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Juros e Spread BancÆrio Atualizado em agosto de 2006, com dados atØ junho de 2006

Juros e Spread Bancário - Banco Central do Brasil

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Juros e Spread Bancário - Banco Central do Brasil

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Juros e Spread Bancário

Atualizado em agosto de 2006, com dados até junho de 2006

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Este texto integra a série “Perguntas Mais Freqüentes”, editada

pela Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores (Gerin)

do Banco Central do Brasil, abordando temas econômicos de

interesse da sociedade. Com essa iniciativa, o Banco Central do Brasil

vem prestar esclarecimentos sobre diversos assuntos da nossa

realidade, buscando aumentar a transparência na condução da política

econômica e a eficácia na comunicação de suas ações.

Juros e Spread Bancário

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Sumário

1. Qual é o volume de crédito na economia brasileira?Como se distribui? .................................................................. 7

2. Como os saldos das operações com recursosdirecionados têm evoluído? ................................................... 8

3. Como se distribui o crédito livre por tipo de tomador?Como tem evoluído? .............................................................. 9

4. Como o crédito referenciado em moeda estrangeiratem se comportado? ............................................................. 10

5. Quais as principais modalidades contratuais decrédito, em termos de taxas de juros? ................................ 11

6. Qual é o custo médio dos empréstimos bancáriosno Brasil e qual o spread bancário? .................................. 11

7. Como tem se comportado o spread das operaçõesprefixadas? ........................................................................... 13

8. Qual a importância dos impostos diretos e indiretospara os spreads bancários no Brasil? ................................ 14

9. Qual a importância dos compulsórios para o spread? ...... 1510 . A modalidade de operação de crédito influi no spread? ....... 1511 . Por que o spread bancário é tão diferente nas

operações com pessoas físicas e jurídicas? ....................... 1612 . Qual o papel das garantias sobre o spread? ..................... 1713 . Como os prazos médios das operações de crédito

do sistema financeiro têm se comportado? ........................ 1814 . O que o Banco Central vem fazendo para reduzir as

taxas de juros e os spread bancários? ............................... 1815 . Qual o efeito da insegurança jurídica ou “risco legal”

sobre o crédito e o spread bancário? ................................. 1916 . O que é crédito consignado em folha de pagamento?

Qual a sua evolução recente? ............................................. 2017 . O que é a Cédula de Crédito Bancário? ............................ 21

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18 . O que é alienação fiduciária em garantia e qualo seu objetivo? ...................................................................... 22

19 . O que é microcrédito? ......................................................... 2220 . Qual o efeito da nova Lei de Falências e das

alterações no Código Tributário Nacional sobre omercado de crédito? ............................................................ 23

21 . Quais as medidas implantadas para aumentara concorrência e a transparência no mercado de crédito? ..... 24

22 . O que é o Sistema de Informações de Crédito? ............... 2423 . Onde posso ler mais sobre juros e spread? ...................... 2524 . Onde posso obter dados atualizados?................................. 27

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Perguntas Mais Freqüentes

Juros e Spread Bancário

1. Qual é o volume de crédito na economia brasileira?Como se distribui?

O volume de crédito na economia brasileira alcançou 32,4% doPIB em junho de 2006. Da oferta total de crédito nessa data, umaparcela significativa diz respeito a repasses e refinanciamentos comrecursos do BNDES (19,2% do total), assim como recursos bancáriosobrigatoriamente direcionados para atividades específicas, como ocrédito habitacional (4,8%) e o rural (7,2%). O chamado crédito livre,aquele que pode ser alocado a critério do agente financeiro com taxaslivremente pactuadas entre as partes, representava, em junho de 2006,67,9% do total de crédito.

