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A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingressantes no curso de Letras- Português da Universidade Estadual de Alagoas Edneide Maria de Lima/UNEAL 1 Edvania Maria de Lima/UNEAL 2 Jane Cleide dos Santos Bezerra/UNEAL 3 Resumo: Este artigo resulta de uma inquietação quanto às deficiências e dificuldades na leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingressantes no ensino superior. É notório que a linguagem se institui admirável ferramenta “na medida em que se constitui importante matéria do pensamento assim como o próprio fator de comunicação” Kristeva (1969,p.19). Assim, esse estudo evidencia -se de caráter bibliográfico lançando mão de questionário para levantamento do perfil do aluno- leitor nos campi I e IV da Universidade Estadual de Alagoas-UNEAL. Palavras-chave: Linguagem; leitura, compreensão e produção de textos; aluno- leitor Abstract This article results of an anxiety about the deficiencies and difficulties in reading, comprehesion and text production of freshman in high school. It is clear that the language consists of a wonderful tool as it is an important subject of thought as well as the very factor of communication” Kristeva (1969, p.19). Therefore, this study shows a bibliographic as in a use of a questionnaire for the lifting of pupil-reader profile in the campi I and IV of Alagoas State University. Keys word: Language; reading, comprehesion and text production; pupil-reader 1 Autora graduanda do I Período de Letras da UNEAL CAMPUS I 2 Co-autora graduanda do I Período de Letras da UNEAL CAMPUS IV 3 Professora orientadora especialista da Universidade Estadual de Alagoas UNEAL

A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingressantes no curso de letras português da univers

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Resumo: Este artigo resulta de uma inquietação quanto às deficiências e dificuldades na leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingressantes no ensino superior.

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A dificuldade de leitura, compreensão e produção de textos dos

alunos ingressantes no curso de Letras- Português da

Universidade Estadual de Alagoas

Edneide Maria de Lima/UNEAL1

Edvania Maria de Lima/UNEAL2

Jane Cleide dos Santos Bezerra/UNEAL3

Resumo:

Este artigo resulta de uma inquietação quanto às deficiências e dificuldades na leitura, compreensão e produção de textos dos alunos ingressantes no ensino superior. É notório que a linguagem se institui admirável ferramenta “na medida em que se constitui importante matéria do pensamento assim como o próprio fator de comunicação” Kristeva (1969,p.19). Assim, esse estudo evidencia-se de caráter bibliográfico lançando mão de questionário para levantamento do perfil do aluno-leitor nos campi I e IV da Universidade Estadual de Alagoas-UNEAL.

Palavras-chave: Linguagem; leitura, compreensão e produção de textos; aluno-leitor

Abstract

This article results of an anxiety about the deficiencies and difficulties in reading,

comprehesion and text production of freshman in high school. It is clear that the

language consists of a wonderful tool “as it is an important subject of thought as

well as the very factor of communication” Kristeva (1969, p.19). Therefore, this study

shows a bibliographic as in a use of a questionnaire for the lifting of pupil-reader

profile in the campi I and IV of Alagoas State University.

Keys word: Language; reading, comprehesion and text production; pupil-reader

1 Autora graduanda do I Período de Letras da UNEAL – CAMPUS I

2 Co-autora graduanda do I Período de Letras da UNEAL – CAMPUS IV

3 Professora orientadora especialista da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL

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Palavras introdutórias ...

A leitura e a produção textual são habilidades a serem desenvolvidas em

qualquer estudante, em todos os níveis de ensino e por todas as disciplinas, por ser

a linguagem sua principal ferramenta de trabalho. Desse modo, os alunos ao

chegarem ao ambiente universidade teriam o conhecimento necessário para a

compreensão dos textos, ora, do universo científico, em especial os de Letras,

porque necessitarão transformar a mesma „linguagem‟, na ferramenta a ser

transposta didaticamente, após sua formação ou até mesmo durante o período

universitário. Vista como capacidade de expressão, a linguagem é considerada

natural, pois, os seres humanos já nascem com uma disposição física e cerebral

para tal fim.

