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BANCO DO BRASIL 2013 ATUALIDADES DO S.F.N Prof: Edgar Abreu e Cássio Albernaz http://acasadoconcurseiro.com.br/

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BANCO DO BRASIL

2013

ATUALIDADES DO S.F.N Prof: Edgar Abreu e Cássio Albernaz

http://acasadoconcurseiro.com.br/

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A CASA DO CONCURSEIRO

Estude com o curso que mais aprovou primeiros colocados nos últimos concursos.

TRE – RJ (2012): Primeiro colocado do estado

TRE – PR (2012): Primeiro Colocado do estado

INSS (2012): Primeiro Colocado (Gravataí)

CEF 2012: Primeiro colocado nas Microrregiões abaixo

1. São Paulo – SP;

2. Porto Alegre – RS;

3. Cruzeiro do Sul – AC;

4. Aracaju – SE;

5. Cascavel – PR;

6. Patos – PB;

7. Osasco - SP;

8. Uruaçu – GO;

9. Jundiaí; Bacabal – MA;

10. Ji-Paraná – RO;

11. Vitória - ES ;

12. Santarém – PA;

13. Teresina – PI;

14. Uruguaiana – RS;

15. Itumbiara – GO;

16. Maringá – PR;

17. Santo Antonio de Jesus – BA;

18. Caxias do Sul –RS;

19. Santo Ângelo – RS;

20. Picos – PI;

21. Castanhal PA

Último concurso do Banco do Brasil: Primeiro colocado nas Microrregiões

abaixo

1. Santo Amaro – SP;

2. Varginha – BA;

3. Bonito – MS;

4. Juiz de Fora – MG (PNE);

5. Irecê – Vitória da Conquista - BA;

6. Jundiaí – SP

7. São Paulo - SP;

8. Jequié – BA;

9. Anápolis – GO ;

10. Sete Lagoas – MS;

11. Pouso Alegre – MG;

12. Lins – SP;

13. Paraíso do Tocantins – TO

14. Rio de Janeiro – RJ;

15. Cabo Frio – RJ;

16. Pelotas – RS;

17. Novo Hamburgo – RS;

18. Rio Branco – AC (2013)

19. Epitaciolândia – AC (2013)

20. Sobral – CE (2013)

21. Aracaju – SE (2013)

22. Cacoal – RO (2013)

23. Porto Velho – RO (2013)

24. Videira – SC (2013)

25. Natal – RN (2013)

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 1

SUMÁRIO

1. NOÇÕES GERAIS DE ATUALIDADES DE ECONOMIA – PROF. CÁSSIO ALBERNAZ. ................................................................. 3

1. INTRODUÇÃO – O QUE É UMA PROVA DE ATUALIDADES? .................................................................................................................... 3

2. ECONOMIA MUNDIAL .................................................................................................................................................................. 4

3. PERSPECTIVAS PARA A ECONOMIA MUNDIAL MELHORAM EM 2013 .................................................................................................... 11

4. PERSPECTIVAS DA ECONOMIA CHINESA .......................................................................................................................................... 13

5. SUCESSO DOS BRICS GEROU PROLIFERAÇÃO DE ACRÔNIMOS ECONÔMICOS ........................................................................................... 15

6. CRISE FINANCEIRA AMERICANA .................................................................................................................................................... 17

7. OBAMA TOMA POSSE E BUSCA ACORDO CONTRA CRISE FISCAL ............................................................................................................ 19

8. EUA APROVAM PROJETO CONTRA "ABISMO FISCAL" E BOLSAS SOBEM .................................................................................................. 21

9. CRISE FINANCEIRA EUROPÉIA ....................................................................................................................................................... 23

10. O QUE A GRÉCIA SIGNIFICA ..................................................................................................................................................... 25

11. G-20: POSIÇÃO DA GRÉCIA NO CENÁRIO DE CRISE EXPÕE DIVISÃO E VULNERABILIDADE DA UNIÃO EUROPEIA.......................................... 27

12. PRESIDENTE DE CHIPRE ANUNCIA PACOTE PARA REATIVAR A ECONOMIA .......................................................................................... 28

13. CHIPRE: FILA NOS BANCOS ...................................................................................................................................................... 29

14. CASO DO CHIPRE NÃO É MODELO PARA OUTROS RESGATES, DIZ BCE .............................................................................................. 30

15. BLOCOS ECONÔMICOS ........................................................................................................................................................... 30

16. A VENEZUELA E O MERCOSUL ................................................................................................................................................. 32

17. O QUE A CRISE DA UNIÃO EUROPEIA ENSINA AO MERCOSUL? ....................................................................................................... 33

18. TENDÊNCIAS DA ECONOMIA BRASILEIRA .................................................................................................................................... 39

19. IPI CONGELADO RENDE ECONOMIA DE ATÉ R$ 2,4 MIL ................................................................................................................ 40

20. INDÚSTRIA ATRASADA, ECONOMIA ENIGMÁTICA ......................................................................................................................... 41

21. NÃO HÁ DESINFLAÇÃO GRÁTIS ................................................................................................................................................. 44

22. INFLAÇÃO EM ALTA, CRESCIMENTO PÍFIO ................................................................................................................................... 45

23. BRASIL TEM A 6ª MAIOR ECONOMIA ......................................................................................................................................... 48

24. MESMO 6ª ECONOMIA, BRASIL CONTINUA POBRE, DIZ ECONOMISTA DA UNCTAD ............................................................................. 49

25. DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA FOI MAIOR DO QUE A ESPERADA, MAS AJUDOU BANCO CENTRAL A REDUZIR SELIC .................................. 51

26. INADIMPLÊNCIA JÁ PRESSIONA TAXAS........................................................................................................................................ 52

27. INFLAÇÃO É MAIOR PARA QUEM GANHA ATÉ 2,5 SALÁRIOS ........................................................................................................... 53

28. BB E CAIXA DERRUBAM JUROS PARA ESTIMULAR A ECONOMIA ....................................................................................................... 55

29. OCDE INDICA QUE BRASIL VAI CRESCER ABAIXO DA TENDÊNCIA ..................................................................................................... 57

30. A CRISE EUROPEIA E O PIBINHO DO BRASIL ................................................................................................................................ 57

31. ECONOMIA: EM MARCHA LENTA, BRASIL PERDE POSTO DE SEXTA ECONOMIA MUNDIAL ...................................................................... 60

32. BRASIL E UE TENTAM ACELERAR INVESTIMENTOS ........................................................................................................................ 62

33. O FIM DA ERA LULA NA ECONOMIA .......................................................................................................................................... 63

34. PARA BRASIL CRESCER, DILMA ACENA COM POLÍTICA 'PROATIVA' ................................................................................................... 65

2. NOÇÕES GERAIS DE ATUALIDADES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – PROF. EDGAR ABREU. .................................. 67

35. BANCOS TÊM DE OFERECER SERVIÇOS GRATUITOS; CONHEÇA ESTE E OUTROS DIREITOS ....................................................................... 67

36. GOVERNO TORNA PERMANENTE INSTRUMENTO DE CAPTAÇÃO DE BANCOS MENORES ......................................................................... 68

37. BC E FGC VIRAM RÉUS EM AÇÕES CONTRA O CRUZEIRO DO SUL .................................................................................................... 69

38. LEONARDO GOMES PEREIRA É NOMEADO PRESIDENTE DA CVM .................................................................................................... 71

39. BC CRIA FUNDO PARA GARANTIR DEPÓSITOS EM COOPERATIVAS DE CRÉDITO .................................................................................... 71

40. BANCO PÚBLICO AINDA VAI LIDERAR CRÉDITO EM 2013 ............................................................................................................... 72

41. BB TEM LUCRO LÍQUIDO RECORDE NOMINAL DE R$ 12,2 BILHÕES EM 2012 .................................................................................... 74

42. O PAPEL DOS BANCOS COMUNITÁRIOS NO PROGRAMA FEDERAL CRESCER ........................................................................................ 79

43. ASCENSÃO E QUEDA NA BRASILPREV ........................................................................................................................................ 80

44. BANCO DO BRASIL PREVÊ INSTALAÇÃO DE ESCRITÓRIO NA RÚSSIA .................................................................................................. 82

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 2 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

45. JUROS MAIS BAIXOS, LUCROS MAIS ALTOS .................................................................................................................................. 83

46. ESTUDO REVELA QUE USUÁRIOS DE BANCO BUSCAM SIMPATIA E ATENDIMENTO ................................................................................ 85

47. COPOM: ESPECIALISTAS APONTAM QUE OS JUROS PODERÃO SER MANTIDOS ATÉ O FIM DO ANO ........................................................... 85

48. CAOA BUSCA NOVO PRAZO PARA COMPRAR O BANCO BVA .......................................................................................................... 87

49. MOODY’S REBAIXA NOTAS DE BNDES, BNDESPAR E CAIXA ....................................................................................................... 87

50. A CORRIDA PELA CREDICARD ................................................................................................................................................... 88

51. OFERTA SECUNDÁRIA DA BB SEGURIDADE PODE CAPTAR ATÉ R$ 12,15 BILHÕES .............................................................................. 90

52. A PARTIR DE AMANHÃ, BANCOS REDUZEM PARA R$ 1 MIL VALOR MÍNIMO DE TED ........................................................................... 91

53. BC LISTA 19 BANCOS ESTRANGEIROS NA FILA PARA ENTRAR NO BRASIL ........................................................................................... 92

54. BB LEASING EMITIRÁ DEBÊNTURE ............................................................................................................................................ 94

55. BB PODE COMPRAR BANCO NA FLÓRIDA ................................................................................................................................... 95

56. BB NEGOCIA PARA TER 75% DO CAPITAL TOTAL DO BANCO VOTORANTIM ....................................................................................... 95

57. BANCO PRIVADO JÁ VÊ CENÁRIO MAIS PESSIMISTA PARA CRÉDITO EM 2013 ..................................................................................... 96

3. VÍDEOTECA ...................................................................................................................................................................... 99

58. REDUÇÃO TAXAS BANCO DO BRASIL ......................................................................................................................................... 99

59. DEPÓSITOS EM CADERNETA DE POUPANÇA SUPERAM RETIRADAS EM QUASE R$ 6 BILHÕES EM MARÇO DE 2013 ..................................... 99

60. TAXA DE INADIMPLÊNCIA DAS FAMÍLIAS CAI PELO QUINTO MÊS SEGUIDO .......................................................................................... 99

61. MERCADO ACREDITA QUE OS JUROS VÃO COMEÇAR A SUBIR EM MAIO .......................................................................................... 100

62. ESPECIALISTA COMENTA O RESULTADO DO PIB DE 2012 ............................................................................................................ 100

63. BRICS FAZEM ACORDO PARA CRIAR BANCO DOS PAÍSES EMERGENTES............................................................................................. 100

64. UM DOS MAIORES BANCOS DO CHIPRE SERÁ LIQUIDADO............................................................................................................. 100

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 3

1. NOÇÕES GERAIS DE ATUALIDADES DE ECONOMIA – PROF. CÁSSIO ALBERNAZ.

Prof. Dr. Cássio Albernaz1

1. Introdução – O que é uma prova de Atualidades?

O que é uma prova de Atualidades?

Corriqueiramente, concurseiros dos mais diversos níveis se deparam com essa pergunta e a

resposta não é tão óbvia quanto parece ser. A origem dessa confusão começa no conteúdo dos

próprios programas de provas das diferentes instituições organizadoras. As bancas organizadoras

possuem diferentes compreensões sobre o que vem a ser uma prova de Atualidades. Portanto, a

aprovação na prova de Atualidades começa por uma leitura atenta do edital de prova e do seu

conteúdo programático.

Apesar das dificuldades e das desconfianças que se possa ter com relação a este conteúdo

existem alguns terrenos seguros nos quais podemos nos debruçar. Para desvendar esses “nós”

devemos definir algumas prioridades. Inicialmente, é possível entender atualidades como o

domínio global de tópicos atuais e relevantes. Nesse sentido, domínio global significa saber situar

e se situar frente aos temas, algo diferente de “colecionar” e “decorar” fatos da atualidade. A

relevância de tais tópicos se dá em função da “agenda” de debates do momento e do conteúdo

programático do concurso que se vai realizar. Ou seja, nem tudo interessa para uma prova de

Atualidades.

Numa prova séria e bem feita de Atualidades (e pasmem elas existem!), o mundo das

celebridades, o vai e vem do mercado futebolístico, o cotidiano do noticiário policial, etc., têm

pouco valor como conteúdo de prova. Assim, os fatos só passam a ser conteúdos de prova

quando possuem valor histórico, sociológico, e político para compreensão da realidade presente e

dos seus principais desafios.

Dessa forma, o conteúdo de prova refere-se as “atualidades” e seus fatos através de um

desencadeamento global de conhecimentos e noções que se relacionam ao contexto nacional e ao

internacional. Portanto, tal conteúdo tem como característica fundamental a interpretação do

fenômeno histórico político e social a partir de seus diferentes tópicos: política econômica; política

ambiental; política internacional; política educacional; política tecnológica; políticas públicas;

política energética; política governamental; aspectos da sociedade; bem como o

desencadeamento de relações entre esses conteúdos e os fatos da atualidade.

1 Professor da Casa do Concurseiro. [email protected]; http://www.facebook.com/cassioalbernaz; Quer mais

informações? Veja o meu blog http://saberatualidades.blogspot.com/

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 4 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Desde já, chama-se a atenção para o fato de que o conteúdo de Atualidades é muito diferente de

outros conteúdos. Não existem fórmulas, macetes, atalhos, “musiquinhas”, ou qualquer outro

estratagema capaz de preparar um aluno para tal empreitada. O que existe é interesse e leitura.

O que esse material oferece então é o direcionamento para a prova. As chaves de interpretação,

modos de pensar e de relacionar os conteúdos serão fornecidos em aula. Assim, colocamos à

disposição textos para informação e reflexão prévia sobre os principais tópicos de Atualidades.

Por que estudar Atualidades?

Para além da resposta óbvia: - para passar no concurso! O conteúdo de atualidades é hoje um

diferencial em tempos de concursos tão disputados, pois as médias de acertos são elevadas nas

matérias mais tradicionais, como Português, Direitos, etc., os acertos no conteúdo de Atualidades

podem lançar o candidato muitas posições à frente. Esse argumento ganha maior peso porque a

maioria dos concurseiros não sabe o que estudar e nem como estudar.

Para além desse fato, saber refletir sobre Atualidades é um ato de conscientização política e

social, engajamento, e cidadania, por isso muitos concursos públicos exigem esse conhecimento

de forma orientada.

Dessa forma, pergunto aos concursandos: - Por que não estudar Atualidades?

Atualidades do Mercado Financeiro

Esse material tem por objetivo direcionar os candidatos ao concurso do Banco do Brasil sobre

temas ligados a Atualidades do Mercado Financeiro que possuem “força de prova”. Com esse

intuito, apresenta-se a seguir um “clipping de notícias” como referência de temas e de abordagens

que podem aparecer na prova de Atualidades do Mercado Financeiro.

Os textos e os temas aqui elencados foram cuidadosamente selecionados com base nas provas

passadas e na tradição de provas da Fundação Carlos Chagas. Os assuntos foram divididos por

temas para uma melhor organização do conteúdo.

Bons Estudos!

2. Economia mundial

Entenda a crise econômica mundial

Conheça os cinco pontos que ajudam a explicar a turbulência nos mercados

financeiros

Danielle Assalve, iG São Paulo

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 5

O problema da dívida em países na zona do euro “está assustando o mundo”, nas palavras do

presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Embora esteja no foco das atenções dos

investidores, a turbulência na Europa é apenas parte da crise econômica mundial .

Permanecem no radar o elevado nível de endividamento público americano, a fragilidade das

instituições financeiras em diversos países e os claros sinais de desaceleração da economia

mundial.

O iG conversou com especialistas em economia internacional e selecionou cinco pontos

fundamentais para entender a crise. Veja a seguir:

1- Mais do mesmo

“Na verdade, não estamos vivendo uma nova crise mundial. A crise é a mesma que teve início em

2008, estamos só em uma nova fase”, afirma Antonio Zoratto Sanvicente, professor do Insper.

Naquele ano foi deflagrada a crise das hipotecas imobiliárias nos Estados Unidos, com a quebra

do banco Lehman Brothers.

Basicamente, os problemas começaram porque as instituições financeiras emprestaram dinheiro

demais para quem não podia pagar. Isso levou à falência de bancos e à intervenção

governamental para evitar o colapso do sistema financeiro e uma recessão mais aguda.

Ao injetar recursos em bancos e até em empresas, no entanto, os governos aumentaram seus

gastos, em um momento em que a economia mundial seguia encolhendo. O resultado não poderia

ser outro: aprofundamento do déficit público, que em muitos países já era bastante elevado.

Na Grécia, por exemplo, a crise de 2008 ajudou a exacerbar os desequilíbrios fiscais que o país já

apresentava desde sua entrada na zona do euro, diz o economista Raphael Martello, da

Tendências Consultoria.

2- Europa endividada

Faz quase dois anos que a crise da dívida soberana em países da União Europeia tem sido

discutida nos mercados financeiros. Mas foi nos últimos meses que o problema veio à tona com

mais intensidade e se tornou um dos maiores desafios que o bloco já enfrentou desde a adoção

do euro em 2002.

Além da Grécia, países como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha sofrem os efeitos do

endividamento descontrolado e buscam apoio financeiro da zona do euro e do Fundo Monetário

Internacional.

Para receber ajuda, no entanto, precisam adotar medidas de “austeridade fiscal” que, na prática,

significam enxugar os gastos públicos, por meio do corte de benefícios sociais e empregos, por

exemplo, e elevar a arrecadação por meio de impostos.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 6 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

O problema é que essas medidas deprimem ainda mais a economia e geram descontentamento,

greves e manifestações. Nas últimas semanas, os movimentos populares têm se intensificado

especialmente na Grécia.

Em meio ao clima de instabilidade e discussão até mesmo sobre a manutenção desses países na

zona do euro, o parlamento alemão aprovou a ampliação do fundo de socorro europeu para um

total de 440 bilhões de euros.

3- Enquanto isso, nos Estados Unidos

O déficit público americano já vinha crescendo vertiginosamente nos anos 2000, respondendo em

parte aos gastos exorbitantes com a guerra do Iraque, em 2003, e às perdas causadas pelo

furacão Katrina, em 2005. “Já existia um problema estrutural, mas com a crise em 2008 o

governo injetou muito recurso nos bancos e empresas e isso levou a um sério aprofundamento do

déficit”, afirma Martello.

O resultado é que a dívida saiu de controle. Nos últimos meses, essa situação criou a necessidade

de elevar o limite de endividamento público do país, para evitar que fosse decretado um calote.

Isso levou a um prolongado embate político entre democratas e republicanos, que gerou enorme

estresse nos mercados financeiros e levou a agência de classificação de risco S&P a rebaixar a

nota de crédito americana no começo de agosto.

Para piorar o cenário, os números revisados do PIB americano no primeiro e segundo trimestre

apontam para desaceleração da economia, que também enfrenta altos índices de desemprego.

Enquanto isso, a disputa política segue firme nos Estados Unidos, desta vez em torno da

aprovação de um pacote proposto por Obama para estimular a geração de empregos no país.

Na avaliação do professor José Márcio Camargo, da PUC-RJ, “a proposta do presidente Barack

Obama de desoneração de impostos deve passar no Congresso americano, mas o aumento de

gastos em infraestrutura para estimular a economia não deve ter aprovação da maioria. A briga

entre políticos, que reprovam os programas de incentivo financeiro, e o Fed, o Banco Central dos

Estados Unidos, pode comprometer a independência da instituição.”

4- Bancos em risco

A fragilidade do sistema financeiro na Europa e Estados Unidos continua a tirar o sono dos

investidores. Se em 2008 os bancos, principalmente americanos, sofreram com a exposição a

hipotecas de alto risco, desta vez, instituições de ambos os lados do Atlântico sentem os efeitos

da exposição a títulos da dívida soberana de países europeus.

É o caso dos bancos franceses, bastante expostos a títulos públicos da Grécia – país que busca

com urgência nova parcela de resgate para evitar o calote.

Alguns estudos tentam estimar o volume total de recursos que seria necessário para recapitalizar

os bancos europeus em caso de um default da Grécia ou mesmo de outros países, como Portugal.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 7

Mas economistas afirmam que não é possível saber exatamente o tamanho do rombo, pois além

dos títulos públicos, os bancos também estão expostos a seguros contra a dívida.

Por não ser negociado em mercado formal, ninguém sabe ao certo quanto os bancos perderiam

com esses seguros.

5- Mundo em desaceleração

Se há alguns meses a inflação mundial era a principal preocupação de líderes e analistas de

mercado, hoje o tema que domina as conversas é a desaceleração da economia global.

Em um relatório recente, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

(OCDE) alertou para evidente desaceleração da atividade econômica em praticamente todos os

países.

E o Brasil não está imune. Pelo contrário, é a nação que mostra os sinais mais claros de

esfriamento da atividade, segundo a OCDE.

Na avaliação do Banco Central brasileiro, “observa-se moderação do ritmo de atividade” do País,

mas a economia “ainda continuará sendo favorecida pela demanda interna".

No cenário internacional, a autoridade monetária vê "possibilidade elevada de recessão" em

alguns países devido à crise global, "em especial nas economias maduras".

Saiba mais sobre a crise na Europa e entenda quem são os “Piigs”

Cinco países altamente endividados estão no centro da maior turbulência econômica

na região desde a Segunda Guerra

Ilton Caldeira, iG São Paulo

A crise da dívida que afeta a Europa tem reflexos não só no continente, mas em várias outras

partes do mundo, inclusive no Brasil , em um cenário internacional onde as relações econômicas e

financeiras estão cada vez mais interligadas.

Mas as fragilidades causadas pelos altos déficits , que ocorrem quando um país gasta mais do que

arrecada, são mais latentes e concentradas em cinco países da região que adotou o euro como

moeda única: Portugal , Irlanda , Itália , Grécia e Espanha , batizados de “Piigs”, uma sigla

depreciativa criada com a junção das letras iniciais do nome de cada nação, em inglês, e cuja

sonoridade se assemelha com a palavra “porcos”, no mesmo idioma.

O alto risco de um calote nesses países é considerado pelos especialistas como a maior ameaça à

economia da União Europeia desde a Segunda Guerra Mundial. Esse cenário de medo e incertezas

tem levado a indagações sobre a real viabilidade futura da união monetária , com reflexos nas

principais bolsas de valores do mundo , que sofrem com as constantes quedas e fortes oscilações

ao sabor dos acontecimentos de curto prazo.

Page 10: Apostila bb -_edgar_cassio_ atualidades do SFN

Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 8 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

O motivo de tanta tensão é a dificuldade que alguns países vêm enfrentando para conseguir

empréstimos e refinanciar suas dívidas públicas. Essa capacidade de se refinanciar acontece

porque existe um grande desequilíbrio fiscal, com a arrecadação dos governos em queda e os

gastos em alta.

A União Europeia , sob a liderança da Alemanha , a maior economia do bloco, tem buscado saídas

para a crise, mas a falta de medidas concretas e de grande impacto tem contribuído ainda mais

com clima de incerteza.

O resultado dessa falta de ação na vida das pessoas comuns pode ser percebida com a queda de

vários governos na Europa. A crise econômica já derrubou dez chefes de governo desde 2009,

sendo que o último a cair foi o do primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero derrotado nas

eleições parlamentares de 20 de novembro.

Eleitores insatisfeitos com as respostas dadas pelos governos para a crise foram às urnas e

mudaram o comando de países como Irlanda, Portugal e Espanha. Na Grécia e na Itália, os

premiês, também sob forte pressão, renunciaram a seus mandatos.

O sentimento de reprovação às soluções propostas para debelar a crise também pode ser notado

nas manifestações de movimentos como o "Indignados" , que tem protestado em diversas cidades

da Europa contra as distorções geradas por um mundo financeiro com instrumentos de

fiscalização comprovadamente falhos em muitos casos.

Veja a seguir alguns pontos para entender a crise que afeta a Europa e os “Piigs”

Portugal

Portugal enfrenta uma taxa de desemprego superior a 12% e uma economia em contração . O

recém empossado primeiro-ministro Pedro Passos Coelho terá que implantar reformas fiscais e

sociais amplas e urgentes, incluindo mais medidas de austeridade para restaurar a saúde fiscal do

país e encorajar o crescimento econômico.

Os termos do acordo de ajuda financeira acertado com a União Europeia e credores incluem

aumento dos impostos, congelamento de aposentadorias e cortes nos benefícios dos funcionários.

O novo governo terá que implementar o pacote econômico que prevê uma ajuda financeira de 78

bilhões de euros ao país.

Diferentemente de outros países, não houve qualquer estouro de bolha em Portugal. O que houve

foi um processo gradual de perda de competitividade, com o aumento dos salários e redução das

tarifas de exportações de baixo valor da Ásia para a Europa.

Com o baixo crescimento econômico, o governo tem tido dificuldade para obter a arrecadação

necessária para arcar com os gastos públicos crescentes, em parte por causa de uma sucessão de

projetos, incluindo melhorias no setor de transportes, com o objetivo de aumentar a

competitividade portuguesa.

Page 11: Apostila bb -_edgar_cassio_ atualidades do SFN

Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 9

Quando estourou a crise financeira global, em setembro de 2008, Portugal passou a enfrentar

problemas com sua dívida pública, que ficou cada vez mais difícil de ser financiada.

Irlanda

A República da Irlanda foi uma das maiores casos de sucesso recente na Europa, nos anos pré-

crise. Tanto que devido a esse fato o país foi apelidado de "Tigre Celta". Mas esse crescimento

econômico era dependente de uma frágil bolha imobiliária que ruiu em 2008. O país foi do boom

ao desastre financeiro em um período de apenas três anos.

O preço dos imóveis caiu rapidamente cerca de 60% e os empréstimos de risco, concedidos

principalmente para as construtoras, se acumularam nas carteiras dos principais bancos. Para

ajudar as principais instituições financeiras e evitar um colapso em todo o sistema foi necessário

um aporte emergencial de 45 bilhões de euros, mais de R$ 100 bilhões, o que aprofundou ainda

mais o já elevado déficit no orçamento do governo irlandês.

As finanças do país também estão sendo afetadas pela queda na arrecadação de impostos. À

medida que a economia se retrai, cresce o desemprego e aumentam os temores de que o país

esteja à beira de uma volta à recessão.

O país já adotou uma série de programas de austeridade desde o início da crise da dívida, mas o

governo terá de fazer muito mais nos próximos anos para cumprir as difíceis metas estabelecidas

pela União Europeia (UE), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu

(BCE), que são credores do país.

Em 7 de novembro, a União Europeia fez uma emissão de bônus dez anos no valor de 3 bilhões

de euros destinados ao programa de assistência financeira à Irlanda. A operação foi realizada por

meio do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), com vencimento dos títulos em 4 de

fevereiro de 2022 e rentabilidade de 3,6%.

Itália

O agravamento da situação da economia italiana tem colocado em dúvida as soluções propostas

até agora pela União Europeia para a crise. A Itália possui uma dívida de 1,9 trilhão de euros,

muito maior que a de Grécia, Irlanda e Portugal juntos.

A quebra da Itália , terceira maior economia do bloco, que representa cerca de 20% da União

Europeia, poderia abalar seriamente a estrutura do euro. Para blindar a Itália, os líderes europeus

decidiram em outubro ampliar o Fundo de Estabilidade Financeira (FEEF) para 1 trilhão de euros,

mediante um mecanismo que estimule a compra da dívida dos países mais frágeis, oferecendo

uma garantia de 20% sobre perdas eventuais.

Diante da gravidade da situação, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, nomeou em 13 de

novembro o economista e ex-comissário da União Europeia Mario Monti como primeiro-ministro do

país, em substituição a Silvio Berlusconi , que ocupou o cargo por cerca de dez anos, e passava

Page 12: Apostila bb -_edgar_cassio_ atualidades do SFN

Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 10 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

por uma crise de credibilidade após se envolver em sucessivos escândalos, além de ter seu nome

associado em denúncias de corrupção.

Monti te como função principal implementar o plano de austeridade aprovado em 12 de novembro

pelo parlamento italiano. O pacote contém medidas duras para cortar 59,8 bilhões de euros e

equilibrar o orçamento do país até 2014.

Entre as medidas estão o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), de 20% para 21%,

congelamento dos salários de servidores até 2014, aumento da idade mínima de aposentadoria

para as trabalhadoras do setor privado, de 60 anos em 2014 para 65 em 2026, maior rigidez na

aplicação das leis contra evasão fiscal, além de um imposto especial para o setor de energia.

Grécia

A Grécia foi uma das maiores beneficiadas com a de adesão ao euro em 2001. Mas o governo

grego foi incapaz de gerir a expansão dos gastos públicos que dispararam de forma desordenada.

Nesse período, os salários do funcionalismo praticamente dobraram. Agora, a Grécia é o país de

maior evidência no grupo de devedores da União Europeia.

O país tem hoje uma dívida equivalente a cerca de 142% do Produto Interno Bruto (PIB), a maior

relação entre os países da zona do euro. O volume de dívida está muito acima do limite de 60%

do PIB estabelecido pelo pacto de estabilidade do bloco assinado pelo país para fazer parte do

euro.

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e

deixando a economia cada vez mais exposta aos riscos da crescente dívida. Enquanto os cofres

públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasão de impostos, deixando o

país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de crédito que veio à tona em

setembro de 2008.

Apesar da ajuda da União Europeia, a Grécia segue em dificuldades. Em meados de 2011, foi

aprovado um segundo pacote de ajuda, de cerca de 109 bilhões de euros, em recursos da União

Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de bancos do setor privado. Um programa de

recompra de dívidas deve somar outros 12,6 bilhões de euros vindos de instituições financeiras

não estatais, chegando a cerca de 50 bilhões de euros apenas a contribuição dos credores

privados.

Diante das pressões, tanto internas como da comunidade financeira internacional, no início de

novembro o primeiro-ministro grego George Papandreou aceitou renunciar ao cargo para que

fosse montado um governo de coalizão no país. Após uma longa negociação entre os partidos

governistas e de oposição, o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Lucas

Papademos foi nomeado em 10 de novembro o novo primeiro-ministro do governo de união

nacional na Grécia, com a missão de restaurar a confiança do mercado financeiro e estabilizar a

situação econômica do país.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 11

Espanha

Com a taxa de desemprego mais alta entre os países industrializadas (22% da população ativa),

ameaça de resgate financeiro e risco crescente de recessão, a Espanha vive sua pior crise em

mais de quatro décadas.

A fragilidade econômica vem causando uma rápida mudança social na Espanha, empurrando de

volta para a pobreza pessoas que vinham ascendendo economicamente. Segundo o Instituto

Nacional de Estatística (INE), mais de um em cada cinco espanhóis, (21% da população), ou

cerca de 10 milhões de pessoas, era classificado como pobre em julho, e analistas estimam que

este índice chegue a 22% até o fim do ano. Em 1991, o índice era de 14%. Uma em cada quatro

famílias no país não tem dinheiro suficiente para saldar as dívidas no fim de cada mês.

Essas estatísticas recentes contrastam com o perfil de um país que até seis anos atrás criava

cerca de 500 mil empregos por ano e que em uma década de crescimento contínuo importou 5

milhões de imigrantes.

Algumas medidas para tentar ajustar o país ao momento de baixo crescimento como

congelamento de pensões, aumento na idade de aposentadoria, que passou dos 65 para 67 anos,

corte de 5% nos salários do funcionalismo, aumento de impostos, entre outras, foram decretadas

nos últimos meses. Mas essas decisões acabaram com a popularidade dos políticos socialistas, que

chegaram ao poder em 2004, num momento de expansão econômica impulsionada pelo que, no

futuro, se transformaria em uma bolha imobiliária. A forte expansão do setor da construção na

Espanha fez com que o PIB do país crescesse mais de 60% nos últimos 15 anos. Entre 1994 e

2007, os imóveis tiveram uma valorização de mais 170%.

Após a realização de eleições parlamentares em 20 de novembro e sob o comando do novo

primeiro-ministro Mariano Rajoy , de perfil conservador, a Espanha deve ter pela frente períodos

de mais ajustes fiscais, com cortes de gastos do governo e crescimento mais lento.

3. Perspectivas para a economia mundial melhoram em 2013

Valor Econômico - 02/01/2013

Se existem perspectivas mais animadoras para a economia global em 2013, elas se devem

especialmente ao fato de os bancos centrais corajosos estarem conduzindo os destinos dos países

desenvolvidos. Desde 2008, quando uma pavorosa recessão ameaçou o mundo, o Federal

Reserve (Fed, banco central americano) e, depois, o Banco Central Europeu (BCE) conseguiram

evitar a quebra generalizada de bancos dos dois lados do Atlântico e falências de países, no caso

da zona do euro. Conseguir afastar os piores perigos, nessas circunstâncias, já seria uma façanha.

