-regiões. Embora se
apresentem constrangimentos a este nível em todas as sub-regiões do Alentejo, as profissões
313 e 341 expõem desajustes em 3 das 4 sub-regiões do Alentejo. A falta de oferta formativa
observa-se, principalmente, na profissão 343 no Alentejo Litoral e no Alto Alentejo.
Tabela 20 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão no grupo 3 da CNP
CNP - Profissões Alentejo Central
Alentejo Litoral
Alto Alentejo
Baixo Alentejo
112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a)
114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS a) a) a) a)
121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a)
122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES a) a) a) a)
123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a)
131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS a) a) a) a)
211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a)
212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a)
213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a) a) a) a)
214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a)
221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a)
222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS a) a) a) a)
223 - ENFERMEIROS a) a) a) a)
232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a)
235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES a) a) a) a)
241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 3 5 a) 1
242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a)
243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES a) a) a) a)
244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS a) a) a) a)
245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES a) a) a) a)
246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS a) a) a) a)
247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a)
CNP - Profissões Alentejo Central
Alentejo Litoral
Alto Alentejo
Baixo Alentejo
3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS a) a) a) 3
3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 4 a) a) a)
3113 - TEC DE ELETRICIDADE a) 4 3 3
3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 1 4 a) a)
3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a)
3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 0 2 0 2
3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 3 a) a) 1
3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE 3 a) 5 a)
312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 1 2 2
313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 1 a) 1 0
314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS a) a) a) a)
315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE a) a) 2 a)
321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE a) a) a) 0
322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS a) a) 5 a)
324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a)
331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a) a) a) a)
332 - EDUCADORES DE INFANCIA a) a) a) a)
333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a)
339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a)
341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS 4 1 0 0
342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) a) a)
343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO 5 7 7 5
344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES a) a) a) a)
345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a)
347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO a) a) a) a)
28
Os principais desajustamentos por excesso de oferta formativa, nos grupos 4 e 5,
registam-se no Alentejo Central (514 e 516), no Alto Alentejo (411) e no Baixo Alentejo
(514), de acordo com a Tabela 21. Nos estrangulamentos da oferta formativa, destaca-se a
profissão 512 que, com exceção do Alentejo Central, está em todas as sub-regiões da região
do Alentejo. No Alentejo Central, a profissão 422 é a que assinala desajuste por falta de
oferta formativa.
Tabela 21 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão nos grupos 4 e 5 da CNP
CNP - Profissões Alentejo Central
Alentejo Litoral
Alto Alentejo
Baixo Alentejo
411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO a) a) 0 4
412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS 4 4 5 a)
413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES a) a) a) a)
414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a)
421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES a) a) a) a)
422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS 8 3 a) 4
511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 4 8 8 7
513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES 4 a) a) a)
514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES 2 a) 3 2
516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA 1 4 a) 5
521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a)
522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 4 6 6 6
523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS a) a) a) a)
Nos grupos 6 e 7 da CNP, na região do Alentejo, segundo a Tabela 22, é no Alentejo
Central (611), Alentejo Litoral (724) e Baixo Alentejo (611) que se verificam os principais
excessos de oferta formativa. No caso da falta de oferta formativa, destaca-se a profissão 613
no Baixo Alentejo e a 724 no Alentejo Central.
Tabela 22 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão nos grupos 6 e 7 da CNP
CNP - Profissões Alentejo Central
Alentejo Litoral
Alto Alentejo
Baixo Alentejo
611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS 2 6 a) 2
612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) 8 a)
613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) 10
614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES a) a) a) a)
615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS a) a) a) a)
711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA a) a) a) a)
712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a)
713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS a) a) a) a)
714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES a) a) a) a)
722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS a) a) a) a)
724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS 7 2 4 5
731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS a) a) a) a)
732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES a) a) a) a)
734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES a) a) a) a)
742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES a) a) a) a)
743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a) a) a) a)
745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA a) a) a) a)
29
Conforme se pode observar na Tabela 23, não existem dados passíveis de serem
analisados ao nível da NUT III na região do Alentejo, relativamente aos grupos 8 e 9 da
CNP.
