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APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 1 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR Em que consistem a saúde e a segurança no trabalho? A saúde e a segurança no trabalho consistem numa disciplina de âmbito alargado, que envolve muitas áreas de especialização. Num sentido mais abrangente, deverá ter os seguintes objetivos: A promoção e a manutenção dos mais elevados níveis de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores de todos os sectores de atividade.; A prevenção para os trabalhadores de efeitos adversos para a saúde decorrentes das suas condições de trabalho; A proteção dos trabalhadores no seu emprego perante os riscos resultantes de condições prejudiciais à saúde; A colocação e a manutenção de trabalhadores num ambiente de trabalho ajustado às suas necessidades físicas e mentais; A adaptação do trabalho ao homem. Por outras palavras, a saúde e a segurança no trabalho englobam o bem- estar social, mental e físico dos trabalhadores, ou seja, da “pessoa no seu todo”. Para serem bem sucedidas, as medidas de saúde e de segurança no trabalho, exigem a colaboração e a participação tanto de empregadores como dos trabalhadores nos programas de saúde e segurança, obrigando a equacionar questões relacionadas com a medicina do trabalho, a higiene no trabalho, a toxicologia, a educação, a formação, a engenharia de segurança, a ergonomia, a psicologia, etc. As questões relacionadas com a saúde no trabalho têm sido objeto de menor atenção do que as questões relacionadas com a segurança no trabalho, porque as primeiras são geralmente mais difíceis quer na sua identificação, na dificuldade da elaboração do seu diagnóstico, e no estabelecimento da relação de causa a efeito. No entanto, quando abordamos o tema da saúde, abordamos igualmente o da segurança, pois um ambiente saudável é, por definição, também um local de trabalho seguro. No entanto, o inverso pode não ser verdade um local de trabalho considerado seguro não é necessariamente um local de trabalho saudável. O importante é frisar que as questões da saúde e da segurança devem ser identificadas em todos os locais de trabalho. De modo geral, a definição de saúde e de segurança no trabalho engloba quer a saúde, quer a segurança, nos seus contextos mais alargados. Condições de trabalho deficientes afetam a saúde e a segurança do trabalhador Qualquer tipo de condição de trabalho deficiente tem como consequência o poder afetar a saúde e a segurança de um trabalhador. As condições de trabalho perigosas ou prejudiciais à saúde não se limitam às fábricas podem ser encontradas em qualquer local, quer o local de trabalho se situe no interior ou no exterior. Para muitos trabalhadores, como os trabalhadores agrícolas ou mineiros, o local de trabalho situa-se no “exterior”, podendo representar diversos perigos para a saúde e segurança. As condições deficientes podem igualmente afetar o ambiente onde os trabalhadores vivem, uma vez que o ambiente de trabalho e de vida são muitas vezes o mesmo para diversos trabalhadores. Tal significa que os perigos consequência de condições de trabalho

5 téc seg do trabalho ebserh especificos

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

Em que consistem a saúde e a

segurança no trabalho? A saúde e a segurança no trabalho

consistem numa disciplina de âmbito alargado, que envolve muitas áreas de especialização. Num sentido mais abrangente, deverá ter os seguintes objetivos:

♦ A promoção e a manutenção dos mais elevados níveis de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores de todos os sectores de atividade.;

♦ A prevenção para os trabalhadores de efeitos adversos para a saúde decorrentes das suas condições de trabalho;

♦ A proteção dos trabalhadores no seu emprego perante os riscos resultantes de condições prejudiciais à saúde;

♦ A colocação e a manutenção de trabalhadores num ambiente de trabalho ajustado às suas necessidades físicas e mentais;

♦ A adaptação do trabalho ao homem.

Por outras palavras, a saúde e a segurança no trabalho englobam o bem-estar social, mental e físico dos trabalhadores, ou seja, da “pessoa no seu todo”.

Para serem bem sucedidas, as medidas de saúde e de segurança no trabalho, exigem a colaboração e a participação tanto de empregadores como dos trabalhadores nos programas de saúde e segurança, obrigando a equacionar questões relacionadas com a medicina do trabalho, a higiene no trabalho, a toxicologia, a educação, a

formação, a engenharia de segurança, a ergonomia, a psicologia, etc. As questões relacionadas com a saúde no trabalho têm sido objeto de menor atenção do que as questões relacionadas com a segurança no trabalho, porque as primeiras são geralmente mais difíceis quer na sua identificação, na dificuldade da elaboração do seu diagnóstico, e no estabelecimento da relação de causa a efeito. No entanto, quando abordamos o tema da saúde, abordamos igualmente o da segurança, pois um ambiente saudável é, por definição, também um local de trabalho seguro. No entanto, o inverso pode não ser verdade – um local de trabalho considerado seguro não é necessariamente um local de trabalho saudável. O importante é frisar que as questões da saúde e da segurança devem ser identificadas em todos os locais de trabalho. De modo geral, a definição de saúde e de segurança no trabalho engloba quer a saúde, quer a segurança, nos seus contextos mais alargados. Condições de trabalho deficientes afetam a saúde e a segurança do trabalhador

♦ Qualquer tipo de condição de trabalho deficiente tem como consequência o poder afetar a saúde e a segurança de um trabalhador.

♦ As condições de trabalho perigosas ou prejudiciais à saúde não se limitam às fábricas – podem ser encontradas em qualquer local, quer o local de trabalho se situe no interior ou no exterior. Para muitos trabalhadores, como os trabalhadores agrícolas ou mineiros, o local de trabalho situa-se no “exterior”, podendo representar diversos perigos para a saúde e segurança.

As condições deficientes podem igualmente afetar o ambiente onde os trabalhadores vivem, uma vez que o ambiente de trabalho e de vida são muitas vezes o mesmo para diversos trabalhadores. Tal significa que os perigos consequência de condições de trabalho

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não seguras e saudáveis, podem ter consequências graves para os trabalhadores, para as suas famílias e para outras pessoas da comunidade, bem como para o ambiente físico que envolve o local de trabalho. Um exemplo clássico consiste na utilização de pesticidas no trabalho agrícola. Os trabalhadores podem ser expostos a produtos químicos tóxicos através das diversas formas incorretas de aplicação dos pesticidas:, podem inalar os produtos químicos durante e após a sua aplicação, esses produtos podem ser absorvidos através da pele, e os trabalhadores podem inclusivamente ingeri-los,,caso comam, bebam ou fumem, sem lavar previamente as mãos, ou caso ingiram água contaminada . As famílias dos trabalhadores podem, também, ser expostas por diversas formas: inalar os pesticidas que se mantenham no ar, podem ingerir água contaminada, ou ser expostas a resíduos existentes no vestuário do trabalhador. Para além dos trabalhadores e das suas famílias os que residem na comunidade poderão ser igualmente expostos pela mesma via.

Quando os produtos químicos são absorvidos pelo solo ou filtrados para os lençóis de água subterrâneos, os efeitos nocivos provocados no ambiente natural podem tornar-se permanentes.

Generalizando: os esforços na saúde e segurança no trabalho devem ter como objetivo prevenir os acidentes e as doenças profissionais e, ao mesmo tempo, reconhecer a ligação entre a saúde e a segurança do trabalhador, o local de trabalho, e o seu ambiente exterior.

Por que razão a saúde e a segurança no trabalho são importantes?

O trabalho desempenha um papel fulcral nas vidas das pessoas, considerando que a maioria dos trabalhadores passa pelo menos oito horas por dia no local de trabalho, quer seja numa plantação, num escritório, numa fábrica, etc. Desta forma, os ambientes laborais devem ser seguros e saudáveis. Mas na verdade, não é essa a situação

para muitos trabalhadores. Todos os dias, trabalhadores de todo o mundo expostos a múltiplos riscos para a saúde, tais como:

♦ poeiras; ♦ gases; ♦ ruído; ♦ vibrações; ♦ temperaturas extremas. Infelizmente, alguns empregadores

assumem poucas responsabilidades relativamente à proteção da saúde e da segurança dos seus trabalhadores. De facto, os empregadores, em algumas situações nem sequer têm conhecimento de que têm responsabilidades, muitas vezes, legal, de proteger os trabalhadores.

Como resultado dos perigos e da falta dessa responsabilização com a saúde e segurança dos trabalhadores (que deverá ser entendida como uma prioridade), os acidentes e as doenças profissionais são frequentes em todo o mundo. Custos dos acidentes/doenças ocupacionais

Os acidentes ou as doenças profissionais acarretam custos muito elevados, podendo provocar múltiplos efeitos graves, diretos ou indiretos, nas vidas dos trabalhadores e das suas famílias.

Para os trabalhadores, alguns dos custos diretos de um acidente ou de uma doença, são:

♦ a dor e o sofrimento provocado pelo acidente ou doença;

♦ a perda de rendimentos; ♦ a possível perda de um

emprego; ♦ os custos com os cuidados

de saúde. Foram feitas estimativas no sentido

de calcular os custos indiretos de um acidente ou de uma doença, concluindo-se que podem ser quatro a dez vezes superiores em relação aos custos diretos, ou até mais.

Uma doença ou um acidente de trabalho podem representar grandes

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custos indiretos aos trabalhadores, que são muitas vezes difíceis de quantificar. Um dos custos indiretos mais óbvios consiste no sofrimento humano provocado ao próprio, às famílias dos trabalhadores, que não pode ser compensado com dinheiro.

Os custos relacionados com doenças ou acidentes de trabalho para os empregadores estimam-se igualmente como sendo avultados. Para uma pequena empresa, o custo de um acidente poderá constituir um desastre financeiro. Para os empregadores, alguns dos custos diretos são:

♦ remunerações de trabalho não realizado;

♦ despesas médicas e indemnizações;

♦ reparação ou substituição de máquinas ou de equipamento danificado;

♦ redução ou paragem temporária de produção;

♦ acréscimo de despesas de formação e de custos administrativos;

♦ possível redução na qualidade de trabalho;

♦ efeitos negativos na motivação dos outros trabalhadores.

Para os empregadores, alguns dos custos indiretos são:

♦ a necessidade de substituição do trabalhador acidentado/doente;

♦ a formação e o tempo de adaptação necessários para um novo trabalhador;

♦ o período de tempo até que um novo trabalhador tenha o mesmo nível de produção do trabalhador anterior;

♦ o tempo dedicado às investigações necessárias, à execução de relatórios e ao preenchimento de formulários;

♦ o facto de os acidentes afetarem muitas vezes os colegas de trabalho, preocupando-os, influenciando negativamente as relações de trabalho;

♦ o possível enfraquecimento e deterioração das relações com os

fornecedores, clientes e entidades públicas face às deficientes condições de saúde e segurança no local de trabalho.

A nível geral, os custos da maioria dos acidentes ou das doenças profissionais para os trabalhadores, para as suas famílias e empregadores, são extremamente elevados.

Numa escala nacional, os custos aproximados dos acidentes e das doenças profissionais podem ser tão elevados como três a quatro por cento do produto interno bruto de um país. Na realidade, ninguém sabe realmente quais os custos totais dos acidentes ou das doenças profissionais, porque estes representam uma multiplicidade de custos indiretos, que são muitas vezes difíceis de quantificar, para além dos custos diretos mais evidentes e quantificáveis. Programas de saúde e de segurança

Por todos os motivos acima referidos, é vital que os empregadores, os trabalhadores e os sindicatos ponham um forte investimento e envolvimento nas questões de saúde e na segurança, e que:

♦ os riscos no local de trabalho sejam controlados – sempre que possível, na origem;

♦ sejam mantidos todos os registos de qualquer exposição, durante muitos anos;

♦ os trabalhadores e os empregadores estejam informados sobre os riscos de saúde e de segurança no local de trabalho;

♦ exista uma comissão para a saúde e segurança, ativo e eficaz, que inclua os trabalhadores e os órgãos de gestão;

♦ os esforços para a melhoria da saúde e a segurança do trabalhador sejam contínuos.

Programas eficazes de saúde e segurança no local de trabalho podem ajudar a salvar as vidas dos trabalhadores, através da eliminação ou redução dos riscos e das suas consequências. Os programas de saúde e segurança têm

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igualmente efeitos positivos, quer no estado de espírito, quer na produtividade do trabalhador, constituindo benefícios importantes. Ao mesmo tempo, um programa eficaz poderá poupar imenso dinheiro aos empregadores. Dimensão do problema a nível mundial

A. Acidentes De forma geral, a saúde e a

segurança no local de trabalho melhoraram na maioria dos países industrializados durante os últimos 20 ou 30 anos. No entanto a situação nos países em vias de desenvolvimento é menos clara, em grande parte devido à identificação e informação inadequada dos acidentes e doenças, assim como à falta de atualização de registos e de mecanismos informativos.

Estima-se que, anualmente, ocorram pelo menos 250 milhões de acidentes de trabalho a nível mundial. 335.000 destes acidentes são fatais (resultam na morte). (Tendo em conta que muitos países não possuem uma manutenção rigorosa dos registos e dos mecanismos informativos, pode presumir-se que os dados reais são bastante mais elevados do que aqueles aqui apresentados.) O número de acidentes mortais é muito mais elevado nos países em vias de desenvolvimento do que nos países industrializados.

A diferença deve-se, sobretudo a programas mais eficazes de prevenção em matéria de segurança e saúde no trabalho, à melhoria dos primeiros-socorros e aos serviços de medicina do trabalho existentes nos países industrializados, bem como à participação ativa dos trabalhadores no processo de tomada de decisão sobre questões de saúde e de segurança. Alguns dos sectores de atividade com riscos mais elevados de acidentes, a nível mundial, são as seguintes: indústria extrativa, setor agrícola, incluindo a silvicultura e a exploração florestal, e setor da construção.

Identificar a causa de um acidente Em alguns casos, a causa de um

acidente de trabalho é fácil de identificar. No entanto, muitas vezes existe uma série de fatores não evidentes, por trás do acidente, que o provocou. Por exemplo, frequentemente, os acidentes são provocados indiretamente por negligência, por parte do empregador, por não ter fornecido a formação adequada, ou por um fornecedor, ter prestado informações erradas sobre um produto, etc. As taxas consistentemente elevadas de acidentes mortais nos países em vias de desenvolvimento evidenciam a necessidade de programas de formação sobre as questões de saúde e segurança no trabalho que se focalizem numa prevenção eficaz.

É igualmente importante promover o desenvolvimento de serviços de saúde ocupacional, incluindo a formação de médicos para a identificação de doenças profissionais nas suas fases iniciais.

B. Doenças Algumas doenças profissionais têm

sido reconhecidas ao longo dos anos, e afetam os trabalhadores de diferentes formas, dependendo da natureza do perigo, da via de exposição, da dose, etc. Algumas doenças profissionais conhecidas incluem:

♦ a asbestose (provocada por partículas de amianto, muito comuns em diversas utilizações de muitos equipamentos, quer industriais quer domésticos,como por exemplo, no isolamento, nos revestimentos para travões de automóveis, etc.);

♦ a silicose (provocada pela sílica, comum na atividade mineira, jatos de areia, etc.) ♦ o envenenamento por chumbo (provocado por chumbo, comum nas fábricas de baterias, fábricas de tintas, etc.);

♦ e a perda auditiva, induzida pelo ruído (provocada pelo ruído, comum em diversos locais de trabalho, incluindo

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os aeroportos e os locais de trabalho onde são utilizadas máquinas ruidosas, como prensas ou brocas, etc.).

Existem também alguns problemas de saúde potencialmente incapacitantes que podem ser associados a condições de trabalho deficientes, incluindo:

♦ doenças cardíacas; ♦ distúrbios

musculoesqueléticos, tais como as lesões lombares permanentes ou distúrbios musculares;

♦ alergias; ♦ problemas do aparelho reprodutor; ♦ distúrbios relacionados com o

stress. Muitos países em vias de

desenvolvimento identificam um pequeno número de trabalhadores afetados por doenças profissionais. Estes dados podem parecer diminutos por diversas razões, incluindo:

♦ mecanismos informativos inadequados ou inexistentes;

♦ falta de instalações de serviços médicos adequados;

♦ falta de profissionais de cuidados de saúde com formação para identificar doenças profissionais.

Por estes e por outros motivos, é importante assumir que, na realidade, o número de trabalhadores afetados pelas doenças profissionais é muito mais elevado do que o revelado. De facto, na generalidade, o número de casos e tipos de doenças profissionais está a aumentar, e não a diminuir, quer nos países em vias de desenvolvimento, quer nos países industrializados. Identificar a causa da doença profissional

A causa das doenças profissionais é muitas vezes difícil de determinar. Um dos fatores dessa dificuldade consiste no período de latência (o fato de poder demorar anos até que a doença produza um efeito perceptível ou visível na saúde do trabalhador). No momento em que a doença é identificada, pode ser demasiado tarde para qualquer intervenção em

relação à mesma, ou para descobrir os perigos perante os quais o trabalhador esteve exposto no passado. Outros fatores, como a mudança de emprego ou os comportamentos pessoais (como o consumo de tabaco e de álcool), aumentam ainda mais a dificuldade de interligar as exposições do local de trabalho a uma manifestação de doença.

Apesar dos riscos profissionais serem atualmente mais bem compreendidos do que acontecia no passado, todos os anos são introduzidos novos produtos químicos e tecnologias que, por sua vez, representam novos perigos, muitas vezes desconhecidos para os trabalhadores e para a comunidade. Estes novos e desconhecidos perigos representam grandes desafios para os trabalhadores, empregadores, educadores e cientistas, ou seja, para todos os que estão envolvidos nas questões da saúde dos trabalhadores e dos efeitos que os agentes perigosos produzem no ambiente.

A multiplicidade de perigos

Há um número ilimitado de perigos que podem ser encontrados em quase todos os locais de trabalho. Existem condições de trabalho obviamente perigosas, como acontece quando as máquinas não estão protegidas, os pisos estão escorregadios, ou a prevenção de incêndios é inexistente ou inadequada. Existem igualmente algumas categorias de perigos não visíveis ou não identificados (ou seja, aqueles riscos que são perigosos, mas que podem não estar evidentes), incluindo:

♦ riscos químicos, resultantes de líquidos, sólidos, poeiras, fumos, vapores e gases;

♦ riscos físicos, tais como o ruído, a vibração, a luminosidade insuficiente ou inadequada, a radiação e as temperaturas extremas;

♦ riscos biológicos, como as bactérias, os vírus, os desperdícios sépticos e as infestações;

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♦ riscos psicológicos, resultantes do stress e da pressão;

♦ riscos associados à não-aplicação dos princípios ergonómicos, como por exemplo, a má concepção das máquinas, dispositivos mecânicos e ferramentas utilizadas pelos trabalhadores, assentos desajustados, local de trabalho mal concebido, ou práticas de trabalho deficientemente organizadas .

A maioria dos trabalhadores enfrenta um conjunto destes riscos no seu local de trabalho.

Por exemplo, não é difícil imaginar um local de trabalho onde se possam encontrar expostos a químicos, a máquinas que produzem demasiado ruído e sem proteção, a temperaturas quentes, a pisos escorregadios, etc., ao mesmo tempo. Pense no seu próprio local de trabalho.

Os trabalhadores não criam os riscos: na maioria dos casos, os perigos são parte integrante do local de trabalho. A atitude do sindicato perante a saúde e segurança no trabalho consiste em garantir que o trabalho seja realizado de forma mais segura, através da modificação do local de trabalho e de qualquer processo de trabalho perigoso. O que significa que a solução consiste em eliminar os riscos, e não tentar fazer com que os colaboradores se adaptem às condições perigosas.

Exigir que os trabalhadores utilizem vestuário protetor, que possa não ser o adequado ou estar mal concebido para o clima da sua região, é um exemplo de uma tentativa de forçar os trabalhadores a adaptarem-se a condições perigosas, transferindo igualmente a responsabilidade dos órgãos de gestão para o trabalhador.

É importante que os sindicatos defendam esta posição, porque muitos empregadores culpam os trabalhadores em caso de acidente, afirmando que estes não tiveram os cuidados necessários. Esta atitude pressupõe que o trabalho poderá ser realizado de forma mais segura, se os trabalhadores modificarem o seu comportamento, ou se os empregadores

só contratarem funcionários que nunca cometam erros. Todos cometemos erros – é da natureza humana,_ mas os trabalhadores não devem pagar os erros com as suas vidas. Os acidentes não cessam simplesmente se os trabalhadores se tornarem mais conscienciosos da questão da segurança.

A consciencialização para a segurança poderá ajudar, mas esta atitude não vai alterar, só por si os processos e as condições de trabalho perigosos. A prevenção mais eficaz dos acidentes e das doenças inicia-se quando os processos de trabalho ainda se encontram, na sua fase de concepção fase essa em que condições seguras podem e devem ser ainda introduzidas em tais processos. Importância do empenho dos órgãos de gestão

Para desenvolver um programa de saúde e de segurança bem sucedido, é essencial que exista um forte empenho por parte dos órgãos de gestão, bem como, uma forte participação do trabalhador no sentido de criar e manter um local de trabalho seguro e saudável. Uma gestão eficaz implementa uma política de prevenção de todos os riscos no local de trabalho, procedendo à sua identificação e avaliação e não só os que são abrangidos pelas normas governamentais existentes.

Todos os níveis de gestão devem ter a saúde e a segurança como prioridade. Devem implementar uma comunicação eficaz, visitando o local de trabalho, conversando com os trabalhadores sobre as suas preocupações, e observando os procedimentos e o equipamento de trabalho. Em cada local de trabalho, devem ser estabelecidas linhas de responsabilidade, do topo até ao nível da base, e os trabalhadores devem saber quem é o responsável pelas diferentes questões de saúde e segurança. A importância da formação

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Muitas vezes, os trabalhadores vivenciam problemas de saúde relacionados com a sua atividade profissional, não tendo efetivamente consciência que os mesmos estão relacionados com a sua profissão, particularmente quando a doença profissional se encontra ainda numa fase inicial, por exemplo. Além dos benefícios mais óbvios da formação, tais como o desenvolvimento de competências, o reconhecimento dos riscos do local de trabalho etc., um programa de formação abrangente em cada local de trabalho ajudará os trabalhadores a:

♦ reconhecer os sinais/sintomas iniciais de quaisquer potenciais doenças profissionais, antes que estas se tornem uma situação crónica ou permanente;

♦ avaliar o seu ambiente de trabalho;

♦ insistir para que os órgãos de gestão realizem mudanças, antes do desenvolvimento das condições perigosas. O papel do representante dos trabalhadores em matéria de saúde e segurança Como representante dos trabalhadores em matéria de saúde e segurança, o seu papel consiste em colaborar de forma proativa (o que significa atuar antes que o perigo se transforme num problema), para impedir a exposição dos trabalhadores aos perigos existentes no local de trabalho. Pode fazê-lo assegurando-se de que a gestão elimina esses riscos na fonte, ou que os mantém sob controlo, quando estes não possam ser totalmente eliminados.

Os passos que o ajudarão a alcançar os seus objetivos são:

1. Estar bem informado acerca dos diversos perigos no seu local de trabalho

e das possíveis soluções para os controlar.

2. Trabalhar conjuntamente com o seu sindicato e entidade empregadora, no

sentido de identificar e de controlar os riscos .

3. Apesar de estes Módulos terem sido desenvolvidos tendo em vista a proteção dos trabalhadores, poderá necessitar ocasionalmente de partilhar alguma desta informação com os seus supervisores e entidade empregadora na implementação de medidas para tornar o local de trabalho seguro e saudável.

Nem sempre é fácil ser um delegado ou representante de saúde e segurança, mas ajudar a proteger as vidas dos seus colegas de trabalho é sempre gratificante.

Resumindo... Os trabalhadores de qualquer

profissão podem ser confrontados com uma multiplicidade de perigos no local de trabalho. A saúde e a segurança no trabalho identificam e avaliam uma vasta gama de potenciais riscos no local de trabalho, exigindo intervenções, desde a prevenção de acidentes, bem como dos riscos mais graves, incluindo os fumos tóxicos, as poeiras, os ruídos, o calor, o stress, etc. A prevenção de doenças e de acidentes de trabalho deve ser o objetivo de programas de saúde e segurança no trabalho, em detrimento da tentativa de resolução dos acidentes, depois de estes já terem acontecido.

Os riscos no local de trabalho podem ser encontrados sob diversas formas, incluindo a química, física, biológica, psicológicas, a não aplicação das regras ergonómicas, etc. Tendo em conta a multiplicidade dos perigos na maioria dos locais de trabalho e a global falta de atenção prestada à saúde e à segurança por parte de muitos empregadores, os acidentes e as doenças profissionais continuam a ser um grave problema em todo o mundo. Assim, os sindicatos devem insistir para que os empregadores controlem os riscos na fonte, e que não tentem forçar os trabalhadores a adaptarem-se a condições perigosas.

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O empenho dos órgãos de gestão na saúde e segurança, bem como a forte participação do trabalhador, são dois elementos essenciais de qualquer programa de saúde e segurança no local de trabalho bem sucedido.

A prevenção mais eficaz dos acidentes e das doenças começa quando os processos de trabalho ainda se encontram em fase de projeto. Riscos que podem estar associados a algumas profissões Soldador — Um soldador pode sofrer queimaduras provocadas pelas faíscas, e há sempre o risco permanente de o processo de trabalho poder iniciar um incêndio. Nesta situação, é evidente também o problema da luz intensa, que pode provocar danos oculares permanentes, bem como os fumos produzidos pelo processo, que poderão provocar lesões pulmonares.

Mecânico – Dependendo da natureza exata das funções de um mecânico: pode haver problemas de segurança, desde riscos de cortes e de quedas, à exposição a riscos químicos: óleos, solventes, amianto e fumos de escape. Os mecânicos podem igualmente sofrer de problemas lombares e musculoesqueléticos provocados pelo levantamento de peças pesadas, ou por permanecerem curvados durante longos períodos de tempo. Trabalhador portuário – Os riscos dependem significativamente da natureza da profissão e, em particular, da carga manuseada. Frequentemente, os trabalhadores portuários não têm conhecimento da natureza perigosa da carga.

Pode existir um aviso na parte lateral da caixa ou do contentor, mas a informação poderá não estar na sua língua materna ou em linguagem compreensível para o trabalhador médio. A condição da carga é também importante, uma vez que contentores vazantes ou sacos fendidos podem ser extremamente perigosos para

aqueles que executam estas tarefas. Os outros riscos incluem quedas, cortes, problemas nas costas e musculoesqueléticos, bem como colisões com veículos em rápido movimento, como as empilhadoras ou os camiões de entregas. Trabalhador têxtil – O trabalhador têxtil enfrenta diversos problemas.

Em primeiro lugar, existe o problema da segurança, com diversas máquinas em seu redor, e muitas vezes sem quaisquer proteções, bem como o risco de incêndio, dadas a existência de material combustível no local de trabalho. Depois, existem os riscos do ruído e da vibração. Há também a possibilidade da exposição ao pó do material, que pode afetar gravemente os pulmões. A exposição ao pó do algodão pode conduzir à doença profissional conhecida como bissinose

Condutor de tratores – Um dos problemas mais graves dos tratores é que, muitas vezes, podem virar-se, e, caso não possuam uma cabine de segurança, o condutor pode ser facilmente esmagado. Outros riscos incluem o ruído, a vibração, a exposição a herbicidas e pesticidas químicos, à medida que estes são pulverizados pelo trator. Trabalhador agrícola – Quando pulveriza as colheitas, o trabalhador pode ser exposto aos químicos perigosos contidos nos recipientes Muitos dos pesticidas e herbicidas que foram banidos em alguns países, devido aos seus efeitos tóxicos, são ainda utilizados em muitos países em vias de desenvolvimento. Se a pulverização ocorrer num dia ventoso, o produto pode ser inspirado para os pulmões e espalhado na pele, provocando lesões. Pode ser igualmente absorvido pelo corpo, através da pele.

Trabalhador de montagem eletrônica – Um trabalhador de montagem eletrônica pode vir a sofrer de problemas visuais, por realizar um trabalho minucioso de proximidade, muitas vezes com luminosidade reduzida.

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Como estes trabalhadores permanecem sentados por longos períodos de tempo em assentos inadequados, podem igualmente vir a padecer de problemas lombares e musculoesqueléticos. Para alguns trabalhadores existe também o perigo dos fumos ou das gotas de solda nos olhos, quando o excesso é cortado com alicates.

Trabalhador de escritório – Muitos pensam que os trabalhadores de escritório não têm problemas de saúde e segurança. Esta premissa está longe de ser verdadeira. O stress é uma das queixas mais comuns, assim como a exposição aos riscos químicos das máquinas do escritório, como as fotocopiadoras.

A iluminação deficiente, o ruído e as cadeiras e bancos ergonomicamente mal concebidos podem igualmente representar perigos. Trabalhador da construção civil – Os trabalhadores da construção civil enfrentam uma diversidade de riscos, particularmente problemas de segurança, tais como quedas, deslizamentos de terras, desequilíbrios, cortes, podendo ser atingidos por objetos em queda. Existem também os perigos resultantes das atividades realizadas a uma altura elevada.

Mineiro – Os perigos da indústria extrativa são bem conhecidos, e incluem o risco permanente das poeiras, do fogo, da explosão e da electrocussão, bem como os perigos associados às vibrações, às temperaturas extremas, aos ruídos, aos deslizamentos de terras e materiais, às quedas, aos cortes, etc.

2 ÓRGÃOS E INSTITUIÇÕES RELACIONADAS À SEGURANÇA E À SAÚDE DO TRABALHADOR –

SIGLAS E ATRIBUIÇÕES

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

SECRETARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

PORTARIA N.° 06, DE 09 DE MARÇO DE 1983

(DOU de 14/03/83 – Seção 1 – Págs. 4.099 a 4.104)

O Secretário de Segurança e

Medicina do Trabalho, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 2º da Portaria Ministerial n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, considerando as disposições da Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o capítulo V - Título II, da Consolidação das Leis de Trabalho, e

Considerando que a exigência mostrou a necessidade de adequação das Normas Regulamentadoras vigentes à evolução dos métodos e ao avanço da tecnologia, RESOLVE:

Artigo 1º Alterar as Normas Regulamentadoras NR 1, NR 2, NR 3 e NR 6, aprovadas pela Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978, que passarão a vigorar com a redação dada por esta Portaria.

Artigo 2º As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão resolvidos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Artigo 3º Esta Portaria entrará em

vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

DAVID BOIANOVSKY Secretário - SSMT

NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS 1.1. As Normas Regulamentadoras

- NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

1.1.1. As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras - NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos

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representativos das respectivas categorias profissionais.

1.2. A observância das Normas Regulamentadoras - NR, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.

1.3. A Secretaria de Segurança e Medicina no Trabalho - SSMT é o órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT e a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, em todo o Território Nacional.

1.3.1. Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT, conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho ou Delegados do Trabalho Marítimo, em matéria de segurança e medicina no trabalho.

1.4. A Delegacia Regional do

Trabalho - DRT e a Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição, são os órgãos regionais competentes para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho - CANPAT e a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

1.4.1. Compete, ainda, à Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua jurisdição:

a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e

regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos;

d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de insalubridade;

e) atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e medicina do trabalho nas localidades onde não houver Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, registrado no MTb. 1.5. Podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

1.6. Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, considera-se:

a) empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados;

b) empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário;

c) empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos;

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d) estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório;

e) setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo estabelecimento;

f) canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

g) frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra;

h) local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos.

1.6.1. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

1.6.2. Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra de engenharia, compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será considerada como um estabelecimento, a menos que se disponha, de forma diferente, em NR específica. 1.7. Cabe ao empregador:

a) cumprir e fazer cumprir as

disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:

I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e cumprir;

III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas;

IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;

V - adotar medidas determinadas pelo MTb;

VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho.

1.8. Cabe ao empregador: a) cumprir as disposições legais e

regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;

b) usar o EPI fornecido pelo empregador;

c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR;

d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR.

1.8.1. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior.

1.9. O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.

1.10. As dúvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execução das Normas Regulamentadoras - NR, serão decididos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT.

NR 2 - INSPEÇÃO PRÉVIA

2.1. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem aprovação de suas instalações pela autoridade regional competente em

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matéria de segurança e medicina do trabalho.

2.1.1. Para atender ao disposto no item 2.1, a empresa deverá encaminhar à DRT ou DTM, conforme o caso, uma declaração de suas instalações devidamente assinada por Engenheiro de Segurança do Trabalho e pelo empregador ou preposto, anexando cópia detalhada do projeto com arranjo físico.

2.1.1.1. A declaração a que se refere o subitem 2.1.1 deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

a) razão social e CGC; b) endereço; c) natureza da atividade; d) especificação, por sexo, do

número de empregados previsto; e) descrição das instalações e dos

equipamentos, quanto aos aspectos de segurança e medicina do trabalho. 2.1.2. Nova declaração deverá ser encaminhada ao Órgão Regional do MTb, quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive nos equipamentos, devendo a DRT ou DTM proceder conforme o disposto no subitem 2.1.2.

2.2 É facultado às empresas solicitar aprovação prévia dos projetos de construção e respectivas instalações.

NR 3 - EMBARGO OU INTERDIÇÃO

3.1. O Delegado Regional do Trabalho ou Delegado do Trabalho Marítimo, conforme o caso, à vista de laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão tomada, com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais.

3.1.1. Considera-se grave e

iminente risco toda condição ambiental de trabalho que possa causar

acidente do trabalho ou doença profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador.

3.2. A interdição importará na paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento. 3.3 O embargo importará na paralisação total ou parcial da obra.

3.3.1. Considera-se obra todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção e reforma.

3.4. A interdição ou o embargo poderá ser requerido pelo Setor de Segurança e Medicina do Trabalho da Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou da Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, pelo agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.

3.5. O Delegado Regional do Trabalho ou o Delegado do Trabalho Marítimo dará ciência imediata da interdição ou do embargo à empresa, para o seu cumprimento.

3.6. As autoridades federais, estaduais ou municipais darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho ou Delegado do Trabalho Marítimo.

3.7. Da decisão do Delegado Regional do Trabalho ou Delegado do Trabalho Marítimo, poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT, à qual é facultado dar efeito suspensivo.

3.8. Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou o embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquinas ou equipamento, ou o prosseguimento da obra, se em consequência resultarem danos a terceiros.

3.9. O Delegado Regional do Trabalho ou Delegado do Trabalho Marítimo, independentemente de recurso,

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e após laudo técnico do Setor competente em Segurança e Medicina do Trabalho, poderá levantar a interdição ou o embargo.

3.10. Durante a paralisação do serviço, em decorrência da interdição ou do embargo, os empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

Abreviaturas, dicionário e termos técnicos de segurança do trabalho

Acidente de Trabalho aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Equiparam-se aos acidentes de trabalho:

- o acidente que acontece quando você está prestando serviços por ordem da empresa fora do local de trabalho

- o acidente que acontece quando você estiver em viagem a serviço da empresa

- o acidente que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa.

- doença profissional (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho.

- doença do trabalho (as doenças causadas pelas condições do trabalho.

Acidente Fatal (NR-18) o acidente que provoca a morte do trabalhador.

Acidente Grave (NR-18) quando provoca lesões incapacitantes no trabalhador.

Adicional de Insalubridade (NR-18) adicional que deve ser pago ao trabalhador que trabalha em condições de insalubridade.

O exercício de trabalho em condições de insalubridade assegura ao trabalhador a percepção de adicional incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente à:

40% para insalubridade de grau máximo,

20% para insalubridade de grau médio

10% para insalubridade de grau mínimo. (NR - 15.2)

Adicional de Penosidade (NR-18) adicional que deve ser pago ao trabalhador que trabalha em condições de penosidade. O adicional de penosidade é previsto pela Constituição Federal de 1988, Artigo 7º, XXIII.

Adicional de Periculosidade adicional que deve ser pago ao trabalhador que trabalha em condições de periculosidade.

O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de 30% sobre o salário, sem acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. (NR - 16.2).

Acidente Grave (NR-18) quando provoca lesões incapacitantes no trabalhador.

Agentes biológicos (NR-9) Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

Agentes ergonômicos desajustes de ritmo e frequência de trabalho, equipamento e instrumentos utilizados na atividade profissional que podem gerar desgaste físico, emocional, fadiga, sono, dores musculares na coluna e articulações.

Agentes físicos (NR-9) diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.

Agentes químicos (NR-9) substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.

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Alta-Tensão (NR-18) é a distribuição primária, em que a tensão é igual ou superior a 2.300 volts.

Amarras (NR-18) cordas, correntes e cabos de aço que se destinam a amarrar ou prender equipamentos à estrutura.

Ancorada (ancorar) (NR-18) ato de fixar por meio de cordas, cabos de aço e vergalhões, propiciando segurança e estabilidade.

Anemômetro aparelho destinado a medir a velocidade do vento.

Andaime: (NR-18) a) Geral - plataforma para trabalhos

em alturas elevadas por estrutura provisória ou dispositivo de sustentação;

b) Simplesmente Apoiado - é aquele cujo estrado está simplesmente poiado, podendo ser fixo ou deslocar-se no sentido horizontal;

c) Em Balanço - andaime fixo, suportado por vigamento em balanço;

d) Suspenso Mecânico - é aquele cujo estrado de trabalho é sustentado por travessas suspensas por cabos de aço e movimentado por meio de guinchos;

e) Suspenso Mecânico Leve - andaime cuja estrutura e dimensões permitem suportar carga total de trabalho de 300 kgf, respeitando-se os fatores de segurança de cada um de seus componentes;

f) Suspenso Mecânico Pesado - andaime cuja estrutura e dimensões permitem suportar carga de trabalho de 400 kgf/m2, respeitando-se os fatores de segurança de cada um de seus componentes;

g) Cadeira Suspensa (balancim) - é o equipamento cuja estrutura e dimensões permitem a utilização por apenas uma pessoa e o material necessário para realizar o serviço;

h) Fachadeiro - andaime metálico simplesmente apoiado, fixado à estrutura na extensão da fachada.

Anteparo (NR-18) designação genérica das peças (tabiques, biombos, guarda-corpos, para-lamas etc.) que

servem para proteger ou resguardar alguém ou alguma coisa.

Antracose - doença causada pela contaminação por carvão.

Antropometria Ciência que estuda as medidas das partes do corpo humano e suas proporções. Geralmente a finalidade dos estudos da Antropometria é classificatória e comparativa.

Arco Elétrico ou Voltaico (NR-18) descarga elétrica produzida pela condução de corrente elétrica por meio do ar ou outro gás, entre dois condutores separados.

Aparelho de Marsh aparelho utilizado para identificar arsênico, mercúrio e antimônio

Área de Controle das Máquinas (NR-18) - posto de trabalho do operador.

Áreas de Vivência (NR-18) áreas destinadas a suprir as necessidades básicas humanas de alimentação, higiene, descanso, lazer, convivência e ambulatória, devendo ficar fisicamente separadas das áreas laborais.

Armação de Aço (NR-18) conjunto de barras de aço, moldadas conforme sua utilização e parte integrante do concreto armado.

ART (NR-18) - Anotação de Responsabilidade Técnica, segundo as normas vigentes no sistema CONFEA/CREA.

Asbestose doença do pulmão causada pela inalação de partículas de amianto (asbesto).

As fibras de amiantos nos pulmões causam irritação e inflamação. O organismo tenta neutralizar estas fibras de vários modos complexos, e alguns desses métodos causam inflamação e dano ao pulmão. Quase sempre uma fibrose ou um tecido cicatrizado se desenvolve nos espaços intersticiais, ao redor dos bronquíolos e alvéolos. Se isso ocorre o oxigênio e o gás carbônico não mais fluem livremente até alvéolos e as células sanguíneas. Isso faz com que a respiração se torne menos eficiente.

ASO - Atestado de Saúde Ocupacional - atestado emitido pelo

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médico, em virtude da consulta clínica, quer seja ela feita por motivo de admissão (admissional), periódica, de mudança de função, de retorno ao trabalho ou demissional.

Ato Inseguro é o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto de segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir a altas velocidades.

Obs.: Os termos Ato Inseguro e Condição Insegura, estão sendo revistos. Vários autores escreveram sobre o assunto e debates foram feitos para mudar estes termos. Hoje se sabem que o acidente de trabalho ocorre por uma série de fatores, bem mais complexos e envolventes que estes dois tipis de atos. Eu considero os termos Ato Inseguro e Condição Insegura, como parte da Teoria Clássica da Segurança do Trabalho, ou seja, serviu seu propósito, enquanto novas teorias, mais apuradas e de maior precisão ainda não fossem elaboradas.

Aterramento Elétrico (NR-18) ligação à terra que assegura a fuga das correntes elétricas indesejáveis.

Atividade Insalubre (NR-15) são consideradas atividades insalubres que se desenvolvem:

1. acima dos limites de tolerância previstos nos anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12 da NR-15.

2. nas atividades mencionadas nos anexos 6, 13 e 14 da NR-15.

3. comprovadas através de laudo de inspeção do local do trabalho, constante nos anexos 7, 8, 9 e 10 da NR-15.

Atividade Penosa (Projeto de Lei nº 2168/89 e 1808/89) Segundo o projeto de lei nº 2168/89 é atividade penosa aquela que demanda esforço físico estafante ou superior ao normal, exigindo atenção contínua e permanente ou resultem em desgaste mental ou stress.

Segundo o projeto de lei nº 1808/89 é atividade penosa aquela que em razão de sua natureza ou intensidade com que é exercida, exige do empregado esforço fatigante, capaz de diminuir-lhe significativamente a resistência física ou a produção intelectual.

Atividades Perigosas (CLT e NR-16) aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamável ou explosivos em condições de risco acentuado. A NR-16 ainda versa que são consideradas atividades e operações perigosas as constantes nos anexos números 1 e 2 da NR-16. Estes anexos da NR-16 referem-se a atividades com explosivos e inflamáveis.

Atmosfera Perigosa (NR-18) presença de gases tóxicos, inflamáveis e explosivos no ambiente de trabalho.

Audiometria - exame da audição e/ou da sensibilidade auditiva. A audiometria caracteriza-se por medir a sensibilidade auditiva do trabalhador ou a perda desta.

Em geral um sinal sonoro é emitido e o paciente levanta o braço ou faz acender uma lâmpada ao ouvi-lo. De acordo como sua resposta traça-se um gráfico que indica como está sua audição.

Autopropelida (NR-18) - máquina ou equipamento que possui movimento próprio.

Bancada (NR-18) - mesa de trabalho.

Banguela (NR-18) - queda livre do elevador, pela liberação proposital do freio do tambor.

BAL - British Anti-Lewisite, nome comercial do Dimercaprol, um óleo viscoso e incolor (C3H8OS2) usado como antídoto na contaminação de metais como antimônio, arsênico, bismuto, ouro, mercúrio, tálio e chumbo.

Barômetro - aparelho destinado a medir a pressão atmosférica.

Baropatia - conjunto de sintomas que se manifestam em decorrência de variações da pressão atmosférica.

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Bate-Estacas (NR-18) - equipamento de cravação de estacas por percussão.

Benzeno - hidrocarboneto (composto formado por C e H) aromático, comumente usado como solvente e matéria prima para obtenção de outros compostos. Trata-se de um líquido incolor, volátil e com cheiro característico.

O benzeno tem efeito cancerígeno. A contaminação por benzeno causa a doença conhecida como benzolismo.

Bequerel - unidade de atividade de uma amostra radiativa. Equivale a 27 pCi (picocurie).

Biossegurança - conjunto de estudos e procedimentos que tem por objetivo evitar ou controlar possíveis problemas à saúde humana e/ou danos ao meio ambiente e aos seres vivos causados por pesquisas biológicas e/ou trabalhos relacionados.

Biqueira - proteção metálica presente na parte da frente de alguns calçados de segurança. A biqueira em geral é de aço e tem por objetivo proteger o pé do usuário contra quedas de objetos.

Biruta - aparelho utilizado para indicar a direção do vento. Consiste em um tronco de cone, feito de pano ou material assemelhado, por onde passa o vento. O vento, passando pelo tronco de cone, faz com que o cone aponte para o lado que o vento sopra, indicando sua direção.

Blaster (NR-18) - profissional habilitado para a atividade e operação com explosivos.

Borboleta de Pressão (NR-18) - parafuso de fixação dos painéis dos elevadores.

Botoeira (NR-18) - dispositivo de partida e parada de máquinas.

Braçadeira (NR-18) - correia, faixa ou peça metálica utilizada para reforçar ou prender.

Bursa - pequenas bolsas de paredes finas em regiões de atrito entre os diversos tecidos do ombro.

Bursite - inflamação das bursas com manifestação de dor na realização de certos movimentos

Cabo-Guia ou de Segurança (NR-18) - cabo ancorado à estrutura, onde são fixadas as ligações dos cintos de segurança.

Cabos de Ancoragem (NR-18) cabos de aço destinados à fixação de equipamentos, torres e outros à estrutura.

Cabos de Suspensão (NR-18) cabo de aço destinado à elevação (içamento) de materiais e equipamentos.

Cabos de tração - cabos de aço destinados à movimentação de pesos.

Caçamba (NR-18) recipiente metálico para conter ou transportar materiais.

Calha Fechada (NR-18) duto destinado a retirar materiais por gravidade.

Calço (NR-18) - - acessório utilizado para nivelamento de equipamentos e máquinas em superfície irregular.

Candela - unidade de intensidade luminosa no Sistema Internacional de Unidades (SI).

A candela é uma unidade fundamental do SI e é definida como a intensidade luminosa, em uma determinada direção, de uma fonte que emite radiação monocromática de frequência 540x1012 hertz e que tem uma intensidade radiante naquela direção de 1/683 watt por esteradiano. Símbolo: cd

Canteiro de Obra (NR-18) área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.

Caracteres Indeléveis (NR-18) qualquer dígito numérico, letra do alfabeto ou um símbolo especial, que não se dissipa, indestrutível.

CAT (NR-18) - - Comunicação de Acidente do Trabalho.

Câmara de Trabalho - é o espaço ou compartimento sob ar comprimido, no interior da qual o trabalho está sendo realizado;

Câmara de Recompressão - é uma câmara que, independentemente da câmara de trabalho, é usada para tratamento de indivíduos que adquirem

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doença descompressiva ou embolia e é diretamente supervisionada por médico qualificado;

Campânula (NR-15) - é uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar livre para a câmara de trabalho do tubulão e vice-versa;

Capacete - equipamento de proteção individual destinado a proteção da cabeça.

Carneira - conjunto de tiras geralmente de plástico ou couro situadas no interior de um capacete com objetivo de ajustar o capacete a cabeça do usuário.

Cáusticos - Designação genérica dos ácidos e bases fortes. Os cáusticos agem no organismo destruindo o tecido vivo.

CEI (NR-18) - Cadastro Específico do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, referente à obra.

Chuva ácida - chuva que se caracteriza por apresentar caraterísticas ácidas, em virtude de ter em sua composição ácidos diluídos, em geral sulfúrico e ou nítrico. A chuva ácida se forma a partir da reação de óxidos de enxofre e ou nitrogênio, provenientes de poluição industrial, com a água presente na atmosfera. A reação dos óxidos com a água atmosférica forma ácidos diluídos que se precipitam em forma de chuva com pH menor que 5. Também ocorrem outros tipos de precipitações ácidas, como por exemplo, em forma de geada, granizo, neve ou neblina.

Os efeitos da chuva ácida são muito nocivos ao meio ambiente. Destroem florestas, tornam o solo ácido, causam alteração química dos solos e envenenam cursos d'água. Ao atingir rios e lagos, matam peixes e outros organismos aquáticos. Também causam danos nas cidades, principalmente na construção civil, deteriorando o concreto e a estrutura dos prédios. Atacam os automóveis, estragando a pintura e causando corrosão de sua estrutura metálica.

Cimbramento (NR-18) escoramento e fixação das fôrmas para concreto armado.

Cinto de Segurança Tipo Pára-quedista (NR-18) - é o que possui tiras de tórax e pernas, com ajuste e presilhas; nas costas possui uma argola para fixação de corda de sustentação.

Chave Blindada (NR-18) chave elétrica protegida por uma caixa metálica, isolando as partes condutoras de contatos elétricos.

Chave Elétrica de Bloqueio (NR-18) - é a chave interruptora de corrente.

Chave Magnética (NR-18) dispositivo com dois circuitos básicos, de comando e de força, destinados a ligar e desligar quaisquer circuitos elétricos, com comando local ou a distância (controle remoto).

Cinto de Segurança Abdominal (NR-18) - cinto de segurança com fixação apenas na cintura, utilizado para limitar a movimentação do trabalhador.

Circuito de Derivação (NR-18) circuito secundário de distribuição.

Classes de Fogo classificação do tipo de fogo, de acordo com o tipo de material combustível onde ocorre. As classes de fogo são as seguintes:

Classe A - quando o fogo ocorre em materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.;

Classe B - quando o fogo ocorre em produtos inflamáveis que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.;

Classe C - quando o fogo ocorre em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.

Classe D - quando o fogo ocorre em elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.

Coifa - em uma serra circular, o dispositivo destinado a proteger a região do disco da serra.

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Coletor de Serragem dispositivo destinado a recolher e lançar em local adequado a serragem proveniente do corte de madeira.

Condutor Habilitado (NR-18) condutor de veículos portador de carteira de habilitação expedida pelo órgão competente.

Conexão de Autofixação (NR-18) conexão que se adapta firmemente à válvula dos pneus dos equipamentos para a insuflação de ar.

Código de Projeto - o conjunto de Normas Técnicas utilizadas no projeto e na fabricação de uma caldeira.

Condição Insegura - é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador. São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados, máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com materiais inadequados.

Contrapino (NR-18) - pequena cavilha de ferro; de duas pernas, que se atravessa na ponta de um eixo ou parafuso para manter no lugar porcas e arruelas.

Contraventamento (NR-18) - sistema de ligação entre elementos principais de uma estrutura para aumentar a rigidez do conjunto.

Contraventos (NR-18) - elemento que interliga peças estruturais das torres dos elevadores.

Cores de Tubulações Industriais as cores usadas, em tubulações industriais, para indicar o líquido ou gás circulante no interior dos tubos.

CPN (NR-18) - Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção.

CPR (NR-18) - Comitê Permanente Regional sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção (Unidade(s) da Federação).

Cutelo Divisor (NR-18) - lâmina de aço que compõe o conjunto de serra circular que mantém separadas as partes serradas da madeira.

Curie - unidade de atividade de uma amostra radiativa, igual a 3,7 x 1010 desintegrações por segundo. Equivale a 37 GBq (gigabequerel). Símbolo Ci.

Db (decibel) - símbolo de decibel. dB (A) (dê-bê-a)

indicação do nível de intensidade sonora medida com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compressão "A". O dB (A) é usado para definir limites de ruídos contínuos ou intermitentes.

dB (C) (dê-bê-cê) indicação do nível de intensidade sonora medida com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compressão "C". O dB (C) é usado para definir limites de ruídos de impacto.

Decibel - décima parte do Bel, unidade de intensidade sonora no Sistema Internacional de Unidades. Símbolo dB.

Decibelimetro - aparelho utilizado para medir a intensidade do som.

Desmonte de Rocha a Fogo (NR-18) - processo de retirada de rochas com explosivos.

Inclui fogo e fogacho; a) Fogo - detonação de

explosivo para efetuar o desmonte;

b) Fogacho - detonação complementar ao fogo principal.

Dispositivo Limitador de Curso - dispositivo destinado a permitir uma sobreposição segura dos montantes da escada extensível.

Desmonte de Rocha a Frio (NR-18) - processo de retirada manual de rocha dos locais com auxílio de equipamento mecânico.

Doenças Ocupacionais ou Profissional (NR-18) - são aquelas decorrentes de exposição a substâncias ou condições perigosas inerentes a processos e atividades profissionais ou ocupacionais. Exemplo: silicose

Doenças do Trabalho são aquelas doenças que podem ser adquiridas ou desencadeadas pelas

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condições inadequadas em que o trabalho é realizado, expondo o trabalhador a agentes nocivos a saúde. Exemplo: dores de coluna em motorista que trabalha em condições inadequadas.

DL-50 (Dose Letal Média) em um ensaio com 100 cobaias, a dose, de um produto, necessária para matar 50 cobaias.

DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Ver LER. A DORT pode ser devida a movimentos repetitivos ou não repetitivos, por isso, o temo passou a substituir a LER, que se aplica a movimentos somente repetitivos. É comum o uso do termo LER/DORT, na literatura de Segurança do Trabalho, visando englobar os dois termos, por ser mais abrangente e mais esclarecedor.

Dumping social - a prática na qual se busca vantagens comerciais através da adoção de condições desumanas de trabalho.

Dutos Transportadores de Concreto (NR-18) - tubulações destinadas ao transporte de concreto sob pressão.

Eclusa de Pessoal (NR-15) - é uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar livre para a câmara de trabalho do túnel e vice-versa;

Elementos Estruturais (NR-18) - elementos componentes de estrutura (pilares, vigas, lages, etc.).

Elevador de Materiais (NR-18) cabine para transporte vertical de materiais.

Elevador de Passageiros (NR-18) cabine fechada para transporte vertical de pessoas, com sistema de comando automático.

Elevador de Caçamba (NR-18) caixa metálica utilizada no transporte vertical de material a granel.

Em Balanço (NR-18) sem apoio além da prumada.

Empilhadeira - máquina provida de motor destinada a empilhar e arrumar cargas em armazéns, parques ferroviários, pátios, entre outros.

Encarregado de Ar Comprimido (NR-15) - é o profissional treinado e conhecedor

das diversas técnicas empregadas nos trabalhos sob ar comprimido, designado pelo empregador como o responsável imediato pelos trabalhadores;

EPC - Equipamento de Proteção Coletiva - todo dispositivo de uso coletivo destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador e/ou de um grupo de trabalhadores.

EPC é todo dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuários e terceiros. (definição da CPN/SP) São exemplos de EPCs: extintores, bandeijões, lava-olhos, entre outros. EPI (NR-18) - Equipamento de Proteção Individual - todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

designação genérica de quaisquer meio ou dispositivo destinado a ser utilizado contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança, durante o exercício de uma determinada atividade.

Equipamento de Guindar (NR-18) - equipamentos utilizados no transporte vertical de materiais (grua, guincho, guindaste).

Ergonomia (do Grego ergon, trabalho + nomos, lei) - Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários a concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto e eficácia. A ergonomia tem por objetivo adaptar o trabalho ao homem, bem como melhorar as condições de trabalho e as relações homem-máquina. A Ergonomia pode ser construtiva, corretiva e cognitiva.

Escada de Abrir (NR-18) - escada de mão constituída de duas peças articuladas na parte superior.

Escada de Mão (NR-18) - escada com montantes interligados por peças transversais.

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Escada Extensível (NR-18) escada portátil que pode ser estendida em mais de um lance com segurança.

Escada Fixa (tipo marinheiro) (NR-18) - escada de mão fixada em uma estrutura dotada de gaiola de proteção.

Escora (NR-18) peça de madeira ou metálica empregada no escoramento.

Esfignomanômetro - aparelho destinado a medir pressão arterial.

Espaço confinado - de maneira geral, é qualquer área não projetada para ocupação humana contínua e que possua meios limitados de entrada e saída.

Espirometria - Exame do pulmão, com o objetivo de avaliar o volume e o fluxo de ar. Também é conhecido como Exame de Sopro e Pneumetria.

Estabelecimento (NR-18) - cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes.

Estabilidade Garantida (NR-18) - entende-se como sendo a característica relativa a estruturas, taludes, valas e escoramentos ou outros elementos que não ofereçam risco de colapso ou desabamento, seja por estarem garantidos por meio de estruturas dimensionadas para tal fim ou porque apresentem rigidez decorrente da própria formação (rochas).

A estabilidade garantida de uma estrutura será sempre objeto de responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado.

Estanque (NR-18) - propriedade do sistema de vedação que não permita a entrada ou saída de líquido.

Estaiamento (NR-18) - utilização de tirantes sob determinado ângulo, para fixar os montantes da torre.

Estetoscópio - instrumento clínico usado para ausculta da região do tronco, em especial o coração e os pulmões.

Estrado (NR-18) - estrutura plana, em geral de madeira, colocada sobre o andaime.

Estribo de Apoio (NR-18) peça metálica, componente básico de andaime suspenso leve que serve de apoio para seu estrado.

Estronca (NR-18) - peça de esbarro ou escoramento com encosto destinado a impedir deslocamento.

Estudo Geotécnico (NR-18) são os estudos necessários à definição de parâmetros do solo ou rocha, tais como sondagem, ensaios de campo ou ensaios de laboratório.

Etapas de Execução da Obra (NR-18) - sequência física, cronológica, que compreende uma série de modificações na evolução da obra.

Explosivo (NR-18) - produto que sob certas condições de temperatura, choque mecânico ou ação química se decompõe rapidamente para libertar grandes volumes de gases ou calor intenso.

Explosímetro - aparelho utilizado para medir a quantidade de gás combustível presente em uma amostra. Quando a concentração de gás explosivo atinge o limite inferior de explosividade (LIE), o explosimetro emite um sinal de alarme.

Fail-safe - conjuntos de medidas que visam minimizar os efeitos de uma falha.

O fail-safe pode ser passivo, ativo ou operacional.

Fase de Embriaguez - Em um estado de embriaguez, as fazes que associam o comportamento do embriagado, em função de seu comportamento e da concentração do álcool no sangue.

As fases de embriaguez são as seguintes:

1. Fase do Macaco é a fase que ocorre quando há concentração de 0,6 a 1,5 mg de álcool por litro de sangue. Na Fase do Macaco o alcoolizado apresenta sinais de euforia e desinibição.

2. Fase do Leão é a fase que ocorre quando há concentração de 1,6 a 3,0 mg de álcool por litro de sangue. Na Fase do Leão o alcoolizado apresenta sinais de valentia e agressividade.

3. Fase do Porco é a fase que ocorre quando há concentração de 3,1 a 5,0 mg de álcool por litro de sangue. Na Fase do Porco o alcoolizado apresenta

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descontrole sobre si mesmo. Em geral ocorrem vômitos e falta de equilíbrio. O alcoolizado pode ainda evacuar e urinar nas próprias vestes.

2. Ferramenta (NR-18) - utensílio empregado pelo trabalhador para realização de tarefas.

Ferramenta de Fixação a Pólvora (NR-18) - ferramenta utilizada como meio de fixação de pinos acionada a pólvora.

Ferramenta Pneumática (NR-18) ferramenta acionada por ar comprimido.

Flash-over - temperatura em que o calor em uma área ou região é alto o suficiente para inflamar simultaneamente todo o material inflamável a sua volta. O flash-over caracteriza-se por inflamação dos gases presentes em um ambiente, fazendo com que eles se incendeiem de repente, causando uma explosão em forma de "bola" de fogo.

Fogo - manifestação de combustão rápida com emissão de luz e calor. Para que haja fogo são necessários três elementos: combustível, combruente e ignição (calor).

Fonte fria - dispositivo portador de fonte radiativa que não contém fonte radiativa. É usado geralmente para fins demonstrativos e didáticos.,

Fonte radiativa - haste que contém uma fonte radiativa em atividade.

Freio Automático (NR-18) dispositivo mecânico que realiza o acionamento de parada brusca do equipamento.

Frente de Trabalho (NR-18) área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.

Fumos (NR-18) - vapores provenientes da combustão incompleta de metais.

Gaiola Protetora (NR-18) - estrutura de proteção usada em torno de escadas fixas para evitar queda de pessoas.

Galeria (NR-18) - corredor coberto que permite o trânsito de pedestres com segurança.

Gancho de Moitão (NR-18) acessório para equipamentos de guindar e transportar utilizados para içar cargas.

Gases Confinados (NR-18) são gases retidos em ambiente com pouca ventilação.

Guia de Alinhamento (NR-18) dispositivo fixado na bancada da serra circular, destinado a orientar a direção e a largura do corte na madeira.

Guincheiro (NR-18) - operador de guincho.

Guincho (NR-18) - equipamento utilizado no transporte vertical de cargas ou pessoas, mediante o enrolamento do cabo de tração no tambor.

Guincho de Coluna (tipo "Velox") (NR-18) - guincho fixado em poste ou coluna, destinado ao içamento de pequenas cargas.

Guindaste (NR-18) - veículo provido de uma lança metálica de dimensão variada e motor com potência capaz de levantar e transportar cargas pesadas. Gray - unidade de medida de dose absorvida equivalente a 100 rad. Símbolo gy.

Grau de Risco - grau que mede a possibilidades de ocorrência de acidentes de trabalho. Quanto maior a possibilidade, maior o grau de risco. O Grau de risco pode ser 1, 2, 3 ou 4 e está definido pelo Quadro 1, da NR-04. Abreviatura: "GR".

Grua (NR-18) - equipamento pesado utilizado no transporte horizontal e vertical de materiais.

Hipertensão - pressão arterial com valor maior ou igual a 140/90 mmHg ou 14 por 9. Também dita pressão alta.

Hidrargirismo - doença causada pela contaminação por mercúrio.

Incidente - acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar esperado e normal de uma ação e provoca uma interrupção no processo produtivo, sentida geralmente como inconveniente.

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Incombustível (NR-18) - material que não se inflama.

Instalações Móveis (NR-18) contêineres, utilizados como alojamento, instalações sanitárias e escritórios.

Instalação Nuclear (Portaria n.º 001, de 08/01/1982) aquela, onde o material nuclear, nas quantidades autorizadas pela CNEN, é produzido, processado, reprocessado, utilizado, manuseado ou estocado. Não se incluem nesta definição os locais de armazenamento temporário de material nuclear, durante o transporte.

Insuflação de Ar (NR-18) transferência de ar através de tubo de um recipiente para outro, por diferença de pressão.

Intempéries (NR-18) - os rigores das variações atmosféricas (temperatura, chuva, ventos e umidade).

Isolamento do Local/Acidente (NR-18) - delimitação física do local onde ocorreu o acidente, para evitar a descaracterização do mesmo.

Isolantes (NR-18) - são materiais que não conduzem corrente elétrica, ou seja, oferecem alta resistência elétrica.

Jato de areia equipamento capaz de lançar, em forma de jato, grãos de areia fina em alta velocidade. O jato de areia é utilizado para trabalhos artísticos em vidro, remoção de pinturas e/ou ferrugem, etc. O jato de areia foi proibido em alguns estados por causar silicose.

Lançamento de Concreto (NR-18) colocação do concreto nas fôrmas, manualmente ou sob pressão.

Lançamento de Partículas (NR-18) pequenos pedaços de material sólido lançados no ambiente em consequência de ruptura mecânica ou corte do material.

Lençol Freático (NR-18) depósito natural de água no subsolo, podendo estar ou não sob pressão.

Legalmente Habilitado (NR-18) profissional que possui habilitação exigida pela lei.

LER - Lesão por Esforço Repetitivo - O termo LER refere-se a um conjunto de doenças que atingem principalmente os membros superiores, atacam músculos, nervos e tendões provocando irritações e inflamação dos mesmos. A LER é geralmente causada por movimentos repetidos e contínuos com consequente sobrecarga do sistema musculoesquelético.

O esforço excessivo, má postura, stress e más condições de trabalho também contribuem para aparecimento da LER. Em casos extremos pode causar sérios danos aos tendões, dor e perda de movimentos. A LER inclui várias doenças entre as quais, tenossinovite, tendinites, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, bursite, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico e síndrome do pronador redondo. Alguns especialistas e entidades preferem, atualmente, denominar as LER por DORT ou LER/DORT. A LER também é conhecida por L.T.C. (Lesão por Trauma Cumulativo).

A LER pode ser classificada em 1. Nível 1 - se a doença for

identificada nesta fase, caracterizada por algumas pontadas, pode ser curada facilmente

2. Nível 2 - dor mais intensa, porém tolerável, mais localizada, acompanhada de calor e formigamento.

3. Nível 3 - nem o repouso consegue, nesta fase, fazer com que a dor diminua por completo. Incapacidade para certas funções simples.

3. Nível 4 - dores insuportáveis e só pioram tornando a parte afetada dolorida, sem força e deformada. Nesta fase o paciente tem depressão, ansiedade, insônia e angústia. A doença já não tem mais cura.

Limites Explosivos ou Limites de Explosividade ou Inflamabilidade: são os limites de concentração entre os quais uma mistura gasosa é explosiva ou inflamável.

Limite Inferior de Explosividade (LIE): É a menor concentração de uma substância, que misturada com o ar, forma uma mistura explosiva. Abaixo deste limite

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o gás não tem concentração suficiente para explodir (mistura pobre).

Limite Superior de Explosividade (LSE): É a maior concentração de uma substância que misturada com o ar forma uma mistura explosiva. Acima deste limite o gás satura e não explode (mistura rica).

Limite de Tolerância (NR-15) - a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral.

Locais Confinados (NR-18) qualquer espaço com a abertura limitada de entrada e saída da ventilação natural.

Lumen - Unidade de fluxo luminoso no Sistema Internacional de Unidades, definida como o fluxo luminoso emitido por uma fonte puntiforme com intensidade uniforme de 1 candela, contido em um ângulo sólido de um esferorradiano. Possui dimensão cd.m-2. Símbolo lm.

Luva - equipamento de proteção individual destinado a proteção das mãos e ou antebraço.

Lux - unidade de iluminamento no Sistema Internacional de Unidades, equivalente à produção de um fluxo luminoso uniformemente distribuído sobre uma superfície na proporção de 1 lúmen por metro quadrado. Símbolo: lx.

Luxímetro - aparelho destinado a medir a iluminação de uma superfície.

Maconha - Planta cujas folhas e flores se usam como narcótico e produzem sensação semelhante as provocadas pelo ópio. Seu nome científico é Canabis sativa. Seu principio ativo é o THC (tetra-hidrocanabiol).

Manômetro - aparelho destinado a medir pressão.

Manganismo - intoxicação crónica pelo manganês, geralmente de origem profissional Ocorre com maior frequência em indústrias metalúrgicas, indústrias do vidro, dos

corantes, fabrico de manganatos e permanganatos, etc.

Mapa de Riscos - mapa que tem por objetivo indicar os riscos de um ambiente de trabalho. Constitui-se uma planta do ambiente de trabalho, na qual se indicam através de círculos coloridos os diversos tipos de riscos. Os círculos variam de tamanho, sendo tanto maior quanto maior a gravidade do risco indicado.

No mapa de riscos o usam-se as seguintes cores:

O verde representa risco físico, o vermelho risco químico, o marrom risco biológico, o amarelo risco ergonômico e o azul risco mecânico.

Máscara para Poeira - equipamento de proteção individual destinado a proteger o trabalhador contra poeira.

Material Combustível (NR-18) - aquele que possui ponto de fulgor maior ou igual a 70oC e menor ou igual a 93,3oC.

Material Inflamável (NR-18) aquele que possui ponto de fulgor menor ou igual a 70oC.

Máquina (NR-18) - aparelho próprio para transmitir movimento ou para utilizar e pôr em ação uma fonte natural de energia.

Médico Qualificado (NR-15) - é o médico do trabalho com conhecimentos comprovados em Medicina Hiperbárica, responsável pela supervisão e pelo programa médico.

Mitridização - capacidade que possuem certos indivíduos de absorver lenta e gradativamente pequenas quantidades de produto tóxico sem grandes consequências.

Montante (NR-18) - peça estrutural vertical de andaime, torres e escadas.

Nível de Ação (NR-09) o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição.

Nível Equivalente (Neq) - nível médio baseado na equivalência de energia, conhecido como Leq.

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Nível de Exposição (NE) nível médio representativo da exposição ocupacional diária.

Nível de Exposição Normalizado (NEN) - nível de exposição, convertido para uma jornada padrão de 8 horas diárias, para fins de comparação com o limite de exposição.

NR - Norma Regulamentadora. As NRs são elaboradas por comissão tri-partite incluindo governo, empregados e empregadores e publicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. São em número de 29.

NRR (NR-18) - Norma Regulamentadora Rural. As NRR foram abolidas pela Portaria GM, n.o 191, de 15/04/2008 e substituída pela NR-31, Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.

NR Zero a Portaria 393, de 09 de abril de 1996, que define que a metodologia de regulamentação na área de segurança e saúde no trabalho, atribuição da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST, terá como princípio básico a adoção do sistema tripartite Paritário - Governo, Trabalhadores e Empregadores.

OIT 174 (Convenção OIT 174) Convenção da Organização Internacional do Trabalho, editada em 1993, que tem por objeto a prevenção de acidentes industriais maiores que envolvam substâncias perigosas e a limitação das consequências desses acidentes. A Convenção aplica-se a instalações sujeitas a riscos de acidentes maiores e não se aplica:

a) a instalações nucleares e usinas que processem substâncias radioativas, à exceção dos setores dessas instalações nos quais se manipulam substâncias não radioativas;

b) a instalações militares; c) a transporte fora da instalação

distinto do transporte por tubulações. O Brasil ratificou a OIT 174 em 02 de agosto de 2001.

Operador de Eclusa ou de Campânula (NR-15)- é o indivíduo previamente treinado nas manobras de compressão e descompressão das eclusas ou campânulas, responsável pelo controle da pressão no seu interior.

Ópio (Do grego opion "suco de papoula") - Substância que se extrai do fruto maduro de diversas espécies de papoulas (Papaver sp.) e que é utilizada como narcótico.

Orla de Barton - Um dos sintomas que caracteriza a intoxicação causada pelo chumbo. A Orla de Barton consiste em uma faixa, em coloração azulada, na gengiva e ou nos dentes.

OSHA - Occupational Safety and Health Administration organização americana de segurança e saúde do trabalho. A OSHA dedica-se a prevenir acidentes, doenças e mortes relacionadas ao trabalho.

Foi criada em 1971, está vinculada ao U.S. Department of Labor e tem sua sede em Washington, DC. Otômetro - Otômetro é um dispositivo usado para auxiliar na estimativa do tamanho do canal auditivo, servindo como um guia na escolha do tamanho adequado dos protetores auriculares. Consiste em esferas de diâmetros variados montadas em um suporte.

Parafuso Esticador (NR-18) dispositivo utilizado no tensionamento do cabo de aço para o estiramento de torre de elevador.

Pára-Raio (NR-18) - conjunto composto por um terminal aéreo, um sistema de descida e um terminal de aterramento, com a finalidade de captar descargas elétricas atmosféricas e dissipá-las com segurança.

Passarela (NR-18) - ligação entre dois ambientes de trabalho no mesmo nível, para movimentação de trabalhadores e materiais, construída solidamente, com piso completo, rodapé e guarda-corpo.

Patamar (NR-18) - plataforma entre dois lances de uma escada.

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PCMAT (NR-18) - Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção.

Perfil Profissiográfico - descrição detalhada e individualizada de cada uma das funções existentes em uma empresa, levando em conta tarefas, equipamentos de proteção individual e coletivos, equipamentos e máquinas utilizadas, meio ambiente de trabalho, ritmo de trabalho, área de trabalho, entre outros.

Perímetro da Obra (NR-18) linha que delimita o contorno da obra.

Perigo - situação existente capaz de causar perda, dano físico, dano à propriedade, a equipamento, dano ao meio ambiente, doenças, etc.

Situação inerente com capacidade de causar lesões ou danos à saúde das pessoas (OIT).

Período de Trabalho (NR-15) - é o tempo durante o qual o trabalhador fica submetido a pressão maior que a do ar atmosférico excluindo-se o período de descompressão.

Pressão de Trabalho (NR-15) - é a maior pressão de ar à qual é submetido o trabalhador no tubulão ou túnel durante o período de trabalho.

Pilão (NR-18) - peça utilizada para imprimir golpes, por gravidade, força hidráulica, pneumática ou explosão.

Piso Resistente (NR-18) - piso capaz de resistir sem deformação ou ruptura aos esforços submetidos.

Plataforma de Proteção (NR-18) plataforma instalada no perímetro da edificação destinada a aparar materiais em queda livre.

Plataforma de Retenção de Entulho (NR-18) - plataforma de proteção com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus) com caimento para o interior da obra, utilizada no processo de demolição.

Plataforma de Trabalho (NR-18) - plataforma onde ficam os trabalhadores e materiais necessários à execução dos serviços.

Plataforma Principal de Proteção (NR-18) - plataforma de proteção instalada na primeira laje.

Plataforma Secundária de Proteção (NR-18) - plataforma de proteção instalada de 3 (três) em 3 (três) lajes, a partir da plataforma principal e acima desta.

Plataforma Terciária de Proteção (NR-18) - plataforma de proteção instalada de 2 (duas) em 2 (duas) lajes, a partir da plataforma principal e abaixo desta.

Plubismo ou Saturnismo - doença causada pela contaminação por chumbo.

Pneumoconiose - doença do pulmão, causada pela contaminação por algum tipo de mineral ou poeira. A pneumoconiose recebe diversas designações de acordo com o tipo de poeira causadora da doença. A antrqacose, asbestose e a silicose são os alguns exemplos de pneumoconiose.

Postura - Posição ou posições que o corpo humano assume durante a realização de uma tarefa.

Prancha (NR-18) - 1. peça de madeira com largura maior que 0,20m (vinte centímetros) e espessura entre 0,04m (quatro centímetros) e 0,07m (sete centímetros).

2. plataforma móvel do elevador de materiais, onde são transportadas as cargas.

Pranchão (NR-18) peça de madeira com largura e espessura superiores às de uma prancha.

Prisma de Iluminação e Ventilação (NR-18) - espaço livre dentro de uma edificação em toda a sua altura e que se destina a garantir a iluminação e a ventilação dos compartimentos.

Profissional Legalmente Habilitado:(NR-18) - Profissional que possui habilitação exigida pela lei.

Protetor auricular - equipamento de proteção individual destinado a atenuar ruídos. Há diversos tipos de protetores

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auriculares. Destacam-se os do tipo abafador e de inserção.

Protetor Removível (NR-18) - dispositivo destinado à proteção das partes móveis e de transmissão de força mecânica de máquinas e equipamentos.

Protensão de Cabos (NR-18) operação de aplicar tensão nos cabos ou fios de aço usados no concreto protendido.

Proxêmica - 1. ciência que estuda os aspectos culturais, comportamentais e sociológicos das distâncias entre indivíduos. 2. conhecimentos relativos ao uso humano do espaço, estudando a relação entre o indivíduo e seu ambiente, as situações de contato ou de não contato entre as pessoas, estabelecendo distâncias interpessoais.

Prumagem (NR-18) - colocação de peças no sentido vertical (linha de prumo).

Quase acidente um evento ou ocorrência inesperada, relacionada a um trabalhador ou a um equipamento, que por pouco deixou de ser um acidente.

Radiação Ionizante - tipo de radiação que ao incidir sobre uma superfície ioniza os átomos desta.

Radiação Não-Ionizante - tipo de radiação que ao incidir sobre uma superfície não ioniza os átomos desta. Para efeito da NR-15 considera-se radiação não ionizante as micro-ondas, o laser e o ultravioleta.

Rampa (NR-18) - ligação entre 2 (dois) ambientes de trabalho com diferença de nível, para movimentação de trabalhadores e materiais, construída solidamente com piso completo, rodapé e guarda-corpo. Plano Inclinado.

RTP (NR-18) - Regulamentos Técnicos de Procedimentos - especificam as condições mínimas exigíveis para a implementação das disposições da NR.

Rampa de Acesso (NR-18) - plano inclinado que interliga dois ambientes de trabalho. Rede de Proteção - rede de material resistente e elástico com a finalidade de amortecer o choque da queda do trabalhador.

Risco - possibilidade real ou potencial capaz de causar lesão e ou morte, danos ou perdas patrimoniais, interrupção de processo de produção ou de afetar a comunidade ou o meio ambiente.

Uma combinação da probabilidade de que ocorra um acontecimento perigoso com a gravidade de lesões ou danos à saúde da pessoa, causado por este acontecimento. (OIT)

REM - Roentgen Equivalent Man. (radiação equivalente no homem). unidade de medida de eficiência biológica da radiação. è igual a dose desta radiação, que absorvida, tem o mesmo efeito que um rad de raios x. Equivalente a centesima parte do Sievert (Sv).

Roentgen ou Röntgen - unidade de medida de dose de exposição à radiação. Símbolo R.

Roldana (NR-18) - disco com borda canelada que gira em torno de um eixo central.

Rosca de Protensão (NR-18) dispositivo de ancoragem dos cabos de protensão.

RSI - Repetitive Strain Injuri - Lesão por Esforço Repetitivo - LER, em Inglês

Ruído Contínuo ou Intermitente - o ruído contínuo é o que apresenta emissão de energia acústica com duração superior a 1 segundo e sem intervalos em sua emissão. O ruído Intermitente é o que apresenta interrupções em sua emissão. Por extensão são considerados ruídos contínuos ou intermitentes os ruídos que não são de impacto.

Ruído de Impacto - o ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 segundo, a intervalos superiores a um segundo. (NR- 15)

Segurança Alimentar - conjunto de medidas que visa prover a quantidade mínima de alimento necessária para a reprodução e uma vida equilibrada e saudável. A segurança alimentar também envolve preparo, controle sanitário de doenças dos animais produtores de alimento, controle de contaminação dos

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alimentos, origem destes, se são transgênicos ou não, etc.

Segurança Patrimonial - conjuntos de medidas, tais como vigilância, policiamento, controle de entrada e saída de pessoal, etc, que são adotadas visando garantir a integridade de um patrimônio bem como impedir que o mesmo seja roubado, depredado, sequestrado ou sofra algum dano material e/ou econômico.

Segurança do Trabalho - conjuntos de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.

Sapatilha (NR-18) - peça metálica utilizada para a proteção do olhal de cabos de aço.

Saturnismo ou Plubismo - doença causada pela contaminação por chumbo. Caracteriza-se por diversos sintomas e pela orla de Barton.

Siderose - doença causada pela contaminação por ferro. É decorrente do depósito de ferro nos órgãos do indivíduo.

Sievert - unidade de medida equivalente de dose de radiação ionizante no Sistema Internacional de Unidades. O nome da Sievert foi adotado em 1979, pela Conferência Geral de Pesos e Medidas, em homenagem ao físico suéco Rolf Sievert (1898-1966). O Sievert tem a dimensão de 1J/kg. 1 Sv = 100 REM (roentgen equivalent man) Simbolo: Sv.

Silica - Composto cristalino ou amorfo, insolúvel em água, branco ou incolor. Compõe aproximadamente 60%, em peso, da crosta terrestre onde é encontrada em forma de quartzo, cristobalita, tridimita entre outros. Nome químico: dióxido de silício. Fórmula SiO2.

Silicose - doença grave causada pela inalacão de poeira de sílica (SiO2), em geral quartzo, mas também outros tipos de poeira como cristobalita e/ou tridimita, que conduz a inflamação e cicatrização do tecido pulmonar.

Quando o trabalhador inala partículas de sílica o tecido pulmonar reage criando nódulos ao redor da partícula. Com o evoluir da doença esses nódulos se aglomeram e formam placas maiores, impedindo as funções básicas do pulmão. A evolução da silicose pode causar câncer de pulmão, bronquite e tuberculose e mesmo morte.

Sinaleiro (NR-18) - pessoa responsável pela sinalização, emitindo ordens por meio de sinais visuais e/ou sonoros.

Sinergismo é o que ocorre quando o efeito dos produtos é ultrapassado por outro efeito. Exemplo: o NaCl aumenta o efeito do SO2.

Sobrecarga (NR-18) - excesso de carga (peso) considerada ou não no cálculo estrutural.

Soldagem (NR-18) - operações de unir ou remendar peças metálicas com solda.

Talude (NR-18) - inclinação ou declive nas paredes de uma escavação.

Tambor do Guincho (NR-18) - dispositivo utilizado para enrolar e desenrolar o cabo de aço de sustentação do elevador.

Tapume (NR-18) - divisória de isolamento.

Taquifilaxia - é a tolerância desenvolvida após poucas doses absorvidas do produto, por depleção do mediador disponível.

Temperatura Efetiva a temperatura calculada em função da temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido (umidade relativa do ar) e velocidade do ar, usada para avaliação do calor em ambientes de trabalho. Seu valor é obtido através de ábacos para trabalhadores vestidos e/ou com dorso desnudo. Também dito Índice de Temperatura Efetiva

Tendinite - (do Latin tendo, tendinis, tendão) - inflamação de um tendão. Afecção que se caracteriza por inflamação de um tendão, dor, formigamento, geralmente nos membros superiores e/ou

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nas mãos e dedos. Ocorre, em geral, devido a LER/DORT.

Termômetro - aparelho utilizado para medir a temperatura.

Termômetro clínico - instrumento ou aparelho utilizado para medir a temperatura o corpo humano.

Termômetro de Bulbo Úmido - termômetro composto de uma haste contendo mercúrio e um pano úmido em sua base. Destina-se a medir a umidade do ar.

Termômetro de Globo - termômetro composto de uma haste contendo mercúrio e uma esfera metálica que engloba o corpo da haste, sem tocá-la. Destina-se a medir a temperatura devida ao calor irradiado.

Tinta (NR-18) - produto de mistura de pigmento inorgânico com tíner, terebintina e outros diluentes. Inflamável e geralmente tóxica.

Tirante (NR-18) - cabo de aço tracionado.

Tolerância de espécie - é a insensibilidade de certa espécie a determinados produtos.

Exemplo: resistência do coelho à atropina, uma droga para fazer dilatar a pupila. Para o coelho a atropina não faz efeito.

Tolerância cruzada – é a tolerância que ocorre com o uso simultâneo de produtos farmalogicamente relacionados em particular os que atuam no mesmo sitio receptor. Exemplo: resistência do alcoólatra a anestésicos. Para muitos alcoólatras os anestésicos não fazem efeito

Torre de Elevador (NR-18) - sistema metálico responsável pela sustentação do elevador.

Trabalhador Qualificado (NR-32) - aquele que comprove perante o empregador e a inspeção do trabalho uma das seguintes condições:

a) capacitação mediante treinamento na empresa;

b) capacitação mediante curso ministrado por instituições privadas ou

públicas, desde que conduzido por profissional habilitado;

c) ter experiência comprovada em Carteira de Trabalho de pelo menos 06 (seis) meses na função. Este item foi abolido. Não consta mais na NR-32

Trabalhador Habilitado - aquele que comprove ter, expedida por algum órgão competente, a habilitação exigida pela lei para a função em questão.

Trabalhador Capacitado - aquele que é treinado, por outro profissional, para a função exigida.

Trabalhador Autorizado - aquele que é qualificado, habilitado e possui treinamento especifico para a função.

Transbordo (NR-18) - transferência de trabalhadores de embarcação para plataforma de trabalho, através de equipamento de guindar.

Transporte Semimecanizado (NR-18) - é aquele que utiliza, em conjunto, meios mecânicos e esforços físicos do trabalhador.

Trava de Segurança (NR-18) sistema de segurança de travamento de máquinas e elevadores.

Trava-Queda (NR-18) - dispositivo automático de travamento destinado à ligação do cinto de segurança ao cabo de segurança.

Túnel Pressurizado (NR-15) - é uma escavação, abaixo da superfície do solo, cujo maior eixo faz um ângulo não-superior a 45º (quarenta e cinco graus) com a horizontal, fechado nas duas extremidades, em cujo interior haja pressão superior a uma atmosfera;

Tubulão de Ar Comprimido (NR-15) - é uma estrutura vertical que se estende abaixo da superfície da água ou solo, através da qual os trabalhadores devem descer, entrando pela campânula, para uma pressão maior que atmosférica. A atmosfera pressurizada opõe-se à pressão da água e permite que os homens trabalhem em seu interior.

Ultravioleta - radiação eletromagnética, invisível ao olho humano, com comprimento de onda,

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entre 4000 Å (violeta) e aproximadamente o comprimento de onda dos raios X de baixa energia). Subdivide-se em UVA

entre 3200 e 4000 Å) e UVB ( entre 2900 e 3200Å) . Símbolo: Uv.

Válvula de Retenção (NR-18) a que possui em seu interior um dispositivo de vedação que sirva para determinar único sentido de direção do fluxo.

Vaso de Pressão designação genérica dos equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa

Veículo Precário (NR-18) veículo automotor que apresente as condições mínimas de segurança previstas pelo Código Nacional de Trânsito - CONTRAN.

Vergalhões de Aço (NR-18) barras de aço de diferentes diâmetros e resistências, utilizadas como parte integrante do concreto armado.

Verniz (NR-18) - revestimento translúcido, que se aplica sobre uma superfície; solução resinosa em álcool ou em óleos voláteis.

Vestimenta (NR-18) - roupa adequada para a atividade desenvolvida pelo trabalhador.

Vias de Circulação (NR-18) - locais destinados à movimentação de veículos, equipamentos e/ou pedestres.

Vigas de Sustentação (NR-18) - vigas metálicas onde são presos os cabos de sustentação dos andaimes móveis.

3 ACIDENTE DO TRABALHO Origem

Os acidentes do trabalho rememoram das primeiras atividades do homem voltadas à sua sobrevivência: a caça e a coleta. Os primitivos ancestrais do homem passavam por toda forma de penúria para conseguirem seu sustento. As caçadas eram atividades perigosas e extremamente arriscadas, com risco tanto de apanhar e matar uma presa quanto de serem, eles próprios, devorados. As coletas também exigiam, não raro,

habilidades para escalar em árvores de grande porte, sem qualquer proteção...

Desde a Idade da Pedra, há mais de 2,5 milhões de anos os seres humanos já fabricavam e utilizavam instrumentos para facilitar a execução de seus trabalhos. Eram manuseados instrumentos cortantes ou perfuro-cortantes, o que confirma as habilidades intelectuais dos seres primitivos. Mas tais instrumentos, por certo, eram causas de diversos acidentes.

Na medida em que se deu a evolução dos processos de produção aumentaram os riscos de acidentes do trabalho. Todavia, foi a partir da Revolução Industrial – século XVIII, que se verificou a intensificação da degradação do meio ambiente natural e humano (artificial, cultural e do trabalho). A exposição dos seres humanos aos riscos do trabalho aumentou desde então. E atualmente, em plena época da globalização, embora algumas empresas tenham implantado e implementado com sucesso as normas de segurança e medicina do trabalho, o índice de acidentes ainda é altíssimo e aviltante.

Cotrim sintetiza, em poucas linhas, a dura realidade do operariado na época da Revolução Social e as consequências da terrível exploração do trabalho humano:

Sempre com o objetivo de aumentar os lucros, o empresário industrial pagava o menor salário possível, enquanto o explorava ao máximo a capacidade de trabalho dos operários. Em diversas indústrias, a jornada de trabalho ultrapassava 15 horas diárias.

Os salários eram tão reduzidos que mal davam para pagar a alimentação de uma única pessoa. Para sobreviver, o operário era obrigado a trabalhar nas fábricas com toda a sua família, inclusive mulheres e crianças de até mesmo seis anos.

Além de tudo isso, as fábricas tinham péssimas instalações, o que prejudicava em muito a saúde do trabalhador.

Toda essa terrível exploração do trabalho humano acabou gerando lutas

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entre operários e empresários. Houve casos de grupos de operários que, armados de porretes, atacaram as fábricas, destruindo suas máquinas. Para eles, as máquinas representavam o desemprego, a miséria, os salários de fome e a opressão. Posteriormente, perceberam que a luta do movimento operário não devia ser dirigida contra a máquina, mas contra o sistema de injustiças criado pelo capitalismo industrial. Surgiram então os sindicatos operários, que iniciaram a luta por melhores salários e condições de vida para o trabalhador.

Há que se ressaltar que a invenção e utilização da máquina a vapor, ao invés de visar a redução dos esforços físicos, tiveram o escopo de potencializar o modo de produção capitalista. O avanço tecnológico e econômico desumanizou a economia. As máquinas, as exigências de aumento de produção, o vertiginoso crescimento tecnológico, a automação, a informatização e, especialmente, o advento do processo de globalização da economia implicam em desemprego para milhares de chefes de família e, via de consequência, ao contrário do que se aspirava, no crescimento do índice de pobreza mundial e também no aumento do número de desempregados, que se vêem obrigados a trabalhar no mercado informal, sem qualquer amparo das normas protetivas trabalhistas, inclusive das normas de segurança e medicina do trabalho, tornando-se vítimas de acidentes profissionais desamparadas do seguro social. O desemprego e a insegurança na área social inviabilizam o pleno exercício do trabalho, segundo os ditames sócio-jurídicos.

Assim, o problema atual do mercado e meio ambiente do trabalho agravou-se com o modo de produção neo-liberal transnacional – a globalização. Esse fenômeno da globalização é um verdadeiro paradoxo. Enquanto estimula o empresariado na busca dos Certificados da série ISO 9.000, ISO 14.000, dentre outros, tendo em vista a

competitividade do mercado, também empurra os trabalhadores para a informalidade, destituindo-os de seus direitos trabalhistas básicos. Dá-se início à "flexibilização selvagem", segundo assevera o incansável juslaborista defensor dos direitos mínimos do trabalhador – Sussekind.

Na América Latina, prevalece, infelizmente, a flexibilização selvagem, com a revogação ou modificação de algumas normas legais de proteção ao trabalhador e ampliação da franquia para reduzir os direitos e condições de trabalho, seja por meio de contratos coletivos, seja, em alguns países, por atos unilaterais do empregador, como no Chile, por exemplo.

A flexibilização selvagem, que compreende a desregulamentação ou derrogação de normas de proteção ao trabalhador, tem ampliado o contingente de seus propugnadores numa orquestração mundial de inegável reflexo na mídia. Essa campanha afronta, sem dúvida, a nova declaração universal dos direitos do homem, aprovada na assembleia geral das Nações Unidas de 1948, após o término da segunda grande guerra, que consagrou os princípios fundamentais do Direito do Trabalho e da seguridade social, tendo sido eles regulamentados pelo Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU.

No preâmbulo da declaração universal dos direitos da pessoa humana, como bem asseverou o saudoso jurista e político André Franco Montoro, há uma lei maior de natureza ética, cuja observância independe do direito positivo de cada Estado. O fundamento dessa lei é o respeito à dignidade da pessoa humana. Ela é a fonte das fontes do direito.

Considera-se de especial interesse mostrar algumas das novas facetas do contrato de trabalho impregnado pelas ideias neoliberais de flexibilização, que por suas características são extremamente extenuantes e, por conseguinte, são causas mediatas de acidentes laborais. O mestre aponta as seguintes mudanças:

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a) troca-se o salário fixo por prêmios, gratificações e salário-produção, o que leva o trabalhador a participar dos riscos do negócio e também fomenta o individualismo e a fragmentação do coletivo, também intensifica a competição entre colegas de trabalho, uma vez que "quem não segue à risca as ordens, quaisquer que sejam elas, pode perder o prêmio para o colega"...

b) a decomposição do salário-fixo em parcelas são consideradas simples liberalidades suprimíveis a qualquer tempo e, portanto, não integram o salário para fins de acerto rescisório (assistência médica, acesso a clubes de campo, etc.) e, se não bastasse "o mesmo processo de fragmentação do salário se insere na prática das negociações coletivas e na esfera legislativa, permitindo que se afaste de seu campo até mesmo utilidades típicas (habitação, transporte, etc.)";

c) " Em razão desse mesmo enxugamento da troca salário-trabalho, que faz lembrar a eliminação de porosidades do processo produtivo, a face social do salário vai perdendo espaço". É de somenos importância "que a família operária tenha um rendimento estável e cada vez mais que a produção se mantenha ótima". A título de exemplo Viana cita o não pagamento dos reflexos salariais ou redução do salário, "seja de forma clara e direta, em nível coletivo, seja de modo oculto e indireto, em nível individual, ao se exigir maior esforço do empregado".

d) Essa comutatividade trabalho/salário acentua também, em detrimento da qualidade de ser humano, a exploração do trabalhador como simples fonte de energia, como apenas mais uma peça integrante da força do trabalho, que está sujeita às alterações funcionais, às transferências;

e) pela mesma razão, "as pausas vão perdendo a relação com a fadiga e adquirindo mais um caráter de mercadoria, de crédito negociável. É assim, por exemplo, que surgem os bancos de horas

e se acentua, à margem da lei, a prática de acumular repousos semanais, trocados depois por dinheiro. Se não bastasse, "as duas tendências opostas (fortalecimento da troca salário/trabalho, enfraquecimento da relação fadiga/descanso)" tornam oportuna a responsabilização do "trabalhador por falhas na produção e se exija dele, em contrapartida, trabalho extra não pago";

f) "A importância da jornada de trabalho como meio de quantificar o salário se relativiza progressivamente. Graças à automação, à informática, aos novos métodos de organização e ao terror do desemprego, oito horas de trabalho podem exigir o esforço de doze. O operário de qualidade total economiza para o empregador contratos novos e horas-extras: melhor do que elastecer a jornada é intensificar o trabalho dentro dela";

g) "o ideal de estabilidade, que tutelava o empregado, é passo a passo substituído pelo ideal de instabilidade, que tutela a empresa. Tal como a máquina e a matéria-prima, o empregado vale o que produz".

A globalização da economia e as mudanças no mercado e no Direito do Trabalho, com precariedade das condições de segurança ambiental no trabalho, mais o modismo da flexibilização das normas trabalhista e a filosofia neoliberal do governo federal são responsáveis por esses resultados desastrosos que mantêm o país no ranking mundial em infortúnios do trabalho. É preciso, portanto, ao contrário da flexibilização desordenada, tornar o direito laboral mais forte, para fazer frente aos avanços ilimitados dos interesses do capital, principalmente para a proteção daquilo que parece ser essencial, qual seja, a manutenção do emprego, não qualquer emprego, mas um emprego que preserve a dignidade da pessoa, que aliás, trata-se de princípio fundamental da República Federativa (art. 1º, da Constituição Federal).

Ora, a globalização nada mais é que "uma nova divisão transnacional do

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trabalho". Desloca-se a produção, e com ela, movimentam-se os "contingentes humanos em todo o globo" em busca de trabalho. Há um grande número de operários obrigados, pelas circunstâncias, a trabalhar no mercado informal. Portanto, esse quadro socioeconômico e ambiental converte em negação do princípio protetor do contrato de trabalho, que legalmente é voltado aos empregados e, consequentemente, em negação dos fatores segurança e saúde daqueles que prestam serviços informais à empresa.

Assim o capital tem lucros imediatistas, deixando de investir em segurança e saúde física e psíquica dos trabalhadores, sem dar a devida importância à estrutura familiar e social do operariado, cujo resultado é a degradação do meio ambiente laboral, com a diversificação incontrolável do número doenças profissionais e o absurdo e inaceitável índice de acidentes do trabalho, que sequer está catalogado no quadro estatístico oficial, por se tratar de trabalhadores que não estão amparados pelo seguro social.

Definição

Acidente do Trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou a perda, ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.

Consideram-se acidente do trabalho as doenças profissionais e doenças do trabalho.

Equiparam-se também ao acidente do trabalho (art. 21 da Lei 8.213/91):

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

a) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para

melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

b) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;

c) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

Também é considerado legalmente acidente do trabalho, os infortúnios ocorridos nos intervalos destinados à refeição ou descanso, ou nos períodos destinados à satisfação das necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este.

Doença Profissional - é a doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. Os empregados que desenvolvem uma mesma atividade comumente estão sujeitos a contraí-la, uma vez que os riscos são inerentes à atividade em si.

Doença do trabalho - é aquela adquirida em função de condições

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especiais de trabalho em se evidencia a exposição a um determinado agente ambiental não comum a todos os profissionais que exercem aquela atividade.

As doenças que não são consideradas doenças do trabalho são (§ 1º do art. 20 da Lei 8.213/91 – PBPS):

a) Doença degenerativa; b) A inerente ao grupo etário; c) A que não produza incapacidade

laborativa; d) A doença endêmica adquirida por

segurado habitante de região em que ela se desenvolva.

Estatísticas de Acidente do Trabalho em 2009

Trabalhadores assegurados da previdência social – 723.452 (acidentes e doenças do trabalho).

17.693 doenças do trabalho; 623.026 afastamentos das

atividades devido à incapacidade temporária (302.648 até 15 dias e 320.378 com tempos de afastamento superior a 15 dias);

13.047 incapacidade permanente; 2.496 óbitos; 1 morte a cada 3,5 horas; 83 acidentes e doenças do trabalho

reconhecido a cada 1 hora de jornada diária.

Fonte: Previdência Social CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho

A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97.

A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão.

O acidente deve ser comunicado até o primeiro dia útil seguinte ao da

ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente (art. 22 da Lei 8.213/91 – PBPS). No caso de doença profissional, o dia do acidente será considerado a data do início da incapacidade laborativa ou o dia em que for realizado o diagnóstico (art. 23 da lei 8.213/91 – PBPS).

A CAT deve ser preenchida em quatro vias, com a seguinte destinação:

1ª via – ao INSS; 2ª via – à empresa; 3ª via – ao segurado ou

dependente; 4ª via – ao sindicato de classe do

trabalhador.

Auxílio-doença É o nome dado ao benefício

concedido pelo Ministério da Previdência Social, destinado ao indivíduo que esteja incapaz para o trabalho, mesmo que temporariamente, por doença, num período de mais de quinze dias consecutivos. A incapacidade para o trabalho é atestada por meio de exame realizado pelo INSS.

Para ter direito ao benefício, é necessária contribuição por, no mínimo, 12 meses para a Previdência Social. Se o trabalhador deixa de fazer o pagamento, as contribuições anteriores somente são consideradas se ele pagar pelo menos quatro parcelas que, somadas ao que foi quitado antes, totalizem no mínimo 12.

Algumas doenças são excluídas deste prazo de contribuição de 12 meses, devido às suas particularidades, como a alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, entre várias outras. Pagamento do auxílio-doença

No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, (com exceção do doméstico). A partir do 16º dia de afastamento do trabalho, o auxílio fica a cargo da Previdência Social.

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Para o restante dos segurados, incluindo o doméstico, a previdência paga o auxílio desde o início da incapacidade até a recuperação completa. No caso do contribuinte individual (empresário, profissional liberal, além de outros profissionais que trabalham por conta própria), entre outros (facultativo, especial, individual e avulsos), recebem o período integral do afastamento, a partir da data do requerimento. Cessação do benefício

Em termos básicos, o auxílio-doença previdenciário só deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando se transforma em aposentadoria por invalidez. Na verdade, há quatro possibilidades:

- o segurado recupera a capacidade para realizar o trabalho do qual fora desligado.

- quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez.

- por solicitação do segurado, com a concordância da perícia médica do INSS.

- quando o segurado retorna voluntariamente ao trabalho.

O trabalhador que, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o auxílio, não tem direito a este. Por outro lado, quando houver agravamento da enfermidade provocado pelo trabalho, o INSS considera que o trabalhador pode receber a ajuda. Auxílio-acidente

O auxílio-acidente é um benefício concedido pelo Ministério da Previdência Social ao trabalhador que sofreu um acidente de trabalho e ficou com sequelas que reduzem sua capacidade para o trabalho. É concedido aos trabalhadores que estavam recebendo o auxílio-doença, mencionado um pouco antes, e que ficam impossibilitados de exercer sua função trabalhista por período superior a 15 dias. Os primeiros 15 dias de afastamento são remunerados pela empresa e, a partir

disso, o pagamento é responsabilidade do Ministério da Previdência.

Tem direito ao benefício o trabalhador empregado que apresenta lesões decorrentes de acidente de trabalho, e que o impedem de voltar a trabalhar, sendo incluído neste grupo também o trabalhador avulso e o segurado especial, nas mesmas situações. A concessão do auxílio-acidente não exige que o trabalhador tenha um período mínimo de contribuição. O mesmo deixa de ser pago quando o trabalhador recupera a capacidade e retorna ao trabalho, ou então quando solicitar aposentadoria por invalidez, fazendo-se a troca de benefícios.

O empregado doméstico, o contribuinte individual (autônomo) e o contribuinte facultativo. Não podem solicitar o auxílio-acidente. A pessoa que trabalhar mesmo doente também não possui direito a receber o benefício. Pagamento do auxílio-acidente

O pagamento do auxílio-acidente começa logo após o término do fornecimento do auxílio-doença. Seu valor corresponde a 50% do salário utilizado no cálculo do auxílio-doença, corrigido até o mês anterior ao do início do pagamento do auxílio-acidente. O auxílio-acidente tem caráter indenizatório, podendo ser acumulado com outros benefícios que não a aposentadoria. Desse modo, quando o trabalhador se aposenta, o benefício deixa de ser pago.

Classificação dos acidentes de trabalho

São caracterizados em três tipos os acidentes de trabalho:

acidente típico – decorrente da característica da atividade profissional que o indivíduo exerce;

acidente de trajeto – acontece no trajeto entre a residência do trabalhador e o local de trabalho, ou vice-versa;

doença profissional ou do trabalho – desencadeada pelo exercício de determinada função, característica de um emprego específico.

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De acordo com dados estatais, os acidentes típicos são responsáveis por cerca de 84% do total de acidentes de trabalho, sendo que os acidentes de trajeto e as doenças profissionais ou do trabalho somam as duas juntas 16%.

Exceções O § 1º do art. 20 da lei 8.213/91 traz

a relação daquelas que não são consideradas doenças do trabalho. A saber:

a. doença degenerativa; b. doença inerente ao grupo

etário; c. aquela que não produza

incapacidade laborativa; d. a doença endêmica adquirida

por habitante de região em que ela se desenvolva.

Verificação

A responsabilidade por verificar o acidente de trabalho recai sob o perito, cujo trabalho, de modo bastante conciso, é estabelecer uma relação entre o acidente e a lesão.

É o médico perito quem dá a última palavra sobre o retorno do indivíduo ao exercício de sua função ou se este deverá ser afastado permanente ou temporariamente do emprego.

A empresa tem o dever de fazer uma comunicação informando sobre o acidente de trabalho no mesmo dia ou até o primeiro dia útil após o fato. No caso de morte a comunicação deve ser imediata. Caso essas determinações não sejam observadas, a empresa deverá realizar o pagamento de multa. Causas e consequências dos acidentes de trabalho

Causas As causas de acidentes de trabalho

observadas sob a ótica restrita ou imediata são apontadas como atos ou condições inseguros, como por exemplo:

a) contato da pessoa com um objeto, uma substância ou com outra pessoa;

b) exposição do indivíduo aos riscos que envolvam objetos, substâncias químicas ou outras pessoas ou condições; etc.

Em acepção ampla e mediata verifica-se que as causas acidentárias, quase sempre estão intrinsecamente ligadas ao incrível crescimento tecnológico experimentado pela humanidade nos últimos tempos e ao excessivo aumento da produção.

É lamentável, mas em pleno início do século XXI, os empreendimentos econômicos, ainda, são voltados para os lucros imediatos em detrimento dos investimentos em programas e equipamentos adequados à proteção coletiva, que são meios eficazes de combate a acidentes do trabalho. Prefere-se equipamentos paliativos de proteção individual, aos equipamentos de proteção grupal ou outras a tomar medidas preventivas coletiva, por julgá-los mais onerosos, o que caracteriza o desinteresse pelo meio ambiente laboral salutar.

Identificam-se, pois, como causas indiretas do aumento dos casos de doenças de origem psíquica e física e dos acidentes do trabalho, dentre outras: a complexidade das máquinas, a automação e a informatização, a crescente exposição aos ruídos, calor e substâncias tóxicas (condições insalubres, perigosas e penosas), ausência de efetividade das normas protetoras do ambiente laboral, a preferência apenas pela redução à eliminação dos riscos, deficiência no sistema de inspeção do trabalho, excesso de horas extras (que é uma das principais causas mediatas de acidentes laborais e do aumento do índice do desemprego), sistema inadequado de compensação de quadro de horários e dos turnos de revezamento, ausência de conscientização, a desmotivação, as exigências rigorosas nos processos de seleção combinada com deficiência de formação profissional, as dificuldades para atualizar os conhecimentos e acompanhar o desenvolvimento tecnológico para

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assegurar o direito ao trabalho digno, o temor do desemprego, a precarização dos direitos dos trabalhadores, o trabalho informal, a fadiga física e a tensão mental do trabalhador.

No órgão previdenciário os acidentes de trabalho são registrados para fins de levantamentos estatísticos apenas em bloco de números de benefícios concedidos: auxílio-doença ou auxílio-acidente, pensão por morte, sem determinar a origem do sinistro (as causas específicas, o local do trabalho, etc.).

Se não bastasse, percebe-se, com base na experiência forense, que há relutância, por parte do INSS, em reconhecer as doenças profissionais e do trabalho, diagnosticando-as, muitas vezes, como doenças normais, negando, consequentemente, o benefício respectivo.