Gráfico 1 � Composição do crédito (junho de 2006)

Fonte: Banco Central do Brasil

BNDES19,2%

Outros Créditos

Direcionados0,9%

Crédito Habitacional

4,8%

Crédito Livre67,9%

Repasses Externos

7,6%

Pessoa Jurídica

27,7%

Crédito Rural7,2%

Pessoa Física32,5%

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Perguntas Mais Freqüentes

2. Como os saldos das operações com recursosdirecionados têm evoluído?

As operações com recursos direcionados apresentam doiscomportamentos distintos:

-Após a forte queda nominal no final do primeiro semestre de2001, provocada pelo reconhecimento de “créditos podres, a ofertade crédito para habitação apresentou um tênue crescimento nosúltimos anos;

-A oferta de crédito para a agricultura e o saldo das operaçõescom recursos do BNDES vêm crescendo nos últimos anos,acompanhando a expansão da atividade agropecuária e a retomadados investimentos no período.

Gráfico 2 - Operações com recursos direcionados (R$ bilhões)

Fonte: Banco Central do Brasil

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Habitacional Agricultura BNDES Outros

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Perguntas Mais Freqüentes

3. Como se distribui o crédito livre por tipo detomador? Como tem evoluído?

O volume total de crédito livre somava R$447,2 bilhões em junhode 2006, dos quais R$214,2 bilhões (47,9%) tomados por pessoasfísicas e R$233,0 bilhões (52,1%) por pessoas jurídicas. Do créditopara pessoas jurídicas, R$50,4 bilhões correspondiam a operaçõesreferenciadas em moeda estrangeira.

Apesar de o Brasil apresentar uma relação crédito/PIB baixapara padrões internacionais, a oferta de créditos livres revela umcrescimento substancial nos últimos anos. Desde junho de 2000 atéjunho de 2006, a oferta de crédito a taxas livres passou de R$169,1bilhões (14,9% do PIB) para R$447,2 bilhões (22,0% do PIB). Essecrescimento foi particularmente acentuado no segmento deempréstimos para pessoas físicas, que quase quaduplicaram no mesmoperíodo.

Gráfico 3 � Operações com crédito livre (R$ bilhões)

Fonte: Banco Central do Brasil

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Pessoa Física Pessoa Jurídica

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Perguntas Mais Freqüentes

4. Como o crédito referenciado em moeda estrangeiratem se comportado?

As operações referenciadas em moeda estrangeira, que incluemos Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC), as exportnotes e os repasses de moeda (antiga Resolução 63), apresentaramum comportamento recente distinto das demais operações de créditolivre da economia, não só porque seu saldo medido em reais varioude acordo com a taxa de câmbio, mas também porque a oferta derecursos responde à percepção externa do risco Brasil, de naturezabastante volátil. Como se percebe no Gráfico 4, o saldo das operaçõesexternas medido em dólares reduziu-se em 2002, em função doencolhimento das linhas de crédito externas a empresas e bancosbrasileiros, revertendo esta tendência a partir de 2003 mesmo com aapreciação do Real. Ao contrário de 2002, entretanto, ocomportamento recente está mais condicionado a fatores ligados àdemanda por financiamentos do que a restrições de oferta.

Gráfico 4 � Operações com recursos externos (US$ bilhões)

Fonte: Banco Central do Brasil

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ACC Rep. Externos Import. Financiadas e outros

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Perguntas Mais Freqüentes

5. Quais as principais modalidades contratuais decrédito, em termos de taxas de juros?

As operações de crédito podem ser contratadas com taxasprefixadas, flutuantes ou pós-fixadas. No primeiro caso, estão asprincipais modalidades para pessoa física (crédito pessoal, chequeespecial e crédito para aquisição de bens) e diversas modalidadespara pessoas jurídicas, como o hot money, capital de giro, descontosde duplicatas e promissórias, vendor1, conta garantida2 e créditopara aquisição de bens.

As operações contratadas a taxas de juros flutuantes incluemalgumas das modalidades também negociadas a taxas prefixadas,mas seus encargos são corrigidos com base em indicadores diárioscomo a taxa Selic e a taxa Depósitos Interfinanceiros (DI). É o casodo capital de giro, da conta garantida e do crédito para aquisição debens para pessoas jurídicas.

Entre as operações contratadas a taxas pós-fixadas, estãoaquelas já mencionadas que envolvem os repasses de recursos doexterior (os ACCs, as export notes e as chamadas “Operações 63”).

