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Resumo de Processo Civil I Noções Ger ais: Definição de Direito Processual: Conjunto de normas que regulam a atuação do Estado na resolução do conflito de interesses (lead), aplicando a norma geral e abstrata ao caso concreto, em substituição das partes, gerando, com isso, a paz social. O inicio do direito processual se dá através da Constituição Federal (Carta Maior), especificamente do Código de Processo Civil (CPC). LIDE : Conflito de interesses qualificados por uma pretensão resistida. Tratase do núcleo essencial de um processo judicial civil, o qual visa, em última instância resolver a Lide (conflito) apresentada perante o juízo, ou seja, dois ou mais indivíduos possuem objetivos diferentes, dos quais não podem ser atendidos ou sequer entrar em consenso. O processo é a medida utilizada para que o Estado possa resolver a Lide, ou seja, e a reunião de provas de ato sobe determinado conflito; é a forma que o cidadão tem para provocar a justiça, onde será julgado como conflito material e imaterial, posteriormente será analisado e por fim, solucionado. Modos de Eliminação dos Conflitos (LIDE): Existem três métodos previstos para a solução da Lide: Autocomposição, Autotutela e heterocomposição. AUTOCOMPOSIÇÃO: Ocorre quando um dos indivíduos, ou ambos, abrem mão do seu interesse por inteiro ou de parte dele, sem que haja intervenção de

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Resumo de Processo Civil I

Noções Gerais:

Definição de Direito Processual: Conjunto de normas que regulam a atuação doEstado na resolução do conflito de interesses (lead), aplicando a norma geral e abstrataao caso concreto, em substituição das partes, gerando, com isso, a paz social.

O inicio do direito processual se dá através da Constituição Federal (CartaMaior), especificamente do Código de Processo Civil (CPC).

LIDE: Conflito de interesses qualificados por uma pretensão resistida. Trata­se donúcleo essencial de um processo judicial civil, o qual visa, em última instânciaresolver a Lide (conflito) apresentada perante o juízo, ou seja, dois ou mais indivíduospossuem objetivos diferentes, dos quais não podem ser atendidos ou sequer entrar emconsenso.

O processo é a medida utilizada para que o Estado possa resolver a Lide, ouseja, e a reunião de provas de ato sobe determinado conflito; é a forma que ocidadão tem para provocar a justiça, onde será julgado como conflito material eimaterial, posteriormente será analisado e por fim, solucionado.

Modos de Eliminação dos Conflitos (LIDE):

Existem três métodos previstos para a solução da Lide: Autocomposição, Autotutela eheterocomposição.

AUTOCOMPOSIÇÃO: Ocorre quando um dos indivíduos, ou ambos, abremmão do seu interesse por inteiro ou de parte dele, sem que haja intervenção de

terceiros, ou seja, as partes resolvem o conflito por si.A autocomposição podeocorrer de três formas:

Desistência: consiste na renúncia à pretensão, ou seja, o conflito só é resolvidopor desistência total ou parcial de um objetivo. (as duas partes abrem mão doobjetivo, renunciam a causa,é “tudo ou nada”).

Submissão: consiste na renúncia a resistência oferecida à pretensão, ou seja,uma das partes se submete total ou parcialmente ao objetivo da outra parte.(équando uma parte abandona suas razões, porque a outra parte usa algum tipode argumento muito forte, a vontade de uma das partes sobrai).

Transação: consiste em concessões recíprocas, ou seja, ambos cedem emalguns aspectos até chegarem á um consenso. (É um meio democrático deresolver um problema, sem perdedores ou ganhadores).

OBS:Todas essas soluções têm em comum a circunstância de serem parciais, nosentido de que dependem da vontade e da atividade de uma ou de ambas as partesenvolvidas.

