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HUMANISMO E RENASCIMENTO 3.3 A PRODUÇÃO CULTURAL Rafael, A Escola de Atenas

3.3 a produção cultural humanismo e renascimento

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H U M A N I S M O E R E N A S C I M E N T O

3.3 A PRODUÇÃO CULTURAL

Rafael,

A Escola de Atenas

Page 2: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

DISTINÇÃO SOCIAL E MECENATO

A nobreza cortesã e a

burguesia enriquecida,

como símbolo de

afirmação social:

• apostaram no

embelezamento dos

palácios

• apoio aos artistas e

intelectuais

Palácio Farnese, Roma

Leonardo da Vinci -

Nascido como filho ilegítimo de

um notário, Piero da Vinci, e de

uma camponesa, Caterina, em

Vinci, na região da Florença, foi

educado no ateliê do famoso

pintor florentino, Verrocchio.

Passou a maior parte do início de

sua vida profissional ao serviço

de Ludovico Sforza (Ludovico il

Moro), em Milão; trabalhou

posteriormente em Veneza,

Roma e Bolonha, e passou seus

últimos dias em França, numa

casa que lhe foi presenteada

pelo rei Francisco I.

Page 3: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

A OSTENTAÇÃO DAS ELITES CORTESÃS E BURGUESA

• Os séculos XV e XVI, foram

séculos de grande crescimento económico;

Sectores (nobreza e

burguesia) ligados ao

comércio e à finança

enriqueceram;

• Vão desenvolver formas de

exteriorizar a sua riqueza e

ascensão social: luxo, conforto, festas, o apoio à

cultura (mecenato);Veronese, As bodas de Canãa

Ler Doc.1A/B pag. 42

Page 4: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

• As elites rodeavam-se de luxo

e ostentação: belos palácios,

roupas sumptuosas, banquetes

faustosos, etc.;

• Praticavam o mecenato;

• Uma das cortes mais famosa

foi a dos Médicis em Florença;

• A festa privada torna-se o

espaço privilegiado de divertimento dos ricos

(banquetes, bailes, teatro,

jogo, etc.); Mecenato: proteção da arte e

da cultura.

Lourenço de Médicis

A OSTENTAÇÃO DAS ELITES CORTESÃS E BURGUESA

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Civilidade – conjunto de regras de

comportamento que o indivíduo

deveria respeitar na sua vida

pública. Surgem no século XV, com

a publicação de vários livros de

cortesia e boas maneiras.

• Baltazar Castiglione (1478-

1529) idealizou um cortesão

que deveria ser reconhecido pela sua nobreza, porte,

elegância, bom dançarino,

músico e cantor, delicadeza,

de maneiras, amante das

letras e das artes, bom

cavaleiro, ou seja, o Homem

Ideal do Renascimento.

Retrato de Baltazar Castiglione, por Rafael

A OSTENTAÇÃO DAS ELITES CORTESÃS E BURGUESA

Page 6: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

O ESTATUTO DE PRESTÍGIO DOS INTELECTUAIS E ARTISTAS

• Nobres, burgueses, monarcas e

membros do clero fizeram

encomendas aos artistas e

intelectuais (projetos de arte,

obras literárias, estudos, etc.);

• A prática do mecenato era

uma forma de imortalizar o

nome das elites;

• O estatuto social do artista e do

intelectual torna-se mais

importante pois são

prestigiados e considerados;

• Os artistas passam a assinar as

suas obras, distinguindo-se do

anonimato dos artistas

medievais.

Auto-retrato de Albrecht Durer

Ler Doc.5B – pag. 45

Page 7: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

PORTUGAL – 2ª DINASTIA

Nome CognomeNascimento /

Morte

D. João I O de Boa Memória 1357 - 1433

D. Duarte O Eloquente 1391 - 1438

D. Afonso V O Africano 1432 - 1481

D. João II O Príncipe Perfeito 1455 - 1495

D. Manuel O Venturoso 1469 - 1521

D. João III O Piedoso 1502 - 1557

D. Sebastião O Desejado 1554 - 1578

D. Henrique O Casto 1512 - 1580

Page 8: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

PORTUGAL: O AMBIENTE CULTURAL DA CORTE RÉGIA

• O ambiente cultural português foi

influenciado pelo processo de

centralização do poder real;

