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Em cada dez brasileiros, apenas dois são consumidores conscientes, mostra estudo do SPC Brasil Novo indicador revela que participação dos jovens entre os consumidores conscientes é menor que a média geral. Conceito abrange questões financeiras, ambientais e sociais O que significa consumir de forma consciente? Quais aspectos devem ser considerados pelo consumidor na hora da compra para que sua ação não prejudique a si próprio e os outros ao seu redor? Um indicador inédito lançado hoje pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira ‘Meu Bolso Feliz’ a partir de uma pesquisa realizada em todas as capitais revela que o brasileiro reconhece que as atitudes cotidianas ligadas ao consumo são importantes para a vida em sociedade, mas nem todos praticam, individualmente, ações neste sentido. Numa escala de 1 a 10, os entrevistados dão nota média de 8,8 para a importância do tema consumo consciente, mas em contrapartida, apenas dois (21,8%) em cada dez brasileiros podem ser considerados consumidores plenamente conscientes. Para se chegar a este resultado, o indicador do SPC Brasil avaliou uma série de questões sobre os hábitos e os comportamentos que fazem parte da rotina dos brasileiros e concluiu que somente 69,3% destas ações são classificadas como conscientes. O estudo segmenta os consumidores em

Em cada dez brasileiros, apenas dois são consumidores conscientes

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Em cada dez brasileiros, apenas dois são consumidores conscientes, mostra estudo

do SPC BrasilNovo indicador revela que participação dos jovens entre os consumidores conscientes é menor que a média geral. Conceito abrange questões financeiras, ambientais e sociais

O que significa consumir de forma consciente? Quais aspectos devem ser

considerados pelo consumidor na hora da compra para que sua ação não prejudique

a si próprio e os outros ao seu redor? Um indicador inédito lançado hoje pelo Serviço

de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira ‘Meu Bolso

Feliz’ a partir de uma pesquisa realizada em todas as capitais revela que o brasileiro

reconhece que as atitudes cotidianas ligadas ao consumo são importantes para a

vida em sociedade, mas nem todos praticam, individualmente, ações neste sentido.

Numa escala de 1 a 10, os entrevistados dão nota média de 8,8 para a importância

do tema consumo consciente, mas em contrapartida, apenas dois (21,8%) em cada

dez brasileiros podem ser considerados consumidores plenamente conscientes.

Para se chegar a este resultado, o indicador do SPC Brasil avaliou uma série de

questões sobre os hábitos e os comportamentos que fazem parte da rotina dos

brasileiros e concluiu que somente 69,3% destas ações são classificadas como

conscientes. O estudo segmenta os consumidores em três categorias, de acordo com

a intensidade da prática dos comportamentos considerados adequados:

‘consumidores conscientes’ – que apresentam frequência de atitudes corretas acima

de 80% - ‘consumidores em transição’, cuja frequência varia entre 60% e 80% de

atitudes adequadas e ‘consumidores nada ou pouco conscientes’, quando a

incidência de comportamentos apropriados não atinge 60%. A pesquisa conclui,

portanto, que o consumidor brasileiro é, em média, um consumidor em transição.

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As perguntas feitas aos consumidores e que serviram de base para construir o

indicador englobam as três grandes dimensões que compõem o conceito de consumo

consciente: ambientais, financeiras e sociais. Para as ações relacionadas à

responsabilidade ambiental do consumidor, o indicador atingiu 71,7% de atitudes

adequadas, enquanto as práticas financeiras e de engajamento social, foram um

pouco mais baixas, chegando a 68,0% e 68,1% de ações corretas, respectivamente.

“O objetivo do Indicador de Consumo Consciente é acompanhar ao longo dos anos as

mudanças nos hábitos de compra dos brasileiros a fim de compreender se estamos

caminhando em direção a uma sociedade capaz de promover e estimular práticas

mais equilibradas nas relações de consumo”, afirma a economista-chefe do SPC

Brasil, Marcela Kawauti.

84% não ligam para marcas

Dentre as práticas financeiras adequadas, as mais adotadas pelos brasileiros são não

se influenciar pelo consumismo das pessoas do seu círculo de convivência (88,5%) e

não se importar em adquirir somente produtos de marcas famosas, priorizando a

qualidade (84,1%). Outros dados, contudo, demonstram que o consumidor precisa

lidar melhor com o compartilhamento de produtos e as compras desnecessárias.

Apenas quatro em cada dez pessoas (40,9%) dizem preferir alugar ou pedir

emprestado algo que usam com pouca frequência e, somente 17,1% afirmam não ter

se arrependido por comprar algum produto que não precisavam.

Metade ignora a idoneidade das empresas

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A atitude ambiental adequada mais seguida pelos consumidores é verificar a

possiblidade de reutilização ou troca: 83,5% garantem que antes de jogar fora um

produto que não querem mais, procuram doá-lo ou mesmo trocá-lo com alguém.

Além disso, praticamente oito em cada dez consumidores ouvidos (77,7%) afirmam

evitar o uso indiscriminado da impressora, enquanto 76,4% dizem não utilizar o carro

para pequenos deslocamentos.

Já entre as ações menos adotadas, do ponto de vista da sustentabilidade, está a

reciclagem do lixo: apenas um pouco mais que a metade (53,2%) dos consumidores

ouvidos separa o lixo doméstico para a coleta seletiva. Também é significativamente

menor a parcela dos que atentam para aspectos que envolvem a idoneidade da

empresa: cinco em cada dez (50,7%) brasileiros disseram analisar as práticas

adotadas pela empresa em relação ao meio ambiente ou à sociedade antes de fazer

uma compra.