AUTOTUTELA(ou autodefesa): É o método mais primitivo de solução deconflitos, nascida com o homem na disputa dos bens necessários à suasobrevivência, representando a prevalência do mais forte sobre o mais frágil,ou seja, é o mecanismo de solução em que uma das partes faz valer o seudireito pelo uso da força. Modernamente, fazer justiça com as próprias mãos,em regra, é inaceitável, a autotutela é proibida, vedada. Contudo, existemalgumas poucas exceções, nas quais podemos “agir” sozinhos, defendendonossos direitos:

Exceção: O individuo pode utilizar­se de força quando esta for proporcional eimediata, e apenas se cometida em legítima defesa ou defesa de terceiros. Aforça utilizada deve ser a necessária para repelir a agressão, não ultrapassandoo limite da violência. (utilizada essencialmente em defesa de posse epropriedade)

HETEROCOMPOSIÇÃO: É necessário um terceiro sujeito, integro, corretoe imparcial, para acompanhar a resolução dos conflitos. O Estado, por sua vez,realiza esta função com total imparcialidade, formalidade legal e investido deum poder que será imperativo e impositivo para ambas as partes, sendo assim,os participantes do processo entregam o caso a terceiros e sujeitam­se aresolução interpretada pelo mesmo. A heterocomposição pode ocorrer de trêsformas:

Mediação: A mediação é mais uma opção alternativa de resolução imparcial, omediador é um profissional competente na arte da comunicação e escolhidolivremente pelas partes conflitantes. Ele terá a função de intermediar umaconversa, um diálogo aberto entre os conflitantes, com muita habilidade e tato,no intuito de realizar um acordo satisfatório para ambas as partes, ou seja,ambos em conjunto com o mediador escolhido, constroem a melhor soluçãopara o conflito.

Arbitragem:é uma forma ágil, descomplicada e eficiente para resolver osconflitos. O arbitro é qualquer pessoa considerada capaz e de confiança daspartes, que é designada pelos mesmos para resolver a lead. A decisão arbitraltem força de sentença judicial e não admite recurso.

OBS: O arbitro é considerado capaz se atender as especificações do código civil,sendo que as partes precisam ser maiores e capazes e o direito discutido tem queadmitir a transação.

Processo – Jur isdição: É a solução do conflito de interesses por meio deautuação do poder judiciário, onde as partes se sujeitam a resolução einterpretação de um poder estatal.

Lei Processual no tempo e no espaço (Pr incipio daTerr itor ialidade)

A norma jurídica e a norma processual tem eficácia limitada no espaço e notempo, sendo assim, aplica­se apenas dentro de dado território e por um certo períodode tempo, ou seja, a lei é vigente se estiver enquadrada no tempo e no espaço.

Eficácia da norma processual no ESPAÇO: O critério que regula a eficáciaespacial das normas de processo é o da territorialidade, que impõe sempre aaplicação das Leis do Foro, geralmente estipuladas por ordem politica ou poroutra ordem prática. A territorialidade da aplicação da lei processual é expressapelo art. 10 do CPC, assim transcrito: “a jurisdição civil, contenciosa evoluntaria, é exercida pelos juízes em todo território nacional, conforme asdisposições que este Código estabelece”, ou seja, as leis processuais devem seraplicadas de acordo com o CPC e o CC brasileiros, independente danacionalidade em questão.

Eficácia da norma processual no TEMPO: Como as normas jurídicas emgeral, as normas processuais são limitadas também no tempo, respeitando asregras que compõem o direito processual intertemporal, ou seja, a lei começa avigorar, em todo o país, 45 dias depois de publicada; se, antes de entrar emvigor, ocorrer nova publicação de seu texto, o prazo começará a correr da novapublicação (Salvo disposição em contrário).A eficácia da norma processual no tempo possui três sistemas diferentes deaplicação de resolução de problemas:

Teor ia do Isolamento do Ato Processual: Significa que os atos processuaissão realizados durante o curso norma do processo, e na medida em que umanorma processual nova é inserida no ordenamento jurídico, esta só seráaplicada (no caso de processos pendentes) para os atos que ainda serãorealizados. Para essa teoria, a lei nova não alcança os efeitos produzidos ematos já realizados até aquela fase do processo, pré­existente à nova norma. Osprocessos cujo inicio forem vigentes a uma nova legislação, por esta serãoregulados.