• A prática do mecenato (D. João II,

D. Manuel, D. João III) serviu para:

o Financiar bolsas de estudo em

Itália, França e Flandres para

estudantes portugueses

o Em 1547, D. João III, funda o

Colégio das Artes (Coimbra),

para o ensino das Línguas

Clássicas, Filosofia e Gramática.

o atrair intelectuais e artistas à

Corte portuguesa;

D. João II

D. Manuel I

D. João III

Casamento de D. Manuel I - 1518, Garcia

Fernandes

Page 9: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

PORTUGAL: O AMBIENTE CULTURAL DA CORTE RÉGIA

• Principais artistas e intelectuais

que viveram na corte

portuguesa: • Damião de Góis (humanista);

• Gil Vicente (dramaturgo);

• Nicolau Clenardo (pedagogo);

• Programa de obras e

construções patrocinados pelos

monarcas portuguesesque se

destinavam a celebrar a

grandeza do Rei e da corte:• Mosteiro da Batalha, Jerónimos,

• Torre de Belém,

• Convento de Cristo,

• Paço da Ribeira, etc.

Damião de Góis em desenho

de Albrecht Dürer

Torre de Belém

Mosteiro dos JerónimosConvento de Cristo, Tomar

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PORTUGAL: O AMBIENTE CULTURAL DA CORTE RÉGIA

A encenação do poder – as

grandes festas:

• Casamento de D. Afonso,

filho de D. João II, com a princesa Isabel, filha dos

reis católicos;

• Embaixada D. Manuel ao

Papa Leão X em 1514

Casamento, em 1452, de D. Leonor, Infanta de Portugal,

com Frederico III, Imperador da Alemanha

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PORTUGAL: O AMBIENTE CULTURAL DA CORTE RÉGIA

Page 12: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

OS CAMINHOS ABERTOS PELOS

HUMANISTAS

• Os Humanistas, artistas e intelectuais do Renascimento, abriram novos caminhos para o pensamento, a arte e a cultura;

• Defendiam a excelência do Homem que dotado de livre-arbítrio podia escolher o seu próprio destino

• Assim se formou uma nova mentalidade com o Homem no centro do mundo e das preocupações humanas: o antropocentrismo substituiu o teocentrismo.

Humanista – É um intelectual (letrado) dos séculos XV e XVI.

Baseia o seu saber no estudo da Antiguidade Clássica (Roma e

Grécia). Procura conciliar os valores da civilização grega e

romana com os valores do cristianismo. Defendem uma cultura

antropocentrista e os valores do individualismo.

Page 13: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Antropocentrismo

O Homem passou a estar no centro do Universo e

das preocupações humanas. Tudo é feito à

medida do Homem, para o bem-estar do Homem

e para a sua valorização.

Deus escolheu o Homem […] e,

colocando-o no centro do Mundo disse-

lhe: […]. És tu que segundo os teus

desejos e o teu discernimento, podes

escolher […].

Pico della Mirandola, Sobre a dignidade do

Homem, 1486

OS NOVOS VALORES DO HUMANISMO/

RENASCIMENTO

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OS CAMINHOS ABERTOS PELOS

HUMANISTAS

Page 15: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Valorização da Antiguidade Clássica

• Uma das características

fundamentais dos humanistas é a

inspiração nos modelos clássicos

(Grécia e Roma).

• A ideia não é imitar os antigos mas

inspirar-se na cultura clássica para

inovar, recriar e transformar;

• O estudo dos clássicos não é um

fim mas um instrumento para

ajudar os humanistas a

desenvolverem a sua

modernidade;

OS CAMINHOS ABERTOS PELOS

HUMANISTAS

Page 16: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

“Eu canto as armas e o herói, que,

impelido pelos fados, veio primeiro dasplagas de Tróia à Itália e ao litoral Lavínio;ele foi muito perseguido, tanto em terracomo no mar, pela força dos deuses, epela ira lembrada da cruel Juno; e sofreutambém muitos trabalhos na guerra,enquanto fundasse uma cidade, etransferisse os seus deuses para o Lácio,donde surgiram a raça latina, e os chefesAlbanos e as muralhas da soberba Roma.

