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;;; O Que a crise Econômica e Financeira tem haver com a “bolha imobiliária”? Antes de falarmos de crise econômica e financeira mundial, vamos entender o que é bolha imobiliária. Todos os setores da economia são regulados pela Lei da Oferta e da Procura (demanda), que busca o equilíbrio entre a procura e oferta de um determinado produto ou serviço. A procura por sua vez, é influenciada pela preferência do consumidor final, preço, qualidade e facilidade da compra. Oferta: Quantidade de produto disponível em mercado. Procura: É o interesse pelo produto existente. Bolha Imobiliária: O mercado imobiliário, também é regulado pela Lei da Oferta e da Procura. Em momentos de crescimento econômico e facilidade de financiamento através de programas governamentais, (como por exemplo, minha casa minha vida) é normal que a procura seja maior que a oferta de imóveis e conseqüentemente os preços subam. Com a subida rápida dos preços, pessoas passam a considerar a compra de imóveis um bom investimento, tanto para revenda quanto para aluguel. Com isso, boa parte dos novos empreendimentos não é comprada para moradia, mas para investimento. Estejam atentos, porque com o aumento dos índices de investidores, apresenta uma falsa sensação de falta de imóveis à venda no mercado, elevando os preços. A situação no Brasil apresenta até certo ponto diferente, pois há um déficit habitacional histórico, especialmente nas grandes cidades, dados, porém acaba mascarando a real situação. Os passos rumo a BOLHA IMOBILIÁRIA: 1) Aumenta a procura por imóveis, conseqüentemente o preço sobe. 2) Aumenta o número de investidores, que compram imóveis para alugar ou ganhar dinheiro. 3). O preço eleva acima da capacidade, afastando possíveis compradores, onde passam a considerar a hipótese de alugar imóveis; 4). Os preços dos alugues sobem, pois a demanda por imóveis do tipo aumenta; 5). O preço dos imóveis começa a baixar como um todo, devido a diminuição da procura. 6). Há uma baixa mais expressiva nos preços dos imóveis, pois os investidores começam a tentar vender os mesmos com urgência. Não estamos imunes a tão falada crise financeira e econômica, especialmente por fazermos parte de uma economia globalizada. Qual a origem e a repercussão deste “monstro” que assusta e faz balançar grandes potências?

O Que é Uma Bolha Imobiliária? Por Josi Gomes Barros - CAB Consultores

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O Que a crise Econômica e Financeira tem haver com a “bolha imobiliária”?

Antes de falarmos de crise econômica e financeira mundial, vamos entender o que é

bolha imobiliária.

Todos os setores da economia são regulados pela Lei da Oferta e da Procura (demanda), que busca o equilíbrio entre a procura e oferta de um determinado produto ou serviço.

A procura por sua vez, é influenciada pela preferência do consumidor final, preço, qualidade e facilidade da compra.

• Oferta: Quantidade de produto disponível em mercado. • Procura: É o interesse pelo produto existente.

Bolha Imobiliária:

O mercado imobiliário, também é regulado pela Lei da Oferta e da Procura.

Em momentos de crescimento econômico e facilidade de financiamento através de programas governamentais, (como por exemplo, minha casa minha vida) é normal que a procura seja maior que a oferta de imóveis e conseqüentemente os preços subam.

Com a subida rápida dos preços, pessoas passam a considerar a compra de imóveis um bom investimento, tanto para revenda quanto para aluguel. Com isso, boa parte dos novos empreendimentos não é comprada para moradia, mas para investimento.

Estejam atentos, porque com o aumento dos índices de investidores, apresenta uma falsa sensação de falta de imóveis à venda no mercado, elevando os preços. A situação no Brasil apresenta até certo ponto diferente, pois há um déficit habitacional histórico, especialmente nas grandes cidades, dados, porém acaba mascarando a real situação.

Os passos rumo a BOLHA IMOBILIÁRIA:

1) Aumenta a procura por imóveis, conseqüentemente o preço sobe.

2) Aumenta o número de investidores, que compram imóveis para alugar ou ganhar dinheiro.

