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educacional Material do professor ª Edição Caderno Material de apoio 3 º Bimestre Ensino Fundamental LÍNGUA PORTUGUESA LÍNGUA PORTUGUESA

3bim 9ano - linguaportuguesa- 07janeiro2014 - professor

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educacionalMaterial do professor - 2ª Edição

Caderno

Material de apoio - 3º Bimestre

Ensino Fundamental

LÍNGUA�PORTUGUESA

LÍNGUAPORTUGUESA

educacionalMaterial do professor - 2ª Edição

Caderno

Material de apoio - 3º Bimestre

Ensino Fundamental

LÍNGUAPORTUGUESA

Marconi Ferreira Perillo JúniorGovernador do Estado de Goiás

Vanda Dasdores Siqueira BatistaSecretária de Estado da Educação

Raph Gomes AlvesSuperintendente de Inteligência Pedagógica e Formação

Márcia Rejane Martins da Silva BritoChefe do Núcleo da Escola de Formação

Valéria Marques de OliveiraGerente de Formação Central

Expediente

Gerência de Formação CentralElaboradores

Alex Sandra de Carvalho

Ana Cristina de Pina Brandão

Arminda Maria de Freitas Santos

Débora Cunha Freire

Edinalva de Carvalho

Joanede Aparecida Xavier de Souza Fé

Lívia Aparecida da Silva

Marilda de Oliveira Rodovalho

Rosely Aparecida Wanderley Araújo

LÍNGUA PORTUGUESA

Raph Gomes Alves

Marcelo Jerônimo Rodrigues Araújo

ORGANIZADORES DA ESTRUTURA PEDAGÓGICA

Caro Professor:Queremos, hoje, entregar a você a nova versão do Caderno Educacional.

Assim como a primeira edição desse material, esta foi pensada e formuladapela Secretaria de Estado da Educação, com o objetivo principal de subsidiara sua prática pedagógica.

Nesse sentido, a sua experiência e conhecimento são, de fato, extremamenteimportantes à medida que consideramos a produção do saber o resultado deuma soma. E o orgulho da SEDUC centra-se nessa adição, afinal, a sua voz,professor, emerge, dentre tantas outras, em cada proposta que aparece nessematerial de apoio.

A nossa intenção não é a de lhe entregar um material pronto e acabado, esim a de permitir que, com o acréscimo de suas contribuições, este caderno setorne mais um recurso, auxiliando-o, diariamente na sublime tarefa de ensinar.

Ao perceber que o professor é alguém que concebe este Caderno comoum eixo orientador de sua prática, o aluno aprende que o material em suasmãos também funciona como um norte para conhecer o desconhecido. Aordem do século XXI é encorajar o aluno a se inteirar da multiplicidade dosaber que compõe as várias áreas do conhecimento, como a LínguaPortuguesa, a Matemática, a Física, a Biologia [...] e, assim, estabelecer, a partirde cada esfera do conhecimento múltiplas relações com o contexto atual evindouro. Essa tarefa, professor, é sua e é nossa também! Por isso, o Governode Goiás traçou as diretrizes para a reforma educacional, a fim de promoverum grande salto de qualidade na Educação do nosso Estado. A produção doCaderno Educacional é uma das ações que acreditamos impactar e estimulara busca pelo saber.

O nosso muito obrigado pelo trabalho diário com os 600 mil alunos daRede Estadual de Educação!

Apresentação

LÍNGUA PORTUGUESA

Artigo de opniãoLevantamento dos conhecimentos prévios / Introdução aos estudos do gênero ......11Aula 1 ...........................................................................................................................11Aula 2 ...........................................................................................................................13Aula 3 ...........................................................................................................................14Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................16Aula 4 ...........................................................................................................................16Aula 5 ...........................................................................................................................18Aula 6 ...........................................................................................................................20Aula 7 ...........................................................................................................................21Aula 8 ...........................................................................................................................23Aula 9 ...........................................................................................................................25Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................27Aula 10 ........................................................................................................................27Aula 11.........................................................................................................................28

PoemaLevantamenti dos conhecimentos prévios/introdução aos estudo dos gênero........30Aula 12.........................................................................................................................30Aula 13.........................................................................................................................32Aula 14..................................................................................................................................35Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................39Aula 15.........................................................................................................................39Aula 16.........................................................................................................................42Aula 17.........................................................................................................................45Aula 18.........................................................................................................................49Aula 19 .... ...................................................................................................................51Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero...........................................53Aula 20.........................................................................................................................53Aula 21.........................................................................................................................56Aula 22 .... ...................................................................................................................57

Sumário

Sinais de trânsitoLevantamento dos conhecimentos prévios / Introdução aos estudos gênero ....58Aula 23.........................................................................................................................59Aula 24 .... ...................................................................................................................62Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero...................................................65Aula 25.........................................................................................................................65Aula 26.........................................................................................................................68Aula 27.........................................................................................................................72Aula 28.........................................................................................................................75Aula 29.........................................................................................................................78Aula 30.........................................................................................................................79Aula 31.........................................................................................................................81Aula 32.........................................................................................................................83Aula 33.........................................................................................................................87Reescrita das produções iniciais .............................................................................89Aula 34.........................................................................................................................89

língua portuguesa

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Artigo de opiniãoCaro (a) professor (a), um dos principais desafios da escola é fazer com que os estudantes se

interessem por leitura e escrita. O ensino de Língua Portuguesa na perspectiva dos gêneros textuais, pormeio de sequências didáticas, certamente, é um dos caminhos para se alcançar esse interesse, visto quepropõe atividades de oralidade, leitura, escrita e análise lingüística de diferentes tipos e níveis decomplexidade, organizadas para atender um conjunto bastante coeso de expectativas de aprendizagem.

Assim, estamos propondo, para as primeiras semanas deste bimestre, um estudo do gênero Artigo deOpinião. Em nosso dia a dia, a todo momento precisamos tomar a palavra para afirmar, explicar, criticar,negar ou defender um ponto de vista com argumentos coerentes.

Cristovão Tezza afirma: “A palavra que eu tomo em minhas mãos, como ensina Bakhtin, não é nuncaum objeto inerte, há sempre um coração alheio batendo nela, uma outra intenção, uma nova vida diferenteda minha, com a qual eu preciso me entender.”

Ler, interpretar e escrever artigo de opinião pode ser um instrumento para a formação do cidadão.Portanto, professor(a), aproveite a oportunidade para provocar os seus alunos, mostrando-lhes porqueé importante aprender argumentação na escola.

Sugerimos um trabalho reflexivo e motivador de oralidade, leitura, escrita e reescrita de textos. Mostreaos alunos a necessidade de discutir questões socialmente relevantes, identificar tipos de argumentos,compreender a importância de buscar subsídios para a construção de seus próprios argumentos e refletirsobre a qualidade das informações que utilizamos diariamente.

É fundamental que você, professor(a), analise com seus alunos a consistência da argumentação. Juntosvocês podem selecionar e identificar, nas informações disponíveis, os argumentos favoráveis e contrários,relacionando-os com a questão polêmica em discussão.

Dessa forma, esperamos muito sucesso nas trocas de experiência. O desafio, a busca, a motivação e acriatividade nos levarão à direção do novo. Afinal, o nosso objetivo é contribuir para que os nossos alunosdesenvolvam as habilidades de oralidade, leitura, escrita e reflexão sobre a linguagem no artigo de opinião.

Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do gêneroObjetivo geral

• Diagnosticar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero Artigo de Opinião, explorando as práticasde oralidade, leitura e escrita.

aula 01

O que devo aprender nesta aulau Ter contato com o artigo de opinião.

u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

língua portuguesa

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Prezado estudante, em nosso dia a dia são muitas as situações comunicativas em que precisamos tomar apalavra para afirmar, explicar, criticar, negar e, assim, sustentar uma posição acerca de uma questão polêmica.Estes são princípios fundamentais do gênero artigo de opinião, que vamos explorar nas próximas aulas. Você sabe

• onde os artigos de opinião circulam? • quem os escreve? • quem os lê? • com que objetivo?

Prática de oralidadeProfessor (a), inicie o estudo do artigo de opinião fazendo um diagnóstico sobre o conhecimento dos estudantesa respeito do gênero, com base nas questões norteadoras abaixo:

Prática de leitura

Prática de escrita

Depois de fazer o diagnóstico da turma, procure direcionar a aula para a compreensão do gênero: divida a turma em pequenosgrupos e distribua-lhes revistas e jornais que contenham artigos de opinião, previamente providenciados por você.Deixe que os manuseiem, até encontrarem a seção de opinião e fazerem uma leitura atenta do artigo, nela publicado.Reserve um tempo para a leitura e, em seguida, peça-lhes que identifiquem nos artigos lidos os elementos apresentados nasquestões que nortearam a prática de oralidade.Registre no quadro aquilo que julgar importante, verificando se as respostas dadas são coerentes com o que foi perguntadoe se há necessidade de intervenções durante a sistematização da atividade.

Reúna-se com um ou dois colegas, conforme orientação do(a) seu(sua professor(a), escolha um jornal ouuma revista, dentre os(as) que foram disponibilizados na classe, e manuseiem o material. Ao encontrar a seçãode opinião, faça uma leitura atenta do artigo publicado e, em seguida, responda:

1. Quem escreveu o artigo lido pelo grupo? 2. Para quem o artigo foi escrito?3. Qual o objetivo deste artigo?4. Onde ele circula?

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIODepois de ler alguns textos deste gênero, que tal escrever um pequeno conceito de artigo de opinião?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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De que se trata a notícia selecionada pelo grupo?

Resposta pessoal.

Resposta pessoal.

1

Por que esse fato virou notícia?

Resposta pessoal.

2

Professor (a), o objetivo desta aula é que os estudantes reconheçam as diferenças entre o texto argumentativoe o informativo. Para iniciá-la, propomos um diagnóstico, com base nas questões abaixo:

• Você acompanha as notícias que circulam nos meios de comunicação?

Para facilitar a tarefa do diagramador que, em caso de necessidade, pode fazer cortes sem prejudicar a qualidade da informação. Cortam-se a ou as últimas frases, ou mesmo parágrafos. Essa forma de organização é chamada, no meio jornalístico, de pirâmide invertida.

• As notícias são impressas no jornal de acordo com o grau de relevância, ou seja, as mais importantes para as menosimportantes. Por que isso ocorre?

Informar o leitor. Por isso relata, com exatidão, os fatos que estão ocorrendo na cidade, no país, no mundo.• Qual é o papel da notícia?

Reúna-se, novamente, com o seu grupo, retome os jornais e revistas, desta vez para buscar notícias; se possível, umaque esteja relacionada ao artigo selecionado pelo seu grupo, na aula anterior.

Depois de lê-la, responda às questões abaixo:

aula 02

O que devo aprender nesta aula

u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Ler artigos descobrindo os aspectos implícitos, pressupostos, as pistas dadas pelas vozes discursivas.

u Relacionar e diferenciar artigo de opinião e notícia.

Prática de oralidade

Prática de leitura

Professor (a), continuando as atividades de contextualização dos conhecimentos acerca do gênero em estudo, distribuanovamente os jornais e revistas aos estudantes, e peça-lhes que os manuseiem, desta vez, para buscar notícias; se possível,uma que esteja relacionada ao artigo selecionado pelo grupo, na aula anterior.

A notícia traz opiniões do público? Em caso positivo, exemplifique, transcrevendo-as.

Resposta pessoal.

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PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Agora, o seu desafio é relacionar as principais diferenças entre a Notícia e o Artigo de opinião.______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Quem escreveu a notícia dá sua própria opinião sobre o fato? Por quê?

Resposta pessoal.

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Professor (a), leia o texto abaixo com seus alunos e discuta com eles os seus principais conceitos .

Caro(a) estudante, leia o texto abaixo e discuta-o com seu (sua) professor(a) e seus colegas.

Nos gêneros argumentativos em geral, o autor sempre tem a intenção de convencer seus interlocutores. Paraisso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.

Consideram-se verdades tanto as afirmações universalmente aceitas (por exemplo, o fato de a Terra girar emtorno do Sol, a poluição prejudicar o meio ambiente) quanto dados científicos em geral, como estatísticas, resultadosde pesquisas sociais ou de laboratório, entre outras. Já as opiniões são fundamentadas em impressões pessoais doautor do texto e, por isso, são mais fáceis de contestar.

Os bons textos argumentativos geralmente fazem um uso equilibrado dos dois tipos de argumentos.

aula 03

O que devo aprender nesta aula

u Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Ler artigos descobrindo os aspectos implícitos, pressupostos, as pistas dadas pelas vozes discursivas.

Prática de oralidade

Verdade x opiniãoWilliam Cereja e Thereza Cochar

Conceito

Português linguagens: volume 1 / William Robe rto/Thereza Cochar Magalhães. __ 7. ed. Reform. __ São Paulo: Saraiva 2010.

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Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões propostas:Prática de leitura

Muito me surpreendeu o artigo publicado na edição de 14 de outubro, de autoria de um estudante de Jornalismoque compara a legislação antifumo ao nazismo, considerando-a um ataque à privacidade humana. Esta comparaçãodemonstra um completo desconhecimento do que foi o Holocausto e das atrocidades infligidas pelos nazistas. Alémdisto, em poucas linhas o jovem estudante vai contra pesquisadores, cientistas, médicos e cidadãos do mundo inteiroque lutam incessantemente para evitar as mais de 5 milhões de mortes ao ano relacionadas ao tabagismo. Número esteque deve crescer para 8 milhões em 2030, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

Ao contrário do que afirma o artigo, os fumantes têm, sim, sua privacidade preservada. Lamentavelmente paraeles, têm o direito de consumir o único produto legal que causa a morte da metade de seus usuários regulares. Paraisso, só precisam respeitar o mesmo direito à privacidade dos não fumantes, não impondo a eles que respirem as mesmassubstâncias que optam por inalar, e que em alguns casos saem da ponta do cigarro em concentrações ainda maiores.

A lei, no entanto, vai além: busca proteger este indivíduo. Para se ter uma ideia, na Itália, em 2005, um ano após obanimento do tabaco de locais públicos, um estudo revelou que a frequência do tabagismo caiu 4% nos homens, as vendasde cigarros diminuíram 5,5% e o número de infartos foi reduzido em 11% nas pessoas com idade entre 35 e 64 anos.

Somente este último dado, se transportado para a realidade no Brasil, equivaleria a 5 mil casos de infarto domiocárdio evitados em um ano. E se nenhum desses dados pode convencer o jovem autor do artigo de que os malefíciosdo cigarro não são apenas alegações, mas resultados de pesquisas, que tal saber que 90% dos pacientes com câncer nopulmão são fumantes?

Por fim, às vésperas do Dia do Médico, em 18 de outubro, gostaria de parabenizar os quase 300 mil profissionaisbrasileiros destacando um estudo realizado em 2005, por importante instituto de pesquisa. “Confiança nas Instituições”apresentou os médicos com um índice de 81% de confiabilidade pela população, superando Igreja Católica (71%) eForças Armadas (69%), além de jornais, rádios, televisão, engenheiros, publicitários, advogados e tantos outrosigualmente importantes para o desenvolvimento da nação. Portanto, antes de conferir aos médicos uma “habitualincapacidade de curar doenças”, como faz o caro estudante, aconselho-o a informar-se, ler, pesquisar e atualizar-se.

Nossa posição não é contra o fumante – para nós, uma vítima fisgada ainda na juventude pela indústria do tabacoem suas ardilosas, agressivas e enganosas propagandas –, mas contra o tabaco, pois também conhecemos a fundo osdanos que provocam nos pulmões de suas vítimas, muitas das quais assistimos.

Ao suposto direito individual “para fumar” que postulam algumas organizações, há em contraposição um direitofundamental de “não fumar”, que apenas se manifesta no âmbito das liberdades reais quando o Estado intervém nodomínio econômico, para restringir o nocivo efeito da publicidade e da influência da indústria sobre o indivíduo.

A saúde é nosso bem mais precioso e, para nós, médicos, é também um objetivo de vida, de luta e superação.

Fumante não é excluído. É vítimaJussara Fiterman

Zero Hora, 18/10/2009 - palaciodaspalavras.blogspot.com/.../olimpiada-de-lingua portuguesa_09.

Qual é a questão polêmica deste artigo?

O banimento ou não do tabaco em locais públicos.

1

Qual a opinião da autora em relação a esta questão?

A autora é contra o tabaco em locais públicos.

2

Você concorda com a opinião da autora? Justifique.

Resposta pessoal.

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Aponte alguns argumentos (dados, fatos e números) que a autora apresenta para sustentar sua posição. 4

Na Itália, em 2005, um ano após o banimento do tabaco de locais públicos, um estudo revelou que a frequência do tabagismocaiu 4% nos homens, as vendas de cigarros diminuíram 5,5% e o número de infartos foi reduzido em 11% nas pessoas comidade entre 35 e 64 anos.

A expressão “este último dado”, que aparece no 4º parágrafo do texto, refere-se a(A) “90% dos pacientes com câncer no pulmão são fumantes.”(B) “a frequência do tabagismo caiu 4% nos homens.”(C) “as vendas de cigarros diminuíram 5,5%.”(D) “o número de infartos foi reduzido em 11%.”

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Alternativa DD 2- Estabelecer relações entre partes de um texto, Identificando repetições ou substituições quecontribuem para a continuidade de um texto.

Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero Objetivo geral

• Ampliar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o gênero artigo de opinião, explorando aspráticas de oralidade, leitura escrita e análise lingüística..

aula 04

O que devo aprender nesta aulau Reconhecer o tom de convencimento nos artigos de opinião.

u Comentar artigos de opinião posicionando-se criticamente frente às questões que geraram discussões,controvérsias, e que são defendidas pelos articulistas.

u Desenvolver a capacidade de participar de debates sobre assuntos controversos (e de formar opinião sobreeles) que geram discussões na comunidade escolar, local e nacional.

u Dialogar sobre o tom de convencimento do artigo de opinião.

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Nesta aula, faremos um debate sobre a seguinte questão: O jovem tem ou não o direito de reproduzir CDspara vender, desconsiderando a lei dos direitos autorais?

Você comporá um dos dois grupos (favorável ou contrário à questão), de acordo com as orientações do(a)seu(sua) professor(a).

Prática de oralidadeProfessor(a), uma vez iniciado o estudo do artigo de opinião, aprofunde a explicação sobre o que seja discursoargumentativo, propondo um debate sobre a seguinte situação:Um adolescente, para resolver um problema financeiro da família, resolveu fazer cópias de CDs para vender.Ele vendeu todos os CDs e pagou a dívida.

A questão é: O jovem tem ou não o direito de reproduzir CDs para vender, desconsiderando a lei dos direitos autorais?

Divida a turma em dois grupos: um grupo argumentará “a favor” e o outro, “contra” a atitude do adolescente.

Prática de leituraProfessor (a), após o debate, procure sistematizar o conteúdo da aula, destacando os elementos textuais do gênero. O trabalho com as vozes textuais pode ser interessante e provocativo, por isso explore esses aspectos com osestudantes. Desenvolva um diálogo sobre as vozes textuais e a importância dos tipos de discurso. Mostre aos seus alunos que ao defender uma opinião, devemos procurar utilizar argumentos consistentes e bemfundamentados, pois são mais fortes e convincentes. Devemos expor com coerência e consistência as razões que nos levaram a tomar determinada posição, evitandomotivos superficiais ou sem justificativa. Estude com seus alunos os argumentos que se seguem:Leia e analise os argumentos abaixo. Eles contribuem para que você desenvolva uma argumentação coerente e consistente.

• Argumento de autoridade: ajuda a sustentar sua posição, lançando mão da voz de um especialista, umapessoa responsável (líder, artista, político, escritor, filósofo entre outros), uma instituição de pesquisa consideradaautoridade no assunto.

• Argumento de exemplificação: relata um fato ocorrido com ele ou com alguém para dar um exemplo decomo aquilo que ele defende é válido.

• Argumento de provas: comprova seus argumentos com informações incontestáveis: dados estatísticos,fatos históricos, acontecimentos notórios.

• Argumento de princípio ou crença pessoal: refere-se a valores éticos ou morais supostamenteirrefutáveis.

• Argumento de princípio ou crença pessoal: refere-se a valores éticos ou morais supostamente

Prezado aluno, agora é a sua vez de produzir! Construa, aqui, dois argumentos: um de causa eou/ consequência e outro de exemplificação, para defender a atitude do adolescente dereproduzir CDs piratas para resolver um problema financeiro da família.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

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Argumentos de causa/conseqüência:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Argumentos de exemplificação:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

aula 05

O que devo aprender nesta aulau Ler artigos de opinião, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

uRefletir sobre o uso dos argumentos e dos elementos articuladores responsáveis pela coesão e, consequentemente, pela coerência.

u Compreender qual é o objetivo de um artigo de opinião.

u Identificar questões polêmicas nos artigos de opinião.

u Ler artigos de opinião de diferentes jornais e revistas ou de páginas da internet.

