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Normatização Contábil Baseada em Princípios, Regras ou Objetivos? Luiz Felipe de A. Pontes Girão Universidade Federal da Paraíba Palestra baseada no artigo PAULO, E.; CARVALHO, L.N.; GIRÃO, L. F. A. P. . Algumas questões sobre a normatização contábil baseada em princípios, regras e objetivos. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, v. 2, p. 24-39, 2014.

Normatização contábil baseada em princípios, regras ou objetivos

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Normatização Contábil Baseada em

Princípios, Regras ou Objetivos?

Luiz Felipe de A. Pontes GirãoUniversidade Federal da Paraíba

Palestra baseada no artigo PAULO, E.; CARVALHO, L.N.; GIRÃO, L. F. A. P. . Algumas questões sobre a normatização contábil

baseada em princípios, regras e objetivos. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, v. 2, p. 24-39, 2014.

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Princípios!Regras!

Objetivos?

Fonte da imagem: autor desconhecido (recebida por email)

A contabilidade é um modelo que tenta representar a realidade, limitado (dentre outros fatores) pelas normas

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Definições (NELSON, 2003; JREIGE, 1998)

• Normas baseadas em regras incluem critérios

específicos, os limiares das “bright lines” (BL), como

restrições de escopo, exceções, orientações de

implementação etc.

• Normas baseadas em princípios referem-se aos

entendimentos fundamentais que informam as

transações e eventos econômicos.

– O princípio domina a regra (ou deveria...).

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Exemplo de BL no FASB - Leasing financeiro: prazo maior ou igual a 75% da vida útil do bem

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Normas baseadas em regras e princípios

• Princípios: tem como objetivo determinar não como

fazer, mas sim como decidir o que precisa ser feito e

exigem conhecimento do contador para exercer seu

julgamento.

• Regras: Pejorativamente chamado de “the cookbook

approach”, tem o objetivo de dizer o que fazer e

exigem do contador experiência na pesquisa da

literatura oficial.

4

(ALEXANDER; JERMAKOWICZ, 2006; COLLINS; PASEWARK; RILEY, 2012)

Pode levar a diversas interpretações para um mesmo caso

Pode levar ao “gerenciamento” da regra

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PORQUE AS REGRAS NÃO SÃO A RESPOSTA?(SHIELDS, 2006)

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3. Os defensores das regras dizem que ela é pouco

complexa e os que são contrários dizem que ela causa

complexidade e um atraso nas mudanças.

Os EUA criam uma regra para sanar algum problema

e a busca pela “solução” só ocorre após o problema

ter ocorrido, quando poderia ter sido antecipada por

um princípio (estrutura conceitual bem definida).

2. As regras são autoritárias e obrigatórias, porém

elas não previnem as práticas desonestas (e.g.

manipulação de BL).

A autoridade e o enforcement (responsável) são

qualidades dos reguladores, não das normas. Os

reguladores devem ter a capacidade de entender e

questionar os julgamentos.

1. Os defensores dizem que as regras são o que os

preparadores, auditores e reguladores querem, pois

fornecem um guia detalhado, claro e respostas

precisas às questões.

Contudo, esses fatores citados reduzem ou eliminam

o exercício do julgamento profissional levando à

desqualificação da profissão e redução do value

relevance.

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Qual seria o “ideal”?

Não é possível haver uma norma contábil puramente baseada em Princípios, e as

Regras já tem se mostrado não muito efetivas...

(BENNETT; PRANGNELL, 2006)

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Normatização baseada em Objetivos• Uma norma baseada em objetivos deve conter os

seguintes elementos (lembra alguma coisa?):

– Breve resumo da norma;

– A norma inclui:

1. Objetivos;

2. Essência (ou corpo) da norma;

3. Data efetiva e transição;

4. Bases para conclusão; e

5. Guia de implementação (temos em algumas normas, e.g. os R2 e R3, principalmente).

(SEC, 2003)

IFRS

CPC

Isso implica em mudança drástica no processo educacional e nos profissionais contábeis e de áreas correlatas.

Em 2007 a SEC permite que as empresas estrangeiras publiquem em IFRS.7

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Normatização baseada em Objetivos• Características do Sistema Baseado em Objetivos:

1. Busca por (e tradeoff) relevância, confiabilidade, objetividade/verificabilidade e comparabilidade (mutuamente exclusivas?);

2. Visão (ou abordagem) do Ativo/Passivo (IASB /FASB x APB opinions) (foco no BP);

3. Teoria do Escopo Ótimo (elimina as exceções e a complexidade, que geram regras);

4. Guia de implantação para os usuários (cuidado para não criar mais regras); e

(SEC, 2003)

Definir o escopo apropriado é um dos maiores desafios (SEC, 2003)

Ex.: SFAS 133 (derivativos) tem 9 exceções(princípios mal definidos) que geraram mais 2normas e 15 interpretaçõesConsequências mudanças comportamentais: (a) mais julgamento

profissional e (b) disclosure mais transparente

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Objetividade versus Relevância• Dois amigos estavam realizando uma volta ao mundo em um balão

quando se perderam e decidiram aterrissar para perguntar a alguém sobresua localização (SANTOS, 1998, p.1).