3). O preço eleva acima da capacidade, afastando possíveis compradores, onde passam a considerar a hipótese de alugar imóveis;

4). Os preços dos alugues sobem, pois a demanda por imóveis do tipo aumenta;

5). O preço dos imóveis começa a baixar como um todo, devido a diminuição da procura.

6). Há uma baixa mais expressiva nos preços dos imóveis, pois os investidores começam a tentar vender os mesmos com urgência.

Não estamos imunes a tão falada crise financeira e econômica, especialmente por fazermos parte de uma economia globalizada.

Qual a origem e a repercussão deste “monstro” que assusta e faz balançar grandes potências?

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Alguns fatos marcantes deixaram claro que ela ( a crise) estava presente, a quebra do tradicional banco Lehman Brothers, fundado em 1850 e outras grandes instituições financeiras no ano de 2008.

As bolhas começam, como falamos acima, quando as pessoas passam a comprar casas na expectativa de que sua valorização permitirá a elas refinanciar suas hipotecas, com lucros. Isso foi o que aconteceu nessa última crise.

No entanto a crise pode ter dado ínicio um pouco antes, em 2001 com o furo da “ bolha da internet”.

Funciona assim, para proteger os investidores, Alan Geenspam, presidente da Reserva Federal Americana( FED), decidiu orientar os investidores para o setor imobiliário.

Para tanto, fora adotada uma política de taxas de juros muito baixas e de redução das despesas financeiras, um verdadeiro assédio a investimentos imobiliários principalemnte através da Fannie Mae e da Freddie Mac, onde já apresentava um grande crescimento desde que diferentes governos e políticos dos Estados Unidos as usaram para financiar casas aos mais pobres.

Foi assim criado o sistema das hipotecas subprimes, que quer dizer, empréstimos hipotecários de alto risco e de taxa variável concedidos às famílias "frágeis", ou seja, para os clientes apelidados de "ninja" (um acrônimo para "sem renda, sem emprego e sem patrimônio"). Concedidos a famílias que os bancos sabiam de antemão não ter renda familiar suficiente para poder arcar com suas prestações.

Em 2005 a Reserva Federal, aumentou a taxa de juros para tentar reduzir a inflação, os preços dos imóveis caíram, tornando impossível seu refinanciamento para os clienbte ninjas, que se tornaram inadimplentes.

Os Estados Unidos apresentava um índice elavadissimo de consumo, seus mercados financeiros “empurravam” os consumidores a tomar empréstimos, e levando – os ao endevidamento. As autoridades financeiras colaboravam e incentivavam esse processo.

A partir de julho de 2007, essa crise do crédito hipotecário provocou uma crise de confiança geral no sistema financeiro e falta de dinheiro disponível para saque imediato pelos correntistas do banco.

Resumindo, aumento da procura a partir do crédito fácil e sem restrições resulta em consumo inconsciente e redução da poupança que é igual a endividamento e conseqüente inadimplência, capaz de quebrar qualquer instituição financeira por mais tradicional e sólida que seja.

Eis que surge o governo, subisidiando e favorecendo o aumento deste “consumo”, por fim ele reaparece com injeções de capitais trilhionários na tentativa de salvaguardar tais instituições e dar continuidade ao circulo vicioso.

Foi assim nos Estados Unidos e alguns paises europeus e países da UE também despenderam várias centenas de bilhões de euros na tentativa de salvar seus próprios bancos.

Por exemplo:

Em abril de 2009, o G-20, reunido em Londres, anunciou a injeção de US$ 1 trilhão na economia mundial de maneira a combater a crise financeira global.

No Brasil, o efeito mais imediato foi à baixa das cotações das ações em bolsas de valores, provocada pela venda maciça de ações de especuladores estrangeiros.