Caro estudante, ler, interpretar e analisar um texto é uma estratégia de aprendizagem interessante e eficaz.Por isso, leia o texto abaixo para responder às questões propostas:

Prática de leituraProfessor, uma maneira inteligente de ler um texto é pedir aos alunos que, após a primeira leitura (superficial),leiam novamente o texto fazendo inferências e, só depois da análise, respondam às questões propostas.

Abaixo, apresentamos uma sugestão para a análise que pode ser escrita a lápis no próprio texto.

Esse mundinho de criar frase politicamente correta para os excluídos ou injustiçados é mais que hipocrisia. Éidiotizante. Querem transformar negros em afrodescendentes. Índios em nativos. Deficientes físicos em portadores denecessidades especiais.

Tudo isso não passa de uma forma que os politicamente corretos acharam para tentar esconder que – mesmo como pomposo nome de portadores de necessidades especiais – os deficientes físicos continuam sem acesso, sem respeito esem poder exercer plenamente sua cidadania.

Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de roda, um paraplégico T-4) – aviso logo antes que digamque estou comentando algo que eu não entendo. E não é uma terminologia pomposa que o vai dignificar oumudar a situação de exclusão em que vive mesmo rodeado de pessoas que o apoiam e o ajudam a ultrapassar

Deficientes, feios e pobresJessé de Souza

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língua portuguesa

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obstáculos tanto físicos quanto psíquicos.Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem cara feia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas,

em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabam os classificando como coitadinhos ou os rodeando deuma pena irritante.

Entre eles mesmos, os cadeirantes se divertem colocando apelidos e chamando sem arrodeios ou hipocrisia, por suasdeficiências. E nós, tendo um em nossa família, aprendemos que essa história de palavras politicamente corretas nãopassa de uma cortina para esconder as graves falhas da sociedade com quem é diferente, feio, aleijado, pobre, de cor...

Não importa se chamamos de puta, garota de programa, mulher da vida ou qualquer terminologiapoliticamente correta. O que importa é se este politicamente correto é só da boca para fora ou estamos carregadosde preconceito ou exclusão.

Não interessa se o cadeirante é paraplégico, aleijado, deficiente ou portador de necessidades especiais. Importa é oengenheiro construir rampas, o taxista parar e dobrar sua cadeira no porta-malas, o prédio público ter banheirosadaptados e os meios-fios adaptados.

Jamais iremos construir um mundo sem exclusão achando que buscando palavras politicamente corretas estamosacionando uma varinha de condão para incluir e dar acessibilidade aos deficientes ou mudando a mentalidade de quemdiscrimina e exclui.

Só vamos mudar a mentalidade de quem está em desvantagem em relação aos que se acham normais permitindoque os portadores ou deficientes de toda espécie exerçam sozinhos seu direito de ir e vir, sintam-se cidadãos plenos epossam viver ser tratados como coitadinhos, que precisam de pena e dó para que as leis sejam respeitadas.

Gagliardi, Eliana Pontos de vista/Eliana Gagliardi, Heloísa.Amaral _ São Paulo: Cenpec: Fundação Itaú Social; Brasília, DF: MEC, 2008.

• A partir da leitura cuidadosa do texto, identifique:

As expressões politicamente corretas são uma maneira de esconder, ou amenizar o preconceito contra os excluídos e injustiçados.• A questão polêmica.

O autor se posiciona contrário a essas frases e à forma como os “deficientes” são tratados. Para ele, “os deficientes físicos continuam semacesso, sem respeito e sem poder exercer plenamente sua cidadania”

• A posição do autor.

O autor utiliza argumentos convincentes para defender o seu ponto de vista. Dentre eles, está o “argumento de exemplificação”,pois ele relata um fato ocorrido com o irmão dele “Tenho um irmão cadeirante (que anda de cadeira de roda, um paraplégico T-4 (...);” utiliza “argumentos de prova,” como podemos ver no exemplo: “Os prédios não dão acessibilidade, os taxistas fazem carafeia e não param, os ônibus não estão adaptados e as pessoas, em vez de tratarem o deficiente físico como um cidadão, acabamos classificando como coitadinhos ou os rodeando de uma pena irritante”. Entre outros.

• Os argumentos utilizados.

Prática de leituraProfessor(a), é bom enfatizar que neste artigo o autor, embora cite, não traz a voz de profissionais envolvidos naquestão: engenheiros, motoristas, representantes do poder público. Com o objetivo de trabalhar a contra argumentação, divida a turma em pequenos grupos. Cada grupo vai representare dar voz aos profissionais citados no texto (engenheiro, representante do poder público, taxista), apresentandopossíveis argumentos que apresentariam ao articulista. Após as discussões os grupos farão os registros para apresentar à classe.Eis algumas perguntas provocadoras para o momento da discussão: • Dizer que as pessoas não cumprem a lei (7.853, de 1989, artigo 227) justifica o fato de ela não ser cumprida? Porque não a cumprem? • A sociedade civil e o governo estão empenhados em garantir os direitos da pessoa portadora de deficiência física? • Quem é o responsável por fazer isso? Como isso é feito? • Há verbas específicas destinadas a ações em favor das pessoas portadoras de deficiência?

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PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Professor (a), não deixe de mostrar aos seus alunos que, ao escrever o artigo de opinião, oautor deve conhecer os argumentos dos opositores e dialogar com eles antecipando possíveiscríticas. Assim, o articulista pode contestar de modo mais eficaz os pontos de vista contráriosaos seus, convencendo o leitor de sua posição. Caro(a) estudante, aquecido(a) pela discussão, reescreva esse mesmo artigo, como se você fosse opróprio autor, incluindo as vozes dos profissionais citados pelo articulista, imaginando os motivos denão se efetivarem as alterações necessárias ao acesso de todos a edifícios, aos meios de transporte ea outros espaços públicos.

aula 06O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer bons argumentos.

u Interpretar fatos, dados e informações no artigo de opinião.

u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero.

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Reconhecer a importância da argumentação para a defesa da tese.

Professor (a), continuando as atividades deampliação dos conhecimentos acerca dogênero em estudo, agrupe os estudantes emduplas, ou trios, solicite-lhes a leitura do artigoabaixo para responder às questões propostas:

Prática de oralidade

Reúna-se em pequenos grupos, com a ajuda do(a) seu(sua) professor(a) e retomem o texto em estudo para darvoz aos profissionais citados (engenheiro, representante do poder público, taxista), apresentando possíveisargumentos que apresentariam ao articulista.

Em seguida, apresente à classe o resultado do trabalho do grupo.

Leia o artigo de opinião abaixo e responda às questões a seguir:

A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu uma fogueira: a redução da idade penal. Algumaspessoas defendem a ideia de que a partir dos dezesseis anos os jovens que cometem crimes devem cumprir pena em prisão.Acreditam que a violência pode estar aumentando porque as penas que estão previstas em lei, ou a aplicação delas, sãomuito suaves para os menores de idade. Mas é necessário pensar nos porquês da violência, já que não há um único tipode crime.

Vivemos em um sistema socioeconômico historicamente desigual e violento, que só pode gerar mais violência. Então,medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temosque fazer as opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos.

Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do mundo houveexperiência positiva de adolescentes e adultos juntos no mesmo sistema penal. Fazer isso não diminuirá a violência. Nossosistema penal como está não melhora as pessoas. O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la.

Sou contra porque a possibilidade de sobrevivência e transformação desses adolescentes está na correta aplicação do

Sou contra a redução da maioridade penalRenato Roseno

língua portuguesa

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Prezado(a) estudante, chegou o momento! Com base no estudo feito sobre o gênero, é hora decriar o seu primeiro artigo de opinião.Considerando a questão polêmica: “A pena de morte é solução para a criminalidade?” Escrevaum artigo utilizando os vários tipos de argumentos para defender seu ponto de vista. Procureser coerente e articular bem as ideias, fazendo bom uso dos elementos de coesão. Mãos à obra!

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização deadolescentes que violaram a lei. Para fazer bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade.

Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idadepenal é ineficiente para atacar o problema. Problemas complexos não serão superados de modo simplório e imediatista.Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, de um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida emtodas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva até lá. A decisãoagora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.

Renato Roseano é advogado, coordenador do Centro De Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Ceará) e da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente(Anced). Fonte: www.cedecaceara.org/maioridadena.htm

Qual é a questão polêmica do texto?

A redução da maioridade penal é ou não a solução para impedir os crimes praticados por jovens?

1

Qual é a posição do autor a respeito da polêmica?

Ele é contra a redução da maioridade penal.2

Que argumentos ele usa para justificar sua posição?

Ele diz que medidas repressivas dão a falsa sensação de que algo está sendo feito; que em nenhum lugar do mundo houve experiênciapositiva de adolescentes e adultos confinados no mesmo sistema penal e que nosso sistema penal, como está, não melhora as pessoas.

3

Por que as vozes são importantes? Cite um exemplo de voz no texto.

As vozes são importantes, pois elas reforçam, enriquecem, dão credibilidade ao assunto, comprovam e fundamentam um ponto de vista. Exemplo: “Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).”

4

aula 07

O que devo aprender nesta aula

u Ler artigos de opinião para reconhecer as característicasprincipais desse gênero textual.

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Compreender como se organiza as ideias no artigo deopinião.

língua portuguesa

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Professor(a), os alunos apresentam dificuldades para compreender a organização das ideias num texto. Acreditamosque a melhor forma de ajudá-los nesta tarefa é analisar junto com eles um texto passo a passo, mostrando-lhes osdefeitos e as qualidades que o texto apresenta.

As aulas anteriores serviram de alicerce para esta atividade. Faça perguntas para que os alunos percebam o quefalta no texto abaixo.

Faça a reescrita do texto, com base no roteiro a seguir:

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Depois das marcações no texto e anotações sobre o que é preciso melhorar, peça aos alunosque reescrevam este texto mudando o que for necessário (título, argumentos, elementosarticuladores, conclusão etc.). Ao final, peça que um aluno leia para a turma, a reescrita. Deixe um momento para que elesfaçam os comentários sobre o novo texto. Você professor(a), poderá direcionar esse momento coletivo, de acordo com o objetivo da aula.

Práticas de oralidade e leitura

Caro(a) estudante, apresentamos, a seguir, um texto para ser analisado por você. Afinal, após várias atividadessobre o gênero artigo de opinião, acreditamos que você seja capaz de pontuar pontos positivos e negativospresentes nele, justificando as suas considerações.

A cidade de Samambaia do Leste tem muitas belezas naturais, um clima agradável, e não posso deixar de dizer queo povo também é muito bom. O que está acontecendo ultimamente é que apareceram muitas fábricas. Elas trouxeramemprego, mas trouxeram também problemas.

A cidade cresceu muito, abriu muito campo de trabalho para as pessoas. As fábricas empregam jovens semexperiência e que não têm estudo para conseguir trabalho em outros setores que requerem nível de escolaridade, pessoascom deficiência física, outros que não suportavam o trabalho rural pelo peso da idade. Outra coisa que posso dizer é quetrabalhando num emprego com carteira assinada é possível conseguir assistência do INSS e aposentadoria

Mas a criação de empregos trouxe o aumento da migração. Muitas pessoas desconhecidas vieram de outros estadose outras regiões e passaram a viver em nossa cidade, trazendo muitos problemas. Com isso, Samambaia do Leste não émais uma família samambaiense.

Também por causa da migração, estamos enfrentando um custo de vida mais alto, com farmácia, com mercado,aluguel e falta de segurança, pois a cidade não está preparada para receber tanta gente e, às vezes, se aproveitam da situação.

Enfim, vamos pedir a Jesus que olhe por esta cidade que acolheu tantos outros seus filhos, para que eles consigamconviver com os moradores antigos desta terra que amamos muito.

O lugar onde eu vivo

Texto escrito por um aluno participante da Olimpíada de Língua Portuguesa, cujo tema é: “O lugar onde eu vivo.” Sendo assim, as informações apresentadas notexto fazem referência à realidade desse aluno.(Caderno do Professor – Pontos de Vista).

língua portuguesa

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Sobre o título:• Esse título desperta curiosidade? Anuncia uma questão polêmica?Instiga o leitor a conhecer o texto?1º parágrafo:

• O autor indica claramente a questão polêmica?• Usa linguagem adequada para um artigo de opinião?• Relaciona os problemas locais com situações nacionais ou até mesmo internacionais?2º parágrafo:

• Que assunto é tratado no segundo parágrafo?• Que autoridade poderia ser citada para fundamentar o argumento de que a vinda das fábricasé uma vantagem?• Como as vantagens poderiam ser comprovadas?3º parágrafo:

• O autor assume uma posição?• Utiliza bons argumentos para sustentá-la?4º parágrafo:

• Será que todos os moradores pensam da mesma forma?• Há pessoas que não acreditam que a migração seja a causa dos problemas?• Quais seriam outras possíveis causas dos problemas apontados?5° parágrafo:

• Como leitor, você ficou convencido pelos argumentos do autor?• Conclui o texto enfatizando a posição dele?

aula 08

O que devo aprender nesta aulauReconhecer no artigo de opinião a coesão e coerênciatextual.

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Reconhecer os elementos articuladores que caracterizamo gênero.

Professor(a), nesta aula, faça uma revisão com seus alunossobre tipos de argumentos e estude com eles os elementos arti-culadores, marcadores da argumentação. Não deixe de mostraraos alunos que o texto só tem coerência se tiver coesão. Por-tanto, esses importantes aspectos textuais andam juntos.

Práticas de oralidade, leitura e análise linguística

Caro(a) estudante, os elementos articuladores, cuja função é vincular os argumentos entre si, podem aparecerem uma única oração que apresente ideias complementares ou contraditórias. Também é possível encontrá-losem frases ou em parágrafos diferentes.

Observe a relação dos elementos articuladores abaixo e discuta com seu(sua) professor(a) a importânciadesses elementos num texto dissertativo/ argumentativo.

1. Tomada de posição: do meu ponto de vista, na minha opinião, pensamos que, pessoalmente acho...2. Indicação de certeza: sem dúvida, está claro que, com certeza, é indiscutível...3. Indicação de probabilidade: provavelmente, me parece que, ao que tudo indica, é possível que...4. Relação de causa e consequência: porque, pois, então, logo, portanto, consequentemente...5. Acréscimo de argumentos: além disso, também, ademais...6. Indicação de restrição: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, apesar de, não obstante...

Elementos articuladores

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7. Organização geral do texto: inicialmente, primeiramente, em segundo lugar, por um lado, por outro lado, porfim...

8. Introdução de conclusão: assim, finalmente, para finalizar, concluindo, enfim, em resumo...Para exercitar a articulação das ideias. Complete os espaços com os elementos articuladores necessários ao contexto.

Devemos ajudar nossos pais pois, _________________ a cooperação é um valor fundamental para a convivência familiar.

As propagandas mostram produtos atraentes indispensáveis para a nossa vida, ___________ cabe aoconsumidor analisar aquilo de que realmente necessita e selecionar o que é bom.

O fumo faz mal à saúde. _________________, as pessoas deveriam parar de fumar.

A água doce, por causa dos abusos cometidos, poderá acabar em nosso planeta. _________________, é precisodefinir algumas regras para o uso racional da água.

A limpeza de terrenos e casas é necessária para impedir a propagação do mosquito da dengue. ______________,é importante que se faça uma campanha de conscientização para que as pessoas não deixem que a água seacumule em vasos e outros recipientes.

Se o desmatamento não diminuir, _________________ que a Amazônia se transforme em um imenso deserto.

É indispensável que se intensifiquem campanhas de coleta seletiva de lixo nas escolas, família e comunidade,_________________ dessa forma a responsabilidade cidadã crescerá entre os moradores.

A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, está comprovado que os crimeshediondos não deixaram de ocorrer nos países que a adotaram.

A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, porque muitos dos que foramexecutados tiveram, posteriormente, sua inocência comprovada.

A pena de morte não é solução para a criminalidade. _________________, não matar os semelhantes é umprincípio ético fundamental.

sem dúvida; mas; portanto; assim; além disso; é provável; pois; primeiramente; em segundo lugar; finalmente.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Professor (a), incentive seus alunos a fazerem uma pesquisa sobre fatos atuais e polêmicos,oferecendo-lhes suportes textuais como jornais, revistas, ou levando-os ao laboratório de informática(caso seja possível), para que acessem a Internet.Mostre a eles que a escolha do tema é muito importante para se escrever um bom artigo de opinião.Pesquisar é uma tarefa necessária para a produção de texto. Portanto, faça uma pesquisa sobrefatos polêmicos e atuais nos jornais, revistas, internet e escolha um tema para escrever o seuartigo de opinião.

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aula 09

O que devo aprender nesta aulau Ler o artigo de opinião interpretando-o.

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Ler o artigo com criticidade e posicionamento frente àquestão polêmica.

Professor(a), dialogue com seus alunos sobre o ensino/aprendizagemdo artigo de opinião. Procure sondar se os alunos estão aprendendo,fazendo perguntas sobre os elementos que caracterizam esse gênero.Enfatize os pontos que você julgar necessário. Essa retomada é muitoimportante para continuar o trabalho!

Prática de oralidade

Leia o texto abaixo, silenciosamente. Em seguida, converse com seu(sua) professor(a) sobre os elementospróprios de um artigo de opinião presentes nele:

Brasileiros preferem floresta em pé. Pelo menos é o que aponta pesquisa encomendada pela ONG Amigos daTerra ao Instituto Datafolha. De acordo com levantamento, 94% dos entrevistados querem o fim do desmatamentona Amazônia, mesmo que isso implique brecar a produção agropecuária (e, possivelmente, com isso aumentar ospreços dos produtos derivados da atividade).

A pesquisa denominada “A Visão da população brasileira sobre desmatamento” levou em conta uma amostrade 2055 pessoas, com margem de erro de 2%. Portanto, não é exagero concluir que já é consenso nacional queparar o desmatamento é entendido como prioridade nacional e não encontra restrição nem mesmo na possibilidadede aumento de preço por diminuição da atividade agropecuária. O desmatamento zero é a opção da maioria,independente de renda, escolaridade, gênero, idade e classificação econômica. A porcentagem mínima de aprovaçãoao fim do desmatamento foi de 89%, entre aqueles com mais de 50 anos, ou 90%, entre a classe D; a maior, 98%,entre as pessoas abaixo de 50 anos nas classes A/B.

Outro dado importante e que consta da pesquisa “A Visão da População Brasileira sobre Certificação Florestale Agropecuária”, também da Amigos da Terra / Datafolha, é que, se pudessem adquirir um produto florestal, 81%prefeririam adquirir um produto certificado, mesmo que o preço seja maior.

Estes estudos mostram que houve uma evolução positiva do conhecimento da população brasileira a respeitodos temas da Amazônia, inclusive certificação, algo mais complexo. Em 2006, quando foi feita a primeira sondagema respeito dos temas, 1% dos entrevistados conhecia o FSC (Forest Stewardship Council), principal selo decertificação para produtos florestais. Hoje, entre 20 e 22% conhecem a organização e o selo.

Em suma, baseando-se nestas pesquisas, podemos afirmar que a população brasileira quer o fim dodesmatamento para evitar os custos dos desastres ambientais. Mostra-se favorável a leis mais rígidas para punir osinfratores e está disposta até mesmo a pagar mais pelos produtos.

Estes dados me fazem refletir sobre o atual estágio da gestão socialmente responsável no Brasil. Em que peseas práticas avançadas de um grupo importante de empresas, de um modo geral elas, empresas, estão fazendo menosdo que a sociedade delas espera. As práticas poderiam estar mais disseminadas pelas cadeias produtivas e os impactosdelas no mercado, mais perceptíveis. Evidente que o Estado tem um importante papel a cumprir, na indução, nafiscalização e na punição também. Mas o empresariado pode fazer a sua parte – que não é pequena – sem aguardarpelo aparelho institucional. Como? Uma das maneiras é comprometendo-se com iniciativas como os compromissosempresariais de controle das cadeias da soja, da madeira e da carne. Estes compromissos foram articulados peloFórum Amazônia Sustentável e o Movimento Nossa São Paulo, durante o seminário Conexões Sustentáveis SãoPaulo – Amazônia, realizado na capital paulista em outubro do ano passado. Evento reuniu empresários,representantes da sociedade civil e poder público para alertar sobre as responsabilidades e o papel de cada setor napreservação da floresta amazônica. Um estudo realizado pelo ONG “Repórter Brasil” e pela Papel SocialComunicação revelou que 90% dos produtos ilegais da Amazônia são comercializados na cidade de São Paulo.

Brasileiros preferem floresta em péRicardo Young

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Prática de leitura

Sem a participação efetiva das empresas, monitorando a cadeia de valor e não comprando produtos de origemdesconhecida, fica praticamente impossível identificar e punir os infratores.

