26
11/05/2015 1 Sistema Financeiro Internacional e a Política Monetária Unidade 3 Prof a . Gisele F. Tiryaki ECO 174 Economia Monetária FCE/UFBA Sumário Intervenções no Mercado de Câmbio Relação com a Oferta de Moeda Relação com a Taxa de Câmbio Balanço de Pagamentos Regimes de Taxas de Câmbio e o Sistema Financeiro Internacional

Unidade 3 parte 3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

1

Sistema Financeiro Internacional e a Política

Monetária

Unidade 3

Profa. Gisele F. Tiryaki

ECO 174 – Economia Monetária

FCE/UFBA

Sumário Intervenções no Mercado de Câmbio

Relação com a Oferta de Moeda

Relação com a Taxa de Câmbio

Balanço de Pagamentos

Regimes de Taxas de Câmbio e o Sistema Financeiro Internacional

Page 2: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

2

Intervenções no Mercado de

Câmbio

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Oferta de Moeda Agentes da economia:

Banco Central

Instituições bancárias

Público não-bancário

Agentes do mercado internacional

Intervenções no mercado de câmbio: ações deliberadas do BC para influenciar a taxa de câmbio

Mais um ativo para o BC: reservas internacionais

Objetivo: influenciar o valor da moeda doméstica

Venda de ativos estrangeiros: eleva o valor do Real

Compra de ativos estrangeiros: reduz o valor do Real

Page 3: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

3

Banco Central e as Reservas

Internacionais

Ativos Passivos

• Títulos do Governo • Moeda em Circulação

• Empréstimos concedidos às

instituições financeiras

• Ativos Estrangeiros

• Moeda estrangeira

• Títulos

• Reservas:

• Moeda mantida pelas

instituições financeiras

• Depósitos de

instituições financeiras no

BC

Banco Central e as Reservas

Internacionais Exemplo: BC quer reduzir o valor do Real e compra R$ 1 bilhão

em títulos de curto prazo emitidos por governos estrangeiros das

instituição financeiras

Banco Central

Ativo Passivo

Ativos Internacionais (+) R$ 1 bilhão Reservas bancárias (+) R$ 1 bilhão

O que acontece com a base

monetária?

Daniel Suzarte
Nota
aumento da base monetária
Page 4: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

4

Banco Central e as Reservas

Internacionais Exemplo: BC quer reduzir o valor do Real e compra R$ 1 bilhão

em títulos de curto prazo emitidos por governos estrangeiros do

público não-bancário

Banco Central

Ativo Passivo

Ativos Internacionais (+) R$ 1 bilhão Moeda em circulação (+) R$ 1 bilhão

Aqui também há um aumento da

base monetária...

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Oferta de Moeda

Tipos de intervenção:

Não-esterilizada: BC permite variações na base monetária

Esterilizada: BC não permite variações na base monetária

Compra/venda de ativos estrangeiros é acompanhada de operações

de venda/compra de títulos governamentais no mercado aberto

Banco Central

Ativo Passivo

Ativos Internacionais (+) R$ 1 bilhão

Títulos do Governo (-) R$ 1 bilhão Variação da Base Monetária = 0

Page 5: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

5

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio

Minimização das flutuações nas taxas de câmbio: um dos

objetivos da política monetária

Moeda deprecia significativamente: elevação no custo com

importações, podendo levar à inflação

Moeda aprecia significativamente: bens produzidos no país

perdem competitividade

Intervenções:

Venda de ativos estrangeiros: deter depreciação da moeda local

Compra de ativos estrangeiros: deter apreciação da moeda local

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio

Breve revisão conceitual...