A partir de Saussure (1999), pode-se afirmar que a linguagem tem um lado

individual e um lado social, sendo impossível conceber um sem o outro, logo estão

imbricados, entrelaçados. Contudo, verifica-se ainda, que muitos alunos chegam ao

ensino superior com enormes deficiências em leitura e escrita por não haver, nos

níveis escolares anteriores, ações didáticas, metodológicas que garantam os

mecanismos necessários para o diagnóstico e o enfrentamento dessa situação.

Assim, fica evidente que tanto na escola pública quanto na particular, mais

especificamente na educação básica, se dão formas de trabalho com leitura e

escrita como atividades robotizadas e com fins meramente técnicos e quantitativos.

Diante disto, cabe então questionar: Será por isso que escrever, para a

maioria dos alunos do ensino fundamental, médio e superior constitui-se em

transcrever os códigos lingüísticos, atividade geradora de pouca emoção? Ou por

que as práticas de escritura, condição natural e indispensável oriunda da leitura na

escola, geralmente, somente servem para avaliar o aluno?

Essas questões foram visualizadas também por Lazzarotto a partir das idéias

de Marques (1999, p.168) ao repensar a responsabilidade da escola no ensino de

escrita prazerosa:

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[...] A escola exige que o aluno antes pense bem o que depois vai escrever e com o agravante de escrever para ser julgado pelo professor, e não para comunicar-se com alguém. Aquilo que, de si, seria provocante e gratificante, faz-se penoso

e paralisante.

Tais preocupações constituem o foco desse estudo que tem como objetivo

principal, analisar as dificuldades em leitura, compreensão e produção de texto dos

alunos ingressantes no curso de Letras: Português dos campi I e IV da Universidade

Estadual de Alagoas – UNEAL, futuros produtores de textos a serem veiculados no

ambiente acadêmico.

O ler e escrever na universidade: uma dificuldade a ser

superada pelo aluno-leitor

Muitas pesquisas apontam para o fato de que alguns alunos ingressantes no

ensino superior, não conseguem compreender e muito menos redigir textos

sugeridos pelos professores na academia. Tal constatação se deve ao fato de que

ao longo da vida estudantil não se estimulou ou não se preocupou com o

desenvolvimento habilidades significativas, nem houve talvez, em se tratando de

transposição didática, um planejamento docente que considerasse os diversos

modelos e estratégias de leitura e nem um competente direcionamento quanto à

compreensão leitora e à escritura dos diversos gêneros textuais circundantes na

sociedade grafocêntrica, da qual fazemos parte.

Tal hipótese é alimentada pelo reflexo do cotidiano escolar, este, tem adotado

uma série de práticas desmotivadoras que levam o aluno a não gostar de ler e

consequentemente a não gostar de escrever. Algumas delas podem ser relatadas,

como o uso da leitura exclusivamente com fins avaliativos; o uso do texto como

pretexto para o ensino dos conteúdos gramaticais; a leitura de forma autoritária onde

o professor só aceita uma interpretação de texto, ou seja, aquela igual ao do livro

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didático ou a que ele determina; a leitura como decodificação dentre outras práticas

de leitura e escrita, ambas sem fundamentação, sem real propósito para o aluno.

Esse sistema de ensino na maioria das vezes reproduz um aluno com

deficiências de leituras e escrita e que chega até a academia como ditos

“analfabetos funcionais”. Estes são os que entendem, mas não sabem falar sobre

aquilo. Lêem mas não sabem redigir um texto sobre determinados assuntos, esses

sujeitos não sabem transmitir o que conhecem.

Contrapondo-se a esse modelo de linguagem (adotada no ambiente escolar)

tanto na forma escrita quanto na forma oral Koch (2006) afirma que:

[...] na concepção interacional (dialógica) da língua na qual os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, como sujeitos ativos-que dialogicamente- nele se constroem e são construídos. Desta forma há lugar, no texto, para toda uma gama de implícitos dos mais variados tipos, somente detectáveis quando se tem, como pano de fundo, o contexto sociocognitivo dos participantes da interação.