• Os dois foram informados por um morador local que eles estavam: (a) auma hora de caminhada da granja do Sr. Silva, criador de gado da região,para quem trabalhava; (b) muito próximos da floresta de mata virgemconhecida na região como Matinho, que pode, inclusive, ser avistada doponto de onde conversavam; e (c) nas terras do Sr. Soares, cuja filha casoucom o sobrinho do Sr. Silva.

• Um dos amigos questionou o outro: por que tínhamos que encontrar logoum contador?!

• O outro amigo questionou: como você sabe que ele é contador?!

• Simples, respondeu: ele nos deu uma informação absolutamente precisa,detalhada e inquestionável, mas também sem relevância.

Muita Objetividade/Verificabilidade Pouca Relevância

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Ou seria órgão normativo ou regulador?

No final veremos um vídeo sobre isso...

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Objetividade versus Relevância• É relevante conhecer o Goodwill gerado

internamente? Essa informação éobjetiva/verificável?

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Relevância: regras ou princípios?• Algumas pesquisas evidenciam que as informações

contábeis elaboradas em IFRS são mais relevantes doque aquelas em USGAAP.

Escaffre e Sefsaf (2011) analisaram o value relevance de empresasfinanceiras (2005-2007) da França, Espanha, UK (ambas em IFRS) edos EUA (USGAAP). Os números contábeis das empresaseuropeias foram mais value relevants (eles não compararam antescom depois).

Chao e Horng (2013) evidenciaram, entre outras característicasqualitativas da informação contábil, que as IFRS (com empresas domundo todo, entre 2004 e 2010) geram números mais valuerelevants do que os GAAPs locais.

O aumento da relevância pode ser justificado pela utilização do julgamento, pois os insidersconhecem melhor a capacidade de geração de fluxos de caixa da empresa (ALEXANDER;

JERMAKOWICZ, 2006) 11

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Consistência(s)• Consistências:

a) Consistência interna das normas (regras que não levem adiversas interpretações); e

b) Consistência na aplicação das normas (empresa etempo).

• Tradeoff entre consistência e relevância:

(WUSTEMANN; WUSTEMANN, 2005)

Se o regulador quiser comparabilidade, enforcement e objetividade, terá que perder relevância, pelo aumento da consistência interna

(que limita o julgamento dos gestores)

Vale à pena?!12

A “reforma” das normas busca a eliminação das inconsistências

Não parece ser o caso do VJ nos Shoppings

Parece ser o caso do VJ nos Shoppings

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Consistência(s)• As IFRS nunca serão aplicadas de forma consistente:

nenhuma das duas (a ou b)(W;W, 2005).

• “Normas baseadas em regras melhoram acomparabilidade” e “baseadas em princípiosmelhoram a relevância”.

Será? E a questão da manipulação dos contratos/eventos de acordo com as bright-lines? 75%, 90%... (pseudo-

comparabilidade)

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Implicações dos Princípios no Brasil• Houve diminuição dos accruals discricionários

(Modelo KS) após a adoção completa;

• Aumento no conservadorismo (Modelos de Basu eBS);

• Aumento na tempestividade e relevância (modelo deEaston); e

• Redução no custo do capital próprio que pode tersido em decorrência do aumento da qualidade dainformação contábil (no período de 2000 a 2012).

SILVA (2013)

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Outros desafios• O IASB deve ter cuidado ao incluir “regras” e “guias”

nas IFRS (“as IFRS serão os USGAAP daqui a 40 anos”,“as IFRS ainda não são regras porque não tiveramtempo para isso”).

• Estrutura conceitual bem definida ou maior númerode normas e regras? Desafio para a educação.

• Convergência mundial: competição entre os órgãos ea qualidade da informação (NELSON, 2003).

• Devemos quebrar a barreira do “inglês”, para poderter acesso à norma completa (como as bases paraconclusão).

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Outros desafios• O que fazer com o legado de exceções à regra?

(principalmente nos setores específicos: isentá-laspara uso de normas específicas?) (SEC, 2003).

• Órgãos reguladores que ainda não “aceitaram” todasas normas: limita ainda mais a comparabilidade.