A destruição da Amazônia está fortemente relacionada à economia de mercado. Madeireiras, frigoríficos eagroindústrias se beneficiam desta tragédia ambiental, porque podem comprar, a preços irrisórios, direto defornecedores que estão na linha de frente do desmatamento e do trabalho escravo. Posteriormente, distribuemestes produtos a uma ampla rede de compradores. Quando as empresas, principalmente as “âncoras” de importantessetores econômicos, entram para valer nesta briga, o impacto positivo é quase imediato. O melhor exemplo é oque vem acontecendo na cadeia da carne. As três maiores redes de supermercados do país realizam um trabalhosério de monitoramento e orientação de seus fornecedores de carne, num processo que chega até a ponta dosistema, a fazenda. O trabalho começou em 2005, quando estas redes assinaram o Pacto Nacional pela Erradicaçãodo Trabalho Escravo, articulado pelo Instituto Ethos e OIT – Organização Internacional do Trabalho, entre outrasentidades. Em quase quatro anos de monitoramento e orientação, não só a carne que chega ao consumidor temorigem garantida e mais qualidade, como os próprios produtores aprenderam a conduzir seus negócios de maneiradiferente. Comprovaram que respeitar as leis trabalhistas, não desmatar e gerenciar os impactos socioambientaistraz mais oportunidades de ganhar dinheiro, pois passaram a vender para outros clientes, inclusive fora do país.

O que as demais empresas aguardam para começar a aderir a compromisso semelhante? O consumidorbrasileiro apoia e a cidadania agradece. Revista Carta Capital, 20/05/09

Responda às questões abaixo, considerando alguns aspectos já estudados:

Onde esse artigo foi publicado?

Na Revista Carta Capital.1

Quem é o articulista?

Ricardo Young.2

Qual o ponto de vista do articulista em relação ao tema?

O autor defende que práticas ambientais responsáveis poderiam estar mais disseminadas pelas cadeias produtivas e os impactos delasno mercado, mais perceptíveis, se o empresariado fizesse a sua parte sem aguardar pelo aparelho institucional.

3

Retire do texto exemplos de vozes textuais.

“ONG Amigos da Terra ao Instituto Datafolha”; “94% dos entrevistados”; “aqueles com mais de 50 anos”, entre outros.4

“Brasileiros preferem floresta em pé. Pelo menos é o que aponta pesquisa encomendada pelaONG Amigos da Terra ao Instituto Datafolha. De acordo com levantamento, 94% dosentrevistados querem o fim do desmatamento na Amazônia, mesmo que isso implique brecar

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

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Resposta: Alternativa DD 15 -Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

a produção agropecuária (e, possivelmente, com isso aumentar os preços dos produtosderivados da atividade).”A expressão grifada no parágrafo acima apresenta uma relação de:

(A)Explicação(B)Conclusão(C)Probabilidade(D)Conformidade

Sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

• Sistematizar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Artigo de Opinião, explorando aspráticas de oralidade, leitura e escrita e análise linguística

aula 10

O que devo aprender nesta aulau Reconhecer os elementos textuais que caracterizam o gênero.

u Construir questões polêmicas nos artigos de opinião.

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Produzir um artigo de opinião considerando e reconhecendo seus elementos.

u Reconhecer no artigo de opinião a coesão e coerência textual.

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Reconhecer os elementos articuladores que caracterizam o gênero.

Professor(a), além da escolha do tema, a criati-vidade para abordar o assunto e a utilização doselementos característicos do gênero estudadosão estratégias essenciais à produção do artigode opinião. Para isto é necessário planejamento!Portanto, solicite aos estudantes que elaboremum projeto de texto, com base nas questõesque se seguem:

Prática de oralidade

Caro(a) aluno(a), depois da pesquisa feita e do tema escolhido, agora é o momento de concretizar aaprendizagem do gênero artigo de opinião.

Porém, antes de iniciar a escrita, propriamente dita, é importante que você elabore um projeto de texto.Paraajudá-lo(a) nesta tarefa, apresentamos algumas perguntas que precisam ser respondidas antes da escrita:

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• Qual será a situação causadora da polêmica?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________• Que ponto de vista será assumido?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________• Expor, de modo claro e seguro, o ponto de vista defendido. Utilizando os recursos argumentativos disponíveis nalíngua. Faça a escolha dos tipos de argumentos. Escreva o que você sabe sobre o assunto escolhido.___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

• Escolha um título para o seu artigo. Não se esqueça de que ele precisa antecipar a questão polêmica e despertarno leitor o desejo de ler o seu texto. Seja criativo!___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Professor(a), é fundamental que você estipule um tempo para que os alunos escrevam o artigo deopinião. Ao final, peça-lhes que façam duplas e que cada um troquem os textos para a leitura. Digaaos alunos que ao ler os textos do(a) colega, façam comparações e apontem os elementos estudados.

Escreva o seu artigo, com base no seu projeto de texto.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

aula 11

O que devo aprender nesta aulau Fazer a revisão e aprimorar o texto individual.

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência);

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Analisar os elementos que compõem o gênero.

u Ler e reconhecer nos artigos de opinião os elementos estudados.

u Compreender a importância que o gênero artigo de opinião tem no dia a dia.

u Reescrever o artigo de opinião.

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Prática de escritaPrezado estudante, agora é o momento de tornar concreta a aprendizagem do gênero artigo de opinião. Leia o seu

artigo e analise os pontos positivos e os negativos. Assinale o que é preciso mudar em seu texto. Para que sua escrita sejaaprimorada, leia sobre os tipos de argumentos, elementos articuladores e outros elementos que compõem o gênero.

Caro(a) estudante, só se aprende a escrever escrevendo e reescrevendo quantas vezes for preciso! Portanto, sejaousado, corajoso e esforçado! Retome o seu texto e reescreva-o com base no roteiro abaixo. Depois disso, é só publicá-lo, com a ajuda do(a) seu(sua) professor(a)!

• O título do seu artigo antecipa a questão polêmica?• O seu texto deixa clara a questão polêmica? (é aconselhável que a polêmica apareça no primeiro ou segundo parágrafo).• Você se posicionou “contra” ou “a favor” do tema?• Introduziu sua opinião com os elementos da tomada de posição? (ver elementos articuladores)• Levou em consideração os pontos de vista de opositores para construir seus argumentos?• Utilizou expressões que marcam a argumentação de acordo com os tipos de argumentos? (como por exemplo:

pois, mas,assim,portanto etc.)• Para fazer a conclusão do texto você se preocupou em reforçar a sua opinião? (a sua defesa deve ser reforçada ao

longo do texto, não só no final dele)• Verificou se a pontuação está correta?• Substituiu palavras ou ideias que parecem repetitivas?• Cuidou da pontuação? Ela está correta?• Eliminou os erros ortográficos?

Professor(a), este momento é muito importante! Motive seus alunos para que leiam e analisem seus próprios textoscom o objetivo de aprimorar a escrita.

Professor(a), revise com seus alunos o passo a passo do artigo de opinião. Organize um roteiro para ajudá-los na reescritado texto. Mostre -lhes o quanto a reescrita é importante. Trabalhar com a reescrita é uma estratégia didática fundamental para que os alunos ganhem autonomia na pro-dução de seus textos. Converse com seus alunos, mostre o quanto eles aprenderam! Parabenize cada um deles pela coragem e esforçodurante o percurso até a produção final. Valorize cada palavra escrita pelo seus alunos; peça-lhes que anotem as conclusões a que chegaram e promova uma apresen-tação oral, seguida de uma discussão coletiva, dos resultados. Procure salientar os pontos comuns e as eventuais divergências. Ao final, faça a publicação dos textos. Construa com os alunos um jornal mural, ou monte uma coletânea efaça a exposição na escola.

Prática de oralidade

Assinale a alternativa que traduz uma opinião do autor do texto “Brasileiros preferem florestaem pé” (aula 09).(A) “Brasileiros preferem floresta em pé.”(B) “O desmatamento zero é a opção da maioria...”

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

língua portuguesa

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Resposta: Alternativa CD14-Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.

(C) “...as empresas fazem menos do que a sociedade delas espera...”(D) “94% dos entrevistados querem o fim do desmatamento na Amazônia...”

PoemaProfessor (a),seja bem vindo (a) ao estudo do gênero Poema. Nas próximas 11 aulas, estudaremos

esse gênero literário que se caracteriza por apresentar uma linguagem subjetiva e rica em imagens. Além de retomar elementos já estudados em anos anteriores, como versos, estrofes, rimas, ritmo,

sonoridade etc., desenvolveremos, aqui, um estudo voltado para a leitura e compreensão de poemase para os recursos de estilo, como as figuras de linguagem.

Buscaremos trabalhar com poetas consagrados, de estilos literários diversos, bem como comautores atuais que, através da música, apresentam uma poesia rica e interessante. A cada aulapropomos o estudo de um poema, acompanhado de uma breve biografia do (a) respectivo (a) autor(a).

As atividades de leitura e compreensão buscam relacionar os temas abordados nos poemas emestudo, de modo que o estudante perceba sua interação. Aproveite para trabalhar a leitura expressivae a declamação dos sonetos em cada aula.

Espero que nosso trabalho seja proveitoso e rico na troca de experiências.

Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução aos estudos do gênero Objetivo geral

• Diagnosticar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o gênero Poema, explorando aspráticas de oralidade, leitura, escrita e análise lingüística.

aula 12

O que devo aprender nesta aulauValorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer.

u Antecipar o conteúdo das leituras com base em indícios como título do texto,forma, autor etc.

u Refletir sobre os elementos de coesão empregados nos poemas.

língua portuguesa

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Prática de oralidade

Práticas de leitura e análise linguística

Professor (a), procure fazer com que todos os alunos participem desta atividade. Peça–lhes que tentem se lembrarde algum poema, ou de parte de um: insista, principalmente, com aqueles que dizem não gostar de poemas.Você poderá declamar um poema de sua preferência para incentivá-los a participar.

Professor (a), apresente o poema aos estudantes, a partir do título e o que ele sugere. Pergunte-lhes também se já leu algum poema de José Paulo Paes. Em seguida, fale-lhes um pouco sobre estepoeta, com base na breve biografia que se segue:

Leia o poema abaixo e, a seguir, responda às questões propostas:

• Você costuma ler poemas? • Consegue se lembrar de algum, mesmo que seja apenas uma parte? Que tal declamá-lo?• Na sua opinião, que elemento do poema é mais importante? As rimas, o ritmo, a linguagem?• Se você fosse escrever um poema, sobre que assunto escreveria?

Poesia é... brincar com as palavras como se brinca com bola, papagaio, pião.Só que bola, papagaio, piãode tanto brincar se gastam.

As palavras não:Quanto mais se brinca com elas,

mais novas ficam.Como a água do rio

que é água sempre nova.Como cada dia que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

Convite

O poeta José Paulo Paes nasceu na cidade de Taquaritinga, em São Paulo, no dia 22 de julho de 1926. Posteriormente,além da poesia, ele se dedicaria à tradução, à crítica literária e à produção de ensaios. Seu avô, que o iniciou no universoda literatura, era livreiro, e o pai era caixeiro-viajante.

No Paraná, ainda na época da faculdade, ele se une a artistas, principalmente a escritores, os quais se reuniam no CaféBelas-Artes, localizado diante da livraria Ghignone. Aí ele conhece o poeta Glauco Flores de Sá Brito, o escritor de contose crítico cinematográfico Samuel Guimarães da Costa, o crítico de arte Eduardo Rocha Virmond e o pintor Carlos Scliar.

Ao se mudar para São Paulo, onde começa a escrever como colaborador para os veículos Folha de S. Paulo, O Estadode S. Paulo, O Tempo, Jornal de Notícias e Revista Brasiliense, mas ainda atuando como químico, ele trava amizade comGraciliano Ramos, Jorge Amado e Oswald de Andrade. Aí ele também encontra Dora, sua futura esposa, a quem eleoferece seu segundo livro, Cúmplices, editado em 1951, no qual ele acha seu próprio caminho.

José Paulo edita, em 1989, sua obra A poesia está morta, mas eu juro que não fui eu, através da coleção Claro Enigma,dirigida por Augusto Massi.

Nos anos 90, ele segue em seu ofício literário, publicando vários ensaios, poemas escritos para crianças, traduções epoesias. No livro Prosas seguidas de odes mínimas, ele sublima um período doloroso de sua existência, quando sua pernaesquerda é amputada. O poeta morre em 1998, em São Paulo, sem publicar, em vida, seu livro “Socráticas”, lançado,postumamente, em 2001.

José Paulo Paes

José Paulo Paes

Fontes: http://intervox.nce.ufrj.br/~clodo/jose_paulo_paes.htm / http://pt.wikipedia.org/wiki/José_Paulo_Paes, acesso em 21/03/2013

José Paul http://poemadodia.wordpress.com/category/jose-paulo-paes/o Paes, acesso em 21/03/2013

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O que é poesia para José Paulo Paes?1De acordo com o autor, poesia é brincadeira, algo divertido, que se renova sempre; refere-se ao prazer de criar, de imaginar.

De acordo com o poeta, o que há de especial em relação às palavras?2As palavras se renovam com o uso: quanto mais são usadas, mais novas ficam.

Em anos anteriores você estudou que o poema é composto por versos. O poema de José Paulo Paes possui quantos versos?3O poema tem 12 versos.

“Como a água do rio”, a palavra destacada estabelece uma relação entre esse verso e os anteriores? Que tipo de relação é esta?4

Sim. A palavra COMO estabelece uma relação de comparação entre os versos.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO Pesquise e escreva, aqui, a diferença entre poesia, poema e prosa. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Poesia é a linguagem subjetiva cujo objetivo é o de produzir emoção; a linguagem poética, sob oaspecto auditivo e melódico que se caracteriza pelo ritmo.Poema é uma composição literária com características literárias poéticas, geralmente em forma deversos; os quais possuem ritmo, podendo ou não ter rimas, de acordo com o período literário da obra.Prosa é uma forma escrita contínua, seu sentido literário deve ser entendida em confronto com oconceito de poesia; o texto em prosa aproveita toda a linha, forma parágrafo. É um texto mais objetivo,geralmente com linguagem menos figurada, denotativa.

aula 13

O que devo aprender nesta aulau Declamar e ler poemas

u Partilhar com colegas as percepções de leitura de poemas.

u Perceber as formas particulares do oral/falar presentes nos poemas.

u Reconhecer a importância de elementos não linguísticos na declamação de poemas.

u Refletir sobre os elementos que dão ritmo ao poema.

língua portuguesa

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• O poema é composto de quantos versos (linhas) e quantas estrofes (grupos de versos)?São doze versos e quatro estrofes; a 1ª e 2ª estrofes têm quatro versos, a 3ª, três versos e a 4ª e última, apenas um verso.

• Há sons que se repetem (rimas) no final dos versos? Quais?Sim, o poema apresenta rimas: chora/agora; desencanto/pranto; ardente/quente; vão/coração; rouca/boca; corre/morre.

• Que outros recursos são usados pelo poeta para dar ritmo ao seu texto?A pontuação: as reticências na 1ª e 2ª estrofes, por exemplo.

• Que sentimentos estão presentes no poema? Desencanto, desalento, desmotivação com a vida, desabafo.

Práticas de leitura e oralidade

Professor (a), as perguntas, a seguir,têm o objetivo de chamar a atenção dos alunos para a forma específica dopoema, que acaba exigindo uma leitura diferenciada. Ao desenvolver essa atividade, busque ampliá-la, debatendo com os alunos sobre a compreensão do poema:chame a atenção para a pontuação e mostre-lhes que nem sempre o verso encerra a ideia, mas que ela podecontinuar nos versos seguintes e isso implica, tanto na leitura, quanto na compreensão final do que é lido.Após a análise do poema, você deverá preparar os alunos para a leitura oral e expressiva, que poderá serindividual ou em grupos.

Professor(a), antes da leitura expressiva do poema, converse com a turma sobre alguns princípios básicos dessa leitura: • a necessidade de deixar transparecer os sentimentos do eu lírico - por essa razão, antes de tudo, é preciso

entender o que é dito; • a importância do uso correto da pontuação - nem sempre o verso encerra a ideia, mas ela pode continuar

nos versos seguintes, o que implica tanto na leitura quanto na compreensão final do que é lido.

Leia, silenciosamente e, com atenção, o poema a seguir:

Antes de prosseguirmos com a leitura em voz alta, vamos observar alguns elementos do poema em estudo.Para isso, responda, oralmente, às questões abaixo:

Eu faço versos como quem choraDe desalento... de desencanto...Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente,Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia roucaAssim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre saber na boca.- Eu faço versos como quem morre.

DesencantoManuel Bandeira

Texto disponível em:http://www.lusopoemas.net/modules/news03/article.php?storyid=708, acesso em 22/03/2013.

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Procure na internet, na biblioteca ou mesmo em livros didáticos, informações sobre o poeta ManuelBandeira: onde e quando ele nasceu; onde e quando faleceu; que livros escreveu e que temáticapredominou em seus poemas. Se considerar relevantes outras informações, anote-as também.

DESAFIO

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886, na Rua da Ventura,atual Joaquim Nabuco, filho de Manuel Carneiro de Souza Bandeira e Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. Em1890 a família se transfere para o Rio de Janeiro e a seguir para Santos - SP e, novamente, para o Rio de Janeiro. No final do ano de 1904, o autor fica sabendo que está tuberculoso, abandona suas atividades e volta para oRio de Janeiro. Em busca de melhores climas para sua saúde, passa temporadas em diversas cidades: Campanha,Teresópolis, Maranguape, Uruquê, Quixeramobim.Grandes comemorações marcam os cinqüenta anos do poeta, em 1936, entre as quais a publicação deHomenagem a Manuel Bandeira, livro com poemas, estudos críticos e comentários, de autoria dos principaisescritores brasileiros. Publica Estrela da Manhã (com papel presenteado por Luís Camilo de Oliveira Neto econtribuição de subscritores) e Crônicas da Província do Brasil.Recebe o prêmio da Sociedade Filipe de Oliveira por conjunto de obra, em 1937, e publica Poesias Escolhidas eAntologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica.Recebe o prêmio de poesia do IBEC por conjunto de obra, em 1946. Publica Apresentação da Poesia Brasileira eAntologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos.Comemora 80 anos, em 1966, recebendo muitas homenagens. A Editora José Olympio realiza em sua sede umafesta de que participam mais de mil pessoas e lança os volumes Estrela da Vida Inteira (poesias completas etraduções de poesia) e Andorinha Andorinha (seleção de textos em prosa, organizada por Carlos Drummond deAndrade). Compra uma casa em Teresópolis, a única de sua propriedade ao longo de toda sua vida.Com problemas de saúde, Manuel Bandeira deixa seu apartamento da Avenida Beira-Mar e se transfere parao apartamento da Rua Aires Saldanha, em Copacabana, de Maria de Lourdes Heitor de Souza, sua companheirados últimos anos.No dia 13 de outubro de 1968, às 12 horas e 50 minutos, morre o poeta Manuel Bandeira, no Hospital Samaritano,em Botafogo, sendo sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.

Depois de compreender o poema, prepare a leitura vocalizada com a ajuda de seu (sua) professor (a).

Poesia:- A Cinza das Horas - Jornal do Comércio - Rio de Janeiro, 1917 (Edição do Autor)- Carnaval - Rio de janeiro,1919 (Edição do Autor)- Poesias (acrescida de O Ritmo Dissoluto) - Rio de Janeiro, 1924- Libertinagem - Rio de Janeiro, 1930 (Edição do Autor)- Estrela da Manhã - Rio de Janeiro, 1936 (Edição do Autor)- Poesias Escolhidas - Rio de Janeiro, 1937- Poesias Completas acrescida de Lira dos cinqüent'anos) - Rio de Janeiro, 1940 (Edição do Autor)- Poemas Traduzidos - Rio de Janeiro, 1945- Mafuá do Malungo - Barcelona, 1948 (Editor João Cabral de Melo Neto)- Poesias Completas (com Belo Belo) - Rio de Janeiro, 1948- Opus 10 - Niterói - 1952- 50 Poemas Escolhidos pelo Autor - Rio de Janeiro, 1955

Bibliografia:

língua portuguesa

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aula 14

Práticas de leitura e análise linguística

O que devo aprender nesta aulauValorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer.

uAntecipar o conteúdo das leituras com base em indícios como título do texto, forma, autor etc.

uReconhecer a forma fixa do soneto.

uRefletir sobre a voz do eu-lírico nos poemas.

uRefletir sobre a linguagem figurada empregada nos poemas.

uRefletir sobre o emprego do diminutivo nos poemas.

uProduzir poema, observando os elementos constitutivos do gênero em estudo (forma, estilo econteúdo) em função das condições de produção.

Professor (a),apresente mais um poema aos estudantes, incentivando-os a anteciparem seu conteúdo a partir dotítulo, da ilustração, do poeta que o escreveu; e a observarem sua forma, o número de versos e estrofes, as rimas etc.