Assim, a leitura na universidade é vista por Sampaio e Santos apud Witter

(1990) “como um dos caminhos que levam o aluno ao conhecimento”.

Nessa perspectiva podemos dizer que o ato de ler proporciona ao

universitário a capacidade de refletir e opinar sobre os diversos aspectos da vida. É

por meio dele que se adquire uma nova percepção de mundo. Assim, faz-se

necessário traçar o perfil do aluno- leitor enquanto graduando ingressante no curso

de Letras Uneal, levando em conta as afirmações de Galves, Orlandi, Otoni (2002),

o leitor acabado é alguém:

a) Que se teria libertado dos hábitos de uma leitura palavra por palavra (ou sílaba por sílaba) [...].

b) Que não precisaria de intermediário sonoro ou quase sono (leitura alta ou silenciosa com subfocalização) [...].

c) Que seria capaz de antecipar morfossintaticamente, lexicalmente,

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semanticamente e retoricamente o que vai ou pode seguir no fio do texto [...].

d) Que disporia de estratégias de leitura [...]. e) Que (nos melhores casos?) saberia

“deslinearizar” sua leitura para construir hipóteses sobre o sentido a partir de uma varredura do texto [...].

f) Que, no final das contas, se utilizaria de um leque de modos de leitura de acordo com os textos que pratica e os projetos que tem [...].

Percebe-se então que o aluno-leitor é alguém que “se teria libertado dos

hábitos de leitura palavra por palavra”, que não precisa de “intermediário”, que é

“capaz de fazer antecipações”, possui “estratégias de leitura”, “deslinearizando-a” e

utilizando um “leque de leituras”. Assim, para que possamos desenvolver os

processos de compreensão de leitura e escrita faz-se necessário que o estudante se

envolva em atividades de caráter significativo, levando sempre em consideração o

meio em que vive. Isso é fundamental para que o processo seja uma continuidade

da construção do leitor, o que já teve início bem antes da chegada dele no ambiente

escolar, uma vez que o acesso à aprendizagem da leitura consiste em um dos

múltiplos desafios da escola, sendo talvez este, o que é mais valorizado pela

sociedade.

A pesquisa em leitura

Considerando uma perspectiva mais política Folcamber (1997), afirma que o

aprendizado da leitura só é garantido quando se desvela ao seu aprendiz o poder de

transformação e mudança que apenas o escrito (e não o inscrito possui!); um poder

que é capaz de livrar o sujeito-leitor das malhas da negação, da desobediência, da

determinação e da impotência. É essa a proposta que perpassa os ideais expostos

no Projeto Político Pedagógico do Curso de Letras da Uneal, no qual os profissionais

se baseiam ou, ao menos, deveriam assim fazê-lo, quando tomam os conteúdos de

suas disciplinas e os transpõem didaticamente, ou seja, devem considerar a leitura e

a produção de texto como a mola propulsora de uma sociedade realmente livre ou

em busca dessa liberdade, não individual logicamente, mas coletiva.

A pesquisa, os métodos, os participantes e os instrumentos

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Partindo de uma inquietação enquanto alunas ingressantes na graduação No

que diz respeito à leitura e produção de textos no ensino superior, esse estudo foi

desenvolvido junto aos alunos do primeiro período do curso de Letras: Português

dos campi I e IV da Uneal.

A porcentagem de estudantes nos dois campi do sexo masculino foi de seis e

do sexo feminino foi de onze (sendo que no campus IV três alunos não se

identificaram) totalizando 20 alunos.

Os discentes selecionados foram esclarecidos e convidados a participar da

pesquisa tendo noção que a mesma tinha caráter meramente acadêmico, no sentido

de obter informações acerca do ato de ler e escrever. O processo de aplicação do

questionário ocorreu em ambiente da sala de aula. Os horários foram cedidos pelos

professores.