Fazê-lo sem poder contar com o poderoso auxílio das políticas fiscais - e até remando contra as

consequências delas, em certo sentido - é admirável. Durante os últimos cinco anos o mundo

desenvolvido foi regido por juros reais próximos do zero, quando não negativos. Isso por si só

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 12 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

colocou notáveis desafios para as autoridades monetárias, pois o remédio foi insuficiente para

evitar o colapso de economias inteiras. Os EUA conseguiram navegar relativamente bem após

forte recessão nos últimos meses de 2008 e início de 2009, graças ao ativismo de Ben Bernanke,

um estudioso atento da Grande Depressão. O Fed fez o que nunca tinha feito: comprar títulos

privados, aceitar garantias que seriam rechaçadas em tempos normais e inchar seu balanço em

mais de US$ 1 trilhão. O Tesouro americano entrou no capital de fortalezas bancárias, como o

Citibank. Os grandes bancos levaram uma surra, mas nenhum deles faliu depois da desastrosa

derrocada do Lehman Brothers. O epicentro da crise se deslocou para a zona do euro desde 2010

e lá permanece. A Grécia quebrou e ameaçou levar a união monetária junto consigo. Os títulos

soberanos, considerados os mais seguros, tornaram-se papéis podres diante da montanha de

déficit público acumulada por Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e outros países, em grande parte

para evitar uma catástrofe financeira provocada pela ganância e irresponsabilidade dos bancos.

Em 2012, a falência combinada de Estados e instituições financeiras esteve prestes a se

concretizar. Os líderes europeus agiram com reticências e tardiamente, deixando um vácuo que

foi preenchido pela ação do Banco Central Europeu. O bloco monetário foi duas vezes salvo por

Mario Draghi, presidente do BCE. Em um dos picos da crise, no fim de 2011, Draghi tomou a

dianteira ao dar financiamento ilimitado por três anos, a custo simbólico, para todos os bancos

que dele necessitassem. Afastado provisoriamente o risco imediato de quebra bancária

generalizada, o outro lado do pêndulo da crise se moveu. O custo de financiamento de países

como Itália e Espanha, terceira e quarta maiores economias da zona do euro, foi para a lua. De

novo, Draghi, navegando na estreita linha permitida pelos tratados da União Europeia, anunciou a

compra dos títulos dos países sob sufoco no mercado secundário, desde que se submetessem aos

planos de austeridade da Comissão Europeia, FMI e BCE. Imediatamente o preço exigido pelos

investidores para sustentar a rolagem da dívida dos Estados declinou e hoje está

significativamente abaixo do pico de 2011 - e, o que é mais curioso, sem que o BCE tenha de fato

feito compras maciças de títulos soberanos e Espanha e Itália tenham pedido socorro

formalmente. A compra de títulos soberanos foi uma alternativa levantada desde o início da crise

do euro e só foi tomada, ainda assim, com a união monetária à beira do precipício. Além disso, os

líderes europeus finalmente se convenceram de que deveriam salvar a Grécia e manter a unidade

da zona do euro. Aceitaram que seu fundo de estabilização fosse usado para sanear bancos em

dificuldades e concordaram em criar uma supervisão bancária única para os grandes bancos, a

cargo do BCE. Problemas de fundo do bloco monetário subsistem, como a necessidade de

coordenação das políticas fiscais, envolvendo significativa perda de soberania dos Estados

membros. Mas o BCE conseguiu finalmente comprar tempo e deter a escalada fatal da crise. A

zona do euro continuará em recessão ao longo de 2013 e uma recuperação econômica plena

demorará anos. Se os EUA domarem o abismo fiscal como tudo indica, a China melhorar um

pouco sua performance e os demais emergentes se recuperarem, como dão sinais de fazê-lo, o

drama europeu, que apavorou os mercados nos últimos anos, se tornará administrável. Por isso,

2013 pode ser o ano que marcará o começo do fim da crise global.

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membros. Mas o BCE conseguiu finalmente comprar tempo e deter a escalada fatal da crise. A

zona do euro continuará em recessão ao longo de 2013 e uma recuperação econômica plena

demorará anos. Se os EUA domarem o abismo fiscal como tudo indica, a China melhorar um

pouco sua performance e os demais emergentes se recuperarem, como dão sinais de fazê-lo, o

drama europeu, que apavorou os mercados nos últimos anos, se tornará administrável. Por isso,

2013 pode ser o ano que marcará o começo do fim da crise global.

4. Perspectivas da economia chinesa

Autor(es): Caio Megale e Artur Manoel Passos

Valor Econômico - 08/05/2012

O Brasil teve avanços importantes nos últimos 15 anos. O tripé de política econômica - inflação

controlada, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal - trouxe credibilidade ao país, reduzindo o

custo de captação externo. Reformas, que mudaram as instituições, geraram crescimento e

atraíram novos investimentos externos diretos. Ficaram para trás os antigos problemas

recorrentes no balanço de pagamentos que faziam o Brasil ficar sobressaltado a cada crise

externa. Hoje a dívida externa brasileira não existe e as exportações cresceram muito.

Uma parte do sucesso nas contas externas deve-se ao expressivo ganho nos termos de troca. A

China teve um papel importante nesse processo. A forte demanda por commodities foi decisiva na

elevação dos preços desses produtos no mercado internacional, explicando boa parte deste ganho

nos termos de troca.

Entender a dinâmica da economia chinesa passou a ser, portanto, fundamental para o Brasil.

Como ela se comportará nos próximos anos? O governo chinês dá sinais de estar comprometido

com reformas que modifiquem seu modelo de crescimento. O país deve crescer menos, porém de

forma mais sustentável. Ao mesmo tempo, os sinais apontam para um ritmo lento de ajustes,

seguindo o gradualismo que marcou o país nas últimas décadas.

Estudo sugere que não há espaço para que o investimento continue crescendo mais rápido do que

o PIB, sob pena de surgirem projetos de qualidade duvidosa. O consumo, por sua vez, deverá

ganhar espaço na demanda doméstica.

Em 2007, o premiê Wen Jiabao afirmou que o crescimento chinês é "instável, desbalanceado,

descoordenado e insustentável", e desde então o governo vem buscando um rebalanceamento. O

último plano quinquenal (2011-2015) reafirma esse diagnóstico e aponta o caminho.

Do lado da demanda, o objetivo é fortalecer o consumo doméstico. Do lado oferta, o plano prevê

o aumento da participação do setor terciário no Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o

governo almeja aumentar o valor agregado das manufaturas e a liberar gradualmente a conta

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financeira do balanço de pagamentos.

A crise de 2008/2009 interrompeu temporariamente o processo. Em resposta à queda nas

exportações, o governo expandiu os investimentos, principalmente em infraestrutura e no setor

imobiliário. Como consequência, a participação dos investimentos no PIB chegou a quase 50%. A

dívida dos governos locais aumentou cerca de 17% do PIB em 2008 para 26% em 2010.

Aumentou a incerteza em relação ao pagamento dos empréstimos bancários que financiaram essa

expansão, embora o governo tenha espaço para absorver eventuais perdas e prevenir uma crise

bancária.

Passada a crise, o rebalanceamento induzido pelo governo foi retomado. Os investimentos ainda

crescem mais do que o PIB, mas vêm desacelerando. O superávit na conta corrente do balanço de

pagamentos declinou de 10% do PIB em 2007 para menos de 3% em 2011, em parte resultado

do aumento da demanda doméstica e da apreciação da taxa de câmbio - embora o baixo

crescimento cíclico nos países desenvolvidos também tenha contribuído no ajuste.

As reformas devem continuar. A recente redução da meta de crescimento de 8,0% para 7,5% em

2012 indica disposição do governo em aceitar um crescimento menor, necessário para viabilizar

uma evolução mais sustentável à frente (cabe lembrar, contudo, que o crescimento efetivo

costuma ser maior do que a meta). A estrutura tributária deve voltar a ser ajustada em 2012,

aumentando a renda disponível das famílias. Ao mesmo tempo, o governo já elevou duas vezes os

preços de gasolina e diesel e prometeu ajustes nos mecanismos que regulam preços de

eletricidade e de combustíveis.

No setor financeiro, foi anunciado um programa piloto na cidade de Wenzhou que vai viabilizar

uma participação maior do setor privado. Apesar da preocupação com os mecanismos de

financiamento fora do balanço dos bancos, estes podem ser vistos como um passo na direção da

desregulamentação das taxas para os depósitos e empréstimos, desde que estejam sob um

arcabouço regulatório bem desenhado.

Por fim, os aumentos da largura da banda de flutuação diária do yuan em relação à taxa de

referência e do programa de investimento em ativos domésticos para investidores qualificados,

ambos anunciados em abril, vão na direção de diminuir as restrições nos fluxos de capital.

Esses fatores devem levar a uma lenta redução das taxas de crescimento do PIB. A equipe de

economistas do Itaú publicou um estudo tentando medir o crescimento potencial das principais

regiões do mundo (1). Para a China, o estudo sugere que não há espaço para que o investimento

continue crescendo mais rápido do que o PIB, sob pena de surgirem projetos de qualidade

duvidosa, como os que apareceram durante a retomada pós-crise de 2008. O consumo, por sua

vez, deverá ganhar espaço na demanda doméstica.

O cenário do Itaú prevê uma diminuição do crescimento potencial a um valor entre 6,5% e 7,0%

no final desta década. O crescimento menor decorre da desaceleração dos investimentos e de

fatores demográficos (força de trabalho crescendo menos). Além disso, há uma tendência de

relocação da mão de obra: a migração do campo para a cidade continuará, mas os trabalhadores

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irão cada vez mais para o setor de serviços, que é menos produtivo.

Em suma, a China continuará avançando, contribuindo para o crescimento mundial e para a

demanda por commodities. Mas o ritmo será mais moderado, em resposta a medidas

governamentais para rebalancear a economia. Este é um cenário ainda favorável para o Brasil,

mas que traz desafios. Ganham importância reformas estruturais que acelerem a produtividade da

economia e abram espaço para aumentar os investimentos em infraestrutura. Desta forma,

reduziremos ainda mais a dependência do ambiente internacional. Afinal, os ventos externos

favoráveis não devem ser tão forte como nos últimos 10 anos.

(1) Itaú Macro Latam 2020 (março de 2012). Disponível em bit.ly/Macro_Latam_2020

Caio Megale e Artur Manoel Passos são economistas do Itaú Unibanco.

5. Sucesso dos Brics gerou proliferação de acrônimos econômicos

Nos últimos tempos, noticiário econômico e internacional vê cada vez mais novas

siglas como Pigs, Civets, Carbs, Cement ou Cassh.

BBC

Os Brics podem salvar os Pigs? Talvez com a ajuda dos Cement. Com isso, Civets, Mints, Mist,

Carbs e Cassh poderão continuar crescendo.

No rastro do sucesso do acrônimo Bric, cunhado há dez anos pelo economista-chefe do banco

Goldman Sachs, uma série de novos acrônimos vem aparecendo para denominar grupos de países

com algo em comum, seja para a felicidade da mídia, que pode usá-los para simplificar conceitos

e economizar espaço, seja para simplesmente 'vender' os países aos investidores internacionais.

Novos acrônimos e siglas vêm sendo apresentados com cada vez mais frequência no noticiário

econômico ou internacional. Além dos "filhotes" dos Brics, há a proliferação dos já tradicionais

agrupamentos G (G2, G4, G5, G7, G8, G20, G77 etc...).

Quando Jim O'Neill, do Goldman Sachs, criou os Bric, sua intenção era identificar o grupo dos

quatro países de grandes dimensões com crescimento econômico acelerado (Brasil, Rússia, Índia

e China) nos quais seus clientes poderiam investir com perspectivas de grandes ganhos futuros.

O sucesso do acrônimo, que se utiliza também do trocadilho em inglês com brick (tijolo), numa

referência aos blocos de construção do crescimento global, gerou não só uma atenção global

maior sobre os países como levou-os a institucionalizá-lo, com reuniões de cúpula periódicas e

mecanismos de consultas diplomáticas para a discussão de posições comuns. No rastro, também

popularizou o nome de O'Neill.

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Siglas fáceis

Uma pesquisa acadêmica citada recentemente pelo diário "The Wall Street Journal" mostra que

siglas fáceis de serem lembradas podem ajudar a vender investimentos. O estudo, publicado em

2006, mostrou que as ações cujas siglas formavam sons de palavras comuns reconhecíveis se

valorizaram 8,5% a mais em comparação com as demais.

Isso explica em grande parte a proliferação das siglas. O próprio acrônimo Bric já ganhou

variações, com Brics (com a inclusão recente da África do Sul ao grupo institucionalizado) ou Brick

(com a inclusão da Coreia do Sul, como defendem alguns analistas).

Desde o ano passado, com o agravamento da crise da dívida nos países da Europa, parte da mídia

passou a se referir aos países em dificuldades como Pigs (porcos, em inglês). Fazem parte do

grupo Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha. Com a contaminação da Itália pela crise, a sigla

ganhou um novo I e gerou os Piigs.

Compreensivelmente e diferentemente dos Brics, porém, nem os Pigs ou os Piigs se assumem

como tal nem há um "pai" declarado do acrônimo.

A maioria dos acrônimos que apareceram nos últimos tempos tem sentido positivo. Os Civets

(nome em inglês dos cervos almiscareiros) reúnem Colômbia, Indonésia, Vietnã, Egito, Turquia e

África do Sul. O acrônimo foi criado pela Economist Intelligence Unit (EIU), o braço de pesquisas

da revista "The Economist", para agrupar países emergentes com economias dinâmicas e

diversificadas e com populações jovens.

Os Civets são de alguma maneira complementares aos Brics, da mesma maneira que o grupo

Cement (cimento em inglês, num trocadilho que envolve também os tijolos Brics). O Cement

(Countries in Emerging Markets Excluded by New Terminology, ou Países nos Mercados

Emergentes Excluídos pela Nova Terminologia) foi criado pelos críticos dos Brics que afirmam que

o crescimento do grupo depende diretamente do crescimento dos demais países emergentes. Para

eles, sem cimento os tijolos não servem para nada.

Outra adição recente ao rol dos acrônimos econômicos é o Carbs (abreviação em inglês para

carboidratos), que reúne Canadá, Austrália, Rússia, Brasil e África do Sul. O acrônimo foi cunhado

pelo Citigroup, que em um relatório publicado neste mês chamado Carbs make you strong

(Carbos deixam você forte) argumentou que os cinco países têm economias e moedas

particularmente sensíveis às variações nos preços das commodities.

Outros acrônimos criados nos últimos anos incluem, entre outros, Eagles (Emerging and Growth

Leading Economies), Mints (Malásia, Indonésia, Nova Zelândia, Tailândia e Cingapura), Mist

(México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia) e Cassh (Canadá, Austrália, Cingapura, Suíça e Hong

Kong).

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A lista não para de crescer. Em alguns casos, porém, quando a lógica do agrupamento dos países

não combina com a cunhagem de um acrônimo, outras soluções são necessárias, como no caso

dos Next-11 (Próximos 11).

O grupo, criado também pelo pai dos Bric, Jim O'Neill, inclui os países em que ele vê potencial

para se juntar às maiores economias do século 21 - Bangladesh, Egito, Indonésia, Irã, México,

Nigéria, Paquistão, Filipinas, Coreia do Sul, Turquia e Vietnã. Ganha um prêmio quem conseguir

criar um acrônimo simples com as iniciais desses países.

6. Crise financeira americana

Entenda a crise financeira que atinge a economia dos EUA

da Folha Online

A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da crise imobiliária pela qual passa o

país, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O

principal segmento afetado, que deu origem ao atual estado de coisas, foi o de hipotecas

chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplência.

O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise

das empresas "pontocom", em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram

caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento

de juros baixos. A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos

financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2003, por exemplo, os juros do Fed chegaram a

cair para 1% ao ano.

Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de

uma) tornou-se um bom negócio, na expectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da nova

compra um investimento. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o

dinheiro do financiamento para quitar dívidas e, também, gastar (mais).

As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento

do mercado, passaram a atender o segmento "subprime". O cliente "subprime" é um cliente de

renda muito baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar

renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa --ou seja, cujo risco de não ser

pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco.

Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos compram esses títulos

"subprime" das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia

em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

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interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim

por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos.

Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de

não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter

medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez

(retração de crédito).

Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair: os juros do

Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso,

a oferta começa a superar a demanda e desde então o que se viu foi uma espiral descendente no

valor dos imóveis.

Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor de

novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo,

desaquecendo a maior economia do planeta --com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se

compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas.

No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos

que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o

pessimismo influencia os mercados globais.

Financiadoras

Em setembro do ano passado, o BNP Paribas Investment Partners --divisão do banco francês BNP

Paribas-- congelou cerca de 2 bilhões de euros dos fundos Parvest Dynamic ABS, o BNP Paribas

ABS Euribor e o BNP Paribas ABS Eonia, citando preocupações sobre o setor de crédito 'subprime'

(de maior risco) nos EUA. Segundo o banco, os três fundos tiveram suas negociações suspensas

por não ser possível avaliá-los com precisão, devido aos problemas no mercado "subprime"

americano.

Depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em pânico e algumas das principais

empresas de financiamento imobiliário passaram a sofrer os efeitos da retração; a American Home

Mortgage (AHM), uma das 10 maiores empresa do setor de crédito imobiliário e hipotecas dos

EUA, pediu concordata. Outra das principais empresas do setor, a Countrywide Financial, registrou

prejuízos decorrentes da crise e foi comprada pelo Bank of America.

Bancos como Citigroup, UBS e Bear Stearns têm anunciado perdas bilionários e prejuízos

decorrentes da crise. Entre as vítimas mais recentes da crise estão as duas maiores empresas

hipotecárias americanas, a Fannie Mae e a Freddie Mac. Consideradas pelo secretário do Tesouro

dos EUA, Henry Paulson, "tão grandes e tão importantes em nosso sistema financeiro que a

falência de qualquer uma delas provocaria uma enorme turbulência no sistema financeiro de

nosso país e no restante do globo", no dia 7 deste mês foi anunciada uma ajuda de até US$ 200

bilhões.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 19

As duas empresas possuem quase a metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para a

habitação nos EUA; no segundo trimestre, registraram prejuízos de US$ 2,3 bilhões (Fannie Mae)

e de US$ 821 milhões (Freddie Mac).

Menos sorte teve o Lehman Brothers: o governo não disponibilizou ajuda como a que foi

destinada às duas hipotecárias. O banco previu na semana passada um prejuízo de US$ 3,9

bilhões e chegou a anunciar uma reestruturação. Antes disso, o banco já havia mantido conversas

com o KDB (Banco de Desenvolvimento da Coréia do Sul, na sigla em inglês) em busca de vender

uma parte sua, mas a negociação terminou sem acordo.

O Bank of America e o Barclays também recuaram, depois que ficou claro que o governo não iria

dar suporte à compra do Lehman. Restou ao banco entregar à Corte de Falências do Distrito Sul

de Nova York um pedido de proteção sob o "Capítulo 11", capítulo da legislação americana que

regulamenta falências e concordatas.

Combate

Como medida emergencial para evitar uma desaceleração ainda maior da economia --o que faz

crescer o medo que o EUA caiam em recessão, já que 70% do PIB americano é movido pelo

consumo--, o presidente americano, George W. Bush, sancionou em fevereiro um pacote de

estímulo que incluiu o envio de cheques de restituição de impostos a milhões de norte-

americanos.

O pacote estipulou uma restituição de US$ 600 para cada contribuinte com renda anual de até

US$ 75 mil; e US$ 1.200 para casais com renda até US$ 150 mil, além de US$ 300 adicionais por

filho. Quem não paga imposto de renda, mas recebe o teto de US$ 3 mil anuais, teve direito a

cheques de US$ 300.

7. Obama toma posse e busca acordo contra crise fiscal

OBAMA TOMA POSSE EM BUSCA DE DIÁLOGO COM OPOSIÇÃO E DÁ ALARGADA PARA 2016

Autor(es): Denise Chrispim Marin

O Estado de S. Paulo - 21/01/2013

Barack Obama tomou posse oficialmente ontem como presidente dos Estados Unidos, depois de

uma cerimônia simples na Casa Branca. Hoje ele presta juramento público perante o Congresso e

começa, na prática, seu segundo governo com o desafio de melhorar o diálogo com a oposição

republicana e evitar o nó fiscal. Outro tema econômico urgente será a discussão sobre os cortes

de gastos públicos até 2022. O democrata tenta preservar os programas sociais que os

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republicanos pretendem enxugar. Ao mesmo tempo, foi dada a largada para a sua sucessão, em

2016. Ontem, o juramento do vice-presidente, Joe Biden, teve mais visibilidade que o do próprio

Obama

Celebração discreta. Em seu segundo mandato, democrata persegue acordo com republicanos no

Congresso para evitar nó fiscal que tornaria inviáveis seus programas sociais e colocaria em risco

o triunfo de seu partido nas próximas eleições presidenciais

O presidente dos EUA, Barack Hussein Obama, iniciou ontem seu segundo e último mandato em

uma cerimônia simples na Casa Branca. Hoje, no Congresso, fará seu juramento público.

Terminados os festejos, amanhã, terá o desafio de melhorar o complicado diálogo com a oposição

republicana, para evitar o nó fiscal que levaria ao fracasso de seu segundo governo. Ao mesmo

tempo, dará a largada para sua sucessão, na eleição de 2016.

Apenas a família, 12 convidados, 1 assessor e o presidente do Supremo Tribunal, John Roberts,

diante de quem jurou cumprir a Constituição, assistiram ao juramento de ontem, no Salão Azul da

Casa Branca. Não houve discursos nem acenos ao público. "Bom trabalho", disse a filha caçula,

Sasha, de 11 anos, ao referir-se aos últimos quatro anos. "Sim, fiz bom trabalho", respondeu

Obama.

O juramento do vice-presidente, Joe Biden, teve mais visibilidade e audiência de políticos e es-

trategistas de peso, entre os quais David Axelrod, a deputada Nancy Pelosi, líder democrata na

Câmara, e a presidente do Partido Democrata, Debbie Schultz. Sua ambição de concorrer na elei-

ção de 2016 foi reforçada no fim da campanha de 2012 e, em seguida, na negociação do acordo

tributário, no fim de dezembro, e ao compilar o pacote de controle de armas. Biden tem 70 anos.

"Podemos começar a fazer os cálculos políticos do número de delegados (para o Colégio Eleitoral)

necessários para a escolha do candidato democrata. Posso ver um monte de delegados aqui",

afirmou à imprensa a estrategista democrata Donna Brazile, presidente na cerimônia no

Observatório Naval, em Washington.

Obama já perdeu em seu gabinete uma potencial sucessora e concorrente de Biden nas primárias

democratas de 2016, Hillary Clinton, ex-primeira-dama e ex-senadora. Hillary promete descansar,

depois de quatro anos na liderança do Departamento de Estado e de viagens a mais de cem

países. Apesar de sua recente internação por uma trombose e de seus 65 anos, ela é tida como

uma candidata capaz de obter consenso no partido.

Democrata mais apagado, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, também é apontado como

potencial candidato.

Manobras políticas de curto prazo terão certamente impacto no jogo eleitoral de 2016. Obama

terminou seu mandato com pobre qualidade de diálogo com a oposição republicana, ainda

amarrada pelos radicais do Tea Party. A Casa Branca está em negociação com o Congresso sobre

dois temas econômicos de suma importância para a sociedade americana e para o restante de sua

gestão e também sobre sua política para controle de armas.

Obama deverá conseguir do Congresso autorização para elevar o limite de endividamento federal

antes de meados de fevereiro, quando o atual teto de US$ 16,4 trilhões será alcançado. Portanto,

tende a se livrar do risco momentâneo de ser obrigado a declarar a suspensão de pagamentos da

dívida, fornecedores, servidores e militares pela primeira vez na história americana.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 21

Os efeitos previstos dessa atitude vergonhosa para qualquer governo - como a pressão para o

aumento dos juros para o consumidor e o investidor, em prejuízo do consumo e o emprego -

serão contornados. Mas Obama ainda está ameaçado de ter seu governo e a sociedade americana

periodicamente expostos a esse mesmo risco.

A bancada democrata na Câmara insiste em aumentar o teto da dívida por apenas três meses e

resiste em dar ao presidente o poder para aumentar esse limite quando necessário. Trata-se de

uma espécie de torniquete sobre o governo Obama, com poder de limitar o poder de barganha da

Casa Branca em outros projetos de seu interesse, como a Reforma da Imigração, a regulamenta-

ção das reformas da Saúde e de Wall Street e o fim da guerra do Afeganistão.

Em outro tema econômico urgente, o acordo com o Congresso sobre os cortes de gastos públicos

até 2022, Obama tenta preservar os gastos com programas sociais da ansiedade republicana em

vê-los enxugados.

A discussão se complica pelo alto grau de polarização ideológica dos dois partidos, percebido

desde o início de 2011, e pela baixa tolerância de Obama a fazer concessões. A sociedade ameri-

cana sofrerá com qualquer escolha final ou com a ausência de um acordo.

Os programas de saúde gratuita para os americanos pobres serão alvo de cortes de gastos públi-

cos a partir de 2013, assim como as aposentadorias e pensões da Previdência Social. Despesas

com a Defesa não serão poupadas - e isso significará restrições na estratégia americana na guerra

do Afeganistão, em futuras ações militares dos EUA no exterior e nas contratações de empresas

do setor. Mesmo dentro do país, já há planos para o fechamento de bases, com repercussão

desastrosa para as economias locais.

O peso desses cortes e seus de efeitos dependerá do acordo a ser firmado até 28 de fevereiro. Se

não houver consenso, o governo de Obama será obrigado a reduzir em US$ 100 bilhões os gastos

públicos apenas neste ano, sobretudo nas áreas social e de defesa. Entre 2014 e 2022, outros

US$ 446 bilhões serão podados. A retração do ritmo de recuperação econômica do país, será ine-

vitável

8. Eua aprovam projeto contra "abismo fiscal" e bolsas sobem

ACORDO ADIA RISCO DE ‘ABISMO FISCAL’ NOS ESTADOS UNIDOS

Autor(es): Denise Chrispim Marin

O Estado de S. Paulo - 03/01/2013

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou, nos últimos minutos do prazo fixado,

projeto parcial de ajuste nas contas públicas que evita o chamado “abismo fiscal” e consequente

nova recessão. Por 257 votos a favor e 167 contra, os congressistas mantiveram os cortes de

impostos para a classe média e o aumento das taxas sobre os mais ricos. Como não houve acerto

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 22 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

sobre gastos públicos, foi adiado para março o risco de o país enfrentar um corte automático de

US$ 560 bilhões no setor até 2022 – US$ 110 bilhões somente neste ano – e uma possível

suspensão dos pagamentos das obrigações da dívida, de fornecedores e servidores. Os mercados,

tanto nos EUA quanto na Europa, reagiram bem à medida. A nova rodada de negociações será o

primeiro desafio do segundo mandato de Barack Obama, que começa no dia 21. As conversas

serão dificultadas pela piora do ambiente para diálogo entre republicanos e democratas

Sem entendimento sobre os gastos públicos, pacto ficou restrito ao capítulo tributário; corte nos

gastos só será negociado em 2 meses

A sanção presidencial ao acordo parcial de ajuste nas contas públicas americanas adiou para

março o risco de os Estados Unidos enfrentarem um corte automático de US$ 560 bilhões nos

gastos públicos e o risco de suspensão dos pagamentos das obrigações da dívida, de fornecedores

e servidores públicos. Mesmo incompleto, o acordo saiu nos últimos minutos do prazo fixado e

trouxe alívio ao evitar a queda do país no "abismo fiscal" no primeiro dia útil do ano e em uma

nova recessão.

Os mercados foram reabertos ontem, depois dos feriados de ano-novo, mais calmos em todo o

mundo. O diretor de Relações Internacionais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice,

parabenizou o Congresso pelo acordo, sem o qual "a recuperação econômica poderia descarrilar".

"Entretanto, ainda resta muito a ser feito para colocar as finanças públicas dos EUA de volta em

um caminho de sustentabilidade sem ameaçar a ainda frágil recuperação."

Aprovado pelo Senado na noite de segunda-feira, o acordo foi tema de debates tensos na Câmara

dos Deputados no dia seguinte. Os republicanos radicais do Tea Party resistiam a aprová-lo sem

emendas. No final da noite, recuaram. Em votação concluída às 23I1 (2h de ontem, no horário de

Brasília), o texto obteve 257 votos a favor - 87 de republicanos - e 167 contra.

Formulado pelos líderes democrata e republicano do Senado, o acordo restringiu-se ao capítulo

tributário, para impedir uma elevação generalizada dos recolhimentos de impostos logo nos

primeiros dias do ano. Como não houve acerto sobre gastos públicos, o Senado adiou por dois

meses a adoção do corte automático de US$ 110 bilhões em despesas apenas em 2013. A medida

seria posta em prática na ausência de um acordo.

Novo round. A segunda rodada de negociações deverá começar depois da posse do presidente

dos EUA, Barack Obama, em seu segundo mandato, no dia 21. Será seu primeiro desafio. O corte

automático de gastos - US$ 560 bilhões até 2022 e US$ 110 bilhões este ano - em 10 de março só

será impedido com a aprovação de uma proposta bipartidária alternativa.

Nesse mesmo período, o governo terá ainda de extrair do Congresso a autorização para elevar o

teto da dívida pública. O tema fora adicionado aos debates do acordo fiscal porque o governo

alcançaria em 31 de dezembro o limite de US$ 16,4 trilhões. Mas o Tesouro suspendeu alguns

investimentos e abriu uma brecha de US$ 200 milhões, que devem se esgotar ao final de dois

meses. Sem a autorização do Congresso, o Tesouro terá de suspender os pagamentos, pela

primeira vez na história.

"A atmosfera política em Washington continua ruim. Só não impediu que o acordo fosse aprovado

porque havia o risco de uma potencial crise econômica. O governo continua disfuncional", afirmou

WardMcGarthy, economista-chefe da Jefferies & Co. "Foi um sombrio começo de 2013.0 acordo

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 23

não é bom para a economia. Não faz nada para reduzir o peso dos gastos públicos. Não reforma

os programas de benefícios sociais do governo", escreveu o analista conservador Daniel Mitchell,

do Gato Institute.

O acordo assinado custará um aumento de US$ 4 trilhões na dívida pública até 2022, segundo j

projeções do Escritório de Orça- j mento do Congresso. Tal como está, permitiu a elevação, de

35% para 39,6%, da alíquota do imposto de renda para os americanos com renda anual acima de

US$ 400 mil US$ 450 para casais).

Houve aumento do imposto sobre ganhos de capital e de propriedade de imóveis para os seg- 1

mentos mais ricos. Os trabalha. dores, entretanto, terão de pagar mais imposto sobre salário.

O texto manteve o seguro-desemprego para 2 milhões trabalhadores sem ocupação há mais de

um ano.

9. Crise financeira européia

Entenda a crise da Grécia e suas possíveis consequências

País tem pesadas dívidas e vem recebendo ajuda externa.

Papandreou chegou a pedir referendo sobre ajuda financeira, mas recuou.

Do G1,

A Grécia tem enfrentado dificuldades para refinanciar suas dívidas e despertado preocupação

entre investidores de todo o mundo sobre sua situação econômica. Mesmo com seguidos pacotes

de ajuste e ajuda financeira externa, o futuro da Grécia ainda é incerto.

O país tem hoje uma dívida equivalente a cerca de 142% do Produto Interno Bruto (PIB) do país,

a maior relação entre os países da zona do euro. O volume de dívida supera, em muito, o limite

de 60% do PIB estabelecido pelo pacto de estabilidade assinado pelo país para fazer parte do

euro.

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e

deixando sua economia refém da crescente dívida. Nesse período, os gastos públicos foram às

alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram.

Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasão de

impostos – deixando o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crise de

crédito de 2008.

O montante da dívida deixou investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país. Hoje,

eles exigem juros bem mais altos para novos empréstimos que refinanciem sua dívida.

Ajuda e protestos

Em abril de 2010, após intensa pressão externa, o governo grego aceitou um primeiro pacote de

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ajuda dos países europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI), de 110 bilhões de euros ao

longo de três anos.

Em contrapartida, o governo grego aprova um plano de austeridade fiscal que inclui alta no

imposto de valor agregado (IVA), um aumento de 10% nos impostos de combustíveis, álcool e

tabaco, além de uma redução de salários no setor público, o que sofre forte rejeição da

população.

Apesar da ajuda, a Grécia segue com problemas. Em meados de 2011, foi aprovado um segundo

pacote de ajuda, em recursos da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do

setor privado. A contribuição do setor privado foi estimada em 37 bilhões de euros. Um programa

de recompra de dívidas deve somar outros 12,6 bilhões de euros vindos do setor privado,

chegando a cerca de 50 bilhões de euros.

