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CLÍNICA DE
RUMINANTES
AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTIVO VI
DESLOCAMENTO DO ABOMASO À
ESQUERDA
Etiologia e Epidemiologia
Causado por múltiplos fatores, sendo importante pré-requisito para sua ocorrência a hipomotilidade e distensão gasosa do abomaso
Ocorre mais freqüentemente em vacas adultas, de grande porte, altamente produtoras de leite e imediatamente após o parto
Fatores de Risco
Alimentares
Existem associações significativas entre o balanço energético
negativo pré-parto, refletido como um aumento na concentração dos ácidos graxos voláteis
Dietas altamente energéticas (grãos) durante o período seco (pré-parto), podem tornar as vacas obesas, acarretando declínio da ingestão de matéria seca antes do parto, sugerindo que possa ocorrer uma lipidose hepática
Do animal
Durante a prenhez, o rúmen é levantado do assoalho abdominal
pela expansão do útero e o abomaso é puxado para frente e para a esquerda sob o rúmen. Depois do parto, o rúmen abaixa e aprisiona o abomaso, principalmente se ele estiver atônico ou distendido com alimento
Doenças Concomitantes
Qualquer doenças que concorra com inapetência e anorexia, com conseqüente diminuição do volume ruminal, podem predispor ao deslocamento
Hipocalcemia, que ocorre comumente na época do parto é um importante fator de risco ao DAE, pois os níveis séricos de cálcio influenciam diretamente à motilidade abomasal
Patogenia
Atonia abomasal com distensão gasosa é a disfunção primária relacionada ao DAE
O abomaso atônico, cheio de gás, começa a deslocar-se sob o rúmen, para frente, ao longo da parede abdominal esquerda
Observações epidemiológicas sugerem que o volume reduzido do rúmen, imediatamente ao pós-parto, dentro de um abdome vazio, permite que ocorra esse deslocamento
A compressão ocasionada pelo deslocamento faz com que ocorra interferência direta nos movimentos normais do órgão
Pode haver interferência direta no reflexo da goteira esofágica devido à ligeira rotação do abomaso no sentido horário
Devido à atonia do abomaso, ocorre moderada alcalose metabólica com hipocloremia e hipocalemia
Normalmente, as vacas acometidas de DAE desenvolvem Cetose, que pode complicar-se com degeneração gordurosa do fígado
Sinais Clínicos
Poucos dias ou na semana após o parto ocorre inapetência ou anorexia completa
Acentuada queda na produção leiteira
Vários graus de cetose
TºC, FC e FR dentro dos valores normais
Fezes reduzidas de volume e mais moles que o normal, podendo haver diarréia profusa
Movimentos ruminais presentes, diminuídos em freqüência e intensidade ou mesmo inaudíveis
Podem ser auscultados sons de peristaltismo progressivo, muitas vezes por minuto, na fossa paralombar esquerda, não relacionados aos movimentos ruminais (sons do abomaso)
Pode haver distensão da fossa paralombar esquerda, acompanhada de brusca anorexia e moderada dor e distensão abdominal, nos casos agudos de DAE
À percussão, dando um “peteleco” com o dedo ou utilizando um martelo-plexímetro e auscultação simultânea sobre o terço superior entre a 9ª e a 12ª costela da parede abdominal, fazem surgir altos sons metálicos timpânicos (“pings”), característicos do DAE
Diagnóstico Diferencial
Indigestão Simples
Cetose Primária Inapetência
Queda de produção leiteira
Sinais vitais normais
Resposta à terapia com dextrose em 12 – 24 h
RPT Graves alterações no hemograma (série branca)
Podem ser necessários exames complementares, tais como Rx e Ultrassom para auxiliar na diferenciação
Indigestão Vagal Distensão abdominal progressiva
Desidratação
Síndrome da Vaca Gorda Ausência dos “pings” sobre a área do rúmen
Tratamento do Deslocamento de Abomaso
Cirurgia Corretiva
Abomasopexia paramediana direita
Manter o animal em decúbito dorsal (grande número de pessoas para manter o animal nessa posição)
Omentopexia pela fossa paralombar direita
Cirurgião pode trabalhar com o animal em pé, sem assistente
Rolamento da Vaca
Vaca amarrada, em decúbito dorsal
Rolagem para a direita com parada brusca, para tentar a libertação do abomaso
Pode ocorrer recidiva
Tratamento da Cetose
Glicose parenteral
Tratamento do Deslocamento de Abomaso
A principal meta do tratamento do deslocamento de abomaso é:
Devolver o abomaso à sua posição original ou aproximada;
Criar uma ligação permanente nesta posição;
Corrigir o desequilíbrio eletrolítico e a desidratação;
Providenciar tratamento apropriado para doenças associadas (cetose).