Para saber mais sobre a especificidade de cada uma dessascategorias, acesse o glossário da “Nota para a Imprensa de PolíticaMonetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”, disponívelem http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM.

6. Qual é o custo médio dos empréstimos bancários noBrasil e qual o spread bancário?

A taxa média de juros das operações de crédito livre situava-seem 43,2% ao ano em junho de 2006. O spread bancário, diferençaentre a taxa de aplicação e a taxa de captação dos bancos, alcançava

1 A operação de vendor é uma cessão de crédito que permite a uma empresa vender seuproduto a prazo e receber o pagamento à vista. A empresa vendedora transfere seu créditoao banco e recebe o pagamento à vista.2 A conta garantida é um “cheque especial” para empresas, ou seja, é um crédito associado àconta-corrente de pessoa jurídica, com um determinado limite pré-disponibilizado pelo banco.

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Perguntas Mais Freqüentes

28,0% ao ano na mesma data. O Gráfico 5 apresenta a evolução dospread bancário consolidado (inclui operações prefixadas, pós-fixadase flutuantes) desde janeiro de 2001.

Observe-se que uma característica marcante do mercado decrédito no Brasil é a diferença substancial de taxa de juros e spreadincorridos por tipo de tomador. Com efeito, o spread médio nasoperações com empresas, da ordem de 13,6% ao ano em junho de2006, é aproximadamente 1/3 do spread cobrado nas operações compessoas físicas, que atingia 40,6% no mesmo mês.

Gráfico 5 � Spread bancário � Operações de crédito livre (% ao ano)

Fonte: Banco Central do Brasil

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Perguntas Mais Freqüentes

7. Como tem se comportado o spread das operaçõesprefixadas?

Recuando a outubro de 1999, observa-se que o spread médiodas operações prefixadas caiu de 51,3p.p. ao ano para 35,7p.p. aoano em junho de 2006. Essa tendência não foi linear ao longo dotempo. Até meados de 2001, observou-se um recuo substancial,especialmente nas operações com pessoas físicas. A partir daí, apolítica monetária mais restritiva implicou uma tendência de aumentonos spreads, tendência que foi revertida no primeiro semestre de2003. Após registrar uma trajetória declinante até meados de 2004,a curva do spread praticamente estabilizou-se.

Gráfico 6 � Spread médio das operações de crédito a taxas prefixadas (p.p.)

Fonte: Banco Central do Brasil

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Perguntas Mais Freqüentes

8. Qual a importância dos impostos diretos e indiretospara os spreads bancários no Brasil?

O Banco Central faz uma decomposição contábil do spreadcom dados dos balanços de uma amostra de instituições bancárias,procurando explicitar a contribuição, para a sua formação, defatores como os custos administrativos, os impostos diretos eindiretos, a inadimplência e a margem líquida das instituições. Deacordo com os dados mais recentes, publicados no “Relatório deEconomia Bancária e Crédito - 2005” de dezembro de 2004(disponível na página do Banco Central na Internet em http://www.bcb.gov.br/?RELECONCRED), o spread nas operaçõesprefixadas em dezembro de 2004 podia ser decomposto em custoadministrativo (21,6%), despesas com inadimplência (34,0%),impostos (17,4%), compulsórios (7,0%), custo do FGC - FundoGarantidor de Crédito (0,3%), e resíduo (19,8%). A parceladenominada “resíduo” da decomposição representa a componentemargem líquida do banco. A Tabela 1 exibe a decomposição do spreaddas operações prefixadas nos componentes acima com dados dedezembro de 2001, 2003 e 2004.