Outra realidade lastimável ocorre nos hospitais ou clínicas médicas, onde os prontuários médicos deveriam registrar informações mais abrangentes sobre os trabalhadores/pacientes que ali buscam consulta ou internamento (como a profissão, a origem (local) e a causa mediata e imediata dos acidentes, doenças e morte destes, ou seja, dados mais específicos de um eventual acidente/doença do trabalho), mas não o fazem, geralmente, limitam-se apenas em constar os sintomas físicos ou mórbidos apresentados pelo paciente.

Diferentes não são os atestados médicos de óbito, que também, na sua maioria, somente constam as causas letais físicas, dos quais originam os registros de óbito – instrumento formal, exigido pela Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73, arts. 77 e ss.).

Como se vê, os trabalhadores que não têm vínculo com a Previdência Social estão alijados das estatísticas oficiais, especialmente das estatísticas de tal órgão. Portanto, embora possa verificar uma redução significativa do número de sinistros trabalhistas sofridos pela massa de segurados da Previdência Social, segundo o quadro de estatísticas de

acidente do trabalho no Brasil – 1970/2000 (em anexo), não se pode dizer que o referido quadro retrata a realidade brasileira, porquanto, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 1991 e 1996, o percentual de trabalhadores sem carteira assinada passou de 40% para 47% no conjunto de seis regiões metropolitanas pesquisadas. Depois de se manter estável entre 1996 e 1997, a informalidade no mercado de trabalho brasileiro voltou a crescer no final da década de 90, como reflexo da crise da economia brasileira, até chegar a 50% no final de 1999 e ultrapassar os 60% em 2003.

Consequências

Os efeitos dos acidentes do trabalho são inúmeros e extremamente negativos e onerosos. Curialmente o trabalhador acidentado e sua família sofrem os maiores prejuízos (mutilação, incapacidade para o trabalho, morte, dor pelos danos físicos, psíquicos e morais, marginalização social, pobreza, etc.). Além deles, outros prejuízos socioeconômicos são detectáveis. Os custos sociais da Previdência Social são altíssimos, considerando os gastos com benefícios: aposentadorias antecipadas (especiais e por invalidez), auxílios-doença, pensão por morte, auxílio-acidente, reabilitação e readaptação do segurado-acidentado, gastos com saúde. As empresas também perdem grandes somas e credibilidade social com os acidentes. Por um lado, precisam arcar com despesas imediatas com o acidentado (atendimento médico-ambulatorial, transporte, medicamentos, pagamento às vítimas de diárias correspondentes ao valor proporcional de seu salário-base até o 15º de afastamento, sem isenção dos encargos sociais relativos. Por outro lado, há queda na produção (pela perda e eficiência do processo, contratação de substituto ou necessidade de horas extras), inutilização de máquinas, insumos, produtos, necessidade de reposição de material

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inutilizado. etc. Além destes prejuízos, a empresa, a longo prazo, poderá ser obrigada a fazer a reinserção do acidentado pelo período de estabilidade adquirido, etc.), arcar com despesas advocatícias, judiciais, indenizatórias, multas administrativas, ter perdas negociais (multas contratuais por atraso de produção, rescisão de contratos), perda de certificados de gestão de qualidade, de gestão ambiental, etc.

Ademais, vale lembrar que a fadiga física e mental dos demais trabalhadores, gerada pela ocorrência do sinistro, implica em absenteísmo, rotatividade de mão-de-obra, novos acidentes entre outras perdas.

Dado o altíssimo índice mundial de acidentes do trabalho, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com fito de reduzi-lo, lançou em 1976, o programa para o melhoramento das condições e do meio ambiente do trabalho (PIACT), mediante a implantação e implementação de medidas de segurança e higiene laboral, cujo início se deu na América Latina.

Após o lançamento desse programa, especialmente no Brasil, notou-se a efetiva queda dos índices dos infortúnios do trabalho entre os operários segurados pela Previdência Social, segundo estatísticas oficiais. Observou-se, também que além de evitar os conhecidos prejuízos sociais e humanos, as empresas que implementaram esse programa tiveram significativa diminuição dos prejuízos econômicos (continuidade e elevação da qualidade da produção, eliminação de desperdícios, etc.).

Entretanto, verificou-se a partir dos noticiários da imprensa falada e escrita e das doutrinas estudadas, que embora haja diminuído a ocorrência dos infortúnios laborais no Brasil, o país ainda é palco de um dos maiores índices de acidentes do trabalho do mundo.

As informações obtidas no sítio da Campanha Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho – 2002, realizado pela Confederação Nacional da Indústria

(CNI) e coordenado pela Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA) – www.sst-cni-sesi.org.br – confirmam as benesses da prevenção de acidentes do trabalho. Ficou demonstrado que as empresas que implantaram e implementaram as medidas prevencionistas de acidentes laborais conseguiram a redução destes e dos prejuízos econômicos.

Por fim, muitas empresas desinformadas ou negligentes, quando adotam algumas medidas preventivas dos acidentes laborais, escolhem as paliativas, como o uso de equipamentos de proteção individual e/ou pagamento dos referidos adicionais e deixam de implantar medidas de proteção coletiva, mais eficazes na eliminação ou redução dos riscos do ambiente do trabalho, por julgarem as últimas mais onerosas ou por simples desinteresse.

Agem em desacordo com os estudos das organizações governamentais (FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) ou privadas (CNI - Confederação Nacional da Indústria, ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes, etc.) e violam as exigências da legislação trabalhista que impõe ao empreendedor a obrigação de, primeiramente, eliminar os riscos do trabalho ou, se impossível, no mínimo, procurar reduzi-los (Convenções da OIT nº 148, arts. 9 e 10 e nº 155, art. 4.2; CLT, art. 166 c/c NR-4, item 4.12, "a").

Responsabilidades inerentes ao meio ambiente do trabalho e seus fundamentos legais Ambiente laboral – direito coletivo

O bem-estar comum é direito de todos, mas também é dever do Estado e de toda a sociedade. Somente uma sociedade racional, responsável e solidária terá condições de proporcionar vida digna que permita a seus integrantes gozar plenamente do tão propalado bem comum,

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o qual é incompatível com as distorções sociais hoje existentes.

É imperativa a busca de uma convivência mais harmoniosa entre os diferentes setores e atores sociais no interior da cada país, entre os povos, entre os seres humanos e entre estes e o ambiente natural, do qual tomamos parte. Enfim, é imprescindível a construção de um meio ambiente sustentável, incluso o meio ambiente laboral salutar, que é direito difuso e coletivo da sociedade.

Nesse contexto, o meio ambiente do trabalho sustentável implica em conjunto de condições existentes no local de trabalho voltado à qualidade de vida do trabalhador. Meio ambiente este que acolhe a maior parte dos cidadãos brasileiros por um longo período de suas vidas. Portanto, as agressões afetas ao ambiente laboral não acometem somente o trabalhador e sua família, mas a toda sociedade.

O meio ambiente do trabalho sob a égide constitucional: prevenção de riscos acidentários e reparação

A constitucionalização do Direito do Trabalho ocorreu após a Primeira Guerra Mundial (1914/1918). Nesta época a questão social do trabalho girava em torno do sacrifício de milhares de trabalhadores e suas famílias em prol do aumento da produção. Exigia-se uma resposta satisfatória aos anseios dos seres humanos, que vislumbravam no trabalho o meio de alcançar uma existência digna. Tendo em vista que o trabalho dignifica o ser humano, foi e é necessária a existência de normas protetoras do direito ao trabalho, bem como de condições dignas para executá-lo. Tornou-se imperioso traçar os direitos mínimos dos trabalhadores com fito de se equilibrar a relação entre o capital e a mão de obra, sem prejuízo de outros direitos que visem melhores condições sociais à classe operária e as suas famílias.

No Brasil, o direito trabalhista foi fortalecido pelo Direito Constitucional em

1934. Contudo, somente a Constituição de 1946 deu maior ênfase à necessidade de proteger os direitos humanos.

Destarte, além de resgatar a matéria concernente ao direito do trabalho da Carta de 1934, ela estabeleceu diversas normas visando melhores condições de trabalho relativas ao meio ambiente laboral e incorporou outras normas trabalhistas já reguladas em leis ordinárias, elevando-as ao nível constitucional. Houve preocupação com a segurança e higiene no trabalho; assistência sanitária, inclusive hospitalar e médica preventiva ao trabalhador e à gestante; previdência a favor da maternidade e contra as consequências da doença, da velhice, da invalidez, da morte, por meio de contribuições da União, dos empregadores e dos empregados, dentre outros.

Convém assinalar, porém, que somente com a atual Carta Magna, o meio ambiente do trabalho tomou contornos mais amplos e definidos, bem como se determinou regras mais eficazes para sua proteção e defesa, incumbindo esta responsabilidade tanto ao Poder Público como à sociedade.

Ao constitucionalizar as normas trabalhistas, a Constituição Brasileira de 1988 o fez mediante estabelecimento de vários princípios. O primeiro deles é um princípio implícito, que se deduz de vários dispositivos da nossa Carta Magna: o Princípio do Direito Social ao Trabalho em um Meio Ambiente Sustentável, com fito de propiciar vida digna aos trabalhadores e a sua família. Entre os princípios fundamentais constitucionais, estão estatuídos os princípios da valorização do trabalho, da livre iniciativa e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, incs. III e IV). A ordem social e econômica, com o escopo de dar efetividade aos princípios fundamentais, tem como base o primado da vida digna e da valorização do trabalho humano, visando a melhoria das condições sociais do trabalhador e de sua família (CF/88, arts. 7º, caput; 170; 200, inc. VIII, 225).

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Depreende-se, pois, que "a busca do progresso deve estar em harmonia com a observância de princípios éticos e de Justiça Social, tidos como fundamentais", ideia deduzida de forma lapidar por Nelson Mannrich.

Dessa forma, todo e qualquer empreendimento deve observar sua função social (CF/88, art. 170, inc. III), traçar metas para convergir sua finalidade econômica com os objetivos sociais e de proteção ambiental.

O maior bem e direito tutelado pela nossa Carta Magna é o direito a vida plena, a qual é impossível em um meio ambiente pernicioso. Por essa razão a mens legis constitucional tem como fulcro a proteção desse bem maior e de todos direitos a ela relacionados, inclusive o direito ao ambiente laboral salutar. A integridade física e mental dos trabalhadores depende da tutela da saúde, higiene e segurança, inerentes ao meio em que realizam suas atividades laborais e também ao meio externo.

Categoricamente, a Constituição assegura que "todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida..." (art. 225), incluso o meio ambiente de trabalho.

Como uma vida sadia pressupõe a ausência de doenças físicas ou psíquicas, o Texto Maior impõe ao Poder Público a obrigação de garanti-la "mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação." (art.196). Também, incumbiu "ao sistema único de saúde(...), além de outras atribuições, nos termos da lei: (...) executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; (...) colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho" (CF/88, art. 200, incs. II e VIII).

Se a todos é assegurado o direito ao meio ambiente sustentável, também a

todos impende o dever de protegê-lo e defendê-lo, não só ao Poder Público. Este, contudo, está encarregado, pela nossa Lei Fundamental, de promover a educação ambiental de toda a sociedade (CF/88, art. 225, § 1º, inc. VI).

Somente a partir da conscientização pública sobre a importância da preservação do meio ambiente para as gerações atuais e futuras, sobre as formas de efetivar esta proteção, é que a coletividade (associações sindicais e outras) e até mesmo o cidadão terá condições para atuar administrativamente ou propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. (CF/88, art. 5º, inc. LXXIII).

E quanto ao ambiente do trabalho, a Constituição Federal determina que "são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança" (CF/88, art. 7º, inc. XXII). Também no artigo 7º, traça normas básicas para a redução a fadiga física e mental dos trabalhadores ao estabelecer "a proteção em face da automação, na forma da lei; que a duração do trabalho normal não [seja] superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; [e que a] jornada [máxima] de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; [bem como o] repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos" (CF/88, art. 7º, incs. XIII, XIV, XV, XXVII). E no inciso XXXIII do mesmo artigo protege os trabalhadores menores que estão em plena formação física e psíquica ao proibir o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na

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condição de aprendizes, a partir de quatorze anos.

No que tange a reparação de danos oriundos de meio ambiente de trabalho inadequado, ou outras formas de infortúnios ao trabalhador, a Carta Fundamental define a obrigatoriedade de seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (CF/88, art. 7º, inc. XXVIII). Além desse seguro obrigatório, estabelece que de forma direta fica a cargo do empregador ou equiparado, bem como a cargo do trabalhador, o custeio da seguridade social (CF/88, art.195, incs. I e II), e impõe à previdência social a responsabilidade objetiva pela cobertura de eventos como doença, invalidez e morte do trabalhador segurado (CF/88, art. 201, inc. I).

Contudo, há de se ressaltar que além da previsão específica que obriga o empregador indenizar o trabalhador acidentado, caso aquele tenha agido com dolo ou culpa, o parágrafo 3º do artigo 225 de nossa Carta Magna, estabelece a responsabilidade objetiva das pessoas físicas ou jurídicas, cuja conduta ou atividade tenha provocado agressões ao meio ambiente e sujeita os infratores às sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

4 LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR

A sociedade é regida por algumas regras de comportamento, ou seja, por leis que são fundamentais no ordenamento social. Entre outros “bens” protegidos pela legislação, está a vida. E para garantir a nossa segurança e sobrevivência, existem regras específicas.

Assim como nos demais segmentos, o ambiente de trabalho possui suas regras próprias que visam garantir a saúde e a segurança das pessoas. No âmbito privado, por exemplo, aplicam-se as Normas Regulamentadoras (NRs) do

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O MTE já editou, ao todo, 34 NRs.

No caso do serviço público, todos os aspectos referentes aos servidores são regulamentados por legislação específica elaborada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). São exceções apenas as NRs do MTE 07 (Programa de Controle Médico Ocupacional) e 09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – que se aplicam também ao serviço público por determinação do MPOG.

Conheça a legislação sobre Saúde e Segurança do Trabalho para os servidores:

● Art. 206-A da Lei 8.112 de 11/12/1990 – Dispõe sobre os Exames médicos periódicos de servidores:

Art. 206. O servidor que apresentar

indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.

Art. 206-A. O servidor será submetido a exames

médicos periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. (Incluído pela Medida Provisória nº 441, de 2008)

Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento).

Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela Medida provisória nº 632, de 2013)

I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo órgão ou entidade a qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído pela Medida Provisória nº 632, de 2013)

II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parceria com os órgãos e entidades da administração direta, suas autarquias e fundações; (Incluído pela Medida provisória nº 632, de 2013)

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III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistência à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma do art. 230; ou (Incluído pela Medida provisória nº 632, de 2013)

IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contrato administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes. (Incluído pela Medida provisória nº 632, de 2013)

● Decreto 6.856 de 25/05/2009 – Regulamenta o Art. 206-A sobre Exames Médicos Periódicos

DECRETO Nº 6.856, DE 25 DE MAIO

DE 2009 Regulamenta o art. 206-A da Lei nº

8.112, de 11 de dezembro de 1990 - Regime Jurídico Único, dispondo sobre os exames médicos periódicos de servidores.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 206-A da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, DECRETA: Art. 1º A realização dos exames médicos periódicos dos servidores da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, de que trata o art. 206-A da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, observará o disposto neste Decreto.

Art. 2º A realização de exames médicos periódicos tem como objetivo, prioritariamente, a preservação da saúde dos servidores, em função dos riscos existentes no ambiente de trabalho e de doenças ocupacionais ou profissionais.

Art. 3º Os servidores regidos pela Lei nº 8.112, de 1990, serão submetidos a exames médicos periódicos, conforme programação adotada pela administração pública federal.

Parágrafo único. Na hipótese de acumulação permitida de cargos públicos federais, o exame deverá ser realizado

com base no cargo de maior exposição a riscos nos ambientes de trabalho.

Art. 4º Os exames médicos periódicos serão realizados conforme os seguintes intervalos de tempo: I - bienal, para os servidores com idade entre dezoito e quarenta e cinco anos; II - anual, para os servidores com idade acima de quarenta e cinco anos; e III - anual ou em intervalos menores, para os servidores expostos a riscos que possam implicar o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional ou profissional e para os portadores de doenças crônicas.

Art. 5º Os servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas serão submetidos a exames médicos complementares a cada seis meses.

Art. 6º A administração pública federal poderá programar a submissão dos servidores à avaliação clínica e aos exames laboratoriais, a seguir especificados, bem como a outros considerados necessários, a seu critério:

I - avaliação clínica; II - exames laboratoriais: hemograma completo, glicemia, urina tipo I, creatinina, colesterol total e

triglicérides,

F

AST (Transaminas Glutâmica Oxalacética - TGO);

g

ALT (Transaminas Glutâmica Pirúvica - TGP); e citologia oncótica (Papanicolau) para mulheres.

III - servidores com mais de quarenta e cinco anos de idade: oftalmológico; e

Parágrafo único. O exame de citologia oncótica é anual para mulheres que possuem indicação médica e, caso haja dois exames seguidos com resultados normais num intervalo de um ano, o exame poderá ser feito a cada três anos.

Art. 7º Os servidores expostos a agentes químicos serão submetidos aos exames específicos de acordo com as

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dosagens de indicadores biológicos previstos em normas expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego ou pelo Ministério da Saúde.

Art. 8º Os servidores expostos a outros riscos à saúde serão submetidos a exames complementares previstos em normas de saúde, a critério da administração.

Art. 9º Compete à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão:

I - definir os protocolos dos exames médicos periódicos, tendo por base a idade, o sexo, as características raciais, a função pública e o grau de exposição do servidor a riscos nos ambientes de trabalho; II - supervisionar a realização desses exames pelos órgãos e entidades da administração pública federal; III - expedir normas complementares à aplicação deste Decreto; e IV - estabelecer procedimentos para preservação do sigilo das informações sobre a saúde do servidor, restringindo-se o acesso apenas ao próprio servidor, ou a quem este autorizar, e ao profissional de saúde responsável.

Parágrafo único. Os dados dos exames periódicos comporão prontuário eletrônico, para fins coletivos de vigilância epidemiológica e de melhoria dos processos e ambientes de trabalho, sendo garantido o sigilo e a segurança das informações individuais, de acordo com o previsto em normas de segurança expedidas pelo Conselho Federal de Medicina.

Art. 10. A despesas decorrentes desde Decreto serão custeadas pela União, com recursos destinados à assistência médica e odontológica aos servidores, empregados e seus dependentes, nos limites das dotações orçamentárias consignadas a cada unidade orçamentária.

Art. 11. Os exames médicos periódicos, a cargo dos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da

Administração Federal - SIPEC, serão prestados:

I - diretamente pelo órgão ou entidade;

II - mediante convênio ou instrumento de cooperação ou parceria com os órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional;

III - mediante contrato administrativo, observado o disposto na Lei nº 8.666, de 21 de julho de 1993, e demais disposições legais.

Art. 12. É lícito ao servidor se recusar a realizar os exames, mas a recusa deverá ser por ele consignada formalmente ou reduzido a termo pelo órgão ou entidade.

Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de maio de 2009; 188º da Independência e 121º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Paulo Bernardo Silva

Este texto não substitui o original

publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 26/05/2009

Publicação: Diário Oficial da União - Seção 1 -

26/5/2009, Página 6 (Publicação Original) ● Instrução Normativa nº 01, de 03

de Julho de 2008 – Estabelece Procedimentos mínimos para a realização dos Exames Periódicos

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01, DE 3 DE JULHO DE 2008

Estabelece orientações aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC sobre os procedimentos mínimos para a realização de exames periódicos previstos no art. 21, Inciso II, da Portaria Normativa nº 01, de 27 de dezembro de 2007.

O SECRETÁRIO DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO DO

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PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO,

no uso de suas atribuições e considerando o disposto no inciso II do art.

21 da Portaria Normativa nº 1, de 27 de dezembro de 2007 e no Decreto nº 6.081,

de 12 de abril de 2.007, resolve: Art. 1º Os órgãos e entidades do

SIPEC deverão observar, para a realização dos exames periódicos dos servidores públicos federais ativos, os procedimentos estabelecidos nesta Instrução Normativa, a serem realizados pelas operadoras de plano de saúde contratadas ou conveniadas e pelos serviços prestados diretamente pelos órgãos e entidades.

Art. 2º Os exames serão realizados observados os seguintes intervalos de tempo:

I – Anual para os servidores maiores de 45 anos;

II – Bianual para os servidores entre 18 e 45 anos; e

III – A cada ano ou a intervalos menores para os servidores expostos a riscos ou a situações de trabalho que impliquem o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional ou para aqueles portadores de doenças crônicas, ou ainda como resultado de negociação. Art. 3º Todos os servidores, inclusive aqueles que desenvolvem atividades de cunho administrativo e os que se enquadram nas categorias com risco ocupacional ergonômico e relacionado à organização do trabalho, deverão ser submetidos aos seguintes exames:

I – avaliação clínica; II – exames laboratoriais; a) hemograma completo; b) glicemia; c) urina tipo I (EAS); d) creatinina; e) colesterol total e triglicérides; f) AST (TGO); g) ALT (TGP); e h) citologia oncótica (Papanicolau),

para mulheres.

III - Servidores com mais de 45 anos de idade:

- Oftalmológico IV – Servidores com mais de 50 anos:

a) pesquisa de sangue oculto nas fezes (método imunocromatográfico)

b) mamografia, para mulheres; e c) PSA, para homens Parágrafo único. O exame de

citologia oncótica é anual para mulheres com vida sexual e, caso haja dois exames seguidos com resultados normais, num intervalo de um ano, o exame poderá ser feito a cada três anos.

Art. 4º Os servidores expostos a agentes químicos, deverão ser submetidos aos exames específicos de acordo com as dosagens de indicadores biológicos previstos no Quadro I, anexo à Norma Regulamentadora nº 7, do Ministério do Trabalho e Emprego.

Art. 5º Os servidores expostos a riscos à saúde deverão ser submetidos aos exames complementares previstos no Quadro II, anexo à Norma Regulamentadora nº 7, do Ministério do Trabalho e Emprego.

Art. 6º Todos os servidores deverão realizar os exames periódicos, custeados pela União, com base nos recursos disponibilizados para a assistência à saúde suplementar, no limite do valor estabelecido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na forma disposta no art. 11 da Portaria Normativa nº 1, de 27 de dezembro de 2007.

Art. 7º Caberá à Secretaria de Recursos Humanos dirimir as possíveis divergências em relação à realização de exames complementares relacionados aos riscos da atividade ou ao local de trabalho. DUVANIER PAIVA FERREIRA

Secretario de Recursos Humanos

● Portaria n 1.675 de 06/10/2006 – Estabelece os procedimentos operacionais a serem implantados na concessão de benefícios de que trata a Lei 8.112/90 e Lei

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8.527/97, que abrange os processos de saúde, e dá outras providências

PORTARIA MOG Nº 1.675, DE 06 DE

OUTUBRO DE 2006 - DOU DE 10/10/2006 Estabelece orientação para os

procedimentos operacionais a serem implementados na concessão de benefícios de que trata a Lei 8.112/90 e Lei 8.527/97, que abrange processos de saúde, e da outras providências.

O SECRETÁRIO DE RECURSOS

HUMANOS DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 45 e 33 do anexo I do disposto no Decreto 5.719 de 13 de março de 2006, resolve:

Art. 1º Instituir o Manual para os Serviços de Saúde dos Servidores Civis Federais, a ser adotada como referência aos procedimentos periciais em saúde, e para uso clínico e epidemiológico, constantes no anexo I desta Portaria.

Art. 2º Fica recepcionada no âmbito do SIPEC, as Normas Regulamentadoras do Trabalho de nº 07, 09, criadas pela Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho, com o objetivo de orientar as ações abrangidas pelo art. 1º.

Art. 3º. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

SÉRGIO EDUARDO ARBULU MENDONÇA

Este texto não substitui o publicado

no DOU de 10/10/2006 - seção 1.

ANEXO MANUAL PARA OS SERVIÇOS DE

SAÚDE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS FEDERAIS

APRESENTAÇÃO A Coordenação Geral de

Seguridade Social e Benefícios do Servidor da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão foi criada em julho de 2003, com o

objetivo de propor uma política de seguridade social uniforme para todos os servidores públicos civis federais, fazendo com que seus vértices: assistência social (pagamento de auxílios, como alimentação, creche, transporte), saúde suplementar, saúde ocupacional e previdência, tivessem um norteador comum, privilegiando uma gestão eficiente e valorizando o servidor.

O descompasso operacional entre esses vértices provoca grandes perdas ao servidor e ao Estado, com danos diretos e indiretos à sociedade.

No caso específico dos serviços de saúde e de perícia médica, é flagrante a diferença de tratamento dado à matéria por diversos órgãos e entidades do SIPEC, fazendo com que muitas vezes servidores de órgãos diversos, com a mesma patologia, tivessem encaminhamentos administrativos diferentes, não respeitando, dessa forma nem a administração pública e nem o servidor.

Isto posto, o presente manual vem com o objetivo de, à luz da legislação vigente, em especial da Lei 8.112 de 11 de dezembro de 1990 e da Lei 9.527 de 10 de dezembro 1997, apresentar normas e critérios para uniformização e padronização de condutas no âmbito do Serviço Público Federal, no que se refere ao serviço de saúde e perícia médica do servidor, o que permitirá implantar de forma efetiva um paradigma da valorização do servidor e, ao mesmo tempo, viabilizar uma gestão mais eficiente no que se refere à saúde, na esfera dos setoriais de recursos humanos.

Sérgio Eduardo Arbulu Mendonça Secretário de Recursos Humanos

INTRODUÇÃO Este manual visa uniformizar e

padronizar o atendimento ao servidor público civil do executivo federal acometido de algum agravo à sua saúde ou que necessite de outros tipos de licença amparados pela legislação, que requeiram avaliação por uma Equipe Profissional de Saúde.

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O objetivo é o de instituir tratamento igualitário e transparente em todo o Brasil, por meio do estabelecimento de protocolos, procedimentos e formulários padrão, evitando assim que situações semelhantes tenham tratamentos administrativos diferenciados, o que gera desgaste e abre espaço para demandas judiciais.

Neste manual especificamos as competências dos profissionais de saúde que participam da equipe, orientando rotinas e esclarecendo procedimentos. Em anexo, apresentamos a Legislação pertinente assim como os formulários acordados.

A equipe multiprofissional de saúde terá várias e diferentes atribuições, desde a perícia médica, vigilância ambiental dos locais de trabalho , vigilância à saúde do servidor, elaboração de pareceres especializados, até a elaboração e coordenação de programas de reabilitação, readaptação que visem à melhoria da qualidade de vida do servidor em todos os aspectos.

Este Manual está inserido dentro da Política de Seguridade Social e Benefícios do Servidor Público Civil Federal que possui como norteador o Sistema Integrado de Saúde Ocupacional do Servidor Civil da administração Pública Federal - SISOSP.

I. CONCEITUAÇÃO BÁSICA SAÚDE

Ao propormos um manual que trata de procedimentos para os serviços de saúde dos servidores públicos civis federais, é essencial analisar o significado de “saúde sob uma perspectiva histórica”.

A saúde, no decorrer da construção do processo sociocultural da humanidade, tem sido definida por diversos modos. Na Grécia antiga, a saúde era uma condição de equilíbrio do corpo “mens sana in corpore sano”. Para os índios Norte Americanos, saúde era estar em harmonia com a natureza. Os chineses antigos acreditavam que saúde era o reflexo de uma força chamada "QI" (Edelman 1986).

Não obstante esse caráter humanitário e holístico proposto por diversas civilizações no decorrer da história, a medicina ocidental, no início do século XX, talvez influenciada por uma visão positivista, construiu um modelo de saúde compartimentalizado. Essa visão perdurou durante todo o século XX, o que levou a uma concepção de saúde curativa -e não preventiva-, cujo foco primário concentrou-se na doença e na incapacidade. Somente na década de 1990, a postura médica em função dos custos crescentes deste modelo, começou a mudar para uma visão mais holística e completa do que é saúde.

Em 1946, a Organização Mundial de Saúde introduziu uma dimensão mais qualitativa de saúde em sua definição: saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença ou enfermidade, ou numa definição mais contemporânea: saúde é a qualidade de vida envolvendo as aptidões individuais do ponto de vista social, emocional, mental, espiritual e físico, as quais são consequência das adaptações ao ambiente em que vivem os indivíduos.

SAÚDE DO SERVIDOR Para caracterizar o caráter holístico

de saúde que irá nortear este manual, torna-se necessário buscar a definição de saúde do servidor, que se insere em uma das áreas da Saúde Pública e tem como objetivos primordiais a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos dos agravos e da organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada.

O conceito de “Promoção de Saúde”, norteador deste manual, amplia o espírito do direito administrativo vigente, focado tão somente na capacidade laboral do servidor, exprimindo, dessa forma, uma ideia de interdisciplinaridade, o que exigirá

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um preparo amplo e uma visão abrangente dos profissionais de saúde envolvidos.

Capacidade laborativa

É uma avaliação médico-pericial, destinada a responder aos quesitos estabelecidos, atendendo aos conceitos e aos critérios legais e padronizados neste manual.

No critério de avaliação da capacidade laborativa, deve-se considerar os seguintes elementos: alterações mórbidas obtidas por meio da anamnese, exame físico, exames laboratoriais e, se necessário, pareceres de outros profissionais de saúde; histórico ocupacional, avaliação psico-social e verificação de causualidade com a ocupação atual e passada (nexo-causal) e outras julgadas assim como observância dos dispositivos legais.

A presença da doença, por si só, não significa a existência de incapacidade laborativa - o que importa é a sua repercussão no desempenho das atividades.

Na avaliação da capacidade laborativa e suas consequências, como no caso da concessão ou não da licença médica, assim como da sua suspensão, o médico perito deve levar em conta a relação entre a patologia apresentada e a incapacidade para o trabalho, considerando o aspecto socioeconômico do servidor - bem como a possibilidade por exemplo o meio de transporte que utiliza, e a possibilidade de ser acompanhado ou não ao local de trabalho, entre outros. Incapacidade laborativa

Entende-se por incapacidade laborativa a impossibilidade de desempenho do servidor de atividades específicas ao seu cargo, função ou emprego, decorrentes das alterações patológicas consequentes aos agravos apresentados.

Deverão ser sempre considerados, dentro do critério de avaliação da incapacidade, a possibilidade de

agravamento da doença, bem como o risco de vida para a pessoa ou para terceiros, que a continuação do trabalho possa acarretar, sob determinadas condições em que ele é executado pelo servidor .

O conceito de incapacidade deve ser analisado quanto ao grau, à duração e à profissão ou função desempenhada.

Quanto ao grau - a incapacidade laborativa pode ser parcial ou total:

a) considerar-se-á como parcial o grau de incapacidade que ainda permita o desempenho de atividade laboral, sem risco de vida ou agravamento maior.

b) considerar-se-á incapacidade total a que gera a impossibilidade de desempenho de atividade laboral, não permitindo atingir a média de rendimento, alcançada em condições normais, pelos servidores do cargo, função ou emprego do examinado.

Quanto à duração - a incapacidade laborativa pode ser temporária ou permanente:

a) considera-se temporária a incapacidade para a qual se pode esperar recuperação dentro de prazo previsível ou não;

b) considera-se incapacidade permanente aquela insuscetível de alteração com os recursos da terapêutica, readaptação e reabilitação disponíveis à época da avaliação pericial.

Quanto à profissão - a incapacidade laborativa pode ser:

a) uni - profissional - é aquela em que o impedimento alcança apenas uma atividade específica;

b) multiprofissional - é aquela em que o impedimento abrange diversas atividades profissionais;

c) omniprofissional - é aquela que implica a impossibilidade do desempenho de toda e qualquer atividade laborativa. Esse conceito tem caráter teórico, salvo e objetivo exceto em situações transitórias.

Também nunca pode ser de caráter

subjetivo.

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INVALIDEZ Entende-se por invalidez a

incapacidade laborativa total, permanente e omniprofissional, insuscetível de recuperação ou reabilitação profissional, em consequência de doença ou acidente.

As conclusões da avaliação da

incapacidade, com base em exame pericial, deverão ser as mais rápidas possíveis, permitindo-se diagnósticos sindrômicos ou sintomáticos diante de incapacidade.

A incapacidade permanente ou invalidez acarreta a aposentaria, por tornar o servidor incapaz de prover a sua subsistência e /ou a realização das atividades da vida diária.

Vigilância à saúde do servidor / vigilância

ambiental às condições de trabalho.

A Vigilância à Saúde do Servidor compreende uma atuação contínua e sistemática, ao longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos tecnológico, social, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma a eliminá-los ou controla-los.

A Vigilância à Saúde do Servidor compõe-se de um conjunto de práticas sanitárias, articuladas supra - setorialmente, cuja especificidade está centrada na relação da saúde com o ambiente e os processos de trabalho e desta com a assistência, calcada nos princípios da vigilância em saúde, para a melhoria das condições de vida e saúde da população. Doença incapacitante

É o agravo que produz incapacidade para desempenhar as tarefas da vida diária e laborais consideradas como atividades normais do ser humano. Essa incapacidade

pode ser reversível, quando passível de reabilitação ou readaptação, ou irreversível quando as opções de reversibilidade não são efetivas.

Por ser considerada doença incapacitante, seu agravo (ou sua constatação) deverá impedir o servidor que exerça a maioria de suas atividades e não apenas um conjunto delas.

A incapacidade permanente ou invalidez, assim como as patologias reconhecidas que concedem isenção do imposto de renda, acarretam a aposentadoria, por tornar o servidor incapaz de prover a sua subsistência.

Observação: O conceito de doença incapacitante , proposto neste manual, vem ampliar a proposta atual ainda vigente, devendo, portanto, ser seguido, tão somente, como um orientador para os serviços de saúde. O presente manual entrará em vigor quando o artigo 1º da Emenda Constitucional, nº 47, publicado no DOU de 06/07/2005, for regulamentado por Lei.

Atividades de vida diária

Atividades de Vida Diária (AVD's) são as tarefas pessoais, bem como aquelas concernentes ao autocuidado como também outras habilidades pertinentes ao dia - a - dia de qualquer pessoa considerada normal.

São consideradas “AVD's”: Cuidados Pessoais: escovar os

dentes, pentear os cabelos, vestir-se, tomar banho, calçar sapatos, alimentar-se, beber água, fazer uso do vaso sanitário, etc.

Tarefas diárias: cozinhar, lavar louça, lavar roupa, arrumar a cama, varrer a casa, passar roupas, usar o telefone, escrever, manipular livros, sentar-se na cama, transferir-se de um lugar ao outro, etc.

Deficiência física

Caso o servidor seja considerado inválido, ele estará amparado pelo Estatuto das Pessoas com Deficiência, no que ele tipifica.

O Decreto nº 3.298, 20 de dezembro de 1999 - ESTATUTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, que regulamenta a Lei nº

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7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providencias.

Destaca-se: O CAPÍTULO VI: Dos Aspectos Institucionais, Art. 9º afirma que “os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal, direta e indireta, deverão conferir, no âmbito das respectivas competências e finalidades, tratamento prioritário e adequado aos assuntos relativos à pessoa portadora de deficiência, visando a assegurar-lhe o pleno exercício de seus direitos básicos e a efetiva inclusão social”.

O CAPÍTULO VII, no Art.15 - determina que “os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal prestarão, diretos ou indiretamente, à pessoa portadora de deficiência os seguintes serviços: Reabilitação integral; Formação profissional e qualificação para o trabalho; Escolarização em estabelecimentos regulares ou de ensino especial; Orientação e promoção individual, familiar e social.

Os serviços de saúde, no trato dos servidores com invalidez, incapacidade laborativa e/ou deficientes físicos, devem prover tratamento prioritário e adequado, viabilizando, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:

I - a promoção de ações preventivas, como as referentes ao planejamento familiar, ao aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, ao parto e ao puerpério, à nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao controle da gestante e do feto de alto risco, à imunização, às doenças do metabolismo e seu diagnóstico, ao encaminhamento precoce de outras doenças causadoras de deficiência, e à detecção precoce das doenças crônico-degenerativas e a outras potencialmente incapacitantes;

II - o desenvolvimento de programas especiais de prevenção de acidentes domésticos, de trabalho, de trânsito e outros, bem como o desenvolvimento de programa para tratamento adequado a suas vítimas;

III - a criação de uma rede de serviços regionalizados, descentralizados e

hierarquizados em crescentes níveis de complexidade, voltada ao atendimento à saúde e reabilitação da pessoa portadora de deficiência, articulada com os serviços sociais, educacionais e com o trabalho;

IV - a garantia de acesso da pessoa portadora de deficiência aos estabelecimentos de saúde públicos e privados e de seu adequado tratamento sob normas técnicas e padrões de conduta apropriados;

V – a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao portador de deficiência grave não internado; VI - O desenvolvimento de programas de saúde voltados para a pessoa portadora de deficiência, com a participação da sociedade, ensejando-lhe sua inclusão social; e, VII - o papel estratégico da atuação dos agentes comunitários de saúde e das equipes de saúde da família na disseminação das práticas e estratégias de reabilitação baseada na comunidade.

Deve-se considerar, para efeito deste manual e de acordo com a legislação em vigor, os seguintes princípios: Prevenção: compreende as ações e medidas orientadas a evitar as causas das deficiências que possam ocasionar incapacidade e as destinadas a evitar sua progressão ou derivação em outras incapacidades. Promoção: promover ações de qualidade de vida da pessoa portadora de deficiência, assegurando a igualdade de oportunidades no campo da saúde. Diagnóstico: a deficiência ou incapacidade deve ser diagnosticada e caracterizada por uma equipe multidisciplinar de saúde, para fins de concessão de benefícios e serviços.

O Serviço Integrado de Saúde Ocupacional do Servidor Público (SISOSP) inclui, em suas atividades, a prestação desses serviços, abrangendo a avaliação criteriosa quanto às atividades que podem ser desenvolvidas pelo servidor portador de deficiência, acompanhamento e recolocação sempre que julgado necessário além da adaptação do local de trabalho às suas necessidades, assim como a realização de

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campanhas e workshops sobre a inclusão social desses servidores.

Doença profissional

São as doenças, cujo agravo é causado pelo exercício do trabalho, ou seja, fatores de risco presentes no ambiente e /ou inerentes às atividades desenvolvidas como a silicose, saturnismo, asbestose que podem ser fatores inerentes à atividades desenvolvidas (poeiras, gases, etc).

Podem ser agudas ou insidiosas. Por isso, a importância de se levantar

não apenas a história da doença atual, mas também a anamnese ocupacional do servidor.

Doenças relacionadas ao trabalho

São doenças, cujo agravo está relacionado ao trabalho do servidor, mas não causa necessária para a sua ocorrência. Considera-se também aquelas, em que o trabalho é fator desencadeador ou agravante de uma doença preexistente.

As doenças endêmicas, quando

contraídas por exposição ao exercício do trabalho devem também ser caracterizadas como doenças do trabalho.

A doença do trabalho estará caracterizada quando, diagnosticado o agravo, é possível estabelecer uma relação causal com o trabalho.

Acidentes em serviço

Acidente em serviço é aquele que ocorre pelo exercício do cargo / função / emprego a serviço do órgão ou entidade do SIPEC, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. São também considerados os que ocorrem no percurso da residência para o trabalho ou vice-versa.

Ressalta-se que não se incluem nesta categoria os acidentes ocorridos na repartição que não têm relação com a atividade desenvolvida ou com o cargo do servidor, salvo quando desviado de sua função por determinação da chefia imediata.

A resolução da junta médica oficial deve ser acatada pelas autoridades administrativas, devendo ser tomadas as providências necessárias para sua homologação, respeitando os princípios éticos e legais.

Readaptação

A readaptação pode ser definida como a capacidade que o indivíduo tem de realizar tarefas com diferentes atribuições e responsabilidades daquelas que desenvolvia antes de sofrer uma limitação em sua capacidade física ou mental, utilizando-se de habilidades até então inexploradas, e que não causem danos à sua saúde.

Como definir a necessidade de readaptação de um servidor? Definir perdas funcionais; Definir funções preservadas; Definir potencialidades para o trabalho; Definir habilidades e aptidões; Definir experiências profissionais; Verificar nível de escolaridade; Verificar faixa etária; Medir potencial de aprendizagem; Pesquisar outras áreas de interesse do servidor; Resguardar a auto-estima do servidor.

Depois de definidos todos os padrões

sugeridos, deve ser iniciado o trabalho de conduzir o servidor para a escolha de uma nova atividade, respeitando limitações e habilidades, buscando assim meios de prepará-lo para uma nova profissão ou colocação por meio de cursos, treinamentos e estágios. É necessário nesta fase o acompanhamento de um ou mais profissionais da equipe multiprofissional, tais como: terapeutas ocupacionais, psicólogos e fisioterapeutas, a fim de dar o suporte necessário para que o servidor consiga desenvolver suas aptidões e se readaptar para uma nova função.

Reabilitação

Considera-se reabilitação o processo de duração limitada e com objetivo definido, destinado a permitir que a pessoa com deficiência alcance os níveis físicos, mentais ou sociais funcional ótimos, proporcionando-lhe os meios de modificar sua própria vida,

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podendo compreender medidas visando a compensar a perda de uma função ou uma limitação funcional e facilitar ajustes ou reajustes sociais. (§ 1º do artigo 17 do Decreto 3.298).

Todo servidor que apresente redução funcional, devidamente diagnosticada por equipe multiprofissional, terá direito a beneficiar-se dos processos de reabilitação necessários para corrigir ou modificar seu estado físico, mental ou sensorial, quando este for obstáculo para sua integração educativa, laboral e social.

II. ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE

MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE A equipe multiprofissional de saúde é

composta dos profissionais de saúde com formação acadêmica na área de saúde e de profissionais que possuem formação em saúde ocupacional e / ou vigilância ambiental.

Compõe a equipe multiprofissional de saúde: Médico; Psicólogo; Assistente social; Fisioterapeuta; Terapeuta ocupacional; Nutricionista; Enfermeiro; Auxiliar de enfermagem; Engenheiro de Segurança; Sanitarista; Técnico de Segurança; Médico do Trabalho; Odontólogo; Fonoaudiólogo.

Esta equipe multiprofissional será

definida em três equipes interdependentes, mas com atribuições próprias. São elas: Equipe de Saúde (que engloba todos os profissionais vinculados à área de saúde), a equipe de perícia em saúde (responsável pela avaliação médico pericial dos servidores, com objetivo de atender aos ritos administrativos), e a equipe de vigilância à saúde dos servidores/ ambiental (responsável pela avaliação, monitoramento e controle dos riscos ambientais)

A configuração da equipe nos órgãos e entidades do SIPEC deve se adequar ao perfil clínico-epidemiológico do órgão ou entidade, não necessitando da presença obrigatória de todos os profissionais citados, a não ser a presença imprescindível do médico.

Ressalta-se que a atribuição da equipe multiprofissional de saúde deve sempre respeitar as competências legais de cada um dos profissionais envolvidos, não sendo permitida a extrapolação de atribuição de um profissional a outro.

São funções da equipe multiprofissional de saúde, dentre outras:

a) Realização de Perícias; b) Elaboração de laudos e /ou

pareceres especializados para subsidiar as decisões da Equipe Médico-Pericial.

Os laudos e/ou pareceres emitidos pela equipe de saúde, servirão, de fundamentação às decisões da perícia médica. Os pareceres serão preenchidos no formato adequado a cada especialidade, privilegiando a clareza e a concisão.

c) Elaboração de cursos, palestras e grupos destacados como importantes (definidos por órgão), assim como a capacitação de profissionais visando à implantação de programas de tratamento a dependentes de álcool, nicotina e outras drogas, programas como de inclusão de deficientes, redução de estresse, controle de hipertensão arterial e de obesidade, etc;

d) Avaliação social e psico-social dos servidores que apresentem problemas de relacionamento no local de trabalho, absenteísmo não justificado e em outros casos. Esses servidores podem ser encaminhados diretamente à equipe multiprofissional de saúde por parte dos Recursos Humanos;

e) Tratamento de acidentado do

trabalho, sem participação financeira do servidor, à conta de recursos públicos. (Art. 213, Lei 8.112/90);

f) Avaliação de servidores concursados quanto a aptidões, caracterização de deficiência física e sugestões de lotação.

g) Avaliação de empregados por contratação temporária e de comissionados, sem vinculo com a administração pública, autárquica e fundacional de qualquer ente da federação, com o objetivo de averiguar a sua

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condição de saúde laboral para a atividade pretendida.

h) Readaptação funcional de servidor que apresente, por algum motivo, redução de sua capacidade de trabalho;

i) Reabilitação funcional de servidor; j) Aproveitamento e retorno à atividade

de servidor em disponibilidade; k) Acompanhamento do tratamento de

saúde do servidor ou por motivo de doença em pessoa de sua família, já indicada pela Perícia Médica.

l) Assistência à gestante (elaboração de cursos, assistência psicológica, acompanhamento á licença à gestante);

m) Apoio e preparação de servidores para a aposentadoria;

n) Constatação de invalidez de dependente ou de pessoa designada; (art. 215/216 da lei 8 112/90).

o) E outras que lhe forem delegadas. São funções específicas dos

profissionais da equipe multiprofissional de saúde:

Médico: Dedicar ao paciente o tempo

necessário ao atendimento e esclarecê-lo usando termos accessíveis á formação do servidor.

Indicar o procedimento adequado ao paciente e encaminhá-lo para tratamento, acompanhando periodicamente esse tratamento;

Recomendar internação, acompanhar a evolução e visitar servidores internados quando solicitado;

Guardar absoluto sigilo quanto às informações recebidas, anotando-as apenas no prontuário, para servirem de esclarecimento a outros profissionais;

Prescrever medicação - vale salientar que o médico, mesmo atuando numa equipe multiprofissional de saúde, é o único imbuído da função de prescrever medicações;

Emitir pareceres especializados, de acordo com sua formação profissional, quando assim solicitado pela junta médica;

Participar da junta médica, como perito especializado, quando solicitado;

Participar dos programas de promoção e prevenção disponibilizados aos servidores, junto com os outros integrantes da equipe;

Discutir, junto á equipe multiprofissional de saúde, os procedimentos, atribuições e atividades a serem desenvolvidas;

E outras, que lhe forem delegadas. Psicólogo: Acolher o servidor; Elaborar laudos e pareceres; Fazer anamnese psicológica; Efetuar o exame psíquico com

instrumentos padronizados quando solicitado e encaminhar o parecer à Unidade de Perícia Médica;

Emitir atestado psicológico; Encaminhar o cliente para

atendimento por outras especialidades; Ministrar palestras; Participar de reuniões para o estudo

de caso clínico, principalmente nos casos de readaptação profissional;

Realizar orientação psicológica; Realizar orientação psicológica a

familiares, desde que absolutamente necessário para evolução e resolução do quadro do servidor;

Participar de cursos e programas promovidos pela equipe.

Atender pacientes encaminhados pela perícia médica que apresentam queixas recorrentes sem achado clínico em várias especialidades para parecer;

Participar, em conjunto com outros profissionais, de programas de atendimento ao servidor dependente de álcool e de outras drogas, de preparação para aposentadoria, e outros;

E outras que lhe forem delegadas. .

Assistente Social: Viabilizar exame/consulta social (com

desconto) com especialistas que não atendem na rede pública;

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Encaminhar para tratamento fora do domicílio (TFD) para exame, consulta e internação, quando município não dispuser dos recursos necessários;

Viabilizar auxílio-transporte para tratamento de saúde dentro e fora do município;

Fornecer parecer social para licença por motivo de doença em pessoa da família;

Realizar entrevista para conhecer os indicadores sócio profissional, econômico e cultural dos servidores em tratamento de saúde;

Procurar identificar as causas que estão influenciando na saúde dos servidores;

Relacionar as queixas e sintomas do servidor com as condições de trabalho visando à promoção de saúde;

Viabilizar em conjunto com o médico do trabalho e equipe interdisciplinar, viabilizar mecanismos de intervenção para prevenir e recuperar a saúde dos servidores;

Realizar visita domiciliar, visita hospitalar, visita ao local de trabalho para subsidiar o estudo de caso em análise;

Acompanhar e analisar, em conjunto com a equipe multidisciplinar, os servidores em licença para tratamento de saúde e os servidores do Programa de Reabilitação Profissional;

Orientar e apoiar o servidor no seu retorno ao trabalho;

Realizar visita ao local de trabalho com a Terapeuta Ocupacional para avaliar com a chefia a atuação do servidor;

Participar, em conjunto com outros profissionais, de programas de atendimento ao servidor dependente de álcool e outras drogas, de preparação para aposentadoria, e outros;

E outras que lhe forem delegadas.

Fisioterapeuta: Planejamento, programação,

ordenação, coordenação, execução e supervisão de métodos e técnicas fisioterápicas que visem à saúde nos níveis de prevenção primária, secundária e terciária.

Avaliação, reavaliação e determinação das condições de alta do cliente submetido à fisioterapia.

Direção dos serviços e locais destinados a atividades fisioterápicas, bem como a responsabilidade técnica pelo desempenho dessas atividades.

Prescrever, ministrar e supervisionar terapias físicas, que objetivem preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgão, sistema ou função do corpo humano, por meio de:

1.Definição do objetivo da terapia e a programação para atingi-lo;

2.Definição da região do corpo do cliente a ser submetida à ação do agente terapêutico e a técnica a ser utilizada;

3.Orientação do servidor quanto a terapia;

4. Recomendação de tratamento em domicílio, quando julgar necessário.

Elaborar pareceres e /ou laudos; Elaborar, coordenar e participar de

programas de prevenção de LER /DORT; Participar com outros profissionais de

discussões de casos clínicos; Contribuir nos casos de readaptação e

reabilitação funcional; Fazer avaliação ergonômica no local

de trabalho; Criar programa de educação e

conscientização corporal; Fazer avaliação funcional das

atividades desenvolvidas pelo servidor; Elaborar cartilhas com orientações

sobre exercícios e atitudes preventivas; Participar, em conjunto com outros

profissionais, de programas de atendimento ao servidor dependente de álcool e outras drogas;

Orientar e preparar para aposentadoria;

E outras que lhe forem delegadas.

Terapeuta Ocupacional: Tratamento dos servidores que

apresentam algum distúrbio psico-funcional por meio de atividades, e modo direto ou indireto, ativa ou passiva;

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Elaborar e implantar programas de inclusão social de servidores com déficits físicos, mentais e sociais;

Promover atividades que ajudem os servidores a relaxar, como Yoga, ginástica, aulas de dança e outros;

Colaborar com os outros profissionais da equipe nos programas já estabelecidos;

E outras que lhe forem delegadas.

Nutricionista: Elaborar laudos e /ou pareceres; Promover palestras educativas de

prevenção de doenças decorrentes de maus hábitos alimentares;

Utilizar todos os meios disponíveis de divulgação para promover a educação nutricional dos servidores;

Elaborar cartilhas com orientações nutricionais;

Criar grupos de atendimento para gestantes, diabéticos, obesos, etc;

Planejar, supervisionar e avaliar dietas específicas para servidores, de acordo com suas necessidades, patológicas ou não;

Participar, em conjunto com outros profissionais, de programas de atendimento ao servidor dependente de álcool e outras drogas;

Orientar e preparar para aposentadoria;

Participar com outros profissionais de discussões de casos clínicos;

Avaliação nutricional dos servidores e planejar estudos dietéticos;

Participar de inspeções sanitárias relativas a alimentos;

Participar dos processos de avaliação /licitação de firmas que se propõem a prestar serviços nos refeitórios dos órgãos públicos federais;

E outras que lhe forem delegadas.

Enfermeiro: Realizar acolhimento do servidor para

o preparo do mesmo com vistas aos procedimentos e exames devidos;

Supervisionar os serviços do auxiliar de enfermagem;

Elaborar e participar de programas de promoção à saúde do servidor;

Encaminhar os servidores para os programas para os serviços de saúde disponíveis;

Esclarecer como proceder quanto à concessão da licença para Tratamento de Saúde, Perícia Médica, Reabilitação Profissional entre outros;

Capacitar os auxiliares de enfermagem e servidores de apoio com relação à recepção do servidor;

Promover palestras e encontros, em conjunto com outros profissionais, de promoção e prevenção às patologias, que ocorrem com maior incidência no órgão ou região onde o servidor atua;

Realizar visitas domiciliares, hospitalares e ao local de trabalho do servidor para subsidiar o estudo de caso em análise;

grupos de gestantes, fumantes e alcoólatras, com o apoio de outros profissionais da equipe;

Participar, com o auxiliar de enfermagem, da consolidação dos dados de atendimento diários e mensais da equipe multiprofissional de saúde;

Outras que lhe forem delegadas.