Taxa de câmbio nominal (ε): preço da moeda local em

termos da moeda estrangeira

ε = R$/US$ ou R$/€

Apreciação do Real: redução em ε

Depreciação do Real: elevação em ε

Page 6: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

6

Taxas de Câmbio Nominal – Brasil

(média mensal)

Fonte: BCB (2015)

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4 ja

n/95

nov/

95

set/

96

jul/

97

mai

/98

mar

/99

jan/

00

nov/

00

set/

01

jul/

02

mai

/03

mar

/04

jan/

05

nov/

05

set/

06

jul/

07

mai

/08

mar

/09

jan/

10

nov/

10

set/

11

jul/

12

mai

/13

mar

/14

jan/

15

R$/

US$

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio

Taxa de câmbio real mede o valor de uma cesta de bens e serviços

disponíveis no mercado doméstico em relação a uma mesma cesta

de bens e serviços disponíveis no outro país

Taxa de câmbio real: expressa em unidades de produtos

Onde ε = taxa de câmbio nominal, P = nível de preço doméstico e

P* = nível de preço externo

P

Pe

*

*

*

P

P

P

P

e

e

Page 7: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

7

Taxa de Câmbio Real Efetiva –

Brasil (IPCA/US$)

Fonte: BCB (2015)

0

50

100

150

200

250 ja

n/88

fev/

89

mar

/90

abr/

91

mai

/92

jun/

93

jul/

94

ago/

95

set/

96

out/

97

nov/

98

dez/

99

jan/

01

fev/

02

mar

/03

abr/

04

mai

/05

jun/

06

jul/

07

ago/

08

set/

09

out/

10

nov/

11

dez/

12

jan/

14

fev/

15

Jun

/19

94 -

100

Taxa Nominal versus Taxa Real:

Brasil

Fonte: BCB (2015)

0

50

100

150

200

250

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4

jan/

95

dez/

95

nov/

96

out/

97

set/

98

ago/

99

jul/

00

jun/

01

mai

/02

abr/

03

mar

/04

fev/

05

jan/

06

dez/

06

nov/

07

out/

08

set/

09

ago/

10

jul/

11

jun/

12

mai

/13

abr/

14

mar

/15

Índ

ice

- B

ase:

Jan

/94

R$/

US$

Taxa Nominal Taxa Real

Page 8: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

8

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio

Exemplo: assuma que 1kg de laranjas é vendido a R$ 3,00 no Brasil

e a US$ 1,50 nos EUA. A taxa nominal de câmbio está em R$

2,98/US$

= 1,49 kg de laranjas americanas/kg

de laranjas brasileiras 3

50,1*98,2e

P

Pe

* 1e

10 e

1e

Cesta de bens relativamente (+) barata no exterior

Cesta de bens relativamente (+) cara no exterior

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio Determinantes da taxa de câmbio real:

Preferências por bens domésticos ou estrangeiros

Produtividade: quanto maior a produtividade de um país, maior

a demanda por sua moeda

Barreiras ao comércio internacional: eleva a demanda por

moeda doméstica

Nível de preço doméstico e estrangeiro

Inflação: moeda doméstica é menos útil enquanto reserva de valor, o que

leva a uma depreciação da taxa de câmbio

Daniel Suzarte
Realce
Page 9: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

9

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio

Teoria da paridade do poder de compra (PPP): uma unidade

de moeda local, quando convertida, deve possibilitar a

aquisição de uma mesma cesta de bens e serviços no mercado

doméstico e no mercado externo

Lei do preço único: se P > εP*, cresce a demanda pelos

produtos do mercado internacional, elevando P* até o ponto

em que os dois preços se igualem, para uma dada taxa de

câmbio nominal

Logo, εP* = P ou e = 1

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio

Problemas:

Custos de transporte não são negligenciáveis

Mercadorias comercializáveis não são substitutos perfeitos

quando produzidos em países diferentes

Implicação: PPP é válida somente no longo prazo

Índice Big Mac:

Revista The Economist

No longo prazo, as taxas de câmbio nominal devem se

movimentar de forma que o preço doméstico e externo de uma

mesma cesta de produtos se equalizem

Cesta: Big Mac

Page 10: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

10

País Preço do Big Mac

PPP Implícita

(P/P*)

Taxa de Câmbio

Sobre(+) / Sub(-)

Valorização em relação ao US$, %

Moeda Local 1 US$ =

EUA $ 4,79 --- 1 1

Austrália A$ 5,30 1,11 1,23 -9,8% Brasil Real 13,50 2,82 2,59 8,7% Inglaterra £ 2,89 0,60 0,66 -8.8% Canadá C$ 5,70 1,19 1,23 -3,1% Mexico Peso 49,00 10,23 14,62 -30,1% China Yuan 17,20 3,59 6,21 -42,2% India Rb 116,25 24,27 61,62 -60,6% União Européia € 3,68 0,77 0,86 -11%