Técnica cirúrgica para Deslocamento
Técnica cirúrgica
Aberta
Em pé
Flanco esquerdo –
abomasopexia
Flanco direito - omentopexia
Decúbito dorsal
Paramediana ventral -
abomasopexia
Fechada
Toggle Sutura fechada
Controle
Nutrição e Manejo Pré-Parto Evitar balanço negativo pré-parto, promovendo
manejo e alimentação adequados Acesso adequado a forragens verdes para minimizar a
ingestão de matéria seca no final da gestação Ingestão de grandes quantidades de fibras durante o
final da prenhez, auxilia na expansão física do rúmen, promovendo uma barreira contra a migração abomasal
Monensina Sódica Administração intra-ruminal de cápsulas de liberação
controlada de 32 g de monensina, três semanas antes do parto, reduz a incidência de cetose subclínica e do DAE
DESLOCAMENTO DO ABOMASO À DIREITA
E VÔLVULO ABOMASAL
Etiologia
Acredita-se que a atonia do órgão e sua distensão por gás, causada por alto nível de alimentação com grãos, seja precursora do DAD e Vôlvulo Abomasal
A etiologia em terneiros permanece não esclarecida
Epidemiologia
Vacas Leiteiras em Lactação
Ocorrência maior em vacas adultas, de 3 – 6 semanas após o parto
Terneiros
Ocorre em animais da faixa etária de poucas semanas de
vida até 6 meses
Meteorismo abomasal sem causa predisponente aparente
Touros e Vacas Prenhes
O vôlvulo do abomaso ocorre, porém, em graus bastante menores
Fatores de Risco
Alimentação com altos níveis de grãos em vacas leiteiras em início de lactação
Gado leiteiro tem risco muito maior que o gado de corte
O vazio abdominal depois do parto parece facilitar seu desenvolvimento
O vôlvulo também pode ocorrer após tentativa de correção de DAE pelo método do rolamento do animal
Patogenia
Fase de Dilatação
Inicialmente ocorre atonia e conseqüente acúmulo de líquidos e gás na
víscera, o que leva a gradual distensão e deslocamento na direção caudal do lado direito
Durante essa fase, que pode durar vários dias, há secreção contínua de ácido clorídrico, cloreto de sódio e potássio para dentro do abomaso
O abomaso distendido não elimina seu conteúdo para o duodeno, o que leva à desidratação (5 – 12 %) e alcalose metabólica, com hipocloremia e hipocalemia
Uma vaca de 450 kg pode acumular mais de 35 litros de líquido no abomaso dilatado
Nos casos mais complicados há grave hemoconcentração, hipovolemia e desidratação, bem como acentuada alcalose metabólica
Fase do Vôlvulo
Depois da fase de dilatação e deslocamento, o abomaso distendido pode sofrer torção em sentido horário ou anti-horário, num plano vertical ao redor de um eixo horizontal que passa através do corpo
A torção costuma apresentar um giro de 180 – 270º, causando síndrome de obstrução aguda, com deterioração circulatória local e necrose isquêmica do abomaso
Sinais Clínicos
Fase de dilatação e deslocamento
Histórico de parto nas últimas semanas
Inapetência e queda na produção de leite
Fezes anormais e reduzidas
Depressão, desidratação e fraqueza muscular
TºC e FR normais
FC pode estar normal ou acelerada até 100 bpm
Rúmen-retículo atônicos
À palpação, o abomaso distendido pode ser detectado como uma massa tensa imediatamente atrás e abaixo do arco costal direito
Passados 2 – 3 dias, o abdome mostra-se visivelmente distendido para o lado direito e o órgão pode ser palpado pelo exame retal, podendo preencher quase que completamente o quadrante inferior direito do abdome
À percussão e auscultação simultâneas sobre a porção média e terço superior direito do abdome revela os “pings” bastante altos
Fase de Vôlvulo
Costuma desenvolver-se alguns dias depois do
aparecimento do deslocamento do abomaso
Abdome visivelmente distendido
Acentuada fraqueza e depressão
Desidratação acentuada
FC entre 100 – 120 bpm e FR aumentada
Decúbito e gemidos (prognóstico desfavorável)
Fezes escassas, moles e escuras
Morte devido ao choque e desidratação, cerca de 48 – 96 h
Pode ocorrer ruptura do órgão, causando morte súbita
Vôlvulo Abomasal Agudo