Odontólogo: Elaborar laudos e/ou pareceres; Realizar perícias odontológicas; Fazer anamnese odontológica; Promover palestras educativas sobre

doenças do aparelho estomatognático e orientação de saúde bucal;

Atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive para justificação de falta ao emprego;

Encaminhar o paciente para atendimento por outras especialidades;

Avaliar as condições de saúde bucal do servidor, atentando para as disfunções têmporo-mandibulares;

E outras que lhe forem delegadas.

Auxiliar de Enfermagem:

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Apoiar os outros profissionais da equipe em suas atividades;

Exercer suas atividades específicas na aferição dos sinais vitais, tais como: pressão arterial, frequência cardíaca e temperatura; verificação de peso e medida dos encaminhados, bem como ministração de medicamentos e outras;

Atuar na Sala de Atendimento, local de recepção de todos os servidores encaminhados ao SISOSP;

Esclarecer os servidores com relação aos cursos, palestras e outras atividades promovidas pela equipe;

Participar dos cursos e palestras promovidos pela equipe;

Encaminhar os boletins diários e mensais da atendimento equipe aos devidos setores;

Viabilizar exame/consulta social com especialistas do serviço de saúde suplementar ou da rede pública;

Realizar, em conjunto com a enfermagem, da consolidação dos dados diários e mensais dos atendimentos realizados pela equipe multiprofissional de saúde;

E outras que lhe forem delegadas.

III. atribuições da equipe de vigilância à

saúde dos servidores ambiental

A Equipe de vigilância à saúde dos servidores /ambiental é formada por profissionais com formação em saúde ocupacional. Os laudos emitidos terão, obrigatoriamente, de ser assinados por engenheiro de segurança, médico do trabalho e /ou fiscais ou inspetores de vigilância sanitária, conforme normas legais vigentes.

Esta equipe é constituída por: Engenheiro de segurança; Técnico de segurança; Higienista; Ergonomista; Fiscal ou Inspetor de Vigilância Sanitária; Enfermeira do trabalho; Médico do trabalho; Auxiliar de enfermagem do trabalho.

Suas atribuições incluem, além daquelas já especificadas nas normas que regulam essas profissões, as seguintes:

a) Avaliação periódica do estado de saúde dos servidores. Nesta avaliação, deve-se levar em conta os riscos ambientais e as atribuições desenvolvidas conforme protocolos legais vigentes.

b) Elaborar campanhas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho;

c) Redigir cartilhas e utilizar todos os meios de divulgação para informar os servidores quanto aos riscos a que estão expostos;

d) Providenciar a comunicação da doença ao órgão de saúde pública, por meio de notificação compulsória.;

e) Atuar como intermediário entre chefias e servidores na melhoria das condições de trabalho;

f) Avaliar os locais de trabalho com vistas à identificação e controle técnico dos riscos; incluindo a verificação dos ambientes, postos e processos de trabalho, assim como atribuições do cargo ou função;

g) Indicar os exames semestrais a que estão obrigados os servidores expostos à raios X;

h) Conceder os adicionais de insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante e gratificação de raios-X, respeitadas a Lei 8.270/90 e a orientação normativa nº 04 de 13 de julho de 2005.

i) Recomendar a realização dos exames semestrais especiais a que estão obrigados os servidores expostos à irradiação ionizante;

j) Estabelecer os perfis de morbimortalidade dos servidores;

k) Afastar a servidora gestante de locais insalubres e de atividades perigosas e penosas;

l) Elaborar, coordenar e executar programas de educação sanitária.

m) Detectar e encaminhar à perícia médica um acidente em serviço;

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n) Elaborar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA e os Laudos Técnicos para Aposentadoria.

o) Elaborar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO;

p) Participar na avaliação dos postos de trabalho para a readaptação

q) E outras que lhe forem delegadas.

IV. Atribuições da equipe médico- pericial

A perícia médica poderá, quando

julgar necessário, subsidiar sua decisão em pareceres dos outros profissionais da equipe multiprofissional de saúde e de vigilância à saúde do servidor, Visando a uma melhor definição do diagnóstico, principalmente nos casos de doença mental, problemas neurológicos e ortopédicos, licença para acompanhamento de doente na família, avaliação de concessão de horário especial, dentre outros. Os pareceres dos psicólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais são de grande valia nesses e em outros casos. Esses pareceres esclarecerão e reforçarão a decisão pericial.

O médico perito, pelo poder discricionário que lhe é conferido, poderá encaminhar o caso de forma distinta do recomendado pelos profissionais consultados. Porém esses laudos deverão constar do prontuário do servidor, permitindo seu uso no caso de pedido de reconsideração e recurso.

Deve-se esclarecer, primeiramente, que os médicos peritos são profissionais com tarefas distintas dos assistencialistas. Trata-se de fato e de direito de uma especialidade autônoma, independente e com atribuições específicas. É voltada para finalidades próprias, pautadas na Literatura Médica, Saúde do Trabalhador, Ética Médica e outras bases legais vigentes.

O trabalho do perito requer absoluta imparcialidade, baseando-se principalmente nos conhecimentos

técnicos para determinar a data de início e o período estimado da incapacidade do funcionário. Além de propor medidas preventivas ao agravamento de uma doença crônica (readaptação), cabe também à Perícia Médica a verificação dos quadros de incapacidade laborativa permanente.

Nos casos em que não haja exigência legal de avaliação por Junta médica, o exame médico pericial poderá ser realizado por perito singular. Situam-se nesses casos de: licenças médicas inferiores a 30 (trinta) dias, avaliação de invalidez para classificação de dependente inválido e outras.

Os exames realizados necessariamente por junta médica oficial (regulamentada pela Lei nº 8.112/90) são os descritos abaixo:

a) Licença para tratamento de saúde do servidor, quando o período de afastamento ultrapassar 30 (trinta) dias ou quando a licença para tratamento de saúde for por período superior a 30 (trinta) dias consecutivos ou não no mesmo ano em exercício. (Artigo 203 parágrafo 4º da lei 9.527/97).

b) licença por motivo de doença em pessoa da família do servidor. (Art. 83, caput lei 8.112/90); Ressalta-se que o parecer do assistente social, neste caso é imprescindível, salvo a não-existência do profissional no serviço público na área de abrangência do órgão ou entidade.

c) remoção por motivo de saúde; d) aposentadoria por invalidez; e) reversão de aposentadoria; f) aproveitamento quando a

inobservância do prazo legal para reassunção do cargo for atribuída à doença (artigo 32 da lei nº 8.112 /90);

g) indicação do tratamento de acidentado do trabalho, sem participação financeira do servidor, subsidiado necessariamente por laudos e/ou pareceres da perícia em saúde;

h) invalidez de dependente ou de pessoa designada;

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i) pedido de reconsideração contra decisão que envolva matéria médica; Neste quesito, os profissionais médicos constantes da avaliação pericial, que redundou pedido de reconsideração, não podem atuar no pedido de reconsideração, garantindo ao servidor ampla defesa.

j) comprovação de deficiência do servidor para concessão de horário especial, independentemente de compensação de horário. (Artigo 98, parágrafo 2º da lei 9527/97);

k) revisão do fundamento legal da aposentadoria do servidor. (Art. 190 da lei 8 112/90);

l) A homologação de laudos médicos e/ou atestados médicos emitidos por médicos estranhos ao quadro funcional do serviço público civil federal, quando inexistam profissionais a ele vinculado na localidade em que o servidor trabalhe, resida ou se encontre hospitalizado; (§ 2º e § 3º art 203 da lei 8.112 /1990 e 9.527 /1997).

A resolução da junta médica oficial deverá ser acatada pelas autoridades administrativas, devendo ser tomadas as providências necessárias para sua homologação, respeitados os princípios éticos e legais.

V. Atribuições da equipe multiprofissional na readaptação reabilitação

Avaliar condições socioeconômicas; a) Avaliar nível de escolaridade; b) Avaliar potencial laborativo do

servidor, levando em consideração os aspectos físicos e limitações existentes;

c) Avaliar perfil psicológico do servidor;

d) Sugerir a compatibilidade física de ocupações;

e) Avaliar e encaminhar para o programa profissional;

f) Sugerir providências quando do encerramento do programa profissional e encaminhar a sugestão à perícia médica;

g) Realizar análise de postos de trabalho em parceria com a equipe de vigilância;

h) Sugerir alterações no posto de trabalho, e quando necessário em parceria com a equipe de vigilância;

i) E outras mais que delegarem.

VI. Conceitos básicos para a avaliação da capacidade laborativa

É GARANTIDO AO SERVIDOR SER ACOMPANHADO POR PESSOA QUE INDICAR EM PROCEDIMENTOS DA PERÍCIA MÉDICA E DA JUNTA DE PERÍCIA MÉDICA

A. Acidente em serviço ou de doença profissional

A caracterização do acidente em serviço deverá ser feita pelo médico do trabalho, pelo engenheiro de segurança do trabalho, por técnico de segurança do trabalho, ou ainda por um fiscal / inspetor de vigilância sanitária, de acordo com os critérios legais estabelecidos.

Configura acidente em serviço: a) a doença profissional ou do

trabalho, entendida como aquela inerente ou peculiar a determinado ramo de atividade, conforme o disposto no Manual de Procedimento para os Serviços de Saúde do Ministério da Saúde - Doenças Relacionadas ao Trabalho;

b) o acidente que, relacionado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho;

c) a doença proveniente de contaminação acidental do servidor no exercício de sua atividade;

d) a doença profissional ou a de trabalho, trabalho inerente a peculiar a determinado ramo de atividade profissional com agentes patogênicos, a saber: arsênico, asbesto, benzeno, berílio, bromo, cádmio, chumbo, cloro, cromo, flúor, fósforo, hidrocarbonetos da série graxa (derivados halogenados), iodo, manganês, mercúrio, monóxido de carbono, sílica,

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sulfeto de carbono, alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina ou produtos residuais dessas substâncias, pressão atmosférica e radiações ionizantes.

Considera-se como data da ocorrência (acidente), ou no caso de doença do trabalho, a data da comunicação desta à instituição ou, na sua falta, a data de entrada do pedido de licença para tratamento de saúde. A prova do acidente será feita em dez dias, prorrogável quando as circunstâncias assim o exigirem (Art. 214, Lei 8.112 /90).

Equipara-se ao acidente do trabalho ou em serviço o dano: Decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor, no exercício de suas funções; Os acidentes ocorridos no percurso habitual de ida ou de volta para o serviço, os chamados acidentes de trajeto.

O disposto no item anterior não se aplica ao acidente sofrido pelo servidor que, por interesse pessoal, tiver alterado o percurso; Em casos excepcionais, será considerada como doença aquela que, embora não incluída nas anteriormente referidas, resulte, das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relacione diretamente.

A doença profissional ou a de trabalho estará caracterizada quando, diagnosticada a intoxicação ou afecção, se verificar que o servidor exerce atividade que o expõe ao respectivo agente patogênico.

Nos casos de lesões ocorridas pelo

desempenho de atividades específicas, deve ser estabelecido o nexo causal entre a atividade exercida pelo servidor e a lesão apresentada.

As doenças degenerativas, as inerentes a grupo etário e as que não acarretem incapacidade para o trabalho, não serão equiparadas às doenças ocupacionais e/ou profissionais.

O servidor, diretamente, sua chefia imediata, a equipe de vigilância à saúde do servidor, ou a família, comunicará por meio da Comunicação de Acidente em Serviço -

CAS num prazo de até 48 horas úteis, da ocorrência do agravo, à respectiva chefia, ao Serviço de Saúde e Perícia Médica ou ainda à unidade de recursos humanos a qual estiver vinculado o servidor.

O servidor ou seu preposto anexará, quando couber, o Boletim de Ocorrência Policial. No caso de acidente de trajeto, o Boletim de Ocorrência é obrigatório.

Uma das vias da CAS será juntada ao Requerimento de Licença, podendo a equipe de vigilância à saúde do servidor proceder às audiências que julgue necessárias à precisa caracterização do acidente em serviço e determinar os procedimentos médicos e administrativos no âmbito do servidor. Obs: Cabe à vigilância promover as intervenções necessárias no ambiente de trabalho do servidor onde ocorreu o acidente.

Os servidores ocupantes de DAS, sem vínculo efetivo com a Administração Pública Federal ou contratados por tempo determinado, deverão ser encaminhados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a partir do 16º (décimo sexto) dia de afastamento do trabalho.

A Perícia Médica orientará o servidor sobre a necessidade, caso haja necessidade de prorrogação da licença por mais de 15 dias. O mesmo deverá comparecer ao Setor de Recursos Humanos, que fornecerá a documentação necessária para o encaminhamento ao INSS.

Cabe ao INSS a responsabilidade pela remuneração do período que exceder, com base no salário-contribuição.

B. Licença para tratamento de

saúde do servidor A licença para tratamento de saúde,

cuja duração poderá variar de 01(um) dia a, no máximo, 24 (vinte e quatro) meses, será concedida ao servidor que, por motivo de acidente ou doença, se encontre incapacitado para o trabalho e/ou impossibilitado de locomover-se.

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Os servidores ocupantes de DAS, sem vínculo efetivo com a Administração Pública Federal ou os contratados por tempo determinado terão seus direitos assegurados pelo Regime Geral de Previdência Social em virtude de sua condição de segurado obrigatório pela Lei nº 8.647 de 23/09/93. Apenas os primeiros quinze dias de licença serão remunerados pelo órgão empregador, sendo necessário, portanto, o exame médico-pericial para concessão deste afastamento.

O serviço médico-pericial orientará o servidor para que, caso haja necessidade de prorrogação da licença por mais de 15 dias, o mesmo compareça ao Setor de Recursos Humanos, que fornecerá a documentação necessária para o encaminhamento ao INSS. Cabe ao INSS a responsabilidade pela remuneração do período que exceder, com base no salário-contribuição, conforme já referido no item anterior.

Observada a obrigatoriedade de Junta Médica e o limite de 60 dias de intervalo entre as licenças, a incapacidade para o trabalho será constatada em exames periciais realizados por equipe de perícia da instituição ou reconhecida por esta. Nos órgãos onde não houver peritos ficam os referidos exames condicionados à homologação pelos serviços de perícia, observados os art. 203 e 230 da Lei 8.112/90.

Encontrando-se o servidor impossibilitado de locomover-se ou encontrando-se hospitalizado, o exame médico-pericial será realizado em sua residência ou na entidade nosocomial (perícia externa) Aplica-se no caso do servidor acometido de patologia passível de agravamento com a sua movimentação, no caso de morar longe e não dispor de veículo próprio, assim como os portadores de doenças infecciosas. O servidor que se encontra em uma dessas situações, deverá encaminhar, pessoalmente ou por intermédio de seu preposto e em até 72 (setenta e duas) horas após a ocorrência

do evento, o Atestado Médico de seu médico assistente.

Em caso de junta médica, deve ser acompanhado de relatório e, quando necessário, de exames comprobatórios que o justifiquem.

A primeira avaliação médico-pericial será efetuada por perito singular. Quando a avaliação é efetivada por um único perito, este não pode conceder licença que ultrapassar 30 (trinta) dias. No entanto, caso seja necessária a concessão de período superior a 30 dias, este perito pode e deve, em atenção ao paciente, procurar, se possível, outros dois colegas de modo a realizar uma Junta Médica evitando assim novo deslocamento deste, já acometido de problemas de saúde.

Os atestados médicos de até 05 (cinco) dias poderão ser homologados pela chefia imediata, desde que conste: nome do médico, nº do CRM e o CID da doença ou agravo. Este atestado será encaminhado ao serviço de perícia de saúde, independente da presença do servidor, com o objetivo de inseri-lo no prontuário do servidor além de ser incluído na estatística da Perícia.

Caso não haja homologação pela chefia imediata, o servidor deverá ser encaminhado à perícia médica, para ser avaliado de forma presencial, dentro dos prazos previstos neste manual.

O servidor que apresentar atestado acima de nove dias de afastamento para tratamento de saúde no período de 180 dias, deverá ser encaminhado à perícia em saúde.

Os atestados de comparecimento deverão ser encaminhados ao serviço de saúde ou de perícia do órgão ou entidade, para serem anexados ao prontuário do servidor.

O servidor deverá comparecer, no prazo de 03 (três) dias úteis após o início das faltas, ao serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade para ser submetido ao exame médico-pericial, com vistas à concessão de licença médica, salvo sob as situações excepcionais acima

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citadas (exemplo: justificada impossibilidade de locomoção.)

Caberá ao Setor de Recursos Humanos do órgão tomar as providências necessárias nas hipóteses descritas nos artigos 138 e 139 da lei 8.112/90, a saber, in verbis:“art. 138 - Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de 30 (trinta) dias consecutivos. art. 139 - Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses.”.

Os dias de licença de servidores que trabalhem em regime de plantão, independentemente do tipo de regime (Ex: 12 horas de plantão por 36 horas de descanso), deverão corresponder à data do início da incapacidade, independentemente do período de descanso.

Utilizar-se-á para fins de licença o formulário Requerimento para Seguridade Social, que será o documento hábil para que o servidor compareça ao exame médico pericial. Sem a apresentação do referido formulário com as informações devidamente preenchidas, por todos os responsáveis, (inclusive pela sua chefia imediata), o servidor não terá os seus laudos médicos liberado, ficando pendente até a apresentação do mesmo ao serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade.

Munido desse formulário e do respectivo documento de identidade, o servidor, de imediato, deverá dirigir-se ao local em que deve submeter-se a exame pericial de saúde; ou notificar o Serviço de Saúde e de Perícia Médica, quando impossibilitado de comparecer.

A conclusão do exame médico - pericial, depois de homologado pelo responsável pelo Serviço de Saúde e da Perícia Médica ou profissional previamente designado para tal; será comunicada por meio do formulário Resultado de Exame Médico-Pericial, a ser preenchido em 03 vias: a 1º via deve ser arquivada no

prontuário do servidor; a 2º via destina-se à chefia imediata e deve ser anexada à folha de frequência do servidor; a 3º fica com o servidor, como comprovante.

As vias podem ser emitidas e

arquivadas por meio eletrônico. Os dados do exame do servidor serão registrados de forma completa e precisa no formulário Laudo de Exame Médico-Pericial.

Caso a conclusão médico-pericial exigir a reavaliação da capacidade de trabalho , o servidor deverá, no dia do término da licença, retornar à perícia portando o Resultado de Exame Medico Pericial ,e seu documento de identidade. (Lei 8.112 /90, art. 204).

Caso haja comprometimento de sua capacidade de trabalho, o servidor deve ser examinado pela perícia médica, e encaminhado para parecer preliminar da equipe multiprofissional de saúde. Caso seja definido seu grau de incapacidade, encaminhar o servidor ao serviço de reabilitação e readaptação

A data do início da licença será a do início da incapacidade constatada pelo exame médico-pericial e devidamente registrada no LAUDO DE EXAME MÉDICO-PERICIAL.

O servidor, impossibilitado de comparecer à reavaliação médico-pericial, deverá comunicar sua condição, diretamente ou por meio de terceiros, ao serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade que optará por uma das seguintes alternativas:

O servidor, não havendo contraindicação, poderá ser transportado de sua residência até o local do exame, onde será submetido à Junta Médica ;

Quando impossível a locomoção, a equipe deve deslocar-se até a residência do servidor, ou à entidade hospitalar em que se encontre internado.

A prorrogação da licença para tratamento de saúde implicará emissão do Formulário Prorrogação de Licença e de novo Resultado de Exame Médico-Pericial.

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O servidor que, no curso da licença, julgar-se apto a retornar à atividade, será submetido a novo exame médico-pericial, que avaliará se o mesmo apresenta realmente condições para seu retorno às suas atividades.

C. Licença à gestante A licença à gestante destina-se à

proteção da gravidez, a partir do primeiro dia do nono mês, à recuperação pós-parto e à amamentação. Para a concessão deste tipo de licença, também será utilizado o RESULTADO DE EXAME MÉDICO-PERICIAL. A duração do afastamento prevista é de 120 (cento e vinte) dias consecutivos, devendo ser observados os seguintes aspectos:

No caso de intercorrência clínica, proveniente do estado gestacional, verificada no transcurso do nono mês de gestação, poderá ser concedida a licença-gestante, conforme artigo 207 da Lei nº 8.112/90. Nos casos de natimorto, a servidora, decorridos 30 (trinta) dias após o parto, será submetida a exame médico e, se julgada apta, reassumirá o exercício de seu cargo. Para esse fim, o médico-perito deverá emitir novo RESULTADO DE EXAME MÉDICO-PERICIAL. (Artigo 207, parágrafo 3º lei 8.112/90).

No entanto, deve ser levado em consideração distúrbios físico e /ou psicológicos da servidora, cuja confirmação implicará prorrogação de licença.

OBS: É considerado natimorto, o nascimento de criança sem nenhum sinal de vida, que tenha peso maior ou igual a 500g ou estatura maior que 25 cm ou idade gestacional superior a 20 semanas. Caso o feto não se enquadre nestes requisitos é considerado como produto de aborto.

No caso de nascimento prematuro, a licença, se ainda não concedida, terá início na data do evento. (Artigo 207, parágrafo 2º lei 8.112/90). O formulário emitido será o RESULTADO DE EXAME MÉDICO-PERICIAL. O parto, para fins de

concessão prevista acima, é a expulsão de feto, vivo ou morto, a partir do 5º mês de gravidez.

No caso de aborto comprovado por atestado médico, após sua homologação a servidora fará jus a 30 (trinta) dias de repouso (Lei 8.112 /90, art. 207, parágrafo 4º). Como referido no item b, deve ser levado em consideração algum distúrbio físico e /ou psicológico da servidora, cuja confirmação implicará prorrogação da licença, embora não mais com o CID correspondente a aborto. Nesse caso, a servidora deve requerer tratamento para tratamento de saúde, que implicará a emissão do Formulário de Prorrogação de Licença (PROL) e de outro Resultado de Exame Médico -Pericial (RESULTADO DE EXAME MÉDICO-PERICIAL).

Na hipótese de surgirem casos patológicos durante ou depois da gestação, ainda que dela decorrente e geradores de incapacidade, o afastamento será processado como licença para tratamento de saúde, a qual poderá ser antecedente ou subsequente à licença-gestante, observado o que, in fine, dispõe o item sobre licença para tratamento de saúde do servidor.

A licença-gestante e a licença para tratamento de saúde são consideradas de espécies diferentes, não podendo ser concedidas concomitantemente.

As servidoras ocupantes de cargos comissionados, sem vínculo com o órgão público ou contratados por tempo determinado, serão periciadas pelo órgão contratante e a licença gestante concedida, com posterior compensação pelo Regime Geral de Previdência Social.

D. Remoção de servidor por motivo

de saúde O exame para concessão de

remoção de servidor, por motivo de saúde do mesmo ou de pessoa de sua família, será realizado por junta médica a pedido do interessado, devendo ser indicado no Laudo de Exame Médico-Pericial (art. 36, III, b, da lei 8.112/90) os seguintes itens:

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a) as razões objetivas para a remoção;

b) benefícios do ponto de vista médico, que advirão dessa remoção, com justificativas detalhadas;

c) características do local recomendado.

O servidor, munido de parecer do médico-assistente que indique necessidade de remoção por motivo de saúde, deverá requerer a sua remoção ao titular da unidade de recursos humanos. O requerimento e o parecer devem ser arquivados no prontuário médico do servidor.

À vista do Laudo de Exame Médico-Pericial, o responsável pelo serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade, ou profissional por ele designado, emitirá no laudo e no respectivo processo o parecer conclusivo.

Considera-se pessoa da família, para efeito de remoção por motivo de acompanhamento: (Artigo 36, inciso III, parágrafo b da lei 8.112/90) os seguintes:

a) o cônjuge; b) o/a companheiro(a); c) dependente que viva às suas

expensas e conste de seu assentamento funcional.

Obs: Os contratados por tempo determinado não fazem jus à remoção por motivo de doença.

E. Aposentadoria por invalidez A aposentadoria por invalidez será

precedida de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte quatro) meses. (art. 188 § 1º da lei 8.112/90).

Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado (art. 188 § 2º da lei 8.112/90).

O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como prorrogação da licença. (art. 188 § 3º).

O Laudo Médico-Pericial que avaliará aposentadoria por invalidez deverá ser corretamente preenchido e assinado por todos os participantes da Junta Médica, submetendo-os à homologação pelo responsável pelo serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade. Nos casos de doença enquadrada no parágrafo 1º do art. 186 da lei 8.112/90 e nos acidentes em serviço e/ou doença profissional, deverá constar o nome da doença por extenso. (artigo 205 lei 8.112/90).

O Laudo tramitará em envelope lacrado, escrito “confidencial”, e inserido dentro do processo de aposentadoria.

F. Licença por motivo de doença em pessoa

da família.

Para efeito de concessão da licença

prevista neste capítulo, considera-se pessoa da família (art. 83, lei 8 112/90 e 9 527/97): Cônjuge ou companheiro (a) de união estável; Padrasto ou madrasta; Pais; Filhos; Enteado; Dependente que viva a suas expensas e conste de seu assentamento funcional.

Observado o disposto nas atribuições especiais deste manual, a licença será concedida por período de até 30 (trinta) dias, quando a assistência pessoal do servidor for indispensável e não puder ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário na forma do disposto no inciso II do art. 44 da lei 8.112/90.

Caso seja necessário, a licença poderá ser prorrogada por igual período (Artigo 83, parágrafo 2º, lei 8.112/90). Findos os 60 (sessenta) dias de afastamento para acompanhamento de pessoa da família, o servidor poderá fazer jus a novo período de licença da mesma espécie, após ter trabalhado no mínimo sessenta dias, caracterizando início de novo afastamento. (art. 82 da lei 8.112/90).

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A partir de 60 (sessenta) dias de afastamento concedido pela Junta médica, a prorrogação da licença por motivo de doença em pessoa da família não será remunerada por um período de até 90 (noventa) dias, (Art. 83, parágrafo 2º, da lei 8.112/90). Nesse caso, o servidor, após a avaliação pela junta, deverá obrigatoriamente declarar formalmente estar ciente dessa condição.

Os servidores ocupantes de cargos comissionados sem vínculo com o órgão público ou contratados por tempo determinado não farão jus à licença para acompanhamento de pessoa da família uma vez que são segurados do INSS.

G. Readaptação funcional (art. 24 da lei 8.112/90)

Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação, verificada ao exame médico-pericial, que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental.

Após constatação pela Junta Médica da incapacidade relativa do servidor, com relação às limitações impostas pela sua patologia, o servidor, este deverá ser encaminhado para os outros especialistas da perícia em saúde que avaliarão as atribuições de seu cargo /função, e definirão quais as atividades que ele ainda pode exercer. Esse parecer deve ser novamente encaminhado à Perícia Médica.

A Junta Médica, de posse do parecer supracitado (listagem das atribuições do cargo), determinará quais delas podem ser realizadas pelo servidor e quais as que ele, pela limitação decorrente de sua doença, não pode realizar. A Junta Médica emitirá laudo final baseado no percentual de atividade que o servidor pode exercer.

Caso o servidor seja capaz de executar mais de 70% das atribuições de seu cargo, deverá retornar ao trabalho, na sua própria função, mesmo que seja necessário evitar algumas das atribuições.

A Junta Médica emitirá parecer à chefia imediata, determinando as atribuições que não deverão ser executadas devido à incapacidade relativa do servidor, designando a restrição por um caráter temporário ou permanente da restrição.

Caso o servidor não consiga atender a um mínimo de 70 % das atribuições de seu cargo, deverá ser sugerida a sua readaptação, nos termos da legislação vigente. (Ofício Circular nº 37, de 16 de agosto de 1996).

O processo será encaminhado à área de recursos humanos para indicação dos cargos afins e suas atribuições. A listagem examinada e avaliada em função das características e habilidades do servidor pela Perícia em Saúde e respeitando as habilitações exigidas para o ingresso no serviço público federal. Após emitido o parecer, o servidor retornará à Junta Médica que indicará em qual das opções de cargos, deverá o servidor ser readaptado.

Caso não haja um cargo para o qual o servidor possa ser readaptado, a Junta Médica deverá sugerir a Aposentadoria do servidor por invalidez.

Caso o servidor seja capaz de

atender a mais de 70% das atribuições de seu novo cargo, a Junta Médica deverá indicar a sua readaptação, que será competência dos outros profissionais da Perícia em Saúde, ficando a cargo dos recursos humanos as providências necessárias para a publicação do Ato de Readaptação do servidor. Caberá ainda à equipe de vigilância à saúde do servidor supervisionar o cumprimento de sua readaptação por parte do servidor.

H. Pedido de reconsideração

O pedido de reconsideração do Resultado do Exame Médico Pericial, solicitado pelo servidor, será dirigido à autoridade que houver proferido a primeira decisão (responsável pelo serviço de saúde ou de perícia do órgão ou entidade), devendo ser avaliado por outra Junta Médica, distinta da anterior, podendo,

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inclusive ser de outro órgão do Serviço Público Federal, (conjunto de peritos distintos do processo original,) e ser decidido no menor prazo possível, nunca superior a 30 (trinta) dias a contar da data do protocolo do pedido de reconsideração. O requerente deverá, ou não, ser submetido a novo exame médico-pericial.

A junta médica que avaliará o pedido de reconsideração será denominada de junta recursal, e terá poder deliberativo decisivo, sobre as decisões da junta médica.

O servidor, para fins previstos neste item, utilizar-se-á do formulário Pedido de Reconsideração.

Na entrada do pedido de reconsideração os atos determinados pela junta médico-pericial terão seus efeitos suspensos até a reavaliação da matéria.

O prazo para entrada do pedido de reconsideração, é de 10 (dez) dias úteis improrrogáveis, contados a partir da data da decisão contra a qual se insurja o servidor.

Em caso do não-deferimento do pedido de reconsideração, os dias decorridos entre o protocolo do pedido e a ciência da decisão pelo servidor, serão considerados como faltas justificadas, caso o mesmo não compareça ao trabalho. O servidor deve retornar ao trabalho no dia útil seguinte após ser comunicado, pois, a partir daí, sua ausência será considerada como falta não justificada.

Na hipótese de indeferimento do pedido de reconsideração, o recurso, encaminhado pelo servidor, será recebido pelo Setor de Recursos Humanos que após avaliação tomará as providências necessárias.

I. Revisão de aposentadoria por invalidez

O servidor aposentado por invalidez: a) poderá ser submetido à

reavaliação em períodos determinados por Junta Médica Oficial, para fins de reversão ou manutenção da aposentadoria. (ex officio);

b) poderá solicitar ao Setor de Recursos Humanos, em caso de remissão

da moléstia que motivou a invalidez, avaliação por Junta Médica, visando à reversão da aposentadoria, a qualquer tempo. (a pedido);

c) deverá ser submetido à reavaliação em frequência determinada pelo serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade, nos primeiros 60 (sessenta) meses em que ocorreu a aposentadoria por invalidez.

Os servidores que contarem com um período de trabalho superior ou igual a 30 anos para as mulheres e 35 anos para os homens, não terão suas convocações priorizadas por iniciativa da administração.

A Junta Médica avaliará a capacidade laborativa e, no caso de insubsistência dos motivos que ensejaram a aposentadoria, indicará a reversão. Não poderá haver a reversão do aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade (art. 25, 26 e 27 da lei 8.112/90).

J. Exames admissionais

Os exames admissionais se destinam a avaliar a aptidão física e mental do candidato aprovado em concurso público ou em processo seletivo, para o desempenho das atribuições do cargo que irá exercer, por meio de inspeção médica oficial. (art. 14 da lei 8.112/90).

São dados imprescindíveis aos exames admissionais: Anamnese ocupacional; Doenças pré-existentes informadas pelo candidato; Dados do exame clínico; Exames complementares de acordo com o cargo a ser exercido; Outros que se fizerem necessários.

Deverão ser considerados para realização dos exames admissionais: as atribuições do cargo e os riscos porventura existentes no local de trabalho, onde o servidor exercerá suas atividades.

No caso de exame admissional de deficiente físico, dever-se-á verificar se sua deficiência é compatível com o cargo ou função que será executada, bem como verificar se esta função não oferecerá nenhum risco a sua integridade física ou a de terceiros.

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O candidato será responsabilizado pelas informações omitidas ou não verdadeiras prestadas no momento do exame admissional na forma do art. 299 do código penal.

L. Servidor fora da sede

O servidor que se encontre fora da sede do município onde o órgão ou entidade está instalado e o servidor que tem exercício em caráter permanente e necessite de licença médica deverá se apresentar, preferencialmente, ao serviço de Saúde ou de perícia de um órgão ou entidade vinculado ao SIPEC na localidade em que se encontrar.

Caso não exista, o servidor poderá se valer de perícia médica de órgão público, estadual ou municipal. Os prazos de afastamento deverão restringir-se ao tempo mínimo necessário à apresentação do servidor ao serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade responsável pela sua unidade de lotação. O serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade que avaliou o servidor deverá notificar a ocorrência, imediatamente, à sua unidade de lotação.

Os laudos de exames médico-periciais dos servidores em trânsito serão remetidos ao serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade em Saúde ao qual estejam vinculados, para fins de homologação.

VII - Perícia médica

Alguns aspectos devem ser ressaltados quanto ao desenvolvimento das funções da equipe médico-pericial, tais como os relacionados a seguir:

A - Relação do profissional de perícia com a instituição

Sigilo profissional:

No exercício da função pericial, o profissional não está envolvido pelo relacionamento com o paciente, assim, não é obrigado, na qualidade de confidente, a requerer informações não necessárias ao exercício de sua função de perito. Sua

atuação é exercida visando ao interesse da instituição, na defesa do interesse público, dentro da lei que rege os direitos da instituição e do servidor.

O médico perito deve atentar para o Código de Ética Médica, no exercício de sua função pericial, com especial atenção para os seguintes: Atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou auditor, assim como não ultrapassar os limites das suas atribuições e competências - art 118 do Código de Ética Médica; Nunca assinar laudos periciais ou de verificação médico-legal, quando não os tenha realizado, ou participado pessoalmente do exame - Art. 119 do Código de Ética Médica; Não ser perito de paciente seu, de pessoa de sua família ou de qualquer pessoa com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho - art. 120 do Código de Ética Médico; Nunca intervir, quando em função de auditor ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório - art. 121 do Código de Ética Médica;

Quando o médico está exercendo a atividade pericial, não se pode pretender que, como perito, deixe de revelar o que vier a saber pelo exame ou pela informação do examinado, dentro do que permite o seu Código de Ética. Esse profissional, ao examinar um servidor para fins de licença, benefícios, etc., está na obrigação de comunicar aos setores próprios da instituição as informações necessárias que permitam a aplicação da legislação pertinente.

Deve-se diferenciar o Laudo de Exame Médico Pericial (LAUDO DE EXAME MÉDICO-PERICIAL - o documento que o perito preenche no ato pericial) de outros laudos e atestados que serão utilizados nos processos, que são informações extraídas do Laudo Médico Pericial, mas que não devem conter diagnósticos ou outras informações sigilosas que devem ser sigilosas para outros servidores (não necessárias aos demais servidores) e que

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terão que ser despachadas no processo, ou que não sejam necessárias às decisões de aplicação da lei, excetuando-se o prescrito no artigo 205 da lei 8.112/90, in verbis: “O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. 186, parágrafo 1º”.

Devem os servidores lotados em setores periciais, quando do manuseio dos documentos periciais, guardar sigilo, de acordo com o artigo 325 do Código Penal, in verbis: “Revelar fato que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a violação”

Ressaltar que a perícia tem, dentre suas funções, a elaboração de laudos referentes à isenção de imposto de renda.

B - Relação do perito com o periciado

Não se deve confundir a posição do médico que avalia a pessoa como cliente voluntário, e a do profissional que o avalia na qualidade de perito.

Como cliente a escolha do médico ocorre livre e espontaneamente que lhe demanda um encaminhamento com relação à sua sintomatologia. Noutra, o periciado é demandado por uma autoridade a comparecer diante de um perito ou junta de peritos, escolhida por essa autoridade, para se verificar o estado de saúde ou das sequelas de doenças, com fins de decisão de direitos ou aplicação de leis.

O perito não deve ser afetado pelo periciado em nenhum sentido. Deve ser isento para julgar os fatos com objetividade, tendo como parâmetro o que prescreve a lei. Isso não significa perda de cortesia, atenção e educação por parte deste profissional.

O médico perito deve estar preparado para exercer sua função pericial observando sempre o rigor técnico e moral, assim como lembrar que a avançada tecnologia não substitui a anamnese detalhada e o exame minucioso e criterioso do paciente. Sua capacidade profissional

proporcionará a precisão e clareza na emissão do laudo, sem que, para tal, submeta o paciente a nenhuma situação vexatória. Senso crítico apurado deve ser determinante na personalidade do profissional para questionar, quando houver dúvida, determinadas condutas. O conhecimento da especialidade de médico perito, a vivência ética e a versatilidade profissional são condições indispensáveis para a adoção de condutas sensatas e coerentes nesse sensível universo.

O médico- perito deve ter sempre em mente que, mesmo exercendo função pericial, a relação médico-paciente, embora neutra e imparcial, deve ser baseada no respeito e atenção ao paciente, que geralmente está fragilizado por motivo de sua própria condição patológica. Suas informações e orientações devem ser esclarecedoras, usando terminologia accessível ao nível de formação do servidor.

Nunca é redundante ressaltar que a relação médico-paciente deve ser pautada por uma abordagem humanística e respeitosa de ambas as partes.

A atual abordagem pericial exige dos profissionais uma postura cada vez mais detalhada e incisiva para que não pairem dúvidas em seus pareceres técnicos, para tal, não deve se abster de solicitar pareceres de outros profissionais de saúde, que devem ser anexados ao prontuário do paciente.

C - Elaboração do parecer médico-pericial

A perícia médica inicia-se com a identificação do servidor, seu local de trabalho e função.

Nos casos de suspeita de acidente e /ou doença relacionada ao trabalho, deverá se valer ou solicitar a realização de laudo de avaliação ambiental que inclui avaliação do posto e/ou processo de trabalho do servidor e a caracterização do acidente de trabalho por parte da equipe de vigilância à saúde do servidor. No caso de impossibilidade ou em caso de inexistência do referido laudo, o mesmo deverá conhecer o tipo de atividade

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inerente ao cargo ou emprego, sobretudo investigar em que condições o seu trabalho é exercido: de pé, sentado, exigindo ou não prolongados esforços, atenção continuada, condições ambientais de trabalho, envolvendo até o seu relacionamento social.

Na história da doença, deve-se apurar em que condição ocorreu o afastamento do trabalho e se este é consequência direta ou não do estado mórbido apresentado e solicitar pareceres especializados por parte da equipe multidisciplinar.

Nos casos de doenças profissionais ou relacionadas ao trabalho, além da História da Doença Atual (HDA), deve ser feita a Anamnese Ocupacional, isto é, o questionamento das atividades profissionais anteriores exercidas pelo servidor.

Deve o perito fazer anamnese e exame clínico criterioso, solicitar exames e relatórios quando achar necessário, assim como solicitar pareceres de outros profissionais de saúde, principalmente quando seu diagnóstico divergir do indicado pelo médico assistente do servidor.

O parecer pericial deve ser registrado em documento próprio, Laudo de Exame Médico-Pericial (LAUDO DE EXAME MÉDICOPERICIAL); escrito em linguagem clara, objetiva, e accessível e unificado e deverá ser registrado no LAUDO DE EXAME MÉDICOPERICIAL em linguagem técnica, com caligrafia legível, sem borrões nem rasuras (de forma clara e objetiva).

Encontrando-se o examinado ou impedido de locomover-se ou hospitalizado, a avaliação médica pericial será realizada em sua residência ou no estabelecimento nosocomial.

A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação, independentemente do diagnóstico (artigo 82 da lei 8.112/90).

Consideram-se espécies de licença: acompanhamento de pessoa da família (Art. 83), tratamento da própria saúde (Art. 203, Art. 204), licença maternidade (Art.

207) e acidente de trabalho/doença profissional (Art. 211/212).

Os tratamentos dos acidentes de trabalho/doenças profissionais são de responsabilidade exclusiva do serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade, dos Parceiros Institucionais do Serviço Integral de Atenção à Saúde do Servidor - SISOSP, e, na sua ausência, do órgão ao qual o servidor encontra-se vinculado, administrativamente. (art. 213 da lei 8.112/90).

O servidor que apresentar sinais evidentes de lesão orgânica ou funcional, mesmo que não disponha de médico assistente nem apresente atestado, será mesmo assim, submetido a exame pericial, requerido pela respectiva chefia e dirigido ao titular da unidade de recursos humanos, que encaminhará quando couber ao serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade à qual está vinculado. O requerimento, devidamente justificado, tramitará sob sigilo, cabendo ao titular da unidade de recursos humanos proceder à convocação do servidor, fixando-lhe data e hora de apresentação ao Órgão de Perícia Oficial.(ex offício).

Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, sem justificativa, recusar-se a ser submetido aos exames médico-periciais e aos exames periódicos para os servidores expostos à radiação ionizante determinados pelo titular da unidade regional de recursos humanos, cessando os efeitos da penalidade a partir da data em que for cumprida a determinação (Art. 130, Parágrafo 1º da lei 8.112/90).

Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. (Art. 130, Parágrafo 2º da lei 8.112/90).

Os elementos apurados no exame deverão ser registrados detalhadamente no LAUDO DE EXAME MÉDICO-PERICIAL; padronizado e apresentado como base de

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todo o processo, que constituirá o instrumento médico-legal.

Não deve, portanto apresentar: - insuficiência e imprecisão nos dados; - incoerência entre os dados semióticos encontrados e o diagnóstico firmado; - indecisão e dúvida do perito, que possa comprometer a justiça da decisão; - espaços em branco ou traços - quando nada for encontrado, deverão ser usadas expressões que traduzam a ausência de normalidade; - diagnósticos não relacionados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na Classificação Internacional de Doenças (CID).

Na impossibilidade do estabelecimento de diagnóstico nosológico, os prazos de afastamento deverão, a critério da perícia médica, serem suficientes para a realização de exames complementares, emissões de pareceres especializados de outros membros da equipe de saúde, ou ainda o processamento da licença ou benefício, a fim de não retardar o pagamento aos servidores.

A avaliação médico-pericial poderá ser decisiva nos processos de licença, aposentadoria, etc., mas a sua concessão prevista em ato específico é atribuição da autoridade administrativa. Deve o médico-perito limitar-se a fazer referência à capacidade ou incapacidade, mas nunca à sua concessão, que está fora de sua alçada e habilitação.

Os laudos médico-periciais indicarão obrigatoriamente e de forma expressa os seguintes itens:

a) se a licença para tratamento de saúde ou a aposentadoria por invalidez do servidor decorre ou não de acidente em serviço, de moléstia relacionada ao trabalho, ou doença especificada em lei;

b) se o servidor aposentado com proventos proporcionais ao tempo de serviço ou o titular de pensão vitalícia se encontre ou não acometido de doença grave especificada em lei;

c) se a pessoa economicamente dependente do servidor apresenta ou não invalidez para o trabalho, consignando, na

hipótese afirmativa, a duração provável de invalidez;

d) se o servidor se encontra ou não apto para os atos da vida civil;

e) se a insalubridade ou periculosidade é ou não passível de neutralização ou de eliminação, indicando, na primeira hipótese, as medidas de proteção coletiva e/ou individual a serem adotadas; f) se o examinado é portador de deficiência, o que exigirá a colocação do seu grau e a categoria desta.

D - Quesitos do laudo médico-pericial

A conclusão da perícia médica, fundamentada nos elementos colhidos e registrados, (no laudo), também basear-se-á nas respostas de questionário específico com quesitos que nortearão o laudo final

Quesito 1 - “DIANTE DO RESULTADO DO EXAME, ESTÁ

O SERVIDOR TEMPORÁRIAMENTE INCAPAZ PARA O EXERCÍCIO DO CARGO? EM CASO AFIRMATIVO, NECESSITA O SERVIDOR DE LICENÇA?”.

A resposta a esse quesito constitui o fundamento do exame médico-pericial. A simples resposta sim ou não do perito condensa todos os seus conhecimentos médico-periciais de legislação, de normas específicas de perícia médica e, às vezes, de medicina ocupacional, neste caso deve solicitar avaliação por parte da equipe multiprofissional de saúde ocupacional.

O julgamento inadequado sobre a existência ou não de incapacidade traz inconvenientes de ordem administrativa e prejuízos tanto para o servidor, ao se denegar um direito, quanto para a instituição, onde o absenteísmo condiciona maior custo na produção de seus serviços.

Havendo necessidade de exames complementares ou pareceres especializados, o perito os indicará e anotará no laudo.

Quesito 2 - “POR QUANTO

TEMPO? A PARTIR DE ________”.

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O perito deve fixar prazo durante o qual haja viabilidade de recuperação do servidor.

Prazos curtos nas doenças prolongadas são prejudiciais não apenas à instituição, como ao paciente, que fica obrigado a atender a sucessivas convocações, o que pode, inclusive, prejudicar seu estado patológico, prolongando seu período de recuperação. Prazos curtos podem representar indício de insegurança do médico-perito.

Do mesmo modo, prazos longos para doenças de curta duração constituem graves erros técnicos, representando pesado ônus para a instituição.

A fixação de data “indeterminada” só será admitida em face da incapacidade permanente por invalidez, no momento de propor a aposentadoria.

“A partir de...”, é a data do início da incapacidade e deve ser determinada em razão das manifestações da doença que provocaram alterações de tal ordem que impediram o desempenho das tarefas específicas do cargo e poderá ou não coincidir com a data do início do afastamento.

Quesito 3 - “ESTÁ O EXAMINADO

INVÁLIDO PARA O EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES OU OUTRAS CORRELATAS?”. A PARTIR DE ___/_____/_____

Deve ser respondido para transformar a licença em aposentadoria por invalidez e a resposta afirmativa implica parecer definitivo sobre a invalidez do servidor.

A expressão “ou outras correlatas” envolve a apreciação sobre o processo de readaptação no serviço público, muitas vezes difícil. Não basta o estabelecimento da eletividade pela readaptação, mas sua recondução só poderá ocorrer para o exercício de cargos em funções correlatas e com alteração na posição que ocupa no Plano de Classificação de Cargos (Ofício-Circular nº 37, de 16.08.96 publicado no Diário Oficial da União nº 172, de 04.09.96).

Quesito 4 - O SERVIDOR NECESSITA SER READAPTADO?__________

Em caso de resposta afirmativa, qual cargo será indicado devido à sua restrição laborativa seu nível de escolaridade? (para qual cargo?)

O servidor deve evitar (necessita de restrição de) algumas atividades em seu cargo atual?

Especificar a atividade: / Por quanto tempo?_________ /Fazer a explicação.

O Setor de Recursos Humanos, de posse do laudo de junta médica, deverá procurar manter o servidor em seu setor de trabalho com limitação de suas atividades; se não for possível, deverá ser indicada a remoção para outro setor, com mudança ou não de sede e, se também não for viável, indicará a readaptação e, finalmente, aposentadoria.

Os pareceres não podem ser

transcritos no processo, limitando-se a chefia médica informar, quando solicitada, que “existem ou não problemas de saúde constatados no exame médico-pericial que vão transcritos no laudo (confidencial) e que se beneficiarão ou não com a readaptação ou restrição da atividade”.

Quesito 5 - “A DOENÇA SE

ENQUADRA NO ART. 186, INCISO I, § 1º, DA LEI Nº 8.112/90?”. A PARTIR DE ______/___/_____

A resposta a esse quesito só deverá ser dada se o quesito anterior for positivo - há invalidez para o exercício da função e outras correlatas - porque não é o diagnóstico isolado que determina o enquadramento, mas sim a conjugação dos dois fatores.

“A doença está especificada no parágrafo I, do artigo 186, da Lei 8.112/90?”.

A resposta afirmativa a este quesito independe da constatação de invalidez.

Ver, nos anexos deste Manual, os critérios de invalidez para cada doença especificada no § 1º do artigo 186.

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Em resposta a este quesito deverá ser escrito, por extenso, o nome da doença constante no parágrafo 1º do artigo 186. Por exemplo: no caso de carcinoma de próstata deverá ser escrito = NEOPLASIA MALIGNA. (art. 205 lei 8.112/90 “O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas noart. 186, § 1º”)

Quesito 6 - “O SERVIDOR É

PORTADOR DE DOENÇA INCAPACITANTE, CONFORME PREVISTO NESTE MANUAL?”.

Quesito 7 - “A MOLÉSTIA É

DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO OU DOENÇA PROFISSIONAL / OCUPACIONAL?”.

INCISO I, ART 186, DA LEI 8.112/90”.

A resposta a esse quesito dependerá

de comprovação por meio de declaração da chefia, boletim de atendimento, etc., de conformidade com o que estabelece a legislação, e onde deverá estar registrado não só em que condição se deu o acontecimento, mas o e local, horário, se há possui ou não testemunhas.

Ainda que não constante da relação de agentes patogênicos causadores de doença profissional ou de trabalho, e em casos excepcionais, deverá ser considerado como acidente do trabalho a doença que resultou de condições em que o trabalho é executado e com ele se relacione diretamente.

Quando se investigar a existência ou não de patologia ocupacional, deverá ser feita, não apenas a história da doença atual, mas sim um levantamento de todo o histórico laboral do servidor, já que a doença no momento apresentada pode ser oriunda de exercício profissional anterior, cujas repercussões na saúde são tardias, mas nem por isso deixam de ter o

tratamento e conceder os direitos a que o servidor tem direito.

De acordo com o art. 205, em caso de ser a moléstia decorrente de acidente de trabalho ou doença profissional, deverá constar no laudo pericial o nome da doença, por extenso.

A doença degenerativa inerente ao grupo etário e a que não acarreta incapacidade para o trabalho não são consideradas doenças profissionais.

Quesito 8 - “FOI COMUNICADO AO

ÓRGÃO HABILITADOR DA PROFISSÃO?”. Este quesito evidencia a importância

de o médico alertar, administrativamente, o órgão habilitador, como o Conselho Regional de Medicina, quando em sua conclusão pericial declarar o profissional inválido para o exercício da profissão, principalmente quando a continuidade do exercício pode levar a danos de outrem.

Quesito 9 - “DEVERÁ SER EXIGIDA

A NOMEAÇÃO DE CURADOR?”. A resposta afirmativa somente

deverá ser dada quando o médico-perito, baseado em laudo ou parecer de assistente social e psicólogo, dependendo da patologia, concluir pela incapacidade total do servidor para a prática dos atos da vida civil devendo, portanto, ser interditado. É uma atitude que deve ser tomada principalmente no resguardo do interesse de sua família, da sociedade e da instituição.

Quesito 10 - “O CANDIDATO TEM

CONDIÇÕES DE SAÚDE PARA O EXERCÍCIO DO CARGO?”.

Após o exame básico de saúde e outros que se fizerem necessários e de acordo com a categoria funcional em que está incluído o cargo que deverá exercer o candidato, o médico-perito avaliará e responderá a este quesito sempre em relação às atividades inerentes do referido cargo.

É de extraordinária importância que todas as limitações do candidato sejam

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registradas (assinaladas) no laudo e que, embora não o incapacitem para o exercício, possam subsidiar e sirvam futuras reivindicações de doenças profissionais.

Quesito 11 - “É INDISPENSÁVEL À

ASSISTÊNCIA PESSOAL E CONSTANTE DO SERVIDOR À PESSOA DA FAMÍLIA EXAMINADA?”. (ARTIGO 83 LEI 8.112/90)

Qualificado o examinado pelo perito, entre aquelas amparadas pelas disposições legais, o seu parecer deve basear-se no fato de que somente poderá ser concedida essa licença quando for imprescindível a presença do servidor junto ao doente, como no caso de ser o único parente em condições de prestar serviços necessários ao parente enfermo, advindo daí que a sua presença virá facilitar o processo de recuperação do enfermo.

