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Informe Jurídico / Fevereiro de 2014 Plano Verão – Revisão judicial de parcelamento tributário Como cediço, no final de 2013, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sede de repercussão geral, declarou inconstitucionais as normas do denominado “Plano Verão”, que determinavam, para fins de correção monetária das demonstrações financeiras, a utilização da OTN, índice este inferior à inflação efetivamente ocorrida, implicando a majoração ilegítima e artificial do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro do ano-base de 1989. Ocorre, contudo, que em razão da longa demora do STF em se posicionar sobre o tema, bem como em função entendimento manifestado anteriormente pelo STF em teses semelhantes nas quais entendeu pela inexistência de direito constitucional à correção monetária das demonstrações financeiras, havia, até então, a perspectiva de que a discussão em questão não teria desfecho positivo. Em função disso, várias empresas optaram, no passado, por desistir de processos judiciais e defesas administrativas sobre a matéria e submeter o suposto débito a parcelamentos tributários (muitos dos casos no Refis da Crise), cujas leis impunham a renúncia ao direito e a confissão da dívida como requisitos à admissão no regime especial de pagamento. Entretanto, há precedentes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) favoráveis ao afastamento da renúncia ao direito manifestada pelos contribuintes quando da adesão a parcelamentos nos casos em que a jurisprudência, posteriormente, reconhece a ilegalidade ou inconstitucionalidade de lei. Deste modo, as empresas que efetuaram a desistência de ações judiciais ou defesas administrativas e renunciaram ao direito à discussão do “plano verão” para fins de adesão a parcelamentos, tem a possibilidade de iniciar uma nova discussão, ajuizando ações de revisão de parcelamento cumuladas com a repetição do indébito, visando a recuperação dos valores pagos nos últimos cinco anos a esse título dentro do parcelamento, bem ainda a declaração do direito de deixar de pagar o restante do débito ainda pendente de pagamento. Para mais informações, contate um profissional do Frignani Sociedade de Advogados. Décio Frignani Júnior Sócio Tel.: 55 (11) 5053-7471 [email protected] Eric Marcel Zanata Petry José Rafael Pardini Jr. Sócio Sócio Tel.: 55 (11) 5053-7472 Tel.: 55 (11) 5053-7473 [email protected] [email protected]

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Informe Jurídico / Fevereiro de 2014

Plano Verão – Revisão judicial de parcelamento

tributário

Como cediço, no final de 2013, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sede de

repercussão geral, declarou inconstitucionais as normas do denominado “Plano Verão”, que

determinavam, para fins de correção monetária das demonstrações financeiras, a utilização da

OTN, índice este inferior à inflação efetivamente ocorrida, implicando a majoração ilegítima e

artificial do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro do ano-base de 1989.

Ocorre, contudo, que em razão da longa demora do STF em se posicionar sobre o tema, bem

como em função entendimento manifestado anteriormente pelo STF em teses semelhantes

nas quais entendeu pela inexistência de direito constitucional à correção monetária das

demonstrações financeiras, havia, até então, a perspectiva de que a discussão em questão não

teria desfecho positivo. Em função disso, várias empresas optaram, no passado, por desistir de

processos judiciais e defesas administrativas sobre a matéria e submeter o suposto débito a

parcelamentos tributários (muitos dos casos no Refis da Crise), cujas leis impunham a renúncia

ao direito e a confissão da dívida como requisitos à admissão no regime especial de

pagamento.

Entretanto, há precedentes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) favoráveis ao afastamento da

renúncia ao direito manifestada pelos contribuintes quando da adesão a parcelamentos nos

casos em que a jurisprudência, posteriormente, reconhece a ilegalidade ou

inconstitucionalidade de lei.

Deste modo, as empresas que efetuaram a desistência de ações judiciais ou defesas

administrativas e renunciaram ao direito à discussão do “plano verão” para fins de adesão a

parcelamentos, tem a possibilidade de iniciar uma nova discussão, ajuizando ações de revisão

de parcelamento cumuladas com a repetição do indébito, visando a recuperação dos valores

pagos nos últimos cinco anos a esse título dentro do parcelamento, bem ainda a declaração do

direito de deixar de pagar o restante do débito ainda pendente de pagamento.

Para mais informações, contate um profissional do Frignani Sociedade de Advogados.

Décio Frignani Júnior Sócio Tel.: 55 (11) 5053-7471 [email protected] Eric Marcel Zanata Petry José Rafael Pardini Jr. Sócio Sócio Tel.: 55 (11) 5053-7472 Tel.: 55 (11) 5053-7473 [email protected] [email protected]

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