Tabela 1 � Decomposição do spread bancário

Fonte: Banco Central do Brasil

2001 2003 2004 2001 2003 2004

1 - Spread total 100,00 100,00 100,00 28,70 30,01 27,202 - Custo administrativo 19,84 21,87 21,56 5,69 6,56 5,863 - Inadimplência 31,04 31,73 33,97 8,91 9,52 9,244 - Custo do compulsório 9,51 6,51 7,00 2,73 1,95 1,90

Depósitos à vista 9,23 7,09 6,85 2,65 2,13 1,86 Depósitos a prazo 0,28 (0,57) 0,15 0,08 (0,17) 0,045 - Tributos e taxas 7,10 7,24 8,37 2,04 2,17 2,28 Impostos indiretos 6,82 6,98 8,11 1,96 2,09 2,21 Custo do FGC 0,28 0,26 0,26 0,08 0,08 0,07

6 - Resíduo bruto (1-2-3-4-5) 32,51 32,65 29,10 9,33 9,80 7,927 - Impostos diretos 11,14 9,88 9,30 3,20 2,96 2,538 - Resíduo líquido (6-7) 21,37 22,77 19,80 6,13 6,84 5,39

Proporção do spread (%) Pontos percentuais (p.p.)

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Perguntas Mais Freqüentes

9. Qual a importância dos compulsórios para o spread?

Os recolhimentos compulsórios sobre depósitos bancáriosexigidos pelo Banco Central contribuem para os spreads, uma vezque inibem a capacidade do sistema bancário de ampliar a oferta decrédito. Atualmente (posição de junho de 2006), a alíquota de depósitocompulsório incidente sobre recursos à vista é de 45%. Sobre essesrecursos, incide ainda uma exigibilidade adicional remunerada de 8%.Sobre os recursos a prazo e poupança, as alíquotas de recolhimentosão de 15% e 20%, respectivamente, além das exigibilidades adicionaisde 8% e 10%. Entretanto, como comentado no item anterior, ocompulsório foi responsável por somente 7% do spread bancário em2004.

10. A modalidade de operação de crédito influi no spread?

Os spreads divergem substancialmente de acordo com amodalidade do contrato. No caso de pessoas físicas, o spread médiopara aquisição de veículos alcançava 17,8p.p. ao ano em junho de2006, enquanto o spread do cheque especial chegava a 130,8p.p. nomesmo mês. Circunstância semelhante ocorre nos empréstimos parapessoas jurídicas, onde a operação de vendor registrava um custoalém da taxa de captação bancária de 5,3p.p., frente a 53,6p.p. paraa modalidade de conta garantida. A Tabela 2 resume os spreadspraticados nas principais operações prefixadas, por modalidade, paraas datas-base de dezembro de 2002 a junho 2006.

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Perguntas Mais Freqüentes

Tabela 2 � Spreads nas operações de crédito prefixadas (p.p.)

Fonte: Banco Central do Brasil

11. Por que o spread bancário é tão diferente nasoperações com pessoas físicas e jurídicas?

Entre outros fatores, a inadimplência ajuda a explicar a diferençanos spreads incorridos por empresas e por pessoas físicas. Comomostra o Grafico 7, o percentual de créditos para pessoa física ematraso superior a 90 dias (7,2%), em junho de 2006, era mais de trêsvezes o percentual de atrasos de créditos para empresas (2,3%).

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Pessoa Jurídica 25,0 26,4 23,2 24,5 40,6Desconto de Duplicatas 31,4 27,9 22,8 21,7 22,5

Capital de Giro 14,5 20,1 18,7 17,7 17,5Conta Garantida 55,6 54,0 50,3 53,7 53,6

Aquisição de Bens 13,4 13,6 11,2 11,7 11,2

Hot money 30,3 37,9 34,9 30,8 36,4Vendor 7,1 6,4 4,9 4,9 5,3

Pessoa Física 54,5 50,9 43,9 42,7 24,9Cheque Especial 142,2 128,9 127,8 130,9 130,8

Crédito Pessoal* 63,4 64,6 50,5 50,7 47,1Aquisição de Bens - Veículos 23,4 21,0 18,1 18,5 17,8

Aquisição de Outros Bens 53,0 55,8 48,9 48,1 34,7

Total Geral 42,4 41,5 36,1 36,6 35,7

*Inclui operações consignadas em fo lha de pagamento

ModalidadeSpread

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Perguntas Mais Freqüentes

Gráfico 7 � Inadimplência nas operações de crédito (% de créditos com atraso acima de noventa dias)