Tabela 23 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão nos grupos 8 e 9 da CNP
CNP - Profissões Alentejo Central
Alentejo Litoral
Alto Alentejo
Baixo Alentejo
811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS a) a) a) a)
812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a) a) a) a)
813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a)
814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL a) a) a) a)
815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS a) a) a) a)
816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS a) a) a) a)
821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS a) a) a) a)
822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS a) a) a) a)
823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA a) a) a) a)
824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA a) a) a) a)
825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL a) a) a) a)
826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO a) a) a) a)
827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES a) a) a) a)
828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) a) a)
829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) a) a)
831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR a) a) a) a)
833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS a) a) a) a)
834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES a) a) a) a)
914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES a) a) a) a)
915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES a) a) a) a)
916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)
921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS a) a) a) a)
931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a)
932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA a) a) a) a)
933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES a) a) a) a)
2.3.5 Região Algarve
A região do Algarve tem a especificidade de ser simultaneamente uma NUT II e uma
NUT III. Portanto, a Tabela 24, que se apresenta em baixo, dá conta de toda a região do
Algarve. No que diz respeito a desajustamento por excesso de oferta formativa, regista-se,
sobretudo, as profissões 3111, 312, 313 e 341. No desajustamento por falta de oferta
formativa, assinala-se, particularmente, as profissões 421 e 712, e, também, as profissões
241, 512, 611, 713, 913 e 931.
30
Tabela 24 – Análise Cromática para as NUT III da Região Algarve, por profissão da CNP
CNP - Profissões Algarve
Algarve
Algarve
112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a)
332 - EDUCADORES DE INFANCIA a)
732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS
a)
333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a)
733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES
a)
121 - DIRETORES GERAIS a)
339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
a)
734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES
a)
341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS
2
741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES
a)
123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a)
342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES
a)
742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES
a)
131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS
a)
343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO
6
743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES
a)
211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a)
344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES
a)
744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a)
212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES
a)
345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES
a)
745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA
a)
213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a)
347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO
5
811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS
a)
214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a)
411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO
3
812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a)
221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a)
412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS
4
813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a)
222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS
a)
413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES
5
814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL
a)
223 - ENFERMEIROS a)
414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS
a)
232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO
a)
419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
6
816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES
a)
235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES
a)
421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 9
817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS
a)
241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS
7
422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS
6
821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS
a)
242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS
a)
511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS
a)
243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES
a)
512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO
8
823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA
a)
244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS
a)
513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES
6
824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA
a)
245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES a)
514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES
4
825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL
a)
246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS
a)
516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA
4
826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO
a)
247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a)
521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a)
827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES
a)
3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 2 522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 6 828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM a)
3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 4
523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS
a)
829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM
a)
3113 - TEC DE ELETRICIDADE 5
611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS
7
831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES a)
612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS
a)
832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR a)
3115 - TEC DE RELOJOARIA a)
613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a)
833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS
a)
3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 3
614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES
a)
834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 4
615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS
a)
911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES
a)
3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
6
711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA a)
912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a)
312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2
712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS 9
913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES
7
313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 0
713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS 7
914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES
a)
314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS
a)
714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES
6
315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE a)
721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES
a)
916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a)
321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE a)
722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES
a)
921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS
a)
322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS
a)
723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS
a)
931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS
7
324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a)
724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS
4
932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA
a)
331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a)
731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS
a)
933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES a)
2.4 – Análise Agregada
Na análise agregada, conforme se observa na Tabela 25, destaca-se a área temática de
“Secretariado”, assinalada a verde, registando falta de oferta formativa, com uma variação
31
positiva no emprego e negativa no desemprego. A amarelo, na mesma lógica analítica, estão
as áreas temáticas de “Comunicação e marketing”, “Comércio”, “Gestão e Contabilidade” e
“Gestão, contabilidade e secretariado”; e a laranja os “Informáticos”, profissões “Técnico-
artísticas”, “Criação artística” e “Eletromecânicos”.