Teor ia da Unidade do Processo: Ocorre quando, apesar de se desdobrar emuma série de atos diversos, o processo apresenta tal unidade que somentepoderia ser regulado por uma única lei, sendo ela nova ou velha; ou seja, se oprocesso inicia­se baseado em uma determinada norma, deve utiliza­la comopadrão até o término do processo.

Teor ia das Fases do Processo: Teoria que distingue as fases processuaisautônomas em postulatória, saneadora, instrutória, decisória, recursal eexecutiva; onde cada uma é disciplinada de forma diferente.

Fontes Do Direito Processual:

Onde o direito processual busca base para resolver conflitos e problemas, ouseja, elementos que auxiliam na resolução da Lead. Existem 6 tipos de fontes:

Lei: A pessoa competente resolve a Lead de acordo com a interpretação da lei,utilizando – se de Normas como o Código de Processo Civil, Código deProcesso Penal, entre outros.

Analogia: Ocorre diante da inexistência de uma norma especifica para aresolução de determinado caso, o juiz busca pontos de semelhança para asolução de um caso concreto, utilizando­se de uma analogia.

Costumes: O uso de costumes é utilizado na falta de disposições legais econtratuais para a resolução da Lead. O costume é a vontade social decorrenteda uma prática reiterada, de certo hábito, de seu exercício,o costume não sepromulga, é criado, formado no curso do tempo.

Pr incípios Gerais do Direito:Os princípios podem ser definidos como a base,o fundamento, a origem, a razão fundamental sobre a qual se discorre sobrequalquer matéria. Trata­se de proposições mais abstratas que dão razão ouservem de base e fundamento ao Direito, ou seja, são atos presumidamentepraticados de boa fé.

Doutr ina:Constitui se constitui em valioso subsídio para análise do Direito,funciona como argumento de autoridade no sentido de conhecimento do tema,ou seja, caso não haja possibilidade de resolver o conflito através da legislação,é possível utilizar­se da análise do conhecimento reconhecido por doutrina,visto que é reconhecido por sua eficácia.

Jur isprudência: Análise de acordo com um conjunto de decisões, ou seja, é aposição de um determinado tribunal com relação a uma questão da disciplinado direito em vista de julgamentos já reiterados.

OBS: julgado: Resultado/Decisão referente a causa sobre uma pessoa apenas, sobre determinadaquestão do direito

Interpretação da Lei Processual:

Quando diz­se interpretar a lei, significa extrair o verdadeiro sentido daLei/Norma.

Gramatical: O interprete retira o verdadeiro sentido da norma da estruturagramatical, respeitando suas limitações e regras. Ainterpretação gramatical permite desvendar o significado da norma,enfrentando dificuldades léxicas e de relações entre as palavras.

Histór ico: Busca a interpretação através da análise histórica do ProcessoLegislativo, por meio da evolução histórica. Ainterpretação históricaassemelha­se à busca da vontade do legislador.Recorrendo aos precedentes normativos e aos trabalhos preparatórios, queantecedem a aprovação da lei, tenta encontrar o significado das palavras nocontexto de criação da norma. É utilizada para não prejudicar o autor emdeterminados casos em que há necessidade de retroagir no processo.

Teleológico: A interpretação teleológica busca os fins da norma legal e osvalores que serão concretizados pela norma, ou sejam procura­se a razão pelaqual ela foi criada, buscando atender a vontade do legislador, visando umobjetivo.

Sistemático: AInterpretação sistemática, por sua vez, analisa normas jurídicasentre si. Pressupondo que o ordenamento é um todo unitário, semincompatibilidades, permite escolher o significado da norma que seja coerentecom o conjunto, enfatizando que devem ser evitadas as contradições comnormas superiores e com os princípios gerais do direito, ou seja, não pode­seinterpretar um artigo ou disposição legal de forma isolada, pois é precisoavalia­la, estuda­la, buscando assim, seu verdadeiro sentido de acordo com oconjunto de normas em que este está inserido, o sistema normativo.

