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AULA Nº: 001 ANO E SALA: 9º Ano Fundamental TEMA: 1ª Guerra Mundial OBJETIVOS: Essa aula terá como Objetos de estudo: relatos de Combatentes do Livro “A Grande Guerra. 1914 - 1918” de Marc Ferro e fotografias de soldados da primeira grande guerra. Serão feitas leituras orais desses documentos em sala, de forma que os alunos entendam não só os motivos que levaram a 1ª Guerra mundial, mas também que percebam que aqueles soldados eram homens de “carne e osso” e possam observar o terror da guerra, através de fotografias que serão passadas de “mão em mão” e também ouvindo os referidos relatos. CONTEÚDOS: 1ª Grande Guerra / A barbárie da Primeira Guerra através de cartas e fotos. PROBLEMATIZAÇÃO: A problematizarão vai no sentido de entender sobre como percebemos a guerra, sobre como a mídia e os vídeo games tratam a temática (de forma aventureira e heróica, desprezando o terror que esses homens de fato passaram). As questões levantadas, são: Através do que vimos, o que é a guerra? Como foi a primeira guerra? Qual vida esses soldados tiveram nos fronts de batalha? RECURSOS: Texto impresso e dez fotografias ESTRATEGIAS: Pedir que os alunos relatem suas concepções sobre guerra, o que pensam? De que forma a imaginam? Quais expectativas têm sobre o assunto? Situar a continuidade da aula (001), e explicar a origem dos relatos nos documentos, então fazer a leitura dos documentos e passar as fotografias da primeira guerra. Formar grupos e dividir o material (Relatos e fotografias) Comentar a cada leitura, abrindo espaço para que os alunos possam expressar o que pensam a respeito da leitura e também a qualquer comentário que por ventura surja a partir das fotografias. SISTEMATIZAÇÃO: Pedir para que os alunos escrevam suas opiniões e impressões numa folhas de papel, para se entregue e depois corrigida e comentada (se houver interesse do professor em avaliar a produção, será muito bem vinda).

1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

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Page 1: 1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

AULA Nº: 001

ANO E SALA: 9º Ano – Fundamental

TEMA:

1ª Guerra Mundial

OBJETIVOS:

Essa aula terá como Objetos de estudo: relatos de Combatentes do Livro “A Grande

Guerra. 1914 - 1918” de Marc Ferro e fotografias de soldados da primeira grande

guerra. Serão feitas leituras orais desses documentos em sala, de forma que os alunos

entendam não só os motivos que levaram a 1ª Guerra mundial, mas também que

percebam que aqueles soldados eram homens de “carne e osso” e possam observar o

terror da guerra, através de fotografias que serão passadas de “mão em mão” e também

ouvindo os referidos relatos.

CONTEÚDOS:

1ª Grande Guerra / A barbárie da Primeira Guerra através de cartas e fotos.

PROBLEMATIZAÇÃO:

A problematizarão vai no sentido de entender sobre como percebemos a guerra, sobre

como a mídia e os vídeo games tratam a temática (de forma aventureira e heróica,

desprezando o terror que esses homens de fato passaram). As questões levantadas, são:

Através do que vimos, o que é a guerra? Como foi a primeira guerra? Qual vida esses

soldados tiveram nos fronts de batalha?

RECURSOS:

Texto impresso e dez fotografias

ESTRATEGIAS:

1º – Pedir que os alunos relatem suas concepções sobre guerra, o que pensam? De que

forma a imaginam? Quais expectativas têm sobre o assunto?

2º – Situar a continuidade da aula (001), e explicar a origem dos relatos nos

documentos, então fazer a leitura dos documentos e passar as fotografias da primeira

guerra.

3º – Formar grupos e dividir o material (Relatos e fotografias)

4º – Comentar a cada leitura, abrindo espaço para que os alunos possam expressar o que

pensam a respeito da leitura e também a qualquer comentário que por ventura surja a

partir das fotografias.

SISTEMATIZAÇÃO:

Pedir para que os alunos escrevam suas opiniões e impressões numa folhas de papel,

para se entregue e depois corrigida e comentada (se houver interesse do professor em

avaliar a produção, será muito bem vinda).

Page 2: 1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

ANEXOS:

RELATOS E FOTOGRAFIAS:

Relatos retirados do livro: “A Grande Guerra. 1914 – 1918” de Marc Ferro

Fotografias do acervo da revista “TIMES”

001: De repente, os apitos estridente nos obrigam a deitar-nos de barriga para baixo,

apavorados. A rajada acaba de estalar por cima das nossas cabeças. Os homens de

joelho, encolhidos, com a mochila sobre a cabeça, esticando as costas, encostan-se uns

aos outros. Com a cabeça sobre a mochila dou uma olhadela aos meus vizinhos;

ofegantes, sacudidos por tremores nervosos, a boca contraída por ricto horrível, com

os dentes a bater. De cabeça baixa, tem um aspecto dos condenados quanto entregam a

cabeça aos carrascos. Essa espera da morte é terrível. O cabo que perdeu se quepe diz-

me: “há meu velho, se eu soubesse que isso era a guerra, que vai ser todos os dias

assim, prefiro ser morto já” não, nos não somos soldados de cartão.(...)