Fonte: Banco Central do Brasil

12. Qual o papel das garantias sobre o spread?

A qualidade das garantias e a segurança quanto à efetivarecuperação ou renegociação dos créditos atrasados são fatoresfundamentais para o custo do crédito. Tome-se como exemplo ocrédito para a aquisição de veículos, comparativamente às demaismodalidades de financiamento para pessoas físicas. Na prática, ostomadores são os mesmos, com igual risco de crédito. A diferençadeterminante na formação do spread reside no fato de que o veículofinanciado constitui quase sempre a garantia da operação, e arecuperação em caso de não pagamento é relativamente mais simples,enquanto as demais modalidades em poucos casos oferecem garantiae, em geral, obrigam o credor a um recurso judicial demorado e caro,nem sempre bem sucedido.

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Perguntas Mais Freqüentes

13. Como os prazos médios das operações de crédito dosistema financeiro têm se comportado?

O prazo médio das operações de crédito livre vinha apresentandoum comportamento de redução desde 2001. A partir do início de 2004,houve uma pequena recuperação nos prazos médios, situando-se em272 dias (cerca de nove meses) em junho de 2006 (Gráfico 8).Observe-se que as operações com pessoas físicas apresentam prazosmais longos (média de 332 dias, naquela data), quando comparadasàs operações com empresas (219 dias).

Gráfico 8 � Prazo médio das operações de crédito (dias)

Fonte: Banco Central do Brasil

14. O que o Banco Central vem fazendo para reduzir astaxas de juros e os spreads bancários?

Desde 1999, o Banco Central vem se dedicando ao diagnóstico dascausas dos altos spreads praticados pelos bancos em suas operações decrédito, como parte do projeto “Juros e Spread Bancário no Brasil”.Esse projeto tem proposto uma série de medidas de longo prazo, voltadaspara a recuperação de uma cultura de crédito no país e para a redução

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Perguntas Mais Freqüentes

do seu custo.São três os principais focos da atuação do Banco Central, como

parte da estratégia de redução dos juros e spread bancário:– promoção de maior transparência e concorrência no mercado

de crédito, de forma que as instituições disponham de acessoàs informações relevantes sobre seus clientes para poderselecionar e apreçar adequadamente os riscos de suasoperações. Do ponto de vista dos tomadores, também éimprescindível assegurar o acesso a informações transparentessobre custos e condições contratuais;

– aumento da segurança jurídica dos contratos, permitindo queos bancos minimizem as perdas associadas à inadimplência.Um sistema judiciário ineficiente inibe a oferta de crédito,induzindo os bancos a maior rigor na seleção dos clientes epressionando o prêmio de risco exigido do conjunto detomadores;

– atuação sobre a cunha fiscal, os compulsórios e a regulaçãobancária, iniciativas que ficam limitadas pelas restrições decaráter macroeconômico.

15. Qual o efeito da insegurança jurídica ou �risco legal�sobre o crédito e o spread bancário?

A insegurança jurídica em relação aos contratos de crédito, aocolocar em risco o recebimento dos valores pactuados ou prolongarexcessivamente sua cobrança judicial, retrai a oferta de crédito eaumenta o spread por dois canais: por um lado, pressiona os custosadministrativos das instituições financeiras, em especial as áreasjurídica e de avaliação de risco de crédito; por outro lado, reduz acerteza de recebimento da instituição financeira, mesmo numasituação de contratação de garantias, pressionando o prêmio de risco,ou seja, a taxa adicional para cobertura de não-pagamentos embutidano spread.

Nos últimos anos, diversas iniciativas foram aprovadas pelogoverno e no âmbito do Legislativo para reduzir o risco de

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Perguntas Mais Freqüentes

inadimplência e os custos associados à morosidade da cobrançajudicial. Entre estas iniciativas, destacam-se:

– Aprovação do crédito consignado em folha de pagamento;– Aprovação da nova Lei de Falências e de alterações no Código

Tributário Nacional;– Criação da Cédula de Crédito Bancário;– Ampliação da alienação fiduciária em garantia;– Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito;– Reforma do Judiciário.