Competência para legislar sobre matér ia de processo:

A Constituição Federa estabelece no Art. 21 competências diferentes paralegislar sobre processo e procedimento.

Competência para legislar sobre matér ia de PROCESSO:Compete privativamente à União legislar sobre matéria de processo, paraassim, garantir a isonomia. Esta que pode ser delegada aos Estados, mediantelei complementar.

Competência para legislar sobre matér ia dePROCEDIMENTO:Compete à União e ao Estado legislar sobre matéria de

procedimento, visto que é preciso preservar a cultura da região, econsequentemente, adequar o procedimento a esses valores.

Garantias constitucionais do processo:

As Garantias Constitucionais Gerais são as próprias técnicas da organizaçãodos poderes públicos.

Pr incipio da Isonomia: "Todos são iguais perante a lei." (CF, art. 5º, caput).A igualdade perante a lei é premissa para a afirmação da igualdade perante ojuiz. As partes devem merecer tratamento igualitário, para que tenham asmesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões, entretanto, naprática essa igualdade não conduz a um tratamento justo, por isso foinecessária uma igualdade substancial/proporcional.

Essa igualdade proporcional significa, em suma, tratamentoigual aos substancialmente iguais e desigual aos desiguais, ou seja, é atravésde um tratamento desigual que se faz a possibilidade de um tratamento igual,visto que, por exemplo, não pode­se tratar uma pessoa jurídica da mesmaforma que se trata uma pessoa física, ou até mesmo julgar uma açãoindividual do mesmo modo que se julga uma ação referente à ÓrgãosPúblicos ou a Fazenda, que protegem um bem comum.

Pr incipio da Instabilidade do Poder Jur ídico: Garantia do direito de ação oudo acesso de justiça destinada ao legislador, que indica que o Poder Judiciário,órgão incumbido de oferecer a jurisdição, garanta que qualquer lesão ouameaça de lesão será excluída da apreciação do poder judiciário, ou seja, aqualquer momento, que houver ameaça ou violação de qualquer direito, oPoder Judiciário poderá ser chamado a intervir, cabendo a ele a competênciapara a decisão final, no intuito de evitar que a vitima sofra a lesão paraposteriormente tomar a providência.

Pr incipio do Devido Processo Legal: Essa garantia afirma que nenhumcidadão será privado de seus bens e direitos, como vida, igualdade, liberdadee propriedade, sem o devido processo legal; garantindo assim, todos os meiose recursos existentes, ou seja, consiste no direito do cidadão de não serprivado da liberdade e de seus bens, sem a garantia que supõe a tramitação deum processo desenvolvido na forma da lei. Servem não só aos interessesdas partes, como direitos públicos subjetivos (ou poderes e faculdadesprocessuais) destas, mas que configuram, antes de tudo, a salvaguarda dopróprio processo, objetivamente considerado, como fator legitimo doexercício da jurisdição. O devido processo

legal configura dupla proteção ao indivíduo, atuando tanto no âmbito materialde proteção ao direito de liberdade e propriedade quanto no âmbito formal, aoassegurar­lhe paridade total de condições com o Estado­persecutor eplenitude de defesa, ou seja, o individuo não pode ser privado de um bem pormeio de um procedimento, pois esse tipo de privação sem a observação dasgarantias é infraconstitucional.

Pr incipio do Juiz Natural: A finalidade da garantia do juiz natural esta emimpedir a formação de tribunais de exceção; órgãos jurisdicionais criadosposteriormente ao fato e com a finalidade de apreciá­lo, ou seja, assegurarque ninguém seja privado do julgamento por juiz independente e imparcial,indicado pelas normas constitucionais e legais, proibindo a ConstituiçãoFederal a estipular esses tribunais de exceção, ou seja, a sua existência jáocorre pré­existente ao fato, pois é necessário manter o ideal deimparcialidade e isonomia.