Aparecimento súbito de dor abdominal
Coices no abdome, depressão do lombo e agachamento
FC entre 100 – 120 bpm, TºC subnormal e falência da circulação periférica
Mucosas pálidas, secas e frias
Abdome visivelmente distendido para o lado direito
Fezes escassas, moles e escuras, podendo se tornar sanguinolentas nas próximas 48 h
Pode ocorrer profusa diarréia aquosa
Vôlvulo Abomasal Agudo dos Terneiros
Aparecimento rápido
Anorexia
Dor abdominal aguda (coices no ventre, depressão do lombo e gemidos)
FC entre 120 – 160 bpm
Abdome distendido e tenso
À auscultação com percussão do abdome direito, verificam-se “pings” muito altos
À palpação diretamente atrás do arco costal, evidencia-se uma víscera tensa e dolorosa, mesmo à palpação moderada
Patologia Clínica
Hemoconcentração
Hematócrito alto
PPT altas
Alcalose metabólica, hipocloremia e hipocalemia
Hemograma
No vôlvulo, pode haver leucopenia e neutropenia com desvio degenerativo à esquerda (necrose isquêmica do abomaso e peritonite)
Diagnóstico Diferencial
Dilatação e deslocamento do abomaso
Impactação do abomaso com indigestão vagal
Massa palpável do lado direito, no assoalho do abdome
Os “pings” não estão presentes
Úlcera do abomaso Difícil diferencial
Melena
Torção do Ceco Palpação retal revela um tubo comprido (60 – 80 cm), cilíndrico e
tenso com fundo cego
RPT Gemido à palpação profunda
Fezes escuras, firmes e secas Pode haver febre
Tratamento
Tratamento para casos moderados
Associações comerciais de Ca, P e Mg (Calfon®):
Bovinos adultos – 200 ml
Terneiros, ovinos e caprinos – 20 – 30 ml
Terapia hidroeletrolítica (mistura segura) 2 litros de solução de NaCl a 0,9 % + 1 litro de KCl a 1,1
% + 1 litro de glicose a 5 %
Aplicados numa razão de 4 – 6 litros/h, EV
Esvaziamento de gás do órgão através de laparotomia
DIARRÉIA ALIMENTAR
Etiologia
Utilização de substitutos do leite de baixa qualidade na alimentação de terneiros com menos de 3 semanas de idade
O leite em pó desnatado, desnaturado pela perda de calor, sofre perda de proteínas não-caseínicas, o que provoca coagulação ineficiente no abomaso e digestibilidade reduzida
O uso de quantidades excessivas de carboidratos e proteínas não-lácteas na composição de substitutos do leite também é associada a alta incidência de diarréia, inanição e emaciação
Uso de proteínas de soja e de peixe como substitutos do leite, causa diarréia crônica e baixa taxa de desenvolvimento
Fornecimento de quantidades excessivas de leite integral de vacas para terneiros alimentados manualmente, resulta em grande volume de fezes anormais, podendo predispor à colibacilose
Patogenia
A capacidade de coagulação do abomaso pode ser limitada, resultando em processo incompleto da coagulação
Pode ocorrer passagem de leite integral ou soro ao duodeno, o qual não tem capacidade de digestão do leite ou de hidrolisar os substratos presentes no soro
A presença desses substratos, principalmente lactose, no lúmen do intestino, estimula a secreção e aumento no volume de líquidos, prejuízos à absorção de nutrientes e diarréia
A velocidade alta de ingestão diminui a diluição do leite pela saliva e dificuldade na coagulação pelo abomaso
Falha no reflexo da goteira esofágica em animais alimentados em baldes pode fazer com que o leite caia no rúmen, ocorrendo putrefação
O leite em pó desnatado, desnaturado pela perda de calor, sofre perda de proteínas não-caseínicas, o que provoca coagulação ineficiente no abomaso e digestibilidade reduzida
O uso de quantidades excessivas de carboidratos e proteínas não-lácteas na composição de substitutos do leite, devido à baixa atividade das enzimas amilase e maltase, causam redução na digestão, má absorção e diarréia
Na diarréia alimentar, a presença de substrato não-digerido no intestino pode causar alterações significativas da flora bacteriana, resultando em excessiva fermentação de carboidratos e putrefação protéica, exacerbando a má absorção.