- Poesias completas (acrescidas de Opus 10) - Rio de Janeiro, 1955- Poesia e prosa completa (acrescida de Estrela da Tarde), Rio de Janeiro, 1958- Alumbramentos - Rio de Janeiro, 1960- Estrela da Tarde - Rio de Janeiro, 1960- Estrela a vida inteira, Rio de Janeiro, 1966 (edição em homenagem aos 80 anos do poeta).- Manuel Bandeira - 50 poemas escolhidos pelo autor - Rio de Janeiro, 2006.Prosa:- Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936- Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938- Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940- Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940- Apresentação da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946- Literatura Hispano-Americana - Rio de Janeiro, 1949- Gonçalves Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952- Itinerário de Pasárgada - Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954- De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954- A Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957- Itinerário de Pasárgada - Livraria São José - Rio de Janeiro, 1957- Prosa - Rio de Janeiro, 1958- Andorinha, Andorinha - José Olympio - Rio de Janeiro, 1966- Itinerário de Pasárgada - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1966 - Colóquio Unilateralmente Sentimental - Editora Record - RJ, 1968- Seleta de Prosa - Nova Fronteira - RJ- Berimbau e Outros Poemas - Nova Fronteira – RJ

http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp, acesso em 25/03/2013

Leia o poema abaixo e, em seguida, responda às questões propostas:

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Dorme ruazinha… É tudo escuro…E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?

Dorme teu sono sossegado e puro,Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos…

Dorme… Não há ladrões, eu te asseguro…Nem guardas para acaso persegui-los…

Na noite alta, como sobre um muro,As estrelinhas cantam como grilos…

O vento está dormindo na calçada,O vento enovelou-se como um cão…Dorme, ruazinha… Não há nada…

Só os meus passos… Mas tão leves são,Que até parecem, pela madrugada,Os da minha futura assombração…

Mario de Miranda Quintananasceu na cidade de Alegrete (RS), no dia 30 de julho de 1906, quarto filho de Celso de OliveiraQuintana, farmacêutico, e de D. Virgínia de Miranda Quintana. Com 7 anos, auxiliado pelos pais, aprendeu a ler tendo comocartilha o jornal Correio do Povo. Seus pais ensinaram-lhe, também, rudimentos de francês.

A primeira edição de seu livro A Rua dos Cataventos, foi lançada em 1940 pela Editora Globo. Seus textos figuraram emvários livros escolares e antologias, como Para Gostar de Ler da Ed.Ática.

Produziu uma extensa bibliografia entre poemas e crônicas, assim como foi agraciado com inúmeros prêmios por seu trabalho.Faleceu, em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994, próximo de seus 87 anos, o poeta e escritor Mario Quintana.

Dorme ruazinha… é tudo escuro!… Mário Quintana

Do livro: Antologia poética para a infância e a juventude, Ed. Henriqueta Lisboa, Rio de janeiro, INL:1961.

- Em português: - A Rua dos Cata-ventos (1940)- Canções (1946)- Sapato Florido (1948)- O Batalhão de Letras (1948)- O Aprendiz de Feiticeiro (1950)- Espelho Mágico (1951)- Inéditos e Esparsos (1953)- Poesias (1962)

Bibliografia:

língua portuguesa

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14 versos e 4 estrofes.

Quantos versos e quantas estrofes há no poema de Mário Quintana? 1

Soneto

O poema que apresenta esse número de versos e estrofes, distribuídos neste formato, recebe um nome específico.Pesquise e descubra que nome é esse2

Escuro/puro; ouvi-los/tranquilos; seguro/muro; persegui-los/grilos; calçada/nada/madrugada; cão/são/assombração.

Observe se o poema apresenta rimas e escreva-as, aqui.3

A palavra é empregada em sentido figurado, pois refere-se às pessoas que ali vivem e que podem dormir tranquilas, sem medo deque algo ruim aconteça-lhes

O eu - lírico do poema se dirige à ruazinha. Em sua opinião, ele está falando mesmo com a rua, ou se dirige a elade forma figurada? Comente.4

- Antologia Poética (1966)- Pé de Pilão (1968) - literatura infanto-juvenil- Caderno H (1973)- Apontamentos de História Sobrenatural (1976)- Quintanares (1976) - edição especial para a MPM Propaganda.- A Vaca e o Hipogrifo (1977)- Prosa e Verso (1978)- Na Volta da Esquina (1979)- Esconderijos do Tempo (1980)- Nova Antologia Poética (1981)- Mário Quintana (1982)- Lili Inventa o Mundo (1983)- Os melhores poemas de Mario Quintana (1983)- Nariz de Vidro (1984)- O Sapato Amarelo (1984) - literatura infanto-juvenil- Primavera cruza o rio (1985)- Oitenta anos de poesia (1986)- Baú de espantos ((1986)- Da Preguiça como Método de Trabalho (1987)- Preparativos de Viagem (1987)- Porta Giratória (1988)- A Cor do Invisível (1989)- Antologia poética de Mario Quintana (1989)- Velório sem Defunto (1990)- A Rua dos Cata-ventos (1992) - reedição para os 50 anos da 1a. publicação.- Sapato Furado (1994) - Mário Quintana - Poesia completa (2005)- Quintana de bolso (2006) http://www.contodoescritor.com.br

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Professor (a), chegou a hora de seus alunos produzirem a primeira escrita de um poema, que será revisto aolongo das demais aulas. Você poderá sugerir um tema que agrade a maioria dos estudantes, ou deixar que escrevam sobre o temaque quiserem.Oriente-os a observarem a forma, o conteúdo e o estilo dos poemas lidos até o momento,

PRÁTICAS DE LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA - DESAFIO

Chegou a hora de escrever um poema. Não se preocupe se essa primeira tentativa não for um sucesso, pois você voltará ao seutexto outras vezes para melhorá-lo. Antes de começar a produzir, releia os poemas apresentados, anteriormente, e outrosapresentados no seu livro didático, observando a forma, o conteúdo e o estilo de cada um. Agora, mãos à obra!

O emprego das reticências no verso “Dorme ruazinha… É tudo escuro…” indica:(A) suspensão do pensamento.(B) momento de dúvida.(C) pausa expressiva.(D) indecisão quanto à ideia.

O uso do diminutivo sugere carinho por aquele lugar que parece ser tão especial para o eu lírico.

O emprego do diminutivo ruazinha deixa transparecer que tipo de sentimento?5

Podemos perceber, principalmente pelo termo lampiões, um tipo de iluminação antiga que funcionava com gás.

Resposta: Alternativa: CD17: Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

A rua apresentada no poema tem características de uma rua antiga? Como percebemos isso?6

Prática de escrita

língua portuguesa

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aula 15

Objetivo geral

• Ampliar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o gênero Poema, explorando as práticas de oralidade,leitura, escrita e análise linguística.

O que devo aprender nesta aula

uDeclamar poemas

u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Refletir sobre recursos de estilo no texto poético.

u Refletir sobre a formação de palavras.

u Refletir sobre a voz do eu-lírico nos poemas.

u Reconhecer a forma fixa do soneto.

u Refletir sobre a linguagem figurada empregada nos poemas.

Práticas de leitura e análise linguística

Conceito

Professor (a), antes de propor a leitura do poema, converse com a turma sobre o eu-lírico, um recurso utilizado,pelos poetas, que possibilita a criatividade e a plurização dos sentidos.

A palavra lírico origina-se de um instrumento musical antigo chamado lira. Este instrumento foi muito utilizadopelos gregos a partir do século XII a.C.

Chamava-se lírica toda canção que era executada ao som da lira, inclusive as expressões poéticas. Porém, o séculoXV chegou e houve um afastamento do som lírico e da palavra poética, que passou a ser declamada.

Podemos dizer que o eu-lírico é a voz que fala no poema e nem sempre corresponde à do autor. O eu-lírico podeou não expressar as vivências efetivas do poeta, mas a validade estética do texto independe da sinceridade do mesmo.

Os heterônimos de Fernando Pessoa podem ser considerados eu-líricos. Um narrador-personagem pode serconsiderado um Eu-lírico. Um poema sendo “falado” por uma pedra é um eu-lírico.

O eu-lírico é um recurso que possibilita a infinidade criativa dos sentimentos poéticos. Não limita as palavras emapenas um corpo, uma mente, um coração. Consegue pluralizar os sentidos. Assim podemos ser o que quisermos:uma pedra, um animal, uma árvore, outras pessoas. Explorar e incorporar sentimentos dos mais diversos como umator faz com suas personagens.

Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões propostas:

Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero

Fonte: www.overmundo.com.br

língua portuguesa

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O poeta é um fingidor.Finge tão completamente

Que chega a sentir que é dorA dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,Na dor lida sentem bem,Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.E assim nas calhas de rodaGira, a entreter a razão,Esse comboio de corda

Que se chama o coração.

Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiorespoetas da língua portuguesa e da literatura universal.

Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatroobras que publicou em vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares comocorrespondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador po-lítico, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa. Como poeta,era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterônimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dosestudos sobre sua vida e sua obra.

Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos de idade, vítima de uma cólica hepática causada por um cálculobiliar associado a cirrose hepática, um diagnóstico, hoje em dia, é contestado por diversos médicos.

Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são: - Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos heterônimos. Buscava o objetivismo absoluto, elimi-

nando todos os vestígios da subjetividade. É o poeta que busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radical-mente ao intelectualismo, à abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos "culto" dos heterônimos, oque menos conhece a Gramática e a Literatura.

- Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sualinguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apóia-se na mitologia greco-romana; é adepto doestoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porquea morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil.

- Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de con-quista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica.

Autopsicografia

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

Fernando Pessoa. Texto disponível em: http://www.releituras.comfpessoa_psicografia.asp/, acesso em 02/04/2013

http://pensador.uol.com.br/autor//fernando_pessoa/biografia.

Para o eu - lírico, o poeta é um fingidor, pois fala de dores e amores que, às vezes, não são seus, mas os compartilha com todosos que os sentem.

Como o eu - lírico define o poeta? Explique. 1

língua portuguesa

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As rimas, os versos curtos, as ideias que se estendem, dando mais agilidade à leitura, são alguns dos recursos empregados.

Autopsicografia: Pode ser entendido como a escrita (descrição) da própria alma.

Autós- de si mesmo

Psiché- alma

grápho Escrita

Que recursos foram utilizados pelo poeta para dar ritmo e expressividade ao poema?2

O tema preferido do poetas é o amor e os sentimentos a ele relacionados: a tristeza, a dor, a angústia e a alegria. Porém, nem todopoema fala de amor e desses sentimentos. Os temas são muito variados, depende do momento, do poeta, de sua intenção, dasituação de produção.

Todos os poemas retratam o amor? Que tema e sentimentos são mais comuns nos textos poéticos? Comente.3

Como semelhanças entre os quatro poemas lidos podemos apontar o fato de serem escritos em versos; mas o primeiro não se divideem estrofes e tão pouco apresenta rimas; o segundo e o terceiro apresentam uma forma fixa: são sonetos; o quarto poema tambémse divide em estrofes (três) e apresenta rimas. Quanto ao tema, o primeiro, o segundo e o quarto poemas falam da própria poesia, doque ela significa e do ofício de poeta; o terceiro poema, de Mário Quintana, fala de uma rua tranquila, onde seus moradores podemdormir tranquilamente, sem medos ou preocupações. Quanto aos recursos de estilo utilizados, o 2º e 3º poemas poemas apresentamuma estrutura mais rígida de versos, estrofes e rimas. A pontuação provoca pausas bastante significativas, como o emprego dasreticências; de modo geral os versos são curtos, as ideias fluem com facilidade, o que facilita a leitura expressiva e sem tropeços.

Volte às aulas anteriores e releia os poemas trabalhados. Compare os quatro poemas lidos até agora e apontesemelhanças e diferenças entre eles, observando a forma, os recursos de estilo e a temática.

Radical é o elemento originário e irredutível no qual se concentra a significação das palavras. O título do poemade Fernando Pessoa é formado por três radicais e todos são de origem grega. Procure em dicionários, livros didáticos ou na internet, o significado de cada um desses radicais e escreva-osno quadro abaixo.Em seguida, explique o sentido da palavra autopsicografia.

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PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

língua portuguesa

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aula 16

O que devo aprender nesta aula

uDeclamar poemas

u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Refletir sobre a rima no texto poético

Prática de oralidade

Práticas de leitura e análise linguística

Professor (a), nessa aula trabalharemos uma das características que estruturam o texto poético: a rima. Comece escrevendo uma palavra qualquer no quadro e peça para que os alunos digam outra palavra que rime coma palavra dada, por exemplo: avião/cordão/portão. Peça que um aluno escolha outra palavra e repita a estratégia. Após essa introdução retome os poemas lidos e,oralmente, verifique com os alunos as rimas presentes.

Como já vimos , anteriormente, em muitos poemas as palavras finais dos versos costumam terminar com o mesmosom, ou sons semelhantes.

Faça, oralmente, o exercício proposto por seu/sua professor (a) para perceber melhor como isso se dá e o efeitorítmico que provoca no poema.

A rima tem um papel importante no poema, uma vez que, ao dar-lhe ritmo, permite a memorização mais fácil dos versos. O poema, da mesma forma que a música, requer uma sequência de sons para criar uma cadência rítmica na leitura. Vejamos como isso se dá na prática, lendo o poema de Vinícius de Moraes e atentando-se para as rimas e o

ritmo estabelecido. Em seguida responda às questões propostas:

De repente do riso fez-se o prantoSilencioso e branco como a brumaE das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o ventoQue dos olhos desfez a última chamaE da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repenteFez-se de triste o que se fez amanteE de sozinho o que se fez contente.

Soneto da SeparaçãoVinícius de Morais

língua portuguesa

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Fez-se do amigo próximo o distanteDe repente, não mais que de repenteFez-se da vida uma aventura errante.

Marcus Vinicius de Melo Moraes nasceu no Rio de Ja-neiro, em 19 de outubro de 1913. Já compunha versos aocursar os estudos secundários em sua cidade natal. Em1930, ingressou na Faculdade Nacional de Direito, ondeconheceu e se ligou a nomes que se destacariam no pano-rama intelectual e político brasileiro, como Otávio de Faria,San Thiago Dantas e Plínio Doyle. Formou-se em 1933,mesmo ano em que lançou seu primeiro livro de poemas,"O Caminho para a Distância".

Em 1938 recebeu uma bolsa do Conselho Britânicopara estudar língua e literatura inglesa na Universidade deOxford. Ainda na Inglaterra, casou-se por procuração comBeatriz Azevedo de Melo. Voltou ao Brasil em 1939, devidoao início da Segunda Guerra Mundial.

Passou longa temporada em São Paulo e, voltando aoRio de Janeiro, começou a colaborar na imprensa. Nessaépoca, já era reconhecido como poeta e desenvolvera ami-zade com vários nomes importantes de nossas letras, comoOswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira,Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles.

Em 1943 ingressou na carreira diplomática, seguindo três anos depois para Los Angeles (EUA) como vice-côn-sul. Serviu também em Paris, Montevidéu e novamente Paris. Durante esse tempo, publica diversas obras e casa-sepela segunda, terceira e quarta vez. No início da década de 1960, começou a compor em parceria com Carlos Lyra,Pixinguinha e Baden Powell. Também faz shows ao lado de Antonio Carlos Jobim e João Gilberto.

Também exerceu intensa atividade na área de cinema, teatro, poesia e música, Em 1969, foi exonerado do Mi-nistério das Relações Exteriores pelo regime militar e se casou com Cristina Gurjão. No ano seguinte, casou-secom a atriz baiana Gesse Gessy e iniciou sua parceria com Toquinho, que iria continuar até o fim de sua vida. Como parceiro, excursiona pelo Brasil e pela Europa.

Durante a década de 1970, compôs muito, fez vários shows e casou-se ainda mais duas vezes. Em 1979, a convitedo então líder sindical Luís Inácio Lula da Silva, faz uma leitura de seus poemas no Sindicato dos Metalúrgicos deSão Bernardo do Campo. No mesmo ano, na volta de uma viagem à Europa, sofre um derrame à bordo do avião.Morreu aos 67, em 9 de julho de 1980, de edema pulmonar, em sua casa, na companhia de Toquinho e da últimamulher, Gilda Queirós Mattoso.

http://pensador.uol.com.br/poemas_vinicius_de_moraes/6/, acesso em 30/04/2013

http://educacao.uol.com.br/biografias/vinicius-de-moraes.jhtm, acesso em 30/04/2013

O poema fala da separação e de toda tristeza e desencanto que ela traz; é como se o mundo da pessoa que é deixada para trás,virasse de cabeça para baixo.

Relacione o título aos versos do poema e comente sobre o tema abordado.1

As separações acontecem de repente, sem aviso, sem que se espere por elas.

De acordo com o eu- lírico, qual a principal característica das separações?2

língua portuguesa

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Ao observarmos como as rimas são distribuídas no poema, percebemos que seguem um determinado esquema. Veja:

Pranto/espanto; bruma/espuma; vento/pressentimento; chama/drama; de repente/contente/de repente; amante/errante/distante.

Como “Dorme Ruazinha”, de Mário Quintana, o poema em estudo é um soneto, pois apresenta um númerodefinido de versos e estrofes, com rimas em todas elas. Quais são as rimas do poema “Soneto de separação”?4

De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante De repente, não mais que de repente Fez-se da vida uma aventura errante.

ABBA

ABAB

ABA

BAB

Desencanto: A B A B/ A B A B/ A B A; BDorme Ruazinha: A B A B/ A B A B/ A B A/ B A B

Releia os poemas “Desencanto” e “Dorme Ruazinha” (aulas 13 e 14 ) e construa o esquema de rimasapresentados por eles.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Riso/pranto; calma/vento; triste/contente; próximo/distante; amante/sozinho.

O poema é construído a partir de antíteses, ou seja, palavras e ideias que se opõem. Relacione as palavras e ideiasque apresentam oposição entre si.3

língua portuguesa

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aula 17

O que devo aprender nesta aula

uDeclamar poemas

u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Refletir sobre recursos de estilo no texto poético.

Prática de oralidade

Práticas de leitura e análise linguísticaProfessor, solicite à turma a leitura expressiva (sem tropeços na pontuação)do poema, a seguir. Para isto, proponha-lhe uma leitura silenciosa e atenta do poema, observando a pontuação e a compreensão daideia: onde começa e termina a frase.Em seguida, trabalhe o vocabulário das palavras desconhecidas, utilizando o dicionário e, por último, solicite-lhea análise do poema, com base nas questões abaixo:

• Em cada aula estudamos um poema diferente, de diferentes autores. Relacione os poemas e seus autores pela ordem das aulas.Aula 12: Poesia é... brincar com palavras/José Paulo PaesAula 13: Desencanto/Manuel BandeiraAula 14: Dorme ruazinha...é tudo escuro/Mário Quintana Aula 15: Autopsicografia/Fernando Pessoa Aula 16: Soneto de Separação/Vinícius de Moraes

• Volte à aula 12 e releia o poema de José Paulo Paes. Em que ele se diferencia dos demais?As rimas não aparecem de forma sistemática; surge em alguns momentos como pião/não, dia/poesia, ou de forma imperfeita, comoem gastam/ficam.

• A que conclusão você chega? Afinal, a rima é obrigatória no poema? A rima, apesar de contribuir para o ritmo do poema, não é obrigatória, pois o ritmo pode ser alcançado de outros modos como nocaso do poema de José Paulo Paes, que apresenta versos curtos e ideias encadeadas, o que força uma leitura mais ágil.

• Que poema entre os trabalhados até agora chamou mais a sua atenção? Por quê?Resposta pessoal.

Leia, atentamente, o poema abaixo, observando a pontuação e o vocabulário e, em seguida, responda às questões abaixo:

Que pode uma criatura senão,entre criaturas, amar?

amar e esquecer,amar e malamar,

amar, desamar, amar?sempre, e até de olhos vidrados, amar?

AmarCarlos Drummond de Andrade

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Que pode, pergunto, o ser amoroso,sozinho, em rotação universal, senão

rodar também, e amar?amar o que o mar traz à praia,

e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,o que é entrega ou adoração expectante,

e amar o inóspito, o áspero,um vaso sem flor, um chão de ferro,

e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,

doação ilimitada a uma completa ingratidão,e na concha vazia do amor a procura medrosa,

paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossaamar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com arealidade social.

Na poética de Carlos Drummond de Andrade, a expressão pessoal evolui numa linha em que a originalidade e a unidadedo projeto se confirmam a cada passo. Ao mesmo tempo, também se assiste à construção de uma obra fiel à tradição literáriaque reúne a paisagem brasileira à poesia culta ibérica e europeia.

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros emdecadência, estudou na cidade natal, em Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, deonde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colabo-rador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do moder-nismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinetede Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Excelente funcionário, passou depois a trabalhar no Serviço doPatrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio daManhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.

Predomínio da individualidade. O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drum-mond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelaro contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente,contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e poraquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, en-quanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho erequinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.

Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva,no que destila do corrosivo, no que desmonta, dispersa, desarruma, do berço ao túmulo -- do indivíduo ou de uma cultura.

Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de

http://poesias.org/amar-carlos-drummond-de-andrade, acesso em 18/04/

Carlos Drummond de Andrade

Poesia1930 - Alguma poesia 1934 - Brejo das almas 1940 - Sentimento do mundo 1942 - José 1945 - A rosa do povo 1948 - Novos poemas 1951 - A mesa 1951 - Claro enigma 1952 - Viola de bolso 1954 - Fazendeiro do ar 1955 - Soneto da buquinagem 1957 - Ciclo 1959 - A vida passada a limpo 1962 - Lição de coisas 1964 - Viola de bolso II 1967 - Versiprosa 1967 - José & outros 1968 - Boitempo & A falta que ama 1968 - Nudez 1969 - Reunião 1973 - As impurezas do branco 1973 - Menino antigo (Boitempo II) 1977 - A visita 1978 - O marginal Clorindo Gato 1979 - Esquecer para lembrar (Boitempo III) 1980 - A paixão medida 1983 - Nova reunião 1984 - Corpo 1985 - Amar se aprende amando 1986 - Tempo vida poesia 1988 - Poesia errante 1996 - Farewell

Antologias poéticas1956 - 50 poemas escolhidos pelo autor 1962 - Antologia poética 1971 - Seleta em prosa e verso 1975 - Amor, amores 1982 - Carmina Drummondiana 1987 - Boitempo I e Boitempo II

Infantis1983 - O elefante 1985 - História de dois amores

Prosa1944 - Confissões de Minas 1945 - O gerente 1951 - Contos de aprendiz 1952 - Passeios na ilha 1957 - Fala, amendoeira 1962 - A bolsa & a vida 1966 - Cadeira de balanço 1970 - Caminhos de João Brandão 1972 - O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso 1974 - De notícias & não-notícias faz-se a crônica 1977 - Osdias lindos 1978 - 70 historinhas 1981 - Contos plausíveis 1984 - Boca de luar 1985 - O observador no escritório 1987 - Moça deitada na grama 1988 - O avesso das coisas 1989 - Auto-retrato e outras crônicas

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http://pensador.uol.com.br/autor/carlos_drummond_de_andrade/biografia/, acesso em 06/05/2013

Andrade morreu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronistaMaria Julieta Drummond de Andrade.

Sua obra:

A afirmação pode ser comprovada pelos versos:” Que pode uma criatura senão,/ entre criaturas, amar?”” Este o nosso destino:amor sem conta”

De acordo com o eu lírico, a ação de amar é parte vital do ser humano. Releia o poema e comprove essa afirmação.1

Malamar – mal amar – amar de forma erradaDesamar – deixar de amar – desfazer o amor

Na primeira estrofe aparecem dois neologismos, palavras criadas pelo poeta, mas que ainda não constam dodicionário; que palavras são essas e o que significam? 2

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Refere-se à sede por mais amor, que jamais se esgota.

A que se refere a sede que aparece no último verso?3

As ideias se prolongam na estrofe, assim como a leitura que não deve ser interrompida de forma brusca em cada verso.

As ideias expressas pelo eu-lírico se encerram em cada verso ou se prolongam na estrofe? Explique.4

As rimas aparecem somente na primeira estrofe: amar / malamar / amar / amar

E quanto às rimas, elas aparecem no poema de Drummond?5

Com a repetição de estruturas como: “amar e esquecer,/amar e malamar”, e o encadeamento de ideias: “amar o que o mar traz àpraia,/e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, /é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Como ele cria o ritmo no poema?6

Professor (a), a proposta desse desafio é trabalhar com a oralidade, fazendo com que os alunospercebam que o poema existe também no plano da fala, declamado ou lido com expressividade,pois somente assim ele se realiza. Para isso, convide os alunos a treinarem em casa a leitura expressiva desse poema de CarlosDummond de Andrade. Se você puder, acesse o link abaixo e grave a leitura que o autor PauloJosé faz do poema, ou, se preferir, você mesmo (a) pode lê-lo para a turma.http://www.youtube.com/watch?v=5uP7Ctcxqhk

PRÁTICA DE ORALIDADE - DESAFIO

Agora que você já trabalhou a compreensão do poema e os recursos empregadospelo poeta para lhe dar cadência e ritmo, treine em casa a leitura desse poema paraapresentá-lo na próxima aula.

Se preferir, fale com seu (sua)professor (a) e apresente outro poema já estudado nasaulas anteriores.

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aula 18

O que devo aprender nesta aula

uDeclamar poemas

u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Refletir sobre o uso de adjetivos em diferentes posições nos poemas.

u Reescrever a primeira produção do poema.

Práticas de oralidade

Prática de leitura

Cecília Meireles(1901- 1964)

Na aula anterior você recebeu a tarefa de ensaiar a leitura ou a declamação do poema de Carlos Drummondde Andrade, ou outro, entre os já trabalhados.

Agora é o momento de mostrar o resultado de seu esforço. Você será chamado a ler ou a declamar o poemaescolhido; não precisa ter medo ou vergonha, é tentando que aprendemos. Faça o seu melhor!

Cecília Meireles é uma das grandes escritoras da literaturabrasileira. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceuno dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nomecompleto era Cecília Benevides de Carvalho Meireles.

Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe comapenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antesde seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dosnove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias.

Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicouseu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, ajovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista.

No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas. Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do

Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “Ocavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemasinfantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia).

O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por depressão. O novo casamento de Cecíliaaconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira.

No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem que lhe trouxe um grande reconhecimento dos leitores e

Professor (a), como ficou proposto na aula anterior, os alunos devem ter preparado a leitura expressiva do poema deDrummond, ou de outro, estudado nas aulas anteriores.

Assim, comece a aula chamando-os a ler ou declamar o poema. Não os obrigue a ler, mas incentive-os a fazê-lo.Afinal, o poema deve ser apreciado e é importante que todos participem da atividade.

Professor(a), antes de apresentar o próximo poema aos estudantes, fale-lhes um pouco sobre sua autora, a grandepoeta Cecília Meireles, e das principais temáticas abordadas em seus poemas.

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também dos acadêmicos da área de literatura, pela beleza das poesias. Com este livro, ganhou o Prêmio dePoesia da Academia Brasileira de Letras.

Cecília faleceu em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964.

Leia o poema abaixo e, em seguida, responda às questões que propostas:

Espectro - 1919 Criança, meu amor - 1923 Nunca mais... - 1923 Poema dos Poemas -1923 Baladas para El-Rei - 1925 O Espírito Vitorioso - 1935 Viagem - 1939 Vaga Música - 1942 Poetas Novos de Portugal - 1944 Mar Absoluto - 1945 Rute e Alberto - 1945 Rui — Pequena História de uma Grande Vida - 1948 Retrato Natural - 1949 Amor em Leonoreta - 1952 12 Noturnos de Holanda e o Aeronauta - 1952

Romanceiro da Inconfidência -1953 Poemas Escritos na Índia - 1953 Batuque - 1953 Pequeno Oratório de Santa Clara - 1955 Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro - 1955 Panorama Folclórico de Açores -1955 Canções - 1956 Giroflê, Giroflá - 1956 Romance de Santa Cecília - 1957 A Rosa - 1957 Obra Poética -1958 Metal Rosicler -1960 Solombra -1963 Ou Isto ou Aquilo -1964 Escolha o Seu Sonho - 1964

Relação de suas obras:

http://www.suapesquisa.com/biografias/cecilia_meireles.htm, acesso em 06/05/2013

Cecília Meireles, in 'Viagem’. Disponível em http://www.citador.pt/poemas/crianca-cecilia-meireles, acesso em 23/04/2013.

Cabecinha boa de menino triste, de menino triste que sofre sozinho,

que sozinho sofre, — e resiste,

Cabecinha boa de menino ausente, que de sofrer tanto se fez pensativo,

e não sabe mais o que sente...

Cabecinha boa de menino mudo que não teve nada, que não pediu nada,

pelo medo de perder tudo.

Cabecinha boa de menino santo que do alto se inclina sobre a água do mundo

para mirar seu desencanto.

Para ver passar numa onda lenta e fria a estrela perdida da felicidade que soube que não possuiria.

CriançaCecília Meireles

O tema do poema é a vida triste, sem encantos do menino que é sozinho, talvez abandonado.

Qual o tema do poema lido?1

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alternativa B

Pode-se dizer que o poema apresenta um tom dea) Nostalgiab) Amargura

b) Indiferença c) Saudosismo

2

O poema deixa transparecer uma certa amargura diante da vida triste e solitária do menino que não vê motivos para ser feliz oumesmo acredita que um dia possa sê-lo.

Justifique sua resposta ao exercício anterior.3

Ao inverter as palavras o eu lírico as evidencia, ou seja, na expressão que sofre sozinho destaca-se a ideia do sofrimento; já em quesozinho sofre fica evidenciado o fato de ele estar sozinho.

A inversão da expressão sublinhada nos versos abaixo, apresenta alguma diferença de significado? Explique.Cabecinha boa de menino triste, de menino triste que sofre sozinho, que sozinho sofre, — e resiste,

4

O poema de Cecília Meireles é divididos em estrofes que apresentam o mesmo número de versos. O tamanho similar dos versos(os dois primeiros versos de cada estrofe têm 11 sílabas e o terceiro 8 sílabas) contribuem para as rimas e o ritmo do poema.

Com relação à forma, podemos dizer que o poema de Cecília Meireles é tradicional, ou seja, apresenta as característicasnormalmente atribuídas ao gênero. Que características são essas? 5

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIORetome o poema que você produziu na aula 14 e procure reescrevê-lo, utilizando osconhecimentos construídos até o momento. Observe o uso dos versos e estrofes, rimas e ritmo; apresença do eu-lírico, a coerência entre o tema abordado, o tom utilizado etc.

aula 19

O que devo aprender nesta aula

uDeclamar poemas

u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Refletir sobre o uso de adjetivos, como elementos caracterizadores dos substantivos e a concordância entre eles.

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Práticas de oralidade

Práticas de leitura e análise da liguística

Na aula anterior você leu um poema muito bonito, escrito por Cecília Meireles. Continuaremos a trabalhá-lo nessa aula, mas antes vamos fazer uma leitura bem caprichada, marcando seu ritmo e cadência.

Você será chamado a ler ou a declamar o poema; se quiser, faça-o junto com um colega, ou mesmo em grupo,com a orientação de seu(sua) professor (a).

Lembre-se de que a leitura de um poema é diferenciada e exige a compreensão do que está sendo dito. Senecessário, retome as respostas dos exercícios da aula anterior.

Professor (a), o poema de Cecília Meireles tem bastante ritmo e sonoridade. Assim, comece a aula chamando os alunosa ler ou declamar o poema; eles poderão apresentar individualmente, em duplas, trios, ou mesmo grupos maiores.O importante é que todos participem da atividade.

Sim. O eu lírico reforça e acrescenta novas características ao personagem.

A repetição desse termo, acrescido de um adjetivo diferente a cada estrofe, provoca que efeito de sentido? Explique.2

Uma criança solitária e por isso triste, desencantada com a vida.

Com base nesses adjetivos, como você descreveria, de modo bastante objetivo, esse personagem?3

Meninas tristes, ausentes, mudas, santas.

Se alterarmos a palavra menino por seu feminino plural, como ficará a relação entre essa nova forma e os adjetivos? Escreva.4

Concluímos que o adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número

Resposta: Alternativa BD19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

A que conclusão podemos chegar?5

Cabecinha boa de menino.

A anáfora consiste em repetir uma palavra ou expressão em espaços regulares durante o texto. É um recurso muitocomum nas trovas populares, cordéis e poemas. No poema de Cecília Meireles que elemento é repetido? 1

DESAFIONos versos: “de menino triste que sofre sozinho, /que sozinho sofre, — e resiste,” A inversão do adjetivo (A) estabelece uma alternância entre os versos(B) reforça a característica pretendida. (C) muda completamente o sentido do que é dito.(D) estabelece uma oposição entre os versos.

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aula 20

Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero Objetivo geral

• Sistematizar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o gênero Soneto, explorando as práticas deoralidade, leitura, escrita e análise da linguística

Prática de oralidadeProfessor (a), todos os poemas estudados até agora possuem uma forma tradicional, ou seja, são escritos em versos eestrofes. Mas sabemos que nem todo poema se apresenta dessa maneira, da mesma forma que nem todo poemaapresenta rimas e métrica.

Outros recursos, como a própria imagem do poema, podem ser explorados. Exemplo disso são os poemas concretos,cujas imagens dizem tanto quanto as palavras.

Para desmistificar a ideia que os alunos têm de que todo poema precisa ter versos, estrofes e rimas, trazemos nessaaula um poema diferente para ser apreciado pela turma. Mas antes de apresentá-lo, proponha uma discussão, combase nas questões abaixo:Vamos conversar um pouco sobre o estudo desenvolvido até o momento.

O que devo aprender nesta aula

uDeclamar poemas

u Ler poemas, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).j

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Refletir sobre recursos visuais no texto poético.

u Produzir um poema concreto.

• Que característica foi mantida nos poemas estudados até o momento?A divisão em versos aparece em todos os poemas.

• Como você imagina que possa ser um poema concreto?Resposta pessoal

• Para a maioria das pessoas, o poema precisa dessa característica. E você, o que acha?Espera-se que o aluno entenda que essa é a forma tradicional do poema, mas você, professor (a), pode começar a questioná-lo sobreoutras formas de poema, como veremos nessa aula.

• Seria possível fazer um poema que não apresentasse versos?Será o tema dessa aula, mas é bom ouvir o que pensam os alunos.

• O que veremos a seguir também é uma forma de poema, chamado Poema Concreto. Você verá que existe uma razãopara esse nome. Mas antes, pense e responda: O que significa algo concreto?

Concreto é algo que tem consistência; condensado, solidificado; Gram: qualificativo dos substantivos que exprimem seres materiais,percebidos por nossos sentidos.

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Prática de leitura

Leia os poemas abaixo e responda às questões propostas:

PênduloE.M. de Melo e Castro

http://arteonline.arq.br/museu/ensaios/ensaiosantigos/jorge/pendulo.jpg,

acesso em 30/04/2013.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/10460/imagens/poemagato.jpg, acesso em 30/04/2013

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XícaraFábio Sexugi

VelocidadeRonaldo Azevedo

http//pluralinguagem.autonomia.g12.br/wpcontent/uploads/2009/07/x%C3%ADcara-fabio-

alexandre-sexugi.jpg, acesso em 30/04/2013

http://images.biacamposcy.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/SQuxYgoKCrAAABm1Qp81/velocidade-Ronaldo-

Azeredo.jpg?et=h5HlCkeXGTKkvqe48%2B56hA&nmid=0, acesso em 30/04/2013

A falta de uma estrutura característica dos poemas tradicionais (versos e estrofes).

E então, o que mais chamou sua atenção nos poemas acima?1

Os poetas organizam as palavras para criar imagens visuais (não verbal) de um pêndulo de relógio; de um gato; de uma xícaracheia de café quente e da velocidade de um motor. Ao mesmo tempo, faz com que a aliteração (a repetição de letras como o “P”,de Pêndulo; o “Z” de Canção para ninar gato com insônia; o “V” de velocidade) provoque a sonoridade do movimento do pênduloque vai e que vem; do ressonar do gato e do ronco do motor de um carro.

Dê a sua interpretação de cada poema, observando seus aspectos verbais e não verbais.2

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Nas últimas aulas estudamos o gênero textual poema; vimos vários exemplos e verificamos que, em sua formatradicional, ele apresenta características bem marcadas.

Junte-se a um ou dois colegas e produza um poema concreto, com base no tema indicado por seu(sua) professor(a).

aula 21

O que devo aprender nesta aula

u Refletir sobre as características dos poemas no processo de produção desse gênero textual.

u Produzir poemas, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo e conteúdo) em função das condições de produção.

A repetição da letra V acaba produzindo um som semelhante àquele produzido por carros em alta velocidade, uma espécie de VRUMMM.

A repetição da letra V no último poema evoca qual som?3

A sonoridade.

Considerando a resposta da questão anterior, que outro aspecto (além do visual) se sobressai nos poemas 1,2 e 4?4

Professor (a),seria interessante ler em voz alta os poemas para que os alunos possam apreciá-los e perceber o recursoutilizado pelo poeta para dar voz ao seu poema.

Professor(a), solicite dos alunos a produção de um poema concreto, que pode ser feito em grupos, a partir daproposição de um único tema, ou ficar à escolha do grupo.

Professor (a), é importante que você participe ativamente de toda essa aula: ande pela sala, vá de carteira em carteirapara ver como andam os trabalhos; leia os textos que estão sendo produzidos; ajude os alunos, respondendo às suasperguntas e procure não interferir no processo de criação. Os alunos devem sentir-se livres para criar.

Prática de escrita

Prática de escrita

• Que características são essas?A divisão em versos e estrofes, as rimas e, em alguns casos, o tamanho dos versos.

• Todas essas características são obrigatórias no poema? Comente. Embora apareçam em grande parte dos poemas, essas características obrigatórias.

• Quanto à temática, que temas foram mais recorrentes??As temáticas mais recorrentes foram a própria poesia e o fazer poético, e o amor como sentimento universal que transcende épocas.

• A última aula trouxe uma forma diferenciada de poema. Qual a principal diferença entre esse tipo de poema e osoutros estudados?A principal diferença é quanto à forma; os poemas concretos não utilizam a forma tradicional do poema, mas busca torná-lo visual, concreto.

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Professor (a), esse é um momento muito importante, pois é a hora de proceder à correção dos poemas criados, masatenção: o objetivo não é cercear a criatividade do aluno. Portanto, convide-o a compartilhar com os colegas a suacriação e peça-lhes que façamx a correção gramatical básica, ortografia, pontuação, uso inadequado de palavras,ou algo que possa comprometer a coerência do texto.

Após esse processo, peça-lhes que passem a limpo o poema e façam uma bela ilustração (desenhos ou colagens),para que possam ser expostos no mural da sala, ou mesmo da escola.

Após o estudo de diferentes poemas, chegou a hora de produzir o seu próprio poema. Você tem toda a liberdade para escolher o tipo de poema que deseja fazer: com rimas, com estrofes que

apresentem o mesmo número de versos, com versos brancos (sem rimas) e com estrofes com número de versosdiferentes ou, ainda, um poema concreto.

Escolha a forma que mais lhe agradar e mãos à obra! Em caso de dúvidas, solicite a ajuda do (a) seu professor (a)ou dos colegas.

Muito bem, você manifestou toda sua criatividade na aula anterior ao criar um poema. Agora, vamos dar uma lapidada em seu texto. Mostre-o aos colegas e peça-lhes para que o ajudem a verificar

algum erro que tenha passado despercebido.Consulte o seu/sua professor (a) e procure melhorar o seu texto. Em seguida, ilustre-o com desenhos ou

recortes para que o resultado final possa participar da exposição junto com os trabalhos dos colegas.

aula 22

O que devo aprender nesta aula

u Reescrever os poemas produzidos na aula anterior, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo econteúdo) em função das condições de produção.

PRÁTICA DE LEITURA - DESAFIOLeia o texto abaixo e responda ao item proposto:

Práticas de escrita e análise linguística

Levantamento dos conhecimentos prévios/Introdução ao estudo do gêneroObjetivo geral

• Diagnosticar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero Sinais de trânsito, explorando as práticas deoralidade, leitura e escrita.

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http://professoralexsales.blogspot.com.br/p/poemas-concretos.html, acesso em 02/05/2013

Em relação ao texto, é correto afirmar que

(A) o conteúdo é contraditório à forma.(B) o conteúdo compromete a forma.(C) a forma está associada ao conteúdo.(D) a forma anula o conteúdo.

Resposta: Alternativa CD5: Interpretar texto com o auxílio de materialgráfico diverso.

Sinais de trânsito Professor (a), a partir de agora, iniciaremos o estudo do gênero Sinais de trânsito. Para isso, prepare um

ambiente propício, sinalize a sala com placas para colocar os estudantes em contato com o gênero, desde oinício desta sequência de aulas, e motivando-os a participarem de todas as atividades propostas.

O entusiasmo deve contagiá-los, portanto procure desenvolver cada aula de forma agradável, mostrando-lhes quanto conhecimento eles poderão construir ao longo desse estudo.

Dessa forma, poderão apresentar o que já sabem sobre sinais de trânsito, ampliar e sistematizar seusconhecimentos sobre esse gênero tão importante em nossa sociedade.

Explique-lhes que, ao término dos estudos, eles produzirão um mapa da redondeza da escoladevidamente sinalizado.

Ao desenvolver esse trabalho, não se esqueça de partir do princípio de que todos são capazes de aprender,porém cada um em seu ritmo próprio.