Acrescenta­se que essa garantia proíbe a criação pelo Estado de órgãocom poder decisão final que não estejam definidos na Constituição. Dessaforma, é evitado o uso do poder judiciário para perseguições políticas, etc.

Ampla Defesa: A ampla defesa é destinada às partes, independente do fato,sendo assim, se refere ao réu e ao preterido, ou seja, é a possibilidade deproduzir provas com relação aos fatos elevados, de produzir evidência emmeio á um processo legal. Esta deve abranger a defesa técnica, ou seja, odefensor deve estar devidamente habilitado, e a defesa efetiva, ou seja, agarantia e a efetividade de participação da defesa em todos os momentos doprocesso. É necessário que as partes estejam cientes de que foram citadasno processo e em que momento isto ocorreu. Em alguns casos, a ampladefesa autoriza até mesmo o ingresso de provas favoráveis à defesa, obtidaspor meios ilícitos, desde que devidamente justificada por estado denecessidade.

Cerceamento de Defesa: Quando a garantia não é disponibilizada, ouseja, não é fornecido o direito das par tes de expor as provas, visto que, oindividuo pode perder a causa.

Contraditór io: A garantia constitucional do contraditório visa que as partestenham o direito de reagir, de se contrapor (fazer­se ouvir). Para que se tenharespeitada a referida garantia, não se faz necessário que existe a reação, eis queestá é eventual e facultativa, não uma obrigação. O essencial é que não falte ainformação da qual se tem como consequência a possibilidade de reação.Sendo assim, quando uma das partes alega alguma coisa, há de ser ouvidatambém a outra, dando­lhe oportunidade de resposta. Ele supõe o

conhecimento dos atos processuais pelo acusado e o seu direito de resposta oude reação.

Duplo Grau de Jur isdição:Esse princípio prevê a possibilidade de revisão,por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau, quecorresponde à denominada jurisdição inferior, garantindo, assim, um novojulgamento, por parte dos órgãos da jurisdição superior, ou de segundo grau,justificando a possibilidade de a decisão de primeiro grau ser injusta ou errada,por isso a necessidade de se permitir a sua reforma em grau de recurso, ou seja,o duplo grau de jurisdição garante a todos os cidadãos jurisdicionados areanálise de seu processo, administrativo ou judicial, geralmente poruma instância superior. A finalidade é evitar a arbitrariedade, visto que existemtribunais compostos por desembargadores ou ministros que possuem maiorexperiência.O duplo grau de jurisdição não é uma garantia expressa na ConstituiçãoFederal

OBS:Em alguns casos, quando a competência originária já cabe à instânciamáxima, o duplo grau propriamente dito fica impossibilitado, mas ocorre aomenos o exame por um órgão colegiado (grupo de pessoas), como é o caso dasdecisões do Supremo Tribunal Federal – Exemplo: Ao mensalão, julgado peloSTF, caberá recurso onde o processo será julgado por outro relator.

Dever de fundamentação/motivação das decisões: É conhecido o motivo dedeterminada resolução, é a fundamentação ou a explicação do que acarretou oparecer do juiz, visto que, é necessário justificar que não há influência sobrealguma das partes inclusas no processo, viabilizando a vinculação do juiz àprova, o conhecimento das razões com vistas a um recurso adequado. Mostra,ainda, a motivação, que o resultado da lide não foi sorte, não é fruto do acaso,permitindo que os tribunais superiores reconheçam erros nas sentenças; ouseja, essa garantia assegura a todo e qualquer cidadão em processo, oconhecimento das razões que justificam tal decisão.Exceção: Decisão deferida elo Conselho de Sentença em júri popular, pois é aresposta dos jurados com a absolvição ou condenação do réu, sendoassim,despacho não exige fundamentação.

