8
A EVOLUÇÃO DO OLHO HUMANO Prof. Paulo Roberto Biologia Diversa O olho humano é um órgão incrível, capaz de detectar qualquer objeto a partir de alguns fótons de luz, ou mudar o foco da tela que está à sua frente para o horizonte distante em apenas três décimos de segundo. Na verdade, as estruturas necessárias para tal flexibilidade incrível já foram consideradas tão complexas que o próprio Charles Darwin reconheceu que a idéia de não ter evoluído parecia absurdo no mais alto grau possível. ("... Absurd in the highest possible degree."). E foi o que exatamente aconteceu com esta estrutura, a partir de mais de 500 milhões de anos atrás.

A evolução do olho humano

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A evolução do olho humano

A EVOLUÇÃO DO OLHO HUMANO

Prof. Paulo Roberto

Biologia Diversa

O olho humano é um órgão incrível, capaz de detectar qualquer objeto a partir de

alguns fótons de luz, ou mudar o foco da tela que está à sua frente para o horizonte

distante em apenas três décimos de segundo.

Na verdade, as estruturas necessárias para tal flexibilidade incrível já foram

consideradas tão complexas que o próprio Charles Darwin reconheceu que a idéia de não

ter evoluído parecia absurdo no mais alto grau possível. ("... Absurd in the highest possible

degree."). E foi o que exatamente aconteceu com esta estrutura, a partir de mais de 500

milhões de anos atrás.

Page 2: A evolução do olho humano

A história do olho humano começa com um ponto de luz simples, tal como

encontrado em organismos unicelulares, como a Euglena (Alga verde unicelular). Este é um

conjunto de proteínas sensíveis à luz ligada ao flagelo do organismo (stigma). Permite a

captação ambientes iluminados, facilitando a nutrição da célula.

Uma versão mais complexa deste ponto de luz pode ser encontrada no verme

platelminto, conhecido como planária. Sendo em formato de concha, que ao invés de um

plano, permite ao animal melhor percepção da luz incidente. Essa habilidade permite que a

planária se esconda em locais sombreados a fim de evitar ser predada.

Page 3: A evolução do olho humano

Com o passar do tempo a estrutura ocular começou a sofrer invaginação, resultando

numa menor abertura na parte anterior da estrutura. Tal estrutura ficou conhecida como

"olho Pinhole". O resultado foi um grande aumento da resolução e a redução da distorção,

permitindo apenas que um feixe fino de luz penetrasse na estrutura ocular.

Page 4: A evolução do olho humano

O Nautilus, um parente do polvo, usa esse olho pinhole para uma melhor resolução

de imagem e sensor direcional. Embora o olho pinhole permitisse a formação de imagens

simples, o passo fundamental para o olho como o conhecemos é o surgimento de uma

lente. Isto é pensado para ter evoluído através de células transparentes que cobrem a

abertura do olho para prevenir possíveis infecções e permitindo que o interior do olho

fosse preenchida com um fluído transparente que otimiza a sensibilidade à luz chamado

humor. Proteínas cristalinas que se formam na superfície criou uma estrutura que se

mostrou útil na focagem de luz num único ponto sobre a retina, a lente ou cristalino. É esta

lente que é a chave para a evolução do olho. Pois ao mudar sua curvatura, promove

alterações no sentido dos feixes luminosos permitindo a focalização de imagens próximas e

distantes.

Esta câmara com um orifício e uma lente serviu de base para o que viria a evoluir no

olho humano. Refinamentos que incluem um anel de cor, chamado íris, que controla a

Page 5: A evolução do olho humano

quantidade de luz que entra no olho por meio de sua abertura (pupila), uma camada

exterior branca dura, conhecida como esclerótica (esclera), para manter a sua estrutura e

glândulas lacrimais que secretam um líquido protetor, a lágrima.

Mas igualmente importante à evolução do olho, foi a evolução do cérebro. Com a

expansão do córtex visual, localizado na região posterior ao olho, foi possível o

processamento de imagens mais nítidas e coloridas que estava recebendo. Sabemos agora

que, longe de ser uma obra-prima de design inteligente, nosso olho descobre traços de sua

evolução passo a passo.

Page 6: A evolução do olho humano

Por exemplo, a retina humana é invertida, com células de detecção de luz viradas

para fora da abertura do olho. Isso resulta em um ponto cego onde o nervo óptico perfura a

retina para atingir a camada fotossensível na parte de trás. Os olhos dos cefalópodes (lulas

e polvos) evoluiram de forma independente, pois apresentam uma retina de frente, o que

lhes permite ver sem um ponto cego.

Page 7: A evolução do olho humano

Outras criaturas possuem outras adaptações na estrutura ocular, Anableps, o

chamado peixe de quatro olhos, tem olhos divididos em duas seções para olhar de cima e

debaixo d'água, perfeito para detectar predadores e presas. Gatos, caçadores noturnos

classicamente, têm evoluído uma camada reflexiva maximizando a quantidade de luz que o

olho pode detectar, concedendo-lhes excelente visão noturna, bem como o seu brilho

característico. Estes são apenas alguns exemplos da diversidade enorme de olhos no reino

animal.

Page 8: A evolução do olho humano

Então, se você poderia projetar um olho, você poderia fazê-lo de forma diferente?

Hoje, os médicos e os cientistas estão olhando para diferentes estruturas do olho para

ajudar a projetar implantes biomecânicos para a visão prejudicada. E em um futuro não tão

distante, as máquinas construídas com a precisão e flexibilidade do olho humano poderão

até nos permitir superar a própria evolução da estrutura.

BIOLOGIA DIVERSA, 2015.

PROF. PAULO ROBERTO

www.BIOLOGIADIVERSA.blogspot.com

Facebook.com/biologiadiversa