Tabela 25 – Análise Cromática agregada em Áreas Profissionais agregadas, Em Portugal Continental
Nesta análise, que trabalha perfis de saída dos cursos de formação, o resultado da
agregação, na hierarquização cromática, toma como referência a cor da profissão para a qual
estava diretamente vocacionado o curso de formação.
Assim, o exercício revela que, nas áreas temáticas de “Comunicação e Marketing”,
“Gestão e contabilidade”, “Secretariado” e “Gestão, contabilidade e secretariado”, este não
teve qualquer impacto na análise cromática. Por sua vez, as áreas “Informáticos”,
“Comércio” e “Eletromecânicos” sofreu um incremento na apreciação. As áreas “Técnico-
artísticas” e “Criação artística”, com o impacto da agregação, ficam classificadas num
escalão cromático inferior.
Área temática Alunos 2009
Emprego 2008
Variação Emprego
Rácio Alunos/Emprego
Desemprego 2008
Variação Desemprego
Informáticos 8131 1646 0,039 4,940 1276 0,708
Comunicação e marketing 2253 821 0,382 2,744 254 -0,611
Técnico-artísticas 2572 4844 -0,217 0,531 1089 0,163
Comércio 4784 29460 0,506 0,162 3195 0,082
Gestão e contabilidade 3449 9396 -0,452 0,367 4071 -0,666
Secretariado 1580 4100 0,810 0,385 358 -0,644
Gestão, contabilidade e secretariado 5029 12249 -0,342 0,411 4214 -0,662
Criação Artística 1206 474 0,191 2,544 214 -0,192
Eletromecânicos 1082 4316 -0,140 0,251 622 0,072
32
Conclusões
A principal conclusão, que este estudo permite inferir, é a existência de um grande
desajustamento entre a oferta e a procura de formação. Este facto fica patente, em primeiro
lugar, no excesso de oferta vocacionada para profissões do grupo 3 da CNP – onde mais de
66% dos alunos estão inscritos – para a capacidade de acolhimento dos novos profissionais
no mercado de trabalho. Os vários níveis de análise – NUT I, II ou III – vêm corroborar esta
realidade. Em segundo lugar, a falta de oferta formativa principalmente vocacionada para
profissões dos grupos 4 e 5, onde o mercado de trabalho está mais permeável à entrada de
novos profissionais.
Regista-se ainda a falta de oferta formativa vocacionada para outros grupos de
profissões, dando o exemplo do Grupo 1, em que se verificam sinergias positivas com o
emprego a crescer e o desemprego a aumentar, aos vários níveis de análise.
1
Análise prospectiva da
evolução sectorial em
Portugal
Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães
Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal
Conclusões
2
Conclusões
A análise prospectiva da evolução sectorial realizada na primeira parte deste estudo pretendeu dar
uma visão de conjunto sobre os dinamismos da actividade económica que prevemos que venham a
alimentar no médio-longo prazo as necessidades de qualificações de nível intermédio em Portugal.
O caminho que prosseguimos foi o de identificar as tendências recorrentes na investigação sobre o
tema e a opção que fizemos foi a de identificar “nuvens” de oportunidades para as qualificações,
que resultarão de previsíveis transformações sectoriais.
A combinação dos drivers de mudança permitiu identificar um primeiro grupo de actividades que é
largamente consensual que são oportunidades em crescimento: o turismo, a energia e o ambiente e
a mobilidade e os transportes. É certo que à conjuntura internacional de crise e à conjuntura
nacional de ajustamento orçamental correspondem ameaças de curto prazo ao seu crescimento,
mas já se tornaram marcas nacionais e há estratégias de actores consistentes que levam a que se
identifique estas áreas como núcleos a carecer de serem significativamente consumidores de força
de trabalho, estando numa rota de investimento e crescimento.
Há um segundo grupos de “nuvens”, menos consensuais e que apresentam diferentes fragilidades,
mas têm boas potencialidades de virem a constituir novos desafios às qualificações. Tal como em
toda a Europa, estas incluem a diversidade de serviços, em particular às pessoas e à comunidade,
mas também os serviços partilhados e às empresas. Inclui o recorrentemente referido, mas ainda
frágil cluster do mar, as necessidades progressivas em saúde, incluindo não apenas os cuidados
como as actividades conexas, a química e petroquímica, as indústrias criativas e as tecnologias de
informação.