Em outubro, ainda com o país à beira do colapso financeiro, os líderes da zona do euro

alcançaram um acordo com os bancos credores, que reduz em 50% a dívida da Grécia,

eliminando o último obstáculo para um ambicioso plano de resposta à crise. Com o plano, a dívida

grega terá um alívio de 100 bilhões de euros após a aceitação, pela maior parte dos bancos, de

uma redução superior a 50% do valor dos títulos da dívida.

No mesmo mês, o país enfrentou violentos protestos nas ruas. A população se revoltou contra um

novo plano de cortes, previdência e mais impostos, demissões de funcionários públicos e redução

de salários no setor privado, pré-requisito estabelecido pela União Europeia e pelo FMI para

liberar uma nova parcela do plano de resgate, de 8 bilhões de euros.Manifestantes entram em

confronto com a polícia em Atenas (Foto: Reuters)

Muitos servidores públicos acreditam que a crise foi criada por forças externas, como

especuladores internacionais e banqueiros da Europa central. Os dois maiores sindicatos do país

classificaram as medidas de austeridade como “antipopulares” e “bárbaras”.

Plebiscito e turbulências no mercado

Em 1º de novembro, o então primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, provocou novas

turbulências nos mercados e na zona do euro ao anunciar que convocaria um referendo sobre o

novo pacote de ajuda da União Europeia, perguntando aos eleitores se querem adotá-lo ou não.

A expectativa do premiê era que o plebiscito “validasse” as medidas de austeridade necessárias

para receber a ajuda financeira. Uma pesquisa, no entanto, mostrou que aproximadamente 60%

dos gregos enxergam a cúpula dos líderes europeus, que acertaram um novo pacote de ajuda de

130 bilhões de euros, como negativa ou provavelmente negativa.

A convocação de plebiscito enfrentou rejeição da oposição e dos membros do próprio partido de

Papandreou. Com isso, o governo ficou enfraquecido, e Papandreu terminou deixando o cargo,

sendo substituído por Lucas Papademos.

Calote

Como membro da zona do euro, a Grécia enfrenta pressão dos demais membros para colocar

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 25

suas contas em ordem e evitar a declaração de moratória – o que significaria deixar de pagar os

juros das dívidas ou pressionar os credores a aceitar pagamentos menores e perdoar parte da

dívida.

No caso da Grécia, isso traria enormes dificuldades. As taxas de juros pagas pelos governos da

zona do euro têm sido mantidas baixas ante a presunção de que a UE e o Banco Central Europeu

proveriam assistência a países da região, justamente para evitar calotes.

Uma moratória grega, além de estimular países como Irlanda e Portugal a fazerem o mesmo,

significaria um aumento de custos para empréstimos tomados pelos países menores da UE, sendo

que alguns deles já sofrem para manter seus pagamentos em dia.

Se Irlanda e Portugal seguissem o caminho do calote, os bancos que lhes emprestaram dinheiro

seriam afetados, o que elevaria a demanda por fundos do Banco Central Europeu.

Um calote grego pode fazer com que investidores questionem se a Irlanda e Portugal não

seguirão o mesmo caminho. O problema real diz respeito ao que acontecerá com a Espanha, que

só tem conseguido obter dinheiro no mercado a custos crescentes.

A economia espanhola equivale à soma das economias grega, irlandesa e portuguesa. Seria muito

mais difícil para a UE estruturar, caso seja necessário, um pacote de resgate para um país dessa

dimensão.

(Com informações da Reuters, France Presse e BBC)

10. O que a Grécia significa

Autor(es): agência o globo:Paul Krugman

O Globo - 13/03/2012

Então a Grécia deu oficialmente o calote nos credores privados. Foi um calote "ordeiro",

negociado ao invés de simplesmente anunciado, o que suponho seja bom. Ainda assim, a história

está longe de acabar. Mesmo com esse alívio em sua dívida, a Grécia - como outras nações

europeias forçadas a impor austeridade numa economia deprimida - parece condenada a muitos

anos mais de sofrimento.

Esta é uma fábula digna de ser contada. Nos últimos dois anos, a história da Grécia tem sido,

segundo um recente texto sobre economia política, "interpretada como uma parábola sobre os

riscos de irresponsabilidade fiscal". Não passa um dia sem que, nos EUA, algum político ou

comentarista entoe, com um ar de grande sabedoria, que é preciso cortar gastos do governo

imediatamente, ou vamos acabar como a Grécia, Grécia eu lhes digo.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 26 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Apenas para usar um exemplo recente, quando Mitch Daniels, governador de Indiana, apresentou

a resposta republicana ao discurso do presidente Obama sobre o Estado da União, insistiu que

"estamos a uma pequena distância de Grécia, Espanha e outros países europeus que hoje

enfrentam a catástrofe econômica". Ninguém aparentemente lhe disse que a Espanha tinha baixo

déficit governamental e superávit orçamentário às vésperas da crise; o país está em apuros

devido aos excessos do setor privado, não do setor público.

Mas o que a experiência da Grécia de fato mostra é que se incorrer em déficits em tempos de

fartura pode criar problemas - o que é o caso da Grécia, embora não o da Espanha - tentar

eliminar déficits quando você já está em apuros é uma receita para depressão.

Hoje em dia, depressões econômicas induzidas por políticas de austeridade são visíveis em toda a

periferia europeia. A Grécia é o pior caso, com o desemprego escalando para 20% e os serviços

públicos, incluindo o setor de saúde, entrando em colapso. Mas a Irlanda, que fez tudo o que

queria o pessoal da austeridade, também está em terrível estado, com o desemprego perto dos

15% e o PIB em queda de dois dígitos. Portugal e Espanha estão em situação crítica também.

Impor austeridade numa crise não inflige apenas grande sofrimento. Há evidência crescente de

que é autodestrutivo mesmo em termos puramente fiscais, pois a combinação de receitas em

queda devido à economia deprimida e perspectivas de longo prazo piores reduz a confiança do

mercado e torna a carga da dívida futura mais difícil de carregar. Deve-se perguntar como países

que estão sistematicamente negando um futuro a sua juventude - o desemprego entre jovens na

Irlanda, que costumava ser menor do que nos EUA, é agora de quase 30%, chegando perto dos

50% na Grécia - conseguirão crescimento suficiente para pagar o serviço da dívida.

Não é isso o que devia ter acontecido. Há dois anos, quando muitos começaram a pedir um giro

do estímulo para a austeridade, prometeram grandes vantagens em troca do sofrimento. "A ideia

que medidas de austeridade possam trazer estagnação é incorreta", declarou, em junho de 2010,

Jean-Claude Trichet, então presidente do Banco Central Europeu. Ele insistiu que, ao invés disso,

a disciplina fiscal inspiraria confiança, e isso levaria ao crescimento econômico.

Cada ligeira melhora de um indicador de uma economia em austeridade era aclamada como prova

de que essa política funciona. A austeridade irlandesa foi proclamada uma história de sucesso,

não uma vez, mas duas - a primeira no verão de 2020 e de novo no último outono; em cada vez a

suposta boa notícia rapidamente se evaporou.

Pode-se perguntar que alternativa países como Grécia e Irlanda tinham, e a resposta é que não

tinham e não têm boas alternativas a não ser deixar o euro, um passo extremo que,

realisticamente, seus líderes não podem dar até que todas as outras opções tenham falhado - um

estado de coisas tal que, se me perguntarem, diria que a Grécia dele se aproxima rapidamente.

A Alemanha e o Banco Central Europeu poderiam ter agido para tornar esse passo extremo menos

necessário, tanto ao exigir menos austeridade quanto ao fazer mais para impulsionar a economia

europeia como um todo. Mas o principal ponto é que os EUA de fato têm uma alternativa: temos

nossa própria moeda e podemos tomar empréstimos a prazos longos e a juros historicamente

baixos; então, não necessitamos entrar numa espiral descendente de austeridade e contração

econômica.

Então, é tempo de parar de invocar a Grécia como um exemplo de cautela diante do perigo dos

déficits; de um ponto de vista americano, a Grécia deveria, ao contrário, ser vista como exemplo

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

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dos perigos de tentar reduzir o déficit rapidamente demais, enquanto a economia ainda está

profundamente deprimida. (E sim, a despeito de algumas boas notícias ultimamente, nossa

economia ainda está profundamente deprimida.)

Se você quer saber quem está realmente tentando transformar os EUA em Grécia, não são os que

defendem mais estímulos à economia; são os partidários de que imitemos a austeridade ao estilo

grego, embora não enfrentemos constrangimentos de crédito ao estilo grego, e assim

mergulhemos numa depressão ao estilo grego.

11. G-20: Posição da Grécia no cenário de crise expõe divisão e vulnerabilidade da União Europeia

Ao abrir-se a reunião do G-20, em Cannes, sob a presidência da França, os países da zona do

euro e da UE (União Europeia) apresentam-se divididos e vulneráveis às pressões dos Estados

Unidos e dos Brics – grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China. Vulnerabilidade que decorre,

em grande parte, da posição da Grécia no cenário de crise.

Obtido na madrugada do dia 27 de outubro, depois de muitas reuniões técnicas e de intervenções

diretas da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Nicolas Sarkozy, o acordo

sobre a zona euro e a dívida grega foi saudado como uma etapa importante da construção

europeia.

Apenas alguns dias depois, tudo parece rolar por água abaixo com a decisão de George

Papandreou, o primeiro ministro socialista grego, de submeter o acordo a um referendo nacional.

Sem data certa – a imprensa grega diz que o voto popular será provavelmente realizado em

janeiro –, o anúncio do referendo já provocou uma queda nas bolsas e gerou novas tensões na

UE.

Segundo este acordo, em troca de severas restrições orçamentárias controladas pela UE, o FMI

(Fundo Monetário Internacional) e o Banco Central Europeu, a Grécia obteria um abatimento de

50% em sua dívida com os bancos europeus e novos empréstimos da União Europeia. Alvo de

protestos em seu país, Papandreou resolveu transferir para o eleitorado grego a responsabilidade

pelo acordo que endossou em Bruxelas na quinta feira passada.

Questionada por deputados de sua própria legenda, a atitude do primeiro-ministro ameaça

novamente a moeda única europeia. A notícia surpreendeu e irritou os outros governos europeus,

já que nada levava a crer que Papandreou fizesse esta altíssima aposta política. De fato, uma

sondagem recente indicou que 60% dos gregos desaprovam o acordo de Bruxelas. O primeiro-

ministro grego pensa que poderá virar o jogo eleitoral e obter uma maioria favorável ao acordo no

referendo do mês de janeiro. Mas os especialistas observam que a Grécia tem pouca experiência

em referendos e que, num escrutínio de um só turno que exige maioria absoluta, a vitória de

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 28 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Papandreou não será fácil. Como declarou ao “Financial Times” uma alta fonte da UE, o anúncio

do referendo foi “como um raio num céu azul”. No meio tempo, interveio a notícia da falência da

corretora americana MF Global, causada por seus investimentos nos títulos das dívidas da Bélgica,

Itália, Irlanda e Portugal.

Mencionada de maneira discreta, a hipótese de uma exclusão da Grécia da zona euro é agora

tema de discussão entre as lideranças europeias. Depois de o presidente Sarkozy declarar que o

acordo europeu para a adesão de Atenas ao euro, realizado no final dos anos 1990, havia sido

“um erro”, um editorial do jornal Le Monde afirma que o anúncio do referendo grego “leva a

questionar a presença da Grécia na zona euro”.

Nestas circunstâncias, as dissensões entre os países membros da zona euro aparecem à luz dia.

Não se restringindo à Grécia. Numa conferência de imprensa no fim de semana, ao ser

interrogado sobre a credibilidade do plano italiano de contenção de despesas públicas, o

presidente Sarkozy sorriu ironicamente. Foi o que bastou para surgir uma crise política entre Paris

e Roma, com o ministro italiano dos negócios estrangeiros, Franco Frattini, acusando a França de

atiçar “um ataque dos especuladores” contra a Itália.

12. Presidente de Chipre anuncia pacote para reativar a economia

Autor(es): Nicósia

O Globo - 01/04/2013

Um dia depois de o Banco Central estipular as condições que vigorarão sobre os depósitos

superiores a - 100 mil - cujos correntistas perderão 60% de suas economias acima do teto

garantido pelo Estado e receberão 37,5% do valor a descoberto em ações do banco -, o

presidente de Chipre, Nicos Anastasiades, anunciou um programa urgente de recuperação

econômica, aplicável em um prazo de três e seis meses. Segundo o jornal espanhol "El País", os

detalhes do plano devem ser apresentados na quinta-feira, quando representantes da troika -

Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - visitarem Nicósia

para avaliar o impacto do resgate de ¬ 10 bilhões e duas exigências mínimas: o controle de

capitais e a reestruturação do setor bancário cipriota.

Anastasiades explicou em entrevista ao jornal "Fileléfzeros" as linhas gerais do plano. Ao contrário

do que espera a maioria da população, o pacote não se baseia em medidas de austeridade, mas,

fundamentalmente, em apressar a tramitação de projetos de investimento e em atrair capital

estrangeiro, baixar a elevadíssima conta de luz - muito superior que as irrisórias tarifas de

telefonia móvel -, dar incentivos fiscais às empresas que reinvestirem seus lucros e recorrer a

fundos europeus para combater o desemprego entre jovens, que em dezembro era de 28,4%,

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

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segundo dados da Eurostat. Outra medida prevista é uma reforma legislativa para permitir a

abertura de cassinos na ilha.

O presidente cipriota assegurou ter negociado com a troika que não haverá reduções salariais,

demissão de funcionários públicos ou diminuição de aposentadorias até 2015. Cerca de 60 mil

trabalhadores, de uma população de 800 mil, dependem do Estado.

- São mensagens contraditórias, nas quais ninguém acredita - disse ao "El País" uma professora

de Ensino Médio, que preferiu não se identificar.

13. Chipre: fila nos bancos

Correio Braziliense - 29/03/2013

Nicósia — Os cipriotas fizeram filas sem tumultos diante dos bancos, que reabriram, ontem, sob

um rigoroso controle de saques, destinado a evitar uma fuga de capitais, depois de o governo ser

forçado a aceitar um pacote de resgate da União Europeia. Os bancos passaram quase duas

semanas fechados, enquanto o governo negociava os termos de uma ajuda de 10 bilhões de

euros (US$ 13 bilhões). Foi a primeira vez que um plano de socorro financeiro na Zona do Euro

impôs prejuízos a correntistas bancários.

Os saques foram limitados a 300 euros por dia, e os bancos foram proibidos de descontar

cheques. Os empregados das instituições chegaram cedo para trabalhar, em Nicósia, onde cédulas

de euros eram distribuídas por caminhões blindados.

O Banco Central Europeu não comentou rumores de que, para atender a demanda por dinheiro

vivo, teria enviado mais cédulas de euros à ilha. As autoridades dizem que a restrição aos saques

será temporária — incialmente por sete dias —, mas economistas afirmam que

será difícil suspendê-la enquanto a economia estiver em crise.

Medo

Em Nicósia, havia alívio, mas também alguma apreensão. “Você não tem ideia do quanto eu

estava esperando por isso”, disse o aposentado Froso Kokikou, numa fila do Banco Popular do

Chipre (Laiki). “Tenho uma sensação de medo e frustração por precisar ficar desse jeito na fila;

parece um país de terceiro mundo, mas o que se pode fazer?”, disse Kokikou. “Foi o que nos

impuseram, e temos de conviver com isso.” A Bolsa cipriota permaneceu fechada.

Com apenas 860 mil habitantes, Chipre tem 68 bilhões de euros depositados em seus bancos —

um sistema financeiro desproporcional ao tamanho do país, que atraía muitos depósitos de

estrangeiros, especialmente russos, como um paraíso fiscal. A economia local acabou

contaminada pela crise na vizinha Grécia. O ministro das Relações Exteriores, Ioannis Kasoulides,

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

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disse que o governo espera suspender completamente o regime de controles de capital sobre seus

bancos em cerca de um mês.

14. Caso do Chipre não é modelo para outros resgates, diz BCE

Publicado em Exame

Segundo presidente do banco, sua proposta para a ajuda da ilha não contemplava a

participação dos depositantes

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse nesta quinta-feira que o

resgate do Chipre "não é um modelo" que será aplicado em outros países e que a proposta da

instituição para a ajuda da ilha não contemplava a participação dos depositantes.

O presidente do BCE atribuiu a um "mal-entendido" as controvertidas declarações do chefe do

eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que afirmou que o resgate do Chipre seria um modelo.

Draghi explicou que cada um dos países que até agora recorreram a um resgate se encontravam

em situações muito "distintas", como por exemplo no caso da "da Irlanda e Espanha".

No entanto, o presidente do BCE insistiu na necessidade de se atuar com rapidez em situações

como as vividas na Irlanda, Grécia e Espanha, porque "qualquer demora é extremamente

decepcionante".

Draghi conversou com a imprensa após o Conselho do BCE, que além dos assuntos sobre política

monetária tratou do caso do Chipre.

A instituição decidiu manter as taxas de juros na zona do euro em 0,75%, mesmo índice desde

julho de 2012.

15. Blocos econômicos

10 anos de Brics

A força dos emergentes

Há dez anos o economista inglês Jim O’Neill cunhou o acrônimo Bric para se referir a quatro

países de economias em desenvolvimento – Brasil, Rússia, Índia e China – que desempenhariam,

nos próximos anos, um papel central na geopolítica e nos negócios internacionais.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

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O acrônimo ganhou uso corrente entre economistas e se tornou um dos maiores símbolos da nova

economia globalizada. Neste quadro, os países emergentes ganharam maior projeção política e

econômica, desafiando a hegemonia do grupo de nações industrializadas, o G7 (formado por

Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão).

Desde 2009, os líderes dos países membros do Bric realizam conferências anuais. Em abril do ano

passado, a África do Sul foi admitida no grupo, adicionando-se um “s” ao acrônimo, que passou a

ser Brics.

No grupo estão 42% da população e 30% do território mundiais. Nos últimos dez anos, os países

do Bric apresentaram crescimento além da média mundial. Estima-se que, em 2015, o PIB

(Produto Interno Bruto) do Brics corresponda a 22% do PIB mundial; e que, em 2027, ultrapasse

as economias do G7.

A China é o “gigante” do grupo. A abertura da economia chinesa, mediante um conjunto de

reformas, tornou o país a segunda maior economia do planeta, atrás somente dos Estados Unidos

e ultrapassando Japão e países da Europa.

A economia chinesa é maior do que a soma de todas as outras quatro que compõem o grupo. O

PIB chinês, em 2010, foi de US$ 5,8 trilhões, superior aos US$ 5,5 da soma de todas as outras –

Brasil (US$ 2 trilhões), Rússia (US$ 1,5), Índia (US$ 1,6) e África do Sul (US$ 364 bilhões).

Mas os chineses enfrentam hoje desafios em áreas como meio ambiente e política, alvos da

pressão internacional.

Brasil

A inclusão do Brasil no Brics trouxe uma projeção internacional positiva, que dificilmente seria

alcançada de outro modo e em um curto período. Como resultado, o país tem hoje representação

nas principais cúpulas internacionais, como o Conselho de Segurança da ONU (Organização das

Nações Unidas) e o G20.

O Brasil entrou no grupo em razão do crescimento econômico, ocorrido principalmente a partir de

2005. Esse crescimento foi possível por causa do controle da inflação, com a implantação do Plano

Real, em 1994, e o aumento das exportações para países como China, principal parceiro

comercial, a partir de 2001.

Com a estabilidade econômica, veio a confiança do mercado e o aumento do crédito para

empresas e consumidores. O setor privado contratou mais gente, gerando mais empregos, e

houve aumento de salários, fazendo que, entre 2005 e 2006, 30 milhões de brasileiros migrassem

das classes D e E para a C, a classe média. Contribuíam também, para isso, programas sociais

como o Bolsa Família. Assim, mais pessoas passaram a consumir, aquecendo o mercado de

varejo.

Desigualdade

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 32 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Os programas do governo Lula também tiveram reflexos no âmbito da justiça social. Na última

década e meia, o país foi o único entre os Brics a reduzir a desigualdade, de acordo com a OCDE

(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Porém, mesmo assim, a

distância entre ricos e pobres no Brasil ainda é a maior entre os países emergentes.

A desigualdade é medida pelo índice Gini, que caiu de 0,61 para 0,55 entre 1993 e 2008 (quanto

menor o valor, melhor o índice). Nos demais países do Brics, houve aumento. Mesmo assim, o

Gini do Brasil é o maior entre eles e o dobro da média dos países ricos: no Brasil, 10% dos mais

ricos ganham 50 vezes mais do que os 10% mais pobres.

Outro desafio para o país é fazer ajustes na política econômica. A divulgação do resultado do PIB

do terceiro trimestre deste ano, que registrou uma variação zero em relação ao trimestre anterior,

apontou a desaceleração da economia. Para sair da estagnação, o governo terá que fazer

reformas, inclusive no sistema de tributação, para estimular o investimento por parte do setor

privado.

16. A Venezuela e o Mercosul

Renata Giraldi e Mariana Tokarnia - Repórteres da Agência Brasil

Os chanceleres do Mercosul conseguiram hoje (6) fechar uma série de negociações para garantir

que, em 5 de abril de 2013, a Venezuela terá atendido às principais exigências para ser integrada

de forma plena ao bloco. Até lá, um terço dos produtos venezuelanos estarão dentro da

nomenclatura e das normas do Mercosul.

Os ministros anunciaram também que, paralelamente, o Mercosul buscará o chamado

fortalecimento produtivo, para incentivar o desenvolvimento do comércio e da economia na

região.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o fortalecimento produtivo se refere

a incrementar a capacidade tecnológica e adotar medidas que incentivem a competitividade

industrial e leve ao desenvolvimento do comércio estratégico. “A reunião foi muito produtiva e

estamos avançando de forma acelerada”, disse ele.

Patriota acrescentou ainda que, durante as discussões que ocorreram hoje, no Conselho do

Mercado Comum (CMC), foi definido o Sistema Integrado do Mercosul (SIM) que se refere à

implementação de ações que incentivem o intercâmbio de estudantes em nível superior –

graduação e pós-graduação na região.

Também foram discutidas a ampliação do Programa Ciência sem Fronteiras, a aproximação do

setor privado com os órgãos públicos, a rede de agricultura familiar e a realização da Cúpula

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 33

Social. As reuniões do CMC foram divididas em duas etapas – pela manhã, com chanceleres e

embaixadores, e à tarde, com os ministros da Economia e presidentes de bancos centrais da

região.

Os chanceleres adiaram a retomada da reunião, na parte da tarde, para irem ao velório do

arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos, que foi homenageado pelo grupo na primeira etapa de

reuniões. Os ministros e embaixadores saíram juntos do Palácio Itamaraty em direção ao Palácio

do Planalto – onde o arquiteto está sendo velado.

17. O que a crise da União Europeia ensina ao Mercosul?

IPEA

Marco Aurélio Weissheimer – de Porto Alegre

A integração entre nações é, essencialmente, um projeto político. Não há acordo comercial que dê

conta de superar as contradições provocadas pelas desigualdades entre povos e nações. “Fazer a

Europa é fazer a paz”, gostava de repetir o francês Jean Monnet (1888-1979), um dos precursores

da união continental. Os conflitos sociais que voltaram a tomar as ruas de diversas cidades

europeias atualizam o pensamento do político francês e lançam uma alerta para os construtores

da integração social, política e econômica na América do Sul

Nos últimos meses, multiplicam- -se os diagnósticos pessimistas a respeito do futuro do euro, da

União Europeia e do processo de integração continental. Os efeitos avassaladores da crise

econômico-financeira de 2008 jogaram países como Grécia, Islândia, Irlanda, Portugal e Espanha

à beira de um precipício que ameaça dissolver direitos sociais e trabalhistas que marcam a história

do Estado de Bem-Estar Social europeu. A Grécia já tinha situação fiscal deteriorada antes da

crise. No caso da Irlanda, a queda de receita decorrente da crise e os gastos realizados para

atenuar seu impacto no sistema bancário e no nível de emprego transformaram a crise privada

em uma crise das finanças públicas. Em Portugal e na Espanha, que vinham tendo desempenho

econômico mais fraco que a média européia, a situação se agrava. Um conjunto de turbulências

domésticas espalhou-se pelo continente, no bojo da união monetária.

A crise econômica vem acompanhada de notícias que compõem um cenário quase surreal. No dia

10 de junho, por exemplo, a Comissão Europeia cortou quase 80% da ajuda alimentar para os

pobres, reduzindo o programa de ajuda alimentar de 500 milhões de euros para 113 milhões de

euros. A Federação Europeia dos Bancos Alimentares e organizações de ajuda humanitária

advertiram que essa medida pode agravar o problema da fome no continente. Cerca de 43

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

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milhões de pessoas enfrentam hoje o risco de pobreza alimentar no território europeu. Elas não

conseguem pagar uma refeição adequada a cada dois dias. Uma realidade incompatível com o

projeto de integração no velho continente.

LIÇÕES DA TUBURLÊNCIA Considerado o mais avançado processo de unidade entre países da

história, o projeto da União Europeia está em crise e os seus problemas estão sendo

acompanhados com atenção por lideranças envolvidas em outros processos de integração no

mundo. Aqui na América do Sul, uma pergunta adquire crescente importância: o que a crise

europeia tem a ensinar aos países do Mercosul que, em março, completou vinte anos? Na

tentativa de responder tal questão é preciso, obviamente, levar em conta as importantes

diferenças existentes entre os processos europeu e latino- -americano. Apesar das diferenças, há

um importante elemento em comum: a conjuntura político-econômica mundial e suas crises não

deixam nenhum continente ileso. Há muitos tópicos semelhantes e, mesmo nas diferenças, há

formas de responder a esses problemas que podem ser mais ou menos eficazes.

Professor na Universidade de Harvard e Prêmio Nobel de Economia em 1998, Amartya Sen,

advertiu, em um recente artigo publicado no jornal inglês The Guardian, que está em jogo na

Europa não apenas o euro, mas a própria ideia de democracia. O economista resume assim o

perigo que estaria rondando o Velho Mundo:

“A Europa liderou o mundo no que diz respeito à prática da democracia. É, portanto, preocupante

que os perigos para a governabilidade democrática de hoje, que entram pela porta traseira das

prioridades financeiras, não recebam a atenção que merecem”.

AMEAÇA DAS AGÊNCIAS DE RISCO A Grécia, assinala Amartya Sen, ilustra o perigo de

permitir que agências de classificação de risco dominem o terreno político. O economista chama a

atenção para a temeridade de se submeter processos e práticas políticas constitutivas da

democracia à lógica do sistema financeiro internacional:

“Há questões de fundo que devem ser enfrentadas a respeito de como o governo democrático da

Europa pode ser minado pelo papel enormemente aumentado das instituições financeiras e das

agências de classificação de riscos, que hoje se apropriaram de certas partes do terreno político

da Europa. Deter a marginalização da tradição democrática na Europa envolve uma urgência que

é difícil de exagerar.”

O Prêmio Nobel de Economia aponta ainda uma lição da crise atual que deveria ser levada em

conta em outros processos de integração pelo mundo. Para eles, os países do euro entraram eu

uma situação complicada na direção de uma moeda única, sem promover uma maior integração

política e econômica. Ele resume:

“A pressa em inaugurar uma casa que estava em construção acabou resultando numa receita

desastrosa. Obrigou-se a incorporar à maravilhosa ideia de uma Europa democrática unida um

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 35

precário programa de incoerente fusão financeira”.

IRONIAS HISTÓRICAS A história costuma ser rica em paradoxos e ironias. A crise que atinge

gravemente hoje diversos países europeus fornece novos exemplos. Durante aproximadamente

duas décadas, entre os anos 1980 e 1990, diversos países da América Latina aplicaram os pacotes

de austeridade propostos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e outras

instituições financeiras como solução para superar recorrentes crises econômicas. Esses pacotes

trouxeram consigo políticas de privatizações, de demissão de funcionários públicos, de arrocho

salarial. A guinada progressista na região, a partir dos anos 2000 deu-se, em larga medida, como

uma reação aos efeitos perversos dessas políticas. Agora, são os gregos, portugueses, espanhóis,

italianos e irlandeses, entre outras nacionalidades europeias, que começam a conviver com tais

políticas.

Na avaliação de Antonio Lassance, professor de Ciência Política e pesquisador do Ipea, no

momento atual, o Mercosul reúne mais razões de otimismo que os demais blocos:

“A União Europeia, sob crise aguda, vive um de seus piores momentos. O North America Free

Trade Agreement (Nafta) acentuou os problemas da economia mexicana, e os Estados Unidos

patinam para superar a recessão. A Ásia Pacific Economic Cooperation (Apec), além de muito

heterogênea e pouco institucionalizada, pouco avançou diante da competição entre seus países,

que disputam muitas vezes o mesmo espaço”.

“A crise mostrou a falência dos modelos neoliberais tanto em nossos países como

nos desenvolvidos. As regras financeiras devem permitir espaço para os desenvolvimentos

nacionais e o mesmo deve acontecer com as regras sobre comércio e meio ambiente”

CASO EXEMPLAR Lassance cita um estudo de Charles Kupchan, especialista em Relações

Internacionais da Universidade de Georgetown, que destaca a arquitetura política e institucional

do Mercosul como um caso exemplar. Kupchan dedica parte de seu livro How Enemies Become

Friends (Princeton University, 2010) ao processo de reaproximação entre Brasil e Argentina, nos

anos 1980, que acabou atraindo, na década seguinte, o Paraguai e o Uruguai. Trata-se de um

caso, segundo Kupchan, de antigos inimigos que conseguiram se entender e passaram a se tratar

como atores confiáveis. A Europa, certamente, não é inexperiente neste ponto. Após duas

grandes guerras, para não falar de outros longos e sangrentos conflitos passados, nações que

foram inimigas de morte conseguiram fazer avançar um processo de integração política e

econômica. Mas as fragilidades que aparecem agora mostram que essa é uma condição

necessária, mas não suficiente, para um processo de integração dar certo.

Neste aspecto, Kupchan ecoa uma posição de Amartya Sen: a economia deve ficar subordinada à

política e não o contrário. A mão invisível do liberalismo é incapaz de produzir a arquitetura de um

processo de integração, destaca Lassance:

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“Ela deve ser induzida por projetos nacionais e tudo deve começar com um dos atores, em geral o

de maior peso, dispondo- -se a fazer concessões. É a diplomacia que impulsiona a economia, e

não o contrário. Ela constrói o ambiente que produz saldos comerciais e financeiros positivos no

longo prazo, facilita a inserção de empresas e enraíza a interdependência econômica”.

“NÃO REPETIR ERROS DOS IMPÉRIOS” Em entrevista ao jornal argentino Página/12, o Alto

Representante do Mercosul, Samuel Pinheiro Guimarães, defendeu essa posição, destacando que

o Brasil não vai “repetir os erros dos impérios”. Maior país em extensão territorial e população e

principal economia da região, o País, assegurou Guimarães, quer associar-se e cooperar com seus

dez vizinhos e com outros países em desenvolvimento, segundo uma lógica que não é

exclusivamente econômica:

“Temos interesses em comum com os países mais pobres, os países em desenvolvimento, para

mudar as regras do mundo. A crise que vivemos mostrou a falência dos modelos neoliberais tanto

em nossos países como nos desenvolvidos. As regras financeiras devem permitir espaço para os

desenvolvimentos nacionais e o mesmo deve acontecer com as regras sobre comércio e meio

ambiente.”

Esse é, justamente, o problema que a União Europeia enfrenta hoje, conforme a advertência de

Amartya Sen: as regras financeiras não só não vem permitindo espaço para os desenvolvimentos

nacionais, como vem solapando os próprios espaços de soberania política. E um processo de

integração regional é entre outras coisas, uma construção política e institucional que tem o

desafio de integrar diferentes espaços de soberania nacional.

REJEIÇÃO DA ALCA O processo de integração sul-americano é muito mais jovem que o europeu

e pode tentar evitar o caminho da subordinação a uma determinada lógica econômica. Samuel

Pinheiro Guimarães integrou um governo que, em conjunto com a Argentina e outros países,

rejeitou o modelo da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) defendido pelos Estados Unidos.

“Nós não quisemos a Alca, em 2005, não somente por razões comerciais. A Alca era uma política

econômica completa, que envolvia comércio, investimentos, negócios e propriedade intelectual”,

observa o ex-secretário geral do Itamaraty.

A rejeição do projeto dos EUA veio acompanhada da implementação de diferentes movimentos de

integração regional: além do Mercosul, do Pacto Andino e de outras alianças regionais, surgiram a

Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da América, integrada hoje por Venezuela, Cuba, Bolívia,

República Dominicana, Nicarágua, Equador, San Vicente e Granadinas, Antigua e Barbuda) e a

Unasul (União de Nações Sul-Americanas, formada pelos doze países da América do Sul). Esses

movimentos expressam a diversidade política e econômica da região e, até aqui, não se revelaram

excludentes. Pelo contrário, o objetivo é que sejam complementares. “A Unasul é um modo de

manter próximos países que, comercialmente, optaram por outras políticas. É bom que todos

integremos o Conselho Sul-Americano de Defesa”, disse Pinheiro Guimarães ao jornal Página/12.