Deverá ser observado, em conjunto com a assistente social, o ambiente em que se encontra a pessoa doente, se está na residência ou não do servidor, se existem outras pessoas que, por não exercerem atividades fora da residência, poderiam prestar assistência, pois vínculos com o paciente.

Nas internações hospitalares, em que a assistência permanente vem sendo prestada pela infra-estrutura do hospital, torna-se imprescindível a presença do servidor, somente em situações como a de internações de filhos menores ou nos casos em que o próprio hospital requerer a presença de acompanhante <!ID721160-3>

Quesito 12 - “O PEDIDO DE

REMOÇÃO JUSTIFICA-SE SOB O PONTO DE VISTA MÉDICO?”. (ART 36 DA LEI 8.112/90)

O médico-perito informará no laudo a razão dos benefícios do ponto de vista médico que advirão dessa remoção, podendo na parte “conclusão” do laudo tecer outras considerações, que deverão ser homologadas pela chefia.

O médico-perito não pode usar expressões: “Justifica-se sob o ponto de vista médico”, sem objetivamente

apresentar razões, nem recomendar localidades que apresentam os mesmos problemas do local de origem.

Os pareceres não podem ser transcritos no processo, Cabendo à chefia médica informar, quando solicitada, se “existem ou não problemas de saúde constatados no exame médico-pericial que vão transcritos no laudo (confidencial) e que haverá benefícios ou não com a remoção”.

Tratando-se de decisão de autoridade de pessoal, não pode a perícia, no parecer, exprimir-se de modo a estabelecer conflito entre o requerente e a autoridade que detém a atribuição decisória.

O servidor com contrato temporário não tem direito à remoção por motivo de saúde. (lei 8.745/93)

Quesito 13 - “O EXAMINADO ESTÁ

INVÁLIDO? (ART. 215 A 225 DA LEI 8.112/90)”. QUAL O GRAU DE SUA INVALIDEZ?

Total / Parcial / Permanente / Temporal / Não / Prejudicado.

O laudo de avaliação de invalidez do solicitante de pensão ou de classificação de dependente inválido será emitido por junta médica oficial.

Quesito 14 - “É O EXAMINADO

PORTADOR DE DEFICIÊNCIA?” (decreto 3.298 de 20/12/1999).

Permanente/incapacitante Física/auditiva / visual / mental / múltipla Ao avaliar o examinado para constatação de deficiência, a junta médica oficial deverá especificar o grau - permanente, incapacitante assim como as categorias - físicas, auditivas, visuais, mentais, múltiplas.

Quesito 15 - “O AMBIENTE,

PROCESSO OU ORGANIZAÇÃO DE TRABALHO, PODEM SER CAUSA OU CONCAUSA DO AFASTAMENTO DO SERVIDOR?”.

Ao avaliar a patologia ou o agravo do servidor, correlaciona-lo com o Laudo de Avaliação Ambiental, para determinar se há

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nexo causal entre ambos. Deverá o profissional utilizar-se da metodologia do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário do Instituto Nacional do Seguro Social para realizar tal correlação.

VIII. Considerações gerais Por seu caráter confidencial, os

documentos médicos, quando fora do serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade, deverão tramitar em envelope lacrado, no qual deverá estar consignado que sua consulta é restrita à profissional da área de saúde ou aos órgãos julgadores dos atos da administração federal.

As ocorrências médicas do servidor serão registradas na ficha Registro de Ocorrências Médicas (ROM), seja para fins médico-periciais, seja para fins estatísticos.

É proibido ao médico atuar como perito de próprios clientes, inclusive na condição de integrante de Junta médico-pericial. A chefia imediata do servidor licenciado para tratamento de saúde não permitirá que ele reassuma o exercício de seu cargo ou entre em gozo de férias ou licença-prêmio antes de provar, através do RESULTADO DE EXAME MÉDICO-PERICIAL, a cessação da incapacidade para o trabalho.

As informações das licenças médicas deverão ser entregues ao Setor de Recursos Humanos para as devidas providências quanto ao controle de frequência.

O Serviço de Saúde dos Servidores manterá arquivado, em pastas individuais, os documentos relativos aos antecedentes médicos dos servidores (prontuário médico-pericial), mesmo na existência de prontuário eletrônico.

Na hipótese de remoção de

servidor, o respectivo prontuário médico será remetido, em envelope lacrado, à Unidade de Saúde Ocupacional e Perícia em Saúde a que se encontre vinculado no novo órgão de lotação.

Os exames médico-periciais serão registrados diariamente no formulário Boletim Diário do Médico-Perito, e apurados mensalmente no Boletim Mensal de Serviço de Saúde e Perícia Médica.

Ao final do mês, o Boletim Mensal de Serviço de Saúde e Perícia Médica deverão ser encaminhados à Coordenação Geral de Seguridade Social e Benefícios do Servidor da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão que realizará o tratamento estatístico e epidemiológico dos dados. Lembramos que este boletim deverá ser impessoal, com vistas a garantir a não identificação dos portadores de agravos.

O Serviço de Saúde deverá observar o que consta nas orientações sobre “doenças enquadradas no § 1º do art. 186 da Lei nº 8.112/90”, anexas a este Manual, quando do exame dos servidores e da documentação dos seus processos de aposentadoria.

Esse serviço deve promover a capacitação de seus profissionais, em todas as áreas de atuação.

O servidor acometido de doença incapacitante durante o período de férias não terá suas férias suspensas (Art. 80 da lei 8.112/90).

Após o término das mesmas, deverá comparecer ao serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade, para avaliação da capacidade laborativa. (Art. 80 da lei 9.527/97) O servidor que solicitar isenção do imposto de renda deverá ser encaminhado ao serviço de Saúde ou de perícia do órgão ou entidade, para ser submetido à avaliação, visando constatação de invalidez e/ ou enquadramento legal da patologia. O parecer técnico da junta médica deve se restringir apenas à condição médico pericial do servidor, se abstendo de emitir opinião sobre a concessão ou não da isenção, ato este puramente administrativo.

Todos os formulários presentes neste manual na medida do possível e

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dentro dos ditames legais serão progressivamente migrados para uma formatação eletrônica, eliminando ou reduzindo o uso de papéis em trânsito, dentro do contexto do SISOSP.

IX. Doenças enquadradas no parágrafo 1º do art. 180 da lei nº 8.112/90

Aqui se descreve as patologias relacionadas na lei supracitada, que, quando presentes e dentro dos critérios aqui descritos, concedem aposentadoria integral.

Alienação mental - conceituação

Alienação mental é um estado de dissolução dos processos mentais (psíquicos) de caráter transitório ou permanente (onde o volume de alterações mentais pode levar a uma conduta antissocial), representando risco para o portador ou para terceiros, impedindo o exercício das atividades laborativas e, em alguns casos, exigindo internação hospitalar até que possa retornar ao seio familiar.

Em geral estão incluídos nesta definição os quadros psicóticos (moderados ou graves), como alguns tipos de esquizofrenia, transtornos delirantes e os quadros demenciais com evidente comprometimento da cognição (consciência, memória, orientação, concentração, formação e inteligência).

Em face de diagnósticos de transtornos psicóticos, torna-se necessário avaliar a sintomatologia apresentada, a forma clínica e a fase de evolução, a fim de identificar com propriedade o enquadramento correspondente.

As juntas médicas deverão solicitar ao médico psiquiatra assistente a codificação da patologia com 5 itens, parecer constando as informações sobre quais sinais e l ou sintomas que invalidam o servidor para atividades laborativas e l ou para todo e qualquer ato da vida civil À vista dessas informações, identificar nos quadros clínicos de Alienação Mental os seguintes elementos:

a) transtorno intelectual - atinge as

funções mentais em conjunto e não apenas uma delas.

b) falta de autoconsciência - o paciente ignora o caráter patológico de seu transtorno ou tem dele uma noção parcial ou descontínua;

c) ausência de utilidade - a perda da adaptabilidade redunda em prejuízo para o paciente e para a sociedade (Beca Soto).

As Juntas Médicas poderão identificar Alienação Mental no curso de qualquer enfermidade psiquiátrica desde que, em seu estágio evolutivo, estejam satisfeitas todas as condições abaixo discriminadas:

a) seja enfermidade mental ou neuromental;

b) seja grave e persistente; c) seja refratária aos meios habituais

de tratamento; d) provoque alteração completa ou

considerável da personalidade; e) comprometa gravemente os

juízos de valor e realidade, com destruição da autodeterminação e do pragmatismo;

f) torne o paciente total e permanentemente inválido para qualquer trabalho;

g) haja um eixo sintomático entre o quadro psíquico e a personalidade do paciente;

h) haja um eixo sintomático entre o quadro psíquico e a personalidade do paciente.

São considerados meios habituais de tratamento:

i) psicoterapia; j) psicofarmacoterapia; l) terapêutica biológica

(eletroconvulsoterapia, insulinoterapia, etc).

Não é considerado meio de tratamento a utilização de Psicofármacos em fase de experiência laboratorial.

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Quadros clínicos que cursam com a alienação mental

São necessariamente casos de Alienação Mental:

m) estados de demência (senil, pré-senil, arterioesclerótica, luética, coréica, doença de Alzheimer e outras formas bem definidas);

n) psicoses esquizofrênicas nos estados crônicos;

o) paranóia e a parafrenia nos estados crônicos;

p) oligofrenias graves.São excepcionalmente considerados casos de Alienação Mental:

q) psicoses afetivas, mono ou bipolar, quando comprovadamente cronificadas e refratárias ao tratamento, ou quando exibirem elevada frequência de repetição fásica, ou ainda, quando configurarem comprometimento grave e irreversível de personalidade;

r) psicoses epilépticas, quando comprovadamente cronificadas e resistentes à terapêutica, ou quando apresentarem elevada frequência de surtos psicóticos;

s) psicoses pós-traumáticas e outras psicoses orgânicas, quando caracterizadamente cronificadas e refratárias ao tratamento, ou quando configurarem um quadro irreversível de demência.

Não são casos de Alienação Mental: a) nenhuma forma de neurose; b) desvios ou transtornos sexuais; c) alcoolismo, dependência de

drogas e outros tipos de depência orgânica;

d) oligofrenias leves e moderadas; e) psicoses do tipo reativo (reação

de ajustamento, reação ao"stress"); f) psicoses orgânicas transitórias

(estados confusionais reversíveis); g) epilepsia por si só. Os quadros psicóticos leves,

controlados ou em período de remissão, não incapacitam para a vida laborativa,

podendo o periciado praticar todos os atos da vida civil.

A epilepsia, quando associada (comorbidade) a casos graves de psicose, poderá ser enquadrada como alienação mental, pelo comprometimento mental da psicose.

Normas de procedimento das juntas médicas

A Junta Médica, para maior clareza

e definição imediata da situação do periciado, deverá fazer constar, obrigatoriamente, dos laudos declaratórios de invalidez do portador de Alienação Mental, os seguintes dados:

a) Diagnóstico da enfermidade básica, inclusive o diagnóstico, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças versão 10;

b) modalidade fenomênica; c) estágios evolutivo; d) expressão "Alienação Mental"

entre parênteses. Se os laudos concluírem por

Alienação Mental, deverão ser firmados em diagnósticos que não se confundam com os quadros de reações psíquicas isoladas, intercorrências psico-reativas e distúrbios orgânicos subjacentes, dos quais sejam simples epifenômenos.

A simples menção do grau ou intensidade da enfermidade não esclarece a condição de "Alienação Mental", se não estiver mencionado o estágio evolutivo da doença.

Cardiopatia grave - conceituação

Para o entendimento de cardiopatia grave toma-se necessário que o conceito englobe todas as doenças relacionadas ao coração, tanto crônicas, como agudas.

São consideradas Cardiopatias Graves:

a) as cardiopatias agudas, que, habitualmente rápidas em sua evolução, tornarem-se crônicas, caracterizando uma cardiopatia grave, ou as que evoluírem

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para o óbito, situação que, desde logo, deve ser considerada como cardiopatia grave, com todas as injunções legais;

b) as cardiopatias crônicas, quando limitarem, progressivamente, a capacidade física, profissional (ultrapassando os limites de eficiência dos mecanismos de compensação), não obstante o tratamento clínico elou cirúrgico adequado, ou quando induzirem à morte prematura.

A limitação da capacidade física, funcional e profissional é definida habitualmente pela presença de uma ou mais das seguintes síndromes: insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana, arritmias complexas, bem como hipoxemia e manifestações de baixo débito cerebral, secundárias a uma cardiopatia.

A avaliação da capacidade funcional do coração permite a distribuição dos pacientes em

Classes ou Graus, assim descritos: a) GRAU I - Pacientes portadores

de doença cardíaca sem limitação da atividade física. A atividade física normal não provoca sintomas de fadiga acentuada, nem palpitações, nem dispneias, nem angina de peito;

b) GRAU II - Pacientes portadores de doença cardíaca com leve limitação da atividade física. Estes pacientes sentem-se bem em repouso, porém os grandes esforços provocam fadiga, dispneia, palpitações ou angina de peito;

c) GRAU III - Pacientes portadores de doença cardíaca com nítida limitação da atividade física. Estes pacientes sentem-se bem em repouso, embora acusem fadiga, dispneia, palpitações ou angina de peito, quando efetuam pequenos esforços;

d) GRAU IV - Pacientes portadores de doença cardíaca que os impossibilitam de qualquer atividade física. Estes pacientes, mesmo em repouso, apresentam dispneia, palpitações, fadiga ou angina do peito.

Os meios de diagnósticos a serem empregados na avaliação da capacidade

funcional do coração, cientificamente, são os seguintes:

a) história clínica, com dados evolutivos da doença;

b) exame clínico; c) eletrocardiograma, em repouso; d) eletrocardiografia dinâmica

(Holter); e) teste ergométrico; f) ecocardiograma, em repouso; g) ecocardiograma associado a

esforço ou procedimentos farmacológicos; h) estudo radiológico do tórax,

objetivando o coração, vasos e campos pulmonares, usando um mínimo de duas incidências;

i) cintilografia miocárdica, associada a teste ergométrico (tecnásio );

j) cintilografia miocárdica associada a dipridamol e outros fármacos;

l) cinecoronarioventriculografia. Nos periciados portadores de

doença cardíaca, não identificável com os meios de diagnósticos citados anteriormente, deverão ser utilizados outros exames e métodos complementares, que a medicina especializada venha a exigir.

Os achados fortuitos em exames complementares especializam dos não são, por si só, suficientes para o enquadramento legal de Cardiopatia Grave, se não estiverem vinculados aos elementos clínicos e laboratoriais que caracterizem uma doença cardíaca incapacitante.

O quadro clínico, bem como os recursos complementares, com os sinais e sintomas que permitem estabelecer o diagnóstico de Cardiopatia Grave estão relacionados para as seguintes cardiopatias: cardiopatia isquêmica, cardiopatia hipertensiva, miocardiopatias, valvopatias, cardiopatias congênitas, arritmias e cor pulmonal e crônica.

Em algumas condições, um determinado item pode, isoladamente, configurar Cardiopatia Grave (por exemplo, fração de ejeção < 0,35) porém, na grande maioria dos casos, a princípio, é

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necessária uma avaliação conjunta dos diversos dados do exame clínico e dos achados complementares para melhor conceituá-la.

Afecções ou doenças capazes de causar cardiopatia grave cardiopatia isquêmica

Caracterizada por: Quadro Clínico: a) angina classes III e IV da NYHA

e da Canadian Cardiovascular 50 Society, apesar de responder a terapêutica;

b) manifestações clínicas de insuficiência cardíaca;

c) arritmias (associar com dados de ECG e Holter);

Eletrocardiograma (repouso); a) zona elétrica inativa (localização

e magnitude); b) alterações isquêmicas de ST- T; c) distúrbios de condução

atrioventricular e intraventricular; d) hipertrofia ventricular esquerda; e) fibrilação atrial crônica; f) arritmias ventriculares complexas

(associar com dados do Holter). Radiografia do Tórax: a) cardiomegalia; b) congestão venocapilar pulmonar. Teste ergométrico: a) limitação da capacidade

funcional «5 met); b) angina, em carga baixa «5met); c) infradesnível do segmento ST: . precoce (carga baixa); . acentuado (>3mm); . morfologia horizontal ou

descendente; . múltiplas derivações. a) duração prolongada (> 6 mino no

período de recuperação); supradesnível de ST, sobretudo em

área não relacionada a infarto prévio; b) comportamento anormal da

pressão arterial diastólica (variação de PD > mm Hg);

c) insuficiência cronotrópica (elevação inadequada da frequência cardíaca);

d) sinais de disfunção ventricular esquerda associada ao esforço;

e) arritmias ventriculares, desde que associadas a outros sinais de resposta isquêmica.

Cintilografia Miocárdica associada a

Teste Ergométrico (Tálio, MIBI, Tecnécio) a) defeitos de perfusão múltiplos ou

áreas extensas (áreas hipocaptantes definitivas ou transitórias);

b) dilatação da cavidade ventricular esquerda ao esforço;

c) hipercaptação pulmonar; d) fração de ejeção (FE) em repouso

menor ou igual a 0,35 (valor específico para o método);

e) comportamento anormal da FE ao exercício (variação da FE menor que 5%);

f) motilidade parietal regional ou global anormal.

Cintilografia Miocárdica associada a

Dipridamol e outros fármacos: a) interpretação semelhante à

definida para a cintilografia com teste ergométrico.

Ecocardiograma (em repouso): a) fração de ejeção menor ou igual

a 0,40 (valor específico para método); b) alterações segmentares da

contratilidade ventricular; c) dilatação das câmaras esquerdas,

especialmente se associada à hipertrofia ventricular esquerda;

d) complicações associadas: disfunção dos músculos papilares, insuficiência mitral, comunicação interventricular, pseudo-aneurismas, aneurismas, trombos intracavitários.

Ecocardiograma associado a

esforço ou procedimentos farmacológicos: a) aparecimento de alterações de

contratilidade segmentar inexistentes no Eco em repouso;

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b) acentuação das alterações de contratilidade preexistentes;

c) comportamento anormal da FE ao exercício (variação da FE menor que 5%).

Eletrocardiografia Dinâmica (Holter): - alterações isquêmicas (ST - T)

associadas à dor anginosa ou sintomas de disfunção ventricular esquerda; isquemia miocárdica silenciosa (magnitude e duração); arritmias ventriculares complexas; fibrilação atrial associada à isquemia.

Distúrbios de condução

atrioventricular e intraventricular relacionados à isquemia.

Cinecoronarioventriculografia: Lesão de tronco de coronária

esquerda maior ou igual a 50%; lesões triarteriais moderadas a importantes (maior ou igual a 70% do terço proximal ou médio), e "eventualmente" do leito distal, dependendo da massa miocárdica envolvida; lesões bi ou uniarteriais menor ou igual a 700/0, com grande massa miocárdica em risco; lesões ateromatosas extensas e difusas; fração de ejeção menor ou igual a 0,40%; hipertrofia ventricular esquerda e dilatação ventricular esquerda; áreas significantes de acinesia, hipocinesia e discinesia; aneurisma de ventrículo esquerdo; complicações mecânicas: insuficiência mitral, comunicação interventricular.

Fatores de risco e condições

associadas: idade maior ou igual a 70 anos,

hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia familiar;

vasculopatia aterosclerótica importante, em outros territórios (central, periférico).

Pós-infarto do miocárdio: Disfunção ventricular esquerda

(áreas de acinesia, hipocinesia e discinesia); isquemia à distância (em outra área que não a do infarto);arritmias

ventriculares complexas;idade avançada;condições associadas.

Cardiopatia hipertensiva

A gravidade é caracterizada pela presença das seguintes condições: hipertensão essencial ou hipertensão secundária; hipertrofia ventricular esquerda detectada pelo ECG ou Ecocardiograma que regride com o tratamento; disfunção ventricular esquerda sistólica, com fração de ejeção menor ou igual a 0,40; arritmias supraventriculares e ventriculares relacionadas à hipertensão arterial; cardiopatia isquêmica associada.

Miocardiopatias hipertróficas

A gravidade é caracterizada pela presença das seguintes condições: história familiar de morte súbita; paciente sintomático, especialmente história de síncope, angina, insuficiência cardíaca e embolia sistêmica; diagnóstico na infância (baixa idade); hipertrofia moderada ou severa, com alterações isquêmicas de ST-T; cardiomegalia; disfunção ventricular esquerda sistólica elou diastólica;fibrilação atrial; Síndrome de Wolff Parkinson White; arritmias ventriculares complexas; regurgitação mitral importante; doença arterial coronária associada; forma obstrutiva com gradiente de via de saída maior ou igual a 50 mm Hg.

Miocardiopatias dilatadas

Com as seguintes características: histórias de fenômenos tromboembólicos; cardiomegalia importante; ritmo de galope (B3); insuficiência cardíaca classe funcional III e IV; fração de ejeção menor ou igual a 0,30; fibrilação atrial; arritmias ventriculares complexas; distúrbios da condução intraventricular.

Miocardiopatia restritiva (Endomiocardifibrose, fibroelastose)

A gravidade é caracterizada pela presença das seguintes condições: história de fenômenos

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tromboembólicos;cardiomegalia;insuficiên-cia cardíaca classe funcional III e IV; envolvimento do ventrículo direito ou biventricular; fibrose acentuada; regurgitação mitral elou tricúspide importante.

Cardiopatia chagásica crônica

A gravidade é caracterizada pela presença das seguintes condições: história de síncope elou fenômenos tromboembólicos; cardiomegalia acentuada; insuficiência cardíaca classe funcional lll e IV; fibrilação atrial; arritmias ventriculares complexas; bloqueio bi ou trifascicular sintomático;

Arritmias cardíacas

Constituem características de maior gravidade:

a) disfunção do nó sinusal sintomática, com comprovada correlação sintomas/arritmias, e, especialmente em presença de síndrome braditaquiarritmica;

b) bradiarritmias; Bloqueio atrioventricular (BAV) do

2º grau, tipo II, ou BAV avanado; Bloqueio atrioventricular total: a) sintomático; b) com resposta cronológica

inadequada ao esforço; com cardiomegalia progressiva;

Fibrilação atrial com resposta ventricular baixa; Bloqueios de ramo (direito ou esquerdo), permanentes ou alternantes, sintomáticos (claudicação cerebral ou insuficiência cardíaca).

Taquiarritmias:

a) taquicardias ventriculares sintomáticas (claudicação cerebral elou comprometimento hemodinâmico), de qualquer etiologia;

b) taquicardias supraventriculares sintomáticas (claudicação, comprometimento hemodinâmico, taquicardiomiopatia, fenômenos tromboembólicos) de qualquer etiologia e desencadeados por qualquer mecanismo.

c) síndrome de pré-exitação ventricular, com alto risco de morte súbita, determinado por estudos invasivos; portadores de marcapasso cardíaco definitivo (antibradi ou antitaquicardia), cuja capacidade funcional se mantém limitada pela cardiopatia subjacente. Cor pulmonal e crônico

Constituem características de maior gravidade:

Quadro clínico: a) manifestações de hipóxia

cerebral e periférica b) insuficiência cardíaca direita; c) dores anginosas; d) crises sincopais; e) hiperfonese canglorosa da

segunda bulha no foco pulmonar; f) galope ventricular direito (83) P02

< 60 mm Hg; PC02 > 50 mm Hg.

Eletrocardiograma: Sinais de sobrecarga importante de

câmaras direitas. a) hipertrofia ventricular direita com

disfunção diastólica elou sistólica; b) grande dilatação do átrio direito; c) pressão sistólica em artéria

pulmonar, calculada a partir das pressões do VD e AD, maior ou igual a 60 mm Hg;

d) insuficiência tricúspide importante; inversão do fluxo venoso na sístole atrial.

Estudos hemodinâmicos: a) dilatação do tronco da artéria

pulmonar; b) dilatação do ventrículo direito; c) dilatação do átrio direito; d) pressão na artéria pulmonar

maior ou igual a 60 mm Hg; e) pressão no átrio direito maior ou

igual a 15 mm Hg; f) insuficiência pulmonar;

insuficiência tricúspide.

Cardiopatias congênitas Caracterizam-se como graves as

cardiopatias congênitas que apresentam: Do ponto de vista clínico:

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a) crises hipoxêmicas; b) insuficiência cardíaca (classes III

e IV); c) hemoptises, pela presença de

circulação colateral brônquica; d) arritmias de difícil controle e

potencialmente malignas. Do ponto de vista anatômico: a) doença arterial pulmonar; b) necrose miocárdica, por doença

coronária ou origem anômala das artérias coronárias;

c) drenagem anômala total infracardíaca ou origem das artérias coronárias;

d) drenagem anômala total infracardíaca ou com obstruções severas da conexão das veias pulmonares com as sistêmicas;

e) hipertrofia ventricular direita; f) agenesias valvulares (pulmonar e

aórtica); g) hipoplasia ou atresia de válvulas

pulmonares, aórtica e mitral; h) hipoplasia ou atresia do coração

esquerdo; i) estenose mitral; j) transposição das grandes artérias

com hiper-resistência pulmonares ou ausência de comunicações;

l) ventrículos únicos com atresias valvares;

m) ectopias cardíacas com alterações múltiplas;

n) cardiopatias complexas.

Insuficiência mitral Caracterizada por: Quadro clínico: a) insuficiência cardíaca classes

funcionais III e IV; b) frêmito sistólico palpável na

região da ponta; c) primeira bulha inaudível ou

acentuadamente hipofonética no foco mitral;

d) sopro holossistólico, no foco mitral, de intensidade> 3/6, com irradiação em faixa ou círculo;

e) segunda bulha hiperfonética, no foco pulmonar;

f) desdobramento amplo e constante da segunda bulha, no foco pulmonar.

Eletrocardiograma: a) sinais progressivos de

sobrecarga atrial e ventricular esquerdas; b) fribrilação atrial. Estudo radiológico: a) aumento acentuado da área,

com predominância das cavidades esquerdas;

b) sinais de congestão venocapilar pulmonar;

c) sinais de hipertensão pulmonar. Ecocardiograma: a) presença de jato regurgitante, de

grande magnitude; b) comprometimento progressivo da

função ventricular sistólica; c) aumento significativo do diâmetro

sistólico do ventrículo esquerdo; d) inversão do fluxo sistólico, em

veia pulmonar; e) sinais de hipertensão pulmonar; Hemodinâmica e angiografia: a) onda "v" com valor maior ou igual

a 3 vezes, em relação à média do capilar pulmonar;

b) opacificação do átrio esquerdo igual ou superior que a do ventrículo esquerdo: graus III e IV da classificação de Sellers;

c) fração de regurgitação maior ou igual a 60% (FR = volume de regurgitação/volume sistólico total).

Estenose mitral

Caracterizada por: Quadro clínico: história de

comissurotomia mital prévia;fenômenos tromboembólicos; insuficiência cardíaca classes funcionais III e IV; episódios de edema pulmonar agudo; escarros hemoptóicos; fibrilação atrial; estalido de abertura de valva mitral precoce; impulsão sistólica de ventrículo direito; segunda bulha hiperfonética, no foco pulmonar; sinais de insuficiência tricúspide.

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Eletrocardiograma: fibrilação atrial; sinais de sobrecarga de câmaras direitas.

Estudo radiográfico: inversão do padrão vascular pulmonar; sinais de hipertensão venocapilar pulmonar; sinais de hipertensão arteriolar pulmonar;

Ecocardiograma: área valvar < 1,0 cm 2 tempo de % pressão> 200 ms; gradiente transvalvar mitral médio> 15 mm Hg; sinais de hipertensão pulmonar (pressão sistólica da artéria pulmonar> 50 mm Hg); presença de trombo, no átrio esquerdo.

Hemodinâmica: área valvar < 1,0 cm2 gradiente

diastólico mitral médio> 15 mm Hg; pressão média de capilar pulmonar

ou de átrio esquerdo> 20 mm Hg; Pressão sistólica de artéria

pulmonar> 50 mm Hg.

Insuficiência aórtica Caracterizada por: Quadro clínico: Insuficiência cardíaca classes

funcionais III e IV; manifestações de baixo débito cerebral (tontura, lipotímia, síncope); síndrome de Martan associada; presença de galope ventricular (83); sopro de Austin-Flint, na ponta; ictus hipercinético, deslocado externamente; pressão diastólica próxima a zero; queda progressiva da pressão arterial sistólica.

Eletrocardiograma: Sinais de sobrecarga ventricular

esquerda, com onda T negativa, em precordiais esquerdas; sinais de sobrecarga atrial esquerda; fibrilação atrial.

Estudo radiográfico: aumento importante da área cardíaca com franco predomínio de ventrículo esquerdo (aspecto em "bota"); dilatação da aorta ascendente, da croça e do segmento descendente; dilatação do átrio esquerdo.

Ecocardiograma: Jato regurgitante Ao/VE largo e

extenso; Fluxo reverso holodiastólico da aorta

descendente;

Abertura valvar mitral, ocorrendo somente com a sístole atrial; piora progressiva dos parâmetros da função sistólica ventricular esquerda; queda da fração de ejeção ao ecocardiograma de esforço.

Medicina nuclear associada a teste ergométrico:

A) comportamento anormal da fração de ejeção.

Hemodinâmica e angiografia: baixa pressão diastólica da aorta, tendendo à equalização das pressões diastólicas aortoventriculares; pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (Pd2 VE) elevada (maior ou igual a 20 mm Hg); opacificação igual ou mais densa do ventrículo esquerdo em comparação com a aorta, durante aortografia (Graus III e IV de Sellers); fração de regurgitação igual ou maior do que 60%.

Estenose aórtica

Caracterizada por: Quadro clínico: sintomas de baixo

débito cerebral (tontura, lipotímia, síncope); angina de peito; presença de terceira bulha; insuficiência cardíaca; pressão arterial diferencial reduzida; pico tardio de intensidade máxima do sopro; desdobramento paradoxal da segunda bulha; fibrilação atrial.

Eletrocardiograma: sinais de sobrecarga ventricular esquerda importante, com Infra desnivelamento de ST e onda T negativa, em precordiais esquerdas; fibrilação atrial; arritmias ventriculares; bloqueio atrioventricular total.

Ecocardiograma: área valvar menor ou igual a 0,75 cm2; gradiente médio de pressão transvalvar aórtica maior ou igual a 50 mm Hg; gradiente máximo maior ou igual a 70 mm Hg; sinais de hipocinesia ventricular esquerda.

Hemodinâmica: área valvar igualou menor a 0,75 mm Hg; hipocinesia ventricular esquerda; coronariopatia associada.

Prolapso valvar mitral

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História familiar de morte súbita; história de síncope; fenômenos trombo-embólicos; síndrome de Marfan associada; arritmias ventriculares complexas; fibrilação atrial; disfunção ventricular esquerda; regurgitação mitral importante; prolapso valvar tricúspide

associado; cardiomegalia; rotura de cordoalhas tendíneas.

Tumores cardíacos Tumores Malignos - deverão ser

adotados os parâmetros exigidos para o enquadramento da neoplasia maligna Tumores benignos- com alterações funcionais irreversíveis devem ser avaliados dentro dos parâmetros exigidos para o enquadramento como cardiopatia grave.

A ausência de um ou outro aspecto que caracterizam a patologia não afasta o diagnóstico de Cardiopatia Grave, desde que seja identificada a doença pelas características que se fizerem evidentes e que sejam mais marcantes.

Normas de procedimentos das juntas médicas

Os portadores de lesões cardíacas que incidem nas especificações dos Graus III ou IV da avaliação funcional descrita no item 10.4 destas normas serão considerados como portadores de Cardiopatia Grave, pelas Juntas Médicas.

Os portadores de lesões cardíacas que incidem nas especificações dos Graus I e II da avaliação da capacidade funcional do coração, e que puderem desempenhar tarefas compatíveis com a deficiência funcional, somente serão considerados incapazes por Cardiopatia Grave, quando, fazendo uso de terapêutica específica e depois de esgotados todos os recursos terapêuticos, houver progressão da patologia, comprovada mediante exame clínico e exames subsidiários.

A idade do paciente, sua atividade profissional, meio de locomoção usado para ir ao trabalho, e a incapacidade de reabilitação são parâmetros que devem ser considerados na avaliação dos portadores de lesões cardíacas dos graus I e II.

Os portadores de lesões cardíacas susceptíveis de correção cirúrgica, desde que em condições físicas satisfatórias para se submeterem a tal procedimento, serão reavaliados após a cirurgia e, se incapacitados, enquadrados como portadores de cardiopatia grave.

Os portadores de hipertensão arterial secundária, passível de tratamento cirúrgico, desde que em condições físicas satisfatórias para se submeterem a tal procedimento, terão sua capacidade funcional avaliada, após o tratamento da doença hipertensiva.

Os portadores de valvulopatias susceptíveis de correção cirúrgica, desde que em condições físicas satisfatórias para se submeterem a tal procedimento, terão sua capacidade funcional reavaliada após a correção salvo se as alterações cardiovasculares, pela longa evolução ou gravidade, sejam consideradas irreversíveis ou comprometedoras da atividade funcional.

As arritmias graves, comprovadas eletrocardiograficamente resistentes ao tratamento, ou cursando com episódios tromboembólicos, serão consideradas como Cardiopatia Grave, mesmo na ausência de outros sinais clínicos, radiológicos ou ecocardiográficos de alterações cardiovasculares.

As Juntas Médicas somente enquadrarão os pacientes como portadores de Cardiopatia Grave quando afastada totalmente a possibilidade de regressão da condição patogênica, podendo aguardar em tratamento especializado por 24 (vinte e quatro) meses As Juntas Médicas poderão fazer o enquadramento de Cardiopatia Grave, dispensando o prazo de observação e tratamento nos casos de enfermidade cardiovascular sem terapêutica específica

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ou de evolução rápida elou com mau prognóstico, em curto prazo.

O prazo de observação e tratamento supracitado, poderá ser dispensado nos pacientes que apresentem fatores de risco e condições associadas, tais como: idade igual ou superior a 70 anos, hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia familiar, valvulopatia aterosclerótica importante, em outros territórios (central, periférico), pacientes já submetidos a revascularização cardíaca e nos pós-infartados.

As insuficiências cardíacas e/ou

coronarianas classificam-se como Graves quando enquadradas nas classes funcionais III e IV da NYHA e, eventualmente as classes II da referida classificação na dependência da idade, da atividade profissional, das características funcionais do cargo, da coexistência de outras doenças e da Incapacidade de reabilitação, apesar do tratamento médico em curso.

Os laudos das Juntas Médicas deverão conter, obrigatoriamente, os diagnósticos: etiológico, anatômico e funcional (reserva cardíaca), e afirmação ou negação de Cardiopatia Grave, para o enquadramento legal da lesão incapacitante.

Quando não for possível firmar-se o diagnóstico etiológico, esse deverá ser citado como sendo desconhecido.

Os laudos encaminhados às Juntas Médicas pelo médico acompanhante deverão conter, obrigatoriamente, a classe funcional, os elementos que foram utilizados para a classificação e os exames que comprovem o correto enquadramento.

Cegueira

Cegueira ou amaurose é um estado patológico no qual a acuidade visual de ambos os olhos é igual a zero, sem percepção luminosa, após esgotados os recursos de correção óptica.

São equivalentes à cegueira e como tais considerados: os casos de perda

parcial da visão, nos limites previstos nesta norma, não susceptíveis de correção óptica, nem capazes de serem beneficiados por tratamento médico-cirúrgico.

Os casos de redução muito acentuada e irreversível do campo visual (visão tubular), comprovados por campimetria, independente do grau de acuidade visual central, que motivem dificuldade de locomoção e de orientação espacial do paciente, exigindo a ajuda de terceiros;

Graus de perda parcial da visão equivalente à cegueira

GRAU I - quando a acuidade visual máxima, em ambos os olhos e com a melhor correção óptica possível, for inferior a 20/70 na escala SNELLEN, e a mínima igual ou superior a 20/700 na escala SNELLEN; bem como, em caso de perda total da visão de um dos olhos quando a acuidade no outro olho, com a melhor correção óptica possível, for inferior a 20/50 na escala de SNELLEN;

GRAU II - quando a acuidade visual máxima, em ambos os olhos, e com a melhor correção óptica possível, for inferior a 20/200 SNELLEN, e a mínima for igual ou superior a 20/400 SNELLEN;

GRAU III - quando a acuidade visual máxima, em ambos os olhos e com melhor correção óptica possível, for inferior a 20/400 SNELLEN, e a mínima igual ou superior a 20/1200 SNELLEN;

GRAU IV - quando a acuidade visual máxima, em ambos os olhos, e com melhor correção óptica possível, for inferior a 20/20.000 SNELLEN ou apresentar, como índice máximo, a capacidade de contar dedos à distância de 01 (um)metro e a mínima limitar-se à percepção luminosa.

Serão enquadrados nos Graus I, II e III os pacientes que tiverem redução do campo visual, no melhor olho, entre 20º e 10º, entre 10º e 5º e menor que 5º, respectivamente.

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Normas de procedimento das juntas médicas

As Juntas Médicas concluirão pela incapacidade definitiva dos portadores de perda total de visão (cegueira), sem percepção luminosa, determinada por afecção crônica progressiva e irreversível, à luz de parecer especializado.

As Juntas Médicas, de acordo com a amplitude de conceito legal, também concluirão pela incapacidade definitiva por cegueira, dos periciados que apresentarem diminuição acentuada da acuidade visual, em qualquer dos graus já descritos neste documento, em decorrência de afecção crônica, progressiva, não susceptível de correção óptica, nem removível por tratamento médico-cirúrgico, à luz de parecer especializado.

As Juntas Médicas, para fins de enquadramento, dos casos de acentuada diminuição de acuidade visual após correção, que são equiparados à cegueira, considerará como limites: 0,05 em cada um dos olhos; ou 0 em um olho e até 0,20 no outro.

Os casos de perda de visão transitória não poderão ser enquadrados por esse critério, que só é aplicável aos casos de deficiência visual por afecção crônica, progressiva e irreversível, que venha ocasionar cegueira ou lesão a ela equiparada.

Nos casos de portadores de deficiência visual ou cegueira, as Juntas Médicas deverão levar em consideração os registros do exame Médico Admissional, para avaliar a situação do periciado.

Espondilite anquilosante

Espondilite Anquilosante, inadequadamente denominada de Espondiloartrose Anquilosante nos textos legais, é uma doença inflamatória de etiologia desconhecida, que afeta principalmente as articulações sacroilíacas, interapofisárias e costovertebrais, os discos intervertebrais e o tecido conjuntivo frouxo que circunda os corpos vertebrais,

entre estes e os ligamentos da coluna. O processo geralmente se inicia pelas sacroilíacas e, ascensionalmente, atinge, a coluna vertebral.

Há grande tendência para a ossificação dos tecidos inflamados e desta resulta rigidez progressiva da coluna. As articulações periféricas também podem ser comprometidas, principalmente as das raízes dos membros (ombros e coxofemurais), daí a designação rizomélica.

Entende-se por Anquilose ou Ancilose, a rigidez ou fixação de uma articulação, reservando-se o conceito de anquilose óssea verdadeira à fixação completa de uma articulação em consequência de fusão patológica que a constitui.

Dentre as denominações comumente dadas à Espondilite Anquilosante podemos destacar as seguintes: espondilite (ou espondilose) risomélica, doença de Pierre-Marie-Strumpell, Espondilite Ossificante Ligamentar, Síndrome (ou doença) de Véu-Bechterew, Espondilite Reumatóide, Espondilite Juvenil ou do adolescente, Espondiloartrite Anquilopoética, Espondilite Deformante, Espondilite Atrófica Ligamentar, Pelviespondilite Anquilosante, apesar de a Escola Francesa utilizar a designação de Pelviespondilite Reumática.

As artropatias degenerativas da coluna vertebral, também conhecidas como artroses, osteoartrites hipertróficas, acarretam maior ou menor limitação dos movimentos da coluna pelo comprometimento das formações extra-articulares e não determinam Anquilose.

Normas de procedimento das juntas médicas

As Juntas Médicas procederão ao enquadramento legal dos portadores de Espondilite Anquilosante, pela incapacidade total e permanente acarretada por essa doença.

Ao firmarem seus laudos, as Juntas Médicas deverão fazer constar:

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O diagnóstico nosológico; A citação expressa da existência da

anquilose da coluna vertebral; A citação dos segmentos da coluna

vertebral atingidos. As Juntas Médicas farão o

enquadramento legal, equiparado ao da Espondiloartrose Anquilosante, aos portadores de artropatias degenerativas da coluna vertebral em estado grave, com extenso comprometimento e acentuado prejuízo à mobilidade da coluna vertebral.

As Juntas Médicas poderão aposentar por invalidez para o serviço os portadores de afecções da coluna vertebral que, por seu grave comprometimento e extensa imobilidade, se tornarem incapacitados para qualquer trabalho.

As Juntas Médicas, além dos elementos clínicos de que dispõem e dos pareceres da Medicina especializada, deverão ter os seguintes exames subsidiários elucidativos: comprovação radiológica de anquilose ou do comprometimento da coluna vertebral e bacia (articulações sacroilíacas); cintilografia óssea; teste sorológico específico HLA B27; tomografia computadorizada de articulações sacroilíacas e da coluna.

Estados avançados da doença de paget (osteíte deformante)

A Doença de Paget é uma afecção óssea crônica, caracterizada por deformações ósseas de evolução lenta e progressiva, de etiologia desconhecida, geralmente assintomática e acometendo um só osso ou, menos frequentemente, atingindo várias partes do esqueleto.

A evolução da doença, que pode ser acompanhada de Sintomatologia dolorosa e fraturas espontâneas, processa-se em duas fases:

a) fase ativa ou osteoporóica, caracterizada pela formação de tecido ricamente vascularizado, onde são comuns fraturas com consolidação rápida;

b) fase de relativa inatividade, com formação de tecido ósseo denso e menos

vascularizado, onde as fraturas têm retardo de consolidação.

Os Estados Avançados da Doença de Paget apresentam as seguintes características:

a) lesões ósseas generalizadas, deformidades ósseas, ósteoartrites secundárias, fraturas espontâneas e degeneração maligna (sarcoma osteogênico, fibrossarcoma e sarcoma de células redondas);

b) complicações neurológicas e sensoriais: surdez, perturbações olfativas e neuralgias;

c) complicações cardiovasculares: insuficiência cardíaca, arteriosclerose periférica e hipertensão arterial.

Normas de procedimento das juntas médicas

As formas localizadas da Doença de Paget, assintomáticas, detectadas em exames radiológicos de rotina, ou oligossintomáticas, não serão legalmente enquadradas nessa afecção.

As Juntas Médicas enquadrarão em incapacidade definitiva por Estados Avançados da Doença de Paget (Osteite Deformante) os periciados que apresentarem as formas extensas da doença de acordo com as características já citadas na página anterior.

Também serão enquadradas em incapacidade definitiva as formas monostóticas com deformidades acentuadas e dolorosas e aquelas que apresentarem dificuldade para marcha, característica da coxopatia Pagética.

Ao firmarem o diagnóstico, as Juntas Médicas deverão registrar a extensão das deformidades e partes ósseas atingidas, o tipo de complicação que determinou a incapacidade e os exames subsidiários que comprovem o diagnóstico.

Exames subsidiários elucidativos e indispensáveis:

a) exame radiológico; b) dosagem da fosfatem alcalina;

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c) dosagem da hidroxiprolina urinária nas 24 horas.

Hanseníase

A Hanseníase é uma doença infecto-contagiosa de notificação compulsória, causada pelo Mycobacterium Leprae (bacilo de Hansen), de curso crônico, podendo apresentar surtos reacionais intercorrentes.

Fica proscrita a sinonímia "LEPRA" nos documentos oficiais do Serviço Médico.

A Hanseníase pode ser classificada nas seguintes formas clínicas:

a) Paucibacilares (PB) Baciloscopia negativa 1) Tuberculóide (T); 2) Indeterminada (I) Mitsuda positiva.

b) Multibacilares (MB) Baciloscopia positiva 1) Virchowiana (V); 2) Dimorfa (D); 3) Indeterminada (I) Mitsuda negativa.

O teste de Mitsuda é recomendado para agrupar as formas clínicas I em PB ou MB. A forma clínica I com Mitsuda negativa é potencialmente MB.

Principais características das formas clínicas de Hanseníase:

Hanseníase Tuberculóide (I) apresenta lesões tórpidas ou reacionais anestésicas ou hipoestésicas circunscritas, acompanhadas de anidrose ou hipoidrose e alopecia com acentuada estabilidade dentro do tipo.

Lesões Tórpidas: reação de Mitsuda sempre positiva; o exame bacterioscópio revela

ausência de bacilos nas lesões e na linfa cutânea;o exame histológico evidencia a presença de granuloma tipo tuberculóide de células epitelióides e células gigantes tipo Langhans; o exame clínico identifica as lesões em pápulas e tubérculos bem delimitados, nas quais as micropápulas, numerosas ou únicas, se desenvolvem em pele aparentemente normal ou sobre manchas do grupo indeterminado, ou sobre lesões tuberculóides em reação na fase involutiva. As micropápulas podem ser mais coradas que a pele normal,

acastanhadas ou avermelhadas, com tendência a coalescerem.

Podem apresentar descamação ptiriônica. Da erupção de novas pápulas resultam hansênides figuradas ou marginadas, anulares, ovais elípticas, bem delimitadas, de centro claro e bordas elevadas. A discreta atrofia na área central indica a progressão centrífuga da hansênide. São frequentes as neurites (mononeurites), podendo aparecer lesões cutâneas e espessamento dos nervos.

Lesões Reacionais: a) reação de Mitsuda positiva; b) o exame bacterioscópico pode

ser positivo; c) o exame histológico revela o

granuloma tuberculóide com edema inter e intracelular;

o exame clínico mostra placas eritêmato-violáceas edematosas, escamosas, elevadas, com contornos nítidos, de localização palmoplantar, periorificial da face e occipital, ou tomam extremidades dos membros à maneira de bota ou luva. As lesões geralmente são polimorfas e os tubérculos e extremidades dos membros à maneira de bota ou luva. As lesões geralmente são polimorfas e os tubérculos e nódulos eritêmatovioláceos são sugestivos do diagnóstico.

Hanseníase Virchowiana (V) apresenta lesões da pele, mucosas, olhos, nervos periféricos (polineurites) vísceras sempre tendentes à difusão e expansão.

Características principais:

a) reação de Mitsuda negativa; b) o exame bacteriológico evidencia

numerosos bacilos e globiais nas lesões e na tinfa cutânea;

c) ao exame histopatológico: infiltrado perineural, perivascular e periglandular dos histócitos contendo bacilos, com a formação de globias (células de Virchow degeneração lipoídica), formando a estrutura hansenomatosa patognomônica:

d) as lesões cutâneas, em geral anestésicas, consistem em: eritema e

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infiltração difusa, máculas eritêmato-pigmentadas acompanhadas de tubérculos e nódulos formando hansenomas, alopecia (principalmente dos supercílios madarose), atrofia da pele e músculos, infiltração da face com intumescimento nasal e dos pavilhões auriculares (fácies leonina). No comprometimento das mucosas, é precoce o aparecimento de rinite posterior e destruição do septo nasal.

Podem ocorrer também lesões viscerais principalmente do fígado, baço e testículos. Os nervos mais comumente atingidos são: cubital, ciático, poplíteo externo e auricular magno.Hanseníase Indeterminada (I) assim classificada porque na ausência de tratamento pode evoluir para forma Tuberculóide ou para Virchowiana. Apresenta as seguintes Características:

a) reação de Mitsuda positiva ou negativa

b) bacterioscopia das lesões e linfa negativos;

c) histologicamente apresenta infiltrados discretos de linfócitos e fibroblastos ao redor dos capilares,anexos cutâneos e a terminações nervosas;

. ao exame clínico encontram-se manchas com alteração da sensibilidade superficial, de bordas imprecisas, hipocrônicas ou ligeiramento eritematosas, acompanhadas de alopecia e distúrbios da sudorese (hipohidrose ou anidrose), isoladas, geralmente planas.

Hanseníase Dimorfa (D) Apresenta lesões cutâneas semelhantes tanto às da forma Virchowiana quanto às da forma Tuberculóide, e que tendem, frequentemente, a evoluir para a forma Virchowiana na ausência de tratamento.

Apresenta as seguintes características

a) Clinicamente, as lesões dermatológicas lembram, pelo aspecto e distribuição, as da reação tuberculóide das quais se distinguem pela imprecisão dos limites externos e pela pigmentação ocre ou ferruginosa, dando uma tonalidade fulva

ou acastanhada, próprias da Hanseníase Virchowiana.

As lesões, geralmente cervicais, apresentam anestesia, anidrose e alopécia e cursam com surtos eruptivos. Mãos túmidas, cianóticas e com extremidades afiladas;

b) a bacterioscopia da pele é fortemente positiva nas lesões fulvas e menos nas lesões semelhante às da reação tuberculóide;

c) histologicamente, apresenta granulomas tuberculóides e infiltrados de células de Virchow; reação de Mitsuda negativa ou fracamente positiva.

Normas de procedimento das juntas médicas

Os portadores de Hanseníase Indeterminada (I) realizarão tratamento sem afastamento do serviço ativo.

Os portadores de Hanseníase Tuberculóide (T) farão o tratamento sem o afastamento do serviço ativo com exceção dos casos em que:

a) apresentarem manifestações cutâneas e/ou neurológicas incompatíveis com o desempenho de suas atividades;

b) cursarem com surtos reacionais. Os portadores de Hanseníase

Virchowiana e Dimorfa farão o tratamento licenciados para tratamento de saúde, enquanto permanecem com as lesões em atividade ou quando evoluírem com surtos reacionais.

Os portadores de Hanseníase, mesmo nos casos de tratamento sem afastamento de suas atividades, obrigatoriamente, serão submetidos a exame médico nas seguintes situações:

a) logo que firmado o diagnóstico; b) a cada 6 (seis) meses, no

máximo, durante o tratamento; c) após o término de tratamento. Todos os periciados portadores de

Hanseníase, permanecerão sob rigoroso controle médico e deverão submeter-se a exames periódicos, determinados pela clínica especializada.

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Mal de Parkinson O Mal de Parkinson (Doença de

Parkison), também chamado de Paralisia Agitante, é um quadro mórbido de etiologia ainda não estabelecido, resultante do comprometimento do Sistema Nervoso Extra Piramidal e caracterizado pelos seguintes sinais:

a) tremor hipercinesia, predominantemente postural, rítmica e não intencional, que diminui com a exceção de movimentos voluntários e pode cessar com o relaxamento total;

b) rigidez muscular que é um sinal característico e eventualmente dominante, acompanhado do exagero de reflexos tônicos de postura e determina o aparecimento de movimentos em sucessão fracionária, conhecidos como "sinal da roda dentada" (Negro);

c) oligocinesia - diminuição da atividade motora espontânea e consequente lentidão de movimentos.

A expressão Doença de Parkinson, por sua maior abrangência e por melhor atender aos conceitos científicos mais modernos sobre a enfermidade, é preferida à de Mal de Parkinson, como se refere a Lei 8.112/90 O Parkinsonismo Secundário, também chamado Síndrome de Parkinson, é consequente de lesões degenerativas infecciosas, parasitárias, tóxicas (inclusive medicamentos), endócrinas ou produzidas por traumatismo, choque elétrico e tumores intracranianos.

Normas de procedimento das juntas médicas

Quaisquer das formas clínicas do Mal de Parkinson ou Parkinsonismo Secundário podem levar à incapacidade definitiva para o serviço, quando determinarem impedimento do periciado para o desempenho das atividades normais e não for possível o controle terapêutico da doença.

As Juntas Médicas não deverão enquadrar como incapazes definitivamente para o serviço os portadores de Parkinsonismo Secundário, derivado do

uso de medicamentos quando, pela supressão destes, houver regressão e desaparecimento do quadro clínico.

As Juntas Médicas deverão especificar a etiologia da Síndrome de Parkinson responsável pela incapacidade do periciado, sempre que possível.

Nefropatia grave

São consideradas Nefropatias Graves as patologias de evolução aguda, subaguda ou crônica que, de modo irreversível, acarretam insuficiência renal, determinando incapacidade para o trabalho elou risco de vida.

As Nefropatias Graves são caracterizadas por manifestações clínicas e alterações nos exames complementares.