Este segundo grupo de actividades caracteriza-se por maior fragilidade e dependência de factores
adversos que as anteriores e por ser mais incerta a sua sustentabilidade ou competitividade,
nomeadamente se não houver um salto significativo na produtividade, nas qualificações e no nível
de vida da população.
O terceiro grupo que identificámos e a que chamámos “nuvens cinzentas” inclui as actividades que
têm frequentemente atraído as atenções pela negativa mas revelam potencial de reestruturação
que as reposiciona como oportunidades. Ou seja, são áreas que podem até estar em retracção ou
crescimento muito moderado, mas estão em recomposição para segmentos mais exigentes na
competição económica, que implicam procura de qualificações. Neste segmento, que poderá ter um
3
comportamento contraditório, dada a sua heterogeneidade interna, incluímos o vidro e a cerâmica,
os têxteis e o calçado, a agricultura de especialidades, os plásticos, o mobiliário e a metalomecânica.
Em todo o caso, há um leit-motiv comum a estas tendências do ponto de vista das qualificações. Os
dinamismos que antecipamos implicarão a necessidade de profissionais ligados à produção de bens
ou à prestação directa de serviços. Os nossos clusters de futuro têm uma forte marca de regresso a
actividades produtivas, no sentido restrito do termo, para além da previsível especialização turística.
Será esse o caminho que a análise da oferta sugere que estamos a trilhar? A segunda parte do
trabalho pretendeu elucidar esta questão.
Foram construídos cinco indicadores da articulação da oferta com os dinamismos simultâneos da
procura de qualificações: variação do emprego na profissão (comparando o nível local com o
nacional); variação da procura de emprego na profissão não satisfeita; saturação do emprego pela
oferta de formação; especialização local/regional do emprego por profissão; intensidade regional do
desemprego por profissão. Com base nestes 5 indicadores foi construído um indicador síntese de
satisfação da procura potencial de qualificações à saída, no curto prazo, por profissão.
Uma das tarefas delicadas a que procedemos foi a definição de uma tabela de equivalências entre
áreas de formação e saídas profissionais que, como se verificou na análise, carece de ser ponderada
e desenvolvida. A metodologia que usámos centrou-se no perfil de saída da estrutura curricular dos
cursos, mas pode haver enviesamentos entre esse perfil formalmente pretendido e o perfil
efectivamente conseguido ou pelo menos o perfil reconhecido pelos empregadores.
Em termos agregados, o índice sintético conduz-nos a uma conclusão que exige ponderação. Em
todo o país, por este índice, a oferta de formação está mais saturada face à procura, isto é, onde
haverá “sobreprodução” de qualificações face às condições locais de absorção, são as áreas nobres
de desenvolvimento da educação e formação profissional de nível secundário: técnicos intermédios
(Grupo 3 da Classificação Nacional de Profissões) e profissionais dos serviços directos e particulares
(Grupo 5 da CNP).
Esta conclusão atinge um ponto particularmente forte em algumas áreas de grande procura de
formação “à entrada”, pelos jovens e as famílias: os informáticos (CNP 312) e os técnicos comerciais
(341).
No ponto oposto, existe um fenómeno de “rarificação” de oferta em alguns grupos profissionais,
com dinamismo empregador significativo mas sem que haja volume significativo de produção de
qualificações. Esta rarificação sugere que há áreas com procura à saída para as quais a oferta não
4
está a dirigir-se. Ela cobre as profissões menos qualificadas do comércio e administrativas
(profissões 419, 421 e 422 da CNP), pessoal da restauração (profissão 512 da CNP) praticamente
todas as profissões qualificadas da construção civil e operários qualificados da produção industrial
(grupos 7 e 8 da CNP).
O objectivo do “semáforo” construído, ou seja do índice que mede a saturação e a rarificação da
oferta de qualificações face ao dinamismo empregador de curto prazo não é o de produzir leituras
automáticas da necessidade/desnecessidade de uma oferta, mas elucidar da existência de
potenciais “áreas brancas” ou de desajustamentos que carecem de ser avaliados e aprofundados
para verificarem se correspondem a becos sem saída, a saídas alternativas ou há algum outro factor
que justifique ponderação.