16. O que é crédito consignado em folha de pagamento?Qual a sua evolução recente?

Visando ampliar o leque de oferta de crédito ao trabalhador ereduzir o spread , a Lei 10.820/2003 autorizou o desconto em folhade pagamento de parcelas referentes a empréstimos e financiamentosconcedidos por instituições financeiras. A grande vantagem destamodalidade de crédito é o menor risco de inadimplência, tendo emvista que a liquidação do crédito é efetuada diretamente na folha depagamento do trabalhador. Conseqüentemente, a taxa de juros destamodalidade contratual tende a ser inferior à taxa cobrada nasmodalidades com maior risco de crédito (Gráfico 9).

Gráfico 9 � Taxa de Juros-Crédito Consignado vs. Crédito Pessoal (% a.a.)

Fonte: Banco Central do Brasil

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Perguntas Mais Freqüentes

Em função da menor taxa de juros, que o torna bastante atrativoem relação às demais modalidades, o crédito consignado em folhavem apresentando taxas de crescimento bem superiores à média deexpansão do crédito (Gráfico 10).

Gráfico 10 � Evolução das Operações de Crédito Consignado vs. CréditoLivre (jan 2004 = 100)

Fonte: Banco Central do Brasil

17. O que é a Cédula de Crédito Bancário?

Para minimizar os custos da inadimplência, reduzindo portantoos prêmios de risco implícitos nos spreads, o governo instituiu a Cédulade Crédito Bancário (CCB), um instrumento de crédito de trâmitejudicial simplificado. O principal objetivo do novo instrumento é darmaior rapidez aos processos de cobrança levados ao Judiciário. ACCB é um título de crédito emitido, por uma pessoa física ou jurídicaem favor de instituição financeira ou equiparada, representandopromessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação decrédito, de qualquer modalidade. A CCB é título executivo extrajudiciale representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível e podem seremitidas com ou sem garantia, real ou fidejussória (caução pessoal;fiança), cedularmente constituída.

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Perguntas Mais Freqüentes

18. O que é a alienação fiduciária em garantia e qual oseu objetivo?

A alienação fiduciária é uma forma bastante eficaz de constituirgarantia nas operações de crédito, pois, na prática, significa atransferência da propriedade de um bem ao credor fiduciário. No casode não-pagamento, basta ao credor vender o bem para cobrir a dívida.

A possibilidade de alienação fiduciária estava restrita, até 1997,aos bens móveis, principalmente veículos. Em 1997, a alienaçãofiduciária passou a abranger também bens imóveis e, em 2001, foiampliada para incluir outros bens e direitos, como títulos e demaiscréditos.

19. O que é microcrédito?

O microcrédito, desenvolvido a partir de experiências em paísesde baixa renda da Ásia, refere-se a operações de crédito parapequenos empreendimentos, em geral de baixo valor unitário. Omicrocrédito é operacionalizado por meio de um processo bastantediferente das operações tradicionais, sendo baseadofundamentalmente em garantias solidárias entre os diversos tomadoresdos recursos.

O microcrédito foi oficializada no país em 1973 e, desde 1992,o Banco Central tem se envolvido com estudos e iniciativas nesteâmbito. Em 2003, medidas adicionais para aumento do crédito àpopulação de baixa renda foram tomadas pela Presidência daRepública. Maiores detalhes podem ser obtidos nos textos“Democratização do Crédito no Brasil” e “Introdução aoMicrocrédito”, em http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/democrat.pdf e http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/microcredito.pdf, respectivamente.

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Perguntas Mais Freqüentes

20. Qual o efeito da nova Lei de Falências e dasalterações no Código Tributário Nacional sobre omercado de crédito?

A Lei de Falências e as alterações no Código Tributário Nacional,aprovadas pelo Congresso Nacional no final de 2004, modernizarama legislação brasileira sobre recuperação de empresas emdificuldades. A principal mudança, no que se refere ao mercado decrédito, diz respeito à criação de um ambiente institucional maisfavorável aos contratos, devido à redefinição da ordem de prioridadesna falência. Ao contrário do que ocorria, os créditos com garantiareal passam a ser respeitados na eventual liquidação de empresas,com a alteração da ordem de preferência dos credores. Além disso,foi eliminado o mecanismo de sucessão tributária, regra segundo aqual o comprador de bens da massa falida ou de empresa emdificuldades se responsabilizava pelas dívidas fiscais e tributáriasreclamadas.