Caso haja presença de Escherichia coli enteropatogênica ou Salmonella spp., poderá ocorrer multiplicação intensa desses microorganismos, ocorrendo micobacilose e salmonelose entéricas
Sinais Clínicos e Tratamento
Terneiros de corte recém-nascidos Acomete animais de menos de 3 semanas, criados com as mães em
pastagens viçosas Fezes amarelo-claras, amolecidas e de odor fétido
Períneo e cauda sujos de fezes
Animais sem alterações aparentes
O tratamento visa apenas observar as animais durante alguns dias para verificar complicações secundárias
Terneiros leiteiros alimentados manualmente Apáticos e anoréxicos
Fezes volumosas, de odor fétido, contendo grandes quantidades de muco
Abdome distendido
Complicações secundárias de colibacilose e salmonelose, resultando em desidratação grave
O tratamento consiste em retirar o leite e administrar soluções eletrolíticas via oral durante 24 h
Casos envolvendo as complicações entéricas devem ser tratados com antimicrobianos e terapia hidroeletrolítica mais intensa
ENTERITE
O termo enterite é designado para descrever a inflamação da mucosa intestinal, que resulta em diarréia e, dependendo do gravidade e localização das lesões, variados graus de desidratação e desequilíbrio eletrolítico e ácido-básico
Várias doenças estão associados ao termo enterite, observando-se que a diarréia é o principal achado clínico
Etiologia e Epidemiologia
Enteropatógenos
Substâncias Químicas
Agentes Físicos
Deficiência Nutricional
Alimentar
Etiologia Mista ou Desconhecida
BACTÉRIAS / FUNGOS / PROTOZOÁRIOS
AGENTE CATEGORIA ANIMAL E
DEMAIS FATORES EPIDEMIOLÓGICOS
ACHADOS CLÍNICOS DIAGNÓSTICO
E. coli enterotoxigênica
Terneiros recém-nascidos (< 5 dias); comum em surtos
Diarréia aguda, líquida, profusa, com desidratação e acidose
Cultura de fezes
Salmonella spp. Todas as idades. Ocorre em
surtos. Induzida por estresse Diarréia aguda, febre, alta taxa
de mortalidade Cultura de fezes
Clostridium perfrigens tipos B e C
Terneiros jovens e bem nutridos (< 10 dias)
Enterotoxemia hemorrágica grave, morte súbita
Esfregaço fecal
Mycobacterium paratuberculosis
Adultos. Esporádica e individual
Diarréia crônica de longa duração, com perda de peso,
refratária ao tratamento Exames específicos
Proteus spp. e Pseudomonas spp.
Terneiros com diarréia submetidos a antibioticoterapia
prolongada
Diarréia sub-aguda a crônica, pouca resposta ao tratamento,
perda de peso progressiva Cultura de fezes
Candida spp. Terneiros jovens após uso
prolongado de antibióticos ou mesmo imunossupressão
Diarréia crônica, refratária ao tratamento
Esfregaço fecal
Eimeria spp. Idade entre 3 – 12 meses,
surtos comuns Diarréia, tenesmo, sintomas
nervosos Exame de fezes
Cryptosporidium spp.