• Simplificar sem “regrar” demais:

– “Uma norma deveria ter a capacidade de ser explicada em um minuto (...) porém existem normas que desafiam qualquer explicação simples” (SHIELDS, 2006)

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O debate continua...• Quem é melhor? Os eventos anteriores a SOX estão a

favor dos princípios... a normatização baseada emobjetivos contribui com o debate.

• A completa comparabilidade não é possível (ênfasedeve ser dada aos julgamentos).

• Qualquer resposta para a pergunta de cima requermudança na profissão (riscos, custos, coragem parajulgar, importância da pós-graduação...).

• Enforcement responsável: diversidade dejulgamentos (e.g. tipo de orientação do auditor).

• Muitos detalhes dificultam a convergência: leis,culturas etc impedirão isso.

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O debate continua...• Entendimento da norma, racionalidade dos usuários

da informação, volume das notas explicativas eassimetria informacional. Será que os usuáriosexternos estão preparados (desconfio que nem ospreparadores estejam)?

• Vídeo: o efeito da quantidade deinformações regradas para os usuários dainformação.

VOCÊS ESTÃO PREPARADOS PARA ISSO?

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Como entrar no mestrado?• O processo seletivo (normalmente):

– Ocorre no final do ano (quem não for bacharel é exigida uma declaração de provável concluinte até a matrícula).

– Etapas: Teste ANPAD, teste interno (contabilidade e métodos quantitativos), prova oral e currículo.

• O que é exigido em cada uma dessas etapas?

• O que a banca espera de você na prova oral e análise doseu projeto?

• Dicas finais:– Leia artigos científicos;

– Faça um projeto bem estruturado;

– Tenha uma boa leitura em inglês (como?); e

– Confie em você e boa sorte! (essa é talvez a mais importante).

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Aqui estou falandocomo aluno e nãocomo Professor!

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Propaganda e contato• FINANÇAS APLICADAS BRASIL:

FINANCASAPLICADASBRASIL.blogspot.com

• CONTABILIDADE & MÉTODOS QUANTITATIVOS:

CONTABILIDADEMQ.blogspot.com

• Email:

[email protected]

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REFERÊNCIAS• AGOGLIA, C. P.; DOUPNIK, T. S.; TSAKUMIS, G. T. Principles-Based versus Rules-Based Accounting

Standards: The Influence of Standard Precision and Audit Committee Strength on Financial Reporting Decisions.The Accounting Review American Accounting Association, v. 86, n. 3, p. 747–767, 2011.

• ALEXANDER, D; JERMAKOWICZ, E. A True and Fair View of The Principles Rules Debate. Abacus, vol.42, n.2, p.132-164, 2006.

• CARMONA, S.; TROMBETTA, M. On the global acceptance of IAS/IFRS accounting standards: The logic andimplications of the principles-based system. Journal Accountancy Public Policy, n. 27, p. 455–461, 2008.

• CHAO, C.L.; HORNG, S.N. Does the SEC's Waiver of IFRS to U.S. GAAP Reconciliation Improve the Qualityof Financial Reporting?, Accounring and Finance Research, v.2,n.3, 2013.

• COLLINS, D. L.; PASEWARK, W. R.; RILEY, M. E. Financial Reporting Outcomes under Rules-Based andPrinciples-Based Accounting Standards. Accounting Horizons , v. 26, n. 4, p. 681–705, 2012.

• DANTAS, J. A.; RODRIGUES, F.F.; NIYAMA, J. K.; MENDES, P. C. M. Normatização contábil baseada emprincípios ou em regras? Benefícios, custos, oportunidades e riscos. Revista de Contabilidade e Organizações– FEA-RP/USP, v. 4, n. 9, p. 3-29, 2010.

• ESCAFRE, L.; SEFSAF, R. THE VALUE RELEVANCE OF ACCOUNTING NUMBERS: THE CASE OFFINANCIAL INSTITUTIONS, Bankers, Markets and Investors, 2012.

• HOUQE, M. N. et al. The effect of IFRS adoption and investor protection on earnings quality around the world.The International Journal of Accounting. 47, 333-355, 2012. DOI: 10.1016/j.intacc.2012.07.003.

• JREIGE, E. F. True and Fair View: um entrave ou um impulso para a Contabilidade? Caderno de EstudosFIPECAFI, vol. 10, n.17, p.35-46, jan/abr, 1998.

• NELSON, M. W. Behavioral Evidence on the Effects of Principles- and Rules-Based Standards. AccountingHorizons, vol. 17, n.1, p.91-104, 2003.

• NELSON, M.W.; ELLIOTT, J.; TARPLEY, R. L. Evidence from Auditors about Manager’s and Auditor’s EarningsManagement Decisions. The Accounting Review, v.77, p.175-202, Suplement, 2002.

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REFERÊNCIAS• PAULO, E. et al. THE IMPACT OF THE ADOPTION OF INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING

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