Assim, a principal conseqüência da nova Lei de Falências e daalteração no Código Tributário Nacional é a abertura da possibilidadede reestruturação às empresas economicamente viáveis que passampor dificuldades momentâneas, mantendo os empregos, os pagamentosaos credores e o pagamento de impostos. Em caso de falência, o fimda sucessão tributária possibilita a venda dos ativos sem que osmesmos tenham sofrido forte depreciação, permitindo umarecuperação mais fácil das empresas em dificuldade. Para maioresinformações, acesse http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/focus/B20031020-Nova%20Lei%20de%20Falências.pdf, http://www4.bcb.gov.br/?SPREAD5ANO, bem como http://www.bcb.gov.br/ftp/rel_economia_bancaria_credito.pdf.

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Perguntas Mais Freqüentes

21. Quais as medidas implantadas para aumentar aconcorrência e a transparência no mercado decrédito?

Desde 1999, o Banco Central vem disponibilizando, na internet,informações sobre as taxas de juros e os encargos cobrados pelasinstituições financeiras nas suas operações de crédito, processoque tem sido continuamente melhorado e ampliado. Para obterinformações sobre as taxas de juros praticadas pelos bancos, acessehttp://www.bcb.gov.br/?TXCRED.

Em adição, várias ações foram desenvolvidas, entre as quais:– Portabilidade de informações cadastrais, isto é, as instituições

ficam obrigadas a disponibilizar aos clientes, quando solicitadas,informações individuais de movimentação financeira nos doisúltimos anos;

– Maior transparência nas informações sobre taxas de juros nosempréstimos de cheque especial;

– Incentivo à “bancarização” da população de baixa renda, comisenção de tarifas e outros benefícios;

– Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito;– Exigência de maior transparência nos balanços contábeis das

instituições financeiras;– Ampliação e aperfeiçoamento das informações reunidas e

disseminadas pelo Sistema de Informações de Crédito do BancoCentral.

22. O que é o Sistema de Informações de Crédito?

As instituições financeiras precisam de informações sobre osclientes que procuram crédito, para avaliar sua capacidade edisposição de pagar. Tal avaliação pode ser efetuada por meio daconsulta do histórico do cliente em suas operações de crédito e pelaanálise de sua capacidade de pagamento.

Para a análise de risco de crédito, são muito úteis as centraisde informação de crédito, bancos de dados privados ou públicos que

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Perguntas Mais Freqüentes

reúnem informações diversas que caracterizam o risco de o candidatoao crédito inadimplir em novas operações. As principais centraisbrasileiras são o cadastro de cheques sem fundos (administrado peloBanco Central), o Serviço de Proteção ao Crédito (usualmenteadministrado por associações comerciais em diferentes municípios),a Serasa, a SCI-Equifax e o Sistema de Informações de Crédito(SCR), também gerenciado pelo Banco Central.

O Sistema de Informações de Crédito é a mais abrangentecentral de informações de crédito no mercado bancário, pois reúneinformações da totalidade das instituições financeiras. Seus propósitossão algo distintos das centrais de informações tradicionais, pois seu objetivoé contribuir para que a supervisão bancária antecipe e previna crises nosistema financeiro oriundas de problemas nas carteiras de crédito dasinstituições financeiras.

Parte das informações do Sistema é de uso privativo de algumasunidades da área de supervisão bancária do Banco Central, como por exemploos dados do sistema classificatório do risco das operações de crédito. Outrasinformações estão disponíveis para todas as instituições financeiras.Informações adicionais podem ser encontradas em http://www.bcb.gov.br/?SCR.