Manifestações Clínicas: a) ectoscópicas - palidez

amarelada, edema, hemorragia cutânea e sinais de prurido;

b) cadiovasculares - pericardite sero-fibrinosa, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca;

c) gastrointestinais - soluço, língua saburrosa, hálito amoniacal, náuseas, vômitos, hemorragias digestivas, diarréia ou obstirpação;

d) neurológicas - cefaléia, astenia, insônia, lassidão, tremor muscular, convulsão e coma;

e) oftalmológicas - retinopatia hipertensiva e retinopatia arteriosclerótica;

f) pulmonares - pulmão urêmico e derrame pleural;

g) urinárias - nictúria. Alterações nos exames

complementares a) alterações laboratoriais: 1) diminuição da filtração

glomerular 2) diminuição da capacidade renal

de diluição e concentração (isostenúria) 3) Aumento dos níveis sanguíneos

de uréia, creatinina e ácido úrico; 4) distúrbios dos níveis de sódio,

potássio, cálcio, fósforo, glicose e lipídios; 5) acidose

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b) alteração nos exames por imagem:

1) diminuição das áreas renais nas

patologias crônicas ou nas isquemias agudas intensas;

2) distorções da imagem normal consequente e cicatrizes, cistos, hematomas, abscessos ou tumores;

3) distensão do sistema coletor nos processos primariamente obstrutivos;

Considerado os níveis de alteração

da função renal e o grau de insuficiência renal, as nefropatias cursam conforme a classificação que se segue:

a) insuficiência renal leve - Classe I: - filtração glomerular maior que 50

ml/min; - creatinina sérica entre 1,4 e 3,5

mg%. - insuficiência renal moderada -

Classe II: - filtração glomerular entre 20 e 50

ml/min; - insuficiência renal severa - Classe

III: 1) filtração glomerular inferior a 20

ml/min; 2) creatinina sérica acima de 3,5

mg%. Principais grupos de patologias que

cursam com insuficiência renal e são capazes de produzir Nefropatias Grave:

a) glomerulonefrites crônicas consequentes a depósitos de imunocomplexos;

b) glomerulonefrite crônica consequente a anticorpo anti membrana basal;

c) vasculites; d) nefropatia diabética; e) nefropatia hipertensiva; f) amiloidose renal; g) nefropatia por irradiação; h) nefropatia consequente à

obstrução do fluxo urinário; i) neoplasias (hipernefroma, linfoma,

infiltração leucêmica); j) necrose cortical difusa;

k) necrose medular bilateral; I) pielonefrite crônica; m) obstrução arterial e/ou venosa

grave (aguda ou crônica); n) nefrite intersticial crônica; o) nefropatias hereditárias (rins

policísticos, Alport e outras).

Normas de procedimento das juntas médicas

As nefropatias que cursam com insuficiência renal leve, Classe I, não são enquadradas como Nefropatias Graves, salvo quando firmado o diagnóstico de afecção irreversível de mau prognóstico.

As nefropatias que cursam com

insuficiência renal moderada, Classe II, são enquadradas como Nefropatias Graves quando acompanhadas de sintomas e sinais que determinam a incapacidade laborativa do periciado.

As Nefropatias que cursam com insuficiência renal severa, Classe III, são enquadradas como Nefropatias Graves.

As Juntas Médicas deverão,

identificar o tipo de nefropatia seguido da afirmativa ou negativa de Nefropatia Grave, para fim de enquadramento legal.

Neoplasia maligna

É um grupo de doenças caracterizadas pelo desenvolvimento incontrolado de células anormais que se disseminam a partir de um sítio anatômico primitivo.

PROGNÓSTICO - é determinado pelo grau de malignidade da neoplasia influenciado pelos seguintes fatores:

a) grau de diferenciação celular; b) grau de proliferação celular; c) grau de invasão vascular e

linfática; d) estadiamento clínico e/ou

cirúrgico; e) resposta à terapêutica específica; f) estatísticas de morbidade e

mortalidade de cada tipo de neoplasia.

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E ESTADIAMENTO DIAGNÓSTICO - o diagnóstico e a extensão da neoplasia maligna podem ser determinados pelos seguintes meios propedêuticos:

a) exame clínico especializado; b) exame radiológico; c) exames ultrassonográficos; d) exames endoscópicos; e) exames de tomografia

computadorizada; f) exames de ressonância nuclear

magnética; g) exames cintilográficos; h) pesquisa de marcadores tumorais

específicos; biópsia da lesão com estudo

histopatológico; exames citológicos. São consideradas Neoplasias

Malignas as relacionadas na Classificação Internacional de Doenças (CID).

Normas de procedimento das juntas médicas

As Juntas Médicas farão o enquadramento da invalidez definitiva por Neoplasia Maligna dos periciados quando manifestada a incapacidade para o trabalho em consequência de:

a) neoplasia com mau prognóstico em curto prazo;

b) forem portadores de neoplasias incuráveis;

c) existência de sequelas do tratamento, mesmo quando extirpada a lesão neoplásica maligna;

d) recidiva ou metástase de neoplasia maligna.

Não serão considerados portadores de Neoplasia Maligna, os periciados submetidos a tratamentos cirúrgicos, radioterápicos e l ou quimioterápicos, que após acompanhamento clínico e laboratorial, não apresentarem evidência de atividade neoplásica.

As Juntas Médicas deverão citar no laudo da perícia o tipo anátomo-patológico da neoplasia, sua localização, presença ou

não de metástases, estadiamento clínico e acrescentar a expressão Neoplasia Maligna para fins de enquadramento legal.

Nos casos de periciados que foram submetidos à ressecção cirúrgica de Neoplasia Maligna, as Juntas Médicas deverão registrar esse procedimento no prontuário do periciado

Alzheimer

A Doença de Alzheimer é uma

doença crônica, incurável, progressiva, degenerativa, que provoca a deterioração das células do cérebro. Seus principais sintomas são perda de memória, alteração de personalidade, incapacidade de compreender e julgar, dificuldades de locomoção e de comunicação.

Sinais e sintomas

Dificuldades de funções dos lobos parietal e temporal, com perda de memória e desorientação espacial. Disfunção do lobo frontal com perda de inibições sociais, incontinência de esfíncteres e abulia (perda de espontaneidade). Como a degeneração cortical é difusa, pode-se esperar que praticamente todas as partes do córtex cerebral apresentem várias disfunções tais como: afasia, apraxia, distúrbios do movimento, incluindo acinesia, distonias e mioclonia, depressão, agitação e confusão mental.

Os portadores da Doença de Alzheimer podem ser classificados em 3 estágios:

Primeiro Estágio: Duração de 02 a 04 anos. Sintomas: esquecimento, confusão,

esquecimento de fatos e lugares, perda de iniciativa; mudanças de humor e personalidade, dificuldade em lidar com dinheiro, irritação fácil.

Segundo Estágio: Duração de 02 a 10 anos. Sintomas: crescente perda de

memória; tempo de atenção reduzido; dificuldade de reconhecer amigos e

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familiares; movimentos e falas repetitivos; agitação, choro, ocasionais tremores musculares e cacoetes; alterações de percepção e de ordem motora; dificuldade em organizar o raciocínio e pensar logicamente (não encontra as palavras certas), dificuldades para ler, escrever e em lidar com números; incapacidade de assumir sua higiene pessoal sem ajuda externa, apresentando, às vezes, medo de banho; ideias fixas, delirantes e desconfiança.

Precisa de supervisão em tempo integral.

Terceiro Estágio - estágio final Duração de 01 a 03 anos. Sintomas: não se reconhece no

espelho, não reconhece a família, perda de peso mesmo com boa dieta, pouca capacidade tomar conta de si mesmo, não consegue se comunicar com palavras, não controla esfíncteres, apresenta dificuldade em segurar objetos e engolir, precisa de ajuda para todas as atividades comuns do ser humano tais como: comer, vestir-se, tomar banho, ir ao banheiro, etc; resmunga, geme, grita, produz sons com a boca, dorme demais. Risco de crises convulsivas pneumonias aspirativas, infecções urinárias e distúrbios metabólicos.

Normas e procedimentos das juntas médicas

A análise pericial irá se basear no quadro demencial apresentado pelo periciado. Para considera-lo como portador ou não de alienação mental deverá ser realizado o mini exame mental.

As Juntas Médicas, em constatando o quadro demencial, deverão fazer constar do laudo conclusivo a necessidade de curatela definitiva para o examinado.

Paralisia irreversível e incapacitante

Entende-se por paralisia a incapacidade de contração voluntária de um músculo ou grupo de músculos, resultante de uma lesão orgânica de

natureza destrutiva ou degenerativa, a qual implica a interrupção de uma das vias motoras, em qualquer ponto, desde o córtex cerebral até a própria fibra muscular, pela lesão do neurônio motor central ou periférico.

A abolição das funções sensoriais, na ausência de lesões orgânicas das vias nervosas, caracteriza a paralisia funcional.

A paralisia será considerada irreversível e incapacitante quando, esgotados os recursos terapêuticos da medicina especializada e os prazos necessários à recuperação motora, permanecerem distúrbios graves e extensos que afetem a mobilidade, a sensibilidade e a troficidade e que tornem o periciado total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.

Não se equiparam às paralisias, as lesões ósteo-músculo-articulares envolvendo a coluna vertebral.

São consideradas paralisias as paresias das quais resultem alterações extensas das funções nervosas e da mobilidade, esgotados os recursos terapêuticos da medicina especializada e os prazos necessários à recuperação.

Considerando-se a localização e a

extensão das lesões, as paralisias classificam-se em:

a) paralisia isolada ou periférica - quando é atingido um músculo ou um grupo de músculos;

b) monoplegia - quando são atingidos todos os músculos de um só membro;

c) hemiplegia - quando são atingidos os membros superiores e inferiores do mesmo lado, com ou sem paralisia facial homolateral;

e) paraplegia ou diplegia - quando são atingidos os membros superiores ou os inferiores, simultaneamente;

f) triplegia - quando resulta da paralisia de três membros;

g) tetraplegia - quando são atingidos os membros superiores e os inferiores.

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Normas de procedimento das juntas médicas

Os portadores de paralisias irreversíveis e incapacitantes de um dos tipos descritos, satisfeitas as condições conceituais já especificadas, serão considerados total e permanentemente impossibilitados para qualquer trabalho.

As Juntas Médicas deverão citar nos laudos de perícia os diagnósticos, tanto o etiológico quanto o anatômico, caracterizando como condição indispensável para o enquadramento legal de que tratam estas normas, considerando como uma lesão definitiva e permanente.

Esclerose múltipla

A Esclerose Múltipla é uma

complexa doença degenerativa do sistema nervoso, de caráter geralmente progressivo, na qual a inflamação e desmielização da substância branca do sistema nervoso central resultam em vários sinais e sintomas neurológicos.

O processo patológico pode ocorrer em qualquer ponto do Sistema Nervoso Central, geralmente em adultos jovens, por volta de 30 anos, com um brusco decréscimo de seu aparecimento depois dos 45 anos.

A evolução da Esclerose Múltipla é

variável e imprevisível. Identificam-se dois cursos distintos:

O primeiro denomina-se remitente recorrente, com sinais e sintomas neurológicos transitórios; é o mais comum.

O segundo, denomina-se curso progressivo, quando os sintomas e sinais neurológicos se intensificam, sem remissão, sendo o quadro neurológico mais sistematizado e geralmente com comprometimento motor.

Evolução: A evolução é variável e imprevisível

após 10 anos de início dos sintomas, 500/0 dos pacientes poderão estar inaptos para as atividades profissionais e mesmo domésticas.

Sintomas e sinais

SINTOMA: crises de longa duração, dormência, fraqueza, desequilíbrio, diplopia (visão dupla) ou baixa acuidade visual, disfunção intestinal e/ou de bexiga, vertigem, dor facial e nos braços, perda de audição, e outros. O calor ou a atividade intensa agrava a sintomatologia.

SINAIS: fraqueza simétrica (igual dos dois lados), ataxia (marcha anormal), acuidade visual diminuída (visão pobre), hiperreflexia (reflexos aumentados), perda sensitiva irregular.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial é o primeiro passo já que várias são as doenças que têm uma apresentação temporal e espacial com os mesmos sinais e sintomas. As mais comuns são:

- Lupus eritematoso sistêmico; - Rotura de disco intervertebral; - Infecções; - Derrame; - Tumores.

Avaliação diagnóstica O diagnóstico e a confirmação da

doença podem ser feitos mediante as informações da anamnese para caracterizar os surtos da doença e a frequência com que ocorrem, além de exames neurológicos para caracterizar a estrutura do sistema nervoso central lesada:

Ressonância magnética; e Exame do líquido céfalo-raquidiano; Exames laboratoriais. As diferentes classificações

propostas distinguem um diagnóstico denominado definido, quando se identificam pelo menos dois surtos separados de pelo menos um mês, com sinais neurológicos revelando duas lesões distintas, em diferentes níveis topográficos da substância branca do sistema nervoso central.

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Normas e procedimentos das juntas médicas

As Juntas Médicas farão o enquadramento de invalidez permanente por Esclerose Múltipla, nos casos de curso progressivo, com comprometimento motor ou outros distúrbios orgânicos que caracterizem a incapacidade para o exercício de suas atividades.

Síndrome DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA/AIDS)

A SIDA/AIDS é a manifestação mais grave da infecção pelo vírus da Imuno deficiência humana (HIV), caracterizando-se por apresentar uma severa deficiência imunológica, manifestada no aparecimento de inúmeras doenças oportunistas.

A Infecção pelo HIV pode ser classificada de acordo com as manifestações clínicas e a contagem de linfócitos Cd4.

Quanto às manifestações clínicas, os pacientes podem ser classificados dentre as seguintes categorias:

a) CATEGORIA "A": 1) infecção assintomática -

Indivíduos com sorologia positiva para o HIV, sem apresentar sintomas;

2) linfadenopatia generalizada persistente - linfadenomegalia, envolvendo duas ou mais regiões extra-inguinais, com duração, no mínimo, de 3 (três) meses, associada à sorologia positiva para o HIV; infecção aguda - síndrome de mononucleose, caracterizada por febre, linfadenomegalia e esplenomegalia. A sorologia para o HIV é negativa, tornando-se positiva geralmente duas a três semanas após o início do quadro clínico.

b) CATEGORIA "B" indivíduos com

sorologia positiva para o HIV, sintomáticos, com as seguintes condições clínicas:

1) angiomatose bacilar; 2) candidíase orofaríngena;

sintomas constitucionais (febre maior que 38,5º C ou diarréia com mais de um mês de duração).

c) CATEGORIA "C" pacientes soropositivos e sintomáticos que apresentem infecções oportunistas ou neoplasias:

1) candidíase esofágica, traqueal ou brônquica;

2) criptococose extrapulmonar; 3) câncer cervical uterino; 4) renite, esplenite ou hepatite por

citomegalovirus; 5) herpes simples mucocutâneo com

mais de um mês de evolução; 6) histoplamose disseminada; 7) isosporíase crônica; 8) microbacteriose atípica; 9) tuberculose pulmonar ou

extrapulmonar; 10) pneumonia por P. carinii; 11) pneumonia recorrente com mais

de dois episódios em um ano; 12) bacteremia recorrente por

"salmonella"; 13) toxoplanose cerebral; 14) leucoencefalopatia multifocal

progressiva; 15) criptosporidiose intestinal

crônica; 16) sarcoma de Kaposi; 17) lintoma de Burkit, imunoblássico

ou primário de cérebro; 18) encefalopatia pelo HIV; 19) síndrome consumptiva pelo HIV. Quanto à contagem de linfócitos

CD4, os pacientes pertencem aos seguintes grupos:

a) Grupo I - Indivíduos com número absoluto de linfócitos T auxiliares (CD4) igual ou acima de 500/mm3;

b) Grupo II - Indivíduos com número absoluto de linfócitos T auxiliares (Cd4) entre 200 e 499/mm3;

C) Grupo III - Indivíduos com número absoluto de linfócitos T auxiliares (CD4) menor que 200/mm3. Tuberculose ativa

A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterim Tuberculosis, de evolução aguda ou crônica, de notificação compulsória. Pode

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acometer qualquer órgão, tendo no entanto nítida predileção pelo pulmão.

As lesões tuberculosas são classificadas em:

Ativas; Inativas; De atividade indeterminada

(potencial evolutivo incerto); Curadas. Os pacientes são distribuídos em

classes, com as seguintes características: a) Classe I - Pacientes com história

de exposição à tuberculose, porém sem evidência de infecção tuberculosa (teste cutâneo tuberculínico negativo);

b) Classe II - Pacientes com infecção tuberculosa caracterizada pela positividade da prova cutânea tuberculínica, porém sem tuberculose;

c) Classes III- Pacientes com tuberculose doença. Apresentam quadros clínico, bacteriológico, radiológico e imunológico que evidenciam e definem as lesões tuberculosas.

Avaliação do potencial evolutivo das lesões tuberculosas

Avaliação clínica: presença de sinais e l ou sintomas relacionados com a doença.

Avaliação Imunológica: prova tuberculínica.

Avaliação bacteriológica: pesquisa do Mycobacterium Tuberculosis nos diferentes materiais, ao exame direto, cultura e inoculação em animais sensíveis.

Avaliação radiológica: estudo radiológico, com destaque dos aspectos infiltrativo, cavitário, nodular e linear, entre outros, e da característica de estabilidade ou instabilidade das lesões estudadas por meio de séries de radiografias, obtidas ao longo da evolução da doença.

Avaliação anátomo-patológica das peças de ressecção ou biópsia com pesquisa bacteriológica. Avaliação do estado evolutivo das lesões tuberculosas

As lesões ativas apresentam as seguintes características:

a) bacteriológicas: presença do Mycobacterium Tuberculosis ao exame direto elou cultura de qualquer secreção ou material, colhidos para exame em amostras diferentes;

b) radiológicas; 1) caráter infiltrativo-inflamatório

das lesões, evidenciado pela reação perifocal

2) instabilidade das lesões infiltrativas, observadas nas séries de radiografias;

3) presença de cavidades com paredes espessas, com ou sem nível líquido e reação perifocal;

4) derrame pleural associado; 5) complexo gânglio-pulmonar

recente. c) imunológicas: evidência de

viragem tuberculínica recente, na ausência de vacinação BCG (PPD reator forte).

d) clínicas: presença de sinais clínicos e sintomas compatíveis com a doença tuberculosa.

As lesões inativas apresentam as seguintes características:

a) bacteriológicas - ausência de Mycobacterium Tuberculosis no exame direto elou cultura do material colhido, com negatividade nos resultados dos exames mensais durante pelo menos 3 (três) meses, inclusive em material obtido por bronco-aspiração e negatividade dos exames das peças de ressecção;

b) radiológicas - "limpeza" radiológica completa ou muito acentuada, onde os resíduos de lesão deverão apresentar-se estáveis em séries de radiografias. Se permanecerem cavidades, estas devem apresentar saneamento, paredes finas com nível líquido ou reação perifocal, aspectos císticos ou bulhoso;

c) clínicas; 1) ausência de sinais e sintomas

relacionados à tuberculose; 2) existência eventual de

manifestações de entidades mórbidas não tuberculosas consequentes à doença e à cura (resíduos sintomáticos com lesões tuberculosas inativas);

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3) persistência das condições clínicas favoráveis com duração de, pelo menos, 3 (três) meses.

As lesões de atividade indeterminada são aquelas que, por faltarem elementos elucidativos para caracterizar seu estado evolutivo, são temporariamente assim classificadas, até que a obtenção de dados possibilite sua inclusão no grupo das lesões ativas ou no das inativas ou curadas.

As lesões tuberculosas são ditas curadas quando após o tratamento regular com esquema tríplice, durante 6 (seis) meses, apresentem características de inatividade já descritas.

Normas de procedimento das juntas médicas

Os periciados portadores de Tuberculose Ativa permanecerão em Licença para Tratamento de Saúde até que a baciloscopia no escarro seja negativa e que ocorra recuperação clínica do paciente, quando poderão ser julgados aptos, a despeito da necessidade da e continuação dos tratamentos, pelo tempo necessário.

De modo a comprovar, com segurança a atividade da doença, as Juntas Médicas deverão reavaliar o paciente ao término do tratamento, que tem a duração de 6 (seis) meses, e basear suas conclusões, obrigatoriamente, em observações clínicas e exames subsidiários.

O parecer definitivo a ser adotado pelas Juntas Médicas para os portadores de lesões tuberculosas aparentemente inativas ficará condicionado a um período de observação nunca inferior a 6 (seis) meses, contados a partir do término do tratamento.

Os periciados considerados curados, em período inferior a 2 (dois) anos de licença para tratamento de saúde, retornarão ao serviço ativo.

Os periciados que apresentarem lesões em atividade após 2 (dois) anos de afastamento do serviço para efetivo

tratamento de saúde, e naqueles que ainda restarem dúvidas quanto ao estado evolutivo de suas lesões tuberculosas, após o mesmo período de tratamento, serão aposentados.

Os periciados que apresentarem "Cor pulmonale" crônico, acompanhado de sinais de insuficiência cardíaca congestiva, em consequência da gravidade ou extensão das lesões pulmonares tuberculosas, serão julgados de acordo com as normas referentes à Cardiopatia Grave.

Os periciados portadores de lesões tuberculosas extrapulmonares serão julgados pelas Juntas Médicas à luz dos critérios gerais descritos nestas Normas e daqueles pertinentes a cada caso, conforme parecer das clínicas especializadas.

As Juntas Médicas, ao concluírem pela incapacidade definitiva dos periciados, deverão fazer constar dos laudos o diagnóstico de "Tuberculose Ativa", complementando com os dados que permitam o enquadramento legal, aplicável ao caso. X. Outras patologias

Detalharemos, a seguir, características de outras patologias, que, embora não estejam entre as citadas na lei que concede aposentadoria integral, são de importância relevante por sua frequência, gravidade e /ou grau de comprometimento funcional do servidor.

Hepatopatia grave - abordagem pericial

Na maioria dos casos, o diagnóstico de doença hepática requer uma anamnese detalhada associada à inspeção física, além de suporte laboratorial e exames de imagem. A biópsia hepática, considerada padrão na avaliação das doenças hepáticas, atualmente é menos necessária para o diagnóstico do que para a classificação e o estadiamento da doença.

Doenças Hepáticas apresentam-se classificadas geralmente em duas

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categorias: hepatocelular e colestática (obstrutiva).

Nas doenças hepatocelulares (como a hepatite viral ou a doença hepática alcoólica), inflamação e necrose hepáticas predominam como características do dano celular.

Nas doenças colestáticas (como a

colelitíase, a obstrução maligna, a cirrose biliar primária e muitas doenças induzidas por fármacos), sobressai a inibição da excreção biliar. A exuberância dos sintomas iniciais pode sugerir de imediato um diagnóstico, particularmente se os principais fatores de risco forem considerados, como a idade, o sexo e a história de exposição ou comportamentos de risco.

Os sintomas típicos da doença hepática incluem icterícia, fadiga, prurido, dor no quadrante superior direito, distensão abdominal e hemorragia digestiva. Frequentemente, porém, muitos pacientes que têm diagnóstico de doença hepática crônica não possuem sintomas. As anormalidades aparecem nos exames bioquímicos hepáticos como parte de um exame de rotina ou na triagem para doação de sangue, para seguro de vida ou admissão no emprego. Os múltiplos exames disponíveis facilitam a identificação de hepatopatia.

A constatação de icterícia, hepatomegalia, dor no hipocôndrio direito, esplenomegalia, aranhas vasculares, eritema palmar, ascite, perda de peso, equimoses, edema, veias abdominais dilatadas, hálito hepático, asterixe, encefalopatia e coma são comemorativos presentes em maior ou menor grau nas doenças hepáticas.

Biopsia Hepática Permanece como padrão na avaliação de pacientes com doença hepática, particularmente naqueles com hepatopatias crônicas o desempenha um papel importante no diagnóstico de hepatite auto-imune, cirrose biliar primária, esteato-hepatite não alcoólica e alcoólica e doença de Wilson. A biopsia hepática pode

ser útil no diagnóstico de hepatite alcoólica aguda e nos casos agudos em que o diagnóstico permanece obscuro apesar da investigação clínica e laboratorial completas. Com maior frequência, é útil na avaliação da gravidade (grau) e do estágio da lesão hepática, na predição do prognóstico e na monitoração da resposta ao tratamento.

Diagnóstico de doença hepática As causas mais comuns de doença hepática aguda são:

hepatite viral (particularmente

hepatite A, B e C, citomeglovírus, Epstein Baar vírus, etc.);

hepatite criptogênica (causa desconhecida);

lesão hepática induzida por fármacos, drogas ilícitas, chás;

colangite supurativa aguda na obstrução biliar, doença de Wilson.

Manifestação agudizada: doença hepática alcoólica; hepatite auto-imune. As causas mais comuns de doença

hepática crônica na ordem geral de frequência são:

hepatite C crônica; doença hepática alcoólica; esteato-hepatite não alcoólica; hepatite B crônica; doença auto-imune; colangite esclerosante; cirrose biliar primária; hemocromatose; doença de Wilson. Classificação e estadiamento das

doenças hepáticas A classificação se refere à avaliação da gravidade ou a atividade da doença hepática, se aguda ou crônica, ativa ou inativa, e leve, moderada ou grave. Os níveis séricos de aminotransferases são usados como meio conveniente e não-invasivo de acompanhar a atividade da doença, mas nem sempre são confiáveis para exprimir a real dimensão da enfermidade.

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A biopsia hepática é também o meio mais preciso para avaliar o estágio da doença como precoce ou avançada, pré-cirrótica e cirrótica. O estadiamento da doença está ligado amplamente a moléstias hepáticas crônicas, nas quais pode ocorrer progressão para cirrose e doença hepática terminal, mas cujo desenvolvimento pode demorar anos ou décadas.

As manifestações clínicas, os testes bioquímicos e os estudos de imagem hepática são úteis na avaliação do estágio, mas em geral se tornam anormais somente nas etapas intermediárias a tardias da cirrose. As fases iniciais da cirrose são geralmente detectáveis somente pela biopsia hepática, contudo alterações em métodos de imagem associados à hipertensão portal podem fortemente sugerir esse diagnóstico.

Na avaliação do estágio, o grau de fibrose é geralmente usado como medida quantitativa. No caso da hepatite viral, a quantidade de fibrose portal é geralmente classificada de O a 4+ (índice de atividade histológica) ou escala de O a 6+ (escala de Ishak). As doenças metabólicas e tóxicas (drogas e álcool) tendem a ter agressão centrolobular com fibrose neste, na zona 111 do ácino hepático e fibrose perisinusoidal.

"Na avaliação do estágio ou estadiamento, o grau de alteração estrutural é semiquantificado de O a 4 ou de O a 6 (por diferentes classificações nacionais e estrangeiras). A presença e a localização da fibrose em relação aos vasos intra-hepáticos permitem o estadiamento, enquanto a semiquantificação do processo inflamatório fornece o grau de atividade histológica. A representatividade da biópsia, principalmente em hepatites crônicas, está diretamente relacionada com o comprimento maior do que 1,6cm e/ou com o número de espaços porta igual ou superior a 10.

A cirrose também pode ser classificada clinicamente. Um sistema de

estadiamento é a classificação de Child-Pugh modificada, com um sistema de escore de 5 a 15:

escores de 5 a 6 são a classe A de Child-Pugh ("cirrose compensada");

escores de 7 a 9 indicam a classe B; escores de 10 a 15 a classe C. Esse sistema de pontuação foi

desenvolvido inicialmente para estratificar pacientes em grupos de risco antes de serem submetidos à cirurgia de descompressão portal. Atualmente, é utilizado para avaliar o prognóstico da cirrose e orienta o critério padrão para inscrição no cadastro de transplante hepático (classe B de Child-Pulgh). A classificação de Child-Pugh é um fator preditivo razoavelmente confiável de sobrevida de várias doenças hepáticas e antecipa a probabilidade de complicações importantes da cirrose, como sangramento por varizes e peritonite bacteriana espontânea.

"A Sociedade Brasileira de Hepatologia considera que, pelo princípio democrático, todo direito deve ser universal e igualmente distribuído. Direito não universal torna-se privilégio. Por outro lado, tratar de maneira idêntica indivíduos incapacitados passa a ser injustiça e conceder-Ihes um benefício pode ser a maneira de restaurar-Ihes o direito.

Para definir de maneira exata e objetiva a dimensão dessa incapacidade em doenças do fígado, o benefício da lei, nestes casos deve ser concedido apenas aos hepatopatas crônicos que apresentem redução da capacidade produtiva e da qualidade de vida, com perspectiva inexorável dessa redução.

Observação importante: casos raros, eventualmente não contemplados pelas classificações referidas, poderão ser reavaliados por comissão formada por três especialistas em Hepatologia" (texto do parecer da Sociedade Brasileira de Hepatologia).

Hepatite C crônica; doença hepática alcoólica; esteato-hepatite não alcoólica; hepatite B crônica;

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Hepatite C crônica; Considera-se como portador de hepatopatia grave aquele que apresentar doença hepática que se enquadre na classe C do escore Child-Pugh ou MElD igual ou maior que 15 e os candidatos a transplante, já em lista, independentemente das classificações acima mencionadas. Quanto aos examinados inseridos na classe B, deverão ser avaliados por especialista na área, para seu enquadramento.

Os portadores de hepatopatia grave serão isentos do desconto de imposto de renda na fonte, em conformidade com o inciso XIV, do art. 6º da lei nº 7.713, de 23 de dezembro de 1988, art. 47 da lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, art. 30 da lei nº 9.250, Os portadores de hepatopatia grave serão isentos do desconto de imposto de renda na fonte, em conformidade com o inciso XIV. Os portadores de hepatopatia grave serão isentos do desconto. Os portadores de hepatopatia grave serão isentos do desconto de imposto de renda na fonte, em conformidade com o inciso XIV, do art. 6º da lei nº 7.713, de 23 de dezembro de 1988, art. 47 da lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, art. 30 da lei nº 9.250 de 26 de dezembro de 1995, e art. 1º da lei nº 11.052, de 29 de dezembro de 2004.

LESÕES POR ESFORÇO

REPETITIVO - LER e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho - DORT Áurea Magalhães Psicóloga da área de Recursos Humanos da Anvisa A revolução eletrônica é uma das grandes mudanças ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas. Com o processo de automação crescente, um número cada vez maior de trabalhadores é levado a ficar mais e mais tempo sentado na frente de computadores. Esta atividade tem sido apontada como a principal causa das afecções conhecidas como LER/DORT. Estudos Mostram no entanto que vários são os fatores existentes no trabalho que podem contribuir para incidência dessas afecções,

tais como: fatores biomecânicos, psicossociais e fatores ligados à psicodinâmica do trabalho.

Os fatores biomecânicos incluem a repetitividade de movimentos, a manutenção de posturas inadequadas por tempo prolongado, o esforço físico e a invariabilidade das tarefas. Incluem também a pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo, o trabalho muscular estático, choques, impactos, vibração e frio.

Os fatores psicossociais estão relacionados às interações hierárquicas com chefias imediatas e chefias superiores, às interações coletivas intra e intergrupos e às características individuais do trabalhador, como os traços de personalidade e o seu histórico de vida.

Os fatores ligados à psicodinâmica do trabalho estão relacionados à maneira como o trabalhador organiza suas atividades, de acordo com a liberdade que lhe é dada, à forma como ele percebe o seu trabalho e qual o significado deste para ele.

A organização do trabalho frequentemente caracterizada pela exigência de ritmo intenso de trabalho; pelo conteúdo pobre das tarefas; pela pressão e autoritarismo das chefias; pelos mecanismos de avaliação, punição e controle da produção dos trabalhadores em busca da produtividade, desconsiderando a diversidade própria do homem; e pela falta de estratégias operatórias que permitam reduzir o custo humano do trabalho, configura um ambiente fértil para a incidência de LER/DORT.

Os sinais e sintomas de LER/DORT

são múltiplos e diversificados, caracterizando-se por dor espontânea ou decorrente da movimentação; por alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, dormência e formigamento; por sensação de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade (agulhadas e choques); por dificuldades para o uso dos

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membros, particularmente das mãos; por sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia. (MS/OPAS, 2001) Segundo a Norma Técnica do INSS sobre DORT, LER é “uma 'síndrome clínica', caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho”. “O comportamento do indivíduo frente a um processo de dor não segue um curso linear, nem possui estágios bem definidos”. Ao contrário, ele depende da interação de vários elementos, como a percepção do sintoma, sua interpretação, expressão e comportamentos de defesa. Nesse contexto, os fatores culturais e sociais devem ser considerados. A sensação dolorosa é acompanhada de reações cognitivas e emocionais, podendo explicar o comportamento dos indivíduos.

A dor não deve ser analisada somente do ponto de vista fisiológico, ou seja, como resultado de uma estimulação dos receptores do sistema sensorial. Ela envolve uma conceituação mais ampla, pois o tipo e a intensidade com que é sentida e expressada dependem da experiência prévia do indivíduo e da sua percepção quanto às implicações futuras da injúria. Segundo resume Moon: dor não é uma sensação simples, mas uma experiência sensorial e emocional complexa; dor aguda e crônica diferem-se fundamentalmente; dor que cursa com neurofisiologia central reflete componentes sensoriais discriminativos (localização e qualidade) e afetivo-emocionais; os conhecimentos atuais em neurofisiologia permitem hipóteses ainda não completamente testadas; a ausência de danos ou de lesões físicas não justifica a aceitação de que a dor seja menos real ou menos severa “. (MS/OPAS, 2001)”.

De difícil diagnóstico, particularmente em casos subagudos e crônicos, a LER/DORT tem sido objeto de questionamento, apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas, no que diz

respeito ao nexo com o trabalho, principalmente porque, de acordo com a NT/DORT - INSS, o que deve ser considerado “... não é tanto a integridade física ou funcional, mas a integridade produtiva, isto é, o indivíduo enquanto portador de uma determinada potencialidade de trabalho (rendimento), não basta à existência da doença, mas sim a repercussão da doença em sua capacidade laborativa...”. O termo DORT não é aceito como diagnóstico clínico, fazendo-se necessário ser mais específico, definindo exatamente qual das doenças está sendo referida e que deverá constar no LEM (Laudo de Exame Médico), inclusive com os exames subsidiários pertinentes. “Isto significa que haverá dois momentos: um primeiro, em que se define uma doença ou um quadro clínico específico, e um segundo, em que se estabelece ou não a relação com o trabalho, que, caso confirmado, define-se como DORT”. (INSS, 1998).

Diante do exposto, pode-se dizer que a complexidade do fenômeno da LER/DORT se deve à heterogeneidade do quadro clínico, à dificuldade de diagnóstico em alguns casos, às influências socioeconômicas no reconhecimento como doença ocupacional, às repercussões psico-sociais, aos conflitos de interesses, e à dificuldade de tratamento e reabilitação.

A contribuição da análise ergonômica do trabalho, no que diz respeito a LER/DORT, reside no fato de que os estudos sistemáticos das situações de trabalho, através da análise ergonômica da atividade, têm como objetivo compreender o esforço despendido pelo trabalhador no desenvolvimento e realização de suas tarefas. Por isso, os fatores de risco devem ser avaliados no contexto organizacional onde o trabalhador está inserido.

A intervenção sobre os ambientes e condições de trabalho deve basear-se na Análise Ergonômica do Trabalho - AET, nas medidas de proteção coletiva e individual implementadas pela

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empresa/organização, e nas estratégias de defesa individuais e/ou coletivas adotadas pelos trabalhadores.

“A construção de ambientes de trabalho saudáveis tem sido apontada como uma alternativa de programa para a prevenção de LER/DORT e um facilitador para o retorno de lesionados ao trabalho”.

As inúmeras dificuldades que envolvem o manejo de LER/DORT somente serão superadas à medida que os distintos atores sociais envolvidos adotarem uma postura desarmada e respeitosa para lidar com os diferentes olhares, interesses e limites intrínsecos à questão. (MS/OPAS, 2001).

Assim, o enfrentamento desse problema de saúde pública é um desafio colocado aos empregadores, aos trabalhadores e suas representações sindicais, às universidades, aos serviços de saúde e ao poder público.

● Orientação Normativa

SRH/MPOG nº 02, 19/02/2010 – Trata sobre a concessão dos adicionais de insalubridade e periculosidade.

ORIENTAÇÃO NORMATIVA SRH/MPOG

Nº 2, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2010 DOU 22.02.2010

Estabelece orientação sobre a concessão dos adicionais de insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante e gratificação por trabalhos com Raios-X ou substâncias radioativas, e dá outras providências

O SECRETÁRIO DE RECURSOS HUMANOS, DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso das atribuições que lhe confere o inciso I do art. 34 do Anexo I do Decreto Nº 6.929, de 06 de agosto de 2009, resolve:

Art. 1º Esta Orientação Normativa objetiva uniformizar entendimentos no tocante à concessão de adicionais estabelecidos pelos artigos 68 a 70 da Lei Nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, pelo artigo 12 da Lei Nº 8.270, de 17 de

dezembro de 1991, e pelo Decreto Nº 97.458 de 15 de janeiro de 1989.

Art. 2º A caracterização da insalubridade e/ou periculosidade nos locais de trabalho, respeitará as normas estabelecidas para os trabalhadores em geral, de acordo com as instruções contidas nesta Orientação Normativa.

Art. 3º A gratificação por trabalhos com Raios-X ou substâncias radioativas, e os adicionais de irradiação ionizante, insalubridade e periculosidade, obedecerão às regras estabelecidas nesta Orientação Normativa, bem como às normas da legislação vigente.

Art. 4º O adicional de irradiação ionizante de que trata o § 1° do art. 12 da Lei n° 8.270, de 1991, regulamentado pelo Decreto Nº 877, de 20 de julho de 1993, não se confunde com os demais adicionais ou gratificação de que trata esta norma, e não se acumula com estes.

Art. 5° A concessão dos adicionais de insalubridade, periculosidade e irradiação ionizante, bem como a gratificação por trabalhos com Raios-X ou substâncias radioativas, estabelecidos na legislação vigente, são formas de remuneração do risco à saúde dos trabalhadores e tem caráter transitório, enquanto durar a exposição.

§ 1° O servidor somente poderá receber um adicional ou gratificação de que trata esta Orientação Normativa

§ 2° Os adicionais e a gratificação serão calculados sobre o vencimento do cargo efetivo dos servidores civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, com base nos seguintes percentuais:

I - cinco, dez ou vinte por cento, no caso de insalubridade nos graus mínimo, médio e máximo, respectivamente;

II - dez por cento, no caso do adicional de periculosidade;

III - cinco, dez ou vinte por cento, no caso do adicional de irradiação ionizante;

IV - dez por cento no caso da gratificação por trabalhos com Raios X ou substâncias radioativas.

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§ 3º Considera-se exposição habitual aquela em que o servidor submete-se a circunstâncias ou condições insalubres e perigosas como atribuição legal do seu cargo por tempo superior à metade da jornada de trabalho semanal.

§ 4º Considera-se exposição permanente aquela que é constante, durante toda a jornada laboral e prescrita como principal atividade do servidor.

Art. 6º Para fins de concessão do adicional de insalubridade em decorrência de exposição permanente ou habitual a agentes biológicos devem ser verificadas a realização das atividades e as condições estabelecidas no Anexo I, bem como observados os Anexos II e III.

§ 1º A exposição permanente ou a habitual serão caracterizadas pelo desenvolvimento não eventual das atividades previstas na maior parte da jornada laboral.

§ 2º Não caracteriza situação para pagamento de adicionais ocupacionais para efeito desta norma legal, o contato habitual ou eventual com: fungos, ácaros, bactérias e outros microorganismos presentes em documentos, livros, processos e similares, carpetes, cortinas e similares, sistemas de condicionamento de ar; bactérias e outros microorganismos presentes em instalações sanitárias.

Art. 7º A caracterização e a justificativa para concessão de adicionais de insalubridade e periculosidade aos servidores da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, quando houver exposição permanente ou habitual a agentes físicos ou químicos, dar-se-ão por meio de laudo técnico elaborado nos limites de tolerância mensurados, nos termos das Normas Regulamentadoras Nº 15 e nos critérios da Norma Reguladora Nº 16, previstas na Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego Nº 3.214, de 08 de junho de 1978, bem como o estabelecido nos Anexos II e III desta Orientação Normativa.

Art. 8º O laudo técnico deverá preencher, ainda, os requisitos do Anexo III

desta Orientação Normativa e ser preenchido pelo profissional competente.

§ 1º Entende-se por profissional competente para avaliação da exposição e emissão do laudo técnico previsto no caput, o ocupante do cargo público, na esfera federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, de médico com especialização em medicina do trabalho ou engenheiro e arquiteto com especialização em segurança do trabalho.

§ 2º O laudo para a concessão de adicionais não terá prazo de validade, devendo ser refeito sempre que houver alteração dos riscos presentes.

§ 3º O laudo técnico deverá considerar a situação individual de trabalho do se r v i d o r.

§ 4º Compete ao profissional responsável pela emissão do laudo técnico caracterizar e justificar a condição ensejadora dos adicionais ocupacionais.

Art. 9º A execução dos pagamentos das vantagens pecuniárias presentes nesta Orientação Normativa será feita pela unidade de recursos humanos do órgão, com base no laudo técnico expedido por autoridade competente.

Parágrafo único: para fins de pagamento do adicional, será observado a data da portaria de localização, concessão, redução ou cancelamento, para ambientes já periciados e declarados insalubres e/ou perigosos, que deverão ser publicadas em boletim de pessoal ou de serviço.

Art. 10. O pagamento dos adicionais e da gratificação de que trata esta Orientação Normativa é suspenso quando cessar o risco ou o servidor for afastado do local ou atividade que deu origem à concessão.

Parágrafo único: Cabe à unidade de recursos humanos do órgão realizar a atualização permanente dos servidores que fazem jus aos adicionais no respectivo módulo do SIAPENet, conforme movimentação de pessoal, sendo, também, de sua responsabilidade, proceder a suspensão do pagamento, mediante comunicação oficial ao servidor

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interessado.

Art. 11. É responsabilidade do gestor da unidade administrativa informar à área de recursos humanos quando houver alteração dos riscos, que providenciará a adequação do valor do adicional, mediante elaboração de novo laudo.

Art. 12. Respondem nas esferas administrativa, civil e penal, os peritos e dirigentes que concederem ou autorizarem o pagamento dos adicionais em desacordo com a legislação vigente.

Art. 13. Os dirigentes dos órgãos da Administração Federal Direta, das autarquias e suas fundações, promoverão as medidas necessárias à redução ou eliminação dos riscos, bem como a proteção contra os respectivos efeitos.

Art. 14. Os casos omissos relacionados à matéria tratada nesta Orientação Normativa serão avaliados pelo

Departamento de Saúde, Previdência e Benefícios do Servidor da Secretaria de Recursos Humanos, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Art. 15. Esta Orientação Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 16. Revogam-se as disposições contrárias a esta Orientação Normativa, bem como o disposto nas Orientações Normativas Nº 4, de 13 de julho de 2005, e Nº 6, de 23 de dezembro de 2009, e o Oficio.

Circular Nº 25/COGSS/DERT/SRH/MP, de 14 de dezembro de 2005.

DUVANIER PAIVA FERREIRA ● Decreto 6.833 de 29/04/2009 –

Institui o Subsistema Integrado de Atenção a Saúde do Servidor Público

Federal (SIASS) e o Comitê Gestor de Atenção à Saúde do Servidor

DECRETO Nº 6.833, DE 29 DE ABRIL DE 2009

Institui o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público

Federal - SIASS e o Comitê Gestor de Atenção à Saúde do Servidor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 30 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, DECRETA:

Art. 1º Fica instituído, no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal - SIASS, integrante do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, criado pelo Decreto nº 67.326, de 5 de outubro de 1970

Art. 2º O SIASS tem por objetivo coordenar e integrar ações e programas nas áreas de assistência à saúde, perícia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da saúde dos servidores da administração federal direta, autárquica e fundacional, de acordo com a política de atenção à saúde e segurança do trabalho do servidor público federal, estabelecida pelo Governo.

Art. 3º Para os fins deste Decreto, considera-se:

I - assistência à saúde: ações que visem a prevenção, a detecção precoce e o tratamento de doenças e, ainda, a reabilitação da saúde do servidor, compreendendo as diversas áreas de atuação relacionadas à atenção à saúde do servidor público civil federal;

II - perícia oficial: ação médica ou odontológica com o objetivo de avaliar o estado de saúde do servidor para o exercício de suas atividades laborais; e Ver tópico

III - promoção, prevenção e acompanhamento da saúde: ações com o objetivo de intervir no processo de adoecimento do servidor, tanto no aspecto individual quanto nas relações coletivas no ambiente de trabalho.

Art. 4o Fica instituído o Comitê Gestor de Atenção à Saúde do Servidor, no âmbito do Ministério do Planejamento,

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Orçamento e Gestão, com as seguintes atribuições:

I - aprovar as diretrizes para aplicação da política de atenção à saúde e segurança do trabalho do servidor público federal, e para a capacitação dos servidores em exercício nas unidades do SIASS;

II - deliberar sobre as propostas de criação, jurisdição e funcionamento das unidades do SIASS;

III - deliberar, em relação às unidades do SIASS, sobre os instrumentos de cooperação e as iniciativas para provimento de materiais e equipamentos, força de trabalho, imóveis e instalações, bem como sobre contratos de segurança, limpeza e conservação;

IV - deliberar sobre os procedimentos para uniformização e padronização das ações relativas ao SIASS;

V - orientar e acompanhar a execução das ações e programas no âmbito do SIASS; e

VI - aprovar regras e procedimentos para guarda e utilização das informações pessoais sobre a saúde dos servidores, de acesso restrito às pessoas a que elas se referirem ou a servidores autorizados na forma da lei.

§ 1o A força de trabalho do SIASS será formada exclusivamente por servidores federais, ficando vedadas a terceirização de mão-de-obra e a contratação de pessoal por tempo determinado.

§ 2o O Comitê Gestor pautará suas ações visando tornar célere o atendimento ao servidor, especialmente no que se refere às ações preventivas, e reduzir o tempo de ausência do servidor do seu ambiente de trabalho.

Art. 5o O Comitê Gestor será composto por um representante de cada órgão a seguir indicado:

I - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que o coordenará;

II - Casa Civil da Presidência da República;

III - Ministério da Saúde; IV - Ministério da Previdência

Social; V - Ministério da Educação; VI -

Ministério da Fazenda; e VII - Ministério do Trabalho e Emprego.

VI - Ministério da Fazenda; (Redação dada pelo Decreto nº 7.121, de 2010)

VII - Ministério do Trabalho e Emprego; e (Redação dada pelo Decreto nº 7.121, de 2010)

VIII - Ministério da Justiça. (Incluído pelo Decreto nº 7.121, de 2010)

§ 1o A Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão exercerá as funções de secretaria-executiva do Comitê Gestor.

§ 2o As deliberações do Comitê Gestor serão adotadas por maioria simples, presentes pelo menos cinco dos seus membros, cabendo ao coordenador exercer, além do próprio voto, o de desempate.

§ 3o Os membros do Comitê Gestor, titular e suplente, serão indicados pelos titulares dos seus respectivos órgãos e designados pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, para mandato de três anos, permitida uma única recondução.

§ 4o As regras para organização e funcionamento do Comitê Gestor serão definidas em seu regimento interno, aprovado na forma do § 2o, observadas as disposições deste Decreto.

§ 5o A participação no Comitê Gestor é considerada de relevante interesse público e não será remunerada.

Art. 6º O exercício do servidor no âmbito do SIASS não implica mudança de unidade de lotação ou de órgão de origem.

Art. 7o Caberá ao Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão decidir sobre as deliberações do Comitê Gestor e celebrar os instrumentos de cooperação ou parceria com os órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional.

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Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9o Fica revogado o Decreto no 5.961, de 13 de novembro de 2006.

Brasília, 29 de abril de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Paulo Bernardo Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 30.4.2009

● Portaria Normativa nº 03 de

07/05/2010 – Estabelece orientações básicas sobre a Norma Operacional de

Saúde do Servidor (NOSS) PORTARIA NORMATIVA Nº 03, DE 07 DE

MAIO 2010 Estabelece orientações básicas

sobre a Norma Operacional de Saúde do Servidor -NOSS aos órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal - SIPEC, com o objetivo de definir diretrizes gerais para implementação das ações de vigilância aos ambientes e processos de trabalho e promoção à saúde do servidor.

O SECRETÁRIO DE RECURSOS HUMANOS DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso da atribuição que lhe confere os incisos I e II do art. 35 do Anexo ao Decreto n° 7.063, de 13 de janeiro de 2010, e tendo em vista o que dispõe a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990; os arts. 68 a 75; 83; 183 a 196; 202 a 214; e 230 da Lei nº 8.112, de 11, de dezembro de 1990, a Convenção n° 155 da OIT, de 22 de junho de 1981, a Convenção n° 161 da OIT, de 26 de junho de 1985, o Decreto nº 6.833, de 29 de abril de 2009, o Decreto nº 6.856, de 25 de maio de 2009, a Portaria MS nº 777, de 28 de abril de 2004, Portaria MS n° 1339/GM, de 18 de novembro de 1999, a Portaria MS nº 3.120, de 1º de julho de 1998 e a Portaria MS nº 3.908, de 30 de outubro de 1998, resolve:

Art. 1º Fica instituída a Norma Operacional de Saúde do Servidor-NOSS,

com o objetivo de definir diretrizes gerais para a implementação das ações de vigilância aos ambientes e processos de trabalho e promoção à saúde do Servidor Público Federal, para os órgãos e entidades que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal-SIPEC, na forma do

Anexo a esta Portaria Normativa. Art. 2º Caberá à Secretaria de

Recursos Humanos, por intermédio do Departamento de Saúde, Previdência e Benefícios do Servidor – DESAP, acompanhar a implementação desta Portaria Normativa.

Art.3º Esta Portaria Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

DUVANIER PAIVA FERREIRA

ANEXO DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

DA NORMA OPERACIONAL DE SAÚDE DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL –

NOSS Art 1º A Norma Operacional de

Saúde do Servidor Público Federal - NOSS integra o conjunto de ações da Política de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho do Servidor Público Federal, e é resultado de um processo de discussão, encontros e oficinas, que teve a participação de técnicos de diversos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, sob coordenação do Departamento de Saúde, Previdência e Benefícios do Servidor – DESAP/SRH/MP, com a finalidade de criar um instrumento que oriente a implantação de serviços e o desenvolvimento de ações inerentes às áreas de Vigilância e Promoção à Saúde do Servidor Público Federal.

Parágrafo único. Trata-se de uma política transversal nos diferentes órgãos e entidades da Administração Pública Federal, com diretrizes centrais de natureza normatizadora, mas com sua implantação descentralizada e coletivizada,

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por meio da gestão participativa dos atores envolvidos e com foco na integralidade das ações.

Art. 2º A concepção que fundamenta as ações de atenção à saúde do servidor prioriza a prevenção dos riscos à saúde, a avaliação ambiental e a melhoria das condições e da organização do processo de trabalho de todo a ampliar a autonomia e o protagonismo dos servidores. Normas Regulamentadoras

As Normas Regulamentadoras - NR,

relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.

Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de suas obrigações com a segurança do trabalho.

NR 1 Disposições Gerais As NRs são de observância

obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - (CLT). A NR1 estabelece a importância, funções e competência da Delegacia Regional do Trabalho.

NR 2 Inspeção Prévia Todo estabelecimento novo, antes

de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão do Ministério do Trabalho e Emprego.

NR 3 Embargo ou Interdição A Delegacia Regional do Trabalho, à

vista de laudo técnico do serviço

competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar a obra. (CLT Artigo 161 inciso 3.6|3.4|3.7|3.8|3.9|3.10) 3

NR 4 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)]

A NR 4 estabelece os critérios para organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), de forma a reduzir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais. Para cumprir suas funções, o SESMT deve ter os seguintes profissionais: médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de segurança do trabalho, auxiliar de enfermagem, em quantidades estabelecidas em função do número de trabalhadores e do grau de risco.

O trabalho do SESMT é preventivo e de competência dos profissionais citados acima, com aplicação de conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina ocupacional no ambiente de trabalho para reduzir ou eliminar os riscos à saúde dos trabalhadores.