POLÍTICA SOBERANA A posição do Brasil será fundamental para determinar as possibilidades

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 37

de êxito dessa articulação de diferentes movimentos integracionistas. No prefácio ao livro

Relações Brasil-Estados Unidos no contexto da globalização: rivalidade emergente, de Luiz Alberto

Moniz Bandeira, o Alto Representante do Mercosul resume assim a “receita” brasileira para que

isso se torne realidade:

“(Desenvolvemos) uma política altiva, ativa, soberana, não intervencionista, não impositiva, não

hegemônica, que luta pela paz e pela cooperação política, econômica e social, em especial com os

países vizinhos e irmãos sul-americanos, começando pelos países sócios do Brasil no Mercosul, um

destino comum que nos une, com os países da costa ocidental da África, também nossos vizinhos,

e com países semelhantes: com mega-populações, mega-territoriais, mega-diversos, mega-

ambientais, megaenergéticos, mega-subdesenvolvidos, mega-desiguais. Nossos verdadeiros

aliados são nossos vizinhos, daqui e de ultramar, com os quais nosso destino político e econômico

está definitivamente entrelaçado, e nossos semelhantes, os grandes Estados da periferia”.

Essa dimensão política do Mercosul e de outros espaços de integração ainda está engatinhando. O

Parlamento do Mercosul está em processo de formação. A Venezuela aguarda decisão do

Congresso paraguaio para ser admitida como membro pleno do Mercosul e o Brasil promulgou no

início de julho o decreto que estabelece a adesão do país a Unasul.

O fortalecimento desses espaços políticos e institucionais constitui uma condição fundamental

para enfrentar desafios e problemas estruturais do bloco, tais como as assimetrias entre os países

que compõem o Mercosul, o problema das tarifas aduaneiras e a perspectiva da adoção de uma

moeda comum no futuro.

CRESCIMENTO ECONÔMICO No terreno estritamente comercial o desempenho do bloco é

positivo. A economia do Mercosul cresceu 8% em 2010, superando todas as outras uniões

aduaneiras ou associações de livro comércio do mundo. Após vinte anos de Mercosul, houve

também um aumento significativo do intercâmbio comercial, que passou de US$ 4,5 bilhões em

1991 para US$ 45 bilhões em 2010. Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio

Patriota, a expectativa para 2011 é superar a casa dos US$ 50 bilhões. “O intercâmbio comercial

cresceu mil por cento”, acrescentou o subsecretário-geral para América do Sul, Central e Caribe,

embaixador Antônio José Simões. Segundo ele, esse desempenho é superior ao de outros acordos

de livre comércio, como o assinado há sete anos por Chile e Estados Unidos.

EXPANSÃO COMERCIAL Ao anunciar esses projetos de expansão, em 28 de junho, durante a

41ª Cúpula do bloco, no Paraguai, Antonio Patriota rebateu as críticas de que o Mercosul perdeu

força e não conseguiu transformar-se em um verdadeiro projeto de integração política, econômica

e comercial, como a União Europeia. Patriota lembrou a crise vivida hoje pela União Europeia e o

fato de o Mercosul ter superado, em crescimento, a Associação de Nações do Sudeste Asiático

(Asean).

Ex-presidente do Parlamento do Mercosul, o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) defende essa

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estratégia de expansão, assinalando que as exportações extrazona (para terceiros Estados) do

bloco sul-americano aumentaram 200% entre 2002 e 2008, bem acima da média de crescimento

do comércio mundial, que foi de 147%. No mesmo período, acrescenta o parlamentar brasileiro,

as exportações dentro do bloco aumentaram 300% e os investimentos diretos subiram de

aproximadamente US$ 15 bilhões, em 2003, para US$ 57 bilhões, em 2008. E essa elevação de

investimentos, destaca o Dr. Rosinha, ocorreu sem recurso a privatizações, tal como aconteceu

nas décadas de 1980 e 1990 na América Latina.

O futuro do Mercosul, assim como o seu nascimento há vinte anos, tem um olhar ligado ao

destino da União Europeia. O bloco sulamericano foi concebido para ser um verdadeiro mercado

comum, por meio da constituição de uma união aduaneira, mediante a Tarifa Externa Comum. A

Declaração de Assunção estabelece, no seu artigo 1°, que a adoção de uma tarifa externa comum

e de uma política comercial comum em relação a terceiros Estados são dimensões essenciais e

constitutivas do processo de integração. Mas a integração que o Mercosul busca não se esgota aí,

propondo também a livre circulação de pessoas, a harmonização das legislações, a constituição de

instituições supranacionais, de um Parlamento sul-americano e a formação de uma cidadania

comum.

LIMITAÇÃO EUROPEIAS Esse é, em linhas gerais, o modelo que inspirou também a criação da

União Europeia que hoje se encontra em uma encruzilhada. A incorporação de países com

economias mais frágeis, as dificuldades colocadas pela unidade monetária resultante da criação do

euro e a limitação da capacidade de os Estados definirem suas políticas econômicas internamente

trazem desafios cuja solução passa, inevitavelmente, pela esfera política.

Na avaliação do economista Michael Hudson, pesquisador na Universidade do Missouri e

presidente do Institute for the Study of Long-Term Economic Trends (Islet), o que está em jogo

na crise atual da UE é se a Grécia, a Irlanda, Espanha, Portugal e o resto da Europa terminarão

por destruir a agenda de um reformismo democrático e derivar para uma oligarquia financeira.

Repetindo a preocupação de Amartya Sen com o futuro da democracia europeia, Hudson afirma:

“O objetivo financeiro é evitar os parlamentos para exigir um ‘consenso’ que dê prioridade aos

credores estrangeiros a custo do conjunto da economia. Exige-se dos parlamentos que abdiquem

de seu poder político legislativo. O significado do ‘mercado livre’, neste momento, é planificação

central nas mãos dos banqueiros centrais. Essa é a nova via rumo à servidão pela dívida a que

estão levando os ‘mercados livres’ financeirizados: mercados ‘livres’ para que os privatizadores

cobrem preços monopolistas por serviços básicos ‘livres’ de regulações de preços e de regulações

antioligopólicas, ‘livres’ de limitações ao crédito para proteger os devedores e, sobretudo, ‘livres’

de interferências por parte dos parlamentos eleitos”.

A concentração do poder político nas mãos do setor financeiro ameaça o projeto de integração

europeia, do ponto de vista da continuidade da construção de uma comunidade democrática no

velho continente. As limitações políticas são gritantes e crescentes, aponta ainda Hudson:

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 39

“O Banco Central Europeu não tem atrás de si nenhum governo eleito que possa arrecadar

impostos. A Constituição da UE proíbe ao BCE o resgate de governos. E os artigos do acordo com

o FMI proíbem também que esta ofereça apoio fiscal aos déficits orçamentários nacionais”.

UNIR PESSOAS A crise atual da União Europeia atualiza as palavras de um de seus principais

defensores, o francês Jean Monnet. Como consultor de alto nível do governo francês, Monnet foi o

principal inspirador da Declaração Schuman, de 9 de maio de 1950, que levou à criação da

Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, considerada o ato fundador da União Europeia.

Monnet tinha claro que o projeto de unificação não podia se limitar à esfera econômica. Sua frase

que resume esse espírito é bem conhecida. “Mais do que coligar Estados, importa unir os

homens”.

Talvez seja essa uma das principais lições que a experiência da União Europeia pode trazer ao

Mercosul e aos demais movimentos e processos de integração na América do Sul. A integração

entre nações é, essencialmente, um projeto político. Não há acordo comercial que dê conta de

superar as contradições provocadas pelas desigualdades entre povos e nações (e intra povos e

nações). “Fazer a Europa é fazer a paz”, gostava de repetir Monnet. Os conflitos sociais que

voltaram a tomar as ruas de diversas cidades europeias atualizam o pensamento do político

francês e lançam uma alerta para os construtores da integração na América do Sul: o principal

objetivo estratégico de um processo de integração é buscar a paz, a solidariedade e a harmonia

entre os povos e não meramente aumentar a balança comercial deste ou daquele país, deste ou

daquele bloco regional. Ao presenciar diretamente o que está acontecendo na Europa, o Mercosul

tem a chance de não repetir esses erros.

18. Tendências da economia brasileira

Classe C passou a ser maioria da população brasileira em 2011, mostra pesquisa

22/03/2012

Marli Moreira

Repórter da Agência Brasil

No ano passado, 2,7 milhões de brasileiros mudaram o perfil de renda, deixando as classes D e E

para fazer parte da classe C. Além disso, 230 mil pessoas saíram da classe C e entraram para as

classes mais ricas (A e B).

A maior da parte da população (54%) fazia parte da classe C em 2011, uma mudança em relação

ao verificado em 2005, quando a maioria (51%) estava na classe D/E. Um total de 22% dos

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brasileiros está no perfil da classe A/B, o que também representa um aumento em comparação ao

constatado em 2005, quando a taxa era 15%.

É o que mostra a sétima edição da pesquisa Observador Brasil 2012, feita pela empresa Cetelem

BGN, do Grupo BNP Paribas, em parceria com o instituto Ipsos Publics Affairs.

O levantamento indica ainda que a capacidade de consumo do brasileiro aumentou. A renda

disponível, ou o montante de sobra dos ganhos, descontando-se as despesas, subiu de R$ 368,

em 2010, para R$ 449, em 2011, uma alta de pouco mais de 20%. Na classe C, houve um

aumento de 50% (de R$ 243 para R$ 363).

Enquanto a renda média familiar das classes A/B e D/E ficaram estáveis, na classe C cresceu

quase 8%. Mas a pesquisa mostra que em todas as classes houve um aumento da renda

disponível, que ultrapassou R$ 1 mil, entre os mais ricos.

“O aumento da renda disponível em todas as classes sociais indica que houve maior contenção de

gastos”, destaca a equipe técnica responsável pela pesquisa.

19. IPI congelado rende economia de até R$ 2,4 mil

Desconto de até R$ 2,4 mil com IPI congelado

Autor(es): » DECO BANCILLON » VICTOR MARTINS » ROSANA HESSEL

Correio Braziliense - 01/04/2013

Montadoras esperam ampliar vendas com a decisão do governo de manter imposto até dezembro,

mas endividamento alto atrapalha

Com a decisão do governo de congelar o desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados

(IPI) para automóveis, o consumidor que decidir levar para casa um carro zero-quilômetro deixará

de pagar até R$ 2,4 mil, caso opte pelos modelos mais caros. Essa é a diferença entre o preço

médio cobrado nas concessionárias por um veículo de até 2 mil cilindradas, movido a gasolina,

atualmente taxado em 8%, e o que ele passaria a custar a partir de hoje, com 10% de tributo,

conforme previa inicialmente o cronograma definido pelo governo.

Segundo comunicado divulgado no sábado pelo Ministério da Fazenda, o desconto do IPI será

mantido até 31 de dezembro de 2013. Com isso, carros flex e movidos a gasolina de até 1.000

cilindradas continuarão sendo tributados em 2%. Sem a prorrogação, a taxação subiria para

3,5%. O mesmo vale para veículos flex de 1.000 a 2.000 cilindradas, que atualmente pagam 7%

de tributo. Caso o cronograma fosse mantido, a alíquota passaria para 9%. Já para os modelos

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 41

movidos a gasolina, que são mais poluentes, o tributo foi congelado em 8% —sem a alteração, no

entanto, pagariam 10% de imposto.

Fontes do setor automobilístico calculam que o preço médio dos carros subiria entre R$ 300 e R$

400 caso o IPI tivesse sido elevado. Com a manutenção do desconto, porém, a expectativa das

montadoras é de que o consumidor siga comprando, como fez em 2012, quando as vendas

subiram 4,6%. Ao todo, foram vendidos 3,8 milhões de carros em 2012. O problema é o elevado

nível de endividamento das famílias.

Aposta

A estimativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) era de

que os emplacamentos crescessem de 3,5% a 4,5% em 2013. Para isso, porém, o Produto

Interno Bruto (PIB) teria de crescer, pelo menos, 4%, um número que, hoje, parece distante de

ser alcançado. Pelo último relatório Focus divulgado pelo Banco Central, a previsão do mercado

financeiro é de avanço de 3%. Mesmo diante dessa expectativa pessimista, o Ministério da

Fazenda mantém a aposta de que o país retornará o ritmo mais forte do PIB neste ano.

Em declarações recentes, o ministro Guido Mantega avaliou que a expansão da economia ficará

entre 4% e 4,5% em 2013. Não é o que pensa o próprio setor automotivo, que está mais

cauteloso. “Aparentemente, pelo que temos acompanhado, a projeção da Fazenda não deverá se

concretizar”, argumentou uma fonte do setor. Mesmo dentro do governo, há quem aponte

excesso de otimismo do ministro. É o caso do Banco Central, que prevê incremento de 3,1% para

o PIB 2013.

Para dar uma forcinha à estimativa da Fazenda, o governo tem concedido diversos incentivos

tributários, como a prorrogação do IPI para a indústria automobilística, que custará aos cofres

públicos o equivalente a R$ 2,2 bilhões apenas entre abril e dezembro. A aposta é que o desconto

dará novo fôlego à produção, já que as montadoras empregam, atualmente, cerca de 130 mil

trabalhadores. Pelos cálculos de Mantega, o setor representa 25% da produção nacional.

20. Indústria atrasada, economia enigmática

Publicado em Carta Capital

Por Mario Osava, da IPS

A indústria é o órgão enfermo da economia do Brasil. A produção do setor caiu 2,7% em 2012,

apesar dos estímulos recebidos do governo, contrariando indicadores relacionados, como a forte

expansão do comércio varejista e o desemprego em seu nível mínimo histórico. O enigma de uma

economia paralisada, mas com sintomas de crescimento excessivo para as potencialidades do

país, incluindo escassez da mão de obra e inflação em alta, parece ter sido revelado segundo

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 42 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

várias explicações apresentadas.

Algumas causas com as quais lidam os economistas seriam uma queda na quantidade de jovens

que se incorporam ao mercado de trabalho e o excesso de estoques acumulados. A redução da

atividade manufatureira é o que mais preocupa o governo de Dilma Rousseff e os operadores

econômicos, porque acentua uma tendência e coloca em xeque o futuro do país. A

desindustrialização, há anos reconhecida por empresários do setor e poucos economistas, agora

está difícil de ser negada.

As expectativas repousam nas projeções de melhorias para este ano. Mas os baixos investimentos

refletidos no retrocesso de 11,8% na produção de bens de capital em 2012 e o auge inflacionário,

que pode provocar medidas do Banco Central para conter a demanda, não permitem esperar que

a recuperação tenha o vigor pretendido.

Os resultados no fechamento de 2012 foram “uma ducha fria”, frustrando esperanças de retomar

o crescimento e indicando que na indústria brasileira “a crise é mais profunda”, não apenas um

efeito conjuntural devido aos graves problemas da economia global, afirmou Julio de Almeida,

consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). O Brasil “não

acompanhou a evolução industrial do mundo” nos últimos 20 anos, como fizeram China, Coreia do

Sul e Índia. Assim, sem desenvolver setores mais dinâmicos, como o eletrônico e o farmacêutico,

tampouco avançou suficientemente em inovações tecnológicas, disse Almeida à IPS. Além disso,

há cerca de 15 anos, a indústria e alguns “serviços organizados” sofrem um acúmulo de custos,

sejam logísticos, financeiros ou energéticos, que reduzem sua competitividade.

Agravando tudo, os salários aumentaram nos últimos cinco anos muito acima da produtividade.

Somente no ano passado, cresceram, em média, 5,8%, enquanto o rendimento caiu 0,8%,

segundo o Iedi.

É possível sobreviver sendo pouco competitivo se a economia mundial crescer em um bom ritmo,

mas os problemas apareceram com a crise iniciada em 2008 nos Estados Unidos e que depois se

espalhou especialmente para a Europa, que “estreitou o mercado industrial” no mundo e colocou

o mercado interno brasileiro sob intensa disputa, observou Almeida.

Apesar de tudo, este economista acredita que este ano pode haver uma recuperação, graças às

medidas governamentais que baratearam a eletricidade e reduziram tributos para alguns setores

industriais, além de baixar juros, estabilizar a taxa de câmbio e anunciar fortes investimentos em

infraestrutura de transporte. Porém, será necessário aumentar a produtividade com fortes

investimentos em inovações tecnológicas, especialmente porque o Brasil tem “uma indústria

avantajada”, ressaltou.

De fato, a indústria da velha geração metal-mecânica, especialmente a automobilística, é

predominante no país, com um peso crescente. Com uma longa cadeia produtiva, incluindo peças

de automóveis e máquinas agrícolas, o segmento de veículos representava 21% do produto

industrial em 2011, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores

(Anfavea).

Essa participação duplicou nos últimos 20 anos, enquanto a indústria de transformação, em seu

conjunto, transitou o caminho inverso em sua contribuição para o produto interno do país, caindo

para 14,6% em 2011. Ou seja, a importância do automóvel para a economia brasileira continua

crescendo.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 43

Por isso, a principal medida do governo para atenuar os efeitos recessivos da crise financeira

internacional de 2008 foi reduzir impostos sobre os veículos a partir de dezembro daquele ano,

após três meses de abrupta queda nas vendas. É uma fórmula repetida em outras crises. O

petróleo e o aço também continuam sendo elementos fundamentais do esforço brasileiro para

reverter a desindustrialização.

Agora se busca recuperar a indústria naval, aproveitando o petróleo descoberto debaixo da

camada de sal no leito do Oceano Atlântico, perto da costa brasileira. Para impulsionar a produção

nacional foi criada uma legislação que exige componentes variáveis e crescentes de origem

nacional, que podem chegar a até 70% do total da construção de cada navio, plataforma, sonda e

demais equipamentos destinados à atividade petroleira.

Todo esse esforço, baseado em intervenções do Estado, como estímulos tributários ou financeiros

a setores escolhidos e medidas consideradas protecionistas, incluindo barreiras aduaneiras e a

imposição de muito conteúdo nacional em produtos como automóveis, além dos navios

petroleiros, provoca a rejeição por parte de muitos analistas de correntes liberais, com forte

audiência entre os operadores e os meios de comunicação especializados em economia.

A desindustrialização não é necessariamente uma “doença”, já que “a indústria vai mal, mas o

Brasil vai muito bem”, com muito emprego e salários elevados, resumiu o economista Edmar

Bacha, em entrevistas realizadas no ano passado ao anunciar o livro coletivo que organizou sob o

título O futuro da indústria no Brasil, publicado este mês.

Em sua análise, o setor manufatureiro brasileiro perdeu competitividade principalmente pela

explosão salarial que elevou custos. A média salarial no Brasil, em dólares, cresceu 14,4% ao ano

entre 2006 e 2011, um recorde mundial longe de ser ameaçado por Austrália, que aparece em

segundo lugar com 9%, segundo os coautores do livro, Beny Parnes e Gabriel Hartung.

Bacha, que participou de governos anteriores que implantaram políticas econômicas mais liberais,

afirmou que a competitividade não se constrói com protecionismos, mas com maior abertura

comercial, que permita a integração com as cadeias produtivas internacionais. O México é

apresentado como um exemplo disso.

Ampliando o olhar dos especialistas, a única coincidência sobre as causas da perda de capacidade

industrial é a falta de competitividade. Há divisões tanto na interpretação de suas origens como

em seu significado e remédios, segundo o lugar onde se detém cada observador. Os analistas

vinculados ao setor primário, por exemplo, questionam a primazia atribuída à indústria como

promotora do progresso e da inovação. Argumentam que a agricultura agrega hoje muita

tecnologia e muito conhecimento, incorporando pesquisa científica e mecanização.

Mas no governo brasileiro se destacam os “desenvolvimentistas”, começando pela presidente

Dilma Rousseff. Por isso é irônico que a queda da indústria se acentue enquanto o país é

administrado por dirigentes que priorizam o setor e que, para recuperar sua competitividade,

adotaram medidas acusadas de serem extremamente intervencionistas pelos partidários de

soluções de mercado.

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21. Não há desinflação grátis

Autor(es): Ilan Goldfajn

O Estado de S. Paulo - 02/04/2013

Está ficando claro que o governo quer combater a inflação via desonerações tributárias, pelo

menos parcialmente. Para alguns, é a solução ideal. A redução dos impostos leva a uma queda de

preços que alivia a inflação, economizando altas exageradas de juros (e seus efeitos colaterais

sobre a atividade, o emprego e o salário). Ao mesmo tempo se ataca aelevadíssima carga

tributária, um problema estrutural no Brasil. Parece um almoço grátis, contrariando a máxima de

que isso não existe em economia. Infelizmente, não é o caso. Vejamos por quê.

Para começar, as desonerações não são de graça nas contas públicas. Sem uma compensação via

corte de gastos do governo ou aumento de outros impostos, as desonerações reduzem o

superávit primário, como tem sido o caso recentemente. O superávit primário, quê já atingiu

acima de 4% do produto interno bruto (PIB) no passado, caminha para ficar pouco abaixo de 2%

este ano, e em direção a 1% no ano que vem. Mesmo com o benefício de juros menores, a

relação dívida-PIB começaria a subir no médio prazo se mantida essa política. A estabilidade da

relação dívida-PIB (ou melhor, a sua queda) é uma das razões por que a meta de superávit

primário tem sido considerada um dos pilares da política macroeconômica.

A essencial redução da carga tributária, para ser sustentável e benéfica para a economia, deve ser

calcada na queda dos gastos públicos. O espírito da Lei de

Responsabilidade Fiscal requeria exatamente isto: que fossem especificadas compensações para

quedas permanentes de receita. Na contramão, neste ano a Lei de Diretrizes Orçamentárias

permite que as desonerações sejam abatidas da meta (além dos já tradicionais abatimentos do

PAC), tornando a meta de superávit primário de 3,1%, na prática, uma meta de 1,9% do PIB.

A redução da carga tributária baseada em piora fiscal tende a ser temporária, já que em algum

momento será necessário fazer um ajuste fiscal (isto é, corte de gastos ou volta da carga

tributária) para restabelecer a estabilidade da dívida pública no médio prazo e a responsabilidade

fiscal.

Mas ter custo fiscal não é necessariamente ruim, desde que os benefícios das desonerações sejam

palpáveis. Infelizmente, no combate à inflação os benefícios percebidos das desonerações no

curto prazo não se estendem no longo prazo.

A queda do superávit primário equivale a uma política expansionista, que gera aumento da

demanda e pressiona a inflação. Afinal, corte de impostos é um clássico instrumento de incentivo

ao consumo: quanto mais repassado ao consumidor, maior o incentivo.

Mas não falta consumo no Brasil. Seu crescimento tem sistematicamente excedido a expansão do

PIB, principalmente nos últimos dois anos. O Banco Central tem reconhecido nos seus

documentos oficiais que o crescimento do PIB tem sofrido de problemas de oferta. Ou seja, o

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 45

crescimento tem sido limitado pela produção, não pela falta de incentivo ao consumo (ou

demanda em geral). Um sinal dessa limitação é que crescentemente a demanda está sendo

satisfeita com importações, o que tem piorado sistematicamente a conta corrente no balanço de

pagamentos (já alcançando um déficit de quase de 3% do PIB, de um superávit de 2% no

passado não tão distante).

Esse descompasso entre o crescimento da oferta e demanda é a raiz da parte mais resistente da

inflação. Para além dos choques de commodities e dos aumentos de preços temporários de

alimentos (devidos a efeitos climáticos) ocorridos, está ficando claro que a inflação se está

estabelecendo num patamar mais alto. Um bom termômetro desse fenômeno é a inflação de

serviços, que resiste à queda e se mantém em tomo de 8% ao ano.

Ao estimular o consumo, a política de desonerações agrava o descompasso entre a oferta e a

demanda e alimenta a inflação no médio prazo.

Poder-se-ia argumentar que reduzir impostos estimula a oferta (aumenta a produção), já que

reduz os custos das empresas. De fato, se as desonerações tivessem focado nos custos das

empresas, e não nos consumidores, o impacto seria diferente. Com custos menores as empresas

produziriam mais. No entanto, as desonerações estão sendo direcionadas aos consumidores. Há

uma pressão para o repasse integral dos benefícios aos preços, o que auxilia na inflação de curto

prazo, mas não auxilia restabelecer a competitividade das empresas. Sem mexer na

competitividade das empresas dificilmente haverá incentivo a maior produção e investimento. A

política de desonerações incentiva o consumo, mas não o investimento, na contramão da

necessidade atual da economia brasileira.

O peculiar dessa política é que os efeitos no curto prazo são contrários aos efeitos permanentes

na inflação. Enquanto no curto prazo a queda dos impostos tende a reduzir os preços e a gerar

um alívio temporário, o impacto permanente é de mais inflação. E quanto maior o repasse do

benefício tributário pelas- empresas aos preços, maior será o incentivo ao consumo. Ou seja,

quanto mais bem-sucedida a política sobre a inflação no curto prazo, mais difícil será segurar a

inflação no médio prazo.

Há um certo consenso tio País sobre os objetivos para a economia. É necessário combater a

inflação, reduzir a carga tributária e o custo das empresas e incentivar a produção e o

investimento. Mas o diabo está no desenho das políticas. As desonerações tributárias, se

repassadas aos preços, aliviam a inflação no curto prazo, mas a pioram no longo prazo, já que

incentivam o consumo, e não o investimento. Desonerações focadas nas empresas, financiadas

por cortes de gastos públicos, teriam efeito benéfico no longo prazo. Da mesma forma, inúmeras

reformas que atacam a complexidade de produzir no País, com impacto direto na produtividade,

poderiam incentivar o crescimento no Brasil e, simultaneamente, combater a inflação de forma

permanente.

22. Inflação em alta, crescimento pífio

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 46 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Autor(es): ROSANA HESSEL » VICTOR MARTINS

Correio Braziliense - 29/03/2013

Banco Central admite que vai seguir a cartilha de Dilma e protelar ao máximo a elevação dos juros

para estimular a retomada da atividade produtiva. Pelas suas projeções, o IPCA deste ano será de

5,7% e o Produto Interno Bruto terá incremento de 3,1%

O Banco Central deixou bem claro ontem que é a presidente Dilma Rousseff quem determina o

rumo da política monetária. Durante a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, sinalizou

que vai tolerar a continuidade da alta dos preços até que a economia se recupere. Para o diretor

de Política Econômica do órgão, Carlos Hamilton Araújo, porém, há um único remédio eficaz para

conter a alta inflação: a taxa básica de juros (Selic). Diante das incertezas no mercado interno e

externo, o BC indicou que deve esperar mais um pouco para tomar qualquer decisão. Na visão

dos analistas, esse prazo pode acabar em maio, quando a maioria do mercado espera aumento de

0,25 ponto percentual na Selic, de 7,25% para 7,50% ao ano.

“No momento, a nossa percepção de inflação é maior que a média. Isso, em parte, se deve a

aumentos grandes, e com frequência elevada, de itens que são muito visíveis. Alimentos e

combustíveis são os principais pontos. E quando os aumentos de preços estão concentrados

nesses itens, a percepção da população é de que há mais inflação do que o índice de preços

aponta”, justificou Hamilton. Ao explicar sobre as armas necessárias para conter a alta do custo

de vida, o diretor do BC falou em “remédios ruins” que podem ser usados pelo Comitê de Política

Monetária (Copom) e citou o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1940-45 e 1951-

55). “Tem várias coisas que podem ser feitas. Consta que, em certa oportunidade, Churchill disse

que democracia é o pior sistema de governo com exceção de todos os outros. Para combater a

inflação, a taxa de juros é o pior remédio à exclusão de todos os demais”, afirmou Carlos

Hamilton. “Agora, sobre o que vai ser feito, especificamente, o Copom vai se reunir, e isso é uma

decisão do Comitê”, completou.

Na avaliação do economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, com essa afirmação, o BC

sinalizou que vai obedecer à presidente Dilma, apesar de não concordar. “Esse comentário vai em

direção oposta ao que a presidente disse. Neste momento, o melhor é focar no combate da

inflação e menos na retomada do crescimento. E os juros são, realmente, a ferramenta mais

eficiente para conter a alta de preços”, destacou. Na última quarta-feira, em Durban, na África do

Sul, Dilma afirmou que “não concorda com políticas de combate à inflação que olhem a questão

da redução do crescimento econômico”. Diante da péssima repercussão entre os investidores, a

presidente disse que sua fala foi “manipulada” pela imprensa e pelo mercado.

Abandono

No relatório divulgado ontem, o BC elevou a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor

Amplo (IPCA) deste ano de 4,8% para 5,7%. Em 2014, prevê alta de 5,3%. Com isso, o governo

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 47

Dilma Rousseff será marcado por um período de forte inflação e de crescimento pífio, com o

Produto Interno Bruto (PIB) apontando média de crescimento anual de 2,55%. Nas contas do BC,

o avanço do PIB em 2013 será de apenas 3,1%, depois de 2,7% em 2011 e de 0,9% no ano

passado. Essa combinação nada confortável, de fraca atividade e custo de vida elevado, mostra

que a autoridade monetária praticamente abandonou o compromisso de levar a inflação para o

centro da meta, de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O IPCA acumulado

em 12 meses, por sinal, baterá em 6,7% no segundo trimestre deste ano, rompendo o teto da

meta, de 6,5%.

Na visão do economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, o relatório de 100

páginas do BC confirma parte das declarações da presidente Dilma em Durban. “O texto diz que o

país tem um problema de crescimento e de choque de oferta. Enquanto tivermos esse quadro,

com a economia patinando, o Banco Central não deverá tomar medidas mais firmes, como o

aumento de juros”, disse. “Para que os juros não subam agora, o Ministério da Fazenda vai ajudar

no controle da inflação com mais desonerações”, completou. A seu ver, a alta da Selic, se vier,

começará apenas em agosto, chegando a 8,5% ao ano em dezembro. “A visão que tenho é de

que há um risco inflacionário muito alto. O BC precisar agir, mas o risco de a economia não

crescer é alto”, afirmou.

DUAS PERGUNTAS PARA

SERGIO VALE, economista-chefe da MB Associados

O Banco Central vem demorando para aumentar a taxa básica de juros (Selic), mesmo com a

inflação se mantendo em um nível preocupante, o que pode custar caro ao país mais à frente. É o

que ressalta o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. No entender dele, isso só

demonstra que a autoridade monetária está confortável em trabalhar com uma meta inflacionária

informal de 5,5% e não de 4,5% ao ano, como foi definido pelo Conselho Monetário Nacional

(CMN).

Com esta previsão de 5,7% de inflação em 2013 de crescimento de 3,1%, o BC deixa a

entender que não deverá elevar os juros como deveria?

Ao anunciar projeção de inflação de 5,7% para este ano, o Banco Central deixa a percepção é de

que está atrasado para subir a taxa Selic. Esse atraso apenas aumenta as expectativas não

apenas para 2013, mas para os anos seguintes, pois sinaliza que a instituição está confortável

com

níveis próximos de 5,5%. Esse número está na cabeça de todo mundo como a verdadeira meta de

inflação hoje. O perigo de atrasar ainda mais a decisão de aumentar os juros é a meta de inflação

subir mais um pouco, para 6%.

Qual o fator do relatório de inflação que o senhor considera mais preocupante e que poderá

espantar os investidores?

O fato de a expectativa de inflação ter subido quase um ponto percentual de um relatório para o

outro e o BC praticamente não mudar o tom. Pelo contrário, a autoridade monetária continua

insistindo que a inflação tende a passar logo, que são problemas que não vão ocorrer mais, como

câmbio, aumento forte de salários e de alimentos. O problema é que os pontos relevantes foram

praticamente deixados de lado. Um indicador importante, como a difusão (total de produtos e

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 48 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

serviços com preços remarcados), que está em mais de 75%, foi praticamente relevado às traças

no documento.

23. Brasil tem a 6ª maior economia

Brasil passa Reino Unido e é 6 maior economia

O Globo - 07/03/2012

PIB atinge US$ 2,48 tri, acima dos US$ 2,26 tri dos britânicos. No 4 trimestre, crescimento do país

fica apenas em 28 lugar

Paulo Justus

Apesar do fraco desempenho registrado em 2011, inferior ao de outros países emergentes, o

Brasil ultrapassou o Reino Unido e pulou do sétimo para o sexto lugar entre as maiores economias

no mundo. Convertido em dólares, o PIB brasileiro chegou a US$ 2,48 trilhões no período, acima

dos US$ 2,26 trilhões alcançados pelo Reino Unido - que avançou apenas 0,8% no ano passado.

O ranking, segundo o banco WestLB, continua sendo encabeçado pelos Estados Unidos, com US$

15,32 trilhões, seguido pela China, com US$ 7,42 trilhões.

- Estamos próximos da França, que ocupa a quinta posição e teve um PIB 12% maior que o Brasil

no ano passado, com US$ 2,78 trilhões - disse o estrategista-chefe do banco, Luciano Rostagno,

responsável pela conversão dos PIBs em dólares.