Dados de Janeiro, 2015

Índice Big Mac

Big Mac Index

Janeiro de 2015

Link:

http://www.economist.com/

content/big-mac-index

Page 11: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

11

Big Mac Index

Janeiro de 2015

Link:

http://www.economist.com/

content/big-mac-index

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio Taxas de câmbio no curto prazo: preço de ativos financeiros

domésticos denominados em moeda doméstica em termos do

preço de ativos financeiros estrangeiros denominados em

moeda estrangeira

Retorno do ativo doméstico: (1 + i)

Retorno do ativo estrangeiro: (1 + i* + ∆E(ε)/εt)

Ausência de barreiras à mobilidade do capital: paridade da taxa

de juros é válida

Ativos com mesmas características de risco, liquidez,

informação...

Page 12: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

12

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio Taxas de câmbio no curto prazo: paridade da taxa de juros

(1 + i) = (1 + i* + ∆E(ε)/εt) ou i = i* + ∆E(ε)/εt

Efeito Fisher Internacional ε

Taxa de Retorno Esperada, em R$

R = i

R* = i* + ∆E(ε)/εt

Retorno de ativos domésticos:

independem da taxa de câmbio

Retorno de ativos estrangeiros:

taxa de juros internacional mais

a depreciação esperada do Real

Intervenções no Mercado de

Câmbio e a Taxa de Câmbio

ε

Taxa de Retorno Esperada, em R$

R = i

ε1

ε2

ε3

Em ε1: para uma mesma taxa de câmbio,

R > R* => somente faz sentido se espera-

se que a taxa de câmbio aprecie

Em ε2: para uma mesma taxa de câmbio,

R = R* => não se espera por variações na

taxa de câmbio

Em ε3: para uma mesma taxa de câmbio,

R < R* => somente faz sentido se espera-se que a taxa de câmbio deprecie

R* = i* + ∆E(ε)/εt

Daniel Suzarte
Nota
Efeito Internacional Fisher Madura (2009) destaca que o International Fisher Effect (IFE) ou Efeito Internacional de Fisher utiliza as taxas diferenciais de juros e a taxa diferencial de inflação para explicar por que as taxas de câmbio mudam com o tempo. A teoria IFE está diretamente relacionada com a Teoria da Paridade do Poder de Compra, porque as taxas de juros são muitas vezes altamente correlacionadas com as taxas de inflação. O IFE é a aplicação do Efeito Fisher a dois países a fim de obter a mudança esperada na taxa de câmbio. O Efeito Fisher sugere que a taxa de juros nominal de dois países são diferentes por causa da diferença da inflação esperada entre eles. Em outras palavras, se a taxa real de juros é assumida como sendo a mesma nos dois países, a diferença na taxa nominal de juros entre os dois países é totalmente atribuída à diferença nas taxas esperadas de inflação.
Page 13: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

13

Variações na Taxa de Juros

Doméstica e a Taxa de Câmbio

ε

Re, em R$

R = i

R* = i* + ∆E(ε)/εt

ε

R = i

R* = i* + ∆E(ε)/εt

R’ = i’

Re, em R$

R’ = i’

Redução da taxa de juros no

mercado doméstico:

depreciação da taxa de câmbio

Elevação da taxa de juros no

mercado doméstico: apreciação

da taxa de câmbio

Variações na Taxa de Juros

Internacional e a Taxa de Câmbio

ε

Re, em R$

R = i

R** = i** + ∆E(ε)/εt

ε

R = i

R* = i* + ∆E(ε)/εt

Re, em R$

Redução da taxa de juros no

mercado externo: apreciação da

taxa de câmbio

Elevação da taxa de juros no

mercado externo: depreciação

da taxa de câmbio

R** = i** + ∆ε/ε

R* = i* + ∆ε/ε

Page 14: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

14

Variações na Taxa de Juros e a

Taxa de Câmbio: Inflação Esperada

ε

R = i

R* = i* + ∆E(ε)/εt

Re, em R$

R’ = i’

R** = i* + ∆E(ε)/εt

Aumento na inflação esperada eleva a

taxa nominal de juros: i = r + πe

Aumento na inflação esperada deprecia

a moeda local: R* = i* + ∆ε/ε

Intervenções Não-Esterilizadas no

Mercado de Câmbio O que ocorre quando o BC compra títulos de curto prazo

emitidos por governos estrangeiros das instituição financeiras?