Terneiros de 5 – 35 dias Diarréia Esfregaço fecal,
coloração especial
VÍRUS / HELMINTOS / AGENTES QUIMICOS
AGENTE
CATEGORIA ANIMAL E DEMAIS
FATORES EPIDEMIOLÓGICOS
ACHADOS CLÍNICOS DIAGNÓSTICO
Rotavírus e coronavírus Terneiros de 5 – 21 dias,
surtos explosivos Diarréia aguda, líquida e profusa
Presença de vírus nas fezes
Disenteria de inverno (coronavírus)
Vacas adultas estabuladas, surtos explosivos
Diarréia e disenteria aguda e passageira por cerca de 24 h
Impossível diagnóstico definitivo
Doença das mucosas Idade entre 8 – 24 meses, esporádica ou epidêmica
Gastrenterite erosiva e estomatite. Geralmente fatal
Isolamento do vírus
Febre catarral maligna Bovinos adultos, esporádica
ou epidêmica
Estomatite erosiva e gastrenterite, linfoadenopatia,
lesões oculares, hematúria e encefalite terminal
Isolamento do vírus
Ostertagiose Bovinos jovens Diarréia aguda ou crônica,
desidratação e hipoproteinemia Exame de flutuação
de fezes
Fasciola hepática Bovinos adultos Diarréia crônica de coloração
escura, hipoproteinemia Exame de fezes
Arsênico, fluor, cobre, NaCl, mercúrio, molibdênio, nitratos, plantas tóxicas
Todas as idades, histórico de acesso às substâncias. Ocorrência de surtos
Todos os graus de gravidade de diarréia, disenteria e dor
abdominal. Podem ocorrer sintomas nervosos, desidratação
e toxemia
Análise de fezes e tecidos
Areia, solo, silagem, alimentos contendo ácido lático
Geralmente em adultos, histórico de acesso às substâncias. Surtos
Diarréia sub-aguda ou aguda e toxemia. Areia nas fezes
Ph ruminal
ALIMENTAR / ETIOLOGIA MISTA OU DESCONHECIDA
AGENTE CATEGORIA ANIMAL E DEMAIS FATORES EPIDEMIOLÓGICOS
ACHADOS CLÍNICOS DIAGNÓSTIC
O
Deficiência de cobre por excesso de molibdênio
Bovinos adultos em pastagens com altos teores
de molibdênio
Diarréia sub-aguda e crônica, osteodistrofia, alteração na
cor do pelo
Análise de sangue e fígado
Excesso de alimento
Terneiros por excesso de leite
Diarréia branda de cor amarela
Clínico
Indigestão simples Alteração na dieta Diarréia sub-aguda por
período de 24 – 48 h Clínico
Substitutos do leite de baixa qualidade
Leite desnatado, desnaturado pelo calor
(substitutos)
Diarréia sub-aguda a crônica, emaciação progressiva,
refratário aos tratamentos
Teste de coagulação dos
substitutos do leite
ICC Bovinos adultos. Esporádica Diarréia líquida profusa
associada a edema visceral ICC
Toxemia em mastite por coliformes super-aguda
Esporádica Diarréia aguda decorrente da
endotoxemia Cultura de leite
Patogenia
Diarréia Osmótica Substâncias presentes no lúmen intestinal aumentam a pressão
osmótica sobre uma grande área do intestino, resultando no movimento osmótico de grandes quantidades de líquido no lúmen intestinal Purgantes salinos
Superalimentação
Alimentos de difícil digestão
Diarréia Exsudativa
Inflamação crônica ou aguda e/ou necrose da mucosa intestinal,
provocando aumento na produção de líquidos e produtos inflamatórios, com perda de proteínas séricas e redução na absorção de líquidos e eletrólitos Bactérias, vírus, fungos e protozoários
Neoplasias
Agentes químicos
Diarréia Secretória
Desequilíbrio entre secreção e absorção. Grande
aumento na secreção de líquidos, permanecendo a atividade digestiva e de absorção das microvilosidades intestinais normal
O fato da mucosa estar íntegra, permite a reidratação por via oral, pois a mucosa mantêm sua capacidade normal de absorção Enterotoxemia por Escherichia coli
Motilidade Intestinal Anormal
Hiperexcitabilidade, convulsões podem resultar em