Para avaliar o desempenho em relação ao baixo nível de habilidade de leitura

dos universitários, (visto que, essa dificuldade está relacionada, principalmente, a

falhas no desenvolvimento de habilidades de leitura e redação, já que a maior parte

das tarefas acadêmicas envolve estas atividades), foram aplicados dois

questionários para ser respondidos individualmente de acordo com o texto:

Conselho ao Intrépido (Frei BETTO, 1944).

O primeiro questionário tratava da questão de leitura e de compreensão de

texto, “sabendo-se que a compreensão em leitura ocorre quando há um

entendimento das sentenças do texto”, não de forma isolada, mas como

um „desvelar‟ de interações, um jogo produtivo de intenções. Como

ressaltam Oliveira, Santos, Primi (apud PERFETTI, 1992).

O segundo questionário (de modo mais subjetivo) tratava do aluno-leitor e

o objetivo era levar os estudantes a questionar e avaliar o texto lido, dentro

de um referencial próprio de seus conhecimentos, conceitos e valores.

Cada produção passou por uma análise qualitativa e quantitativa feita pelas

autoras do artigo, sendo revisada por uma Especialista na área de Língua

Portuguesa, para dar confiabilidade à mesma.

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A primeira fase da compilação dos dados se constituiu em discutir acerca do

teste inicial de leitura e compreensão do texto dos sujeitos envolvidos a partir do

texto: Conselho ao Intrépido (Frei Betto). Os resultados obtidos estão explicitados

baixo:

1. O TEXTO LIDO É DO TIPO:

Nesse item verificou-se uma porcentagem alta em número de erros dos

estudantes do campus I para os estudantes do campus IV, visto que, os discentes

não estudaram durante a educação básica sobre os gêneros textuais e

desconheciam a definição de texto injuntivo. Referindo-se aos gêneros textuais

abordados na escola, de acordo com as idéias de Galves, Orlandi, Pulccinelli, Vigner

(1979, p. 31) salienta:

Pela prática de textos que se instaurou, a escola forneceu durante muito tempo, uma imagem particularmente enganosa da leitura. Trabalhando de maneira quase exclusiva com trechos escolhidos, a escola vinha constantemente confrontando o aluno com textos sempre novos-quanto ao gênero, à temática, à estrutura... –oriundos de horizontes culturais que só o professor tinha condições de perceber. A escola ia desenvolvendo assim uma prática de leitura -descoberta junto a leitores que se viam obrigados, para cada leitura, a penetrar num espaço-texto desconhecido.

2. GRANDES LIÇÕES A SEREM APRENDIDAS:

Desde o primeiro parágrafo do texto, o leitor pode notar um caráter

adversativo no campo das idéias, mas tudo converge para grandes lições a serem

aprendidas. Aponte-as:

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Partindo-se da coleta acima, podemos frisar que os ingressantes do campus I

não conseguiram desempenhar com clareza e objetividade, o item que se referiu às

idéias adversativas do texto sendo que a diferença entre dois campi foi de 25%. Ou

seja, os discentes não desempenharam bem a interpretação do texto, assim, a

leitura e a compreensão textual ficaram comprometidas.

3. COMPREENSÃO DO FRAGMENTO (E)

Leia o trecho: “(...) Segue o conselho de Ulisses e foge dos que mastigam lótus

em busca da amnésia que produz ilusão de felicidade”. Marque a única

alternativa que corresponde a uma compreensão mais sensata deste fragmento.

Ao se analisar os erros dos estudantes do campus I, o resultado foi marcante

em relação ao campus IV que obteve uma porcentagem melhor por ter o número de

respostas corretas bem superior.