Musa lembra-me as causas, porque adivindade ofendida, ou por que crimetendo mágoa, a rainha dos deusesobrigou um varão ilustre pela sua piedadea correr tanto perigos, a enfrentar tantostrabalhos”.

Vergílio - Eneida (Livro I, 1-11)

As armas e os Barões assinalados

Que da Ocidental praia LusitanaPor mares nunca de antes navegadosPassaram ainda além da Taprobana,Em perigos e guerras esforçadosMais do que prometia a força humana,E entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublimaram;(...)

Cessem do sábio Grego e do TroianoAs navegações grandes que fizeram;Cale-se de Alexandro e de TrajanoA fama das vitórias que tiveram;Que eu canto o peito ilustre Lusitano,A quem Neptuno e Marte obedeceram.Cesse tudo o que a Musa antiga canta,Que outro valor mais alto se alevanta.

Camões – Os Lusíadas (Canto I, estrofe 1,3)

OS CAMINHOS ABERTOS PELOS

HUMANISTAS

Page 17: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

OS CAMINHOS ABERTOS PELOS

HUMANISTAS

Page 18: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

• Os humanistas estudaram o grego e o

latim para poderem estudar os autores

clássicos;

• Recuperaram as Sagradas Escrituras

leram o Novo Testamento e o Antigo

Testamento (hebraico), e corrigiram os

erros das traduções medievais;

• O ensino fomentou o conhecimento da

Antiguidade (estudo do grego, latim,

hebraico, literatura, história, filosofia).

• Receberam o nome de studia

humanitatis (humanidades), porque se

consideravam áreas de ensino

fundamentais para a formação moral

do ser humano.

• A imprensa contribui para a divulgação

dos autores clássicos.

OS CAMINHOS ABERTOS PELOS

HUMANISTAS

Santo Agostinho, afresco de Botticelli,

igreja florentina de Ognissanti, 1480

Page 19: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

A afirmação das línguas nacionais e a

consciência da modernidade

• Os Humanistas desenvolvem um movimento

de afirmação das línguas nacionais;

• Dante Alighieri (1265-1321), foi um dos

percursores, escreveu grande parte da sua

obra em italiano e não em latim;

• Os humanistas escreveram grande parte da

sua obra nas respetivas línguas nacionais e isto

permitiu que mais pessoas lessem as suas obras

e conhecessem as suas ideias;

• Há uma maior difusão da cultura na época do

Renascimento.

• Os humanistas tinham consciência do seu

valor e inovação. Tinham consciência da sua

modernidade.

OS CAMINHOS ABERTOS PELOS

HUMANISTAS

Dante Alighieri

François Rabelais

Sir Thomas More

Nicolau Maquiavel

Erasmo de Roterdão

Giovanni Boccaccio

Ler Doc.13 – pag.50

Page 20: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

PRODUÇÃO LITERÁRIA HUMANISTA

• Dante Alighieri • Picco de la

Mirandola

• Baltasar Castiglione

• Nicolau Maquiavel

• Boccaccio

• Leonardo da Vinci

• A Divina Comédia

• Sobre a dignidade do Homem

• O Cortesão

• O Príncipe

• Decameron

• os seus trabalhos escritos só foram publicados na actualidade

Literatura

Literatura

Tratados de política

Literatura

Pintura, arquitectura,

escultura, física,

anatomia...

Itália

Page 21: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

PRODUÇÃO LITERÁRIA HUMANISTA

França• Rabelais

Países Baixos• Erasmo de

Roterdão

Inglaterra• Thomas More

• William Shakespeare

Espanha• Miguel de

Cervantes

• Gargântua e Pantagruel

• Elogio da Loucura

• Utopia

• Romeu e Julieta, Hamlet, Rei Lear, Macbeth, Henrique V…

• D. Quixote

Literatura

Crítica social

Literatura

Literatura, crítica

social

Teatro, poesia

Romance de

cavalaria

Page 22: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

PRODUÇÃO LITERÁRIA HUMANISTA

• Luís Vaz de Camões

• Fernão Mendes Pinto

• Garcia de Orta

• João de Barros• Duarte Pacheco

Pereira

• António Ferreira

• Pedro Nunes

• Damião de Góis

• Garcia de Resende

• Gabriel Pereira• André de Resende

• Os Lusíadas, Éclogas e Canções, Sonetos...