Dentre as atividades dos SESMT, estão a análise de riscos e a orientação dos trabalhadores quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual. É também de responsabilidade do SESMT o registro dos acidentes de trabalho. (CLT - Artigo 162 inciso 4.1|4.2|4.8.9|4.10) 2

NR 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

As empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CLT Artigo 164 Inciso 5.6|5.6.1|5.6.2|5.7|5.11 e Artigo 165 inciso 5.8) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e

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doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

NR 6 Equipamento de Proteção Individual

Para os fins de aplicação desta NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador e que possua enfim o Certificado de Aprovação (CA), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente. (CLT - artigo 166 inciso 6.3 subitem A - Artigo 167 inciso 6.2)

NR 7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, cujo objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores.2

NR 8 Edificações Esta NR estabelece requisitos

técnicos mínimos que devam ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham.

NR 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho.

NR10 Instalações e Serviços em Eletricidade

Esta NR estabelece os requisitos e condições mínimas exigidas para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem com instalações elétricas, em suas etapas de projeto, construção, montagem, operação e manutenção, bem como de quaisquer trabalhos realizados em suas proximidades.

NR 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Esta NR estabelece normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. O armazenamento de materiais deverá obedecer aos requisitos de segurança para cada tipo de material.

NR 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais destinados a máquinas e equipamentos, como piso, áreas de circulação, dispositivos de partida e parada, normas sobre proteção de máquinas e equipamentos, bem como manutenção e operação.

NR 13 Caldeiras e Vasos de Pressão

Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais onde se situam as caldeiras de qualquer fonte de energia, projeto, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país.

NR 14 Fornos Esta NR estabelece os

procedimentos mínimos, fixando construção sólida, revestida com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores.

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NR 15 Atividades e Operações Insalubres

Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios, nas atividades ou operações insalubres que são executadas acima dos limites de tolerância previstos na Legislação, comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho. Agentes agressivos: ruído, calor, radiações, pressões, frio, umidade, agentes químicos. Até 31 de dezembro de 2012 está em consulta pública uma proposta de revisão dessa norma.

NR 16 Atividades e Operações Perigosas

Esta NR estabelece os procedimentos nas atividades exercidas pelos trabalhadores que manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, classificados como inflamáveis, substâncias radioativas e serviços de operação e manutenção.

NR 17 Ergonomia Esta NR visa estabelecer

parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, incluindo os aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

NR 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Esta NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

NR 19 Explosivos Esta NR estabelece os

procedimentos para manusear, transportar

e armazenar explosivos de uma forma segura, evitando acidentes

NR 20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis[

Esta NR estabelece a definição para líquidos combustíveis, líquidos inflamáveis e Gás de petróleo liquefeito, parâmetros para armazenar, como transportar e como devem ser manuseados pelos trabalhadores.

NR 21 Trabalhos a céu aberto Esta NR estabelece os critérios

mínimos para os serviços realizados a céu aberto, sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos com boa estrutura, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries.

NR 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

Esta NR estabelece sobre procedimentos de Segurança e Medicina do Trabalho nas atividades de minas, determinando que a empresa adotará métodos e manterá locais de trabalho que proporcionem a seus empregados condições satisfatórias de Saúde, Segurança e Medicina do Trabalho.

NR 23 Proteção contra incêndios Esta NR estabelece os

procedimentos que todas as empresas devam possuir, no tocante à proteção contra incêndio, saídas de emergência para os trabalhadores, equipamentos suficientes para combater o fogo e pessoal treinado no uso correto.

NR 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

Esta NR estabelece critérios mínimos, para fins de aplicação de aparelhos sanitários, gabinete sanitário, banheiro, cujas instalações deverão ser separadas por sexo, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos.

NR 25 Resíduos Industriais Esta NR estabelece os critérios para

eliminação de resíduos industriais dos locais de trabalho, através de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, de

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forma a evitar riscos à saúde e à segurança do trabalhador.

NR 26 Sinalização de Segurança Esta NR tem por objetivos fixar as

cores que devam ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando, delimitando e advertindo contra riscos.

NR 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho

Esta NR estabelecia que o exercício da profissão de técnico de segurança do trabalho dependia de registro no Ministério do Trabalho, fosse efetuado pela SSST, com processo iniciado através das DRT.

Esta NR foi revogada pela portaria Nº 262 de 29 de maio de 2008 (DOU de 30 de maio de 2008 – Seção 1 – Pág. 118). De acordo com o Art. 2º da supracitada portaria, o registro profissional será efetivado pelo Setor de Identificação e Registro Profissional das Unidades Descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego, mediante requerimento do interessado, que poderá ser encaminhado pelo sindicato da categoria. O lançamento do registro será diretamente na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS.

NR 28 Fiscalização e Penalidades Esta NR estabelece que

fiscalização, embargo, interdição e penalidades, no cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, serão efetuados obedecendo ao disposto nos decretos leis.2

NR 29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

Esta NR regulariza a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, alcançando as melhores condições possíveis de segurança e saúde dos trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado.

NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na Convenção n.º 147 da Organização Internacional do Trabalho - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizados no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas utilizadas na prestação de serviços, seja na navegação marítima de longo curso, na de cabotagem, na navegação interior, de apoio marítimo e portuário, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento.

NR 31 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

Esta NR tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.

Para fins de aplicação desta NR considera-se atividade agro-econômica, aquelas que operando na transformação do produto agrário, não altere a sua natureza, retirando-lhe a condição de matéria prima.

NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde

Esta NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

Para fins de aplicação desta NR, entende-se como serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação

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de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade2

A responsabilidade é solidária entre contratante e contratado quanto ao cumprimento da NR 32. A conscientização e colaboração de todos é muito importante para prevenção de acidentes na área da saúde.2

As atividades relacionadas aos serviços de saúde são aquelas que, no entendimento do legislador, apresentam maior risco devido à possibilidade de contato com micro-organismos encontrados nos ambientes e equipamentos utilizados no exercício do trabalho, com potencial de provocar doenças nos trabalhadores.

Os trabalhadores diretamente envolvidos com este agentes são: médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, atendentes de ambulatórios e hospitais, dentistas,limpeza e manutenção de equipamentos hospitalar, motoristas de ambulância, entre outros envolvidos em serviços de saúde.

NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores e que interagem direta ou indiretamente neste espaços. Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval

Esta NR tem por finalidade estabelecer os requisitos mínimos e as

medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. Cita nove procedimentos de trabalhos executados em estaleiros: trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e hidrojateamento; movimentação de cargas; instalações elétricas provisórias; trabalhos em altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e máquinas portáteis rotativas.

NR 35 - Trabalho em Altura A NR-35 estabelece os requisitos

mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores com atividades executadas acima de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda.

NR 36 - Norma Regulamentadora sobre Abate e Processamento de Carnes e Derivados

36.1.1 O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e Emprego

5 ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO NAS

ORGANIZAÇÕES A segurança e medicina do trabalho

são o segmento do Direito do Trabalho incumbido de oferecer condições de proteção à saúde do trabalhador no local de trabalho, e de sua recuperação quando não estiver em condições de prestar serviços ao empregador.

As empresas têm por obrigação cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; instruir

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os empregados, por meio de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar para evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente (artigo 157 da CLT).

Os empregados deverão observar às normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções e ordens de serviços quanto às precauções no local de trabalho, de modo a evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais e colaborar com a empresa na aplicação das normas de medicina e segurança do trabalho. Considera-se falta grave do empregado quando este não observa as instruções expedidas pelo empregador, assim como não usa os equipamentos de proteção individual que lhe são fornecidos pela empresa (artigo 158 da CLT). A falta grave do empregado dependerá da gravidade do ato praticado ou de sua reiteração, sendo passível, antes, de advertência ou suspensão, se o ator não foi considerado grave o bastante para rescindir o contrato de trabalho.

As Superintendências Regionais de Trabalho e Emprego deverão promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho nas empresas, adotando as medidas necessárias, determinando obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, sejam exigíveis e impondo as penalidades pelo descumprimento de tais regras (artigo 156 da CLT). CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

De acordo com o artigo 163 da CLT, é obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), segundo instruções do Ministério do Trabalho que estão contidas na NR-5 da Portaria nº 3.214/78.

O anexo da NR-5 traz uma tabela indicando o risco da atividade e a exigência em relação à criação de CIPA e

o número de participantes, o qual varia de acordo com o número de empregados da empresa, sendo de 01 a 05 representantes de cada lado, mais os suplentes.

Os representantes dos empregados serão eleitos pelo voto secreto para um mandato de um ano, podendo o membro ser reeleito uma vez. Os representantes do empregador, titulares e suplentes, serão por ele designados, anualmente, entre os quais o presidente da CIPA. O artigo 164 refere-se à composição das CIPAs, cujos integrantes terão mandato de um ano, permitida uma reeleição. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes (artigo 10, inciso II, alínea ”a” do A.D.C.T. da Constituição Federal/1988 e entendimento do TST e STF, conforme Súmula 339 do TST e Súmula 676 do STF), eleitos por voto secreto, têm a garantia provisória de emprego contra despedida arbitrária, até um ano após o final do mandato, nos termos do artigo 165 e seu parágrafo único da CLT.

Deverá a CIPA ser registrada no órgão regional do Ministério do Trabalho até 10 dias depois da eleição, devendo suas atas ser registradas em livro próprio. A eleição para o novo mandato da CIPA deverá ser convocada pelo empregador, com prazo mínimo de 45 dias antes do término do mandato e realizada com antecedência mínima de 30 dias de seu término. O membro titular perderá o mandato e será substituído pelo suplente quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa. Os empregados deverão fazer um curso de CIPA.

Objetivo da CIPA

O objetivo básico da CIPA é fazer com que empregadores e empregados trabalhem conjuntamente na tarefa de prevenir acidentes e melhorar a qualidade do ambiente de trabalho. A seguir, se verá quais as principais atribuições de uma CIPA, requisitos para sua formação e modo de funcionamento.

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Formação da CIPA A organização da CIPA é obrigatória

nos locais de trabalho seja qual for sua característica - comercial, industrial, bancária, com ou sem fins lucrativos, filantrópica ou educativa e empresas públicas - desde que tenham o mínimo legal de empregados regidos pela CLT conforme o quadro 1 da NR-5.

A CIPA é composta por representantes titulares do empregador e dos empregados e seu número de participantes deve obedecer as proporções mínimas na NR-5. Quanto ao registro da CIPA?

A empresa deve solicitar ao órgão do Ministério do Trabalho o registro da CIPA através de requerimento, juntando cópias das atas de eleição, instalação e posse com o calendário anual das reuniões ordinárias e o livro de atas com o termo de abertura e as atas acima mencionadas transcritas.

O requerimento e as cópias das atas datilografadas devem ser em duas vias, sendo que uma via será devolvida protocolada pelo agente fiscalizador. O registro deve ser feito no prazo máximo de dez dias após a data da eleição. Comunicada a DRT, uma cópia protocolada deve ser enviada ao setor responsável pela segurança do trabalho na empresa. Após ter sido registrada na DRT, a CIPA não pode ter o seu número de representantes reduzidos nem pode ser desativada antes do término do mandato, ainda que haja redução de empregados na empresa. Do processo eleitoral

Os representantes do empregador são designados pelo próprio, enquanto que os dos empregados são eleitos em votação secreta representando, obrigatoriamente, os setores de maior risco de acidentes e com maior número de funcionários. A votação deve ser realizada em horário normal de expediente e tem que contar com a participação de, no mínimo, a

metade mais um do número de funcionárias de cada setor. A lista de votação assinada pelos eleitores deve ser arquivada por um período mínimo de três anos na empresa. A lei confere a DRT, como órgão de fiscalização competente, o poder de anular uma eleição quando for constatado qualquer tipo de irregularidade na sua realização.

Os candidatos mais votados assumem a condição de membros titulares. Em caso de empate, assume o candidato que tiver maior tempo de trabalho na empresa. Os demais candidatos assumem a condição de suplentes, de acordo com a ordem decrescente de votos recebidos. Os candidatos votados não eleitos como titulares ou suplentes devem ser relacionados na ata da eleição, em ordem decrescente de votos, possibilitando uma futura nomeação. A CIPA deve contar com tantos suplentes quantos forem os titulares sendo que estes não poderão ser reconduzidos por mais de dois mandatos consecutivos. Composição da CIPA

A estrutura da CIPA é composta pelos seguintes cargos: Presidente (indicado pelo empregador); Vice-presidente (nomeado pelos representantes dos empregados, entre os seus titulares); Secretário e suplente (escolhidos de comum acordo pelos representantes do empregador e dos empregados).

Órgão responsável pelo acompanhamento da CIPA

Cabe ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias Regionais do Trabalho (DRTS) fiscalizar a organização das CIPAS. A empresa que não cumprir a lei será autuada por infração ao disposto no artigo 163 da CLT, sujeitando-se à multa prevista no artigo 201 desta mesma legislação.

Mandato da CIPA

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O mandato dos membros titulares da CIPA é de um ano e aqueles que faltarem a quatro reuniões ordinárias sem justificativa perderão o cargo, sendo substituídos pelos suplentes. Não é válida, como justificativa, a alegação de ausência por motivo de trabalho.

Os representantes dos empregados titulares da CIPA não podem sofrer demissão arbitrária entendendo-se como tal a que não se fundamentar em motivo disciplinar, técnico ou econômico. Esta garantia no emprego é assegurada ao cipeiro desde o momento em que o empregador tomar conhecimento da sua inscrição de candidatos às eleições da CIPA e prolonga-se até um ano após o término do mandato.

Os cipeiros não podem também ser transferidos para outra localidade a não ser que concordem expressamente. A reeleição deve ser convocada pelo empregador, com um prazo mínimo de 45 dias antes do término do mandato e realizada com antecedência de 30 dias em relação ao término do atual mandato. Os membros da CIPA eleitos e designados para um novo mandato serão empossados automaticamente no primeiro dia após o término do mandato anterior.

Atribuições da CIPA

• Investigar e analisar os acidentes ocorridos na empresa.

• Sugerir as medidas de prevenção de acidentes julgadas necessárias por iniciativa própria ou sugestão de outros empregados e encaminhá-las ao presidente e ao departamento de segurança da empresa.

• Promover a divulgação e zelar pela observância das normas de segurança, ou ainda, de regulamentos e instrumentos de serviço emitidos pelo empregador.

• Promover anualmente a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT).

• Sugerir a realização de cursos, palestras ou treinamentos, quanto à engenharia de segurança do trabalho,

quando julgar necessário ao melhor desempenho dos empregados.

• Registrar nos livros próprios as atas de reuniões ordinárias e extraordinárias e enviar cópia ao departamento de segurança.

• Preencher ficha de informações sobre situação da segurança na empresa e atividades da CIPA e enviar para o Ministério do Trabalho. Preencher ficha de análise de acidentes. Deve ser enviada cópia de ambas as fichas ao departamento de segurança da empresa. O modelo destas fichas pode ser encontrado em qualquer DRT.

• Elaborar anualmente o Mapa de Riscos da empresa. Tarefa dos cipeiros eleitos

O presidente da CIPA deve coordenar todas as atribuições citadas anteriormente. Ele deve presidir as reuniões e é responsável pela convocação dos cipeiros.

Pode determinar tarefas aos membros da comissão, isoladamente ou em grupos de trabalho. Além disso, deve promover o bom relacionamento da CIPA com o departamento de segurança e com os demais setores da empresa. O vice-presidente, por sua vez, deve executar as atribuições que lhe forem delegadas e substituir o presidente em suas faltas ocasionais.

Ao secretário da CIPA, cabe elaborar as atas de eleições, da posse e das reuniões e manter o arquivo e o fluxo de correspondência atualizada. Os demais membros da CIPA devem participar das reuniões, investigar e analisar os acidentes ocorridos, sugerindo medidas preventivas e realizar inspeções nos locais de trabalho.

Além disso, têm a obrigação de promover a divulgação de princípios e normas de segurança junto aos demais trabalhadores e atuar como porta-vozes dos problemas de segurança comunicados pelos empregados. Para o empregador a tarefa é simples: deve prestigiar integralmente a CIPA.

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SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

As atividades e regras do SESMT estão especificadas na NR 4 da Portaria nº 3.214/78.

O dimensionamento do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal e do número total de empregados existentes no estabelecimento, ou seja, levando-se em conta o grau de risco da atividade e o número de empregados, as empresas estão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho, nos quais será necessária a existência de profissionais especializados (médico e engenheiro do trabalho, além de técnicos de segurança do trabalho).

Para que serve o SESMT

Compete ao SESMT esclarecer os empregados dos riscos no ambiente de trabalho e promover ações para neutralizá-los ou eliminá-los. Sempre visando a promoção da saúde, prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais.

Atribuições do SESMT

Cada função dentro do SESMT tem sua importância e sua característica particular. Confira:

- MÉDICO DO TRABALHO - CBO – 0-61.22

Atribuições: Realizam consultas e atendimentos

médicos; Tratam pacientes e clientes; Implementam ações de prevenção

de doenças e promoção da saúde tanto individuais quanto coletivas;

Coordenam programas e serviços em saúde, efetuam perícias, auditorias e sindicâncias médicas; elaboram documentos e difundem conhecimentos da área médica no trabalho.

Vale lembrar, que o Médico do Trabalho é responsável pelo PCMSO

(Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional). Programa esse que anda junto com o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) da empresa.

O Médico do Trabalho também tem participação na CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho), e várias outras atividades.

- ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO - CBO 2149-15

Atribuições: Engenheiro de segurança é

o engenheiro ou arquiteto, que possui curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Atua na gestão de segurança e saúde ocupacional, em médias e grandes empresas dos mais diversos segmentos.

- ENFERMEIRO DO TRABALHO: É o Enfermeiro que possui especialização em nível de pós-graduação em Enfermagem do Trabalho.

- TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO: Profissional com registro no Ministério do trabalho. Profissional formado em nível Técnico conforme lei 7410 de 29/11/85.

- AUXILIAR DE ENFERMAGEM DO TRABALHO CBO 3222-35

Atribuições Desempenham atividades técnicas

de enfermagem em empresas públicas e privadas como:

Hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de assistência médica, embarcações e domicílios.

Atuam em cirurgia, terapia, puericultura, pediatria, psiquiatria, obstetrícia, saúde ocupacional e outras áreas.

Prestam assistência ao paciente zelando pelo seu conforto e bem estar, administram medicamentos e desempenham tarefas de instrumentação cirúrgica, posicionando de forma adequada o paciente e o instrumental. Organizam ambiente de trabalho e dão continuidade aos plantões.

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Trabalham em conformidade às boas práticas, normas e procedimentos de biossegurança.

Realizam registros e elaboram relatórios técnicos.

Desempenham atividades e realizam ações para promoção da saúde do trabalhador.

- SEGURANÇA DO TRABALHO.

Atua na gestão de segurança e saúde ocupacional, em médias e grandes empresas dos mais diversos segmentos.

O que é um SESMT completo?

Se a empresa só tem a obrigação legal de ter um Técnico em Segurança do Trabalho e tem, então essa empresa tem um SESMT completo. Ser completo é fazer o que a lei exigir.

Se a empresa está cumprindo o dimensionamento SESMT (NR 4) na íntegra, então o SESMT da empresa é completo!

Quem deve chefiar o SESMT

Perante a lei não existe empecilho nenhum para que qualquer um dos profissionais assuma a liderança do SESMT. Sendo assim fica livre a escolha do empregador.

O serviço, dependendo da quantidade de empregados e da natureza as atividades, pode incluir os seguintes profissionais: médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de enfermagem do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e técnico de segurança do trabalho.

O SESMT deverá funcionar em consonância com a CIPA.

6 CÓDIGOS E SÍMBOLOS ESPECÍFICOS DE SAÚDE E

SEGURANÇA NO TRABALHO Códigos / abreviaturas / siglas

AAF - Análise de Árvore de Falhas

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ABPA- Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes ABP-EX - Associação brasileira para a Prevenção de Explosões ABPI - Associação Brasileira de Prevenção de Incêndios ADC - Árvore De Causas AET - Análise Ergonômica do Trabalho AET - Auditor Fiscal do Trabalho AFRA - Abertura de Frente de Radiografia Industrial AI - Agente de Inspeção AIDS - Acquirite Imuno-deficience Syndrom ALAEST - Associação Latino-americana de Engenharia de Segurança do Trabalho AMFC - análise de modo de falhas e efeitos ANA - Agência Nacional de Águas ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho ANDEF - Associação Nacional dos Fabricantes de Defensivos Agrícolas ANPT - Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho ANVISA - Associação Nacional de Vigilância Sanitária APES - Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho APP - Análise de Problemas Potenciais ART - Anotação de Responsabilidade Técnica ASO - Atestado de Saúde Ocupacional AT - Acidente de Trabalho ATR - Autorização para Trabalho de Risco AVCB - Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros BO - Boletim de Ocorrência C - código do EPI. Por exemplo: C = 118.211-0/I=3 CA - Certificado de Aprovação CAT - Comunicado de Acidente de Trabalho CBO - Classificação Brasileira de Ocupações CCIH - Comissão de Controle de Infecções Hospitalares CCT - Convenção Coletiva do Trabalho CEI - Cadastro Específico do INSS

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CEREST - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador CESAT - Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador (Bahia) CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CFM - Conselho Federal de Medicina CGT - Central Geral dos Trabalhadores CID - Código Identificador de Doença; classificação internacional de Doenças CIF - Carteira de Identidade Fiscal CIN - Centro de Informações Nucleares CIPA - Centro Informativo de Prevenção de Acidentes (nome próprio - Grupo CIPA) CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPAMIN - Comissão Interna para Prevenção de Acidentes na Mineração CIPATR - Comissão Interna para Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural CLT – Consolidação das Leis do Trabalho CMSO - Controle Médico de Saúde Ocupacional CNA - Confederação Nacional da Agricultura CNAE - Código Nacional de Atividades Econômicas CNC - Comando Numérico Computadorizado (ex. torno CNC) CND - Certidão Negativa de Débito CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear CNH - Carteira Nacional de Habilitação CNI - Confederação Nacional das Indústrias CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas COEGP - Cursos para Operador de Empilhadeira de Grande Porte COEPP - Cursos para Operador de Empilhadeira de Pequeno Porte CONAMA - Comissão Nacional de Meio Ambiente CONASEMS - Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde CONASS - Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

CONTAG - confederação nacional dos trabalhadores na agricultura CORETEST - Conselho Regional dos Técnicos de Segurança do Trabalho COS - Composto Orgânico Volátil COS-V - composto orgânico semi-volátil CPATP - Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito CPN - Comitê Permanente Nacional (sobre condições e meio ambiente de trabalho) CPR - Comitê Permanente Regional (sobre condições e meio ambiente de trabalho) CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CRF - Certificado De Registro De Fabricante CRI - Certificado De Registro De Importador CRJF - Certidão De Regularidade Jurídico Fiscal CRM - Conselho Regional De Medicina CRP - Centro De Reabilitação Profissional CTN - Centro Tecnológico Nacional (Da FUNDACENTRO) CTPAT- Comissão Tripartite De Alimentação Do Trabalhador CTPP - Comissão Tripartite Fretaria Permanente CUT - Central Única Dos Trabalhadores DATAPREV - Empresa De Processamento De Dados Da Previdência Social dB – Decibel DDS - Diálogo de Segurança DDT - Dicloro, Difenil Tricloroetano DECEX - Departamento De Comércio Exterior DEQP - Departamento De Qualificação Profissional DNSST - Departamento Nacional De Segurança E Saúde Do Trabalho DORT - Doença(S) Osteomuscular(Es)

Relacionado(S) Ao Trabalho

DORT - Distúrbio(S) Osteomuscular(Es) Relacionado(S) Ao Trabalho DOU - Diário Oficial Da União DRT - Delegacia Regional Do Trabalho DRTE - Delegacia Regional Do Trabalho E Emprego

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DSST - Departamento De Saúde E Segurança Do Trabalho DST - Doença Sexualmente Transmissível EAR - Equipamento Autônomo De Respiração ECPI - Equipamento Conjugado De Proteção Individual ECSST - Educação Continuada em Saúde e Segurança do Trabalho EIA - Estudo De Impacto Ambiental EMATER - Empresa De Assistência Técnica E Extensão Rural EMBRAPA - Empresa Brasileira De Pesquisas Agropecuárias END - Ensaio Não Destrutivo (radiações) EPC - Equipamento De Proteção Coletiva EPI - Equipamento De Proteção Individual EST - Engenheiro de Segurança do Trabalho; Engenharia de Segurança do Trabalho FAT - Fundo De Amparo Ao Trabalhador FDA - Failure-Data Analysis FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Rio de Janeiro) FENATEST - Federação Nacional Dos Técnicos de Segurança do Trabalho FEPI - Ficha De Entrega de EPI FGTS - Fundo De Garantia Do Tempo De Serviço FIOCRUZ - Fundação Osvaldo Cruz FISP - Feira Internacional de Segurança e Proteção (nome próprio) FISP - Folha de Informação Sobre o Produto FISPQ - Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico FISPQ - Ficha de Informação de Segurança do produto químico FISST - Feira Internacional de Saúde e Segurança no Trabalho FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Seg. e Med. do trabalho GA - Gases Ácidos GES - Grupo de Exposição Similar GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social. GHE - Grupo Homogêneo de Exposição GHR - Grupo Homogêneo de Risco

GLP - Gás Liquefeito de Petróleo GNV - Gás Natural Veicular GOI-PNES - Grupo Operativo Institucional (do PNES) GQT - Gerenciamento pela Qualidade Total GR - Grau de Risco GST - Gerenciamento pela Segurança Total GSTB - Grupo de Segurança do Trabalho a bordo de navios mercantes GT - Grupo Técnico GT - 10 - Grupo Técnico para revisão da NR-10 GT/SST - Grupo Tripartite de Saúde e Segurança do Trabalho GTT - Grupo Técnico Tripartite HIV - Human Immunodeficiency Virus HSTA - Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBUTG - índice de bulbo úmido-termômetro de globo IEF - Instituto Estadual de Florestas (Minas Gerais) IKAP - índice Kwitko de atenuação pessoal ILO - International Labour Organization (OIT, em Inglês) IML - Instituto Médico Legal IN - Instrução Normativa. Sucede-se ao IN um número. Por exemplo IN-84 INSS - Instituto Nacional De Seguridade Social INST - Instituto Nacional De Segurança Do Trânsito IPVS - Imediatamente Perigoso À Vida E À Saúde IRA - Índice Relativo de Acidentes ISO - International Organization for Standardization LEM - Laudo de Exame Médico LEO - Limite De Exposição Ocupacional LER - Lesão Por Esforço Repetitivo LER/DORT - Lesão Por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados Ao Trabalho LGE - Líquido Gerador de Espuma LT - Limite De Tolerância

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LTCA - Laudo Técnico de Condições Ambientais LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho. MAG - Metal Ative Gas - tipo de solda MBA - Master of Business Administration MIG - Metal Inert Gas - tipo de solda MMA - Ministério do Meio Ambiente MOPE - Movimentações De Cargas Perigosas MRA - Mapa De Risco Ambiental MSDF - Material Safety Data Shee MTb - Ministério do Trabalho MTE - Ministério do Trabalho e Emprego MTR - Manifesto Para Transporte De Resíduos NBR - Norma Brasileira

NHO - norma de higiene ocupacional NIT - Número de Identificação do Trabalhador NOB - Norma Operacional Básica NPS - Nível De Pressão Sonora NR - Norma Regulamentadora NRR - Nível De Redução De Ruído NRR - Norma Regulamentadora Rural OGMO - Órgão Gestor De Mão-De-Obra OIT - Organização Internacional Do Trabalho (em Inglês, ILO) OMS - Organização Mundial da Saúde ONG - Organização Não-Governamental ONL - Organização Não-Lucrativa OS - Ordem De Serviço PAE - Plano de Ação Emergencial PAIR - Perda Auditiva Induzida Por Ruído PAIRO - Perda Auditiva Induzida Por Ruído Ocupacional PAM -Plano de Ajuda Mútua PAT - Programa De Alimentação Do Trabalhador PBA - Plano Básico Ambiental PCA - Plano De Controle Ambiental PCA - Programa De Conservação Auditiva PCE - Plano De Controle De Emergência PCIH - Programa de Controle de Infecções Hospitalares PCMAT - Programa De Condições E Meio Ambiente De Trabalho Na Construção Civil PCMSO - Programa De Controle Médico De Saúde Ocupacional

PCTP - Programa De Controle Total De Perdas PDCA - plan, do, check, act PGR - Programa De Gerenciamento De Risco PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde PMOC - Plano de Manutenção, Operação e Controle PNES - Programa Nacional de Eliminação da Silicose PPEOB - Programa de Prevenção de Exposição Ocupacional ao Benzeno PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário PPR - Programa de Proteção Respiratória PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRAG - Programa De Prevenção De Riscos Ambientais Para Indústrias Galvânicas PPS - Procedimento Padrão de Segurança PRAT - Pedido De Reconsideração De Acidente De Trabalho PRODAT - Programa Nacional de Melhoria de Informações Estatísticas Sobre Doenças e Acidentes do Trabalho PROESIC - Programa de Engenharia de Segurança na Indústria da Construção PROVERSA - Programa De Vigilância Epidemiológica E Sanitária Em Agrotóxicos PSS - Programa De Saúde E Segurança PSSTR - Programa Saúde E Segurança Do Trabalhador Rural PT - Permissão de Trabalho PTR - Permissão de Trabalho de Risco RAA - Relatório De Auditoria Ambiental RAP - Relatório Ambiental Prévio RE - Risco Elevado (normas de combate à incêndio) REM - Roetgen Equivalent Man (unidade de dose de radiação) RIA - Responsável Pela Instalação Aberta (técnico habilitado em trabalho com radiação) RIMA - Relatório De Impacto De Meio Ambiente RIT - Regulamento De Inspeção Ao Trabalho RNC - Relatório De Não-Conformidade

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RSI - Repetitive Strain Injuri (Lesão por Esforço Repetitivo - LER, em Inglês) RT - Responsável Técnico RTP - Recomendação Técnica De Procedimentos RTR - Requerimento Para Transferência De Fonte Radioativa SAT - Seguro De Acidente De Trabalho SECONCI - Serviço Social da Indústria da Construção SEESMT - Serviço Especializado Em Engenharia De Segurança E Medicina Do Trabalho SEFIT - Sistema Federal De Inspeção Do Trabalho SENAC - Serviço Nacional De Aprendizado Do Comercio SENAI - Serviço Nacional de Aprendizado Industrial SENAR - Serviço Nacional De Aprendizado Rural SERLA - Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas SERT - Secretaria Do Emprego E Relações Do Trabalho SESC - Serviço Social Do Comércio SESI - Serviço Social Da Indústria SESMT - Serviço Especializado Em Engenharia De Segurança E Medicina Do Trabalho SESST - Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário SEST - Serviço Especializado em Segurança do Trabalho SETAS - Secretaria Do Trabalho E Da Ação Social SGSST - Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho SIASUS - Serviço De Informação Ambulatorial do SUS SICAF - Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores SINDUSCON - Sindicato Da Indústria Da Construção Civil SINITOX - Sistema Nacional De Informação Tóxico-Farmacológica SIPAT- Semana Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho SIT - Secretaria De Inspeção Do Trabalho

SOBES - Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança SOL - Segurança Ordem e Limpeza SSSSS ou 5S - Seiri, Seiton, Seison, Seiketsu e Shitsuke SSST - Secretaria De Segurança E Saúde Do Trabalho SST - Saúde e Segurança do Trabalho SUS - Sistema Único De Saúde Sv - Sievert (unidade de dose de radiação) TE - Temperatura Efetiva Temperatura Efetiva Corrigida TIG - Tungsten Inert Gas - tipo de solda TLV - Threshold Limit Value, Threshold Level Value TRT - Tribunal Regional Do Trabalho TST - Técnico De Segurança Do Trabalho TST - Tribunal Superior do Trabalho TWA - Time Weight Average (nível médio ponderado) TWI - Training With Industry UE- Unidade Extintora (normas de combate à incêndio) UFIR - Unidade Fiscal de Referência UNESCO - United Nations Education, Science and Culture Organization UNICEF - United Nations Children`s Found VGD - Ventilação Geral Diluidora VLE - Ventilação Local Exaustiva VO – Voláteis orgânicos VRT - valor de referência tecnológico WHO - World Health Organization

SÍMBOLOS MAIS USADOS NA SEGURANÇA DO TRABALHO

RADIAÇÃO

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RISCO BIOLÓGICO

MATERIAL RECICLÁVEL

SEG DO TRABALHO OU CIPA

NÃO FUME

PERIGO

EXTINTOR DE ÁGUA RESSURIZADA

EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO

EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA

EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA

EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO

EXTINTOR DE HIDROCARBONETOS HALOGENADOS

EXTINTOR SOBRE RODAS

Mapa de riscos:

Representação gráfica dos mapeamentos de riscos ambientais. O mapeamento de risco é um levantamento dos locais de trabalho que são sentidos e observados pelos próprios trabalhadores.

Exemplo:

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7 PRIMEIROS SOCORROS Procedimentos iniciais:

Mantenha-se calmo... inspire confiança - Evite pânico. PARADA RESPIRATÓRIA

I - SINAIS GRAVES: ausência de movimentos do tórax, arroxeamento da face, inconsciência, imobilidade.

II - CAUSAS A - Gases venenosos, vapores

químicos ou falta de oxigênio B - Afogamento C - Sufocação por saco plástico D - Choque elétrico E - Abalos violentos resultantes de

explosão ou pancadas na cabeça F - Envenenamento por ingestão de

sedativos ou produtos químicos G - Soterramento H - Sufocação por corpos estranhos

nas vias aéreas do bebê, da criança, do adulto.

III - RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL Respiração de Socorro 1 - Método - boca a boca A - Vantagens: B - Procedimento: - Para crianças - Para adultos 2 - Método - boca-nariz

3 - Método normal de respiração artificial de Sylvester. ESTADO DE CHOQUE

SINAIS - Pele fria, sudorese, palidez de face, respiração fraca, visão turva, pulso fraco, semiconsciência, vertigem ou queda ao chão.

CAUSAS - Queimaduras, ferimentos graves

ou externos - Esmagamentos - Perda de sangue - Envenenamento por produtos

químicos - Ataque cardíaco - Exposições extremas ao calor ou

frio - Intoxicação por alimentos - Fraturas Providências: Avaliar rapidamente o

estado da vitima e estabelecer prioridades. Manter a vitima deitada, se possível com as pernas elevadas 25 a 35 cm, afrouxar as roupas e agasalhar a vitima. DESMAIO

SINAIS - Palidez, suor, pulso e respiração

fracos. Providências: Sentar ou deitar a

vítima. Abaixar a cabeça e realizar leve pressão sobre a nuca. PARADA DO CORAÇÃO

CAUSAS - Ataque Cardíaco - Choque Elétrico - Estrangulamento - Sufocação - Reações alérgicas graves - Afogamento Procedimento: massagem cardíaca

externa HEMORRAGIA

A hemorragia abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos. NÃO PERCA TEMPO

Procedimentos:

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Faca pressão diretamente sobre a ferida para estancar a hemorragia. Nunca use torniquete para hemorragia - exceto perna e/ou braço amputado, esmagado ou dilacerado. HEMORRAGIA INTERNA

SINAIS - Pulso fraco, pele fria, suores

abundantes, palidez intensa e mucosas descoradas, sede, tonturas as vezes inconsciente. HEMORRAGIA NASAL (Epistaxe)

Procedimentos: Posicionar a cabeça para traz e

comprimir a narina sangrante durante 5 minutos e soltar levemente. HEMORRAGIA DOS PULMÕES (Hemoptise)

Procedimentos: Deitar a vitima em posição lateral,

compressas frias, se possível, aguardar a chegada do socorro médico HEMORRAGIA DO ESTÔMAGO (Hematêmese)

SINAIS - Enjoo (náusea) dor, vômitos, com

sangue escuro (borra de café) Procedimentos: Colocar a vitima

sentada ou deitada com a cabeça elevada. Compressas frias (Gelo) sobre o epigastrico e aguardar socorro medico. LESÕES NOS OSSOS E ARTICULAÇÕES

LESÕES NA ESPINHA (Coluna) Providências: Cuidado no

atendimento e no transporte (imobilizacao correta) FRATURAS

O primeiro socorro consiste apenas em impedir o deslocamento das partes fraturadas, evitando maiores danos.

- Fechadas - Expostas NÃO FAÇA:

NÃO DESLOQUE OU ARRASTE A VÍTIMA ATÉ QUE A REGIÃO SUSPEITA DE FRATURA TENHA SIDO IMOBILIZADA, A MENOS QUE HAJA EMINENTE PERIGO. (EXPLOSÕES OU TRÂNSITO). LUXAÇÕES OU DESLOCAMENTOS DAS JUNTAS (BRAÇO, OMBRO)

- Tipoia ENTORSES E DISTENSÕES

- Trate como se fosse fraturas. - Aplique gelo e compressas frias no

local. CONTUSÕES

- Providencias: repouso do local (imobilização), compressas frias.

Qualquer vitima que estiver inconsciente pode ter sofrido pancada na cabeça (concussão cerebral). FERIMENTOS

A - LEVES OU SUPERFICIAIS Procedimentos: Faca limpeza do

local com soro fisiológico ou agua corrente, curativo com mercúrio cromo ou iodo e cubra o ferimento com gaze ou pano limpo, encaminhando a vitima ao pronto Socorro ou UBS.

NÃO TENTE RETIRAR FARPAS, VIDROS OU PARTICULAS DE METAL DO FERIMENTO.

B - FERIMENTOS EXTENSOS OU

PROFUNDOS (Caso haja hemorragia, siga as

instruções anteriores) 1 - FERIMENTOS ABDOMINAIS

ABERTOS Procedimentos: evite mexer em

vísceras expostas, cubra com compressa umida e fixe-a com faixa, removendo a vitima com cuidado a um pronto-socorro mais proximo.

2 - FERIMENTOS PROFUNDOS

NO TÓRAX Procedimentos - cubra o ferimento

com gaze ou pano limpo, evitando entrada

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de ar para o interior do tórax, durante a inspiração.

APERTE MODERADAMENTE UM CINTO OU FAIXA EM TORNO DO TORAX PARA NAO PREJUDICAR A RESPIRACAO DA VITIMA.

3 - FERIMENTOS NA CABEÇA Procedimentos: afrouxe suas

roupas, mantenha a vitima deitada em decúbito dorsal, agasalhada, faca compressas para conter hemorragias, removendo-a ao PS mais próximo.

C - FERIMENTOS PERFURANTES São lesões causadas por acidente

com vidros metais, etc. 1 - FARPAS - Prenda-as com uma

atadura sobre uma gaze. 2 - ATADURA - Nos dedos, mãos,

antebraço ou perna, cotovelo ou joelho - Como fazer.

3 - BANDAGEM - Serve para manter um curativo, uma imobilização de fratura ou conter provisoriamente uma parte do corpo lesada.

CUIDADOS: - A REGIÃO DEVE ESTAR LIMPA - OS MÚSCULOS RELAXADOS - COMEÇAR DAS EXTREMIDADES

DOS MEMBROS LESADOS PARA O CENTRO

IMPORTANTE: QUALQUER ENFAIXAMENTO OU

BANDAGEM QUE PROVOQUE DOR OU ARROXEAMENTO NA REGIAO DEVE SER AFROUXADO IMEDIATAMENTE. TORNIQUETES

São utilizados somente para controlar hemorragias nos casos em que a vitima teve o braço ou a perna amputada ou esmagadas. QUEIMADURAS

Toda e qualquer lesão decorrente da ação do calor sobre o organismo e uma queimadura.

QUANDO O CORPO ENTRA EM CONTATO COM:

- Chama, brasa ou fogo - Vapores quentes - Líquidos ferventes - Sólidos super aquecidos ou

incandescentes - Substâncias químicas - Emanacões radioativas - Radiações infra-vermelhas e ultra

violetas - Eletricidade. Uma pessoa com 25% do corpo

queimado esta sujeita a "Choque de queimadura" e pode morrer se não receber imediatamente os primeiros socorros.

PEQUENA QUEIMADURA - a que atinge menos de 10% do corpo

1º GRAU - ex: raios solares 2º GRAU - formação de bolhas na

área atingida 3º GRAU - atinge tecidos mais

profundos IMPORTANTE: O RISCO DE VIDA - (GRAVIDADE)

ESTA NA EXTENSAO DA SUPERFICIE ATINGIDA DEVIDO AO ESTADO DE CHOQUE E CONTAMINACAO DA AREA (INFECCAO BACTERIANA).

Procedimentos: Visa prevenir o estado de choque e

contaminação. NAO FACA: NAO FURE AS BOLHAS, EVITE

TOCAR A AREA QUEIMADA QUEIMADURAS QUÍMICAS (Acidos

- soda cáustica outros produtos quimicos) - Pequenas - Lavar o local com agua

corrente. - Extensas - Retirar toda a roupa

atingida e lavar abundantemente com agua a região.

NÃO FAÇA: NAO APLIQUE UNGUENTOS,

GRAXAS, BICARBONATO DE SODIO OU OUTRAS SUBSTANCIAS EM QUEIMADURAS.

NAO RETIRE CORPOS ESTRANHOS OU GRAXAS DAS LESOES.

NAO FURE AS BOLHAS EXISTENTES.

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NAO TOQUE COM AS MAOS A AREA AFETADA.

UM CASO MUITO ESPECIAL: QUEIMADURA NOS OLHOS

- Lavar os olhos com soro fisiológico.

- Vendar os olhos com gaze umedecida.

- Levar ao medico com urgencia. TRANSPORTE DE ACIDENTADOS ANTES DE PROVIDENCIAR A

REMOÇÃO DA VÍTIMA: - Controle hemorragias e respiracao. - Imobilize todos os pontos

suspeitos de fraturas. - Procure puxar corretamente o

ferido segundo a técnica para um local seguro a fim de iniciar os primeiros socorros.

- Ao levantar uma vitima de acidente, proceda com os cuidados adequados, preservando a integridade da coluna cervical, solicitando sempre a ajuda de uma ou duas pessoas presentes. ATAQUE CARDÍACO (Angina, Tromboses, Enfartes, etc.)

SINAIS E SINTOMAS - Dor, respiração, suores, vômitos e

outros sinais. Providencias: - Mantenha a pessoa

sentada ou deitada, desaperte-lhe as roupas, cubra-o se sentir frio, não tente transporta-lo sem ajuda ou supervisão medica. Somente lhe de algum medicamento se o mesmo já faz uso e costuma tomar nas emergências.

ENVENENAMENTO Intoxicação grave causada por

produtos nocivos ao organismo (drogas, gases, ervas venenosas, produtos quimicos, comidas diferentes, etc.) Ligue para C.C.I. (CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICACOES.

SINAIS E SINTOMAS - Hálito característico, observar cor

das mucosas, dor abdominal, tonturas, etc. Procedimentos: A - VENENOS INGERIDOS - Provoque o vomito.

- De o Antidoto Universal: 02 PARTES DE TORRADAS

QUEIMADAS 01 PARTE DE LEITE DE

MAGNESIA 01 PARTE DE CHA FORTE Procedimentos: - Mantenha a vitima agasalhada. - Respiração de Socorro (método

Sylvester). - Leve ao médico ou Hospital o

recipiente com restos do veneno ou o rotulo. Ao ligar para o C.C.I. tenha todos os dados da ocorrência: hora da ingestão, idade da vitima, como ela se encontra no momento e se possível o nome do produto ingerido não se esquecer de caneta e um papel para anotar possíveis condutas imediatas a serem feitas.

B - VENENOS ASPIRADOS - Palidez de pele, cianose de lábios,

falta de ar, perda dos sentidos. Procedimentos: - Areje o ambiente. - Aplique respiração pelo método de

Sylvester. - Remova imediatamente para um

Hospital. C - ENVENENAMENTO ATRAVÉS

DA PELE Procedimentos: - Lavar abundantemente por 15

minutos em agua corrente. D - CONTAMINAÇÃO DOS OLHOS - Lave com agua ou soro fisiológico

mantendo as pálpebras abertas ate chegar ao Hospital. ACIDENTES PROVOCADOS PELO CALOR

I - INSOLAÇÃO - Ação dos raios solares, sobre um a pessoa, por tempo prolongado(praia, campo, mesmo nas grandes cidades))

II - INTERNAÇÃO - Ação do calor sobre pessoas que trabalham em ambientes fechados a altas temperaturas, exemplo: caldeiras, fornos, etc.

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SINAIS E SINTOMAS Pele quente e vermelha,

posteriormente palidez facial, sudorese intensa, respiração rápida, batedeira, vertigens e agitação.

Procedimentos: Visa diminuir a temperatura do

corpo. Retire a vitima do local, umedeça a cabeça e o tronco com agua fria, ofereça líquidos a vontade. ACIDENTES PELO FRIO

SINAIS E SINTOMAS Limitação dos movimentos dos

membros, palidez facial, pele fria, cianose, lábios e extremidades, dores articulares semiconsciência e vertigens.

Procedimentos: Visa aquecer a parte atingida como

um banho morno, roupas quentes, exercícios, etc.

CORPOS ESTRANHOS Pequenas partículas de vidro,

madeira, poeira, carvão, areia ou limalha, grãos diversos, sementes insetos mosquitos, formigas, moscas, besouros, etc. que podem penetrar nos olhos, nariz e ouvidos.

OLHOS - Piscar os olhos para permitir que

as lágrimas lavem e removam pequenas partículas. Não tente retira-los e nem esfregue os olhos com os dedos. Se não der certo , faca outros procedimentos.

- Pálpebra sobre pálpebra. - Irrigar o olho com soro fisiológico,

agua limpa com conta gotas, ou embaixo de uma torneira abrir pouco deixando a agua escorrer sobre o olho atingido.

- Quando o corpo estranho estiver no "branco" do olho e for terra ou areia, poder-se-á tentar retirar delicadamente com um cotonete.

NAO FAÇA: SE O CORPO ESTRANHO

ESTIVER FIXO AO GLOBO OCULAR NAO TENTE RETIRA-LO, COLOQUE UMA COMPRESSA OU PANO LIMPO OCLUINDO OS DOIS OLHOS PARA EVITAR MOVIMENTOS CONJUGADOS E

LEVE A VITIMA AO HOSPITAL IMEDIATAMENTE.

NARIZ - Tente expelir o ar pela narina com

corpo estranho fazendo certa pressão com a boca fechada e o outro lado comprimido com o dedo.

OUVIDOS NAO FAÇA: NAO INTRODUZA NENHUM

INSTRUMENTO PEQUENO, QUANDO O CORPO ESTRANHO FOR INSETO COLOQUE ALGUMAS GOTAS DE OLEO CASEIRO DENTRO DO OUVIDO ATINGIDO E POSICIONE A CABECA.

GARGANTA - Mantenha-se ao lado da vitima e

de forma calma peca para que ela tussa varias vezes, com a intenção de expelir o corpo estranho.

- Aplique alguns golpes com a mão em concha no meio das costas com o tronco levemente fletido para frente.

- Tentar Manobra de Heimlich em pé ou se a vitima desmaiar.

- Não obtendo sucesso realizar respiração boca-a-boca com a vitima deitada em decúbito dorsal ate chegada de socorro medico. MORDIDAS DE COBRAS VENENOSAS

Procedimentos: conhece cobras, leve, se possível, a cobra Ate 30 minutos as medidas são eficazes, se você não causadora do acidente (viva ou morta) para identificação.

O soro antiofídico polivalente pode ser usado com vantagens, quando a cobra for cascavel, jararaca, urutu, jararacucu, cotiara.

Diferenças entre venenosos e não venenosos:

VENENOSOS - Fosseta lacrimal, cabeça triangular, olhos pequenos, cauda afinando abruptamente, escamas com desenhos irregulares, 02 presas no maxilar superior.

NAO VENENOSOS - Cabeça arredondada, olhos grandes, cauda longa e afinando gradativamente, dentes

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pequenos e mais ou menos iguais, não tem fosseta lacrimal. PICADAS DE ESCORPIÃO, LACRAIA, CENTOPÉIA E ARANHAS.

- Procure um medico imediatamente.

- Na ausência ou falta do medico, aplique o soro especifico, se possível dentro da primeira hora da mordida.

- Coloque compressa de álcool sobre o local da picada.

- Aplique também gelo ou compressas frias.

- Mantenha a vitima em repouso. - Ligue para o INSTITUTO

BUTANTÃ.

MORDIDAS DE ANIMAIS RAIVOSOS Quem for mordido por um animal

deve suspeitar de raiva e mantê-lo em observação ate prova em contrario. (10 dias).

Mesmo vacinado o animal pode, as vezes, apresentar a doença.

Todas as mordidas de animais devem ser vistas por medico.

Procedimento imediato: - Lave a ferida com agua e sabão. - Pincele com mercúrio-cromo ou

outro. - Encaminhe a um medico.

PICADAS E FERROADAS DE INSETOS

Pessoas alérgicas podem sofrer reações graves.

Procedimento: - Retire o "ferrão" do inseto.

Pressione o local. - Aplique gelo ou lave em agua fria. - Procure socorro medico.

CONVULSÕES

ATAQUE DE EPILEPSIA - Se durar mais de 15 minutos chame um medico.

ANTES DO SOCORRO: Proteja o corpo da vitima para que ela não se machuque contra objetos, afastando-os.

Não segure seus membros e aguarde socorro. CONVULSÕES FEBRIS EM CRIANÇAS

Ocorre subitamente quando a temperatura do corpo atinge 39 a 40?. De um banho frio e mantenha uma toalha de agua com álcool sobre o corpo, levando-a rapidamente ao PS. PERTURBAÇÃO MENTAL

Situações em que as pessoas apresentam distúrbios de comportamento como agressividade, perda de memoria, agitação e nos temos que agir com calma e paciência para controlar e conduzir adequadamente ao atendimento medico de urgência. ALCOOLISMO

A ingestão de álcool pode trazer sensações prazerosas. Como o excesso pode provocar sérios problemas para o individuo no seu meio familiar e social. Ingestão crônica causa cirrose e distúrbios psicóticos "DELIRIUM TREMENS"

NAO FAÇA: NAO DISCUTA COM O DOENTE,

NAO SEJA ASPERO OU AUTORITARIO. NAO SEGURE O DOENTE, SALVO

PARA IMPEDI-LO DE FERIR-SE OU A OUTREM. PARTO SÚBITO

Parto e um ato natural - chame um medico ou providencie transporte para um Hospital, quando possível.

Procedimentos: Higiene das mãos, tesoura,

barbante e panos limpos. Cuidados com o recém-nascido, se

o mesmo não estiver respirando aplique-lhe respiração boca-boca.

Mantenha a calma, converse com a parturiente transmitindo-lhe confiança.

Acomode-a em decúbito dorsal elevando seu tronco.

Cubra seu abdômen com um lençol limpo e esteja preparado para segurar o bebe se este vier a nascer, ate a chegada

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ao Hospital mais próximo, caso você esteja levando a parturiente num carro particular e o parto desencadear.

NÃO FAÇA: Não interfira no processo de parto.

não lave a película de cor esbranquiçada que cobre o corpo do RN. Ela protege a pele. Nenhuma medida devera ser tomada com relação aos olhos ouvidos, nariz e boca do bebe. jamais puxe ou tracione o cordão umbilical ligado a mãe enquanto ela expulsa a placenta. encaminhe sempre mãe e filho ao hospital mesmo que ambos estejam bem.

8 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

A proteção contra incêndios é uma das Normas Regulamentadoras que disciplina sobre as regras complementares de segurança e saúde no trabalho previstas no art. 200 da CLT.

O referido artigo, especificamente no inciso IV, dispõe sobre a proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização.

Todos os locais de trabalho deverão possuir:

a) proteção contra incêndio; b) saídas suficientes para a rápida

retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio;

c) equipamento suficiente para combater o fogo em seu início;

d) pessoas adestradas no uso correto desses equipamentos.

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas, de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência.

A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte centímetros).

O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho.

Onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em caráter permanente e completamente desobstruídos, circulações internas ou corredores de acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros).

Quando não for possível atingir, diretamente, as portas de saída, deverão existir, em caráter permanente, vias de passagem ou corredores, com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros) sempre rigorosamente desobstruídos.