Publicidade dos atos processuais: A presença do público nas audiências e apossibilidade do exame dos autos por qualquer pessoa representam o maisseguro instrumento de fiscalização popular sobre a obra dos magistrados,promotores públicos e advogados, ou seja, em regra todo processo é público,porém existe exceção para aquelas ações que correm em segredo de justiça.Exceção: São aqueles processos que correm em segredo de justiça, ou seja,somente as partes e seus procuradores podem ter acesso. Uma causa queocorre em segredo de justiça, se coloca nossa condição por que:

Preserva a identidade das partes (constrangimento).

Ações que versem interesse de incapaz (ação de alimentação interdição, etc.).

Ações de Estado (separação, divórcio, anulação de casamento).

Quando houver interesse público determinado pelo poder judiciário (exceto osprocessos determinados com sigilosos, mas que podem ser acessados porterceiros juridicamente interessados).

Proibição da Prova obtida por meio ilícito: Podem ser considerados comoprovas todos os meios utilizados pelas partes para demonstrar as suasalegações em juízo, em consequência disso, à prova produzida com a violaçãode normas constitucionais é aplicável à teoria das provas ilícitas. As provas queviolam normas infraconstitucionais de direito processual estão, por sua vez,sujeitas à teoria das nulidades, ou seja, é aquela obtida de forma desrespeitosaàs garantias constitucionais. Existem 3 teorias referentes a licitude das provas:

Teor ia Obstativa: A teoria obstativa pode ser entendida como aquela queconsidera inadmissível a prova obtida por meio ilícito, em qualquer caso,pouco importando a relevância do direito em debate, ou seja, deve ser semprerejeitada, reputando­se assim não apenas a afronta ao direito positivo, mastambém aos princípios gerais do direito. Os defensores da teoria obstativasustentam, conforme Francisco das Chagas Lima Filho, que “a prova obtidapor meios ilícitos deve ser banida do processo, por mais altos e relevantes quepossam se apresentar os fatos apurados, visto que, influencia diretamente noresultado, e o direito não deve proteger alguém que tenha infringido preceitolegal para obter qualquer prova, com prejuízo alheio.

Teor ia Permissiva: Segundo a teoria permissiva, a prova obtida ilicitamentedeve sempre ser reconhecida no ordenamento jurídico como válida e eficaz.Em todos os casos, deve prevalecer o interesse da Justiça no descobrimento daverdade, sendo que a ilicitude na obtenção da prova não deve ter o condão deretirá­la o valor que possui como elemento útil para formar o convencimentodo Julgador. Significa dizer que o infrator será penalizado pela violaçãopraticada, mas o teor do elemento probatório deverá contribuir para a formaçãoda convicção do magistrado.

Teor ia Intermediár ia: Entre a teoria obstativa e a teoria permissiva, surgiu àintermediária, a qual não defende nenhum dos dois extremos, ou seja, nem se

deve aceitar todas as provas ilícitas, nem proibir qualquer prova pelo fato deser ilícita, deve haver uma análise de proporcionalidade de bens jurídicos,verificando quais direitos são invioláveis, para determinar se há possibilidadede ofender um direito através da prova ilícita se o outro direito for de maiorimportância para o indivíduo, para que ocorra a prestação de uma tutela maisjusta e eficaz.

Exceção: Só não é possível violar o direito à vida.

Razoável duração do processo:É a garantia pela qual o Estado assumiu odever de resolver a Lead em prazo razoável, ou seja, sem delação indevida.Esses esforços acontecem na adoção de leis, regulamentos, práticas que visemreduzir o tempo de tramitação de processos, como por exemplo, simplificarregulamentos, diminuir burocracias, dar prioridade a certos processos. Paraverificação de violação da garantia, a doutrina utiliza­se da análise de trêscritérios cumulativos; a complexidade da causa, atuação das partes e de seusprocuradores e atuação do órgão estadual, em respectiva a ordem.

É analisada a complexidade da causa. É analisada a atuação das partes, ou seja, como as partes reagiram durante o

período do processo, se houve intuito das partes para que o processo exceda otempo de julgamento, etc.

É analisada a atuação do órgão estatal, ou seja, como o poderjudiciárioresponsável pelo julgamento daquele processo agiu durante o períodoem que a causa estava em andamento; e em caso de interferência especifica doEstado, a parte pode entrar com uma ação contra o referido Poder Judiciário.