Elevação nas reservas(aumento da base monetária) e redução da taxa

de juros no mercado doméstico

Quantidade de

Reservas, R

Selic

RO iRED

RD

Selic*

Selic**

ε

Re, em R$

R = i

R* = i* + ∆E(ε)/εt

R’ = i’

Page 15: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

15

Intervenções no Mercado de

Câmbio

Intervenções esterilizadas: não ocorre nenhum impacto no

mercado de reservas, nas taxas de juros ou nas taxas de

câmbio

Exceção: ativos domésticos não são substitutos perfeitos para

ativos estrangeiros (prêmio de risco cambial)

Implicação: intervenções esterilizadas não são diferentes de

intervenções não-esterilizadas

Controle de capital: torna ativos domésticos menos líquidos e,

portanto, reduz o grau de substituição entre ativos domésticos e

estrangeiros

Balanço de Pagamentos

Page 16: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

16

Balanço de Pagamentos O que é? Medida do fluxo de recursos privados e governamentais de um país e o

mercado internacional

Fluxos de bens, serviços, doações e ativos entre residentes e não-residentes

em um determinado período

Entrada de recursos no país: crédito (sinal positivo)

Saída de recursos no país: débito (sinal negativo)

Tipos de transações:

Comercialização de ativos reais: mercadorias e serviços

Comercialização de ativos financeiros: ações, títulos, empréstimos, compra e

venda de empresas

Principais componentes:

Balanço de Transações Correntes

Balanço de Transações de Capital e Financeiras

Registro das Transações

Balanço de Pagamentos nunca apresenta desequilíbrio: ferramenta

contábil de fluxo de caixa

Organização vertical: saldo do balanço de pagamentos é sempre

zero

Problema: informações das balanças de transação corrente e de

capital/financeiras são trabalhadas independentemente

Discrepâncias são registradas na rubrica Erros e Omissões

Page 17: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

17

Balanço de Transações Correntes Balança Comercial: registro da importação e exportação de mercadorias

Balança de Serviços: registro da aquisição e venda de serviços

Transporte de mercadorias, viagens internacionais, seguros, serviços

financeiros, royalties, licenças, aluguel de equipamentos, serviços

empresariais, profissionais e técnicos

Renda Líquida dos Fatores

Salários de não-residentes, renda de investimentos diretos (lucros,

dividendos, juros de empréstimos entre companhias) e de carteira

(dividendos, juros de títulos, juros de empréstimos)

Transferências Unilaterais de Fatores: doações de bens e moedas para

uso corrente (e.g. doações de agências internacionais e transferência de

patrimônio de migrantes são registrados na conta financeira/capital)

Balanço de Transações Correntes

Fonte: BACEN, 2014

-100000.00

-80000.00

-60000.00

-40000.00

-20000.00

0.00

20000.00

US$

Mil

es

Page 18: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

18

Balanço de Transações Correntes

Fonte: BACEN, 2015

-100000.00

-80000.00

-60000.00

-40000.00

-20000.00

0.00

20000.00

40000.00

60000.00

US$

Mil

es

Transações Correntes Balança Comercial Balança de Serviços

Rendas Líquidas de Fatores Transferências

Balanço de Transações de Capital

e Financeiras Conta de Capital: transferências unilaterais de ativos envolvendo o patrimônio

de migrantes e a aquisição/alienação de bens não financeiros intangíveis (cessão

de patentes e marcas)

Conta Financeira:

Investimento direto: controle explícito dos ativos (compromisso de longo

prazo)

Investimentos em carteira: sem controle sobre o gerenciamento dos ativos

Ações e títulos de renda fixa

Volatilidade excessiva: quase 30% mais volátil que o investimento direto!