A segunda fase o somatório se constituiu em avaliar as capacidades de leitura

e compreensão de texto dos sujeitos envolvidos apartir de um questionário

direcionado ao aluno-leitor. Os saldos obtidos estão mencionados abaixo:

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4. ASPECTOS COM MAIS DIFICULDADES:

Analisando os dados obtidos acerca do item acima, observamos que há uma

notável dificuldade no que diz respeito à compreensão do vocabulário. A maioria dos

entrevistados desconhecia algumas palavras citadas no texto como: aljavas,

maiêuticas, escafandro, etc. Tais fatores interferiram no processo de compreensão

textual.

A partir disso, podemos concluir que em textos complexos como este, a leitura

não é um procedimento simples. Ao contrário, é uma atividade extremamente complexa

e não podemos considerar apenas o que está escrito, pois, para compreender as

intenções e posições do autor devemos ir muito além do texto, é necessário ter um

conhecimento prévio acerca do que está escrito levando sempre em conta o contexto ao

qual o leitor está inserido e a freqüência com que ele “exercita outras leituras”. Nesse

sentido, Vigner apud Laurent Jenny (1976) salienta que “Fora de um sistema a obra

é impensável. Sua percepção [...] só pode ser adquirida na prática de uma

multiplicidade de textos [...]”.

1. O QUE COSTUMA LER:

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Os alunos do campus I citaram em suas respostas que gostam de ler: livros

de ficção e revistas, já os alunos do campus IV preferem ler a Bíblia e os textos

escolares. Verificamos, portanto, que a maioria das dos livros lidos pelos

graduandos são de caráter motivacional. Como reforça Therezo no texto redação e

leitura para universitários (2007, p.217):

De modo geral podemos dizer que há textos que lemos para nos manter informados (jornais, revistas); há outros que lemos para realizar trabalhos acadêmicos (dissertações, teses, livros, periódicos científicos); [...] São, pois, os objetivos do leitor que nortearão o modo de leitura [...].

2. ENTENDIMENTO DO TEXTO CIENTÍFICO

Observando a análise quantitativa, fica evidente que quatorze dos

entrevistados não compreendem ou desconhecem a importância dessa atividade

para a vida acadêmica.

3. O QUE FALTA PARA MELHORAR A LEITURA:

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Como podem ser observados, os alunos ingressantes (campus I) apontaram

que as questões mais abordadas dizem respeito ao enriquecimento do

vocabulário. Deste modo, é necessário no ambiente escolar ter o

conhecimento das palavras como pré- requisito para uma leitura aprimorada e

prazerosa;

No campus IV, a falta de tempo e a concentração são apontadas como as

responsáveis pelo déficit de leitura. Diante dessa realidade, podemos dizer

que as distrações internas e externas tanto quanto a carência de tempo são

verdadeiras "assassinas" da compreensão, já que rompem nossa

concentração e nos obrigam a ter que reiniciar a leitura várias vezes.

Conclusões e discussões...

A leitura e escrita na universidade são consideradas habilidades fundamentais

para o processo ensino aprendizagem, já que é, principalmente, por meio delas que

se dá o acesso aos conteúdos das diversas matérias por meio da compreensão de

textos. Esse levantamento sobre hábitos de leitura de alunos do primeiro período de

um Curso de Letras mostrou que os alunos, futuros professores de Língua

Portuguesa, têm hábitos restritos (certamente pela deficiência de formação no

ensino básico), lêem textos pouco variados.

Essa teoria é reforçada quando constatamos que as falhas de leitura e de

escrita manifestadas pelos universitários pesquisados têm seu nascedouro na

escolaridade básica, sobretudo no ensino médio.

Frente ao exposto, uma das perguntas que resta é: “Como, efetivamente,

estão se formando leitores e escritores ao longo da escolaridade?” Ainda que a

pesquisa tenha sido realizada no ensino superior, é indiscutível que, o que está em

xeque é a qualidade de ensino oferecida a maioria da população. O que se faz

importante agora é conscientizar a IES da limitação de seus alunos e criar

estratégias para esta superação. Agindo dessa forma, o ensino superior estará

contribuindo não somente para a formação de profissionais para o mercado de

trabalho, mas na construção de cidadãos conscientes e ativos de seu papel no

mundo.

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