Ele acredita que o país deve ultrapassar a França em 2015, estimativa semelhante à do FMI. Isso

considerando que o Brasil cresça 3,5% este ano, 4,5% no ano que vem e 5% em 2014 e 2015.

Em contrapartida, a variação do PIB francês precisa se manter entre 1,5% e 2,5% nos próximos

anos.

Resultado foi pior que o de outros emergentes

A comparação não é tão positiva para o Brasil quando se examina, não o valor monetário, mas a

variação do PIB. Por esse critério, o país ficou na rabeira do Bric (grupo que reúne Brasil, Rússia,

Índia e China) e abaixo de outros emergentes. Numa amostra com 18 economias, os 2,7%

registrados em 2011 colocam o Brasil em oitavo lugar, atrás de China (9,2%) e Índia e Peru

(ambos com 6,9%), por exemplo. Mas o país bateu as principais economias europeias, que

atravessam grave crise financeira, e os EUA (1,7%).

Já na análise que leva em consideração o desempenho do quarto trimestre de 2011 frente ao

mesmo período do ano anterior, a alta de 1,4% do Brasil o coloca em 28 lugar entre as 46

economias que já divulgaram o dado.

- Nosso PIB teve alta de 2,7%, mas a inflação ficou no teto da meta, de 6,5%. Isso mostra que

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 49

nossa capacidade de crescer não só está limitada, mas está se reduzindo - disse Alessandra

Ribeiro, analista da Tendências Consultoria.

Segundo ela, o mau desempenho do Brasil em relação aos emergentes mostra que o país ainda

não fez a lição de casa. Em 2011, afirmou, a economia brasileira foi, mais uma vez, puxada pelo

consumo das famílias, enquanto o desempenho dos países asiáticos refletiu uma poupança maior

e um nível mais elevado de investimento.

Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, as economias asiáticas ainda se

beneficiam da proximidade com a China. No caso dos países do Leste da Europa, que também

registraram crescimento expressivo, o melhor desempenho se deve à baixa base de comparação

dos anos anteriores.

- Muitos desses países europeus que tiveram crescimento alto no ano passado sofreram bastante

nos anos anteriores. A Letônia, por exemplo, que cresceu 5,8% no quarto trimestre, chegou a ter

uma queda de dois dígitos no PIB na época da crise - afirmou.

Mesmo na América Latina, o país teve um desempenho aquém do de outras economias. Neste

caso, mais uma vez, a falta de investimento fez a diferença, diz Carlos Honorato, professor da

Fundação Instituto de Administração (FIA):

- Peru e Colômbia crescem mais que o país porque fizeram as reformas do Estado e planejaram a

atuação em setores específicos. Não conseguimos ter uma visão de longo prazo.

Segundo levantamento da Austin Rating, o crescimento de 2,7% do PIB brasileiro em 2011 ficou

abaixo da média de 3,8% dos 18 países que já divulgaram o dado. No quarto trimestre, a alta de

1,4% também ficou abaixo da média de 2,5% de 46 países.

24. Mesmo 6ª economia, Brasil continua pobre, diz economista da Unctad

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil pedem cautela com previsão de que Brasil vai ultrapassar

Inglaterra e se tornar 6ª maior economia do mundo.

Da BBC

O Brasil continuará sendo um país pobre, mesmo com a previsão de que a sua economia vai

ultrapassar a britânica como 6ª maior do mundo, segundo o economista Joerg Mayer, da divisão

de globalização e desenvolvimento estratégico da Conferência das Nações Unidas para o Comércio

e o Desenvolvimento (Unctad, sigla em inglês).

"O país ganha um pouco de prestígio, mas, como a população brasileira é muito numerosa, a

renda média é muito mais baixa", disse o economista à BBC Brasil. "Mesmo como sexta economia

mundial, o Brasil continua pobre", afirmou.

Agnès Bénassy-Quéré, diretora do Centro de Pesquisas Prospectivas e de Informações

Internacionais, em Paris, também relativiza as projeções divulgadas nesta semana. "É preciso

muita precaução", disse a economista à BBC Brasil.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 50 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

"O Brasil apresenta um crescimento fulgurante, pois os cálculos são feitos em dólar, que tem se

desvalorizado nos últimos anos. Não é possível dizer que esses números são definitivos", afirmou

a economista.

Para Bénassy-Quéré, o excesso de valor do real é o fator principal para a economia brasileira

ultrapassar a da Grã-Bretanha. "A moeda brasileira valorizou-se muito nos últimos anos, enquanto

a libra esterlina sofreu uma forte desvalorização. Isso faz uma diferença enorme."

Assim como o representante da Unctad, a economista francesa acredita que o cálculo mais

realista para mostrar a situação da economia brasileira atualmente deveria basear-se no PIB per

capita.

"O PIB per capita do Brasil representa apenas 25% do americano", diz Bénassy-Quéré. "Nas

projeções que fizemos, em 2050 o PIB per capita brasileiro alcançará apenas 45% do nível

registrado nos EUA."

Maré alta

Apesar da dificuldades, ambos acreditam que o crescimento da economia ajudará a melhorar os

índices sociais brasileiros a longo prazo. "Na maré alta, todos os barcos sobem", afirma Bénassy-

Quéré. Para ela, o momento é de investir em setores estratégicos para o desenvolvimento da

sociedade brasileira.

"É preciso adotar medidas políticas que mudem dois pontos essenciais: a educação e a

poupança", diz a economista.

"Se pegarmos o nível de educação no Brasil, vemos que ele é muito baixo, com menos de 10% da

população ativa com um diploma universitário. Isso situa o país muito abaixo de China, Índia e

Rússia, por exemplo."

Sobre o risco de inflação devido ao forte crescimento da economia - destacado constantemente

pelo Banco Central na hora de aumentar as taxas de juros -, Mayer afirma que basta uma política

salarial atrelada à produtividade.

"Se os salários aumentam junto com a produção e não por causa da demanda, é possível

controlar a inflação sem mexer nas taxas de juros", explica o economista.

As projeções de que o Brasil deve ultrapassar a Grã-Bretanha como 6ª economia mundial foram

feitas pelo Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês), com sede na

Grã-Bretanha.

A previsão, que já havia sido feita por outras entidades, só poderão ser confirmadas nos primeiros

meses de 2012, quando ambos os países divulgarão o resultado do crescimento de suas

economias.

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Prof. Cássio Albernaz Página 51

25. Desaceleração da economia foi maior do que a esperada, mas ajudou Banco Central a reduzir Selic

08/06/2012

Pedro Peduzzi

Repórter da Agência Brasil

A desaceleração da economia brasileira no segundo semestre de 2011 – motivada por uma série

de medidas adotadas no período pelo governo para evitar o aumento da inflação – foi maior do

que a esperada. Além disso, apesar de a inflação de serviços ainda seguir em níveis elevados, o

conjunto de informações analisadas pelo Banco Central (BC) sugere tendência declinante da

inflação acumulada em 12 meses, em direção à meta de inflação, que em 2012 tem como centro

4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Esses fatores, de acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do

BC, divulgada hoje (6), estão entre as justificativas da redução da taxa básica de juros, a Selic,

para 8,5% ao ano, o nível mais baixo já registrado desde que a atual política monetária foi

adotada, no início de 1999. A taxa básica de juros é responsável por remunerar os títulos públicos

depositados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

O Copom manteve a projeção de que não haverá reajuste nos preços da gasolina e do gás de

botijão no acumulado de 2012. No caso das tarifas de telefonia fixa e de eletricidade, foram

mantidas as estimativas de reajuste de 1,5% e de 1,3%, respectivamente. Essas projeções

também levaram a autoridade monetária a considerar o cenário favorável para a redução da Selic.

Segundo o comitê, o processo de redução dos juros foi favorecido, também, pelas mudanças na

estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito,

bem como pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência

decrescente para a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB). Esses fatores,

diz a ata, “contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de

solvência e de liquidez”.

De acordo com a ata, o cenário de referência leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa

de câmbio do dólar em R$ 2,05 e da taxa Selic em 9% ao ano. Nesse cenário, avalia o Copom, a

projeção para a inflação de 2012 diminuiu em relação ao percentual considerado na reunião de

abril, e se encontra em torno do valor central de 4,5% para a meta fixada.

No cenário de mercado, a projeção de inflação para 2012 também diminuiu e se encontra em

torno do valor central da meta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que

mede a inflação oficial do país, ficou em 0,64% em abril, ante 0,21% em março e 0,45% em

fevereiro. Em 12 meses, a inflação acumulada chega a 5,1% em abril, resultado inferior aos

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 52 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

5,24% registrados em março.

O Copom avalia que a demanda doméstica tende a melhorar, especialmente o consumo das

famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda

e a expansão moderada do crédito.

Esse ambiente, diz a ata, tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda

doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas. O

comitê, no entanto, pondera que iniciativas recentes reforçam um cenário de contenção das

despesas do setor público. Em relação ao mercado de trabalho, o Copom avalia que, de acordo

com os dados analisados, “embora o mercado de trabalho continue robusto, há sinais de

moderação na margem”.

O cenário internacional também tem contribuído para o controle dos preços no Brasil. Segundo o

Copom, até o momento a fragilidade da economia global tem apresentado uma contribuição

“desinflacionária” para o país.

“Eventos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia,

e que continuam elevados os riscos associados ao processo de desalavancagem – de bancos, de

famílias e de governos – ora em curso nos principais blocos econômicos. Esses e outros

elementos, portanto, compõem um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza

muito acima do usual. Para o comitê, o cenário prospectivo para a inflação, desde sua última

reunião, manteve sinais favoráveis”, diz a ata.

26. Inadimplência já pressiona taxas

Valor Econômico - 01/04/2013

Empresas que precisaram usar crédito neste começo de ano perceberam que as taxas de juros de

quase todas as linha ficaram mais caras. No caso de pessoas físicas, dependendo do banco, quem

entrasse no cheque especial ou financiasse um carro entre janeiro e março deste ano teria igual

percepção de preços mais altos.

Os motivos: inadimplência resistente e juro futuro em alta.

Levantamento feito pelo Valor aponta que, depois de caírem em 2012, as taxas de juros das

principais modalidades de crédito oferecidas pelos cinco maiores bancos do país se estabilizaram

neste ano ou até sofreram uma leve alta. A taxa média mensal cobrada das empresas por Banco

do Brasil, Caixa, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander subiu até 0,5 ponto percentual do quarto

trimestre de 2012 para o início deste ano. No caso de pessoas físicas, o movimento de alta se deu

em Banco do Brasil e Santander.

Daqui para a frente, de acordo com três executivos de bancos públicos e privados consultados, a

tendência é que os cortes de taxas vistos em 2012 não se repitam. Apenas linhas como crédito

consignado, imobiliário e empréstimos a grandes empresas ainda devem passar por reduções. Por

serem modalidades que envolvem mais garantias, todos os bancos têm manifestado intenção de

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 53

fazer mais negócios nelas, o que acirra a concorrência.

A persistência da inadimplência e a perspectiva de elevação da taxa básica de juros da economia

estão entre os fatores mais citados pelos bancos para justificar a interrupção da trajetória de

declínio. Segundo o diretor de um banco privado, as instituições reduziram as taxas em 2012

acreditando que a inadimplência cairia de uma forma mais acentuada. Como isso não aconteceu,

a queda dos juros comprimiu os ganhos dos bancos. Por isso, as recentes remarcações.

A alta dos juros nos mercados futuros, impulsionada pela expectativa de elevação da Selic,

também já é citada como capaz de encarecer o preço do dinheiro.

Para a Caixa, o que pode permitir uma nova rodada de redução é o ganho de eficiência. "À

medida que a gente tenha sucesso [em reduzir custos e ganhar eficiência], vamos transferir isso

para os clientes", disse Márcio Percival, da Caixa.

Uma melhor análise de risco também pode mexer nos custos. "O cadastro positivo, a ser

implantado em agosto deste ano, será de fundamental importância para que os bancos possam

desenvolver uma leitura mais adequada e individualizada da qualidade de crédito", afirmou o

Santander em nota. Itaú e Banco do Brasil afirmaram que revisam de forma permanente as taxas

que cobram.

27. Inflação é maior para quem ganha até 2,5 salários

INFLAÇÃO DOS ALIMENTOS AFETA MAIS A BAIXA RENDA

Autor(es): Fernanda Nunes

O Estado de S. Paulo - 01/04/2013

Alta de alimentos impacta mais consumidor de baixa renda do que a média da população, informa

FGV

O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC - C1), indicador que mede a inflação entre a

população com renda até 2,5 salários mínimos calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi

de 6,94% em fevereiro, superior ao da média dos brasileiros, de 6,04%. A alta foi puxada pela

disparada de preços dos alimentos adquiridos por esses consumidores, que subiram mais do que

os da média da população nos últimos 12 meses. Em fevereiro, a inflação dos alimentos foi de

13,94% no IPC-C1, ante 12,29% da inflação geral, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor -

Disponibilidade Interna (IPC - DI). A previsão é de que a desoneração de parte da cesta básica,

adotada pelo governo em março, represente um alívio para esse consumidor de baixa renda. A

desaceleração, porém, deve ser lenta, de acordo com especialistas, e não ocorrerá em menor de

três meses.

Em 12 meses, preços dos alimentos mais consumidos por quem ganha até 2,5 salários mínimos

subiram mais que os da média da população

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 54 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

O aumento dos preços dos alimentos ao longo dos últimos meses vem tirando o fôlego e

comprometendo a capacidade de compra de um grupo em especial: o consumidor de baixa renda.

Para esse segmento, base da festejada “nova classe média”, a inflação pesa mais.

O indicador que mede a variação de preços em 12 meses para as famílias com ganho mensal de

até 2,5 salários mínimos, em fevereiro, foi de 6,94%, nível superior ao da média dos brasileiros,

que registrou 6,04%.

A diferença da inflação por classe de renda ocorre, na verdade, desde julho do ano passado. A

Fundação Getúlio Vargas (FGV), que calcula o índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-Ci,

a chamada inflação dabaixa renda) e o índice de PreÇOS ao consumidor - Disponibilidade Interna

(IPC-DI), vem registrando o deslocamento.

Isso acontece porque os preços dos alimentos adquiridos pelos consumidores de rendimento mais

baixo dispararam. Para a população mais pobre, 30% do salário são destinados às compras de

supermercado, enquanto para a média dos brasileiros os alimentos representam 20% das

despesas. Em fevereiro, último indicador divulgado, a inflação dos alimentos variou 13,94% no

IPC-Ci e 12,29% no IPC-DI.

A inflação para a baixa renda

• Queda

ANDRÉ BRAZ

ECONOMISTA “A tendência da inflação dos alimentos é desacelerar.

A medida do governo de desoneração da cesta básica, cedo ou tarde, terá resultado. Mas essa

desaceleração deve ser lenta.”

passou a ser mais sentida neste início de ano, com o fim de alguns programas de incentivo ao

consumo, como a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para bens duráveis.

Mas o maior peso vem dos alimentos e a tendência, segundo o economista André Braz, do

Instituto Brasileiro de Economia (Ibre)da FGV,é que a alta de preços desseS produtos perca o

fôlego daquf pàra frente. Com isso, diz Braz* a baixa renda pode ter um alívio nos próximos

meses.

Enquanto isso, a expectativa é que o governo mire suas ações exatamente no alívio do orçamento

desse grupo de consumidores, que vem puxando o aumento do consumo das famílias na

economia. O professor da Faculdade de Economia e coordenador da Fipe Rafael Costa Lima

acredita que as medidas devem ter como foco a inflação como um todo, porém, com atenção

especial a setores que atendam à

“nova classe média”.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 55

Ainda assim, a avaliação do economista é que, com a renda do trabalho se mantendo em alta, o

consumo pela população de baixa renda continuará forte. “Não imagino que a inflação vai corroer

tanto o poder de com: pra dessa população”, afirmou.

Para o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Bruno Fernandes, no entanto, a

variação de preços para esse grupo de consumidores é preocupante.

Idosos. Além dos pobres, a população idosa é outro grupo que também é mais punido com a

inflação dos alimentos. O último dado disponível do IPC-3Í, que mede a inflação das famílias com

indivíduos com mais de 60 anos, mostra que, em 2012, o indicador teve alta de 5,82%, enquanto

o IPC-DI foi de 5,74%. A FGV apura a inflação dos mais idosos trimestralmente, portanto, os

resultados deste ano ainda não são conhecidos.

Braz, da FGV, diz que, na atual conjuntura os idosos sentem mais os efeitos da inflação por

consumirem mais alimentos in natura, que têm sido os vilões dos preços. O economista pondera,

no entanto, que essa alta pode ser contrabalançada pelo fato de os mais idosos sentirem menos

os efeitos do reajuste de transporte público, porque boa parte deles tem passe livre no ônibus. /

COLABOROU M.C.

28. BB e caixa derrubam juros para estimular a economia

CORRIDA PELOS JUROS BAIXOS

Autor(es): Geralda Doca, Gabriela Valente,

O Globo - 05/04/2012

BB se antecipa à Caixa e anuncia cortes de até 78% em suas taxas. Expectativa é que bancos

privados sigam caminho

A concorrência começou no próprio governo. Quando soube que a Caixa Econômica Federal

lançaria no domingo seu pacote de redução dos juros com uma campanha publicitária no intervalo

do "Fantástico", o Banco do Brasil (BB) se antecipou e anunciou corte de até 78% em suas taxas

no início da tarde de ontem. Decidiu também divulgar o pacote, batizado de "Bompratodos", na

próxima edição do programa dominical. A propaganda do BB só iria ao ar no dia 15. O movimento

coordenado para derrubar o custo do crédito foi uma determinação da presidente Dilma Rousseff

para impulsionar o crescimento do país, como antecipou O GLOBO em fevereiro.

- O Banco do Brasil optou por ser pioneiro na redução dos juros - disse o vice-presidente de

Atacado, Paulo Caffarelli, que aposta que o comportamento do banco terá impacto no mercado.

Em comunicados divulgados ontem depois do anúncio dos cortes pelo BB, o Itaú Unibanco

informou que está analisando o cenário para decidir se irá ou não reduzir juros. Já o Bradesco

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afirmou que "avalia a possibilidade de redução" de suas taxas, enquanto o Santander disse em

nota que "vem reduzindo as taxas de juros de seus produtos, nos últimos meses".

Segundo interlocutores do governo, os estudos apontam que a tacada nos juros vai reduzir os

ganhos dos dois bancos em mais de R$ 2,5 bilhões por ano. No BB, os juros do financiamento de

veículos, por exemplo, caíram de no mínimo 1,24% ao mês para 0,99% ao mês. Quem recebe

salário pelo banco terá juros de 3% ao mês no crédito rotativo do cartão. A taxa anterior chegava

a 13,62%.

O BB também lançou linhas específicas para estimular o consumo. O juro médio será reduzido em

45% na aquisição de eletroeletrônicos, materiais de construção, serviços de turismo,

equipamentos de informática e outros bens e serviços.

A Caixa só divulgará o pacote de medidas na segunda-feira mas, segundo fontes, os cortes serão

ainda mais ousados. Quem recebe salário pelo banco - por exemplo, boa parte dos funcionários

públicos - poderá pagar juros de apenas 1,30% ao mês no cheque especial. No cartão de crédito,

a taxa cairá de 12,86% para 5,98%.

O alvo do BB são os 31 milhões de pessoas que recebem seus salários por outras instituições;

17,8 milhões de aposentados que não têm relacionamento com o banco e ainda 50 milhões de

clientes da chamada nova classe média que tendem a consumir cada vez mais serviços bancários.

A expectativa é atingir 69 milhões de pessoas. O BB aumentará em R$ 26,8 bilhões os limites de

crédito para micro e pequenas empresas e em R$ 16,3 bilhões os limites para pessoas físicas.

Para especialistas,

taxas são insustentáveis

Apesar da determinação do Palácio do Planalto de usar os bancos públicos para forçar queda nos

spreads (diferença entre o custo da captação e o valor cobrado do tomador final), dentro do

próprio governo há dúvidas de que as duas instituições terão fôlego para segurar empréstimos tão

baratos por muito tempo, caso haja uma corrida para eles. Há também preocupação com o risco.

Para o economista Roberto Troster, as novas taxas para cheque especial e cartão são

insustentáveis a longo prazo. Ele lembrou que, em fevereiro, a taxa média anual do cheque

especial da Caixa estava em 140% ao ano e com a mudança, ficará em 15% (para quem recebe

pelo banco).

Segundo Carlos Coradi, presidente da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores, os acionistas

do BB vão começar a reclamar quando virem minguando o lucro do banco, que tem ficado no

patamar do setor privado. Caffarelli, do BB, nega que haverá recuo nos ganhos, já que conta com

elevação da base de clientes.

Para especialistas, os cortes podem levar a uma redução de juros em outros bancos, mas ainda

não há espaço para um movimento de quedas acentuadas das taxas no país.

- O ideal seria se baixasse os juros do crédito para todos os clientes, mas se for só para quem tem

salário no banco é como se fosse consignado - diz Miguel Oliveira, economista da Associação

Nacional dos Executivos em Finanças (Anefac).

Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating, observa que os juros tendem a cair de qualquer

forma, já que a Selic, que está em queda, deve fechar o ano em 9%. Basta a inadimplência, que

era superior a 7% em fevereiro, ceder.

Após o anúncio dos cortes, as ações do BB despencaram 5,91%, a maior queda do Ibovespa,

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Prof. Cássio Albernaz Página 57

índice de referência da Bolsa, que recuou 1,18%. Também afetaram as ações do setor bancário

como um todo, com quedas nas ações preferenciais (PN, sem voto) de Itaú Unibanco (3,08%) e

Bradesco PN (2,52%). As do Santander caíram 1,79%.

29. OCDE indica que Brasil vai crescer abaixo da tendência

OCDE prevê crescimento no mundo mas em ritmos diferentes

RFI

Os últimos dados dos indicadores avançados da Organização para a Cooperação e o

Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicados hoje e referentes a janeiro,

confirmam que os países ricos caminham para a retomada do crescimento,

especialmente a Alemanha. Já o crescimento do Brasil, que não faz parte da entidade,

deve continuar ligeiramente abaixo da tendência.

No quadro geral, o índice de indicadores da atividade econômica dos 34 países da OCDE subiu

para 100,4 em janeiro, 0,1 ponto percentual acima do índice de dezembro. Dados acima de 100

demonstram uma tendência superior à esperada anteriormente, portanto os dados indicam

crescimento econômico "firme", na análise da organização, baseada em Paris.

O índice para o Brasil – que é analisado mesmo sem ser membro – permaneceu em 99,4 em

janeiro. A China e a Índia, por sua vez, registram um crescimento bem menos acelerado do que

as previsões.

Na zona do euro, a Alemanha apresentou a melhor performance, com avanço de 99,2 para 99,6

pontos. França e Itália, segunda e terceira economias do bloco, a economia permanece estável,

porém sem tendência de crescimento. Já o Reino Unido “se aproxima da sua tendência a longo

prazo, mas num ritmo lento”, conforme a OCDE.

A avaliação dos economistas é de que os números comprovam o fim do deterioramento da

situação, mas indicam que os europeus só devem registrar verdadeiro crescimento a partir de

2014. Fora da zona do euro, os Estados Unidos e o Japão demonstraram a continuidade do

crescimento.

30. A crise europeia e o Pibinho do Brasil

Mercado vê Pibinho de 1,9% em 2012

Autor(es): VICTOR MARTINS ROSANA HESSEL VERA BATISTA

Correio Braziliense - 17/07/2012

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 58 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Enquanto espanhóis saem às ruas e chamam de "assalto" o corte de benefícios pelo governo de

Rajoy, no Brasil analistas de mercado refazem as contas e reduzem de 2,01% para 1,9% a

previsão de crescimento do país. No dia a dia, brasileiros começam a sentir no bolso os efeitos da

crise global: medo de calote leva concessionárias a exigir entrada de 60% no financiamento de

veículos.

Pela 10ª semana seguida, analistas cortam projeção para o avanço do Produto Interno Bruto. Se

confirmado, será o pior resultado desde 2009. Apesar do fraco ritmo da atividade, inflação

continuará corroendo o poder de compra das famíliasNotíciaGráfico

O pessimismo está cada vez maior. Para desespero do governo, o mercado financeiro refez as

contas e cortou, pela 10ª semana seguida, a projeção de crescimento da economia para 2012, de

2,01% para 1,9%. Foi a primeira vez que as previsões para 2012 ficaram abaixo de 2%. Mais do

que nunca, segundo especialistas, está claro que o efeito da crise mundial será maior do que o

estimado pelo Banco Central, que, até três meses atrás, acreditava que o impacto das

turbulências internacionais na economia brasileira seria de um quarto do observado em 2008.

Será muito maior. E, pior: já compromete o ano de 2013. Tanto que as estimativas de avanço da

atividade também recuaram, de 4,5% em agosto do ano passado para 4,1% ontem.

"Infelizmente, a realidade está falando mais alto. A falta de confiança dos consumidores e,

sobretudo, dos empresários, está minando a economia brasileira. Teremos, em 2012, o pior

resultado desde 2009, quando o Brasil afundou na recessão", admitiu um técnico da equipe

econômica. O BC constatou, porém, que nem tudo está perdido. Em maio último, a queda de

0,02% na prévia do PIB calculado pela instituição só não foi maior graças à reação esboçada no

Centro-Oeste e no Nordeste, regiões que cresceram, respectivamente, 1,2% e 0,3% no período.

Essas economias estão sendo puxadas pelo aumento da massa salarial, pelo consumo de serviços

e de bens duráveis e pela ligeira recuperação do agronegócio.

"A economia do Centro-Oeste está sendo impulsionada pelo setor agroindustrial, que predomina

em Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul e em Goiás. A região ainda tem peso grande do setor

público por conta do Distrito Federal", explicou Júlio Myragaia, coordenador da Comissão de

Política Econômica do Conselho Federal de Economia. Ele lembro ainda que Brasília, por ter 55%

do seu PIB determinado pelo funcionalismo público, é menos afetada pela crise. "Quem está

sofrendo mais com a desaceleração mundial é a indústria, e isso é uma coisa favorável para o DF

e para o Centro-Oeste. O setor tem peso de apenas 2% no PIB da região", observou.

Problemas

Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, endossou: "A alta dos preços da

soja e do milho deram sustentação à renda no interior do país". Na sua avaliação, a crise é mais

visível na indústria porque o setor está mais exposto ao comércio exterior. "Mas isso não quer

dizer que os problemas estão restritos às fábricas. Outros segmentos da economia começam a dar

sinais de fraqueza", disse. Nos cálculos dele, o PIB brasileiro, diante do quadro de desaceleração,

deve terminar o ano com crescimento de 1,5%. Para Mauro Schneider, economista-chefe do

Banco Banif, o avanço será de, no máximo, 1,7%.

Pelos números do BC, a maior economia do Brasil, São Paulo, amargou, em maio, retração de

0,66%, mês em que a indústria nacional — concentrada majoritariamente no estado — demitiu

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 59

1,7% dos funcionários e diminuiu a produção em 4,3% na comparação com igual período do ano

passado. Apenas as fábricas paulistas encolheram 6,9% nessa mesma base de comparação. Minas

Gerais também sofreu os efeitos da crise e teve seu PIB dilapidado em 2,43% devido,

principalmente, à menor produção de carros da Fiat e à diminuição do ritmo dos fornos da

Usiminas.

Apesar da fraca atividade do país e das perspectivas ruins, a inflação, mesmo em nível tolerável,

se mantém resistente. Mauro Schneider explicou que o custo de vida no país é elevado por causa

da enorme quantidade de contratos corrigidos pela inflação passada. Em média, 30% do Índice de

Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência pelo governo, vêm desses contratos,

incluindo as tarifas públicas. "Outro problema é a redução da oferta. Enquanto a indústria se

retrai, o consumo continua forte, mesmo que em bases menores que a observada recentemente",

assinalou. Para 2012, o mercado estima um IPCA de 4,87%. Em 2013, a estimativa é de alta de

5,50%.

Essa resistência da inflação, num quadro de baixo crescimento, está ressuscitando entre os

especialistas o debate sobre a possibilidade de o Brasil enfrentar o que chamam de estagflação.

Ou seja, a combinação de fraco avanço do PIB com elevados índices de preços. "Esse temor tende

a aumentar nos próximos meses, principalmente devido à quebra na safra de soja e de milho dos

Estados Unidos, que já está forçando a alta dos preços desses produtos, base da cadeia

alimentar", destacou o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal.

Ele ressaltou que esse risco se potencializa quando o crescimento dos países emergentes perde

fôlego, como agora. "Ainda vamos ouvir falar muito nessa palavra, estagflação. Os preços das

commodities agrícolas (produtos com cotação internacional) vinham caindo, mas, com a quebra

da safra dos EUA, ocorreu uma inversão, o que é bastante preocupante, pois a economia global,

principalmente a europeia, está à beira de uma recessão", completou Leal. "Os alimentos vão ficar

mais caros, pois ninguém deixa de comer. Agora, a produção industrial continuará desacelerando

se a crise na Europa perdurar."

Desânimo

Com a enxurrada de notícias ruins, o Brasil caiu da segunda para a oitava posição no ranking

mundial de otimismo entre os empresários. Segundo a pesquisa International Report (IBR) 2012,

da Consultoria Grant Thornton , 61% dos executivos brasileiros têm boas expectativas para os

próximos 12 meses contra os 86% registrados no primeiro trimestre do ano. Situação contrária

ocorreu com o otimismo global, que subiu quatro pontos percentuais, de 19% para 23%.

Segundo Fábio Luís de Souza, da Grant Thornton, com a continuidade da crise internacional, o

empresariado brasileiro começa a sentir os efeitos dos cortes de investimentos e da fragilidade do

consumo, já que as famílias estão muito endividadas e o governo não consegue executar seus

projetos a contento. "As perspectivas não são mais animadoras, com a confirmação de um

crescimento modesto do PIB e as políticas de incentivo do governo focadas no consumo e não no

investimento produtivo", afirmou.

Na América Latina, o nível de otimismo caiu 20 pontos percentuais, de 73% para 53%. Na

América do Norte, subiu de 47% para 52%. E, no Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do

Sul), manteve-se em 41%. Na Zona do Euro, melhorou dois pontos, mas continuou negativo (-

2%). Espanha é o país com maior grau de pessimismo: -66%, seguida de Grécia (-58%), Holanda

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 60 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

(-46%) e Japão (-41%). Segundo o estudo, entre os mais otimistas estão os empresários do Peru

(96%), do Chile (90%) e do Canadá (70%).

31. Economia: Em marcha lenta, Brasil perde posto de sexta economia mundial

José Renato Salatiel

UOL

Guido Mantega, ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, ocupou o mesmo cargo, bem

como o de ministro do Planejamento no governo Lula

Em um ano de crescimento em ritmo lento, o Brasil perdeu para o Reino Unido o sexto lugar no

ranking das maiores economias do mundo. O desaquecimento da economia brasileira é resultado

da crise internacional, que afetou os Estados Unidos e a União Europeia.

Nas últimas décadas, a estabilidade econômica fez com que o Brasil fosse um dos países que mais

subissem no ranking das maiores economias mundiais. Em meio à crise que atingiu as nações

europeias, o país ultrapassou a Itália e se tornou a sétima maior economia em 2010. No final do

ano passado, superou o Reino Unido e assumiu a 6a posição do ranking, liderado por Estados

Unidos, China, Japão, Alemanha e França.

Este ano, porém, a queda do PIB (Produto Interno Bruto) e a desvalorização do real perante o

dólar causaram a queda de colocação. Segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), que elabora a

lista, somente em 2016 o Brasil poderá reassumir o posto ocupado pelos britânicos, em razão,

principalmente, da taxa de câmbio.

Isso acontece porque o levantamento é feito com base no PIB nominal – a soma de todas as

riquezas de um país – convertido em dólar. O real tem hoje uma desvalorização aproximada de

12% em relação ao dólar, enquanto a libra esterlina (moeda inglesa), atingiu uma valorização de

quase 4%.

A desaceleração da economia foi outro fator preponderante para o rebaixamento. Dados do IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontaram, em novembro, um aumento de apenas

0,6% da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período no

ano anterior.

O fraco desempenho fez com que o mercado revisse as projeções iniciais de crescimento de 4,5%

para somente 1,2% este ano, índice inferior ao de muitos países europeus em crise e abaixo da

média de 3,1% estimada para a América Latina.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 61

Tal situação foi provocada pela recessão na Europa e desaceleração econômica nos Estados

Unidos e na China, cujos efeitos atingiram o setor de produção e os investimentos na indústria

brasileira.

Nos países desenvolvidos, a crise gera desemprego, reduz o consumo e diminui o valor de

commodities (produtos em estado bruto, como café e petróleo), o que gera impactos nas

exportações brasileiras e na produção nacional. Os investimentos, por sua vez, também são

reduzidos, pois esses países em dificuldades financeiras precisam redirecionar recursos para cobrir

os prejuízos nas contas domésticas.