Derivativos: operações de swap, opções e futuros e os fluxos relativos aos

prêmios de opções

Outros investimentos: empréstimos de curto e longo prazo, moedas e

depósitos

Page 19: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

19

Balanço de Transações de Capital

e Financeiras

-60000.00

-40000.00

-20000.00

0.00

20000.00

40000.00

60000.00

80000.00

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Investimento Direto Investimento em Carteira Derivativos Outros Investimentos

Fonte: BACEN, 2015

Haveres da Autoridade Monetária Transações financeiras conduzidas pelo banco central: ouro,

moedas estrangeiras, títulos emitidos por outros governos,

depósitos em bancos estrangeiros e ativos do fundo monetário

internacional

Reservas internacionais:

Débito: aquisição de ativos estrangeiros pelo banco central

Exemplo: utilizar R$ para comprar ouro ou dólar

Crédito: venda de ativos estrangeiros pelo banco central

Exemplo: vender ouro ou dólar

Logo, uma variação negativa significa um aumento em reservas

cambiais

Page 20: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

20

Variações nas Reservas Cambiais

Fonte: BACEN, 2015

-100000

-80000

-60000

-40000

-20000

0

20000

1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

US$

Mil

es

Balanço de Pagamentos – Total

Transações correntes e a conta de capital/financeira: balanço final

deve ser igual a zero

TC + CCF = 0

Diferenças: erros e omissões

Cada transação internacional envolve uma troca de bens, serviços ou

ativos financeiros entre países

Venda de aço pela Vale para a Europa

Vale usa euros para comprar equipamento importado: Caso 1

Vale usa euros para adquirir títulos emitidos pelo governo inglês: Caso

II

Vale troca euros no banco por reais:

o Banco vende euros para um importador: Caso III(a)

o Banco vende euros para o Banco Central: Caso III(b)

Page 21: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

21

Balanço de Pagamentos – Exemplo Caso I:

∆X > 0 e ∆M > 0, logo ∆TC = 0 e ∆CCF = 0

Caso II:

∆X > 0, logo ∆TC > 0

∆CCF < 0 (aquisição de ativos estrangeiros por residentes; saída

de recursos na rubrica investimento em carteira)

Caso III(a):

∆X > 0 e ∆I > 0, logo ∆TC = 0 e ∆CCF = 0

Caso III(b):

∆X > 0, logo ∆TC > 0

∆CCF < 0 (aquisição de ativos estrangeiros pelo Banco Central;

débito na rubrica haveres monetários)

Questão Como cada uma das transações abaixo afetaria o balanço de pagamentos

do Brasil:

O Banco Central vende euros e adquire reais de um banco nos EUA

∆CCF = 0: venda de moeda estrangeira pelo BC leva ao crédito na rubrica haveres

monetários e débito na rubrica outros investimentos (venda de ativos domésticos

por estrangeiros)

Bradesco vende euros e adquire reais de um banco nos EUA

∆CCF = 0: venda de moeda estrangeira pelo Bradesco leva ao registro simultâneo

de crédito e débito na rubrica outros investimentos (venda de ativos estrangeiros

por residentes e compra de ativos domésticos por estrangeiros)

Banco do Brasil paga juros de um empréstimo tomado em um banco alemão

∆Rendas Líquidas < 0, logo ∆TC < 0; ∆CCF > 0 (crédito em haveres da

autoridade monetária)

Page 22: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

22

Questão Como cada uma das transações abaixo afetaria o balanço de

pagamentos do Brasil:

CSN toma um empréstimo do Citibank nos EUA

∆CCF = 0: aquisição de empréstimo leva ao registro de (i) um crédito na

rubrica outros investimentos/empréstimos e (ii) débito na rubrica outros

investimentos/moedas e depósitos (se US$ são mantidos pela CSN) ou

débito em haveres da autoridade monetária

Petrobras contrata uma seguradora Americana para garantir suas operações de

exploração de petróleo na Nigéria

∆Balança de Serviços < 0, logo ∆TC < 0; ∆CCF > 0 (aquisição de ativos

estrangeiros por residentes para o pagamento dos serviços; crédito em

haveres da autoridade monetária)

Sistema Financeiro Internacional

Page 23: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

23

Um pouco de História

Padrão Ouro: 1876 – 1913

Crescimento do comércio e a necessidade de se

estabelecer um sistema formal para ajustes do comércio

internacional

Países estabeleceram regras fixas de conversão da

moeda nacional em ouro

Como a regra era mantida?