(...) Mas nosso primeiro contacto com a guerra foi uma surpresa muito rude. Na sua

alegre despreocupação, a maior parte dos meus camaradas jamais refletira sobre os

horrores da guerra. Viam a batalha apenas através dos cromos patrióticos. Após a

nossa partida de Paris, o Bulletin des Armées mantinha-nos na beata ilusão da guerra

sem problemas. Todos nós acreditávamos na história dos Alboches, que se entregaram

a troco de uma fatia de pão barrado. Convictos da esmagadora superioridade da nossa

artilharia, imaginávamos a campanha como um passeio militar. O estouro de há pouco

abalou nosso sistema nervoso que não estava à espera de tal sacudidela; fez-nos

compreender que a luta que começava seria de terrível provação. (...) (pg. 122)

002: Na planície (conta Max Dauville) uma companhia avançava em reconhecimento...

Os homens, dobrados, com a mochila às costas, espingarda na mão, correm

pesadamente para se deitar e voltar a partir logo que recebem ordem: um deles passa

perto de mim, a sua cara de camponês transforma-se, de um momento para o outro,

numa careta chorosa e, continuando a passo de corrida, levanta o braço em cujo

extremo abana a mão sem vida, com os dedos costados por uma bala... Os homens

deitam-se... Ele continua a saltitar e ouço ainda seu grito: “meu tenente, onde está,

meu tenente?”

003: Os feridos continuam a chegar a esse pequeno café com palha deitada à pressa

por cima das lajes azuis. Em cima das mesas, mochilas abertas extravasam pensos,

frascos castanhos, instrumentos niquelados... lá fora, enquanto falo a um maqueiro,

reparo que ele tem a perna nitidamente partida por uma bala. Ouve-se um ruído seco,

semelhante ao de uma tábua que se quebra. O homem cai, começando aos gritos... Um

dos nossos homens entra a cambalear, com o olhar parado. Uma bala atravessou-lhe a

cabeça. O sangue corre pela palha formando uma auréola vermelha e ele morre pouco

tempo depois. Os feridos entram e saem sem parar... É preciso trabalhar depressa, pois

mal um ferido é tratado logo surgem no vão da porta outros rostos encovados à espera

de vez. Outros infelizes, inertes, esperam em cima da maca. (pg. 122)

Page 3: 1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

004: Caminhando pela linha de trincheira de Haumont, somos apanhados pelo fogo de

linha dos obuses alemães. Este caminho entrincheirado está cheio de cadáveres de

diferentes sítios. Ali estão também moribundos, na lama, agonizando, pedindo-nos de

beber ou suplicando-nos para lhes pormos fim. (pg. 125)

005: A neve continua a cair, a artilharia provoca-nos perdas a todo o momento.

Quando chegamos à fortificação B, restam apenas dezessete homens dos trinta e nove

que parti. (pg. 126)

006: Um odor infecto impregna-se no nariz na nossa nova trincheira, à direita de

Éparges. Chove a cântaros e encontramos panos de tenda fixos nas paredes da

trincheira. No dia seguinte, pela aurora, constatamos com assombro que as nossas

trincheiras não passam de uma vala comum: as lonas colocadas pelos nossos

predecessores destinavam-se a esconder a visão dos corpos e dos restos humanos que

lá se encontravam. (pg. 126)

007: Sobre toda a frente do cabeço de Souain, desde setembro de 1915, os soldados da

infantaria ceifados pelas metralhadoras jazem estendidos de barriga para baixo,

alinhados como num exercício. A chuva cai sobre eles, inexorável, e as balas partem os

ossos embranquecidos.(...)

008: (...) Uma noite, Jacques, durante uma patrulha, viu sob seus capotes descoloridos

ratazanas a fugir, ratazanas enormes, engordadas a carne humana. Com o coração a

bater, ele rastejava em direcção a um morto. O capacete tinha caído. O homem

apresentava a cabeça contorcida, vazia de carne: o crânio à vista, as órbitas vazias, os

olhos comidos. A dentadura tinha deslizado sobre a camisa podre e da boca

escancarada saltou um bicho imundo. (pg. 126)

009: Da brigada veio-nos a ordem: “devem agüentar custe o que custar, não recuar e

deixar-se matar até ao último antes de ceder um centímetro de terreno”. Assim dizem

os homens, sabemos aquilo que nos espera. É a segunda noite que vamos passar sem

dormir. Ao mesmo tempo que a escuridão, cai o frio. Os nossos pés são blocos de gelo.

(pg. 126)

010: Faltam 30 minutos, 20, 10, o ponteiro do relógio avança constantemente, nada o

pode parar. Os meus olhos já não o desfitam e eu conto... Com o bolso cheio de

cartuchos, a espingarda de um morto na mão, levanto-me sobre os joelhos. 17:58,

17:59... 18 horas, abro a boca para gritar “ao ataque!” quando uma explosão

vermelha me cega e me lança por terra tenho o joelho direito trespassado, uma

segunda ferida na barriga e uma terceira na face. Perto de mim, outros feridos,

mortos... (pg. 126 127)

Page 4: 1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

Soldados alemães em marcha.

Soldados em trincheira.

Page 5: 1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

Soldados em Trincheira.

Ratazanas capturadas em trincheira.

Page 6: 1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

Soldados avançando.

Soldado ferido sendo socorrido.

Page 7: 1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

Soldados em trincheira, equipados com mascaras de gás.

Soldados socorrendo ferido.

Page 8: 1ª guerra - Plano de Aula 9º Ano

Soldados Franceses em marcha

Soldado morto, retirado de trincheira.