Para 2013, o Governo Federal e o Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe)

projetam um crescimento econômico de 4%, enquanto analistas do mercado financeiro, mais

cautelosos, apontam 3,4%. Mas isso dependerá da melhoria na economia internacional.

Zona do Euro

As expectativas para a economia mundial em 2013, no entanto, não são das melhores. A Europa e

os Estados Unidos devem continuar em lenta recuperação de suas finanças, segundo analistas.

Em 2012, a Zona do Euro, formada por 17 países que adotaram a moeda única, entrou

oficialmente em recessão econômica. Este termo significa que houve uma retração na atividade

econômica, com queda na produção, maiores taxas de desemprego e perda do poder aquisitivo da

classe média.

Há um consenso de que uma economia entra em recessão após dois trimestres seguidos de

redução no PIB. Foi o que aconteceu na Europa, que registrou no terceiro trimestre deste ano

uma queda de 0,1%, seguindo a tendência do segundo trimestre, que apresentou contração de

0,2% na economia.

A recessão na Zona do Euro foi causada pela crise das dívidas públicas. Os gastos públicos dos

países europeus, que já eram altos antes da crise de 2008, tornaram-se insustentáveis quando os

governos tiveram que “injetar” trilhões de dólares no mercado para evitar a falência dos bancos.

Depois, para equilibrar as contas, tiveram que apelar para pacotes econômicos que incluíram o

corte de benefícios sociais e aumento de impostos. As indústrias tiveram que demitir, aumentando

o número de desempregados.

Agora, se as contas não forem balanceadas, a dívida pública de metade dos 27 países que

compõem a União Europeia (UE) será o correspondente a 60% do PIB dessas nações em 2014,

segundo um relatório divulgado recentemente por especialistas da Comissão Europeia.

Emergentes

Já nos Estados Unidos, que ainda sentem o efeito da crise, democratas e republicanos tentam

chegar a um acordo para evitar o abismo fiscal no primeiro dia de 2013. Abismo fiscal é uma série

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de medidas previstas, como cortes de gastos e de tributos, que, caso sejam efetivadas, podem

levar o país a um novo período de recessão.

Nesse cenário global, os chamados emergentes, que ganharam destaque ao continuarem

crescendo em meio à crise de 2008, agora também passam por dificuldades. É o caso, além do

Brasil, da China, que terá em 2012 o pior desempenho em três anos – aumento de 7,4% no PIB,

a metade de três décadas atrás, mas ainda excepcional se comparado ao de outros países.

Entender essas mudanças na economia mundial é importante porque elas influenciam movimentos

políticos que, por sua vez, geram transformações sociais.

32. Brasil e UE tentam acelerar investimentos

Valor Econômico - 01/04/2013

José Durão Barroso já informou a presidente Dilma sobre quem integrará o lado europeu da

comissão

A União Europeia (UE) e o Brasil estão acelerando a implementação de um comitê de ministros

para reduzir entraves e promover investimentos e competitividade nos dois lados. A iniciativa foi

acertada na cúpula UE-Brasil, em fevereiro em Brasília, e não é por acaso que tem nível

ministerial, conforme negociadores. Pelo menos no papel, o objetivo é tomar decisões concretas,

em sintonia com empresários europeus e brasileiros.

Algumas decisões para estimular negócios podem ocorrer ou ser sugeridas na cúpula que ocorrerá

neste ano em Bruxelas.

O presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, enviou carta à presidente Dilma Rousseff

informando que os representantes europeus no grupo serão o vice-presidente da comissão e

comissário de Indústria, Antonio Tajani; o comissário de Comércio, Karel de Gucht; e a comissária

para Ciência, Pesquisa e Inovação, Màire Geoghegan-Quinn. O Brasil está ultimando sua escolha.

A UE tem pressa. Um estudo da Comissão Europeia concluiu que 90% do crescimento econômico

global deve ser gerado fora de seus 27 países membros, até 2015.

A UE é o principal parceiro comercial do Brasil. É também o maior investidor no país com estoque

de mais de € 180 bilhões, mais que todos os investimentos europeus somados na China, Índia e

Rússia. Por sua vez, o estoque de investimentos diretos brasileiros nos países da UE superam os €

67 bilhões, transformando o Brasil no quinto maior investidor no bloco.

Conforme os europeus, existe crescente interesse em estabelecer ou ampliar a presença no Brasil,

inclusive por parcerias público-privadas. E há foco em crescente competitividade de empresas

brasileiras no mercado europeu.

Enquanto os europeus reclamam de problemas burocráticos que causam protecionismo, o lado

brasileiro aponta questões de regras de concorrência não escritas ou sobre ajuda do Estado para

inovação e tecnologia, que são complicadas e dificultam empresa brasileira instalada na UE a ter

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

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aceso aos programas.

Estudo de três especialistas do Centre for European Policy Studies, Daniel Gross, Cinzia Alcidi e

Alessandro Giovannini, examina o interesse estratégico da Europa e o potencial da economia

brasileira, e sugere que Brasília e Bruxelas busquem nova iniciativa econômica bilateral. Como o

Brasil não pode negociar acordos comerciais clássicos sem o Mercosul, a ideia seria de brasileiros

e europeus aprofundarem outros temas, como facilitação de comércio e para investimentos

diretos brasileiros na Europa em crise.

Para Luigi Gambardella, presidente da UEBrasil, entidade que procura reforçar os vínculos

bilaterais, o Brasil tem também um interesse vital em aprofundar sua parceria econômica com a

Europa para não ficar isolado pelo lançamento da negociação UE-Estados Unidos e pelo avanço do

Acordo Comercial Transpacífico (TPP) que reune EUA, Japão, Austrália, Chile, Malásia, Nova

Zelândia, Peru, Cingapura, Vietnã e outros. "Esses países estão entre os clientes brasileiros mais

importantes e o Brasil não pode correr o risco de ser bloqueado por essas novas grandes

iniciativas bilaterais."

33. O fim da era Lula na economia

Autor(es): Tony Volpon

Valor Econômico - 03/05/2012

Acabou a mais recente "época de ouro" da economia brasileira? Depois de dez anos de

desempenho surpreendente, há hoje muitas dúvidas sobre as perspectivas para os próximos anos.

O governo certamente não concordaria com qualquer avaliação mais pessimista, mas o recente

frenesi de medidas mostra que os ocupantes de Brasília estão preocupados.

A preocupação com o crescimento não é novidade. Desde agosto do ano passado o Banco Central

(BC) tem proporcionado estímulo monetário; e a, na época, muita criticada decisão de iniciar um

ciclo de cortes de juros agora parece acertada.

A estratégia adotada naquele momento foi bastante ortodoxa, enfatizando o afrouxamento

monetário com política fiscal austera. Mas, recentemente, temos assistido a uma quase avalanche

de medidas pontuais, direcionadas aos dois setores que mais preocupam: indústria e o mercado

de crédito. O governo parece finalmente entender que o Brasil enfrenta fatores estruturais e

domésticos que impedem um crescimento mais vigoroso. Que esses se manifestarão e foram

potencializadas durante uma severa crise internacional não deveria ser nenhuma surpresa:

deficiências estruturais sempre ficam mais evidentes em momentos de piora conjuntural.

Novo paradigma de crescimento tem que mudar a relação investimento, consumo e poupança

Os problemas da indústria têm sido explicados basicamente pela valorização contínua do real

nesses últimos anos, mas essa é uma explicação parcial. Comparando os períodos pré e pós-crise,

vemos que antes da crise, e apesar da forte valorização cambial, a indústria estava em franca

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expansão e investindo pesadamente. Depois da crise a história é outra, com fraco desempenho,

baixos investimentos e queda de produtividade. A razão para esse desempenho distinto se

encontra não nos movimentos do dólar, mas sim em dois fatores do período pós-crise.

Primeiro, enfrentando um mundo com baixo crescimento, as grandes potências industriais hoje

varrem o globo procurando onde vender e acharam um mercado convidativo no Brasil. Isso na

verdade não tem nada a ver com o mercado cambial, sendo um ajuste esperado nos competitivos

mercados de bens internacionalmente transacionáveis.

O segundo fator que tem debilitado a nossa indústria tem sido o aumento contínuo no custo da

mão de obra. De fato percebemos que o aumento do custo unitário de trabalho acelerou no

período pós-crise. Forçado a contratar em um mercado de trabalho apertado pela demanda do

setor de serviços e políticas salariais expansionistas, a indústria perdeu a corrida entre aumento

de custos e produtividade. Mais do que uma "guerra cambial", o Brasil enfrenta e perde uma

"guerra laboral".

Encarando a fortíssima concorrência de um lado e o aumento da folha de pagamento do outro, a

indústria vê suas perspectivas piorarem e, por instinto de sobrevivência, corta custos, incluindo

investimentos. Isso coloca a indústria em um círculo vicioso e autodestrutivo dado o impacto que

isso tem sobre sua produtividade.

Igualmente preocupante é a dinâmica no mercado de crédito. Aqui o problema é claro: o ainda

altíssimo custo na ponta do tomador. Depois de cair por muito tempo, o custo do crédito ao

consumidor tem ficado relativamente estável desde 2009. É verdade que o sistema enfrenta o

aumento da inadimplência nesse momento. Apesar das condições favoráveis do mercado de

trabalho, o consumidor chegou ao limite prudente de endividamento. Empurrar mais crédito goela

abaixo da pessoa física não vai resolver nada.

A questão da indústria e do mercado de crédito mostra que o que podemos chamar de "modelo

Lula" de crescimento chegou a sua exaustão. Esse modelo procurou acelerar e multiplicar os

ganhos de riqueza que começaram dez anos atrás com a forte alta de preço das nossas

exportações devido ao crescimento espetacular da China. Os mecanismos foram privilegiar ganhos

salariais e o aumento do crédito, assim expandindo a renda e o consumo. Por muitos anos o

modelo teve sucesso exemplar, mas fica evidente que nos próximos anos os resultados não serão

os mesmos.

Das medidas anunciadas até agora pelo governo algumas, como desoneração da folha, vão na

direção certa, e outras, de cunho protecionista, na direção errada. Mas o seu conjunto, e nisso

incluímos a queda na taxa de juros e a alta do dólar pela atuação do BC, nos parece insuficiente

para mudar a dinâmica estrutural negativa que enfrentamos. Elas podem somente se justificar

como uma ponte para mudanças mais profundas, porque o que precisamos é efetivamente um

novo modelo.

O que poderia ser um novo modelo? Acreditamos que qualquer novo paradigma de crescimento

tem que mudar de forma significativa a relação investimento-consumo-poupança. Basicamente

continuamos a investir e poupar pouco e consumir muito, e há sim uma escolha a ser feita nessa

relação: nem todo o consumo "puxa" investimento e poupança.

Para tal nossa política econômica tem que caminhar em duas direções novas. Primeiro temos que

parar de querer sempre redobrar a aposta que mais consumo resolve tudo. Também temos que

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Prof. Cássio Albernaz Página 65

parar de confundir crédito com poupança. A falência do modelo atual reside essencialmente na

triste verdade que uma ênfase exagerada em aumentar a demanda pode destruir a oferta. Menos

consumo e mais produtividade deve ser o novo mantra.

Segundo, temos que identificar novas fontes de poupança doméstica. Está mais do que claro que

a estrutura do nosso Estado de bem-estar social milita contra a formação de poupança doméstica.

Devemos, politicamente, debater até que ponto vale a pena a troca entre crescimento e

segurança social. Mas devemos também perceber que ainda existe dentro da economia um

agente que poderia contribuir com mais poupança: o próprio Estado. Diminuído seu consumo e

assim liberando recursos para investimentos públicos e privados, o Estado poderia dar forte

contribuição para levar a economia a um novo equilíbrio. Tal mudança pode, a nosso ver, ser feita

sem comprometer os avanços sociais desses últimos anos. Basta nossos governantes terem

vontade e visão política para tal.

Tony Volpon é diretor do Nomura Securities International, Inc.

34. Para Brasil crescer, Dilma acena com política 'proativa'

Autor(es): Por Assis Moreira | De Hannover

Valor Econômico - 07/03/2012

O governo brasileiro terá "posição proativa" para ampliar cada vez mais a taxa de crescimento do

país de forma sustentável, disse ontem a presidente Dilma Rousseff em conversa com a primeira-

ministra alemã, Angela Merkel, em meio a novos indicadores de deterioração da economia global.

Enquanto Dilma falava, empresários acompanhavam as notícias sobre o desempenho do Produto

Interno Bruto (PIB) brasileiro, que cresceu apenas 2,7% em 2011, sobre o declínio de 0,3% do

PIB da zona do euro no quarto trimestre de 2011, por causa de menos gastos das famílias,

investimentos e exportações, além de redução da estimativa de crescimento da China para 7,5%

neste ano.

A presidente brasileira aproveitou a rápida entrevista à imprensa para voltar a culpar a crise nos

países desenvolvidos pela diminuição da expansão econômica agora também nos emergentes.

"Manifestei à chanceler Merkel a preocupação do Brasil com a expansão monetária que vem

ocorrendo por parte dos países desenvolvidos, que provoca desvalorização das moedas, e que nós

consideramos bastante adverso para o comércio internacional do Brasil", afirmou Dilma, que no

dia anterior ouvira Merkel por sua vez mencionar "protecionismo unilateral".

Quando um jornalista alemão perguntou se Dilma tinha dado garantias de que não iria continuar o

protecionismo, a presidente abordou o aumento do IPI nos carros importados: "Eu queria

assegurar que diante da valorização das moedas de forma artificial, o Brasil tomará todas as

medidas que não firam as disposições da Organização Mundial do Comércio para evitar a

desindustrialização da economia brasileira."

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 66 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

A chanceler alemã reiterou que as megaoperações de liquidez na Europa são para dar tempo para

a zona do euro fazer reformas e insistiu que o objetivo não é causar instabilidade e que espera

discutir os desequilíbrios da economia mundial na reunião de cúpula do G-20 no México, em

junho.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, afirmou que o decreto com o novo regime

tributário do setor automotivo, concedendo prazo maior para montadoras estrangeiras instalarem

fábricas no Brasil, está agora com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a expectativa é de

que seja logo assinado. Pimentel confirmou que o decreto vai reduzir gradualmente o IPI para as

montadoras que se instalarem no país.

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2. NOÇÕES GERAIS DE ATUALIDADES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – PROF. EDGAR ABREU.

35. Bancos têm de oferecer serviços gratuitos; conheça este e outros direitos

Aiana Freitas

Fonte: Do UOL, em São Paulo – 28/03/2012

Abrir conta no banco é algo cada vez mais corriqueiro na vida do consumidor brasileiro. Conhecer

o que pode ou não ser cobrado, porém, é fundamental neste início de relacionamento para que o

consumidor não acabe gastando mais do que o necessário com a conta.

"Muita gente acaba pagando por serviços que não usa, principalmente as pessoas mais humildes,

que não têm acesso a informação", diz o advogado especializado em direito bancário Alexandre

Berthe. "É preciso monitorar sempre o extrato da conta", sugere.

Todos os consumidores têm, por exemplo, direito a uma quantidade mínima de serviços gratuitos,

como determina o Banco Central. Entre eles estão o fornecimento de um cartão de débito, a

realização de até quatro saques mensais e a retirada de dois extratos.

"Dependendo do uso que o consumidor faz da conta, esses serviços podem ser suficientes, e ele

não precisa contratar um pacote de tarifas", diz a assessora técnica do Procon de São Paulo Edila

Moquedace.

Conta-salário permite transferência sem cobrança

Trabalhadores contratados pelo regime da CLT e funcionários públicos também podem optar por

ter uma conta-salário. Essa conta é vantajosa para quem já tem conta em banco, mas precisa

abrir outra numa instituição diferente só para receber o salário pago pela empresa. Se ele abrir

uma conta-salário, poderá transferir o valor recebido sem pagar nenhuma tarifa.

A portabilidade de crédito é outro direito pouco exercido pelo consumidor, segundo os

especialistas. Ela prevê que quem tem algum tipo de financiamento com um banco (empréstimo

pessoal, financiamento de carro ou imóvel, por exemplo) possa transferir essa dívida para outra

instituição que ofereça melhores condições de juros e prazos, sem que precise pagar por esta

transferência.

Teste mostra que faltam informações em bancos

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 68 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Um teste feito recentemente pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) comprovou

como o início de relacionamento do cliente com o banco pode ser conturbado.

Em dezembro de 2011, voluntários do instituto abriram contas em agências de seis bancos (Banco

do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú Unibanco e Santander) e avaliaram as

informações dadas aos novos clientes.

Os bancos foram reprovados em vários quesitos. Nenhum deles informou, espontaneamente,

sobre a existência dos serviços gratuitos aos consumidores e todos concederam cheque especial

sem o cliente ter solicitado.

"O que parece é que os bancos não tomam o cuidado necessário para manter a base de

funcionários informada sobre o que deve ser feito", diz o gerente de testes e pesquisas do Idec,

Carlos Thadeu de Oliveira. "Não podemos dizer que eles agem de má-fé, mas o fato é que

ganham dinheiro com isso."

Procurados pela reportagem, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC informaram que

seus funcionários são orientados a dar as informações completas aos clientes. Os demais bancos

não enviaram resposta.

Bancos lideram listas de reclamações

Em 2011, pela primeira vez em 12 anos, os bancos passaram as empresas de planos de saúde

como o setor que mais teve reclamações no Idec. Também em 2011, o banco Bradesco ficou no

topo da lista de queixas do Procon-SP, superando a Telefonica, que liderava a lista havia seis

anos.

Para a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o aumento das queixas se deve "à elevação da

base de clientes das instituições financeiras, ao maior grau de exigência dos clientes e ao

crescimento no consumo de produtos como cartões de crédito"

36. Governo torna permanente instrumento de captação de bancos menores

Fonte: O Valor - Mônica Izaguirre e Murilo Rodrigues Alves | 26/07/2012

BRASÍLIA - O Conselho Monetário Nacional (CMN) criou uma modalidade permanente de

Depósitos a Prazo com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Crédito (DPGE), além de

diminuir os custos e dobrar o valor que pode ser emitido por meio desse instrumento.

O DPGE é uma modalidade de depósito a prazo com garantia especial do FGC criada na crise de

2009 para socorrer bancos de menor porte. Com medo de quebra desses bancos, muita gente

correu para os bancos grandes, gerando problemas de liquidez nas instituições de menor porte.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

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Diante disso, o CMN criou, na época, o DPGE, que garante depósitos de até R$ 20 milhões por

depositante.

Esse instrumento tinha data para acabar em dezembro de 2015, mas agora será permanente,

segundo Maurício Moura, consultor da diretoria do Banco Central. Para isso, porém, suas regras

foram reformuladas. Somente essa nova modalidade, chamada de DPGE II, poderá ser emitida a

partir de 2016.

A medida vem em um momento que os bancos de menor porte estão com dificuldades para

captar recursos no mercado, mas dessa vez por causa de fraudes que foram encontradas em

alguns deles, como no Banco Cruzeiro do Sul, que está sob intervenção especial do BC.

A resolução aprovada nesta quinta-feira pelo colegiado abre a possibilidade de que a instituição

emissora do DPGE faça alienação fiduciária de recebíveis em favor do Fundo Garantidor de Crédito

(FGC). Essa nova modalidade é que é chamada de DPGE II. O título com a regras antigas (sem

alienação) é chamado de DPGE I.

O Banco Central, que faz parte do conselho, explicou que a medida reduz o risco do FCG e, por

isso, permite diminuir a contribuição das instituições financeiras ao fundo. O percentual cai de 1%

para 0,3% ao ano sobre o volume desses depósitos, quando houver a alienação de recebíveis. Os

DPGEs sem alienação continuarão sujeitos a contribuição de 1% ao ano.

Inicialmente, a emissão da nova modalidade de DPGE (DPGE II) fica limitada a valor equivalente

ao Patrimônio de Referência (PR) de Nível 1 da instituição emissora. Esse limite vigorará até 31 de

dezembro de 2012, quando passará a subir 20% ao ano, até atingir valor equivalente a duas

vezes o PR de Nível 1 em janeiro de 2017.

O limite para captação de DPGE sem alienação fiduciária de recebíveis ao FGC (DPGE I)

continuará sendo reduzido à razão de 20% ao ano, até a completa proibição de sua emissão, a

partir de janeiro de 2016. Bancos que tiverem limite podem continuar emitindo DPGE I. Mas terão

que deixar de captar esses depósitos quando começarem a captar a nova modalidade.

37. BC E FGC viram réus em ações contra o Cruzeiro do Sul

Fonte: Isto é dinheiro Por Mariana Durão em 14/11/2012

O suposto esquema de pirâmide financeira com fundos de investimento do Banco Cruzeiro do Sul,

dos banqueiros Luís Felippe e Luís Octávio Índio da Costa, pode resvalar no Banco Central (BC) e

no Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Pelo menos dois cotistas do FIP BCSul Verax 5 Platinum

incluíram as instituições governamentais entre os réus de ações na Justiça Federal do Rio.

Os processos contestam a negativa de pedidos de resgate de recursos aportados por eles no

fundo durante a intervenção do BC no Cruzeiro do Sul, decretada em junho. Somados, os valores

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das causas chegam a quase R$ 5 milhões, o que inclui a devolução dos recursos, custos

processuais e danos morais.

De acordo com as ações, os cotistas pediram a baixa de suas aplicações poucos dias antes de o

BC intervir no banco, em 4 de junho, após detectar um rombo calculado à época em R$ 1,3 bilhão

(mais tarde avaliado em cerca de R$ 3 bilhões). Na prática, a transferência dos valores aos

investidores foi vetada pelo FGC, que assumiu o banco durante o Regime de Administração

Especial Temporária (RAET). Por essa razão, a tese é de que BC e FGC são responsáveis pela

negativa aos resgates.

Procurado, o Banco Central informou que "foi citado dos termos da ação judicial e, no prazo legal,

que ainda não começou a fluir, apresentará em juízo suas manifestações técnicas e jurídicas".

Ao lado do BC e do FGC, são réus das ações o Banco Cruzeiro do Sul, BCSul Verax Serviços

Financeiros (administradora do fundo) e a Patrimonial Maragato. Foi em debêntures da Maragato,

de propriedade dos próprios controladores do Cruzeiro do Sul, que foram aplicados os recursos do

fundo de investimento em participações (FIP), como revelou o jornal Estado de S.Paulo em junho.

No pedido, um dos cotistas diz que essa foi a primeira negativa de resgate desde que passou a

depositar recursos no fundo, em 2006. A norma que regula os FIPs(fundos de investimentos em

participações) não prevê resgate antes do vencimento do fundo, cujo prazo era 2015. Apesar

disso, o BCSul Verax 5 Platinum tinha liquidez diária.

O Banco Cruzeiro do Sul admite o fato em carta enviada em abril de 2011 à Comissão de Valores

Mobiliários (CVM), em resposta a um investidor. As condições descritas para o FIP na carta são

liquidez diária, não tributação de IOF, Imposto de Renda de 15% e média de rentabilidade

próxima a 110% do CDI.

"Por anos o produto teve liquidez diária, mas no RAET o saque foi negado. Como os Índio da

Costa faziam para tornar um fundo fechado em um fundo com características de CDB não nos

interessa. Se os atos são recriminados por CVM e BC, que paguem e busquem recuperar os

recursos judicialmente", disse um cotista, que preferiu não se identificar.

Os cotistas também contestam a alegação de que o Cruzeiro do Sul nunca teve ingerência sobre a

gestão e administração do FIP BCSul 5 Verax Platinum, feita em resposta ao pedido de tutela

antecipada de um dos processos. Eles citam um documento datado de outubro - quando o banco

já sob a gestão do FGC - a que a Agência Estado teve acesso. Nele, a Cruzeiro do Sul DTVM,

subsidiária do banco, renuncia aos serviços de distribuição de cotas dos FIPs BCSul Verax 5

Platinum e BCSul Verax Equity, prestados pela Verax Serviços Financeiros.

A 16ª Vara Federal Cível negou o pedido de tutela antecipada em que o autor de uma das ações

pedia o sequestro de bens do Cruzeiro do Sul no valor de suas cotas até o julgamento da ação.

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38. Leonardo Gomes Pereira é nomeado presidente da CVM

Decreto da presidente Dilma foi publicado no 'Diário Oficial da União'. Vice-presidente executivo

da Gol foi indicado pelo ministro Mantega

Fonte: G1 em 24/10/2012

Leonardo Gomes Pereira foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para exercer o cargo de

presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O decreto foi publicado nesta quarta-feira

(24), no “Diário Oficial da União”.

O executivo assume a vaga de Maria Helena Santana para cumprir mandato até 14 de julho de

2017.

A data da cerimônia de posse do cargo, no entanto, ainda não foi definida pelo Ministério da

Fazenda – ao qual a autarquia está subordinada.

Pereira vem de atuações no setor privado. Ele é vice-presidente executivo da Gol Linhas Aéreas e

conselheiro da Companhia Vale do Araguaia, onde já foi presidente. Também ocupou a diretoria

de Planejamento Corporativo e de Relações com Investidores da Globopar e foi diretor executivo

financeiro da Net Serviços de Comunicação.

Engenheiro de produção e economista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela

Universidade Candido Mendes, respectivamente, atuou no Citibank como vice-presidente e diretor

da área de aviação para a América Latina, em Nova Iorque, tendo também trabalhado na Ásia e

na América Latina em diferentes posições, incluindo a de Revisor Sênior de Risco de Negócios.

Leonardo Pereira foi indicado para a presidência da CVM pelo ministro da Fazenda, Guido

Mantega, em julho. Na semana passada, o Senado aprovou a indicação por 43 votos a favor, 3

contra e 1 abstenção.

39. BC cria fundo para garantir depósitos em cooperativas de crédito

Fonte: Terra Economia em 29/10/2012

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciou nesta segunda-feira a criação do

Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGC-Cop), que tem como objetivo garantir

depósitos nas cooperativas de crédito, além de poder atuar em um eventual suporte financeiro

das instituições.

"O fundo será nacional, independente, e contará com participação de todas cooperativas de

crédito que captam depósitos, além de bancos cooperativos", disse Tombini na abertura do IV

Fórum de Inclusão Financeira do Banco Central, em Porto Alegre.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 72 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

A medida foi anunciada como parte de ações do Banco Central para a inclusão financeira.

Segundo Tombini, o volume de operações em cooperativas de crédito alcançou R$ 40 milhões em

junho deste ano, correspondendo a um aumento de 39% em relação a dezembro de 2010. O

fundo, segundo Tombini, poderá fortalecer e estimular as cooperativas de crédito.

O que é Fundo Garantidor de Créditos (FGC)

O FGC foi criado em 1995, com aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN), como entidade

privada sem fins lucrativos para administrar mecanismos de proteção a titulares de investimentos.

A cobertura estipulada pelo fundo para cada investidor no caso de quebra da instituição financeira

é de até R$ 70 mil. Todas as instituições financeiras, associações de poupança e empréstimo no

País são obrigadas a aderir ao FGC. Apenas não estavam obrigadas à adesão as cooperativas de

crédito e as seções de crédito dessas cooperativas. Segundo o FGC, as autorizações do Banco

Central para funcionamento de novas instituições financeiras estão condicionadas à adesão ao

fundo.

40. Banco público ainda vai liderar crédito em 2013

Fonte: Valor em 20/12/2012

Os bancos públicos continuarão liderando a expansão do crédito em 2013, mas perderão fôlego

em relação a 2012, levando o conjunto de operações do sistema financeiro a um crescimento

nominal mais moderado. A carteira de empréstimos e financiamentos dos bancos privados

registrará aumento mais acentuado que o deste ano, porém, ainda mais fraco que a das

instituições estatais. Com a desaceleração no setor financeiro público, medida em relação ao

Produto Interno Bruto (PIB), a taxa real de expansão do crédito total cairá pela metade, saindo de

4% para 2% do PIB.

Esse é, em resumo, o cenário apontado pelas projeções divulgadas ontem pelo Banco Central

(BC) para o crédito no Brasil. A autoridade monetária calcula que o crescimento nominal se situará

em torno de 14% em 2013, ante 16% esperados em 2012. O próximo ano, portanto, seria o

terceiro ano seguido de desaceleração nesse critério, pois, após chegar a 21% em 2010, a

velocidade de expansão do estoque de operações já tinha recuado em 2011, para 19%.

No acumulado até novembro, as estatísticas mostraram elevação de 13,5% neste ano. A carteira

do sistema fechou o mês em R$ 2,304 trilhões. Pelo nono mês consecutivo, o crédito no Brasil

cresceu como proporção do PIB, de outubro para novembro, saindo de 52,2% para 52,6%.

A projeção do Banco Central (BC) indica que essa relação avançará para 53% até o fim deste ano

e para 55% até o encerramento de 2013. Em dezembro de 2011, era de 49%. O incremento real

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 73

esperado no próximo ano, portanto, é apenas

metade do que está muito perto de se confirmar

em 2012.

Além da perda de ritmo dos bancos públicos,

contribui para a expectativa de tal desaceleração

real o fato de que a economia brasileira deverá

crescer mais no próximo ano do que neste e, com

ela, o denominador da relação crédito/PIB.

O baixo crescimento real da economia este ano certamente ajudou a elevar o crédito como

proporção do PIB. O percentual aumentou apesar de a carteira do sistema vir apresentando

elevação nominal "moderada" ao longo dos últimos meses, adjetivo usado pelo presidente do BC,

Alexandre Tombini, em discursos recentes.

Em novembro, mês em que a expansão nominal foi de 1,5%, houve uma aceleração, mas muito

discreta em relação a outubro (1,43%, no dado revisado). O ritmo tampouco foi muito maior que

aquele observado em agosto e setembro, meses em que o saldo das operações de crédito no

Brasil cresceu nominalmente 1,3%.

Com crescimento muito acima da média do sistema, a carteira dos bancos públicos aumentou

22,5% no acumulado do ano até novembro, levando o BC a revisar de 24% para 26% a expansão

projetada para 2012 inteiro. Para 2013, a autoridade monetária aposta em moderação e projeta

18%.

Em 2012, a taxa de crescimento do estoque de crédito dos bancos públicos vem sendo expressiva

principalmente por causa da ordem dada pelo governo federal para que Caixa Econômica Federal

e Banco do Brasil reduzissem taxas de juros e expandissem as operações.

Os bancos privados, por outro lado, se mantiveram receosos em ampliar muito suas operações

diante da resiliência da inadimplência dos tomadores de crédito (carteiras com recursos livres). O

BC divulgou projeções separadas para instituições de controle nacional e estrangeiro. Somando os

dois segmentos, as estimativas pressupõem que o estoque de crédito do sistema financeiro

privado vai se expandir apenas 8,2% em 2012, taxa que subiria para 10,6% em 2013.

A aceleração será mais acentuada nos bancos de controle nacional, cujo ritmo de crescimento

deve se fortalecer de 7% para 10%. A taxa de expansão da carteira dos bancos privados de

controle estrangeiro deve passar de 11% para 12%, ainda na comparação deste com o próximo

ano.

A inadimplência das operações de crédito com recursos livres (a amostra do BC pega quase tudo

nesse caso) até baixou em novembro, mas muito discretamente. A participação daquelas com

pagamentos em atraso há mais de 90 dias passou de 5,9% para 5,8% do conjunto de operações

consideradas. A queda ocorreu somente no segmento de pessoas físicas, cuja inadimplência saiu

de 7,9% para 7,8%. A inadimplência das empresas ficou em 4,1%.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

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Ainda quanto ao passado recente, os números divulgados ontem pelo BC apontaram nova

redução de taxas de juros e também de spread bancário, contrariando previsão implícita feita pelo

presidente da autarquia, Alexandre Tombini, quando divulgou nota comentando o resultado do

PIB do terceiro trimestre. Na ocasião, ele atribuiu a queda do nível de atividade do setor de

intermediação financeira a "eventos que tendem a não se repetir", o que, segundo fontes

governamentais, foi uma referência à expectativa de que o spread médio pararia de cair.

41. BB tem lucro líquido recorde nominal de R$ 12,2 bilhões em 2012

Fonte: site BB 21/02/2013

Crédito cresce 25% no ano e atinge participação de mercado histórica de 20,4%

O Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 12,2 bilhões em 2012, o que corresponde a

retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (RSPL) de 19,8%. O lucro líquido sem Previ

em 2012 foi de R$ 11,4 bilhões, aumento de 10,2% em relação a 2011, marca recorde.

No quarto trimestre o lucro líquido foi de R$ 4,0 bilhões, alta de 45,5% em relação ao trimestre

anterior com RSPL de 27,0%. Desconsiderando a Previ, o lucro líquido no período ficou em R$ 3,8

bilhões.

A remuneração aos acionistas no exercício somou R$ 4,9 bilhões, equivalente a 40% do lucro

líquido (payout), sendo R$ 3,3 bilhões na forma de juros sobre capital próprio (JCP) e R$ 1,6

bilhão em dividendos.