• Peregrinação

• Os Colóquios dos Simples e Drogas da Índia

• Roteiros da Ásia

• Esmeraldo de Situ Orbis

• A Castro

• (inventou o NÓNIO, foi matemático e astrónomo)

• (embaixador em vários países da Europa e feitor em Antuérpia, conheceu Erasmo e Lutero...)

• Cancioneiro

Poesia épica e lírica

Literatura de viagens

Tratados de medicina e

farmacopeia

Literatura de viagens

Teatro

Matemática,

Astronomia...

Crítica social

Correspondência

Literatura (poesia)

Portugal

Page 23: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Coloquei-te no centro do Mundo paraque, daí, pudesses facilmente observar ascoisas. […] És tu que, pela tua livre vontade,podes escolher o teu próprio modelo e aforma de te realizares. Pela tua vontade,poderás descer às formas degradadas davida, que são animais. Pela tua vontade,conseguirás alcançar as formas maiselevadas que são divinas.

Pico della Mirandola, Sobre a dignidade do Homem, 1486

Individualismo

O Homem tem capacidade para escolher e decidir

por si próprio, para pensar por si próprio e passa a valorizar-se e a acreditar nas suas capacidades.

OS NOVOS VALORES DO HUMANISMO/

RENASCIMENTO

Page 24: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Classicismo

Gosto pela cultura clássica: pelas línguas grega e

latina, pelos pensadores clássicos, pela arte e

literatura clássica, pelos valores clássicos que

valorizam o Homem.

No nosso tempo, todas as matérias nos

interessam. Aprendemos grego (sem o

qual ninguém se pode considerar sábio),

hebraico e latim. Considero indispensável

que aprendas estas línguas.

Rabelais, Cartas de Gargântua

a Pantagruel, 1534

OS NOVOS VALORES DO HUMANISMO/

RENASCIMENTO

Page 25: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Naturalismo

Interesse pelo estudo da Natureza física e humana

em todos os seus aspectos.

[…]. Quanto à Natureza, quero que a estudes

cuidadosamente: deves conhecer os peixes que

enchem os mares e as aves que voam nos céus; as

árvores de todas as florestas e as ervas de todos os

campos; os metais ocultos no ventre da Terra e as

pedras preciosas de todos os continentes.

[…] Depois, mais cuidadosamente ainda, estuda os

livros dos médicos gregos, árabes e latinos […] e

através da prática da anatomia, procura conhecer esse

outro mundo que é o homem.

Rabelais, Cartas de Gargântua a Pantagruel, 1534

OS NOVOS VALORES DO HUMANISMO/

RENASCIMENTO

Page 26: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Experiencialismo

Necessidade de comprovar pela observação epela experiência qualquer facto antes de o aceitarcomo válido; valorização do aspecto prático doconhecimento.

Nunca os nossos antepassados […]

imaginaram que viria o tempo em que o

Ocidente conheceria o Oriente como agora

conhece. Os escritores antigos escreveram

sobre isso tantas fábulas que se pensava ser

impossível navegar até ao Oriente. […] Como a

experiência é a mãe de todas as coisas, por

ela soubemos radicalmente a verdade.

Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ Orbis,

1505

OS NOVOS VALORES DO HUMANISMO/

RENASCIMENTO

Page 27: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Espírito crítico

O Homem passa a pensar por si próprio, a

questionar a sociedade e o mundo que o rodeia,

em vez de o aceitar como um dado adquirido. Até

o saber tradicional passa a ser questionado.

Se alguém julgar que falo com mais atrevimento do

que verdade, venha inspeccionar comigo as vidas

humanas […]. Este mete no ventre tudo quanto ganha,

poucos dias depois, passa fome. Aquele não vê a

felicidade senão no sono e no ócio. […] Os

negociantes mentem, roubam, defraudam, enganam e

consideram-se pessoas muito importantes, porque

andam com os dedos cheios de anéis de ouro. […]

Erasmo de Roterdão, Elogio da Loucura, 1511

OS NOVOS VALORES DO HUMANISMO/

RENASCIMENTO

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Utopia

Crítica social feita através da construção/imaginação

de sociedades perfeitas inexistentes. Os autores

renascentistas imaginavam sociedades centradas nos

valores humanos onde predominava o racionalismo, a

igualdade, a fraternidade , a tolerância e paz espíritual.