As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.

As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de trabalho, não se tenha de percorrer distância maior que 15m (quinze metros) nos de risco grande e 30m (trinta metros) de risco médio ou pequeno.

Estas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou menos, a critério da autoridade competente em segurança do trabalho, se houver instalações de chuveiros sprinklers, automáticos, e segundo a natureza do risco.

As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus; as passagens serão bem iluminadas.

Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso, deverá ser colocado um "aviso" no início da rampa, no sentido do da descida.

Escadas em espiral, de mãos ou

externas de madeira, não serão consideradas partes de uma saída.

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PORTAS - CONDIÇÕES DE PASSAGEM

As portas de saída devem ser de batentes, ou portas corrediças horizontais, a critério da autoridade competente em segurança do trabalho.

As portas verticais, as de enrolar e as giratórias não serão permitidas em comunicações internas.

Todas as portas de batente, tanto as de saída como as de comunicações internas, devem:

a) abrir no sentido da saída; b) situar-se de tal modo que, ao se

abrirem, não impeçam as vias de passagem.

As portas que conduzem às escadas devem ser dispostas de maneira a não diminuírem a largura efetiva dessas escadas.

As portas de saída devem ser dispostas de maneira a serem visíveis, ficando terminantemente proibido qualquer obstáculo, mesmo ocasional, que entrave o seu acesso ou a sua vista.

Nenhuma porta de entrada, ou saída, ou de emergência de um estabelecimento ou local de trabalho, deverá ser fechada a chave, aferrolhada, ou presa durante as horas de trabalho.

Durante as horas de trabalho, poderão ser fechadas com dispositivos de segurança, que permitam a qualquer pessoa abri-las facilmente do interior do estabelecimento, ou do local de trabalho.

Em hipótese alguma as portas de emergência deverão ser fechadas pelo lado externo, mesmo fora do horário de trabalho.

ESCADAS

Todas as escadas, plataformas e patamares deverão ser feitos com materiais incombustíveis e resistentes ao fogo.

ASCENSORES

Os poços e monta-cargas respectivos, nas construções de mais de 2

(dois) pavimentos, devem ser inteiramente de material resistente ao fogo.

PORTAS CORTA-FOGO

As caixas de escadas deverão ser providas de portas corta-fogo, fechando-se automaticamente e podendo ser abertas facilmente pelos 2 (dois) lados.

COMBATE AO FOGO

Tão cedo o fogo se manifeste, cabe:

a) acionar o sistema de alarme; b) chamar imediatamente o Corpo

de Bombeiros; c) desligar máquinas e aparelhos

elétricos, quando a operação do desligamento não envolver riscos adicionais;

d) atacá-lo o mais rapidamente possível, pelos meios adequados.

As máquinas e aparelhos elétricos que não devam ser desligados em caso de incêndio deverão conter placa com aviso referente a este fato, próximo à chave de interrupção.

Poderão ser exigidos, para certos tipos de indústria ou de atividade em que seja grande o risco de incêndio, requisitos especiais de construção, tais como portas e paredes corta-fogo ou diques ao redor de reservatórios elevados de inflamáveis.

EXERCÍCIO DE ALERTA

Os exercícios de combate ao fogo deverão ser feitos periodicamente, objetivando:

a) que o pessoal grave o significado do sinal de alarme;

b) que a evacuação do local se faça em boa ordem;

c) que seja evitado qualquer pânico; d) que sejam atribuídas tarefas e

responsabilidades específicas aos empregados;

e) que seja verificado se a sirene de alarme foi ouvida em todas as áreas.

Os exercícios deverão ser realizados sob a direção de um grupo de pessoas, capazes de prepará-los e dirigi-

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los, comportando um chefe e ajudantes em número necessário, segundo as características do estabelecimento.

Os planos de exercício de alerta

deverão ser preparados como se fossem para um caso real de incêndio.

Nas fábricas que mantenham equipes organizadas de bombeiros, os exercícios devem se realizar periodicamente, de preferência, sem aviso e se aproximando, o mais possível, das condições reais de luta contra o incêndio.

As fábricas ou estabelecimentos que não mantenham equipes de bombeiros deverão ter alguns membros do pessoal operário, bem como os guardas e vigias, especialmente exercitados no correto manejo do material de luta contra o fogo e o seu emprego.

CLASSES DE FOGO

Será adotada, para efeito de facilidade na aplicação das presentes disposições, a seguinte classificação de fogo:

Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras, etc.;

Classe B - são considerados inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc.;

Classe C - quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.;

Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.

EXTINÇÃO POR MEIO DE ÁGUA

Nos estabelecimentos industriais de 50 (cinquenta) ou mais empregados, deve haver um aprisionamento conveniente de água sob pressão, a fim de, a qualquer tempo, extinguir os começos de fogo de Classe A.

Os pontos de captação de água deverão ser facilmente acessíveis, e situados ou protegidos de maneira a não poderem ser danificados.

Os pontos de captação de água e os encanamentos de alimentação deverão ser experimentados, frequentemente, a fim de evitar o acúmulo de resíduos.

A água nunca será empregada: a) nos fogos da Classe B, salvo

quando pulverizada sob a forma de neblina;

b) nos fogos da Classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada;

c) nos fogos da Classe D; Os chuveiros automáticos,

conhecidos como "splinklers", devem ter seus registros sempre abertos e só poderão ser fechados em casos de manutenção ou inspeção, com ordem da pessoa responsável.

Um espaço livre de pelo menos 1,00m (um metro) deve existir abaixo e ao redor das cabeças dos chuveiros, a fim de assegurar uma inundação eficaz.

EXTINTORES

Em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, garantindo essa exigência pela aposição nos aparelhos de identificação de conformidade de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO.

EXTINTORES PORTÁTEIS

Todos os estabelecimentos, mesmo os dotados de chuveiros automáticos, deverão ser providos de extintores portáteis, a fim de combater o fogo em seu início. Tais aparelhos devem ser apropriados à classe do fogo a extinguir.

O extintor tipo "Espuma" será usado nos fogos de Classe A e B.

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O extintor tipo "Dióxido de Carbono" será usado, preferencialmente, nos fogos das Classes B e C, embora possa ser usado também nos fogos de Classe A em seu início.

O extintor tipo "Químico Seco" usar-se-á nos fogos das Classes B e C. As unidades de tipo maior de 60 a 150 kg deverão ser montadas sobre rodas. Nos incêndios Classe D, será usado o extintor tipo "Químico Seco", porém o pó químico será especial para cada material.

O extintor tipo "Água Pressurizada", ou "Água-Gás", deve ser usado em fogos da Classe A, com capacidade variável entre 10 (dez) e 18 (dezoito) litros.

Outros tipos de extintores portáteis só serão admitidos com a prévia autorização da autoridade competente em matéria de segurança do trabalho.

Método de abafamento por meio de areia (balde areia) poderá ser usado como variante nos fogos das Classes B e D.

Método de abafamento por meio de limalha de ferro fundido poderá ser usado como variante nos fogos da Classe D.

INSPEÇÃO DOS EXTINTORES

Todo extintor deverá ter 1 (uma) ficha de controle de inspeção. Para obter um modelo de inspeção de extintores.

Cada extintor deverá ser inspecionado visualmente a cada mês, examinando-se o seu aspecto externo, os lacres, os manômetros quando o extintor for do tipo pressurizado, verificando se o bico e válvulas de alívio não estão entupidos.

Cada extintor deverá ter uma etiqueta de identificação presa ao seu bojo, com data em que foi carregado, data para recarga e número de identificação. Essa etiqueta deverá ser protegida convenientemente a fim de evitar que esses dados sejam danificados.

Os cilindros dos extintores de pressão injetada deverão ser pesados semestralmente. Se a perda de peso for além de 10 (dez) por cento do peso

original, deverá ser providenciada a sua recarga.

O extintor tipo "Espuma" deverá ser recarregado anualmente.

As operações de recarga dos extintores deverão ser feitas de acordo com normas técnicas oficiais vigentes no País.

LOCALIZAÇÃO E SINALIZAÇÃO DOS EXTINTORES

Os extintores deverão ser colocados em locais:

a) de fácil visualização; b) de fácil acesso; c) onde haja menos probabilidade

de o fogo bloquear o seu acesso. Os locais destinados aos extintores

devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas.

Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro).

Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m (um metro e sessenta centímetros) acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a menos de 0,60m (sessenta centímetros) nem a mais de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) acima do piso.

Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas.

Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a qualquer ponto de fábrica.

Os extintores não poderão ser encobertos por pilhas de materiais. SISTEMAS DE ALARME

Nos estabelecimentos de riscos elevados ou médios, deverá haver um sistema de alarme capaz de dar sinais perceptíveis em todos os locais da construção.

Cada pavimento do estabelecimento deverá ser provido de um número

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suficiente de pontos capazes de pôr em ação o sistema de alarme adotado.

As campainhas ou sirenes de alarme deverão emitir um som distinto em tonalidade e altura de todos os outros dispositivos acústicos do estabelecimento.

Os botões de acionamento de alarme devem ser colocados nas áreas comuns dos acessos dos pavimentos.

Os botões de acionamento devem ser colocados em lugar visível e no interior de caixas lacradas com tampa de vidro ou plástico, facilmente quebrável. Esta caixa deverá conter a inscrição "Quebrar em caso de emergência".

9 FUNDAMENTOS DE SEGURANÇA E HIGIENE DO

TRABALHO A higiene e a segurança são duas

atividades que estão intimamente relacionadas com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma Empresa .

Segundo a O.M.S.- Organização Mundial de Saúde, a verificação de condições de Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e enfermidade ".

A higiene do trabalho propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho que podem afetar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).

A segurança do trabalho propõe-se combater, também dum ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.

Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho constituem o fundamento material de qualquer programa de prevenção do

aumento de riscos profissionais e contribuem, na empresa para competitividade com diminuição da sinistralidade (Tendência natural para utilizar membros ou órgãos do lado esquerdo do corpo.):

Segurança; Estudo, avaliação e controle dos riscos de operação

Higiene; Identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a saúde do trabalhador

Doença Profissional; Doença em que o trabalho é determinante para o seu aparecimento.

SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO

A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o Trabalhador.

A prevenção consiste na adoção de um conjunto de medidas de proteção, na previsão de que a segurança física do operador possa ser colocada em risco durante a realização do seu trabalho. Nestes termos, pode-se acrescentar que as medidas a tomar no domínio da higiene industrial não diferem das usadas na prevenção dos acidentes de trabalho.

Como princípios de prevenção na área da Higiene e Segurança industrial, poderemos apresentar os seguintes:

1- Tal como se verifica no domínio da segurança, a prevenção mais eficaz em matéria de higiene industrial exerce-se, também, no momento da concepção do edifício, das instalações e dos processos de trabalho, pois todo o melhoramento ou alteração posterior já não terá a eficácia desejada para proteger a saúde dos trabalhadores e será certamente muito mais dispendiosa.

2- As operações perigosas (as que originam a poluição do meio ambiente ou causam ruído ou vibrações) e as substâncias nocivas, susceptíveis de contaminar a atmosfera do local de trabalho, devem ser substituídas por

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operações e substâncias inofensivas ou menos nocivas.

3- Quando se torna impossível instalar um equipamento de segurança coletivo, é necessário recorrer a medidas complementares de organização do trabalho, que, em certos casos, podem comportar a redução dos tempos de exposição ao risco.

4- Quando as medidas técnicas coletivas e as medidas administrativas não são suficientes para reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se aos trabalhadores um equipamento de proteção individual (EPI) apropriado.

5- Salvo casos excepcionais ou específicos de trabalho, não deve considerar-se o equipamento de proteção individual como o método de segurança fundamental, não só por razões fisiológicas mas também por princípio, porque o trabalhador pode, por diversas razões, deixar de utilizar o seu equipamento.

Um qualquer posto de trabalho representa o ponto onde se juntam os diversos meios de produção (Homem, Máquina, Energia, Matéria-prima, etc) que irão dar origem a uma operação de transformação , daí resultando um produto ou um serviço.

Para a devida avaliação das condições de segurança de um Posto de Trabalho é necessário considerar um conjunto de fatores de produção e ambientais em que se insere esse mesmo posto de trabalho. ACIDENTES DE TRABALHO

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais.

Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.

Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte

deles ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos. O que diz a lei?. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária...

Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma perturbação funcional.

Doença profissional também é acidente do trabalho?

Doenças profissionais são aquelas que são adquiridas na sequência do exercício do trabalho em si.

Doenças do trabalho são aquelas decorrentes das condições especiais em que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.

Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contagio com colegas de trabalho . Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, não é considerada doença profissional nem do trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção.

Contudo, se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação acidental, no exercício de sua atividade, temos aí um caso equiparado a um acidente de trabalho. Por exemplo, se operador de um banho de decapagem se queima com ácido ao encher a tina do banho ácido isso é um acidente do trabalho.

Noutro caso, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado

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pelo trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza igualmente uma doença de trabalho. Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida. Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou até no dia seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar na incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na incapacidade total e permanente para o trabalho.

A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado trabalhador retorna às suas atividades normais.

A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da capacidade física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho.

Neste ultimo caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar o que acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas num acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador. FACTORES QUE AFECTAM A HIGIENE E SEGURANÇA

Em geral a atividade produtiva encerra um conjunto de riscos e de condições de trabalho desfavoráveis em resultado da especificidades próprias de alguns processos ou operações , pelo que o seu tratamento quanto a Higiene e Segurança costuma ser cuidado com atenção.

Contudo, na maior parte dos casos, é possível identificar um conjunto de fatores relacionados com a negligência ou desatenção por regras elementares e que potenciam a possibilidade de acidentes ou problemas.

Acidentes devido a CONDIÇÕES PERIGOSAS;

- Máquinas e ferramentas - Condições de organização (Lay-

Out mal feito, armazenamento perigoso, falta de Equipamento de Proteção Individual - E.P.I.)

- Condições de ambiente físico, (iluminação, calor, frio, poeiras, ruído)

Acidentes devido a AÇÕES PERIGOSAS;

- Falta de cumprimento de ordens (não usar E.P.I.)

- Ligado à natureza do trabalho (erros na armazenagem)

- Nos métodos de trabalho (trabalhar a ritmo anormal, manobrar empilhadores à Fangio, distrações, brincadeiras)

AS PERDAS DE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE

Foi necessário muito tempo para que se reconhecesse até que ponto as condições de trabalho e a produtividade se encontram ligadas. Numa primeira fase, houve a percepção da incidência económica dos acidentes de trabalho onde só eram considerados inicialmente os custos diretos (assistência médica e indemnizações) e só mais tarde se consideraram as doenças profissionais.

Na atividade corrente de uma empresa, compreendeu-se que os custos indiretos dos acidentes de trabalho estão bem mais importantes que os custos diretos, através de fatores de perda como os seguintes:

¾ perda de horas de trabalho pela vítima

¾ perda de horas de trabalho pelas testemunhas e Responsáveis

¾ perda de horas de trabalho pelas pessoas encarregadas do inquérito

¾ interrupções da produção,

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¾ danos materiais, ¾ atraso na execução do trabalho,

custos inerentes às peritagens e ações legais eventuais,

¾ diminuição do rendimento durante a substituição

¾ a retoma de trabalho pela vítima Estas perdas podem ser muito

elevadas, podendo mesmo representar quatro vezes os custos diretos do acidente de trabalho.

A diminuição de produtividade e o aumento do número de peças defeituosas e dos desperdícios de material imputáveis à fadiga provocada por horários de trabalho excessivos e por más condições de trabalho, nomeadamente no que se refere à iluminação e à ventilação, demonstraram que o corpo humano, apesar da sua imensa capacidade de adaptação, tem um rendimento muito maior quando o trabalho decorre em condições ótimas.

Com efeito, existem muitos casos em que é possível aumentar a produtividade simplesmente com a melhoria das condições de trabalho. De uma forma geral, a Gestão das Empresas não explora suficientemente a melhoria das condições de higiene e a segurança do trabalho nem mesmo a ergonomia dos postos de trabalho como forma de aumentar a Produtividade e a Qualidade.

A relação entre o trabalho executado pelo operador e as condições de trabalho do local de trabalho, passou a ser melhor estudada desde que as restrições impostas pela tecnologia industrial moderna constituem a fonte das formas de insatisfação que se manifestam sobretudo entre os trabalhadores afetos às tarefas mais elementares, desprovidas de qualquer interesse e com carácter repetitivo e monótono.

Desta forma pode-se afirmar que na maior parte dos casos a Produtividade é afetada, pela conjugação de dois aspectos importantes:

¾ um meio ambiente de trabalho que exponha os trabalhadores a riscos

profissionais graves (causa direta de acidentes de trabalho e de doenças profissionais)

¾ a insatisfação dos trabalhadores face a condições de trabalho que não estejam em harmonia com as suas características físicas e psicológicas

Em geral as consequências revelam-se numa baixa quantitativa e qualitativa da produção, numa rotação excessiva do pessoal e a num elevado absentismo. Claro que as consequências de uma tal situação variarão segundo os meios socioeconómicos.

Fica assim explicado que as condições de trabalho e as regras de segurança e Higiene correspondentes, constituem um fator da maior importância para a melhoria de desempenho das Empresas, através do aumento da sua produtividade obtida em condições de menor absentismo e sinistralidade.

Por parte dos trabalhadores de uma Empresa, o Emprego não deve representar somente o trabalho que se realiza num dado local para auferir um ordenado, mas também uma oportunidade para a sua valorização pessoal e profissional, para o que contribuem em mito as boas condições do seu posto de trabalho.

Querendo evitar a curto prazo um desperdício de recursos humanos e monetários e a longo prazo garantir a competitividade da Empresa , deverá prestar-se maior atenção às condições de trabalho e ao grau de satisfação dos seus colaboradores, reconhecendo-se que, uma Empresa desempenha não só uma função técnica e económica mas também um importante papel social. SEGURANÇA DO POSTO DE TRABALHO

SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO

A Prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar as possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o Trabalhador.

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A prevenção consiste na adopção de um conjunto de medidas de proteção, na previsão de que a segurança física do operador possa ser colocada em risco durante a realização do seu trabalho .Nestes termos , pode-se acrescentar que as medidas a tomar no domínio da higiene industrial não diferem das usadas na prevenção dos acidentes de trabalho.

Como princípios de prevenção na área da Higiene e Segurança industrial, poderemos apresentar os seguintes:

1. Tal como se verifica no domínio da segurança, a prevenção mais eficaz em matéria de higiene industrial exerce-se, também, no momento da concepção do edifício, das instalações e dos processos de trabalho, pois todo o melhoramento ou alteração posterior já não terá a eficácia desejada para proteger a saúde dos trabalhadores e será certamente muito mais dispendiosa.

2. As operações perigosas (as que originam a poluição do meio ambiente ou causam ruído ou vibrações) e as substâncias nocivas, susceptíveis de contaminar a atmosfera do local de trabalho, devem ser substituídas por operações e substâncias inofensivas ou menos nocivas.

3. Quando se torna impossível instalar um equipamento de segurança coletivo, é necessário recorrer a medidas complementares de organização do trabalho, que, em certos casos, podem comportar a redução dos tempos de exposição ao risco.

4. Quando as medidas técnicas coletivas e as medidas administrativas não são suficientes para reduzir a exposição a um nível aceitável, deverá fornecer-se aos trabalhadores um equipamento de proteção individual (EPI) apropriado.

5. Salvo casos excepcionais ou específicos de trabalho, não deve considerar-se o equipamento de proteção individual como o método de segurança fundamental, não só por razões fisiológicas mas também por princípio, porque o

trabalhador pode, por diversas razões, deixar de utilizar o seu equipamento.

Um qualquer posto de trabalho

representa o ponto onde se juntam os diversos meios de produção (Homem , Máquina, Energia, Matéria-prima, etc) que irão dar origem a uma operação de transformação , daí resultando um produto ou um serviço. Para a devida avaliação das condições de segurança de um Posto de Trabalho é necessário considerar um conjunto de fatores de produção e ambientais em que se insere esse mesmo posto de trabalho.

Para que a atividade de um operador decorra com o mínimo de risco, têm que se criar diferentes condições passivas ou ativas de prevenção da sua segurança.

Os principais aspectos a levar em contas num diagnóstico das condições de segurança (ou de risco) de um Posto de Trabalho, podem ser avaliados pelas seguintes questões:

O LOCAL DE TRABALHO Tem acesso fácil e rápido? ; É bem iluminado? ; O piso é aderente e sem

irregularidades? ; É suficientemente afastado dos

outros postos de Trabalho? ; As escadas têm corrimão ou

proteção lateral? MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

As cargas a movimentar são grandes ou pesadas?

; Existem e estão disponíveis equipamento de transporte auxiliar?

; A cadencia de transporte é elevada?

; Existem passagens e corredores com largura compatível?

; Existem marcações no solo delimitando zonas de movimentação?

; Existe carga exclusivamente Manual?

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POSIÇÕES DE TRABALHO; O Operador trabalha de pé muito tempo?

; O Operador gira ou baixa-se frequentemente?

; O operador tem que e afastar para dar passagem a máquinas ou outros operadores?

; A altura e a posição da máquina é adequada?

; A distância entre a vista e o trabalho é correta?

CONDIÇÕES PSICOLÓGICAS DO TRABALHO O trabalho é em turnos ou normal ?

; O Operador realiza muitas Horas extras?

; A Tarefa é de alta cadencia de produção?

; É exigida muita concentração dados os riscos da operação? MAQUINA

A engrenagens e partes móveis estão protegidas?

; Estão devidamente identificados os dispositivos de segurança?

; A formação do Operador é suficiente?

; A operação é rotineira e repetitiva?

RISCOS QUÍMICOS; ; O ar circundante tem Poeiras ou

fumos? ; Existe algum cheiro persistente? ; Existem ventilação ou exaustão de

ar do local? ; Os produtos químicos estão bem

embalados? ; Os produtos químicos estão bem

identificados? ; Existem resíduos de produtos no

chão ou no PT?

RISCOS BIOLÓGICOS; ; Há contato direto com animais? ; Há contato com sangue ou

resíduos animais?

PESSOAL DE SOCORRO ; EXISTE alguém com formação em

primeiros socorros? ; Os números de alerta estão

visíveis e atualizados? ; Existem caixas de primeiros

socorros e macas? Com a redução dos acidentes

poderão ser eliminados problemas que afetam o homem e a produção.

Para que isso aconteça, é necessário que tanto os empresários (que têm por obrigação fornecer um local de trabalho com boas condições de segurança e higiene, maquinaria segura e equipamentos adequados) como os trabalhadores (aos quais cabe a responsabilidade de desempenhar o seu dever com menor perigo possível para si e para os companheiros) estejam comprometidos com uma mentalidade de Prevenção de Acidentes

Prevenir quer dizer : “...ver antecipadamente; chegar antes do acidente; tomar todas as providências para que o acidente não tenha possibilidade de ocorrer ...”

Segurança de Máquinas

Muitos processos produtivos

dependem da utilização de máquinas , pelo que é importante a existência e o cumprimento dos requisitos de segurança em máquinas industriais ou a sua implementação no terreno de modo a garantir a maior segurança aos operadores.

Máquina: Todo o equipamento, (inclusive acessórios e equipamentos de segurança), com movimento, (engrenagens), e com fonte de energia que não a humana

Os Requisitos de segurança de uma máquina podem ser identificados, nomeadamente o que diz respeito ao seu acionamento a partir de Comandos:

; Devem estar visíveis e acessíveis a partir do posto de trabalho Normal

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; Devem estar devidamente identificados em português ou então por símbolos

; O COMANDO DE ARRANQUE: a máquina só entra em funcionamento quando se aciona este comando, não devendo arrancar sozinho quando volta a corrente

; O COMANDO DE PARAGEM: deve sempre sobrepor-se ao comando de arranque ; STOP DE EMERGÊNCIA: corta a energia, pode ter um aspecto de barra botão ou cabo

10 DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E DOENÇAS OCUPACIONAIS

Doenças Transmissíveis

A expressão “doença transmissível” é termo técnico de uso generalizado e definido pela organização Pan-americana de saúde: “É qualquer doença causada por um agente infeccioso específico, ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de uma pessoa ou animal infectado ou de um reservatório a um hospedeiro suscetível, direta ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado”.

A expressão doença transmissível pode ser sintetizada como doença cujo agente etiológico é vivo e é transmissível. São doenças transmissíveis aquelas em que o organismo parasitante pode migrar do parasitado para o sadio, havendo ou não uma fase intermediária de desenvolvimento no ambiente.

A maioria das doenças infecciosas está associada à pobreza e ao subdesenvolvimento. Nas economias fracas, dependentes, a com causalidade das doenças transmissíveis, especialmente as chamadas doenças tropicais, está tão fortemente vinculada à miséria que, como suporte para as medidas de controle dessas doenças, poder-se-ia propor a remoção da miséria e seu cortejo (falta de

acesso a terra, à escola, à água etc.). Medidas de caráter permanente, para suprir essa falta sairiam mais baratas em longo prazo e trariam o controle definitivo de várias dessas enfermidades (febre tifóide, cólera, tracoma, doença de chagas, leishmaniose, peste, esquistossomose e outras verminoses etc.).

As doenças infecciosas podem assumir várias formas. Uma doença manifesta é aquela que apresenta todas as características clínicas que lhe são típicas. Em contraposição, na infecção inaparente, o indivíduo não apresenta sinais ou sintomas clínicos manifestos. Fala-se usualmente em uma forma subclínica ou assintomática da doença. Essa forma de infecção tem uma importância grande em epidemiologia, dado o fato de que as pessoas podem transmitir o agente aos suscetíveis com a mesma intensidade encontrada na doença manifesta, porém de uma forma encoberta. Na meningite meningocócica, por exemplo, o número de infecções inaparentes é muito superior ao da doença manifesta.

Uma doença sob forma latente representa um período de equilíbrio durante o qual não existem sinais clínicos manifestos da doença e o doente ainda não constitui fonte de contágio. São exemplos algumas fases da tuberculose ou da sífilis. Na forma abortiva ou frusta, acontece que nem todos os sinais clínicos da doença emergirão acima do horizonte clínico. O modo fulminante de doença é o que ocorre de forma excepcionalmente grave com um coeficiente de letalidade elevado. As septicemias são um bom exemplo dessa categoria.

Doenças Ocupacionais

Doença Ocupacional é a designação de várias doenças que causam alteração na saúde do trabalhador provocada por fatores relacionados ao ambiente de trabalho.

Ou seja, são as doenças que estão diretamente ligadas à atividade desempenhada pelo trabalhador ou as

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condições de trabalho as quais ele está submetido.

As doenças ocupacionais se subdividem em:

- Doenças Profissionais ou tecnopatias: Causadas por fatores próprios da atividade laboral (o próprio trabalho é o causador da doença);

- Doenças do Trabalho ou mesopatias: Causadas pelas circunstâncias do trabalho (o trabalho não é a causa específica da doença, mas atua, em muitos casos, agravando-a).

Dessa forma a saúde dos trabalhadores é considerada como objeto de estudo de suma importância. O principal intuito desses estudos é adequar o trabalho ao trabalhador, de forma que este corra menos risco, produza mais e obtenha mais satisfação profissional.

Dentro do local de trabalho, os trabalhadores podem estar sujeitos a alguns (ou muitos) riscos, de acordo com as tarefas exercidas, o local, etc. Mas quais seriam mesmo esses riscos?

1. Risco Físico: ruídos, vibrações, temperaturas extremas (frio/calor), pressões anormais, umidade, radiação ionizante (raios-X, alfa, gama) e radiações não-ionizantes (radiação do sol);

2. Risco Químico: poeiras, fumos (fumo de solda), névoas (névoa de tinta), neblinas (aerossóis), gases, vapores, etc.;

3. Risco Biológico: microorganismos indesejáveis (bactérias, fungos, protozoários, bacilos, vírus, etc.);

4. Risco Ergonômico: Pode gerar distúrbios psicológicos e/ou fisiológicos, provocando sérios danos a saúde do trabalhador. Por exemplo: local de trabalho inadequado, levantamento de peso excessivo, monotonia, repetitividade, posturas inadequadas, estresse, etc.;

5. Risco de Acidentes: todos aqueles que não se encaixam nas categorias anteriores, por exemplo, arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, eletricidade, máquinas e equipamentos sem proteção, animais peçonhentos, piso

escorregadio, probabilidade de incêndios, etc.

Agora que já sabemos a definição de doença ocupacional e quais os riscos aos quais os trabalhadores estão sujeitos, vamos descobrir quais são as doenças mais comuns no ambiente de trabalho.

• LER/DORT: São lesões ocorridas em ligamentos, músculos, tendões e em outros segmentos corporais relacionados com o uso repetitivo de movimentos, posturas inadequadas e outros fatores como a força excessiva. Atingem a capacidade motora dos membros.

- LER: Lesão por Esforço Repetitivo - DORT: Doenças Osteomusculares

Relacionadas ao Trabalho Alguns exemplos de LER/DORT: - Síndrome do Túnel do Carpo:

Inflamação do tecido que reveste os tendões;

- Tendinite: Inflamação dos tendões; - Epicondinite: Inflamação das

estruturas do cotovelo; - Bursite: Inflamação das

articulações dos ombros; - Lombalgia: Dor localizada na

região lombar da coluna; - Hérnia de Disco: Se caracteriza

pela saída do disco intervertebral do centro da coluna, atingindo raízes nervosas.

• PAIR (Perda Auditiva Relacionada ao Trabalho): diminuição gradual da audição decorrente da exposição contínua a níveis elevados de ruídos. Além da perda auditiva, outras alterações importantes podem prejudicar a qualidade de vida do trabalhador.

Um exemplo de doenças do ouvido: - Barotrauma do ouvido médio: É um

conjunto de manifestações decorrentes de alterações súbitas da pressão do ar ambiental, produzindo uma redução absoluta ou relativa da pressão no ouvido médio, podendo causar sangramento de sua mucosa e da membrana timpânica e, possivelmente, sua ruptura.

• Doenças das Vias Aéreas: Provocam fibrose ou endurecimento do

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tecido pulmonar, em razão do acúmulo de poeira tóxica nos pulmões.

Alguns exemplos: - Silicose: Causada pela inalação de

pó de sílica. Provoca febre, dificuldades respiratórias e cianose (a pessoa fica arroxeada);

- Asbestose: Causada pela inalação de partículas de amianto. Ocorre como tentativa do pulmão de cicatrizar suas fibras;

- Bissinose: Causada pela exposição a poeiras orgânicas de algodão, linho, cânhamo ou sisal. Afeta principalmente trabalhadores do ramo têxtil;

• Intoxicações Exógenas (de dentro para fora)

- Agrotóxicos; - Chumbo; - Mercúrio; - Solventes Orgânicos. E como prevenir essas doenças

ocupacionais? • É essencial que o trabalhador

tenha conforto para trabalhar; • É importante que as operações de

trabalho estejam ao alcance das mãos, para que não haja esforços excessivos para alcançá-la;

• As máquinas devem estar ajustadas ergonomicamente para que o trabalhador não precise se curvar ou torcer o tronco para pegar ferramentas com frequência;

• A mesa deve estar posicionada de acordo com a altura de cada pessoa e ter espaço para movimentação das pernas;

• As cadeiras devem ter altura para que haja apoio para os pés, formato anatômico para o quadril e encosto ajustável;

• Pausas durante a realização das tarefas permitem um alívio para os músculos mais ativos;

• Se existir um plano de ginástica laboral na sua empresa não deixe de participar! Ele foi elaborado para o seu bem estar e saúde.

11 NOÇÕES DE ERGONOMIA Noções Básicas de Ergonomia

Trata-se de instruções básicas a todos os níveis hierárquicos da empresa para melhor conscientização dos mesmos em relação a postos de trabalho e suas melhores condições. Associando ainda essas melhoras, o aumento de produtividade tanto na parte do empregado quanto na parte do empregador. Elaboração de Avaliação Ergonômica

A avaliação ergonômica destina-se a atender o prescrito na Norma Regulamentadora NR-17 da Portaria nº 3.214/78 e tendo como finalidade reduzir as exigências biomecânicas e cognitivas, visando o conforto do trabalhador na realização de suas atividades, tendo como principais linhas de atuação, as condições do meio ambiente do trabalho, a antropometria e a organização ao trabalho, resultando em propostas para redução gradativa de situações de trabalho causadoras de dor, desconforto, dificuldade e fadiga excessiva no trabalho.

Gerenciamento Ergonômico

Conjunto de atitudes que englobam o laudo ergonômico acima descrito, atendimento ambulatorial e acompanhamento dos serviços prestados mensalmente, além de todos os treinamentos citados para a manutenção do programa de acordo com a legislação vigente. Prevenção da LER/DORT

Sigla mais comumente utilizada atualmente em relação as doenças ocupacionais. A primeira significa Lesões por Esforço Repetitivo. Relaciona – se principalmente a níveis elevados de produção causando disfunções nos colaboradores.

A segunda significa Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho. Basicamente relaciona – se as doenças adquiridas no posto de trabalho com relação a função exercida.

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Na verdade existem algumas diferenças entre as mesmas que podem ser discutidas posteriormente. Os trabalhadores normalmente estão expostos a fatores de riscos que podem ser:

Cinesioterapia Laboral (GINÁSTICA LABORAL)

É a principal ferramenta utilizada hoje em dia em termos de prevenção e promoção da qualidade de vida entre as principais empresas, qualquer que seja o ramo que esta siga.

Hoje em dia cada vez mais empresas vêm aderindo e com sucesso a programas que visam a melhora do bem estar e qualidade de vida de seus funcionários, onde neste aspecto todos saem ganhando . Para a empresa consegue-se uma maior integração entre as equipes o que permite uma realização pessoal intensa por parte do trabalhador. Aos funcionários os principais efeitos são alivio do stress do trabalho, promove saúde e consciência corporal e todos os benefícios do exercício físico.

Treinamentos em Geral

De acordo com a NR – 17, neste subitem: 17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. (117.002-3 / 2)

Instruções aos colaboradores sobre

o modo correto que os mesmos devem se portar durante toda jornada de trabalho. Medidas relacionadas a postura podem trazer melhor rentabilidade para a

empresa, diminuição de custos com afastamento e diminuição de queixas e procura ambulatorial.

do Trabalho Esse treinamento tem como

principal objetivo esclarecer e estabelecer noções básicas aos colaboradores sobre as principais patologias que podem acometê-los durante sua jornada de trabalho. Saber qual risco que estará exposto durante o trabalho para prevenção de futuras lesões que poderão ser irreversíveis.

um Programa de Cinesioterapia Laboral Trata-se de instruções básicas a

líderes, encarregados, gerentes e até mesmo colaboradores em geral sobre benefícios do programa de exercícios preventivos. E usada uma linguagem diferente de abordagem para cada classe a ser treinada com diferentes técnicas, linguagens e objetivos.

Controle Estatístico de Doenças Técnicas para aquisição de dados para controle do numero de atestados relacionados a doenças dentro da empresa.

12 SANEAMENTO DO MEIO Todas as infraestruturas de

tratamento e distribuição de água de abastecimento e de drenagem e tratamento de águas residuais deverão possuir um Plano de Segurança e Saúde, baseando-se na identificação dos principais riscos, bem como nas medidas de prevenção a adoptar em cada situação, tendo como suporte as auditorias efetuadas ao local e a legislação específica para o efeito.

O atual quadro legal na matéria encontra-se instituído pela Portaria nº 762/2002, de 1 de Julho, que estabelece um conjunto de prescrições que pretendem garantir a segurança, higiene e saúde dos

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trabalhadores no exercício das atividades de exploração dos sistemas públicos de distribuição de água e de drenagem de águas residuais, domésticas, industriais e pluviais - Regulamento de Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho na Exploração dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais, bem como pelo Decreto-Lei nº 26/94, de 1 de Fevereiro, alterado pela Lei nº 7/95, de 29 de Março e pelo Decreto-Lei n.º 109/2000, de 30 Junho (procede à republicação), que estabelece o regime de organização e funcionamento das atividades de segurança, higiene e saúde no trabalho.

Fatores de Risco da Atividade Segundo o Regulamento de Segurança e Saúde no Trabalho na Exploração dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais, constituem fatores de risco específico da atividade, os que resultam das situações seguintes:

a) Insuficiência de oxigénio atmosférico;

b) Existência de gases ou vapores perigosos; c) Contato com reagentes; d) Aumento brusco de caudal e inundações súbitas. Insuficiência de oxigénio atmosférico

A exposição de trabalhadores a atmosferas susceptíveis de apresentar insuficiência de oxigénio só é permitida quando seja garantido um teor volumétrico de oxigénio superior ou igual a 17%, salvo se for utilizado equipamento de proteção adequado (aparelho de proteção respiratória autônomo)

Deve ter-se presente que os locais com teores de oxigénio inferiores a 12% são muito perigosos e locais com teores inferiores a 7% podem constituir uma atmosfera fatal.

Gases e vapores perigosos

Os meios onde se desenrola o trabalho em estudo podem apresentar atmosferas contaminadas com gases susceptíveis de constituir risco de intoxicação, asfixia, incêndio ou explosão. Alguns gases que podem estar presentes são o ozono, o cloro, o gás sulfídrico, o dióxido de carbono e metano.

Acidentalmente pode ainda ocorrer a presença de outros gases ou vapores perigosos, tais como vapores de combustíveis líquidos, vapores de solventes orgânicos, gases combustíveis e monóxido de carbono.

Por este motivo, a entidade empregadora deve avaliar os riscos da existência destes gases nos locais de trabalho. Nessa avaliação de riscos devem ser consideradas as concentrações limite a partir das quais a segurança e a saúde dos trabalhadores sejam postas em risco.

Nos locais de trabalho que apresentam riscos de incêndio ou explosão, é proibido foguear ou acionar dispositivos eléctricos e electrónicos não específicos das instalações. Estes locais deverão estar devidamente sinalizados.

Contato com reagentes, águas residuais ou lamas Devem ser tomadas medidas especiais na manipulação de reagentes susceptíveis de provocar riscos de queimaduras, dermatoses, ulcerações ou outras lesões cutâneas. Alguns exemplos de reagentes são o óxido de cálcio, hidróxido de cálcio, sais de alumínio, sais férricos ou ferrosos e cloro. O óxido de cálcio, o hidróxido de cálcio, o sulfato de alumínio, o hipoclorito de sódio, e o cloreto de cálcio só devem ser manipulados em atmosferas calmas e os trabalhadores devem utilizar equipamento de proteção dos olhos, vias respiratórias, mãos e corpo. Sempre que ocorra uma queimadura, devem ser observadas as indicações constantes da ficha de dados de segurança do reagente que a originou e, logo que possível, o trabalhador deve ser submetido aos cuidados de saúde

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necessários. Em especial na manipulação de águas residuais ou lamas alguns cuidados têm que ser tomados. Por exemplo: - As cinzas resultantes da incineração de lamas devem ser manipuladas tendo sempre em conta a sua composição, em especial no respeitante a substâncias perigosas; - O contato com águas ou lamas que contêm microorganismos patogénicos envolve em especial riscos de infecção, pelo que os trabalhadores devem estar especialmente protegidos; - Na amostragem e controlo analítico deve evitar-se a utilização de material de vidro, pois sendo mais favorável aos cortes nas mãos, vai propiciar o desencadear de uma infecção, visto podermos estar em presença de microrganismos patogénicos.

Aumento brusco de caudal e inundações súbitas Nas instalações de captação ou elevação de água e nas de elevação e tratamento de águas residuais que exijam a permanência de trabalhadores, situadas nos leitos maiores de pequenos e médios cursos de água e por isso suscetíveis de estarem sujeitas a inundações súbitas, devem ser estabelecidos acessos compatíveis com os níveis de cheia previsíveis. Deve ainda ser vigiada, durante a exploração, a evolução das situações pluviosas. Quando se presuma que possam registar-se cheias superiores às previstas, devem ser acionadas medidas de evacuação. Deve ainda tomar-se em consideração os eventuais efeitos negativos das descargas de emergência. As manobras de válvulas que isolem troços visitáveis de tubagens ou estações elevatórias com grupos em reparação devem ser feitas em condições de segurança, de modo a não originar situações de perigo.

Os programas de exploração dos sistemas devem prever medidas específicas a adoptar nas situações de inundações súbitas que resultem de rebentamentos ou de outras avarias de tubagens em pressão. Locais de Trabalho Potencialmente Perigosos Nos sistemas de abastecimento de água, são considerados locais de trabalho potencialmente perigosos os seguintes: a) Os que apresentem riscos de afogamento, nomeadamente determinadas captações, câmaras de aspiração de estações elevatórias, reservatórios e órgãos de estações de tratamento; b) As câmaras de acesso e manobras de equipamentos enterrados; c) As galerias subterrâneas sem ventilação adequada, principalmente quando situadas nas proximidades de condutas ou depósitos de combustíveis líquidos ou gasosos, bem como de cabos eléctricos de alta tensão; d) Os pisos aéreos e coberturas dos reservatórios elevados e respectivos acessos; e) As zonas de armazenagem, preparação e aplicação de cloro ou outras substâncias utilizadas no tratamento da água; f) Os locais de instalação dos equipamentos mecânicos e eléctricos das estações elevatórias e das estações de tratamento.

Nos sistemas de águas residuais os locais de trabalho potencialmente perigosos são:

a) Os que apresentem riscos de afogamento, nomeadamente determinadas captações, câmaras de aspiração de estações elevatórias, reservatórios e órgãos de estações de tratamento;

b) As câmaras de visita ou de inspeção;

c) Os coletores visitáveis; d) As estações elevatórias e de

tratamento, em especial se enterradas e com ventilação deficiente;

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e) As instalações de digestão de lamas e as de recuperação e armazenagem de biogás;

f) As zonas de armazenagem, preparação e aplicação de substâncias a utilizar;

g) Os locais de instalação dos equipamentos mecânicos e eléctricos das estações elevatórias e das estações de tratamento.

13 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA E

INDIVIDUAL Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC

São dispositivos utilizados à proteção de trabalhadores durante realização de suas atividades.

O EPC serve para neutralizar a ação dos agentes ambientais, evitando acidentes, protegendo contra danos à saúde e a integridade física dos trabalhadores, uma vez que o ambiente de trabalho não deve oferecer riscos à saúde ou à a segurança do trabalhador.

Exemplos de equipamentos de proteção coletiva:

• Enclausuramento acústico de fontes de ruído.

• Ventilação dos locais de trabalho.

• Proteção de partes móveis de máquinas.

• Exaustores para gases e vapores.

• Tela / grade para proteção de polias, peças ou engrenagens móveis.

• Ar condicionado / aquecedor para locais frios.

• Placas sinalizadoras. • Avisos, Sinalizações. • Sensores de máquinas. • Corrimão. • Fitas antiderrapantes de

degrau de escada. • Ventiladores. • Iluminação. • Piso anti – derrapante. • Barreiras de proteção contra

luminosidade (solda) e radiação.

• Guarda-corpos, • Protetores de maquinas, etc. • Sirene de alarme incêndio. • Cabines para pintura. • Purificadores de ar / água. • Chuveiro e lava olhos de

emergência, dentre outros. . . Deve-se: Usá-los apenas para a finalidade

que se destina. Responsabiliza-se por sua guarda e

conservação. Comunicar qualquer alteração que o

torne impróprio para o uso. Adquirir o tipo adequado a atividade

do empregado. Treinar o trabalhador sobre seu uso

adequado. Tornar obrigatório seu uso. Substituí-lo quando danificado ou

extraviado. Equipamentos de Proteção Individual - EPI

Conforme Norma Regulamentadora nº.6, Equipamento de Proteção Individual – EPI é todo dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

A empresa é obrigada a fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

• Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais; • Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

• Para atender situações de emergência.

Com advento do novo texto da Norma Regulamentadora nº10 a vestimenta passa a ser também considerada um dispositivo de proteção complementar para os empregados, incluindo a proibição de adornos mesmo estes não sendo metálicos.

Quanto ao EPI cabe ao empregador:

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• Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade; • Exigir o seu uso;

• Fornecer ao empregado somente EPI’s aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

• Orientar e capacitar o empregado quanto ao uso adequado acondicionamento e conservação;

• Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

• Comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer irregularidade observada.

Quanto ao EPI cabe ao empregado: • Utilizar apenas para a finalidade a

que se destina; • Responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação;

• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;

• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Conforme o Art. 157 da CLT Cabe às empresas:

I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

I. Instruir o empregado, através de ordens de serviço, quanto às precauções a serem tomadas no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças profissionais.

Equipamentos de Proteção Individual - EPI's

- Avental ou roupas de proteção - Luvas - Proteção facial/ ocular - Proteção respiratória

Avental ou roupas de proteção Avental: recomendado para

manuseio de substâncias químicas. Material: algodão grosso, queima mais devagar, reage com ácidos e bases.

Modelo: mangas compridas com fechamento em velcro; comprimento até os joelhos, fechamento frontal em velcro, sem bolsos ou “detalhes soltos”.

Deve ser usado sempre fechado. Laboratórios biológicos

Aventais descartáveis: não protegem contra substâncias químicas; são altamente inflamáveis; devem ser usados uma única vez.

Os aventais devem ser despidos quando sair do laboratório.

Luvas

A eficiência das luvas é medida através de 3 parâmetros:

Mudança em alguma das características físicas da luva

Permeação: velocidade com que um produto químico permeia através da luva

Degradação: Tempo de resistência: tempo decorrido entre o contato inicial com o lado externo da luva e a ocorrência do produto químico no seu interior

Material: Nenhum material protege contra todos os produtos químicos Luvas de látex descartáveis são permeáveis a praticamente todos os produtos químicos

Luvas descartáveis de nitrila: para contato intermitente com produtos químicos.

Borracha Butílica: Bom para cetonas e ésteres, ruim para os demais solventes.

Látex: Bom para ácidos e bases diluídas, péssimo para solventes orgânicos Neopreno: Bom para ácidos e bases, peróxidos, hidrocarbonetos, álcoois, fenóis. Ruim para solventes halogenados e aromáticos

PVC: Bom para ácidos e bases, ruim para a maioria dos solventes orgânicos.

PVA: Bom para solventes aromáticos e halogenados. Ruim para soluções aquosas.

Nitrila: Bom para uma grande variedade de solventes orgânicos e ácidos e bases.

Viton: Excepcional resistência a solventes aromáticos e halogenados.

Conservação e manutenção

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Devem ser inspecionadas antes e depois do uso quanto a sinais de deterioração, pequenos orifícios, descoloração, ressecamento, etc

Luvas descartáveis não devem ser limpas ou reutilizadas

As luvas não descartáveis devem ser lavadas, secas e guardadas longe do local onde são manipulados produtos químicos.

Lavar as mãos sempre que retirar as luvas.

Proteção facial/ocular

Deve estar disponível para todos os funcionários que trabalhem locais onde haja manuseio ou armazenamento de substâncias químicas Todos os visitantes deste local também deverão utilizar proteção facial/ocular.

O uso é obrigatório em atividades onde houver probabilidade de respingos de produtos químicos.

Tipos: ~>Óculos de segurança ~>Protetor facial

Características: ~>Não deve distorcer imagens ou limitar o campo visual; ~>Devem ser resistentes aos produtos que serão manuseados; ~>Devem ser confortáveis e de fácil limpeza e conservação;

Os óculos de segurança com vedação são usados quando são manuseados produtos químicos perigosos ou corrosivos.

Conservação:

Manter os equipamentos limpos, não utilizando para isso materiais abrasivos ou solventes orgânicos Guardar os equipamentos de forma a prevenir avarias.

O uso de lentes de contato no laboratório:

Prós: Melhor visão periférica. Mais confortáveis. Pode funcionar como barrei a

alguns gases e partículas. Melhor do que óculos em atmosferas úmidas. Melhor para trabalhar com instrumentos ópticos.

Melhor para utilização de óculos de segurança Não têm problemas de reflexo, como os óculos.

Contras:Partículas podem ficar retidas sob as lentes de contato. Podem descolorir ou tornar-se turvas em contato com alguns vapores químicos. Lentes gelatinosas podem secar em ambientes com pouca umidade. Alguns vapores e gases podem ser absorvidos nas lentes e causar irritação. Algumas lentes de contato impedem a oxigenação dos olhos.

Proteção respiratória

A utilização de EPI para proteção respiratória deve ser utilizado apenas quando as medidas de proteção coletiva não existem, não podem ser implantadas ou são insuficientes.

O uso de respiradores deve ser esporádico e para operações não rotineiras.

Respiradores (Máscaras): Deverão ser utilizadas em casos

especiais: Em acidentes, nas operações de limpeza e salvamento.

Em operações de limpeza de almoxarifados de produtos químicos Em procedimentos onde não seja possível a utilização de sistemas exaustores

Os respiradores somente devem ser usados quando as medidas de proteção coletiva:

- Não são viáveis; - Não atingem níveis aceitáveis de

contaminação; - Estão em manutenção; - Estão em estudo ou sendo

implantadas. Deve-se: Usá-lo apenas para a finalidade que

se destina. Responsabiliza-se por sua guarda e

conservação.

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Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para o uso.

Adquirir o tipo adequado a atividade do empregado.

Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado.

Tornar obrigatório seu uso. Substituí-lo quando danificado ou

extraviado.

14 CONDUTA ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE

SAÚDE Ética profissional é o conjunto de

normas éticas que formam a consciência do profissional e representam imperativos de sua conduta.

Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa propriedade do caráter. Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive.

Ter ética profissional é o indivíduo cumprir com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho.

Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, graças a diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e por isso aplicáveis a qualquer atividade profissional, como a honestidade, responsabilidade, competência, etc. Código de Ética Profissional

Código de ética profissional é o conjunto de normas éticas, que devem ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu trabalho.

O código de ética profissional é elaborado pelos Conselhos, que representam e fiscalizam o exercício da profissão.

O código de ética médica em seu texto descreve: O presente código contém as normas éticas que devem ser seguidas

pelos médicos no exercício da profissão, independentemente da função ou cargo que ocupem.

A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste código é atribuição dos Conselhos de Medicina, das Comissões de ética, das autoridades de saúde e dos médicos em geral. Os infratores do presente Código, sujeitar-se-ão às penas disciplinares previstas em lei.

O Código de Ética reforça:

alto nível de rendimento

Profissional Ética Profissional

É um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. A ética profissional estuda o relacionamento do profissional com sua clientela, visando à dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sociocultural onde exerce sua profissão. Virtudes Profissionais Honestidade: é a primeira virtude no campo profissional. É um princípio que não admite relatividade, tolerância ou interpretações circunstanciais.

Sigilo: o respeito aos segredos das pessoas, deve ser desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória.

Competência: o conhecimento da ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas profissionais é pré-requisito para a prestação de serviços de boa qualidade.

Prudência: todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança. A prudência contribui para a maior segurança, principalmente das decisões a

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serem tomadas; é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis.

Coragem: A coragem nos ajuda a reagir às críticas, quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. Nos ajuda a não ter medo de defender a verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem comum.

Perseverança: qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas.

Compreensão: qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem aceito pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o diálogo, tão importante no relacionamento profissional. Humildade: o profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de pessoas. Imparcialidade: é uma qualidade tão importante que assume as características do dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos, a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas situações que terá que enfrentar.

Para ser justo é preciso ser imparcial, logo a justiça depende muito da imparcialidade.

Otimismo: em face das perspectivas das sociedades modernas, o profissional precisa e deve ser otimista, para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom humor.

Atitude: Significa uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e

reagir a acontecimentos ocorridos em nosso meio circundante. Indica o que interiormente estamos dispostos a fazer.

Dicas para uma conduta ética: 1- Seja honesto em qualquer

situação. Nunca faça algo que você não possa assumir em público.

2- Seja humilde, tolerante e flexível. Muitas ideias aparentemente absurdas podem ser a solução para um problema.

3- Não aceite elogios por um trabalho que foi outro que realizou.

4- Nunca mexa nas coisas pessoais se seus colegas.

5- Devolva tudo que pegou emprestado e agradeça.

6- Não se envolva em fofocas. 7- Assuma todas as decisões que tomar. 8- Evite falar mal de alguém sem que

a pessoa esteja presente. 9- Cuidado com presentes e

brindes. 10- Reconheça seus erros, mas não

valorize demais o arrependimento e a culpa.

11- Caso trabalhe com alguém que não goste, trate-a com respeito.