BB mantém crescimento em ativos após atingir marca histórica

O Banco do Brasil, primeiro banco brasileiro a atingir marca de R$ 1,0 trilhão em ativos, manteve

sua trajetória de crescimento no ano, alcançando ao final de 2012 o valor de R$ 1,15 trilhão,

evolução de 17,2% em relação a 2011 e de 4,2% em relação ao final do 3T12. A expansão da

carteira de crédito foi o principal fator para o crescimento durante o ano.

Carteira de crédito atinge R$ 581 bilhões

A carteira de crédito ampliada, que inclui TVM Privados e garantias prestadas, atingiu R$ 581

bilhões em dez/2012, crescimento de 9,1% em relação ao trimestre anterior e 24,9% em 12

meses. Destaque para carteira PJ, com crescimento de 30,3% em 12 meses. O BB encerrou o ano

mais uma vez como líder em crédito no Sistema Financeiro Nacional, atingindo patamar histórico

de 20,4% de participação de mercado, contra 19,2% em dez/11.

Inadimplência em queda

Ao final de 2012 os índices de inadimplência do BB se mantiveram menores do que os observados

no SFN. O índice de operações vencidas há mais de 90 dias ficou em 2,05% da carteira de

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 75

crédito, abaixo dos 2,19% registrados em set/2012 e 2,16% em dez/2011. No mesmo período, o

SFN registrou aumento no seu índice, de 3,60% em dez/2011 para 3,64% em dez/2012. As

operações classificadas na faixa de risco AA-C representaram 94,5% do total da carteira ao final

de dez/2012, contra 92,4% observados no SFN. O nível de cobertura da carteira de crédito, que

demonstra a provisão existente sobre operações vencidas há mais de 90 dias, encerrou dezembro

em 196,5%.

Desembolso para investimento atinge R$ 42,8 bilhões

Em 2012, o BB consolidou sua posição como um dos mais importantes agentes financiadores do

crédito para investimento no País. No ano, foram analisados grandes projetos em áreas como

Energia, Petróleo, Infraestrutura Rodoviária e Setor Naval, onde R$ 47,5 bilhões já foram

contratados ou estão em fase de contratação.

O desembolso de crédito para investimento atingiu no ano o montante de R$ 42,8 bilhões

(crescimento de 27% em relação a 2011), com destaque para as linhas de repasse de recursos do

BNDES, Pronaf, Investimento Agropecuário, FCO e PROGER. Nas linhas de repasse do BNDES,

desde 2008 o BB é o agente financeiro líder no repasse global de recursos. Em 2012, o Banco do

Brasil atingiu participação de mercado de 28,6%, com a realização de 572 mil operações.

Destaca-se também a liderança absoluta do BB no cartão BNDES, com desembolso de R$ 6,9

bilhões, equivalente a 72% do total da linha no BNDES.

BOMPRATODOS incrementa negócios do Banco do Brasil

No ano de 2012 o Banco do Brasil estabeleceu uma nova forma de se relacionar com seus

clientes. Ao lançar o BOMPRATODOS em abril, o BB iniciou um movimento que estimulou a

mudança de comportamento do consumidor ao tomar crédito de forma consciente com taxas

melhores, além de registrar incremento substancial no volume de negócios. O sucesso das

medidas BOMPRATODOS tem permitido ao Banco do Brasil ampliar as melhorias nas condições

negociais, proporcionando perenidade e sustentabilidade no relacionamento com seus clientes PF

e PJ.

Carteira de Crédito PF cresce 26% no ano

A Carteira de Crédito PF Orgânica, que corresponde à carteira de crédito classificada do Banco do

Brasil excluindo-se as operações provenientes do Banco Votorantim e de carteiras adquiridas,

finalizou o ano com saldo de R$ 115,6 bilhões, crescimento de 7,1% no trimestre e de 25,9%

sobre o mesmo período do ano anterior. Desse total, 74,1% estão concentrados nas linhas de

crédito de menor risco (Crédito Consignado, CDC Salário, Financiamento de Veículos e Crédito

Imobiliário). Destaques para as carteiras de Financiamento de Veículos e de Crédito Consignado,

com crescimentos nos últimos 12 meses de 134,9% e 20,4% respectivamente.

Crédito imobiliário atinge R$ 12,9 bilhões

O crédito imobiliário (PF e PJ), segmento em que o BB começou a operar em 2008, finalizou o ano

com saldo de R$ 12,9 bilhões, expansão de 68,5% em 12 meses. O volume contratado no 4º

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

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trimestre de 2012 atingiu R$ 3,1 bilhões, 89% a mais do que o observado no mesmo período de

2011. O volume de negócios com pessoas físicas no trimestre chegou a R$ 1,9 bilhão e de

pessoas jurídicas a R$ 1,2 bilhão. A carteira PF se destaca mais uma vez, com crescimento de

69,0% em um ano, finalizando 2012 com saldo de R$ 10,2 bilhões. Ao todo, foram contratadas

12.144 operações no último trimestre, com crescimento de 59,1% sobre o trimestre anterior.

O BB também superou a meta estabelecida do Programa Minha Casa Minha Vida para 2012,

ultrapassando 114 mil unidades habitacionais contratadas nas faixas 1, 2 e 3. Os primeiros

projetos da faixa 1 (renda familiar mensal até R$ 1.600,00) foram iniciados em junho e o banco já

conta com 50.349 unidades habitacionais contratadas, em empreendimentos localizados em 17

Estados brasileiros.

Crédito PJ mantém crescimento

O BB registrou crescimento de 30,3% em 12 meses na carteira de crédito PJ, apresentando saldo

de R$ 273,8 bilhões ao final de 2012. Destaque para as operações de capital de giro, que

apresentaram crescimento de 39,7% em 12 meses e de 17,3% em relação ao trimestre anterior,

influenciado pelo grande volume de contratações de empresas do segmento corporate e large

corporate. As operações com MPE finalizaram o ano com crescimento de 30,7% em relação ao

mesmo período de 2011 e as Médias e Grandes empresas apresentaram alta de 30,1% em 2012.

Carteira de Agronegócios alcança a marca de R$ 108 bilhões

O Banco do Brasil encerrou o ano alcançando a marca de R$ 108,0 bilhões em sua carteira de

agronegócios, valor 20,8% maior do que o registrado em 2011 e 9,8% em relação ao trimestre

anterior, proporcionando 62,5% de participação no Sistema Nacional de Crédito Rural. Destaques

para o Pronaf, que finalizou o ano com saldo de R$ 24,2 bilhões, crescimento de 20,7% em 12

meses e o Pronamp, que apresentou crescimento de 66,1% em relação a dez/11. O Programa

Agricultura de Baixo Carbono (ABC) já teve R$ 1,6 bilhão contratado na safra 2012/2013, o que

corresponde a cerca de 88% dos valores contratados no Sistema Nacional de Crédito Rural

(SNCR).

Mais um ano como líder no Comércio Exterior

O Banco do Brasil, principal parceiro do comércio exterior brasileiro, finalizou mais um ano como

líder no mercado de câmbio de exportação e importação. No câmbio de exportação o volume

contratado no 4T12 foi de US$ 13,3 bilhões, com participação de mercado de 26,2%. No câmbio

de importação o volume contratado foi de US$ 13,2 bilhões, alta de 18% em relação ao mesmo

período do ano anterior e de 9,4% em relação ao trimestre anterior, finalizando o ano com 23,1%

de participação de mercado. As operações de ACC/ACE encerraram o ano com participação de

mercado de 32,1%. O BB consolidou em 2012 sua liderança no ranking mensal dos repasses do

BNDES Exim, com participação de 27,9% (R$ 1,8 bilhão).

Captações Comerciais atingem R$ 516 bilhões

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 77

O saldo de depósitos totais finalizou 2012 em R$ 472 bilhões, montante 6,7% superior ao

registrado em 2011. O BB, com sua base de mais de 58,5 milhões de clientes e 64.192 pontos de

atendimento, manteve a liderança no Sistema Financeiro Nacional. O Banco registrou no ano

R$ 516 bilhões em Captações Comerciais (que incluem Depósitos Totais, LCA, LCI e Operações

Compromissadas com Títulos Privados), apresentando evolução de 14,5% em relação a dez/2011.

As captações em Letras de Crédito do Agronegócio finalizaram 2012 com saldo de R$ 34 bilhões,

crescimento de 358,2% em 12 meses e 49,1% em relação ao último trimestre.

Maior captação externa já realizada

Em jan/2013, o BB concluiu a maior captação já realizada pela instituição no mercado externo de

capitais. Trata-se de emissão de dívida perpétua subordinada no montante de US$ 2,0 bilhões,

nos mesmos moldes das transações realizadas no primeiro trimestre de 2012. Em 2012, o Banco

do Brasil recebeu três premiações internacionais pela realização de captações nestes moldes,

sendo o "Deal of the Year" na modalidade de Financing Innovation, pela Latin Finance, "Latin

American Bond of the Year", pela IFR e FIG Capital Raising, pela The Banker.

Líder em administração de recursos de terceiros

Líder no ranking Anbima desde 1994, com participação de mercado de 20,0%, a BB DTVM atingiu

o volume de R$ 444 bilhões em recursos administrados, crescimento de 6,8% em relação a

dezembro de 2011. Considerando os 50% dos recursos administrados pela Votorantim Asset

Management – VAM, o BB administra R$ 461 bilhões, equivalentes a 20,7% do mercado.

Liderança em Mercado de Capitais

O Banco do Brasil obteve em 12 meses variação de 29,9% em suas receitas com Mercado de

Capitais, proporcionando ao final de dez/2012 a liderança no Ranking Anbima em quantidade de

operações de Renda Fixa no Curto Prazo e de Renda Variável. No mesmo Ranking, o BB passou

do 9º lugar em dez/2011 em volume de operações de Renda Variável para o 3º lugar em

dez/2012.

Fundo Imobiliário tem demanda mais de 12 vezes superior à oferta

Encerrada em dez/2012, a oferta secundária do Fundo Imobiliário Progressivo II (constituído por

64 imóveis utilizados pelo Banco do Brasil, entre agências e prédios administrativos, para locação

ao próprio BB pelo prazo inicial de 10 anos), teve demanda superior a R$ 20 bilhões, finalizando o

processo com captação de R$ 1,6 bilhão. Do total de 48.789 investidores, 95,0% eram pessoas

físicas.

Faturamento com cartões de crédito mantém ritmo de crescimento

O faturamento com cartões de crédito cresceu 23,0% em 12 meses e 26,4% no 4º trimestre de

2012 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Com uma base ativa de 21 milhões de

cartões, a evolução do faturamento reflete o consumo impulsionado pelas datas comemorativas e

uma maior utilização dos cartões como instrumento de acesso às linhas tradicionais de crédito do

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 78 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Banco. Destaca-se no 4º trimestre a intensa utilização dos cartões como meio de pagamento

junto ao segmento empresarial, que resultou em crescimento de 61,4% em relação ao mesmo

trimestre de 2011.

Rede Mais Banco do Brasil tem atuação recorde em 2012

A Rede de Correspondentes Mais Banco do Brasil, que inclui o Banco Postal, propiciou em 2012 o

acolhimento de mais de 2,3 milhões de propostas de abertura de conta-corrente, 556 mil adesões

ao cartão de crédito e R$ 7,446 bilhões de desembolso em crédito, totalizando 1,5 milhão de

operações. Comparando com o ano de 2011, foi observado um incremento de 146% em

desembolso de crédito. Desse montante, o crédito consignado respondeu por 35% do total.

Índice de Basileia fortalecido

O Banco do Brasil encerrou dezembro de 2012 com Patrimônio de Referência 34,1% superior ao

observado no mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 107.925 milhões. O Índice de Basileia

encerrou o ano em 14,83%. Em janeiro de 2013, o BB realizou emissões de Letras Financeiras

Subordinadas no País totalizando R$ 5,2 bilhões e captação externa sob a forma de Instrumento

Híbrido de Capital e Dívida no montante de US$ 2,0 bilhões. Caso o total dessas emissões seja

autorizado pelo Banco Central a compor o capital do BB, haverá aumento de cerca de 128 bps no

seu Índice de Basileia, tendo como base os números publicados em dezembro/2012.

BB atualiza seu Plano de Sustentabilidade – Agenda 21

A partir da consulta aos seus públicos de relacionamento - funcionários, clientes, acionistas,

fornecedores, sociedade civil, especialistas e executivos do Banco – o BB atualizou, no final de

2012, o seu Plano de Sustentabilidade, a Agenda 21 Empresarial, para o período 2013-2015. A

Agenda 21 tem o intuito de aprimorar, constantemente, os negócios, práticas administrativas e

investimentos sociais da Organização, alinhando-os às melhores práticas mundiais e contribuindo

para que a Empresa seja referência no tema. A listagem do BB no Índice Dow Jones de

Sustentabilidade da Bolsa de Nova Iorque (DJSI), e pela oitava vez consecutiva no Índice de

Sustentabilidade Empresarial BM&FBovespa (ISE), são reconhecimentos que evidenciam os

avanços do BB nos últimos anos.

Reconhecimentos

No quarto trimestre de 2012, o Banco do Brasil foi eleito o Banco que mais respeita o cliente, de

acordo com pesquisa realizada pela Shopper experience, e publicada pela revista Consumidor

Moderno. O BB também foi eleito a Instituição que mais agrada aos correntistas, na pesquisa

realizada pela CVA Solutions e publicada pela revista Exame. Foi ainda 1º lugar na categoria

especial Top Intangíveis Brasil, do Prêmio Intangíveis Brasil 2012, realizado pelo Grupo Padrão e

Dom Strategy Partners. O Banco também apareceu em 1º lugar no ranking América Economia

Intelligence – Os 250 maiores Bancos da América Latina.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 79

Em 2012, o BB continuou sendo a marca mais lembrada na categoria “Banco”, no prêmio Folha

Top of Mind, o que acontece consecutivamente desde a primeira edição do prêmio, em 1992. Foi

também o mais lembrado na categoria “Finanças” e, entre instituições financeiras, é o que

aparece em primeiro quando o assunto é Copa do Mundo e Olimpíadas. A Instituição também se

destacou como 1º lugar na categoria Bancos no prêmio Marcas de Confiança 2012- Ranking

Seleções do Reader´s Digest, e 3º lugar no ranking geral.

42. O papel dos bancos comunitários no programa federal Crescer

Fonte: Folha de São Paulo – Joaquim Melo em 05/03/2013

Em 24 agosto de 2011, estive presente no Palácio do Planalto, quando a presidenta Dilma Roussef

fez o lançamento do Crescer. O programa constituiu-se numa novidade sem precedentes no

contexto da intervenção pública no campo do microcrédito produtivo no Brasil. Isso porque o

governo alterou o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), passando aos

Bancos Públicos (BB, Caixa, BNB e Basa) a tarefa de dar escala ao microcrédito enquanto uma

estratégia de Inclusão Produtiva.

O Crescer estabeleceu juros para o microcrédito em, no máximo, 8% a.a., e TAC de 1%. Foi

estabelecida uma meta de 3,4 milhões de clientes, a ser cumprida pelos bancos até 2013, quando

será feita uma avaliação do projeto.

A Rede Brasileira de Bancos Comunitários, refletindo sobre o programa, redigiu uma carta e

enviou ao Ministro da Fazenda. Transcrevo um trecho:

"A competência e expertise dos bancos públicos são muito valiosas e necessárias para qualquer

ação mais contundente de transformação da realidade. Porém, para uma efetiva excelência no

alcance das metas relativas ao Programa Crescer, consideramos de grande relevância a realização

de parcerias com o campo das Finanças Solidárias: os Bancos Comunitários de Desenvolvimento,

os Fundos Solidários, as cooperativas de crédito, as Oscips de microcrédito e outras instituições

que são portadoras de reconhecido acúmulo de experiência (de mais de uma década) na operação

do microcrédito nas comunidades empobrecidas, sobretudo na região Norte e Nordeste do Brasil.

Há uma diferença sensível no trato do microcrédito, conforme a ênfase no indivíduo ou no

território. No primeiro caso, o risco de fragmentação e dispersão, além da capacidade de gerar

desenvolvimento, não são garantidos. Já o segundo caso envolve o primeiro. Além disso, a ênfase

no território permite requalificar a própria prática do microcrédito, possibilitando organizar o

desenvolvimento a partir da própria base comunitária.

A experiência dos Bancos Comunitários tem nos revelado que o sucesso do microcrédito em um

território empobrecido se dá pelo fato de ele ajudar as pessoas a encontrar formas coletivas de

consumo, comercialização e produção, a criarem redes locais de prossumatores, onde todos,

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 80 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

simultaneamente, são produtores, consumidores, atores e atrizes de transformação social. (...)

Assim, não seria salutar o governo federal se beneficiar desses mecanismos e formas de inovação

social reveladas pela sociedade?"

De 12 a 15 de março, estaremos realizando em Fortaleza o 3º Encontro Nacional da Rede

Brasileira de Bancos Comunitários e os 15 anos de Banco Palmas, o primeiro banco comunitário

do Brasil.

Nessa data, já seremos 103 bancos comunitários em 19 Estados do Brasil e somaremos mais de

100 mil operações de microcrédito. E o que é mais importante: tudo feito pela comunidade, com

controle social, gerando várias oportunidades de negócios a partir da oxigenação das economias

locais.

Nesta data, restará ao Crescer apenas nove meses para alcançar os 3,4 milhões de operações. E

sabemos que os bancos públicos estão bem longe disso. Vão ter que correr contra o tempo para

"bater sua meta". E é aí que mora o perigo: essa oferta "sob pressão" de crédito para os mais

pobres pode levar a um endividamento sem precedentes para as classes populares. Esse seria o

pior dos mundos.

Mas, como a esperança é a única que não morre, as finanças solidárias continuam provocando o

governo federal para incluir as várias experiências nesse campo como operadoras do Crescer,

dentro da lógica da Economia Solidária.

O convite se estende aos bancos públicos para pensarmos formas de cooperação no alcance das

metas do programa. Nessa perspectiva, dentro do 3º Encontro da Rede Brasileira de Bancos

Comunitários, vamos ter uma mesa específica para diálogo com os bancos públicos, objetivando

juntarmos forças, embora com metodologias diferentes, para, dentre outras ações, ajudarmos a

alavancar o Crescer.

43. Ascensão e queda na Brasilprev

Histórico de brigas e disputa pelo poder podem ter sido as causas da demissão de Ricardo Flores

da Brasilprev.

Fonte: isto é Dinheiro Por Fernando TEIXEIRA em 01/02/2013

“Razões pessoais e familiares.” Essa foi a justificativa apresentada pelo executivo Ricardo Flores

para explicar por que deixou, na segunda-feira 28 de janeiro, a presidência da BrasilPrev. Sua

passagem pelo maior fundo de previdência aberta do País em captação líquida de recursos, com

R$ 58,6 bilhões em ativos e 1,47 milhão de clientes, durou apenas cinco meses. Flores, que antes

presidia a Previ, a fundação de previdência do Banco do Brasil, será substituído na Brasilprev por

Miguel Cícero Terra Lima, também funcionário de carreira do banco estatal. Flores disse à

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 81

DINHEIRO que “era o momento de buscar novos rumos, após mais de 34 anos de trabalhos

prestados ao Banco do Brasil” (leia entrevista ao final da reportagem).

Mas quem conhece os meandros de Brasília sabe que a queda de Flores foi o último capítulo de

uma longa série de desentendimentos com o presidente do BB, Aldemir Bendine. Também

funcionário de carreira do BB e homem de confiança do ministro da Fazenda Guido Mantega,

Bendine tem alinhado o banco com as orientações do Planalto. Ele comandou a ampliação da

carteira de empréstimos, compensando a retração dos bancos privados, além de ter se

transformado, ao lado de Jorge Hereda, da Caixa, em ponta de lança do processo de redução de

juros. Já Flores teve seu nome envolvido no vazamento de informações que provocaram

mudanças na cúpula do BB em meados de 2012, provocando a demissão do vice-presidente de

governo da instituição, Ricardo Oliveira, ligado a Bendine.

Embora Bendine tenha negado na época, as rusgas entre ele e Flores teriam surgido no fim de

2010, quando este presidia a Previ, fundo de pensão com um patrimônio de R$ 151 bilhões e

maior acionista da Vale. Nessa condição, Flores presidia também o conselho de administração da

mineradora, com a atribuição de escolher seu principal executivo. Fato ou versão, Bendine teria

ambicionado suceder Roger Agnelli, que deixou a liderança da Vale em março de 2011. Versão ou

fato, Flores teria barrado Bendine, o que azedou as relações entre ambos e dificultou sua

permanência na Previ. Flores nega. Sua permanência foi dificultada pelo histórico de conflitos e

pela troca de farpas com a cúpula do BB e sua repercussão na imprensa.

“Ninguém quer ver o nome do seu plano de aposentadoria envolvido em escândalos nos jornais”,

afirma uma fonte próxima da companhia. Ao que tudo indica, a vida do gaúcho Terra Lima será

mais fácil. Ele conta com o apoio dos funcionários da instituição e da cúpula do governo. Em

2011, ele foi indicado por Mantega para dirigir o Banco do Nordeste, mas não assumiu o cargo

devido à oposição de parlamentares nordestinos. “Ele tem mais de 30 anos de BB, é carismático,

conhece bem a Brasilprev e foi o presidente interino entre Sérgio Rosa e Ricardo Flores diz a

fonte. Procurados, os diretores do BB e da Brasilprev não deram entrevista.

“Não tenho desavença com o presidente do BB”

Ricardo Flores falou à DINHEIRO sobre sua saída da Brasilprev:

DINHEIRO - Por que deixar a BrasilPrev?

RICARDO FLORES - Tomei a decisão de deixar a Brasilprev por motivos pessoais e familiares,

conforme comunicado interno e à imprensa. Após quase cinco meses à frente da Brasilprev, com

os excelentes resultados fechados em 2012, entendi que era o momento de buscar novos rumos,

pois tenho mais de 34 anos de trabalhos prestados ao Banco do Brasil.

DINHEIRO - Há alguma relação entre a sua saída e as recentes desavenças com o presidente do

BB, Aldemir Bendine?

FLORES - Não há nenhuma relação, mesmo porque não tenho desavença com o presidente do

Banco do Brasil.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 82 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

DINHEIRO - O sr. vetou o nome de Bendine para presidir a Vale quando estava no conselho da

mineradora?

FLORES - A escolha do presidente da Vale ocorreu mediante consenso entre os sócios, cumprindo

rigorosamente as normas do Acordo de Acionistas, por intermédio da contratação de um head

hunter internacional para conduzir esse processo. Não procede a versão de que houve veto.

DINHEIRO - Em algum momento, o senhor se sentiu rejeitado pela cúpula da Brasilprev?

FLORES - Nunca me senti rejeitado pela cúpula da Brasilprev ou de qualquer outra instituição. No

caso da Brasilprev, fui extremamente bem recebido não só por sua cúpula, mas também pelos

funcionários e colaboradores da empresa. Inclusive, existem vários registros em atas de reuniões

quanto à minha boa condução dos trabalhos, bem como a satisfação dos sócios com a superação

de metas e os resultados.

DINHEIRO - O sr. foi acusado de divulgar um dossiê denunciando irregularidades no Banco Postal,

Isso é verdade? Houve envolvimento de Allan Toledo, ex-vice-presidente de Atacado do BB?

FLORES - A versão que envolve meu nome no assunto da compra do Banco Postal é totalmente

falsa e não encontra respaldo na verdade dos fatos. Não tive qualquer tipo de participação nesse

episódio. É importante registrar que, à época, eu nem sequer fazia parte da direção do Banco do

Brasil. Não tenho nenhuma informação a respeito do sr. Allan Toledo sobre o citado caso.

44. Banco do Brasil prevê instalação de escritório na Rússia

Fonte: Isto é Dinheiro

O principal objetivo do Banco do Brasil na Rússia é atender empresas brasileiras que operam no

país.

O vice-presidente de Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli afirmou

à Agência Brasil que a instituição pretende instalar um escritório em Moscou no primeiro trimestre

deste ano.

Na última quinta-feira (14), o Banco Central autorizou a abertura de uma unidade do banco na

Rússia. Segundo Caffarelli, as negociações para que a instituição comece a operar no país estão

adiantadas "se a coisa andar bem", futuramente será aberta uma agência, disse o executivo.

O principal objetivo do Banco do Brasil na Rússia é atender empresas brasileiras que operam no

país, entre elas Embraer, a joalheria H. Stern, a fábrica de carrocerias Marcopolo, a Tramontina e

o frigorífico JBS. , dentre outros. Ele relaciona também clientes do BB que atuam na Rússia, como

o Centro de Negócios Apex-Brasil e a Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 83

45. Juros mais baixos, lucros mais altos

As taxas de juro caíram para os menores níveis da história do País e, mesmo assim, os bancos

públicos ganharam dinheiro como nunca. Conheça o segredo de BB e Caixa.

Fonte: isto é Dinheiro Por Cláudio GRADILONE em 22/02/2013

Quando o preço baixa, a freguesia compra mais. Os balanços de 2012 do Banco do Brasil e da

Caixa Econômica Federal, divulgados na semana passada, mostram que esse velho princípio do

varejo está mais atual do que nunca. Os dois bancos estatais divulgaram resultados recordes em

2012, ano em que o governo induziu a queda das taxas de juros para os menores níveis da

história do País – a Selic, juro básico da economia, caiu de 12% para 7,25%. Nesse ambiente, o

Banco do Brasil lucrou R$ 12,2 bilhões, com crescimento de 0,7% no ano. Já a Caixa obteve um

lucro recorde de R$ 6,07 bilhões, com avanço de 17% em relação a 2011

“Os resultados de 2012 mostraram o acerto da nossa estratégia”, disse Jorge Hereda, presidente

da Caixa, na quarta-feira 20. “O Banco do Brasil lucrou vendendo mais produtos para mais

clientes”, afirmou, no dia seguinte, Aldemir Bendine, presidente do BB. O que chamou a atenção

nos dois casos foi o forte avanço na concessão de crédito. No BB, a carteira de empréstimos

chegou a R$ 580 bilhões, um crescimento de 24,9% em relação a 2011. Já o avanço da Caixa foi

mais significativo. Os empréstimos aumentaram 42,8% e atingiram R$ 361 bilhões, sendo que a

carteira imobiliária, a mais importante do banco, avançou 44% e, por pouco, não chegou a R$

200 bilhões.

Ambas instituições estabeleceram metas ambiciosas para 2013. Neste ano, a Caixa projeta uma

expansão de 35% na carteira de empréstimos, ao passo que os concorrentes privados de varejo

calculam uma média de 15%. “Vamos chegar ao fim de 2013 anunciando um resultado tão bom

quanto esse”, afirmou o presidente da Caixa. A meta de Bendine é ampliar a carteira do BB em

até 20%. “O banco iniciou um processo de ampliação da rede de agências e de contratação de

pessoal em 2011, e vamos colher mais frutos neste ano”, disse ele. A reação do mercado aos

resultados foi positiva: as ações do Banco do Brasil avançaram 4,1% na quinta-feira 21, em um

pregão onde as cotações de Itaú Unibanco e Bradesco recuaram.

“O crescimento de 24,9% na carteira de crédito do BB foi bem superior aos 7% de média do

mercado, e o banco conseguiu isso melhorando as margens financeiras e melhorando a qualidade

dos ativos”, avalia Mario Pierry, analista-chefe do Deutsche Bank. Karina Freitas, da corretora

Concórdia, também elogiou o desempenho. “O BB surpreendeu não só pelo bom crescimento das

carteiras, mas também pelo aumento sólido nas receitas provenientes de seguros e de prestação

de serviços.” Tanto Bendine quanto Hereda atribuíram o bom desempenho à estratégia de se

anteciparem ao ajuste do mercado financeiro aos juros menores. As carteiras de empréstimos de

ambos avançaram e a inadimplência recuou.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 84 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Segundo Bendine, as taxas menores estimularam clientes endividados a trocar seus

financiamentos por créditos mais baratos, o que facilitou o pagamento das parcelas. Para ele, o

mais surpreendente dos resultados de 2012 foi a

ativação da base de clientes. O BB possui 55 milhões

de correntistas, e é difícil trazer mais pessoas para

esse universo. No entanto, afirmou, a redução dos

juros e das tarifas e o maciço esforço publicitário

fizeram com que 12,8 milhões de pessoas ampliassem

sua atuação com o banco. “Desse total, 9,5 milhões

passaram a usar pelo menos um produto, e 3,3

milhões tomaram seu primeiro financiamento”, disse.

Pierry, do Deutsche, notou que os resultados do

Banco Votorantim, uma notória fonte de prejuízos

para o BB, estão melhorando. Bendine quer mais. “O

Votorantim não vai dar prejuízo em 2013”, disse ele

ao apresentar os resultados. Apesar de o BB ter

injetado R$ 4,2 bilhões no Votorantim ao longo dos

últimos quatro anos para sanear a carteira de

financiamentos automotivos do banco, Bendine afirma

que os resultados futuros serão positivos. Segundo

ele, o banco possui uma estrutura muito bem azeitada

para ampliar esses empréstimos, algo estratégico para

o BB.

Bendine não comentou as negociações para ampliar a

participação acionária no Votorantim. Um dos trunfos do BB para 2013 são os financiamentos

imobiliários, algo relativamente recente na história da instituição. Atualmente, a carteira desses

empréstimos é de R$ 12,9 bilhões. A meta para o fim de 2012 é mais do que dobrar essa cifra,

atingindo R$ 27 bilhões. “Temos um objetivo interno de sermos o segundo maior banco em

empréstimos imobiliários até o fim deste ano”, disse Bendine. Outro coringa para ampliar os

negócios é a expansão internacional. Além de transformar diversos escritórios na Europa e na Ásia

em agências, o BB está negociando a compra de instituições nos Estados Unidos, nos estados da

Flórida e de Nova Jersey.

Os ganhos do BTG Pactual

Lucro do banco de investimentos cresce 70% em relação a 2011

Os lucros não foram recordes apenas para os gigantes estatais de varejo. O banco de

investimentos BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, anunciou um ganho de R$ 3,2 bilhões no

ano passado, alta de 69,4% em relação a 2011, apesar do prejuízo de R$ 603 milhões do

PanAmericano, controlado pelo BTG em associação com a Caixa. A rentabilidade patrimonial do

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 85

BTG foi de 28,7%. Segundo Nataniel Cezimbra, analista do BB Investimentos, esse número está

bem acima da média de 16,4% registrada pelos bancos privados brasileiros.

“O bom desempenho mostra a força do nosso modelo de negócios”, disse Esteves. O ritmo lento

do mercado de capitais reduziu as emissões de ações e o saneamento do PanAmericano afetou o

resultado, o que foi compensado pelo crescimento de 60% na carteira de empréstimos

corporativos, que atingiu R$ 33,8 bilhões. Esteves avalia que o desempenho de 2013 será

beneficiado pelo aquecimento do mercado de capitais.

46. Estudo revela que usuários de banco buscam simpatia e atendimento

Fonte: Isto é Dinheiro – 27/02/2013

Estudo realizado pelo Instituto Fractal de Análises de Mercado mapeou os fatores que os

correntistas consideram na hora de escolher sua instituição bancária.

Estudo realizado pelo Instituto Fractal de Análises de Mercado mapeou os fatores que os

correntistas consideram na hora de escolher sua instituição bancária.

Os resultados foram obtidos com base na análise das respostas de dois grupos de usuários: com

renda superior a R$ 4 mil mensais e outro com renda entre R$ 800 e R$ 4 mil ao mês.

O primeiro perfil – com ganhos acima de R$ 4 mil e considerado de alta renda – destaca a solidez

da instituição bancária como primeiro aspecto a ser verificado. Além disso, a pesquisa identificou

neste público itens que geram “desconfianças” em relação ao banco são: fraudes, falência,

roubos, além da falta de segurança nas transações.

Já o segundo perfil - usuários com renda entre R$ 800 e R$ 4 mil mensais – preferem bancos que

ofereçam simpatia e atendimento mais próximo, pois se sente mais seguro quando recebe uma

atenção maior. Trata-se de um sentimento de acolhimento e acompanhado de explicações sobre o

uso dos produtos financeiros.

47. Copom: Especialistas apontam que os juros poderão ser mantidos até o fim do ano

Como já era esperado pelos principais analistas do mercado, o Comitê de Política Monetária

(Copom) do Banco Central (BC) decidiu pela manutenção da taxa Selic em 7,25% ao ano,

resultado divulgado na noite desta quarta-feira (6/3).

Fonte: Isto é Dinheiro - Por Luiz Gustavo PACETE em 07/03/2013

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Pela terceira vez, o Copom decidiu por manter a taxa que segue com o menor patamar histórico.

Para o economista e presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, Manuel Enriquez Garcia, a

decisão pode ser tomada porque “a inflação não está fora do controle e assim não há porque

mexer na taxa Selic”.