Distr ibuição Imediata deProcesso: Esse princípio garanteadistribuição imediata dos processos em todos os graus de jurisdição. Visa­se,com esse preceito, propiciar a imediata definição do juiz para apreciação eanalise da lide submetida ao Judiciário, ou seja, no intuito que o processo sejadistribuído em tempo hábil ao responsável e assim que o ocorrer, e o processodeve ser julgado em tempo razoável. Essa garantia foi implantada, pois eracomum a prática de não distribuir imediatamente a ação ou o recurso. O pedidoficava submetido a uma espécie de "fila de espera", aguardando a definição doórgão jurisdicional que iria apreciá­lo.

Atividade Ininter rupta: Essa garantia adota a expressa previsão de que aatividade jurisdicional será ininterrupta, vedando­se férias coletivas nos juízose tribunais, ou seja, não é disponibilizado o período de “férias forenses” emJunho/ Julho e Dezembro/Janeiro, como ocorria antes da emendaconstitucional referida. Amedida, certamente, tem por intuito evitar o acumulo

de ações na atividade desenvolvida pelo Judiciário, em especial por parte dosórgãos de segundo grau.OBS: Não confundir o termo “férias forenses” com feriados forenses, vistoqueneste último o fórum abre apenas para causas urgentes.

Proporcionalidade: É um método utilizado para resolver a colisãode princípios jurídicos, sendo estes entendidos como valores, bens, interesses.Tal princípio surge a partir da ideia de razoabilidade e diz respeito a umsistema de valoração, na medida em que para se garantir um direito, muitasvezes é preciso restringir o outro, no qual se conclua que o direitojuridicamente protegido por determinada norma apresenta conteúdovalorativamente superior ao restringido, ou seja, é o espessamento dos bens edireitos para no caso concreto privilegiar aquela interpretação que garanta asalva guarda do direito de maior importância. Sendo assim, um direito podeser afastado em detrimento do outro, por exemplo, com relação à prioridade davida, por exemplo.

Assistência Jur ídica integral e gratuita: Para o acesso à ordem jurídica, OEstado disponibiliza os institutos da “justiça gratuita”, como atividade deassistência aos jurisdicionados que não dispõem de recursos financeiros oucondições materiais aptas a salvaguardar seus direitos, ou seja, trata­se de todoaquele que comprovar que sua situação econômica não lhe permite pagarhonorários advocatícios e despesas processuais, sem prejuízo de seu própriosustento e o de sua família. Foi o método que o Estado encontrou para que osnecessitados financeiramente recorram aos seus direitos. Esses indivíduosdevem evocar a assistência jurídica por meio de Declaração de Carência esolicitando os serviços a:

Defensoria Pública Convênio = PGE (procuradoria geral do Estado) + OAB Advogado proposto á ajudar, combinando os termos com o cliente.

Jur isdição:

Jurisdição é o poder que o Estado detém para aplicar o direito a umdeterminado caso, com o objetivo de solucionar conflitos de interesses e, com isso,resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei.

Poder de Decisão: É o poder de resolver as questões submetidas ao poderjudiciário e determinar o cumprimento das decisões, ou seja, significa que oEstado­juiz, através da provocação do interessado, em derradeira análise,afirma a existência ou a inexistência de uma vontade concreta da lei.

Poder de Coerção: Poder de obrigar as partes ao cumprimento das suasdecisões, que é o direito de fazer­se respeitar e de reprimir as ofensas feitas aomagistrado no exercício de suas funções.O órgão jurisdicional pode requisitar aforça policial para vencer qualquer resistência ilegal à execução de seus atos.

Poder de Documentação: Qualquer suporte físico capaz de materializar umato transeunte, ou seja, passageiro. É aquele que resulta da necessidade dedocumentar, de modo a fazer fé, de tudo que ocorre perante os órgãos judiciaisou sob sua ordem, visto que a documentação se faz necessária para que naposteridade se possa verificar o que foi praticado durante a tramitação doprocesso.