aumento na motilidade intestinal, resultando em diarréia por redução na capacidade normal de absorção dos líquidos Estresse de transporte
Localização das Lesões
Lesões no intestino delgado são mais graves quanto à
enterite e má absorção, pois cerca de 75 – 80 % da absorção de volume de líquidos se dá nessa região
Desidratação e Desequilíbrio Ácido-Base
O aumento do volume de líquidos no lúmen intestinal,
acarreta a perda de líquidos e eletrólitos corpóreos O líquido é acompanhado de sódio, potássio, cloro,
bicarbonato e variadas concentrações de proteínas A perda de bicarbonato resulta em acidose metabólica Nos casos de diarréia aguda, grandes volumes de
líquidos intestinais são perdidos nas fezes e grande parte ficam retidos no lúmen intestinal, contribuindo à instalação de intensa desidratação clínica
Enterite Crônica
Ocorre espessamento da parede intestinal, aumentando a secreção de
muco e diminuição da absorção de líquidos
Balanço alimentar negativo em virtude da redução na absorção, com perda de condição corporal
A perda contínua de proteínas pode levar à hipoproteinemia clínica
Gastrite
Os processos inflamatórios do abomaso podem resultar em hipersecreção
de líquidos que ultrapassam a capacidade de absorção do intestino, causando diarréia Ostertagiose
Efeitos Sobre Medicamentos
Os fármacos administrados via oral, em animais com diarréia aguda e
conseqüente má absorção, podem resultar em concentrações séricas abaixo da faixa terapêutica
Nos casos crônicos de má absorção, a absorção da droga pode demorar mais ou também, ficar abaixo da faixa terapêutica
Achados Clínicos
Diarréia
Dependência do Agente:
Desidratação
Dor abdominal
Septicemia
Toxemia
Febre
Enterite aguda Fezes moles ou líquidas
Pode haver odor desagradável
Pode conter sangue, fibrina, muco ou materiais estranhos (areia)
Coloração variando de amarelo-pálida (diluição dos pigmentos), castanho (pigmentos biliares) ou escuras (melena)
Pode ocorrer tenesmo e prolapso retal, principalmente em terneiros
Efeitos Sistêmicos
Septicemia, toxemia e febre ocorrem em diarréias infecciosas
A TºC começa cair quando se inicia colapso circulatório e o choque
A desidratação varia de 6 – 12 % e, normalmente pode começar a ser evidenciada de 10 – 12 h após o início da enterite aguda
Pode ocorrer taquicardia, bradicardia ou arritmia conforme o grau de acidose e desequilíbrio eletrolítico
Tratamento
Princípios da terapêutica das diarréias:
Eliminação do agente
Alteração da dieta
Líquidos e eletrólitos
Protetores e adsorventes intestinais
Antimicrobianos
Salmonelose Sulfadoxina + trimetoprima - 15 mg/kg 12-24h IM, SC, EV
Ampicilina sódica – 22 mg/kg 12h SC, EV
Amoxicilina – 11 – 22 mg/kg 12h SC
Colibacilose Ampicilina sódica – 22 mg/kg 12h SC, EV
Ceftiofur sódico – 1,1 – 2,2 mg/kg 24 h IM, EV
Sulfadoxina + trimetoprima - 15 mg/kg 12-24h IM, SC, EV
Oxitetraciclina - 3 – 5 mg/kg 24/24 h IM, SC
Clostridiose Penicilina
Amoxicilina
Líquidos e eletrólitos
Correção rápida da acidose metabólica
Solução hipertônica (5%) de bicarbonato de sódio – 5 - 7 ml/kg PV
Seguido de administração de solução eletrolítica para corrigir a desidratação
Protetores de mucosa e adsorventes
Caulim e pectina – 0,25 – 1 ml/kg 4h VO
Controle
Reduzir o nível de infecção, controlando a densidade populacional
Garantir boa resistência passiva pelo colostro e manter boa condição nutricional
Vacinar os animais para doenças cujas vacinas sejam eficazes
Minimizar o estresse
Monitorar ocorrência de doença e tentar sempre buscar o diagnóstico para tentar estabelecer medidas efetivas de controle