Desse ponto de vista este estudo sustenta a ideia de que tem que se revisitar a definição de que a
saída natural dos cursos de ensino e formação profissional de nível secundário são os técnicos
intermédios.
Tem também que se reavaliar o escasso contributo deste nível de formação para a produção de
profissionais qualificados da produção e das profissões operárias em geral e ainda de empregados
da restauração, aproximação a uma rarificação da oferta de orientação turística.
A análise efectuada permite-nos ainda verificar a saturação/rarificação da oferta do ponto de vista
regional. Nesse plano deve salientar-se que o Alentejo e o Algarve estão, segundo o indicador
estudado numa situação de elevada saturação da oferta em todos os segmentos de formação.
Este primeiro exercício levanta tantas questões quantas as que resolve. Estamos a classificar bem as
saídas profissionais dos cursos? Os empregadores estão a classificar bem a profissão dos seus
empregados quando preenchem os quadros de pessoal? Os jovens à procura de novo emprego
estão a descrever bem a sua profissão nos centros de emprego? Que parte do desencontro se deve
a erros de classificação?
Mas também levanta questões de vocação deste segmento da oferta de formação. A política de
produção de qualificações tem assumido que as profissões auxiliares e as profissões operárias da
produção são de um nível de qualificação inferior à oferta de formação de nível secundário. Serão?
Ou terá que se incorporar que a progressão nos requisitos das profissões da produção implica a
necessidade de olhar de outro modo para a oferta profissional de nível secundário?
5
Chegados a este ponto, o trabalho que realizámos sugere pistas de aprofundamento futuro em três
direcções que resolvam as questões pendentes e permitam apurar a metodologia de apoio à decisão
desenvolvida:
a) desenhar estratégias e mecanismos de apoio às escolas e entidades formadoras na
perspectiva de redireccionar a oferta e estimular a procura nas áreas em que foram
identificados dinamismos no mercado de trabalho sem correspondência na oferta formativa,
incluindo uma reflexão de médio prazo sobre a evolução das qualificações face às dinâmicas de
escolarização (generalização da conclusão do ensino secundário);
b) nas áreas em que a oferta se revela sobredimensionada, desenhar estratégias de reorientação
da oferta formativa potenciando o know how existente;
c) realização de estudos intensivos nos sectores e profissões em que se constatou que existem
significativas disfuncionalidades entre as competências adquiridas e os postos de trabalho
realmente ocupados
Se as disfunções de curto prazo não classificam um sistema de formação, a sua sustentabilidade de
longo prazo também não pode ignorá-las.
1
Análise prospectiva da
evolução sectorial em
Portugal
Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães
Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal
Anexos
2
ANEXOS
Índice
ANEXO I – Tabela de correspondências entre cursos de formação e profissões da CNP a 3 e 4 dígitos
.......................................................................................................................................................... 3
ANEXO II – Listagem das profissões utilizadas no estudo com CNP a 3 e 4 dígitos ........................ 6
3
ANEXO I – Tabela de correspondências entre cursos de formação e profissões da CNP a 3 e
4 dígitos
CNP Curso CNP Curso
241 Comunicação - marketing, relações públicas e publicidade 3114 Eletrónica, audio, video e TV
241 Marketing 3114 Eletrónica industrial e equipamento
241 Organização de eventos 3114 Eletrónica de automação
243 Museografia e gestão do património 3114 Eletrónica de equipamentos - técnico de eletrónica
243 Biblioteca, arquivo e documentação 3116 Gás
244 Assistente de arqueólogo 3116 Higiene e segurança no trabalho e ambiente
245 Assistente de conservação e restauro 3116 Química industrial
3111 Análise laboratorial 3116 Segurança e higiene no trabalho
3111 Processamento e controlo de qualidade alimentar 3116 Higiene e segurança no trabalho
3111 Laboratório 3118 Artes gráficas
3111 Técnicas de análise laboratorial 3118 Desenho de construção civil
3112 Construção naval/embarcações de recreio 3118 Desenho de construções mecânicas
3112 Construção civil 3118 Desenho digital 3d
3112 Medições e orçamentos 3118 Desenho gráfico
3112 Obra 3118 Design
3112 Medição e orçamentação de obras 3118 Design gráfico
3113 Eletrotecnia 3118 Sistemas de informação geográfica
3113 Energias renováveis 3118 Topógrafo-geómetra
3113 Frio e climatização 3118 Cartografia
3113 Instalação de sistemas fotovoltaicos 3118 Desenho e projeto em construção civil
3113 Instalação de sistemas solares térmicos 3118 Desenho medição e preparação de obra
3113 Instalações elétricas 3118 Topografia
3113 Refrigeração 3118 Desenho/preparador de obra
3113 Refrigeração e climatização 3118 Recuperação do património edificado
3113 Eletricidade de Edificações 3119 Manutenção industrial de metalurgia e metalomecânica
3113 Sistemas solares térmicos 3119 Manutenção industrial
3113 Climatização e refrigeração 3119 Maquinação e programação
3113 Frio 3119 Planeamento e organização industrial
3113 Instalação de sistemas solares e fotovoltaicos 3119 Produção em metalomecânica
3113 Gestão energias 3119 Gestão de produção têxtil e vestuário
3113 Sistemas eólicos 312 Desenvolvimento de aplicações informáticas
3113 Técnicas de instalações elétricas 312 Gestão de equipamentos informáticos
3114 Eletrónica 312 Gestão e programação de sistemas informáticos