23. Onde posso ler mais sobre juros e spread?

Os relatórios anuais do Banco Central de avaliação do projeto“Juros e Spread Bancário no Brasil”, disponíveis em http://www.bcb.gov.br/?SPREAD, formam o mais completo painel sobreo assunto. Desde 2002, essa publicação passou a constituir o“Relatório de Economia Bancária e Crédito”.

A página do Banco Central na internet dispõe ainda de diversas“Notas Técnicas” e “Trabalhos para Discussão” sobre crédito espread bancário. Os caminhos para chegar a elas estão apresentadosa seguir.

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Perguntas Mais Freqüentes

Notas Técnicas

35 – Sistema Judicial e Mercado de Crédito no BrasilPedro Fachada , Luiz Fernando Figueiredo e Eduardo Lundberg(março/2003)em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2003nt35sistemajudicialmercadocredbrasilp.pdf.

21 – Resenha sobre o Spread BancárioFani Léa Cymrot Bader e Victorio Yi Tson Chu (maio/2002)em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt21spreadbancariop.pdf.20 – Derivativos de Crédito – Uma IntroduçãoFani Léa Cymrot Bader (abril/2002)em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt20derivativosdecreditop.pdf.

19 – Os Determinantes do Spread Bancário no BrasilSérgio Mikio Koyama e Márcio I. Nakane (abril/2002)em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt19composicaodospread2p.pdf.

18 – O Spread Bancário Segundo Fatores de Persistência e Conjuntura

Sérgio Mikio Koyama e Márcio I. Nakane (abril/2002)em http://www.bcb.gov.br/pec/notastecnicas/port/2002nt18fatoresestruturaiseconjunturaisp.pdf.

Trabalhos para Discussão

81 – Bank Competition, Agency Costs and the Performance of the Monetary Policy

Leonardo Soriano de Alencar e Márcio I. Nakane (janeiro/2004)

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Perguntas Mais Freqüentes

em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps81.pdf.

62 – Taxa de Juros e Concentração Bancária no BrasilEduardo Kiyoshi Tonooka e Sérgio Mikio Koyama (fevereiro/2003)em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps62.pdf.

46 – The Determinants of Bank Interest Spread in BrazilTarsila Segalla Afanasieff, Priscilla Maria Villa Lhacer e MárcioI. Nakane (Agosto/2002)em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps46.pdf.

12 – A Test of Competition in Brazilian BankingMárcio I. Nakane (Março/2001)em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps12.pdf.

24. Onde posso obter dados atualizados?

Mensalmente, o Banco Central divulga a “Nota para a Imprensade Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”,com dados atualizados sobre o volume de crédito, novas concessões,taxas de juros, spread, prazo médio e inadimplência bancária, entreoutros. Acesse a referida Nota em http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM.

Para encontrar as séries de dados e atualizar todos os gráficose tabelas aqui expostos, pode-se recorrer às séries temporaisdisponíveis na página do Banco Central na internet, em http://www.bcb.gov.br/?SERIESTEMP, seleção por assunto =>Indicadores de crédito.

O Banco Central também disponibiliza planilhas em Excel comos principais indicadores econômicos em http://www.bcb.gov.br/?INDECO. Os indicadores de crédito encontram-se no Capítulo III– Mercado Financeiro e de Capitais.

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Perguntas Mais Freqüentes

Série “Perguntas Mais Freqüentes”Banco Central do Brasil

1. Juros e Spread Bancário2. Índices de Preços3. Copom4. Indicadores Fiscais5. Preços Administrados6. Gestão da Dívida Mobiliária e

Operações de Mercado Aberto7. Sistema de Pagamentos Brasileiro8. Contas Externas9. Risco-País

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Criação e editoração:Secretaria de Relações InstitucionaisBrasíl ia-DF

EquipeAndré Barbosa Coutinho MarquesCarolina Freitas Pereira MayrinkCésar Viana Antunes de OliveiraLuciana Valle Rosa RoppaMarcio Magalhães JanotMaria Cláudia GutierrezMaurício Gaiarsa Simões

Diretor de Política EconômicaAfonso Sant´Anna Bevilaqua

CoordenaçãoRenato Jansson Rosek

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