Portanto, todas as atividades, aqui propostas, têm o objetivo de contribuir com o letramento dosestudantes e, consequentemente, ajudá-los a exercerem sua cidadania e serem construtores de uma

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Disponível em:http://aimore.net/placas/geral.ht

ml. Acessado em 03/04/2013.

O que devo aprender nesta aula

u Discutir sobre a importância dos sinais de trânsito

u Ler manuais, cartilhas, panfletos, fôlderes, placas etc. sobre os sinais de trânsito

u Ler textos do gênero nos diferentes suportes

Professor (a),aguce o interesse dosestudantes para o estudo do gêneroSinais de trânsito, levando-os a pensare dizer o que sabem sobre esse gênerodo discurso. Para isso, apresente-lhesas questões abaixo:

Professor (a), divida a turma em cinco grupos e peça para que cada grupo leia e interprete o significado das placasde sinalização de trânsito (se preferir, você poderá levá-los para a sala de informática, ou trazer para a sala deaula manuais de trânsito, cartilhas, panfletos, fôlderes, placas etc.)

Peça aos grupos que leiam essas placas e procurem interpretar o seu significado; deixe um tempo para fazerem aleitura e a interpretação.

Em seguida, peça para que um representante de cada grupo socialize as placas e seus respectivos significados,com o restante da turma.

Após as apresentações, promova uma boa discussão sobre a importância de conhecer e respeitar esses sinais de trânsito.

É importante, também, que você pesquise anteriormente e tenha em mãos os significados das placas para poderorientar melhor as conclusões dos alunos.

Prática de oralidade

Prática de leitura

Grupo 1

Sinalização de Regulamentação

• Que sinais de trânsito você conhece?• Para que eles servem?• Na sua opinião, somente os condutores de veículos devem saber ler e interpretar os sinais de trânsito? Por quê?• Você já presenciou ou mesmo vivenciou alguma infração cometida no trânsito? Qual?

Organize-se em grupos e siga as orientações do (a) seu (sua) professor (a) para a realização da atividade.

aula 23

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Disponível em:http://aimore.net/placas/geral.html.

Acessado em 03/04/2013.

Grupo 2

Sinalização de Advertência

Disponível em:http://aimore.net/placas/ger

al.html. Acessado em03/04/2013.

Grupo 3

1. Placas de Identificação

2. Placas de Orientação de Destino

3. Placas Educativas

4. Placas de Serviços Auxiliares

Sinalização de Indicação

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Disponível em:http://aimore.net/placas/geral.html.

Acessado em 03/04/2013.

Grupo 4

Receba bem o TuristaPlacas de Atrativos Turísticos

Disponível em:http://aimore.net/placas/geral.ht

ml. Acessado em 03/04/2013.

Grupo 5

Placas de Sinalização de Obras

Professor (a), junto com os estudantes e, a partir do que foi trabalhado nessa aula, construacom eles o primeiro conceito de sinais de trânsito, anote no quadro e oriente-os a fazerem omesmo no caderno. Apresentamos abaixo um conceito que poderá servir como ponto de partida:

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

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aula 24

O que devo aprender nesta aula

u Debater/discutir sobre os diferentes temas relacionados à educação para o trânsito.

u Discutir sobre a importância de conhecer os sinais de trânsito para prevenir acidentes.

u Utilizar as estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

u Produzir manuais, cartilhas, panfletos, fôlderes, placas etc. sobre os sinais de trânsito e de outros textos que trazemos símbolos de advertência, considerando o destinatário, a finalidade, os espaços de circulação, os elementos e ascaracterísticas do gênero.

Professor(a), continue o diagnóstico iniciado na aula anterior, com base nos seguintes questionamentos:Prática de oralidade

• Como está o trânsito em nossa cidade?• Você acha que os motoristas agem de forma correta no trânsito? Justifique.• Quais são as atitudes corretas realizadas pelos motoristas?• O que os motoristas não devem fazer?• Quais seriam as atitudes corretas para os pedestres?• Para você, por que existem acidentes no trânsito?• Você considera importante conhecermos os sinais de trânsito? Por quê?

Professor (a), trabalhar com o título dos textos motiva os alunos para a leitura dos mesmos. Dessa forma, apresente-heso título do poema " BI, BI, FON, FON! " e, por meio das perguntas abaixo, explore um pouco esse título:

• Esse título desperta a atenção do leitor? Por quê? • O que ele sugere?• Pelo título, dá para imaginar o assunto do poema?

Prática de leitura

Agora é a sua vez! Com base no que foi discutido em seu grupo, nas apresentações dos colegas enos comentários do (a) professor (a), elabore um conceito de sinais de trânsito:

Conceito possível: Sinais de trânsito é um gênero discursivo que pertence à numerosa categoria dostextos injuntivos, cuja função é nos instruir, nos ensinar a fazer algo. Eles contam com a função apelativada linguagem, sendo esta mais evidente em alguns pontos, como no uso do imperativo, por exemplo,com a intenção de transmitir uma orientação que deve ser seguida pelo leitor.

língua portuguesa

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Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões propostas:

Depois disso, peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa do texto a fim de que eles se familiarizem com o poema.Em seguida, leia com eles em voz alta, considerando a importância da boa entonação na leitura de um texto poéticopara a compreensão dos efeitos sonoros e semânticos presentes nele.

Após a leitura, pergunte aos alunos se as expectativas sobre o texto se confirmaram ou não. Chame a atenção dos alunospara o valor conotativo de algumas palavras, como: “Carro cachorro louco/ Late, buzina, avança!” / “Um rosnando parao outro / Feito briga de criança” / “Passa a vida das pessoas” / “O destino na bagagem”.

BI, BI, FON, FON!

Evelyn Heine

Carro cachorro louco Late, buzina, avança!

Um rosnando para o outro Feito briga de criança.

Pra que isso, minha gente? Paz é mais inteligente!

Na estrada ou na rua O caminho vai e volta.

Passa a vida das pessoas, Passa o sol, passa a paisagem.

Passam carros coloridos, O destino na bagagem.

“Quem fica parado é poste”, Como diz José Simão.

Para o trânsito dar certo, Tem a sinalização.

Eu vou, tu vais, ele vai. Nós vamos, vós ides, eles vão. Cada um tem seu caminho, Mas não vale contramão!Se eu pego a contramão,

Passo no sinal fechado, Está feita a confusão.

É encrenca pro meu lado.

Vai falar no celular, Ou mudar de estação? Então é melhor parar! Dirigir pede atenção.

Pra que serve tanta placa? Tem até uma com vaca.

Menino, montanha, “E” com “X”... Tem flechinha pra cá e pra lá...

Eu pergunto e meu pai diz: “Serve para organizar”.

Disponível em: http://www.divertudo.com.br/historia29.html. Acessado em 02/04/2013

língua portuguesa

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Segundo o poema, quais são as atitudes negativas no trânsito?1Discussão entre motoristas, Andar na contramão, passar no sinal fechado, falar no celular e trocar a estação do rádio enquanto estiver dirigindo.

Que lição podemos retirar do poema? 2É necessário dirigir com atenção e responsabilidade.

Você conhece as placas de trânsito ilustradas no poema? O que elas significam? 3

R-6c — Proibido parar e estacionar - Significado desta Placa de Regulamentação: Informa ao condutor que éproibido a parada e o estacionamento de veículos.

A-17 — Pista irregular - Significado desta Placa de Advertência: Adverte ao condutor do veículo da existência,adiante, de um trecho de pista com superfície irregular.

R-25b — Vire à direita - Significado desta Placa de Regulamentação: Informa ao condutor do veículo aobrigatoriedade de realizar o movimento indicado, de virar à direita.

A-35 — Animais - Significado desta Placa de Advertência: Adverte ao condutor do veículo da possibilidade dapresença, adiante, de animais na via.

R-3 — Sentido proibido - Significado desta Placa de Regulamentação: Informa ao condutor do veículo aproibição de seguir em frente ou entrar na pista ou área restringida pelo sinal.

A-27 — Área com desmoronamento - Significado desta Placa de Advertência: Adverte ao condutor do veículoda existência, adiante, de área sujeita a desmoronamento ocasionado por instabilidade no talude ou por obras.

R-25a — Vire à esquerda - Significado desta Placa de Regulamentação: Informa ao condutor do veículo aobrigatoriedade de realizar o movimento indicado, de virar à esquerda.

A-34 — Crianças - Significado desta Placa de Advertência: Adverte ao condutor do veículo da existência, adiante,de área adjacente utilizada para o lazer de crianças — Parques; quadras de esportes; jardins; etc; — quandoessas forem próximas à via.

Professor (a), peça aos alunos para se lembrarem de como é a sinalização na redondeza da escola. Perguntea eles se há uma sinalização adequada no lugar, ou se ela precisa ser melhorada.

Prática de escrita

língua portuguesa

65

Reúna-se com alguns colegas, formando grupos de três a quatro pessoas. Agora, pensem na sinalização emtorno de sua escola. Vocês acham que ela poderia ser melhorada?

Pensando nisso, desenhem um mapa das ruas em torno de sua escola, acrescentando, se necessário,semáforos, pistas de pedestres, ciclovias e placas de sinalização que poderiam ser usadas para melhorar o trânsitonessa área. Vamos lá! Caprichem! Façam um mapa bem bonito e bem sinalizado.

Resposta: Alternativa D D 1 - Localizar informações explícitas em um texto.

Pergunte também se há a necessidade de semáforo, pista de pedestre ou ciclovia no lugar. Após as discussões, peça-lhes que desenhem um mapa da redondeza da escola com uma sinalização adequadapara melhorar e organizar o trânsito no lugar.Essa produção inicial serve como um diagnóstico que vai lhe dar a informação exata do que os seus alunosjá sabem, até o momento, sobre o gênero.Solicite esse primeiro mapa em um papel sulfite e diga a eles que terão a oportunidade de melhorá-lo eampliá-lo, posteriormente, em um cartaz, para apresentá-lo à comunidade escolar.

Segundo o texto “BI, BI, FON, FON!”, as placas servem para(A) indicar o caminho.(B) evitar a contramão.(C) dirigir com atenção.(D) organizar o trânsito.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

• Ampliar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero Sinais de trânsito, explorando as práticas de oralidade,leitura, escrita e análise da linguística.

aula 25

O que devo aprender nesta aulau Debater/discutir sobre os diferentes temas relacionados à educação para o trânsito.

u Ler textos sobre trânsito construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Utilizar as estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• Formulação de hipóteses (antecipação e inferência).

• Verificação de hipóteses (seleção e checagem).

uRefletir sobre variações linguísticas no gênero em estudo.

língua portuguesa

66

Professor(a), continue estimulando os estudantes para o estudo do gênero sinais de trânsito. Para isto, amplieo diálogo com eles, com base nos seguintes questionamentos:

• O que você acha que pode ser feito para melhorar a nossa vida no trânsito?• Você acha que os sinais de trânsito colaboram para a organização da vida em sociedade? Por quê?• Será que as pessoas contribuem para que as regras de trânsito sejam cumpridas?• Quais são os prejuízos econômicos e morais para aqueles que cometem infração no trânsito?

Prática de escrita

Professor (a) antes de propor a leitura do texto abaixo, escreva o título “Reunião da AFAT” no quadro e instigueos alunos a levantar hipóteses quanto ao significado da sigla. Peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa do texto, a fim de que eles se familiarizem com a crônica, edepois em seguida, faça com eles uma leitura compartilhada. Após a leitura, retome as hipóteses levantadas,inicialmente, e pergunte-lhes se elas se confirmaram ou não. Dê um tempo para que eles comentem suasimpressões sobre o texto.Discuta, também, de forma sucinta, as características do gênero crônica, descritas abaixo, para que elespercebam o humor com que o autor trata o assunto: Diminuir a educação para que a violência no trânsitoaumente. Estimule-os a pensar sobre o final do texto e as razões de o autor deixá-lo em aberto:CONCEITOCrônica: gênero textual que retrata acontecimentos da vida em tom despretensioso, ora poético, ora filosófico,e, muitas vezes, divertido, cujos cronistas exprimem vivências e sentimentos próprios do universo cultural dopaís. Para tanto, emprega-se, normalmente, uma linguagem descontraída que favorece o humor, retratandomais fielmente os temas do cotidiano.

Prática de leitura

Em virtude da diminuição dos acidentes de trânsito, os associados da AFAT Associação dos Favorecidos com os Aci-dentes de Trânsito reuniram-se a fim de buscar alternativas para acabar com a crise no setor. O presidente da AFAT,dono de uma rede de funerárias, iniciou a reunião.

- Depois que começaram a trabalhar a educação para o trânsito com os jovens, perdi vários clientes. As mortes di-minuíram muito. E não foi só entre os jovens. Foi geral. Os acidentes de trânsito representavam 50% dos funerais queatendíamos. Já tive que fechar duas funerárias.

Mirian, sócia de uma famosa clínica de reabilitação, pediu a palavra:- Concordo com o presidente. A queda dos acidentes de trânsito tem sido um caos para nossos negócios. Minha clí-

nica vivia lotada com pessoas se recuperando de traumas causados pela violência no trânsito. Antigamente era uma ma-ravilha. Dos pacientes que atendíamos, muitos ficavam inválidos e tinham que fazer fisioterapia pelo resto da vida. Hoje,o máximo que conseguimos são alguns braços quebrados. Nunca tínhamos passado por uma crise assim.

Adolfo, um profissional que trabalha com serviço de guincho, também quis falar:- Quando eu comecei a trabalhar com serviço de guincho, tinha dez carros na rua e não dava conta de atender todos

os chamados. Hoje tô com cinco e falta serviço. Os motoristas não estão mais batendo com os carros. Assim não dá. Amilton, um famoso latoeiro, prestou seu depoimento, indignado.- Tinha três oficinas. Ganhava dinheiro igual água, arrumando as latarias dos carros batidos. Hoje, por causa dessa

educação de trânsito aí, já tive que fechar duas oficinas. Quase não têm mais carros batidos. O que eu faço?Durante mais de uma hora, os participantes da reunião ficaram se queixando. Chegaram à conclusão de que não

adiantaria lutar contra a educação para o trânsito porque ela estava sendo bem feita e não tinha como derrubá-la. As

Reunião da AFATIrene Rios da Silva

língua portuguesa

67

Professor (a), a partir do que foi trabalhado até aqui, construa junto com os estudantes uma definição paraa função social do gênero sinais de trânsito. Anote no quadro e oriente-os a fazerem o mesmo no caderno.

Apresentamos abaixo uma definição que poderá servir como ponto de partida:

pessoas, através do que aprendiam nas aulas e nas campanhas educativas, estavam se conscientizando e mudando de ati-tudes. Então o presidente questionou:

- Se não conseguimos derrubar a educação para que a violência no trânsito aumente e, assim, possamos melhorarnossos negócios, o que vamos fazer então?

Houve um grande silêncio no auditório.SILVA, Irene Rios da. Quem? Eu? Eu Não?E outras crônicas de trânsito. Ilha Mágica. Florianópolis, 2007. P. 61-63.

O humor da crônica é gerado pela quebra de expectativa que o texto causa no leitor devido ao motivo da reuniãoda AFAT, já que todos queriam encontrar uma solução para acabar com os baixos índices de acidentes de trânsito,decorrentes de um projeto educacional. Como o leitor reage em face de tal quebra de expectativa?

1

Espera-se que os alunos percebam que o humor presente na crônica é gerado pela quebra de expectativa no leitor. Ao ler otexto, o leitor é tomado por sentimentos de surpresa, espanto e indignação pelo fato de os associados quererem elevar os índicesde acidentes de trânsito, sob o argumento de estarem perdendo seus negócios.

De acordo com o texto, a AFAT estava passando por quais problemas? Eles seriam de relevância para toda a sociedade?2

A AFAT estava enfrentando um problema de ordem financeira, já que estavam perdendo clientes com a falta de violência notrânsito. Assim, espera-se que os alunos percebam que não se trata de um problema de relevância para toda a sociedade. Pode-se comparar o fato com o que acontece com as indústrias de cigarro, por exemplo: as pessoas, em geral, são contra o cigarro,mas a diminuição do consumo faz com que as indústrias que fabricam esse produto sofram prejuízos.

No último parágrafo do texto, o valor conotativo que o autor dá à expressão “derrubar a educação” nos remete a umaideia implícita: a de que a educação é a solução da grande maioria dos problemas sociais. Você concorda com essaideia? Justifique sua resposta.

3

Espera-se que os alunos percebam a importância da educação para a transformação de comportamentos humanos. A críticaconstruída pelo autor da crônica nos leva a refletir sobre problemas sociais graves, como os ocorridos no trânsito.

“Hoje tô com cinco e falta serviço”. Que variação linguística está presente nessa fala?4

Variação coloquial.

Com base nas discussões até aqui e no que você já conhece sobre a função social do gênero sinaisde trânsito, explique a finalidade desse gênero em nossa sociedade.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

língua portuguesa

68

O gênero “sinais de trânsito” possui a finalidade de instruir, regulamentar nossas ações, orientar nossoscomportamentos. Dessa forma, sua função social consiste em nos conscientizar sobre valores e atitudesreguladores de comportamentos, a fim de garantir maior segurança para todos no trânsito.

Professor (a), a correção dos exercícios é fundamental e pode ser feita de forma coletiva, enfatizando respostasesperadas, já que são exercícios discursivos. É importante observar, nesse momento, se as expectativas deaprendizagem foram alcançadas.

aula 26

O que devo aprender nesta aulau Discutir sobre a importância de conhecer os sinais de trânsito para prevenir acidentes.

u Debater/discutir sobre os diferentes temas relacionados à educação para o trânsito.

u Ler textos dos gêneros, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Refletir sobre variação linguística no gênero em estudo.

u Refletir sobre ortografia no gênero em estudo.

Professor (a), antes de propor a leitura das leis a seguir, discuta com os alunos o significado da palavra lei,com base nos questionamentos a seguir.Em seguida, traga uma definição do dicionário e estabeleça relação com as ideias apresentadas pelos alunos.

• O que você entende por lei?• Você conhece as leis que regulamentam o trânsito no Brasil?• As leis normalmente são fáceis de serem interpretadas?• As leis existem, muitos as conhecem, mas nem sempre são cumpridas. Por que isso acontece?• Quais as infrações mais comuns no trânsito?

Prática de oralidade

Professor, proponha a leitura das leis abaixo, e em seguida, questione aos alunos se eles conhecem algumasdessas leis. Pergunte a eles se elas são cumpridas ou não e quais as possíveis consequências de seudescumprimento. Além disso, chame a atenção dos alunos para o emprego da linguagem formal empregada nas leis, se possível,trace um paralelo com a linguagem descontraída empregada na crônica.

Prática de leitura

língua portuguesa

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Leia as leis abaixo, retiradas do Código de Trânsito Brasileiro e, em seguida, responda às perguntas.

O Código define atribuições das diversas autoridades e órgãos ligados ao trânsito, fornece diretrizes para a Engenhariade Tráfego e estabelece normas de conduta, infrações e penalidades para diversos usuários deste complexo sistema.

Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção, nos meios de comunicação social, deproduto oriundo da indústria automobilística ou afim, incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa de trânsitoa ser conjuntamente veiculada. (Incluído pela Lei nº 12.006, de 2009).

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine depen-dência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei

nº 12.760, de 2012)Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o dis-

posto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redaçãodada pela Lei nº 12.760, de 2012)

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até 12(doze) meses.

Código de Trânsito Brasileiro

Código de Trânsito Brasileiro.

Capítulo VIDa educação para o trânsito

Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, sinalização prevista neste Código e em legislaçãocomplementar, destinada a condutores e pedestres, vedada a utilização de qualquer outra.

§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem perfeitamente visível e legível durante o diae a noite, em distância compatível com a segurança do trânsito, conforme normas e especificações do CONTRAN.

Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:I - verticais;II - horizontais;III - dispositivos de sinalização auxiliar;IV - luminosos;V - sonoros;VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.

Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua construção, ou reaberta ao trânsito após a rea-lização de obras ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada, vertical e horizontalmente, deforma a garantir as condições adequadas de segurança na circulação.

Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros sinais;II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais;III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.

Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inobservância à sinalização quando esta forinsuficiente ou incorreta.

§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é responsável pela implantação da sinalização,respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação.

Capítulo VIIDa sinalização de trânsito

Capítulo XVDas infrações

LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997.

Disponível em <http://www.portaldotransito.com.br/legislacao/legislacaocdectransito.html> Acesso em 16/04/2013.

língua portuguesa

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O novo Código Civil Brasileiro entrou em vigor em 10 de janeiro de 2002, sob a lei nº 10.406. Ele prevê no seu artigo 1ºque “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.” Para tanto, todo cidadão brasileiro que usufrua enecessite de viver em sociedade deve conhecer este conjunto de leis. De acordo com esse trecho do Código Civil, a quevocê atribui a dificuldade de muitas pessoas em respeitar as leis que regulamentam o trânsito no Brasil?