Na Utopia, não se usa moeda nas transações; […] O ouro e a prata não

têm com efeito virtude, emprego ou propriedade cuja privação constitua

inconveniente natural e verdadeiro. Foi a loucura humana que lhes deu

tamanho valor por serem raros. […] E assim os utopianos definem a

virtude: viver conforme a natureza. Deus, ao criar o homem não lhes deu

outro destino. […] Procurar a Felicidade sem violar as leis é próprio da

sabedoria; […] calcar aos pés a felicidade de outrem para realizar a própria

é uma ação injusta.

Thomas More, A Utopia, 1516

OS NOVOS VALORES DO HUMANISMO/

RENASCIMENTO

Page 29: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

EM SÍNTESE…

• Os valores do Humanismo

/ Renascimento são:

* Antropocentrismo

* Individualismo

* Classicismo

* Naturalismo

* Experiencialismo

* Espírito crítico

* Utopia

O Homem do

Renascimento

era um Homem

com uma nova

mentalidade,

curioso, crítico,

multifacetado.

Page 30: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

O RENASCIMENTO3.3 A reinvenção das formas artísticas – imitação e

superação dos modelos clássicos

Page 31: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

LOCALIZAÇÃO ESPÁCIO TEMPORAL

• O Renascimento nasceu em Itália;

• A partir de Itália expandiu-se para o resto da Europa;

• Vigorou entre os séculos XV e XVI.

Page 32: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

POR QUÊ EM ITÁLIA?

• Porque Itália reunia algumas condições favoráveis:

- A Itália estava dividida em vários estados e

alguns deles eram muito ricos e prósperos;

- Alguns desses estados rivalizavam entre si;

- Havia muitos mecenas (homens ricos que

ajudavam os artistas);

- Havia inúmeros vestígios da arte greco-

romana e bibliotecas com cópias de

manuscritos da Antiguidade.

Page 33: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

A ARTE RENASCENTISTA

• Dois grandes focos da arte renascentista em Itália:

- Florença (século XV)

- Roma (século XVI)

Sob o mecenato dos

Médicis

Sob o mecenato dos Papas

Page 34: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

ARQUITECTURA

• Grande precursor: Brunelleschi;

• Inspiração: arquitectura clássica – Classicismo

• Tipo de edifícios: - Igrejas

- Palácios

- Bibliotecas

- Hospitais

- Arcadas

- Fontes

Ordem

Proporção

Elementos estruturais e decorativos

Page 35: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

CARACTERÍSTICAS DA ARQUITECTURA

• Horizontalidade (definida pelos

frisos, pelas

cornijas e

balaustradas);

• Simetria

(equilíbrio,

proporção,

harmonia);Basílica de S. Pedro, Vaticano, Roma

Page 36: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Elementos estruturais:

colunas ou pilastras das ordens clássicas (coríntia e compósita), abóbada de berço, arco de volta perfeita, frontão triangular ou semicircular, tirantes de metal, cúpula, aletas.

CARACTERÍSTICAS DA ARQUITECTURA

Page 37: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Igreja da Graça, Évora

Aleta

Frontão

triangular

Friso

Arco de

volta

perfeita

Abóbada de

berço

Cornija

Balaustrada

Pilastra

CARACTERÍSTICAS DA ARQUITECTURA

Page 38: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

• Elementos

decorativos:

frontões por cima

de portas e janelas,

balaustradas,

cornijas,

decoração

naturalista

(conchas, florões,

grinaldas de flores).

CARACTERÍSTICAS DA ARQUITECTURA

Page 39: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

PINTURAGRANDES INOVAÇÕES

• Flandres

Descoberta da pintura a

óleo (atribuída a Van Eyck).

Contribui para dar à

composição mais

vivacidade, mais brilho,

maior durabilidade.