Países eram obrigados a trocar a moeda nacional por ouro pela

tarifa estabelecida, sempre que demandado

Implicação: sistema de câmbio fixo

Um pouco de História

Padrão Ouro: 1876 – 1913

Problema de câmbio fixo: política monetária passiva

Exemplo: Assuma que a taxa de câmbio tivesse que ser mantida fixa em

R$1/US$ em função das reservas de ouro dos países

Caso houvesse uma aumento na demanda por produtos estrangeiros:

pressão de depreciação da taxa de câmbio

Reação da autoridade monetária? Colocar US$ no mercado

Implicações?

o Quantidade de R$ em circulação diminui

o Deflação e recessão

Problema do padrão ouro: descoberta de reservas de ouro

impactavam significativamente nas taxas de câmbio

Page 24: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

24

Um pouco de História

Período entre as Guerras até o final da 2ª Guerra: 1914 – 1944

Durante a 1ª Guerra: o comércio e o fluxo livre de ouro entre os

países foi interrompido

Padrão ouro foi abandonado e as taxas de câmbio tornaram-se livres:

problemas com especulação no mercado de câmbio

Entre Guerras: padrão foi restabelecido

Impacto: Grande depressão (tentativas do Banco Central Americano de

evitar a saída de ouro com a elevação da taxa de juros levou à crise

financeira)

Um pouco de História O sistema de Bretton Woods: 1945 – 1971

Taxas de câmbio dos diversos países estabelecidas em termos do

US$, podendo sofrer ajustes

Dólar: taxa de conversão ao ouro de US$35 por 29 gramas de

ouro

Estabilidade do sistema: garantia de conversão do dólar em ouro

Economia forte

EUA mantinham a maior parte das reservas de ouro na época

Criação do FMI: desequilíbrios externos e o papel de

“emprestador de último recurso”

Criação do Banco Mundial: empréstimos de longo prazo e a

promoção do desenvolvimento econômico

Page 25: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

25

Um pouco de História

Colapso de Bretton Woods:

Economia americana no final dos anos 60: déficits persistentes

no balanço de pagamentos

Implicação: necessidade de fluxos contínuos de dólares para

pagamentos de compromissos internacionais

Outros países: excesso de dólares e perda de confiança na

conversibilidade do dólar em ouro

1971: reservas de ouro americanas caíram em 30% nos

primeiros sete meses do ano

Nixon suspende as compras e vendas de ouro

Taxas de câmbio passaram a flutuar e houve uma desvalorização

real do dólar

Sistema Atual

Vários regimes de taxa de câmbio:

Inexistência de moeda doméstica

Regime de “currency board” (Comitê da Moeda): retorno ao

conceito de padrão ouro

Taxas de câmbio fixas

Taxas fixas com bandas horizontais

“Crawling pegs”: reajustes anunciados previamente a uma taxa

fixa

Taxas flutuantes gerenciadas

Taxas flutuantes independentes

Page 26: Unidade 3   parte 3

11/05/2015

26

Taxas de Câmbio: Fixas ou

Flutuantes?

Depende das prioridades...

Taxas fixas

Estabilidade dos preços internacionais: promoção do comércio

internacional e redução de riscos

Ajuda no controle da inflação: políticas monetárias e fiscal

restritivas

Problemas:

Necessidade de grandes quantidades de reservas internacionais

Necessidade de ajustes recorrentes: mudanças na estrutura da

economia e nas relações comerciais

Mudança administrativa: normalmente tardia e abrupta

Taxas de Câmbio: Fixas ou

Flutuantes?

Taxas flutuantes

Maior independência das políticas fiscal e monetária: liberdade

para minimizar problemas com desemprego e baixo crescimento

econômico

Mudanças na estrutura da economia e nas relações comerciais

são internalizadas gradualmente e eficientemente

Problemas:

Maior suscetibilidade aos choques internacionais

Instabilidade e risco