Uso racional da água e energia

Em média, 74% dos entrevistados realizam as atividades consideradas adequadas

para o uso racional da água, sendo que a ação mais difundida é a de fechar a

torneira enquanto escova os dentes (90,4%). Outra ação bastante comum é a de não

lavar a casa ou a calçada com mangueira (88,3%). No entanto, o desempenho é pior

no momento do banho e na hora de lavar roupas: 68,0% dizem fechar a torneira

enquanto ensaboam o corpo e apenas 37,6% afirmam usar a máquina de lavar na

capacidade máxima.

Em relação ao uso racional da energia elétrica, em média, 76% dos entrevistados

colocam em prática as ações consideradas adequadas. O hábito mais comum é o de

apagar as luzes de ambientes que não estão sendo utilizados (97,1%). Já os

comportamentos menos adotados são o de compartilhar o uso da TV entre os

moradores da casa para economizar energia (60,6%) e o de retirar das tomadas os

aparelhos elétricos quando não são utilizados (51,9%).

Menos da metade recusam produtos piratas

Levando em consideração as atitudes de impacto social, a menos frequente é a

recusa em comprar produtos piratas. Somente um pouco mais da metade dos

entrevistados (50,6%) alegaram não comprar produtos nestas condições mesmo que

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o peço seja baixo. Por outro lado, nove entre dez consumidores ouvidos (89,3%)

garantem incentivar as pessoas da própria casa a economizarem água e luz,

aumentando para 97,9% entre os indivíduos acima de 56 anos e 95,5% entre aqueles

com maior escolaridade.

Jovens pouco conscientes

O levantamento constatou que os consumidores mais jovens são os que menos

adotam práticas adequadas de consumo. O percentual de atitudes corretas, que é de

69,3% para a população em geral, sobe para 74,2% entre os entrevistados com

idade acima dos 56 anos e cai para 64,5% entre o universo de consumidores com

idade que vai de 18 a 29 anos.

Quando comparado ao geral, a maior concentração de entrevistados na categoria

dos ‘nada ou pouco conscientes’, é encontrada, justamente na faixa de 18 a 29 anos:

46,3% contra somente 31,2% do total da população. Na mesma comparação, entre

os não conscientes, há uma participação maior de consumidores da região Sudeste

(53,8%) e de homens (61,3%).

Já entre os considerados ‘conscientes’, o destaque é a presença de moradores da

região Norte (19,1%, acima dos 12,8% do total). Entre os consumidores ‘em

transição’, ou seja, aqueles que combinam atitudes adequadas e inadequadas, - e

que representam mais da metade dos brasileiros - nota-se uma presença maior de

mulheres (60,2% contra 51,3% no universo de entrevistados) e de consumidores da

classe C (81,7% ante 77,8% no geral).

“Podemos concluir que o consumidor médio brasileiro está em transição quando se

considera práticas conscientes e sustentáveis relacionadas ao consumo. Ele chega a

adotar algumas ações, mas não na frequência e na quantidade suficiente. Além

disso, percebe-se que mesmo sendo mais informados e instruídos do que as

gerações passadas, os jovens não praticam atitudes plenamente responsáveis na

hora de consumir. Isso pode ser explicado pelo fato de que neste período de vida as

pessoas são mais individualistas e preocupadas em atender suas próprias

necessidades”, afirma a economista Marcela Kawauti.

Consumir pensando no bolso

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Quando indagados sobre as vantagens ao se adotar atitudes responsáveis em

relação ao consumo, prevalece entre os consumidores ouvidos o entendimento de

que a dimensão financeira é a mais importante. A maior parte destaca o fato de

economizaram (35,5%), seguido por outras respostas mais ligadas ao bem comum

como a sensação pessoal de dever cumprido com a sociedade (30,1%) e a satisfação

ao praticar algo positivo para o futuro das próximas gerações (18,6%). O cuidado

com a preservação do meio ambiente é citado por somente 5,8% dos brasileiros

consultados.

“Apesar dos consumidores reconhecerem a importância do consumo responsável, a

grande maioria não vê as práticas sustentáveis de consumo como prioridade em seu

dia a dia, e ainda predomina a percepção de que os aspectos financeiros são mais

importantes, ficando em segundo plano as implicações ambientais e sociais”, afirma

o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.

Falta de tempo para atitudes conscientes

Diante do comportamento predominantemente inconstante do brasileiro, que ora

pratica ações adequadas e ora deixa de agir de modo consciente, o SPC Brasil

procurou entender o que impede as pessoas de tomarem atitudes responsáveis com

relação ao consumo. A justificativa mais citada pelos consumidores entrevistados é a

falta de tempo (26,5%), principalmente entre os homens (30,3%) e os mais jovens

(36,7%). Logo depois vem a distração ou esquecimento (25,4%), que também é mais

frequente entre a parcela masculina de entrevistados (29,9%) e pessoas mais jovens

(34%).

Para os especialistas do SPC Brasil, o consumidor brasileiro ainda precisa incorporar

mais atitudes conscientes de consumo em seu cotidiano. “Mudanças simples

poderiam fazer grande diferença, como planejar melhor as compras, diminuir o

tempo no banho e aprender a utilizar de forma mais adequada aparelhos domésticos,

como o ferro de passar e a máquina de lavar. De modo geral, o brasileiro está em

transição, uma vez que ele até adota algumas atitudes positivas, mas ainda precisa

evoluir neste sentido”, lembra Marcela.

Metodologia

O indicador de Consumo Consciente (ICC) calculado pelo Serviço de Proteção ao

Crédito (SPC Brasil) tem como objetivo medir os conhecimentos e níveis de práticas

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de consumo consciente pelo brasileiro em três esferas: financeira, ambiental e social.

Para isso, foram entrevistados 605 consumidores nas 27 capitais, de ambos os sexos

e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 4,00 pp com

margem de confiança de 95%.

Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas

Informações à imprensa

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