3114 Eletrónica de equipamentos 312 Informática, comunicação multimédia
3114 Eletrónica e computadores 312 Informática
3114 Eletrónica e telecomunicações 312 Informática - Instalação e gestão de redes
3114 Eletrónica industrial 312 Informática de gestão
3114 Eletrónica, automação e comando 312 Instalação e manutenção de sistemas informáticos
3114 Eletrónica, automação e computadores 312 Programador de informática
3114 Eletrónica, automação e instrumentação 312 Informática (sistemas)
3114 Eletrónica, som e imagem 312 Aplicações informáticas
3114 Telecomunicações 312 Informática (redes)
4
312 Informática (instalação de redes) 341 Técnicas de vendas
312 Curso de informática 343 Apoio à gestão
312 Tecnologias de informação e comunicação multimédia 343 Contabilidade
312 Instalação e gestão de redes informáticas 343 Contabilidade e gestão
312 Instalação e manutenção de sistemas 343 Gestão
312 Informação e comunicação multimédia 343 Gestão desportiva
313 Animação 2D e 3D 343 Serviços jurídicos
313 Luz, som e efeitos cénicos 343 Técnicas de apoio à gestão
313 Audiovisuais 347 Cenografia, figurinos e adereços
313 Fotografia 347 Interpretação
313 Manutenção industrial (mecatrónica) 347 Interpretação e animação circense
313 Multimédia 347 Coordenação e produção de moda
313 Som 347 Desenho de calçado e marroquinaria
313 Video 347 Design de moda
313 Mecânica de veículos ligeiros 347 Instrumentista de cordas e teclas
315 Controlo de qualidade alimentar 347 Instrumentista de sopro e percussão
315 Qualidade 347 Intérprete de dança contemporânea
315 Técnicas de qualidade insdustrial 347 Produção e tecnologias da música
321 Gestão de sistemas ambientais 347 Vitrinismo
321 Gestão do ambiente 347 Modelista de vestuário
321 Recursos florestais e ambientais 347 Desenho de mobiliário
322 Apoio à clínica dentária 347 Vitrinista
322 Auxiliar protésico 347 Modelação e confeção
322 Ótica ocular 347 Desenho construções madeira e mobiliário
322 Termalismo 347 Básico de instrumento
322 Assistente dentário 347 Básico de instrumentista de cordas
341 Agência de viagens e transportes 347 Básico de instrumentista de sopro
341 Banca e seguros 411 Administrativo
341 Operações bancárias 411 Secretariado
341 Comercial 411 Secretariado de gestão
341 Comercial bancário 411 Técnicas administrativas
341 Informação e animação turística 411 Técnicas de secretaria
341 Operações turísticas e hoteleiras 413 Logística
341 Seguros 413 Transportes
341 Turismo 413 Operação logística
341 Turismo ambiental e rural 422 Receção
341 Vendas 422 Receção em hotelaria
341 Técnicas comerciais 422 Rececionista de hotel
341 Comércio 422 Rececionista de turismo
341 Vendas e negociação 512 Cozinha/Pastelaria
341 Técnicas e operações bancárias 512 Mesa-bar
341 Técnicas de seguros 512 Restauração
341 Assistente comercial bancário 512 Restauração e bebidas
341 Aprovisionamento e venda de peças 512 Alimentação e bebidas
341 Agência de viagens 512 Técnicas de mesa e bar
341 Práticas técnico-comerciais 512 Técnicas de cozinha/pastelaria
5
512 Serviços pessoais e à comunidade 724 Eletricidade de manutenção
512 Técnicas aplicadas de serviços pessoais e à comunidade 724 Rececionista e orçamentação
512 Empregado de mesa 724 Receção e orçamentos
512 Pastelaria/padaria 731 Joalharia/Cravador
514 Ação educativa 731 Cravação/filigrana
514 Animação turística 732 Pintura decorativa
514 Animador sociocultural 733 Artes e ofícios da madeira
514 Apoio à infância 733 Acabamento madeiras
514 Apoio psicossocial 734 Impressão
514 Estética e cosmetologia 734 Fotocomposição
514 Esteticismo 823 Transformação de polímero
514 Serviços pessoais e de apoio à comunidade 833 Condutor de obra
514 Animação sociocultural 833 Obra/condutor de obra
514 Serviço pessoal 834 Contramestre (marinha mercante)
514 Serviços pessoais
514 Estetcista/cosmetologia
514 Técnicas de esteticismo/cosmetologia
514 Esteticista/cosmetologista
514 Estética e cosmetologista
514 Técnicas de ação educativa
514 Oficial de cabeleireiro
514 Estética
514 Animação e informação turística
514 Cabeleireiro
516 Proteção civil
516 Segurança e salvamento em meio aquático
611 Jardinagem e espaços verdes
611 Produção agrária
611 Viticultura e enologia
611 Produção agrícola
611 Agrícola
612 Gestão cinegética
612 Gestão equina
614 Recursos florestais
614 Florestal
711 Cantaria artística
711 Pedreiras
721 Construções metálicas
721 Reparação de carroçarias
724 Administração naval
724 Eletricidade
724 Eletricidade Naval
724 Mecânica naval
724 Mecatrónica automóvel
724 Mecatrónica
724 Receção e Orçamentação em oficina
6
ANEXO II – Listagem das profissões utilizadas no estudo com CNP a 3 e 4 dígitos
CNP - Profissões
112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS
121 - DIRETORES GERAIS
122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES
123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS
131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS
211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES
212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES
213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA
214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES
221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA
222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS
223 - ENFERMEIROS
232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO
235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES
241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS
242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS
243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES
244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS
245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES
246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS
247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS
3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL
3113 - TEC DE ELETRICIDADE
3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES
3115 - TEC DE RELOJOARIA
3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL
3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES
3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES
313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS
314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS
315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE
321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE
322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS
324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL
331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO
332 - EDUCADORES DE INFANCIA
333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL
7
339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS
342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES
343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO
344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES
345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES
347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO
411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO
412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS
413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES
414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES
419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE
421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES
422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS
511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES
512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO
513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES
514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES
516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA
521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS
522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES
523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS
611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS
612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS
613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS
614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES
615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS
711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA
712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS
713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS
714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES
721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES
722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES
723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS
724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS
731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS
732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES
733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES
734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES
741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES
742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES
743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES
744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO
745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA
811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS
8
812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS
813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES
814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL
815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS
816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES
817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS
821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS
822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS
823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA
824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA
825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL
826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO
827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES
828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM
829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM
831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES
832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR
833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS
834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES
911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES
912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES
913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES
914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES
915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES
916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES
921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS
931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS
932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA
933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES
1
Análise prospectiva da
evolução sectorial em
Portugal
Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães
Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal
Bibliografia
2
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