1

A resposta para essa questão é pessoal, porém, espera-se que os alunos percebam que, na maioria das vezes, as pessoasconhecem as leis, o que não é suficiente. É preciso que, com o conhecimento, venham os princípios éticos e morais que sãoaqueles que levam às boas condutas.

Releia o Art. 77-B da Lei Federal nº 12.006, de 2009, em complemento ao Código de Trânsito Brasileiro. Ele estabelece aobrigatoriedade de mensagens educativas em publicidade de automóveis. Esse tipo de propaganda (paralela) já aconteceem publicidade de bebidas alcoólicas e de cigarros, como o “Beba com moderação” e “Fumar é prejudicial à saúde”.Procure se lembrar dos anúncios publicitários de automóveis. As indústrias automobilísticas cumprem essa lei? Pensandonisso, crie uma frase educativa que, em sua opinião, poderia fazer parte de um anúncio publicitário automobilístico.

2

Resposta pessoal. Sugestões: Respeite as leis de trânsito; valorize a vida etc.

Quanto ao descumprimento das leis, o que você atribui como sendo a grande causa de morte no trânsito brasileiro? Comente.3

A grande causa de mortes em acidentes de trânsito, no Brasil, é a imprudência, tais como: dirigir alcoolizado, não usar o cintode segurança, exceder limites de velocidade, fazer ultrapassagens em locais proibidos etc.

Quanto à linguagem, pode-se afirmar que as leis possuem obrigatoriamente uma linguagem formal, apresentando, muitasvezes, termos específicos. O uso de algumas palavras, como, por exemplo, “alcoolemia”, empregado na Lei 11. 705, dificultaa interpretação desta pela maioria das pessoas que significado você atribui ao termo “alcoolemia”?

4

A palavra alcoolemia é formada por álcool + -emia (-emia vem do grego –aima e significa sangue). Alcoolemia, portanto,significa presença de álcool no sangue.

Professor (a), aproveite para trabalhar com os alunos o significado de algumas palavras terminadas em “-emia”. Pergunte a eles quais outras palavras eles conhecem com essa terminação. Leve-os a pensar e descobriro significado das palavras a partir de sua morfologia.Alguns exemplos:Glicemia: formada por glic- (de glicose) + -emia = existência de glicose (açúcar) no sangue.Leucemia: formada por leuc- (de leucócitos, glóbulos brancos) + -emia = doença do sangue caracterizada porum aumento dos glóbulos brancos no sangue.Anemia: formada por an- (prefixo que significa “ausência de”) + -emia = Diminuição do número de glóbulosvermelhos no sangue ou do seu teor de hemoglobina.Colesterolemia: (colesterol + -emia) = taxa do colesterol sanguíneo.

1

2

3

4

Disponível em: http://www.dicio.com.br/alcoolemia. Acessado em 17/04/2013.

língua portuguesa

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Professor (a), para o desafio dessa aula, o importante é que os alunos sistematizem os resultadosde suas pesquisas, considerando que a maioria das pessoas conhece as leis, mas poucos ascumprem. As causas disso podem ser várias, mas uma que pode ser discutida é a questão dafalta de monitoramento por parte das autoridades quanto às infrações de trânsito.Como sugestão, você poderá desenvolver um trabalho em conjunto com o professor deMatemática, o qual ficará encarregado de orientar os alunos na construção de gráficos com osresultados das pesquisas. Afixe os gráficos no mural da escola, como forma de divulgação dedados importantes para o conhecimento de todos.Explique aos alunos que essa atividade será extraclasse. Assim, será necessário organizar umaforma de socializar as conclusões das investigações feitas por eles. Sugira aos alunos quepesquisem na internet ou em outras fontes.

Disponível em: http://www.transitocomvida.ufrj.br/OlhePorOndeAnda.asp>. Acessado em 17/04/2013.

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

Que tal dar uma de repórter para tentar entender o comportamento das pessoas no trânsito? Legal?Então visite o Código Nacional de Trânsito. Depois, faça a seguinte pergunta ao maior número depessoas que puder: "O que você faz para não se envolver em acidentes de trânsito?" Entreviste pessoascom mais de 10 anos, inclusive adultos que sejam motoristas. Compare as respostas com o que estáescrito no Código. Você ficará surpreso em ver que a maioria dos entrevistados relacionou as regras doCódigo sem nunca tê-lo lido. Registre aqui as conclusões de sua investigação.

Bancando o repórter

língua portuguesa

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A eficiência das placas depende dos seguintes fatores:

aula 27

O que devo aprender nesta aulau Ler textos do gênero “sinais de trânsito” em diferentes suportes.

u Perceber a intencionalidade implícita nos textos sobre os sinais de trânsito.

u Ler, comparar e associar o gênero em estudo, observando forma, conteúdo, estilo e função social.

u Reescrever os textos produzidos.

Professor(a), com o objetivo de contribuir com os conhecimentos construídos acerca do gênero em estudo,continue investigando os estudantes:

• Você costuma ler as placas de trânsito?• Você já observou o formato delas?• Como elas são estruturadas?• Quais as cores que elas apresentam?• Quais são os tipos de placas de trânsito?

Prática de oralidade

Professor (a), antes da leitura do texto, a seguir, levante hipóteses com os alunos em relação ao significadodos termos das placas: regulamentação, advertência, identificação, educativas e atrativos turísticos.Sistematize as respostas e as escreva no quadro, para compará-las, posteriormente, com as definições dadas.Após a leitura, estimule os alunos a questionamentos, a partir das hipóteses que levantaram, inicialmente,em relação às placas. Discuta com eles, de forma sucinta, os formatos, a escolha das cores para cada tipode placa, o público-alvo e os efeitos de sentido que esses elementos podem provocar no leitor.

Leia as definições abaixo sobre placas de trânsito e, em seguida, responda às perguntas.

• Colocação correta no campo visual;• Propriedade e clareza da mensagem transmitida;• Legibilidade;• Entendimento por parte do condutor.

As placas de sinalização podem ser encontradas ao lado ou suspensas sobre a pista, transmitindo mensagensmediante legendas e/ou símbolos pré-conhecidos e legalmente instituídos. Sua finalidade é a de manter o fluxode trânsito em ordem e segurança.

A sinalização gráfica vertical é feita com dispositivos diversos, os quais são dimensionados em função davelocidade de diretriz da via e confeccionados com materiais refletivos para garantir visibilidade noturna.

As placas são de três tipos:

• Regulamentação (cores: branca, vermelha e preta)• Advertência (cores: amarela e preta)• Indicação (cores: azul, verde, branca e preta)

Prática de leitura

língua portuguesa

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Placas de Regulamentação

As placas de regulamentação indicam as obrigações, proibições e limitações que determinam o uso das vias.Sua violação constitui infração do Código de Trânsito Brasileiro. Elas são circulares, têm o fundo branco, bordaem vermelho, com ou sem uma tarja vermelha, exceto a placa de "Parada Obrigatória", que é octagonal e possuifundo vermelho e a placa de "Dê a Preferência", que é triangular.

Placas de Advertência

As placas de advertência indicam aos condutores os perigos que não lhes sejam perceptíveis. Suas mensagenstêm caráter de recomendação. São de forma quadrada, nas cores amarela e preta e sua colocação é tal que suasdiagonais ficam nas posições vertical e horizontal.

Placas de Indicação:

As placas de indicação têm caráter de orientação ao motorista e podem ser de cinco tipos:

• Orientação e Destino;

• Serviços Auxiliares;

língua portuguesa

74

• Educativas;

• Atrativos Turísticos.

• Placas de obras e outras placas.

Disponível em <http://www.spell.com.br/download/Placas_Transito.htm> Acesso em 19/04/2013.

Pensando nas formas geométricas e nas cores das placas de trânsito, faça uma comparação entre placas de regulamentaçãoe placas de advertência. Pense também sobre o que as cores e os formatos dessas placas podem despertar no leitor.1

As placas de regulamentação indicam as obrigações, proibições e limitações nas vias. Geralmente possuem fundo branco ebordas vermelhas com algumas poucas exceções. As placas de advertência servem como alertas e precisam ser consideradas,independente da ocasião. Essa preocupação evita acidentes. As cores e o formato das placas de regulamentação despertam noleitor o efeito de proibição (pode-se relacioná-las com o vermelho do semáforo). A cor amarela das placas de advertênciadesperta a atenção do leitor, despertando o senso de alerta (pode-se relacioná-las com a cor amarela do semáforo).

Para que servem as placas de orientação? Como você imagina a vida das pessoas sem elas, sobretudo turistas e/oupessoas que não conhecem uma região?2

As placas de orientação indicam destino. São textos escritos sobre um fundo verde. Essas placas indicam ao condutor a direçãoque ele deverá seguir para chegar a um determinado lugar, sem maiores problemas, principalmente nas grandes cidades.

língua portuguesa

75

As placas educativas têm a cor branca. Qual a relevância dessa cor para esse tipo de placa.3A cor branca têm significado relacionado com a paz, a tranquilidade e o bem-estar. Por terem a função de emitir mensagensde educação para o trânsito, possuem enunciado abrangente, e podem conter diferentes informações do órgão responsávelpela via.

Em sua opinião, as punições (multas) aplicadas a infrações cometidas pelos motoristas são eficientes para coibir taisinfrações? Como no Brasil o desrespeito às placas de regulamentação ocorre com muita frequência, você acredita que háoutras soluções para evitar que isso aconteça?

4

As multas são consequência da fiscalização, portanto as tragédias no trânsito acontecem não pela falta dela, mas pela posturaum tanto irresponsável de muitos condutores brasileiros. Os alunos podem sugerir várias soluções, no entanto é importantefrisar a importância de programas educativos eficientes para combater tal violência no trânsito brasileiro.

Professor, (a) é hora da primeira reescrita, para isso oriente seus alunos a observarem se as placasque eles desenharam no mapa inicial condizem com o que foi estudado até o momento, observandoforma, cor e significado das placas, bem como o local em que elas foram instaladas. Caso nãoestejam de acordo, peça para que eles as corrijam.

Caro estudante, é muito importante que seu mapa contemple os três tipos de placas estudados nessaaula: de regulamentação, de advertência e de indicação. Fique atento também, ao formato, à cor e aosignificado de cada uma delas, pois, como você deve ter percebido, nessa aula, para cada tipo de placa,há um formato, uma cor e significados próprios. Caso seu mapa não esteja de acordo com o que foi estudado até o momento, é hora de corrigir as im-perfeições para que fique pronto para a exposição. Capriche!

PRÁTICA DE ESCRITA - DESAFIO

aula 28

O que devo aprender nesta aulau Dialogar sobre os recursos da linguagem verbal e não verbal utilizada nos sinais de trânsito.

u Ler, comparar e associar o gênero em estudo, observando forma, conteúdo, estilo e função social.

u Refletir sobre os elementos verbais e não verbais do gênero em estudo.

u Refletir sobre o emprego do imperativo nos sinais de trânsito.

Professor(a), converse com os estudantes sobre estas placas!Prática de oralidade

língua portuguesa

76

• Você acha que estas placas utilizam a mesma linguagem?• Que tipo de linguagem está presente em cada uma delas? Justifique.• Qual dessas linguagens é mais recorrente nesse gênero? Por quê?• O modo como o verbo “parar” está escrito na primeira placa, indica um pedido, uma ordem ou uma sugestão?

Leia as placas, com seus possíveis significados, e depois responda às perguntas.

Por gentileza, você poderia dar a preferência?

Por favor, você poderia não acionar a buzina ou sinal sonoro?

Sugiro que você vire à direita.

Sugiro que você vire à esquerda.

Possibilidade de resposta: As três placas possuem linguagens diferentes: a primeira utiliza palavra e asoutras, apenas símbolos. Portanto a primeira placa possui linguagem verbal, pois há a presença de umapalavra “PARE”; as outras duas possuem linguagem não verbal, pois há somente símbolos. A linguagemmais recorrente nesse gênero é a não verbal, por ser uma linguagem mais fácil de ser visualizada ecompreendida por todos. O modo verbal “imperativo” indica uma ordem, pois procura regulamentar ocomportamento de todos no trânsito.Professor (a), procure registrar, no quadro, as reflexões feitas pelos alunos, de modo a levá-los a construir,coletivamente, conhecimentos, em torno da linguagem própria desse gênero.

língua portuguesa

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Depois de ler o significado das placas, você estranhou o modo como elas estão escritas? Por quê?1

A linguagem utilizada acima é muito sutil, meiga, delicada, subjetiva. Ela não combina com a linguagem própria do gênerosinais de trânsito.

Você acha que essa linguagem é comum ao gênero sinais de trânsito? Explique.2

Compare as frases das placas acima com estas:• Dê a preferência.• Proibido estacionar.• Proibido acionar buzina ou sinal sonoro.• Vire à direita.• Vire à esquerda

3

Essa linguagem cheia de sutilezas “Eu gostaria”, “Por gentileza”, “Sugiro” não é comum ao gênero sinais de trânsito, uma vezque nesse gênero a linguagem precisa ser clara, objetiva, direta e apelativa, não deixando margens para dupla interpretação,pois seu objetivo é organizar a vida no trânsito.

A forma de falar é a mesma? Qual das duas linguagens exerce efeito persuasivo na conduta dos motoristas? Explique.4

A forma de falar não é a mesma. As frases desta questão são carregadas de proibições, ordens, reguladoras do comportamentodos condutores e não deixam outra escolha, a não ser o seu total cumprimento.

A função da linguagem que atende a esse gênero é denominada de apelativa, cuja finalidade é influenciar, persuadir, modificar ocomportamento do receptor. Nas frases da questão três, quais as palavras estão a serviço desta função?5

As palavras que estão a serviço da função apelativa nas frases da questão anterior são “Dê” (dar) e “Vire” (virar). A palavra“Proibido” também está a serviço dessa função, pois serve para regulamentar o comportamento dos condutores.

1

2

3

4

5

Leia a piada reproduzida a seguir:

DEVAGARQUEBRA-MOLAS

Vinha o motorista dirigindo o seu carro, quando se deparou com uma placa de sinalização:

DESAFIO

Imediatamente, ele acelerou o seu veículo. Logo depois, voltou a pé para o local da placa e nela es-creveu, para corrigi-la:

língua portuguesa

78

DEPRESSA TAMBÉM

Explique onde está o humor do texto.

O humor do texto está em o motorista ler a mensagem da placa como um alerta para quem estivessedirigindo devagar, quando, na verdade, era exatamente o contrário: o motorista deveria reduzir a velocidade.

aula 29

O que devo aprender nesta aulau Refletir sobre o uso de advérbios e locuções adverbiais no gênero em estudo.

u Inferir informações presentes nos símbolos e nas expressões: cuidado, atenção, pare, perigo, silêncio etc.

u Refletir sobre os elementos verbais e não verbais do gênero em estudo.

u Refletir sobre a estruturação da frase, da oração e do período e seu emprego no gênero em estudo.

u Dialogar sobre os recursos da linguagem verbal e não verbal utilizada nos sinais de trânsito.

Professor (a), neste momento, por meio das perguntas abaixo, ou de outras que preferir, indague os alunos,direcione as reflexões e registre o significado das placas no quadro.

Professor(a), aproveite o momento para explorar a análise do advérbio e locução adverbial em outros textos do gênero.

Práticas de oralidade, leitura e análise linguística

Vamos conversar um pouco sobre estas placas:

• Vocês sabem o significado dessas placas? Qual?• Que informação elas têm em comum?• Em seus significados, que palavras servem para indicar a direção ou sentido das vias?• Como essas palavras são denominadas?

“Siga em frente ou à esquerda”. “Siga em frente ou à direita”. “Siga em frente”. “Mão dupla adiante”. “Via lateral à direita”. “Vialateral à esquerda”. Todas as placas acima indicam um sentido ou uma direção a ser seguida. As palavras que indicam sentidoou direção nas frases são: em frente, à esquerda, à direita, adiante. Elas são denominadas de locução adverbial (no caso das trêsprimeiras) e de advérbio (no caso de “adiante”).

língua portuguesa

79

ConceitoOs Advérbios ou locuções adverbiais (quando duas ou mais palavras exercem o valor de um advérbio) são

palavras, cujo efeito de sentido serve para acrescentar uma circunstância à frase, seja de tempo: nunca, jamais,à noite, hoje, cedo; de lugar: em frente, à direita, acima, longe, perto; de modo: bem, mal, assim, às pressas,incansavelmente; de afirmação: sim, certamente, realmente; de negação: não, nem, nunca, jamais, de modoalgum; de dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, talvez; de intensidade: muito, demais, pouco,tão, menos, bastante, etc.

aula 30

O que devo aprender nesta aulau Debater/discutir sobre os diferentes temas relacionados à educação para o trânsito.

u Dialogar e discutir sobre intencionalidades implícitas no texto jornalístico em estudo.

u Refletir sobre variação linguística no gênero em estudo.

u Refletir sobre os elementos verbais e não verbais nas propagandas.

u Refletir sobre o emprego dos acentos gráficos e da crase no gênero em estudo.

Professor (a), aguce o interesse dos estudantes para o estudo do gênero sinais de trânsito, levando-os apensar e dizer o que sabem sobre esse gênero do discurso. Para isso, apresente-lhes as questões abaixo eregistre no quadro as informações que julgar mais importantes.

Prática de oralidade

• Para que servem as propagandas em geral?• Vocês se lembram de alguma propaganda relacionada ao trânsito? Qual?• Vocês acham que as campanhas publicitárias direcionadas ao trânsito contribuem para diminuir os acidentes?

Professor (a), antes de propor a leitura do texto, discuta com os alunos as características dos anúnciospublicitários, ressaltando seu caráter persuasivo e sua funcionalidade. Em seguida, aproveite os conceitosdas aulas anteriores, sobre o papel da linguagem verbal e não verbal, para analisar estes textos publicitários.

Prática de leitura

Texto 1

Leia os textos abaixo.

Disponível em<http://www.baladaresponsavel.go.gov.br/> Acessado em 26/04/ 2013.

língua portuguesa

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Texto 2

Texto 3

Balada Responsável – eu abraço essa ideia

Com a meta de reduzir em 25% o índice de mortes em acidentes de trânsito em Goiás nos próximos anos,o Governo de Goiás, por meio do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), lançou, no dia30 de setembro de 2011, a campanha Balada Responsável – eu abraço esta ideia. O objetivo é conscientizar osmotoristas sobre o risco de associar consumo de bebida alcoólica e direção.

Desenvolvida diariamente pelo Detran-GO em parceria com o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, aBalada Responsável consiste na realização de “blitz” que envolvem educadores de trânsito e PMs, na tentativade conscientizar os condutores e dar cumprimento à Lei Seca.

O diferencial da Balada Responsável é seu caráter educativo. Os balões que indicam onde estão as “blitz”têm iluminação e uma identidade visual chamativa para que os condutores saibam onde está ocorrendofiscalização. Além das “blitz” nas ruas e avenidas, educadores de trânsito percorrem bares e restaurantes dosmunicípios contemplados para divulgar materiais educativos e sensibilizar a população para os riscos inerentesà mistura álcool e direção.

Disponível em <http://www.detran.goias.gov.br/post/ver/133729/balada-responsavel--u-abraco-essa-ideia> Acessado em 26/04/ 2013.

Disponível em: http://www.santaritahoje.com.br/1/noticias/aguinaldo-ribeiro-visita-pedro-leonardo-e-faz-convite-para-campanha. Acessado em 26/04/2013.

A mídia divulga todos os dias dados estatísticos que comprovam que a combinação álcool e trânsito é responsável porinúmeros acidentes, muitos com vítimas fatais. Você acha que campanhas publicitárias, como a da “Balada consciente” e a docantor Leonardo contribuem positivamente para uma mudança de comportamento das pessoas no trânsito? Por quê?

1

Campanhas publicitárias como essas podem contribuir positivamente para uma mudança de comportamento das pessoasno trânsito. Considerando o primeiro anúncio, as frases impactantes, os dados numéricos e a imagem de um jovem bonito,com expressão de felicidade, influenciam positivamente as pessoas. No caso do texto 3, considera-se a influência que ascelebridades têm sobre as pessoas em geral, já que estas, muitas vezes, tentam imitar os famosos, como modelos a seremseguidos.

O que leva pessoas como o cantor Leonardo a participar de uma campanha de trânsito? Será que a sua imagem écapaz de influenciar as pessoas a modificarem o comportamento e a fazer adesão à campanha de que álcool edireção não combinam? Comente.

2

Artistas, como o cantor Leonardo, participam de campanhas como essa em função de sua influência perante o público,sobretudo por ter vivido, recentemente, um drama que comoveu muitos brasileiros: o acidente do filho. Dessa forma, o efeitodesse anúncio pode ser impactante para o público no sentido de fazê-lo não querer viver o que o cantor viveu.