Pr incípios que regem a Jur isdição:

Pr incipio da Inércia: Significa que o Poder Judiciário só age medianteprovocação da parte interessada. Logo, só haverá jurisdição se houver ação. Talprincípio também delimita a atuação do juiz dentro de cada processo, visto queo pronunciamento judicial deverá se ater aos limites do pedido.

Pr incipio da Investidura: Significa que a jurisdição somente seráexercida por quem tenha sido regularmente investido na atividade jurisdicional(juízes, desembargadores ou ministros).

Segundo o artigo 93 da Constituição Federal de 1988, a investidura dosjuízes de primeiro grau se dará por concurso de provas e títulos, ou seja,concurso público ou por quinto constitucional.

A investidura é pressuposto processual de existência do processo, logo,os atos processuais praticados por pessoas não investidas legitimamente najudicatura serão declarados inexistentes ou nulos de pleno direito.

Pr incipio da Indelegabilidade:Significa que a atividade jurisdicionalnão pode ser delegada a outro Poder que não o Judiciário, ou seja, existe aimpossibilidade de transferir a terceiros o exercício da jurisdição, visto que,esta é uma atribuição especifica do Estado. Da mesma forma, não pode umjuiz delegar suas atribuições a terceira pessoa, visto que não exerce a funçãojurisdicional em nome próprio, e muito menos por um direito próprio, mas ageem nome do Estado.

Pr incipio da aderência do ter r itór io: A jurisdição como manifestaçãoda soberania estatal, deverá ser exercida nos limites do território nacional, ouseja, a aderência ao território significa dizer que o juiz só poderá exercer aatribuição recebida do Estado dentro das fronteiras territoriais do ÓrgãoJurisdicional ao qual ele está vinculado, estabelecendo assim limitaçõesterritoriais à autoridade dos juízes.

Como há vários juízes dentro do território nacional, cada um deve atuarnoseu território delimitado, ou seja, na sua circunscrição territorial. Quanto aostribunais superiores, eles têm jurisdição sobre todo o território nacional. Já ostribunais estaduais têm jurisdição em toda a área do Estado em que estiveremlocalizados.

Se houver necessidade de um juiz praticar algum ato processual fora da suajurisdição, deverá solicitar a cooperação de outros magistrados através de cartaprecatória (dentro do território nacional) ou rogatória (cumprimento noexterior).

Pr incipio da Unidade: A jurisdição é um atributo da soberania estatal,como tal, é UMA (no sentido de única) e indivisível. Em cada Estado hásomente uma soberania, da mesma forma, haverá também uma únicajurisdição, ou seja, a jurisdição deve ser exercida da mesma forma em todo oterritório nacional.

Pr incipio da Inevitabilidade: A jurisdição é inevitável. As partes,quando não conseguem resolver seus conflitos extrajudicialmente, podemrecorrer ao Poder Judiciário, ou seja, não se pode recusar ou evitar os efeitos dajurisdição, visto que a autoridade dos órgãos jurisdicionais, sendo umaemanação da soberania estatal, impõe­se por si mesma, independentemente davontade das partes ou de eventual pacto, obrigando aos indivíduos que aceitemo resultado do processo.

Pr incipio daIndeclinabilidade: Não se pode declinar, rejeitar ourecusar o exercício da jurisdição, ou seja, o Estado não pode deixar de julgar alide. Desta forma, a Lei Maior garante o acesso ao Poder Judiciários a todosaqueles que tiverem seu direito violado ou ameaçado, não sendo possível oEstado­Juiz eximir­se de prover a tutela jurisdicional àqueles que o procurempara pedir uma solução baseada em uma pretensão amparada pelo direito.

Divisãoda Jur isdição:

A justiça pode ser comum e especial.

A justiça especial é especializada e compreende: Militar, Eleitoral Trabalhista.

A justiça comum abrange: Federal. Estadual. Distr ital.