George Soros, em seu livro The New Paradigm for Financial Markets (2008), diz que "estamos em meio a uma crise financeira não vista desde a crise de 1929"[25] e declara que essa crise poderia, em tese, ter sido evitada:

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“Desgraçadamente temos a idéia de fundamentalismo de livre mercado, que hoje é a ideologia dominante, e que pressupõe que os mercados se corrigem; e isso é falso porque geralmente é a intervenção das autoridades que salvam os mercados quando eles se atrapalham. Desde 1980 tivemos cinco ou seis crises: a crise bancária internacional de 1982, a falência do banco Continental Illinois em 1984 e a falência do Long-Term Capital Management, em 1998, para citar três. A cada vez, são as autoridades que salvam os mercados, ou organizam empresas para fazê-lo. As autoridades têm precedentes nos quais se basear. Mas, de alguma maneira, essa idéia de que os mercados tendem ao equilíbrio e que seus desvios são aleatórios ganhou aceitação geral e todos estes instrumentos sofisticados de investimentos foram baseados nela.”

O professor e economista americano Walter Williams, em entrevista ao programa de televisão Milênio, do canal Globo News, fez a seguinte análise:

“Mas isto (a crise) foi causado pelo governo, pela Fannie Mae, Freddie Mac e outros, e pelas regulamentações do governo americano, que obrigam os bancos a concederem empréstimos a quem eles não concederiam de outra maneira. Foi a chamada Lei de Reinvestimento Comunitário que possibilitou aos pobres comprarem casa própria. Obrigaram os bancos a fazer empréstimos. [...] Eles disseram aos bancos: "Se quiser abrir outra agência, tem que nos mostrar que concedeu empréstimos a pobres, negros ou minorias." E fizeram chantagem com os bancos. [...] Foi causada (a crise) pelo governo.”

O presidente Lula, falando na abertura da reunião do G20 financeiro, que se realizou em novembro de 2008, em São Paulo, para debater alternativas para a crise internacional, ecoando George Soros, também criticou a crença dogmática na auto-regulação dos mercados:

“Ela (a crise) é conseqüência da crença cega na capacidade de auto-regulação dos mercados e, em grande medida, na falta de controle sobre as atividades de agentes financeiros. Por muitos anos, especuladores tiveram lucros excessivos, investindo o dinheiro que não tinham em negócios mirabolantes. Todos estão pagando por essa aventura. Esse sistema ruiu como um castelo de cartas e com ele veio abaixo a fé dogmática no princípio da não intervenção do Estado na economia. Muitos dos que antes abominavam um maior papel do Estado na economia passaram a pedir desesperadamente sua ajuda.”

Por fim, sugiro que as empresas não percam o foco da sua atividade principal, continuem produzindo, gerando renda, empregos e lucros, porém é importante entender, que o desejo á lucros ávidos a patamares acima do esperado não passa de “contos de fadas”, já o governo, deverá procurar neste “modelo”, desempenhar seu papel de forma mais igualitária possível, protegendo sempre os menos favorecidos.

E os consumidores, mas uma vez, reforço a importância de desenvolver e fortalecer a consciência de um consumo responsável.

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Dados da crise em gráfico:

A taxa de desemprego na Europa:

A Espanha lidera seguida da Grécia e Portugal, segundo dados da Eurostat.

Impacto da crise da Zona do Euro na economia mundial, em % PIB

Fonte: WEO (FMI) de abril de 2012 ( Elaboração: Ministério da Fazenda)

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Referências/ Páginas visitadas:

1. http://www.senado.gov.br/comissoes/cae/ap/AP20120522_Guido_Mantega.pdf 2. http://oglobo.globo.com/infograficos/crise-europa/ 3. "Economia mundial em crise – Onde estamos agora?" por Mick Brooks", 25.01.2008 Estadão. Brasil recebeu grau de investimento pela capacidade em superar a crise, diz Mantega. Página visitada em 23/09/2009. 1. Juros sobre dívida brasileira são os maiores entre o G20. Portal Terra. Página visitada em 3 de

agosto de 2011. 2. ↑ Obama precisa de acordo com o Congresso para evitar moratória. Estadão. Página visitada

em 5 de agosto de 2011. 3. ↑ Bolsas afundam. Jornal Correio do Brasil. Página visitada em 5 de agosto de 2011.