Antonio Madeira, economista da LCA Consultores explica à DINHEIRO que os principais fatores

que possibilitaram a manutenção da taxa são: o crescimento abaixo do potencial, ociosidade

importante de recursos, o que ajuda a conter a inflação. “O discurso de Alexandre Tombini,

presidente do Banco Central, tem sido mais conservadores nos últimos dias, o que possibilitou

algumas alterações no comunicado”.

Para o economista e professor da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, a manutenção da

taxa mostra que o governo está aceitando uma inflação mais alta, desde que ela não supere o

teto da meta. “Até o fim do ano os juros poderão ser mantidos. O baixo crescimento do PIB ajuda

a manter a taxa”, afirma.

Analistas apontam que a redução da taxa básica de juros tem sido uma das iniciativas importantes

e corajosas do governo para a retomada da competitividade da indústria nacional. Juntamente

com a desoneração da folha de pagamentos de aproximadamente 40 setores, mais acesso ao

crédito, os estímulos tributários para alguns setores, MP dos Portos e a redução dos preços de

Energia Elétrica.

O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo

Gonçalves, acredita que existe uma premissa que a taxa Selic permaneça no patamar de 7,25%

ao ano. “Acredita-se que esse item possa represar a inflação temporariamente. Entretanto,

medidas de choque começam a ser necessárias, mesmo que isso represente aumento de juros e o

início de um processo de recessão: baixo consumo e perdas de postos de trabalho”, aponta.

Para Gonçalves, o governo mantém a mesma receita de antigos presidentes, em especial com a

falta de investimentos estruturais. “Tais práticas precisam mudar para acompanhar o cenário

internacional. É preciso reduzir a patamares favoráveis a tributação. Ainda há muito espaço para

isso, para não sacrificar a empregabilidade e levar ao caos o País”, analisa.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 16 e 17 de abril.

Projeções para o resto do ano:

Levantamento realizado pela Agência Estado mostra a opinião de analistas para a manutenção da

taxa durante o ano. 73 instituições financeiras foram consultadas:

36 têm a expectativa de estabilidade, em 7,25%, ao longo do ano;

Outras 36 esperam que a taxa suba, encerrando o ano entre 7,50% e 9,00%

Apenas uma instituição acredita que o Copom cortará o juro referencial em 0,25 ponto

porcentual, para 7,00% ao ano, até o fim de 2013.

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Prof. Cássio Albernaz Página 87

48. Caoa busca novo prazo para comprar o Banco BVA

Fonte: isto é Dinheiro - Clayton Netz e Cláudio Gradilone – 08/03/2013

O prazo final para que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) encontre um comprador para o Banco

BVA aproxima-se do fim. Sob intervenção do Banco Central (BC) desde 19 de outubro de 2012, o

BVA poderá ser liquidado se não encontrar comprador. O candidato mais forte à compra é o

empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade. Caoa, como é conhecido, investiu R$ 500 milhões no

BVA.

A única saída para evitar a intervenção é reduzir o passivo a descoberto do BVA, de modo que os

ativos e o patrimônio líquido do banco sejam suficientes para pagar os compromissos da

instituição financeira. Pelas contas do banco Brasil Plural, que assessora Caoa, o passivo a

descoberto do BVA pode ser de R$ 2,7 bilhões, acima dos R$ 1,5 bilhão estimados anteriormente

pela empresa de auditoria PwC.

Na ponta do lápis, é necessário que 95% dos credores concordem com uma redução de cerca de

65% no que têm a receber. Segundo fontes que acompanham negociação, Caoa já teria

conseguido a adesão de 60% dos credores. Faltam outros investidores, principalmente sindicatos

e fundos de pensão, que ainda não concordaram em abrir mão de seus direitos.

O prazo final para encontrar uma solução encerra-se nesta sexta-feira 8, mas Caoa está buscando

prorrogar o prazo até a próxima segunda-feira. Caso as partes não cheguem a um acordo, o BVA

poderá ser o quinto banco de pequeno porte a ser liquidado nos últimos dois anos.

49. Moody’s rebaixa notas de BNDES, BNDESPAR e Caixa

Engajamento nas ‘políticas anticíclicas’ do governo enfraquece bancos, diz agência de classificação

de risco.

Fonte: O GLOBO – 20/03/2013

RIO – A Moody’s rebaixou nesta quarta-feira as notas do BNDES, de sua subsidiária BNDESPAR e

da Caixa, citando como motivo a participação das instituições nas “políticas anticíclicas” do

governo brasileiro. A agência de classificação de risco diminuiu o rating de longo prazo do BNDES,

do BNDESPAR e da Caixa de A3 para Baa2, ambos com perspectiva estável.

A Moody’s lembra que o BNDES e a Caixa são de propriedade do governo e seu engajamento nas

medidas do governo para minimizar os efeitos da crise internacional tem resultado em um

“significativo aumento” nos empréstimos.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 88 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

“Ao mesmo tempo, o governo tem exigido que BNDES e Caixa contribuam com um crescente

montante de dividendiso, enquanto repõe o capital do banco com injeções de capital não líquido.

Esta prática tem resultado em níveis de capital relativamente baixos, que limitam a capacidade

dos bancos de absorver perdas em situações de stress, enfraquecendo sua posição de crédito”.

A estratégia de alto crescimento também introduz uma maior volatilidade para os balanços do

BNDES e da Caixa, bem como de seus resultados, afirmou a Moody’s.

A agência destaca ainda que o risco de crédito fundamental aumentou, como demonstra o

aumento dos empréstimos do BNDES para seus dez maiores tomadores para o equivalente a

quatro vezes seu capital em 2012, contra 3,4 vezes em 2010.

A exposição da Caixa passou de 1,1 vez o capital em 2010 para 1,5 vez em 2012, de acordo com

estimativas da Moody’s. Além disso, o portfolio de empréstimos da Caixa se expandiu cerca de

40% nos últimos três anos, “desempenho que está bem acima da taxa de crescimento do sistema,

e que expõe a qualidade de seus ativos à potencial deterioração, à medida que o banco mira

novos tomadores de empréstimos e segmentos de mercado”, diz o comunicado da agência.

50. A corrida pela Credicard

Os maiores bancos do País se atropelam para comprar a principal processadora independente de

cartões de crédito

Fonte: Isto é Dinheiro Por Cláudio GRADILONE – 22/03/2013

Nos últimos dias de fevereiro, o executivo

mexicano Manuel Medina-Mora, copresidente do

Citigroup e responsável pelas atividades de

banco de varejo do gigante americano, fez uma

discreta visita ao Brasil. Na agenda, além da

inspeção regulamentar das tropas aquarteladas

no edifício de granito rosado e vidros azuis da

avenida Paulista, Medina-Mora reuniu-se com

um interlocutor em especial, o banqueiro

Roberto Setubal, CEO do Itaú Unibanco. Ambos

discutiram a compra da Credicard, empresa

administradora de cartões de crédito controlada

pelo Citi e que está à venda desde o início deste

ano. O acesso às informações da Credicard, conhecido como data-room, foi aberto no início de

março.

Se não houver atraso, os candidatos terão até os primeiros dias de abril para elaborar suas

propostas. O nome do novo proprietário deverá ser anunciado em meados do mês. Transações

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 89

desse tipo são tratadas como segredo de Estado, daí nenhum dos sete entrevistados para esta

reportagem ter concordado em aparecer. No entanto, o quadro que emerge das conversas é

bastante claro. Setubal desponta como o franco favorito. Mesmo assim, nada garante a vitória do

Itaú. O arquirrival Bradesco, também está participando do páreo, seguido de perto pelo Santander

e pelo Banco do Brasil. O BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, chegou a fazer exercícios de

alongamento, mas abandonou a corrida em seus primeiros metros.

Esperam-se fortes emoções na que será a maior transação no mercado de cartões realizada nos

últimos dez anos, desde que o controle da Credicard, que era compartilhado por Citibank, Itaú e

Unibanco, ficou apenas com o banco americano. O que está em jogo é a última grande emissora

de cartões disponível no mercado, com 7 milhões de plásticos. A Abecs, entidade de classe que

representa o setor, não tem números fechados para 2012. No entanto, uma estimativa informal

dos profissionais avalia que os pagamentos com cartões no Brasil e no Exterior movimentaram R$

470 bilhões no ano passado, um crescimento de 21% em relação a 2011. Os cartões de crédito da

Credicard responderam por 4,5% dessas transações.

Além da fatia relevante de mercado e da equipe azeitada, a Credicard conta com uma das marcas

mais fortes no segmento. Não por acaso, o preço final de venda poderá superar R$ 2 bilhões – o

dobro do valor patrimonial da companhia. O negócio faz sentido para todos os participantes da

corrida. O líder é o Itaú Unibanco, cujos cartões movimentam 28% das transações. Essa cifra não

considera os sete pontos percentuais de participação da Hipercard, adquirida pelo Unibanco em

2003. A compra da Credicard colocaria o banco dirigido por Setubal na liderança isolada no

mercado. Essa não é a única vantagem. A Credicard é uma administradora de cartões, mas não

possui uma processadora de transações, que são realizadas por computadores instalados fora do

Brasil.

ara o Itaú, que conhece bem a empresa, é relativamente simples capturar esses negócios usando

os recursos de que já dispõe, principalmente a empresa de adquirência Redecard, cujo capital foi

fechado no início do ano. Há outro item, menos tangível, mas igualmente importante. Um dos

fundadores da Credicard nos anos 1970, o Itaú não veria com bons olhos essa marca no portfólio

do arquirrival da Cidade de Deus. No caso do Bradesco, as vantagens de ganho de escala são

semelhantes. A diferença é o peso da marca Credicard, cujas transações internacionais funcionam

como um excelente complemento à bandeira nacional Elo, lançada pelo banco presidido por Luiz

Carlos Trabuco em parceria com o BB e com a Caixa Econômica Federal em março de 2011.

A aquisição colocará o banco mais perto do Itaú na área de cartões, uma das principais

ferramentas dos bancos para capturar clientes e garantir sua fidelidade. Os plásticos fornecem

informações instantâneas sobre gastos e padrões de consumo, e permitem oferecer produtos e

empréstimos sob medida, uma informação muito preciosa para qualquer instituição financeira. Um

raciocínio semelhante vale para o Banco do Brasil. A diferença é a estratégia de atuação do

bancão presidido por Aldemir Bendine. A compra do controle de uma empresa privada vai sujeitá-

la imediatamente às restrições e amarras da administração pública, por isso a transação poderá

ser feita tanto pela Elo quanto pelo Banco Votorantim ou pela BV Financeira.

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 90 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

O caso do Santander tem características especificas. Em condições normais de temperatura e

pressão, os espanhóis são quem tem mais a ganhar com a compra da Credicard. Além de duplicar

sua fatia de mercado, o banco ganha uma marca tradicional no Brasil, algo que faz falta em sua

estratégia. Outra vantagem é turbinar sua empresa de adquirência e processamento de

transações GetNet. No entanto, mesmo que a subsidiária brasileira do Santander tenha caixa para

pagar a fatura, ela terá de enfrentar, além da concorrência, a situação complicada dos bancos na

Europa, o que torna mais difícil para o presidente Marcial Portela convencer os acionistas a

desembolsar dinheiro.

E a situação do vendedor? No caso do Citi, a venda da Credicard representa uma desistência

definitiva da conquista de uma posição relevante no varejo brasileiro. A mais recente tentativa do

Citi de ganhar musculatura foi iniciada em 2006 com um agressivo processo de abertura de

agências. Esse processo foi interrompido com a crise dos financiamentos imobiliários nos Estados

Unidos e, a partir de agora, o Citi deverá concentrar-se apenas nas operações corporativas e nos

clientes de alta renda. Para isso, o banco comandado por Helio Magalhães, que fez carreira na

American Express, manterá a bandeira Diners. Procurado, o Citi informou que não comenta

rumores de mercado. Da mesma forma, Santander, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Banco

Votorantim não concederam entrevista. Façam suas apostas, senhores.

51. Oferta secundária da BB Seguridade pode captar até R$ 12,15 bilhões

Fonte: O valor em 03/04/2013

A oferta de ações da BB Seguridade, empresa de seguros, previdência e capitalização do Banco do

Brasil, movimentará até R$ 12,15 bilhões, segundo anúncio da operação divulgado nesta quarta-

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 91

feira. O preço dos papéis é estimado entre R$ 15 e R$ 18 na oferta pública que terá início no fim

deste mês, mas o valor final só deve ser conhecido no dia 23, após o período de coleta de

intenções de compra de investidores no Brasil e no exterior.

Se o Banco do Brasil conseguir ofertar aos investidores apenas o lote inicial de ações e o preço for

fixado no piso de R$ 15, a transação ficará em R$ 7,5 bilhões. Se atingir o teto do intervalo, ou

seja de R$ 18, e o banco conseguir vender mais ações por meio dos lotes suplementar e adicional,

a oferta atingirá R$ 12,15 bilhões.

Havia expectativa no mercado de que a oferta movimentaria algo em torno de R$ 10 bilhões e

que a BB Seguridade seria avaliada em cerca de R$ 30 bilhões - valor acima das projeções iniciais.

Pelas primeiras contas feitas por analistas, a BB Seguridade era comparada a outras duas

companhias de seguros já listadas na bolsa de valores: Porto Seguro e SulAmérica. Mas o fato de

a BB Seguridade contar com uma subsidiária dedicada à corretagem dos seguros fez com que

subisse sua avaliação.

A oferta pública será secundária, em que os atuais acionistas vendem participação na empresa e

ficam com os recursos captados. Não haverá parcela primária. A intenção do Banco do Brasil era

vender uma fatia entre 25% e 30% da companhia.

No dia 10 de abril tem início o período de reserva para investidores da oferta de varejo, que

termina em 22 de abril. O preço da ação será conhecido no dia 23, após o processo de intenção

de compra de todos os investidores.

Desconto para funcionários

Funcionários do Banco do Brasil poderão comprar as ações da BB Seguridade com desconto.

Quem adquirir os papéis à vista receberá um bônus de 12%. Também poderão usar para a

compra licença prêmio, folgas e abonos. Se optarem pela compra em 12 parcelas sem juros, o

bônus cai para 8,475%, sendo que poderão comprar um mínimo de R$ 1 mil e um máximo de R$

12 mil. O BB tem 114 mil funcionários.

As ações da BB Seguridade serão negociadas na BM&FBovespa a partir do dia 25 e a liquidação da

oferta ocorrerá no dia 29. A empresa fará parte do Novo Mercado de governança da bolsa.

O BB Banco de Investimento será o coordenador líder da oferta, em conjunto com J.P. Morgan,

Bradesco BBI, Itaú BBA, BTG Pactual, Citigroup, Votorantim e Brasil Plural.

52. A partir de amanhã, bancos reduzem para R$ 1 mil valor mínimo de TED

Fonte: Agência Brasil em 21/03/2013

Page 94: Apostila bb -_edgar_cassio_ atualidades do SFN

Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 92 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

Brasília - A partir de amanhã (22), o valor mínimo para a realização de uma Transferência

Eletrônica Disponível (TED) cai de R$ 2 mil para R$ 1 mil, informou hoje (21) a Federação

Brasileira de Bancos (Febraban).

De acordo com Febraban, os “clientes pessoas físicas e jurídicas terão acesso ampliado a um meio

prático, ágil e seguro de realizar transferências de recursos entre bancos diferentes”.

A TED faz com que o crédito entre na conta do destinatário no mesmo dia em que a transferência

é solicitada. Em outras formas de movimentação financeira, como o Documento de Crédito (DOC),

é preciso aguardar pelo menos um dia para a conclusão da operação.

Segundo a Febraban, os bancos estabelecem um valor mínimo para esse tipo de transferência

para evitar que a TED gere uma demanda em excesso e sobrecarregue os sistemas de pagamento

e de compensação das transações financeiras. De acordo com a federação, investimentos em

tecnologia na rede de comunicações entre os bancos permitiram a redução sucessiva desses

limites nos últimos anos: de R$ 5 mil para R$ 3 mil em 2010, para R$ 2 mil em novembro de 2012

e, agora, para R$ 1 mil.

Para transferências interbancárias abaixo de R$ 1 mil, os clientes podem recorrer aos DOCs, que

têm valor limitado a R$ 5 mil por transação.

A Febraban informou ainda que as tarifas cobradas para a realização de TED variam de banco

para banco, conforme a política comercial de cada um. Os preços das tarifas podem ser

consultados no Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços Financeiros da Febraban.

53. BC lista 19 bancos estrangeiros na fila para entrar no Brasil

Fonte: Valor em 25/03/2013

Existem 19 instituições estrangeiras interessadas em entrar no sistema financeiro do Brasil,

afirmou ao Valor, Sidnei Correa Marques, diretor do Banco Central (BC) responsável pela área de

autorização de novas empresas. A conta inclui os pedidos em análise e aqueles que ainda devem

ser protocolados, mas cujo interesse pelo mercado brasileiro já foi manifestado em conversas com

diretores do BC.

Os interessados são de 15 países diferentes, entre eles Estados Unidos, Japão, Alemanha, Itália,

Holanda e China. Em princípio, todos querem constituir subsidiárias em vez de entrar no país

adquirindo instituições existentes. Em dez casos, "na maioria de instituições sistemicamente

importantes em nível global", a intenção é montar aqui um banco múltiplo ou comercial.

Page 95: Apostila bb -_edgar_cassio_ atualidades do SFN

Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 93

No atual cargo desde março de 2011, mas funcionário antigo da BC, Sidnei disse não lembrar de

ter visto lista tão grande de pretendentes nos últimos anos. "O número está acima da média",

destacou o diretor sem revelar nomes nem qual seria a média.

Como parâmetro de comparação, ele lembrou que de 2010 até agora, período em que nenhum

pedido teria sido negado, o BC autorizou a criação de nove novas instituições de controle

estrangeiro e obteve do Palácio do Planalto decreto abrindo caminho para a constituição de outras

quatro, o que dá um total de 13 em pouco mais de três anos.

O diretor considera como já atendidos e, portanto, fora dos 19 apontados, esses quatro processos

cuja autorização formal do BC é iminente porque já foram objeto de decreto da presidente Dilma

Rousseff reconhecendo o pleito como de interesse do governo brasileiro. Tal reconhecimento é

exigido pela Constituição Federal, vem antes da autorização formal de funcionamento, mas só é

concedido depois que o BC, na condição de autoridade de supervisão bancária, se mostra

favorável ao pedido da instituição.

Entre os 19 também não estão pedidos que logo de início o BC costuma rejeitar, antes mesmo da

formalização. O diretor revela que a política, nesses casos, é convencer o interessado a sequer

formalizar a intenção de ingresso no país. Com isso, embora já tenha acontecido, "é raríssimo" o

BC reprovar algum pedido formal, disse ele.

Questionado se a atual lista de pleiteantes não estaria "maior que a normal" por causa de alguma

demora na análise das demandas, Sidnei respondeu que não. O tempo da decisão do BC varia

muito conforme o plano de negócios de cada um e, levando isso em consideração, tem sido

normal, assegurou.

"O sistema financeiro é estratégico em qualquer país. Os processos tomam o tempo necessário

para que a decisão possa ser tomada em bases sólidas e seguras", disse ele, evitando falar sobre

o caso do UBS. O banco suíço, que já esteve anteriormente no Brasil, esperou mais de dois anos

para conseguir autorização do governo para voltar ao país - é um dos quatro casos já com decreto

favorável.

Marques acredita que o aumento do interesse dos estrangeiros em entrar no Brasil não tem

relação com a crise internacional de liquidez que abalou bancos de diversas partes do mundo e

que se desdobrou na desaceleração da economia mundial. "A crise já tem cinco anos e esse

aumento de interesse é recente", disse.

O diretor avalia que o fenômeno está mais ligado à melhora da visão sobre o Brasil do que à piora

do cenário em países ricos. "O Brasil representa grande oportunidade de negócios para essas

instituições por vários fatores: mercado consumidor amplo e em crescimento; economia estável e

crescendo de forma sustentável; sistema financeiro sólido e aderente às melhores práticas

internacionais; economia aberta com comércio internacional diversificado; oportunidades de

investimento em infraestrutura; fortalecimento do mercado de capitais; e instituições

democráticas e estáveis", entre outros.

Page 96: Apostila bb -_edgar_cassio_ atualidades do SFN

Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 94 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

A maioria dos estrangeiros que quer constituir novos bancos está de olho na clientela de pessoas

jurídicas principalmente. Muitos querem vir porque empresas clientes em outros países já vieram

ou pretendem investir aqui. A intenção dos estrangeiros não é só atuar em crédito. É também

atuar fortemente em operações de mercado de capitais, acrescentou o diretor.

O BC leva em consideração, na sua análise,

uma série de questões além do óbvio e em

princípio saudável aumento de

concorrência. Conforme Marques, os

quesitos incluem entrada de novas

tecnologias; fomento ao comércio

internacional; acesso a investidores

externos; visibilidade da economia

brasileira; ampliação de fontes de

financiamento de longo prazo para o setor

de infraestrutura; e maior integração do

SFN ao sistema financeiro global. Também

são consideradas a avaliação feita pelo

supervisor do país de origem sobre a

instituição interessada e a qualidade dessa supervisão bancária

54. BB Leasing emitirá debênture

Fonte: Valor em 28/03/2013

A BB Leasing, do Banco do Brasil, registrou emissão de R$ 20 bilhões em debêntures. Os papéis

possuem prazo de dez anos e rendimento equivalente a 100% da taxa do depósito interfinanceiro

(DI).

As emissões de debêntures de empresas de leasing são usadas como uma forma alternativa de

captação pelos bancos. Os papéis são usados como lastro em operações compromissadas

realizadas entre as instituições e os clientes, em condições semelhantes às de um CDB tradicional.

As debêntures de leasing foram largamente usadas até 2008, quando o Banco Central passou a

exigir o recolhimento do compulsório sobre as operações, assim como ocorre com o CDB. O

instrumento, porém, voltou com força a partir de 2011 quando o estoque de emissões começou a

vencer. Esperava-se que as letras financeiras, criadas no ano anterior, substituíssem as

debêntures de leasing, mas o Banco Central vedou o uso da letra como lastro em operações

compromissadas. (VP)

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 95

55. BB pode comprar banco na Flórida

Fonte: Valor em 03/04/2013

Entre as opções de crescer por meio de aquisições nos Estados Unidos, o Banco do Brasil analisa a

compra do City National Bank of Florida, unidade americana do espanhol Bankia, que recebeu o

maior socorro do governo na reestruturação bancária do país. Não há, entretanto, uma definição

sobre o futuro das negociações.

Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, apurou que o banco público brasileiro avalia comprar

o banco com sede em Miami. No entanto, essa aquisição não estaria sendo colocada como

prioritária pelo BB em relação às demais que pretende fazer para atingir o objetivo de ampliar sua

rede nos Estados Unidos.

"Está em análise assim como outras negociações. Não quer dizer que esse negócio vai ser

colocado à frente dos demais", disse uma fonte a par do assunto.

O diretor de atacado, negócios internacionais e private bank do BB, Paulo Rogério Caffarelli, já

disse publicamente que o BB tem interesse em ampliar as agências nos Estados Unidos, com foco

em New Jersey e na Flórida.

O banco brasileiro só tem três agências naquele país e pretende ampliar a rede para atender à

demanda de serviços dos brasileiros que moram nos Estados Unidos. Tal expansão pode ser tanto

via crescimento orgânico como por meio da aquisição de outros bancos, sendo a última opção a

mais rápida.

Além dos Estados Unidos, o BB também tem interesse em aumentar sua atuação em países da

América do Sul, com Chile, Peru e Colômbia.

A venda do City National Bank of Florida foi anunciada pelo Bankia como parte do esforço de

reestruturação. O Goldman Sachs, contratado para vender o banco, estaria pedindo algo entre

US$ 900 milhões e US$ 1 bilhão, mas fontes do mercado dizem que o valor pode baixar para a

casa dos US$ 600 milhões. O National City tem US$ 4,8 bilhões em ativos e 26 agências

O BB é o maior banco da América Latina em ativos e reúne cerca de US$ 15 bilhões nos EUA.

56. BB negocia para ter 75% do capital total do Banco Votorantim

Fonte: Valor – 04/04/2013

Sócio desde 2009 do Banco Votorantim, o Banco do Brasil (BB) fez oferta de R$ 2 bilhões à família

Ermírio de Moraes para aumentar sua participação no capital do banco. Hoje, o BB detém 49,09%

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 96 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

das ações ordinárias (com direito a voto) e 50% das ações preferenciais. Com a operação,

manterá a fatia de ONs, mas passará a ter 100% das ações PN e 75% do capital total.

O grupo Votorantim continuará com o controle do banco, uma vez que manterá 50,01% das

ações ordinárias. O novo acordo de acionista, que está sendo negociado entre as partes, dará

maior poder ao BB nas futuras decisões do Votorantim. As negociações estão bem avançadas.

A expectativa é que o negócio seja concluído até o fim de maio. O BB anunciou ao mercado, no

dia 21 de janeiro, o interesse em ampliar sua fatia no capital do banco Votorantim. Nas

negociações, dois bancos de investimento estrangeiros estão assessorando os sócios: o

Rothschild, pelo Banco do Brasil, e o J. P. Morgan, pelo Votorantim.

Na nova configuração, os dois sócios devem manter o mesmo número de representantes que

possuem hoje no conselho de administração - três cada um.

Não há intenção, também, de m mudar o atual presidente do banco, João Roberto Gonçalves

Teixeira, que preside a instituição desde setembro de 2011. Ex-executivo do banco Santander,

Teixeira foi indicado pelo BB para substituir Wilson Massao Kuzuhara. Sua gestão é bem avaliada

pelos sócios.

O Banco do Brasil não tem interesse em deter a maioria das ações ordinárias do Votorantim

porque isso significaria estatizar o banco. A estatização dificultaria a gestão do banco, uma vez

que o submeteria às regras de funcionamento de órgãos públicos.

O modelo de associação é inspirado na Brasilprev, empresa privada de previdência complementar

que o BB possui em sociedade com o americano Principal Financial Group. O BB possui 74,9% do

total das ações e o grupo americano, 25,1%.

Desde que se tornou sócio do Votorantim, o BB tem atuado para melhorar a gestão do banco, que

no ano passado teve prejuízo de R$ 1,988 bilhão. Para 2013, a expectativa é que ocorra novo

prejuízo, embora bem menor que o de 2012. Os sócios fixaram como meta que, no último

trimestre, o banco volte a gerar resultado positivo.

Procurados, Banco do Brasil e Votorantim Finanças informaram que não iriam se pronunciar.

57. Banco privado já vê cenário mais pessimista para crédito em 2013

Fonte: Valor Por Carolina Mandl e Felipe Marques | De São Paulo em 05/04/2012

Encerrado o primeiro trimestre, os bancos privados já começam a prever que o crédito fechará

2013 dentro do cenário mais pessimista que projetaram para o ano. Uma instituição financeira,

inclusive, já avalia rever para baixo a projeção que deu a investidores, segundo o Valor apurou.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

Prof. Cássio Albernaz Página 97

Entre os três maiores bancos privados - Itaú Unibanco, Bradesco e Santander -, a avaliação é que

os desembolsos de empréstimos ficaram aquém do imaginado de janeiro a março,

comprometendo o desempenho do ano. Por isso agora já preveem que o crescimento do crédito

pode ficar distante da projeção de máxima divulgada ao mercado. A chance maior é que fique na

parte inferior dos intervalos de expectativa informados.

Pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em março já mostrou uma ligeira revisão

para baixo na projeção dos analistas. Em janeiro, os bancos previam que o estoque de crédito

teria uma evolução de 15,9% neste ano. Em março, nova sondagem mostrou que o ânimo

arrefeceu para 15,6%.

No início de 2013, os três bancos privados anunciaram que esperavam crescer um mínimo de

11% (piso divulgado pelo Itaú) e um máximo de 17% (topo da expectativa do Bradesco). Bem

menos conservadores, os bancos públicos soltaram projeções de crescer mais. O Banco do Brasil

disse que o estoque avançaria de 16% a 20%, enquanto a Caixa Econômica Federal indicou

37,5% (ver tabela).

Segundo o Valor apurou, executivos de bancos privados têm justificado o pessimismo com três

motivos. O primeiro é a dúvida sobre o que acontecerá com a atividade econômica. Quanto o

Produto Interno Bruto (PIB) crescerá de fato? É essa resposta - que ainda segue indefinida - que

determinará principalmente a demanda das empresas por empréstimos para financiar seus

projetos.

Mas não é só isso. Se o PIB não reagir - e a inflação seguir em alta - ganha corpo um cenário em

que o desemprego comece a reaparecer, com impacto não só na procura por crédito, como

também na capacidade de pagamento das pessoas físicas.

"Se o crédito cresce menos, é mais uma questão de oferta restrita do que de demanda", avalia o

diretor da Boa Vista Serviços, Fernando Cosenza. Para ele, ainda há um múltiplo do crédito sobre

o crescimento da atividade econômica, condicionado à entrada de novos tomadores no sistema. A

Boa Vista projeta que o saldo de operações deve avançar 14,5% em 2013, enquanto o PIB cresce

a 3%.

O segundo fator é a inadimplência. Os calotes, assim como o endividamento das famílias, embora

tenham melhorado nos últimos meses, seguem em níveis elevados. Considerando todos os tipos

de crédito, o índice de inadimplência vem estável desde dezembro em 3,7%. Só alguns

segmentos, como o de veículos para pessoas físicas, mostram melhora.

O endividamento também melhorou, mas não o suficiente para aplacar a reticência de alguns

bancos. Em janeiro, em média, 21,65% da renda líquida das famílias eram destinados a honrar

dívidas financeiras, ante 21,89% em dezembro, segundo o Banco Central (BC), com ajuste

sazonal. Um ano antes, esse percentual era de 22,97%, o maior da série histórica, que começa

em janeiro de 2005. Os bancos têm ponderado que o número de pessoas tomando crédito no país

ainda é limitado, o que faz com que o peso da dívida, na prática, seja maior que a média do BC.

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O terceiro motivo do pessimismo tem relação com o afã dos bancos em controlar os calotes.

Algumas instituições começam a se

questionar se não exageraram na

seletividade de clientes. Um filtro mais

rigoroso do que o necessário pode estar

impedindo a concessão de empréstimos.

A calibragem entre a taxa de

inadimplência "ideal" e o rigor na escolha

de tomadores é algo que ainda está em

fase de ajuste em algumas instituições.

A diferença de ânimo dos bancos públicos

e privados em relação ao crédito traduz a

disparidade de crescimento dos dois tipos de instituição. Enquanto o estoque de operações dos

bancos públicos avançou 28,9% no acumulado em doze meses encerrados em fevereiro, os

privados de controle nacional avançaram 6,9%. Os estrangeiros avançaram 8,4%.

O próprio BC espera para 2013 uma desaceleração no mercado de crédito quando projetou

expansão de 14% no começo do ano, abaixo inclusive do consenso do mercado. Em 2012, o

estoque do sistema avançou 16,2%. Os três maiores bancos privados cresceram menos, 7,1%.

Na contramão, a Caixa vê espaço para os empréstimos irem além e mantém a projeção de 37,5%

de expansão da carteira. Em evento recente, Márcio Percival, vice-presidente de finanças do

banco, disse que a projeção de avanço de 15,6% da Febraban é "conservadora".

Percival defende que a demanda de crédito corporativo, em especial na infraestrutura, será o

motor do avanço do crédito no ano. "Já estamos sentindo demanda mais forte em capital de giro",

disse na ocasião. Nos dois primeiros meses deste ano, na comparação com igual período de 2012,

a carteira de crédito da Caixa avançou 43,1%.

Se esse cenário se confirmar, 2013 pode repetir 2012 e mostrar um descompasso entre bancos

públicos e privados no que diz respeito ao crédito, com os primeiros crescendo a uma velocidade

muito superior e ganhando mercado. O Banco do Brasil não quis se manifestar. Procurados pela

reportagem para comentar suas expectativas oficialmente, Bradesco, Santander e Itaú Unibanco

informaram que não se pronunciariam.

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Atualidades do Mercado Financeiro - Banco do Brasil

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3. VÍDEOTECA

CLIQUE NOS VÍDEOS PARA ASSISTIR

58. Redução taxas Banco do Brasil

Fonte: BANCO DO BRASIL

59. Depósitos em caderneta de poupança

superam retiradas em quase R$ 6 bilhões em março de

2013

Fonte: G1

60. Taxa de inadimplência das famílias cai

pelo quinto mês seguido

Fonte: G1

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Atualidades do S.F.N Banco do Brasil 2013

Página 100 Prof. Cássio Albernaz e Prof. Edgar Abreu

61. Mercado acredita que os juros vão começar a subir

em maio

Fonte: G1

62. Especialista comenta o resultado do PIB de 2012

Fonte: G1

63. Brics fazem acordo para criar banco dos países

emergentes

Fonte: UOL

64. Um dos maiores bancos do Chipre será

liquidado

Fonte: Estadão