1

2

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Na campanha “Balada consciente” é utilizada a imagem de um rapaz jovem e feliz. A que se deve essa escolha? Paraque público essa campanha é direcionada? Por quê?3

As campanhas publicitárias normalmente utilizam uma linguagem considerando o público alvo. Assim, procure relacionar aescolha do termo “balada” ao público para qual ela se destina.4

A imagem do jovem bonito e feliz é escolhida em função do público principal a que o anúncio se destina: a juventude, emgeral. Isso se deve ao fato de serem os jovens os maiores frequentadores de “baladas”.

Os anúncios publicitários lançam mão de recursos gráficos, linguísticos e outros para alcançarem o público a que se destinam,no caso, os jovens principalmente. A escolha da palavra “balada” se dá por ser um termo, assim como as gírias em geral,comum na linguagem utilizada por esse público.

Índice, trânsito, próximos e alcoólica recebem acento gráfico porque são palavras proparoxítonas (coma antepenúltima sílaba tônica) e todas as palavras proparoxítonas recebem acento gráfico.

3

4

Explique porque as seguintes palavras, retiradas do texto 2, recebem acento gráfico.a) Índice, trânsito, próximos e alcoólica.

Responsável e caráter recebem acento gráfico por que são palavras paroxítonas (com a penúltimasílaba tônica) terminadas em “l” e “r”, respectivamente.

b) Responsável e caráter.

Goiás recebe acento gráfico por que é uma palavra oxítona (com a última sílaba tônica) terminada em “a”(s). c) Goiás.

PRÁTICA DE ANÁLISE LINGUÍSTICA - DESAFIO

Professor (a), aproveite para apresentar aos alunos as demais regras de acentuação.

aula 31

O que devo aprender nesta aulau Refletir sobre variação linguística no gênero em estudo.

u Refletir sobre ortografia no gênero em estudo.

u Utilizar as estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos:

• formulação de hipóteses (antecipação e inferência)

• verificação de hipóteses (seleção e checagem)

língua portuguesa

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Professor (a), apresente aos alunos as questões abaixo e registre no quadro as informações que julgar mais importantes.Prática de oralidade

• Vocês já observaram que os semáforos das grandes cidades se tornaram um ponto de comércio? O que nóscostumamos encontrar neles?

Vendedores em geral, artistas circenses, pessoas pedindo dinheiro, limpando para-brisas, etc.

Professor (a), apresente aos alunos o título do texto "No sinal" e, por meio das perguntas abaixo, explore: O!• Esse título desperta a atenção do leitor? Por quê? • O que ele sugere?• Pelo título, dá para imaginar o assunto do texto?Depois disso, peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa do texto a fim de que se familiarizem com ele. Emseguida, se possível, peça para que dois alunos dramatizem o texto. Após a leitura, pergunte-lhes se as expectativassobre o texto se confirmaram ou não.

Prática de leitura

Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões.

No sinalRicardo Freire

- Bem-vindo ao Esmola's Drive-Thru.- Como?- Bem-vindo ao Esmola's Drive-Thru.- Peraí. Eu passo aqui há 20 anos e até ontem esse lugar era um sinal de trânsito. Semáforo. Farol. Sinaleira.- Era, mas agora é mais uma franquia do Esmola's Drive-Thru. Com concessão da prefeitura e tudo. Taqui, ó. Parte

da renda é revertida para a Associação Municipal dos Bi-Rodais.- Cuma?- Bi-Rodais. O pessoal que anda em cadeira de rodas. Politicamente correto, sacumé. Agora, por favor, peça

pelo número.- Não entendi.- Peça pelo número. Não tá vendo o menu ali no painel ao lado do semáforo?Naquele poste ali? Embaixo do cartaz do candidato a vereador...- Tô sem óculos.- Eu ajudo. Número 1, abordagem seca, rápida, objetiva e fim de papo: 1 real. Mas esse não dá mais porque o senhor

ficou aí embaçando.- Sei.- Número 2, abordagem piedosa com criança no colo e uso das palavras "tio" ou "tia": 50 centavos.- Criança branca ou preta?- A que estiver disponível no momento.- Claro.- Número 3, abordagem infantil com caixa de dropes à mão: trerreal para carro importado, dorreal para carro nacional

do ano, 1 real para "outros". Grátis, um dropes.- Grátis?- Grátis. O doutor só paga a contribuição social e o dropes vai de brinde.- Ah, tá.

No sinalRicardo Freire

ÉPOCA, Ed. Globo: São Paulo, 325, 16 ago. 2004, p. 122

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Observando os recursos linguísticos utilizados no texto "No sinal", responda:

Questões adaptadas. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/77578799/Questoes> Acesso em 26/04/2013.

A presença de algumas expressões como, "Cuma”, “sacumé" e "parte da renda é revertida para a Associação Municipal dos Bi-Rodais" indica, no texto, o uso de mais de uma variação linguística. Explique quais são essas variações?1

O texto é construído com uma mistura de variedades linguísticas: linguagem informal ou coloquial, presente em “Cuma” e“sacumé”, por exemplo; e linguagem formal, presente no trecho “parte da renda é revertida para a Associação Municipaldos Bi-Rodais”.

Por que o motorista utiliza a repetição de vários sinônimos para se referir ao sinal de trânsito?2O motorista faz uso da repetição para expressar sua irritabilidade, sua impaciência, sua perplexidade diante da nova prática demendicância. Essa repetição também serve para demonstrar a sua insatisfação com a mudança ocorrida no espaço onde, atéo dia anterior, era apenas um sinal de trânsito e que recebeu um novo destino: “vendas de produtos e prática de mendicância”.

1

2

No texto, encontramos dois estrangeirismos: “Esmola's Drive-Thru” em inglês e “menu” em francês. Procure explicar porque eles foram usados.1

As duas palavras estrangeiras foram usadas com a intenção de tornar o negócio da franquia mais interessante, sofisticado,internacional, com maior credibilidade.

Releia os números 2 e 3 do menu. Neles, aparece a presença de crianças. O que podemos deduzir do uso de criançasnessas situações? 2

Podemos deduzir que as crianças, em situações como essas, geralmente são vítimas de adultos que as exploram para conseguirdinheiro, pois as pessoas se compadecem com o sofrimento delas.

3

4

1

2

1

2

1

2

3

4

A palavra “mas” é uma conjunção adversativa (por isso pode ser substituída por outras do mesmovalor, como: porém, no entanto, entretanto, contudo, todavia). Ela emprega à frase o sentido deoposição. Já a palavra “mais” é um advérbio de intensidade que emprega à frase o sentido de adição.Mais é contrário de menos.

Explique a função das palavras sublinhadas na frase:“Era, mas agora é mais uma franquia do Es-mola's Drive-Thru.”

PRÁTICA DE ANÁLISE INGUÍSTICA - DESAFIO

aula 32

O que devo aprender nesta aulau Refletir sobre o uso da pontuação no gênero em estudo.

língua portuguesa

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Professor (a), apresente aos alunos as questões abaixo e registre no quadro as suas respostas.Prática de oralidade

Vamos conversar sobre os sinais de pontuação dessas duas placas:

• Quais sinais de pontuação vocês observam nelas?

Ponto de exclamação e dois pontos.• Qual o efeito de sentido o sinal de pontuação causaa à primeira placa?

O ponto de exclamação causa à primeira placa o efeiro de dar uma ordem ao leitor.• Qual a função do sinal de pontuação na segunda placa?

A função dos dois pontos, na segunda placa, é de introduzir uma enumeração.

Resposta pessoal.• Além desses dois sinais de pontuação, quais outros vocês conhecem?

Conceito

Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigamreproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer aspausas e as entonações da fala.

Os sinais de pontuação servem para marcar pausas (a vírgula, o ponto e vírgula e o ponto final) e paramarcar a melodia da frase (dois pontos, ponto de interrogação, ponto de exclamação, reticências, aspas,parênteses, travessão e colchetes).

língua portuguesa

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(.) ponto final – é uma pausa longa e termina uma frase declarativa.(,) vírgula – é uma curta pausa no interior da frase e usa-se em várias situações.Exemplos: • Joana, compre o pão para o jantar! (depois de um chamamento)• Fui às compras e trouxe pão, leite, chocolates, carne e azeite. (para enumeração de elementos)• Vale do Paraíso, 24 de Fevereiro de 2010 (entre um nome de um lugar e uma data)(;) ponto e vírgula – é uma pausa mais longa do que a vírgula e mais curta que um ponto final. Utiliza-se

geralmente para enumerar fatos. (:) dois pontos – é uma pausa longa e usa-se para:• Introduzir uma fala em discurso diretoExemplo: A Rainha perguntou:- Espelho meu, quem no Mundo há mais bela do que eu?• Para anunciar uma enumeraçãoExemplo: No meu roupeiro há: camisas, calças, meias, sapatos e casacos.• Para transcrever uma frase de outra pessoaExemplo: Já dizia o poeta Luís de Camões: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”(?) ponto de interrogação – é uma pausa longa e indica que há uma pergunta.(!) ponto de exclamação – é uma pausa longa e indica uma frase exclamativa que exprime de forma intensa

um sentimento, uma emoção, uma sensação ou uma ordem. (…) reticências - indicam um corte na frase ou uma ideia que não foi diretamente expressa, cabendo ao

leitor adivinhar o que não foi escrito.

Professor (a), as respostas são livres, mas é necessária a sua mediação.

Prática de leitura

Disponível em: http://www.placasdetransito.com.br/placas-de-transito-de-a-preferencia.html. Acessado em 28/04/2013.

As placas acima possuem algum sinal de pontuação? Por que você acha que isso acontece?1Quando há frases nos sinais de trânsito, elas precisam ser curtas e de rápida leitura, por isso geralmente não há a presençade sinais de pontuação nesse gênero.

Reescreva as frases das placas acima, acrescentando os sinais de pontuação que achar mais adequado. Em seguidajustifique sua escolha.2

OBEDEÇA A SINALIZAÇÃO! PARE! USE O CINTO DE SEGURANÇA! A pontuação mais adequada para essas frases é o ponto deexclamação, uma vez que essas frases transmitem uma ordem.

1

2

Crie frases educativas sobre o trânsito, utilizando os sinais de pontuação a seguir:(.) _____________________________________________________________(,) _____________________________________________________________(!) _____________________________________________________________(?) _____________________________________________________________

13

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Para que servem os sinais de pontuação?2Os sinais de pontuação servem para marcar pausas (a vírgula, o ponto e vírgula e o ponto final) e para marcar a melodia dafrase (dois pontos, ponto de interrogação, ponto de exclamação, reticências, aspas, parênteses, travessão e colchetes).

4

Resposta: Alternativa DD 5- Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, fotos, etc.).

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões 1 e 2.

1 - De acordo com a charge, o problema do trânsito está(A) nos pedestres desatentos.(B) no entulho jogado nas ruas.(C) nas ruas muito sujas e estreitas.(D) na falta de educação das pessoas.

O som reproduzido é o barulho da buzina. Esse recurso está contribuindo no texto para intensificar apressa e a falta de educação do motorista, a ponto de parecer que ele vai passar por cima da mulhercom o carrinho de bebê.

2- Onomatopeia é um recurso de linguagem que transforma, em palavra, o som da coisa significada.No texto, o autor utilizou a onomatopeia “FOOOOONN!” para reproduzir qual som? Que efeito desentido esse recurso causou ao texto?

PRÁTICA DE LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA - DESAFIO

Sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

• Sistematizar os conhecimentos dos estudantes a respeito do gênero sinais de trânsito, explorando as práticas deoralidade, leitura, escrita e análise da línguística.

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aula 33

O que devo aprender nesta aulauProduzir sinais de trânsito, observando os elementos constitutivos do gênero em estudo (forma, estilo, e conteúdo) em função das condições de produção.

Professor (a), nesse momento, peça aos alunos, que trabalharam juntos no início dessa sequência, para se reuniremnovamente. Em seguida, explique a eles a importância da reescrita dos seus textos: além de ser um momento para queeles próprios avaliem o que aprenderam durante as aulas, é também o momento de reescreverem e analisarem a produçãofinal que será divulgada para apreciação de outras pessoas. Daí a importância de esse material estar bem apresentável. Retome a ideia da produção inicial: antes, era uma produção em papel sulfite. Agora, os alunos irão ampliá-la em umcartaz. Dessa forma a cartolina deverá conter o mapa dos arredores da escola, devidamente sinalizado. Para isso, osalunos deverão refletir sobre os sinais de trânsito da região: “eles são suficientes ou faltam alguns sinais importantespara melhorá-lo?”. Além disso, incentive os alunos a criarem frases educativas, em função da melhoria desse trânsito.Se necessário, eles também poderão acrescentar semáforo, pista de pedestre ou ciclovia no lugar. A seguir, distribua as produções iniciais e faça com que os alunos reflitam sobre os seus próprios textos. Peça para queeles analisem o que pode ser melhorado, a partir das reflexões norteadas pelas questões ao quadro abaixo:

Prática de escrita

ROTEIRO DE AVALIAÇÃO PARA O GÊNERO “SINAIS DE TRÂNSITO”

Adequação às condições de produção:

Pontos a serem observados Está ok! Preciso mudar!

Caro aluno, neste momento, com o auxílio do professor, você fará uma revisão no mapa da redondeza daescola, que você produziu no início das atividades com sinais de trânsito, ampliando-o em um cartaz. Trata-se deum exercício muito importante, pois os textos produzidos serão expostos no mural da escola. Dessa forma, aoretomar o texto inicial, releia-o com atenção, observando o que foi contemplado e o que precisa ser melhorado.Para tanto, preencha o quadro a seguir, que lhe servirá como roteiro para sua reescrita, da seguinte forma: parao que estiver ok, faça um “X” e, para o que precisar ser melhorado, faça anotações. Por exemplo: melhorarpontuação no trecho, rever grafia de palavras e outros.

O seu texto permite identificar:Quem é o emissor?Quem é o receptor?

Qual a finalidade?

Qual o gênero?

Qual o suporte?

Adequação às condições de produção:

O seu texto permite identificar:Quem é o emissor?Quem é o receptor?

Qual a finalidade?

Qual o gênero?

Qual o suporte?

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Plano global do texto:

Estilo

Conteúdo:

As placas de trânsito desenhadas estão de acordo com o for-mato adequado para esse gênero?Placas de regulamentação (vermelhas e circulares)?

Placas de advertência (amarelas e quadradas em diagonal)?

Placas de orientação (verdes e retangulares)?

Placas educativas e auxiliares (azuis e retangulares)?

Placas de atrativos turísticos (marrons e retangulares)?

Quanto à linguagem, você empregou adequadamente a lin-guagem verbal e a não verbal? Fez maior uso dessa segunda?

As frases são curtas?

Deu preferência às frases nominais?

As palavras estão escritas em caixa alta?

Onde há necessidade, a função da linguagem é apelativa e osverbos estão no imperativo?

Onde há necessidade, há emprego adequado de sinais de pontuação?

Os assuntos tratados nas placas são advertências, proibições,orientações ou informações?

Placas de obras (alaranjadas e quadradas em diagonal)?

Caso você tenha assinalado na coluna “Preciso mudar”, em qualquer uma das questões anteriores, reelaboreseu texto de forma que contemple essas informações, necessárias ao gênero em estudo.

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Reescrita das produções iniciaisCartazes Escolares

Professor (a), o principal objetivo de um cartaz é comunicar, de maneira simples e objetiva,aspectos de um determinado assunto. Ele serve como forma de registro.

No entanto, alguns cuidados devem ser observados na sua elaboração, o que significa planejamentoprévio para cumprir os objetivos propostos e tempo disponível para a confecção de uma obra queserá objeto de observações e críticas (algumas positivas, outras nem tanto) de colegas de turma e atéde professores de outra disciplinas.

ETAPAS:1 - A cartolina ou papel cartão nunca devem estar amassados;2 - A partir da escolha da cor do papel, define-se a cor da caneta a ser utilizada, que deve contrastar.3 - A letra deve ser legível e com tamanho compatível às informações. O titulo deve estar

centralizado e as letras com tamanho médio de 5 cm. O texto deve ter letras com 1 cm de tamanho.As legendas com 0,5 cm de tamanho. As margens ou bordas devem ser criativas, porem não devemchamar mais atenção do que o assunto do trabalho.

4 - Não pode haver rasuras;5 - Todas as figuras que serão coladas nos cartazes devem ser bem recortadas;6 - O título deve ser objetivo (uma a três palavras);7 - O texto escrito não deve ser longo, já que serão apenas frases.

QUANTO À EXPOSIÇÃO:

• Tanto individual quanto coletiva – deve apresentar o título, a série e a turma que elaborou, onome do(a) professor(a) orientador(a) dos alunos (se forem trabalhos coletivos) e uma justificativa.

• Os cartazes devem ser afixados na parede, com fita crepe (nunca com fita dupla face ou durex afim de não danificar as paredes), nas extremidades e na parte central do cartaz.

• O tempo de exposição nunca deverá ultrapassar duas (2) semanas. Tendo esses poucos parâmetros em mente, acreditamos que a elaboração de cartazes é uma

excelente ferramenta de trabalho pedagógico.

aula 34

O que devo aprender nesta aulau Apresentar, por meio da escrita, o gênero “sinais de trânsito” estudado nessa sequência.

u Socializar os textos produzidos numa situação real de uso, considerando o destinatário, a finalidade, os espaços de circulação, os elementos eas características do gênero em estudo.

Professor (a), a exposição dos trabalhos feitos na escola torna os alunos reconhecidos e valorizados por outras pessoas,fazendo autêntico, o aprendizado.Não se trata de premiar quem produziu algo, embora isso seja necessário, mas sim de declarar publicamente que oque foi feito é importante. Assim, essa exposição dos trabalhos, feitos na escola, agrega valores, como o da socializaçãoe aceitação da opinião de outros.

Disponível em <http://www.geomundo.com.br/salacdoscprofessores-20142.htm> Acessado em 26/04/2013.

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Para que se proceda à exposição dos trabalhos, sugerimos que os grupos sejam divididos: enquanto alguns integrantespreparam a divulgação dos cartazes, afixando-os nos murais da escola (o que pode ser feito alguns minutos antes dosinal), os outros integrantes dos grupos passam pelas salas de aula, convidando os demais alunos para prestigiaremos trabalhos e ouvirem as apresentações orais dos alunos.A prática de leitura desta aula será feita através da leitura dos cartazes expostos nos murais da escola.Professor (a), seria muito interessante que a exposição desses trabalhos pudesse acontecer também em outros espaçospúblicos, próximos à escola. Pense na possibilidade de conversar com os comerciantes para deixar os cartazes uns doisdias em cada lugar. Tente promover essa divulgação por uma semana e peça para que os alunos registrem os resultados.

Caro(a) estudante, você já imaginou que um desses cartazes produzidos na escola pode despertar a curiosidadede qualquer pessoa? Então, tente fazer a exposição desses trabalhos também em outros locais públicos, como oscomércios próximos à escola. Combine com os comerciantes e peça-lhes para deixar os cartazes uns dois dias emcada lugar, tente promover essa divulgação por uma semana e registre os resultados.

Professor (a), primeiro peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa da charge. Depois, perguntese eles a acharam engraçada e por quê. Leia a charge abaixo e, em seguida, responda ao item proposto:

O humor do texto está em o autor(A) criticar o uso do celular no trânsito. (B) explorar os significados do verbo cair.(C) criticar a má conservação das estradas brasileiras.(D) denunciar os motoristas que andam em alta velocidade.

PRÁTICA DE LEITURA - DESAFIO

alternativa BD 16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.O recurso responsável pelo humor do texto é a ambiguidade gerada pelo sentido do verbo “cair”: cair podetanto significar, em sentido literal, real: “despencar no buraco”; ou em sentido conotativo, figurado: “interrompera ligação”. No texto, o verbo “cair” está sendo empregado no sentido conotativo, figurado, “cair” a ligação(interromper a ligação), mas a imagem do buraco à frente, indica que o carro também vai cair, literalmente.

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Leitura complementarVeja algumas dicas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para praticar a gentileza no trânsito:

- Ao parar no semáforo, não fique em cima da faixa de pedestre.- Usar o celular ao dirigir um veículo pode distrair o motorista. Que tal ligar antes de sair ou depois de estacionar?- Não se esqueça de acionar a seta antes de virar. Outros motoristas e pedestres precisam saber para que lado você vai.- Mantenha os faróis regulados e acione sempre a luz baixa ao cruzar com outro veículo.- Em dias de chuva, cuidado com a pista molhada. Não ande em alta velocidade e evite freadas bruscas e o

risco de derrapagem.- Ao atravessar um cruzamento, tenha certeza de que você não vai bloquear a passagem de outros carros.- Seja camarada e ofereça carona a quem precisa. Assim você ajuda a diminuir o número de carros na rua e a

poluição em sua cidade.- Fique atento ao sair de garagens ou postos de gasolina, pois a calçada é área comum a pedestres. Lembre-se,

a preferência é sempre de quem está a pé!Disponível em <http://www.vitoria.es.gov.br/secom.php?pagina=noticias&idNoticia>Acessado em 26/04/2013.