Flandres

Itália

Dois grandes focos de pintura

Uma grande

inovação

Page 40: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

• Itália (várias inovações)

Aplicação da lei da perspectivaà pintura, o que permite:

- criar a ilusão de profundidade/ tridimensionalidade;

- dar à composição um aspecto de total equilíbrio (distribuição ordenada das formas).

Outra grande

inovação

PINTURAGRANDES INOVAÇÕES

Page 41: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

• Técnica do “sfumato”, provavelmente atribuída a da Vinci: confere à pintura um aspecto mais suave na transição da cor escura para a cor clara;

• Técnica do “modelato”: consiste na aplicação de camadas muito finas de tinta, que se vão sobrepondo sobre a mesma superfície, produzindo um efeito de brilho e transparência.

Leonardo da Vinci, A Virgem

com o Menino e Santa Ana

PINTURAGRANDES INOVAÇÕES

Page 42: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

CARACTERÍSTICAS DA PINTURA

• Naturalismo (presença de elementos naturais: paisagem, árvores, rios, rochedos…);

• Racionalismo (a composição parece enquadrar-se num esquema geométrico, geralmente uma pirâmide ou triângulo);

• Equilíbrio (distribuição equilibrada das formas, dos volumes);

• Aplicação da lei da perspectiva (profundidade);

• Presença de elementos arquitectónicos (pontes, arcos, edifícios…).

Rafael, Madona no prado, 1505

Page 43: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Van Eyck, A Virgem e o Chanceler Rolin, 1485

Da Vinci, A Virgem dos Rochedos, 1506

PINTURA

Page 44: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Sandro Botticelli, Primavera

PINTURA

Page 45: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Miguel Ângelo

Capela Sistina, VaticanoO fresco

Page 46: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

O RETRATO

• Inicialmente:

- Busto tendo como fundo uma janela ou uma paisagem (Monalisa, da Vinci);

Depois:

- Retrato a ¾ com fundo escuro. Mais realista (Retrato de Homem, Antonello da Messina).

Page 47: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

ESCULTURA

• Realismo/naturalismo: grande semelhança com o real, perfeito conhecimento do corpo humano (revela conhecimentos de anatomia);

• Dinamismo: sensação de movimento (nas pregas da roupa, na contracção dos músculos, na posição do corpo…);

• Expressividade: captação de sentimentos/ emoções (angústia, tristeza, êxtase, tranquilidade, …);

Miguel Ângelo, David

Características

Page 48: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

• Racionalismo: recurso a esquemas compositivos geometricamente simples como o triângulo (Pietà) ou linhas/ contornos que acompanham o movimento do corpo (David);

• Harmonia/ equilíbrio/ proporção: recurso aos cânones clássicos (ex: cabeça = 1/7 da altura total do corpo).

Miguel Ângelo, Pietà

ESCULTURA

Page 49: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

OS TEMAS NA PINTURA E NA ESCULTURA

• O Homem (enquanto ser humano e

indivíduo);

• Figuras mitológicas (O nascimento de

Vénus, Primavera, Júpiter…);

• Temas religiosos (Nossa Senhora, Menino

Jesus, santos, a Criação…).

Page 50: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

O RENASCIMENTO EM PORTUGAL

Claustro do Convento de Cristo, Tomar

Claustro da Sé de

Viseu

Page 51: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Igreja da Misericórdia, Guimarães Igreja dos Grilos, Porto

Page 52: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Quando o gótico-

manuelino se

encontra com o

renascimento

Convento de Cristo, Tomar

Page 53: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

PORTUGAL: A PERSISTÊNCIA DO GÓTICO E O MANUELINO

Em Portugal, o Gótico prevaleceu até ao

século XVI.

Mantém-se a estrutura gótica (altura dos

edifícios, a cobertura em abóbada de

cruzamento de ogivas,…);

…e adoptam-se novos elementos

decorativos, inspirados nos Descobrimentos: o

manuelino.

Page 54: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

• a esfera armilar;

• os símbolos heráldicos;

• a cruz da ordem de Cristo;

• elementos naturalistas

(algas, conchas…);

• cordas (simples ou

entrelaçadas, nós).

Os elementos decorativos

são, essencialmente:

Janela do Convento de Cristo,

Tomar

Page 55: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Torre de Belém, Lisboa

Page 56: 3.3 a produção cultural  humanismo e renascimento

Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa