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A Idade Média

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INTRODUÇÃO

HISTÓRIA MEDIEVAL

LINHA DO TEMPO

OS FRANCOS

O ISLÃ

O FEUDALISMO

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Idade Média – Séculos V – XV

A Idade Média começou com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e se encerrou com a tomada da capital do Império Bizantino, Constantinopla, pelos turco-otomanos, em 1453. Costuma ser dividida em duas: Alta e Baixa Idade Média.

A Alta Idade Média estendeu-se do século V ao X. Foi a época de consolidação, na Europa Ocidental, do feudalismo, sistema socioeconômico predominante na era medieval. No Oriente, porém, em vez da descentralização política feudal, o período foi marcado por dois fortes impérios: o Bizantino e o Árabe.

A Baixa Idade Média vai do século XI até o fim do período medieval, no século XV. É quando o feudalismo chegou ao auge e entrou em decadência. Lentamente, ele começou a sofrer transformações que só se concluiriam na Idade Moderna, quando seria substituído, no campo político, pelas monarquias nacionais, e, no econômico, pelo sistema mercantilista.

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Por séculos, a Idade Média foi tida como uma época de insignificante desenvolvimento científico, tecnológico e artístico. Essa visão nasceu durante o Renascimento, no século XVI, quando o período medieval foi apelidado de Idade das Trevas.

Porém, a Idade Média foi responsável por importantes avanços, sobretudo no que diz respeito à produção agrícola: inventaram-se o moinho, a charrua (um arado mais eficiente) e técnicas de adubamento e rodízio de terras. Outra herança medieval são as universidades, que começaram a surgir na Europa no século XIII. Além disso, desenvolveram-se importantes movimentos artísticos, como o românico e o gótico; viveram influentes filósofos, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino; e, graças ao trabalho dos monges, preservou-se a cultura greco-romana - o que possibilitaria, aliás, o surto de revalorização da Antiguidade Clássica ocorrido durante o Renascimento.

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Cronologia

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Nasce o Reino Franco

Num momento de auge da civilização maia, é erguida uma das mais impressionantes construções por ela deixada: o Templo das Inscrições. Os maias instalam-se na península do Yucatán, no atual México, a partir de 700 a.C. Séculos depois, fundam cidades-Estado independentes, com governos teocráticos. Utilizam avançadas técnicas de irrigação e realizam trocas comerciais. Criam um calendário que determina com precisão o ano solar, adotam a escrita hieroglífica e inventam as casas decimais e o conceito do valor zero. Conflitos internos, entre outras razões, levam ao colapso da civilização por volta do ano 900.

O papa João XII nomeia Otto I imperador do Sacro Império Romano-Germânico, numa tentativa de conter os ataques húngaros à Europa cristã. Seus domínios abrangem porções das atuais França, Holanda, Suíça, Alemanha, Áustria e Polônia. Acentua-se a corrupção, e a Igreja Católica torna-se mais suscetível ao poder político, promovendo a venda de cargos eclesiásticos (simonia). A partir de 1250, o império compreende um conjunto de pequenos Estados, nos quais o poder local do príncipe supera a autoridade central do imperador - situação que se estende até o século XIX.

Com a coroação de Justiniano, o Império Bizantino começa a viver seu auge. O imperador reconquista territórios bárbaros no Ocidente, estimula as artes e elabora o Código de Justiniano, que revisa e atualiza o direito romano. Ao fim de seu governo, em 565, o império começa a decair. Em 1204, a capital, Constantinopla, é conquistada pelos cruzados, e o restante do império é repartido entre príncipes feudais. Em 1453, a cidade é subjugada pelos turcos.

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Após a morte de Luís V, último rei da dinastia carolíngia, nobres franceses elegem Hugo Capeta, conde de Paris, soberano da França. Inicia-se o processo de formação da monarquia francesa.

A Igreja Oriental (Igreja Cristã Ortodoxa Grega) e a Igreja Ocidental (Igreja Católica Apostólica Romana) rompem entre si no Cisma do Oriente.

O Sacro Império Romano-Germânico e o papa Gregório VII travam uma disputa conhecida como a Querela das Investiduras. Procurando diminuir a participação do imperador nas decisões da Igreja, o papa proíbe a investidura leiga (nomeação de bispos e padres pelo imperador). O rei Henrique IV desacata a ordem e é excomungado. Após um conflito armado, é definida a Concordata de Worms, em 1122, que mantém a proibição da investidura leiga e determina a não-interferência do papa em questões políticas.

1096

Começam as Cruzadas

1163

É iniciada a construção da Catedral de Notre-Dame, em Paris, um dos mais belos exemplares do estilo arquitetônico que marca a Idade Média: o gótico.

1066

William I (também chamado de Guilherme, o Conquistador), duque da Normandia, invade a Inglaterra, na Batalha de Hastings, e submete os saxões a um poder centralizado. É o início da monarquia Inglesa.

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Sob pressão da nobreza e do alto clero, o rei inglês João II, conhecido como João Sem-Terra, assina a Magna Carta. Em vigor até hoje, é o primeiro documento escrito da história a limitar os poderes da monarquia e a fixar os direitos dos vassalos.

São instaurados os tribunais do Santo Oficio, ou Inquisição, por meio dos quais a Igreja Católica, alegando agir em nome de Deus, persegue, tortura e mata milhares de pessoas consideradas hereges.

Gêngis Khan unifica tribos da Ásia Central (atual Mongólia) e inicia o Império Mongol, que se estende da China até as cercanias da Hungria. Suas conquistas são consolidadas pelo neto Kublai Khan, que funda na China a dinastia Yuan. Ele impulsiona o comércio com a Europa. Em 1368, os mongóis são expulsos da China pela dinastia Ming, que isola a nação do contato com o mundo mediterrâneo. O Império Mongol se desagrega no século XIV.

1281 O sultão Otman I funda o Império Turco-Otomano. No século XVI, o império vive seu auge, ocupando o norte da África, a região do mar Vermelho e a faixa do golfo Pérsico até a Hungria. A partir do século XVII, a retração econômica dá início à decadência, mas o sultanato só é abolido após a derrota na 1ª Guerra Mundial (1914-1919).

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A Revolução de Avis dá início à monarquia nacional portuguesa, inaugurada pelo rei João I

Os astecas fundam Tenochtitlán, atual Cidade do México, a partir de onde criam um império no centro-sul mexicano. Possuem uma sociedade altamente hierarquizada. Desenvolvem importantes obras de drenagem e técnicas de irrigação e cultivo. Estudam a astronomia, a astrologia e a matemática. No século XVI, o império é destruído pelos espanhóis.

1309

Por causa da intromissão da Igreja em assuntos do reino, o rei da França Felipe IV prende o papa Bonifácio VIII e nomeia em seu lugar o francês Clemente V. O evento é conhecido como Cativeiro de Avignon (localidade na França onde o novo papado é instalado).

1337 A pretensão do rei inglês Eduardo III de disputar a sucessão do trono francês é o estopim da Guerra dos Cem Anos, que opõe França e Inglaterra. O conflito envolve disputas em torno de territórios que os duques da Normandia, ingleses, tinham na França. No fim da guerra, em 1453, a França recupera as possessões sob o domínio inglês. O embate impulsiona o nacionalismo francês e contribui para o fortalecimento do poder real.

1400Começa a expansão da civilização inca, instalada em Cuzco, no atual Peru. O império se estende pela região de Equador, Chile e Bolívia. Ele viabiliza a agricultura nas montanhas e regiões desérticas, com técnicas de irrigação. Os incas são o único povo pré-colombiano a domesticar animais. Erguem centros religiosos e cultuam o deus Sol. Abalados por guerras internas, são dominados pelos espanhóis em 1532.

1453

A tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos marca o fim da Idade Média.

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Invasões bárbaras: Séculos V-VI

Século VIReconquista

bizantina

Reinos bárbaros

Invasão povos germânicosPressão dos

Hunos

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INVASÕES

Bárbaros – Séc. V

Ocupação da parte ocidental do

Império Romano

Despovoamento das cidades

Reforço do poder da Igreja (defesa e

cristianização)

Medo e insegurança

Formação dos reinos bárbaros

Enfraquecimento do comércio

Dependência dos camponeses face aos

grandes senhores

Ruralização da economia

Aumento da instabilidade

Ataques dos muçulmanos, dos normandos (vikings) e dos magiares (húngaros) – Séc. VIII-X

Regressão econômica

Economia de subsistência

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Os Francos

O Reino Franco foi, dentre os bárbaros, o de maior duração e estabilidade fundado no Ocidente. Formou-se no século V, quando, após várias tentativas, os francos finalmente conseguiram instalar-se na antiga província romana da Gália - atual França. Ele se estendeu até o século IX, fragmentando-se depois da morte de seu mais célebre líder, Carlos Magno.

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Mapa animado: A expansão dos francos

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Após se fixarem na Gália, os francos permaneceram divididos em tribos, cada qual com seu chefe. Em 482, Clóvis, um desses líderes, unificou os grupos e tornou-se o primeiro rei, fundando a dinastia merovíngia (cujo nome deriva de seu avô, Meroveu). Clóvis empenhou-se em conquistar territórios e converteu-se ao cristianismo, formalizando uma aliança com a Igreja Católica.

Após sua morte, seus quatro filhos dividiram o reino entre si, enfraquecendo-o. Na época, a Europa vivia um processo de ruralização e descentralização do poder, com a formação do feudalismo .

Batismo de Clóvis

Dinastia merovíngia

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Os monarcas que sucederam a dinastia merovíngia ficaram conhecidos como reis indolentes, por demonstrar pouca habilidade política. O poder de fato passou então a ser exercido por altos funcionários da corte, os prefeitos do palácio, denominados majordomus.

O majordomus Carlos Martel ganhou prestígio com a vitória contra os muçulmanos na Batalha de Poitiers, em 732, que impediu o avanço islâmico sobre a Europa Ocidental. Após sua morte, seu filho, Pepino, o Breve, depôs o último monarca merovíngio, Childerico III, e, com o apoio da nobreza e do papa, tornou-se rei, iniciando a dinastia carolíngia.

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Império Carolíngio

O Reino Franco atingiu o apogeu durante o reinado de Carlos Magno, filho de Pepino. Em 800, ele foi coroado imperador pelo papa Leão III, adquirindo, assim, a incumbência de disseminar e defender a fé cristã.

Para conduzir o agora Império Carolíngio, Magno dividiu-o em centenas de unidades administrativas dotadas de certa autonomia - os condados -, governadas por nobres de confiança - os condes. Também aumentou o poder dos missi dominici, altos funcionários reais, em geral membros do clero, encarregados de fiscalizar a aplicação das leis capitulares (decretos emitidos em capítulos pelo imperador).

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IMPERADOR

VASSALOS

MISSI DOMINICI

NOBRES

LIVRESSERVOS

BISPOS

fidelidade nomeia fidelidade

fidelidade fidelidadecontrola controla

fidelidadefidelidade

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Além de continuar a política expansionista do pai, Magno promoveu o Renascimento Carolíngio, uma grande renovação educacional, artística, monetária, jurídica e administrativa. Estimulou a fundação de escolas e tornou-se um dos responsáveis pela continuidade da cultura greco-romana. Morreu em 814, sendo substituído pelo filho, Luís, o Piedoso.

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Mais tarde, com a morte de Luís, guerras sucessórias entre seus filhos resultaram no Tratado de Verdun, de 843, que estabeleceu a divisão do império em três reinos: Carlos, o Calvo, recebeu a parte correspondente à França; Luís, o Germânico, ficou com o território alemão; e a Lotário coube a parte central. A desintegração levou a um aumento do poder da nobreza local, fato que, somado às novas invasões bárbaras, de normandos (originários da Escandinávia) e magiares (vindos da atual Hungria), permitiu a consolidação do feudalismo na Europa.

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...e em 880... em 870Tratado de Verdum, 843

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Islã: uma fé, uma nação

A civilização árabe surgiu no século VII, na península Arábica, a partir de tribos de origem semita. Anteriormente, elas já compartilhavam algumas características, como a língua, mas foi somente nessa época que obtiveram união política, conquistada na esteira da pregação do Islã, religião então recém-nascida. Logo os árabes fundaram um extenso império que só se desintegraria no fim da Idade Média e deixaria forte influência cultural nas áreas por onde se estendeu.

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Antes de Maomé

Inicialmente, o povo árabe (também conhecido como sarraceno) estava dividido em cerca de 300 tribos rurais e urbanas, chefiadas pelos xeques. As que habitavam o deserto - denominadas beduínas - eram nômades e se dedicavam sobretudo à criação de camelo e ao cultivo de tâmara e de trigo. Faziam constantes peregrinações em busca de lugares férteis para sobreviver, os oásis, e guerreavam entre si. Já aquelas que moravam nos centros urbanos da faixa costeira do mar Vermelho se ocupavam principalmente do comércio, com a organização de caravanas de camelo para o transporte de produtos. Ao encontrarem melhores condições climáticas e solo mais favorável à agricultura, esses grupos se fixaram e formaram cidades como Meca e Iatreb - a atual Medina.

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A religião pré-islâmica era politeísta. Os árabes cultuavam cerca de 300 astros, representados por ídolos. O maior centro religioso da península era Meca, que abrigava o templo da Caaba, com todos os ídolos tribais e a pedra negra -provavelmente um pedaço de meteorito, considerado sagrado. Todos os anos, milhares de beduínos e comerciantes se dirigiam à cidade para visitar o santuário, que era administrado pelos coraixitas, tribo de aristocratas que lucravam com as peregrinações e o comércio realizado na região.

Apesar de compartilharem algumas tradições, as tribos envolviam-se freqüentemente em conflitos e guerras, prejudicando o comércio. A unificação viria com o surgimento e a disseminação de uma nova religião: o Islã.

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Nasce o profeta...Em 570 nasceu Maomé ( ). Criado em um ramo pobre da tribo coraixita, tornou-se mercador. Aos 25 anos, ele se casou com uma viúva rica e mais velha e conseguiu certa estabilidade financeira, o que lhe permitiu viajar muito. Nesses deslocamentos, entrou em contato com cristãos e judeus. Aos 40 anos, começou a ter visões e a ouvir vozes, que acreditava serem do anjo Gabriel.

Os chamados que Maomé recebia o apontavam como profeta de um deus único e onipotente, Alá. Dois anos depois, quando já era aceito pela esposa e pela família como profeta, ele começou a pregar o monoteísmo e a abominação dos ídolos a todas as tribos de Meca, revelando-lhes a religião islâmica. Seus ensinamentos foram compilados no Corão (ou Alcorão), livro sagrado dos muçulmanos, usado por muitos países como código de moral e justiça.

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Ao condenar a peregrinação à Caaba, Maomé ganhou muitos inimigos em Meca e passou a sofrer perseguições. Em 622, fugiu para Iatreb - atual Medina ("cidade do profeta"). O episódio, conhecido como hégira, marca o início do calendário árabe. Em Medina, Maomé tornou-se líder político, religioso e militar. Organizou um Exército e deu início a uma guerra - dita santa, a jihad - para tomar Meca e propagar a nova religião. Em 630, a cidade sagrada foi tomada; os ídolos da Caaba, destruídos; e os opositores, aniquilados. Ao morrer, dois anos depois, Maomé havia deixado as tribos árabes politicamente unificadas sob uma mesma religião.

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O Império

Após Maomé, o poder da Arábia passou às mãos dos califas, que, como ele, tinham poder religioso, político e militar. A necessidade de conquistar terras férteis, o interesse dos grandes comerciantes e a crença no islamismo como a única possibilidade de salvação fizeram os árabes se engajar na guerra contra povos estrangeiros. Sob o governo dos quatro primeiros califas, o império atingiu a Síria, a Palestina, a Pérsia e o Egito. Os povos dominados não eram obrigados a se converter ao islamismo, mas sofriam certa pressão -cobrava-se um imposto especial dos infiéis, por exemplo -, de modo que a crença em Alá acabou por se tornar predominante nas áreas ocupadas.

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Com a dinastia dos Omíadas (661-750), a expansão árabe ganhou novo impulso, avançando em direção à Índia e ao norte da África. O auge das conquistas ocorreu quando os árabes atravessaram o estreito de Gibraltar, entre a África e a Europa, e ocuparam a península Ibérica - onde permaneceriam por séculos. Seu avanço só foi barrado com a derrota na Batalha de Poitiers, em 732, vencida pelos francos.

Com os califas da dinastia Abássida (750-1258), o império alcançou o máximo da sua extensão, tendo Bagdá como a nova capital e centro do comércio entre o extremo Oriente e o Ocidente. No entanto, o sucesso durou pouco. No período final da dinastia, conflitos políticos e religiosos desmembraram o califado em grupos independentes.

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A perda da unidade política veio acompanhada da desagregação religiosa, com o surgimento de duas seitas principais: a xiita e a sunita - que até hoje mantêm fortes divergências. A primeira só admitia como fonte de ensinamentos o Corão e defendia a idéia de que o poder do Estado deveria se concentrar em um único descendente direto de Maomé. Já os sunitas fundaram sua crença no Suna -livro com os ditos e atos de Maomé - e acreditavam na livre escolha dos governantes pelos crentes.

Com governo fraco e desmembrado, os abássidas perderam o poder de Bagdá, em 1258, para os mongóis - guerreiros nômades vindos da Ásia. A derrota final ocorreria no século XV, quando os turco-otomanos conquistaram a parte oriental do império e os espanhóis dominaram o último reduto árabe na península Ibérica, expulsando-os definitivamente da Europa.

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A Islã no mundo hoje.Com cerca de 1,2 bilhão de seguidores, o islamismo é a segunda maior religião do mundo em número de fiéis. O termo "islã" vem do árabe e significa submissão. Uma pessoa se submete à vontade de Deus, conhecido no Islã como Alá, para viver e pensar como Alá deseja. Islamismo é mais do que um mero conjunto de convicções religiosas. A fé islâmica proporciona um sistema social e legal e estabelece diretrizes para administrar a vida em família. O islamismo oferece ainda códigos de vestimenta, higiene e ética, lei e ordem, assim como rituais religiosos e devoção a Deus.

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Feudalismo

O feudalismo foi o sistema político, social e econômico que predominou na Europa durante a Idade Média. Era marcado pela descentralização política, pouca mobilidade social e auto-suficiência econômica dos feudos - as unidades de produção da época. Começou a se desenvolver após a queda do Império Romano do Ocidente, no século V, consolidou-se no século X, atingiu o auge no século XII e a partir do século XIII entrou em colapso. Durante a Baixa Idade Média, iniciou-se a transição que o substituiria pelo capitalismo, sistema dominante na História até hoje.

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Formação

A partir do século V, com o enfraquecimento do Império Romano, a Europa passou a sofrer diversas invasões dos povos bárbaros - como os vândalos, pioneiros, que atravessaram a península Ibérica de norte a sul e chegaram à África; os anglo-saxões, que desembarcaram na Inglaterra; e os lombardos, que se instalaram na Itália. Eles destruíram as instituições romanas mas, com exceção dos francos - cujo reino se desmoronou no século IX -, não conseguiram substituí-las por outro Estado forte. A tomada do controle do comércio no mar Mediterrâneo pelos árabes, nos séculos VII e VIII, deixou os europeus ainda mais enfraquecidos.

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O clima de insegurança e instabilidade prosseguiu até o século IX, quando ocorreu uma nova onda de invasões, realizadas pelos húngaros magiares e pelos vikings (também conhecidos como normandos). Como forma de defesa, os nobres construíram grandes castelos, que funcionavam como fortalezas, em torno dos quais a população pobre se instalou, buscando proteção. Essas propriedades ficaram cada vez mais isoladas umas das outras, o que criou a necessidade de produzir ali mesmo o que era preciso para sobreviver. A agricultura se tornou a atividade econômica mais importante e os donos das terras, os grandes chefes políticos e militares. Era o início do feudalismo.

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Política

A principal característica política do feudalismo era a descentralização do poder. O rei tinha pouca ou nenhuma autoridade e, em troca de ajuda militar, era comum que cedesse grandes porções de terra (os feudos) a membros da nobreza. Esse costume, o beneficium, se tornou hábito entre os nobres, e eles passaram a doar terras entre si. Numa cerimônia denominada homenagem, o proprietário que recebia o terreno - vassalo - prometia fidelidade e apoio militar ao doador - suserano. Esse, por sua vez, jurava proteção ao vassalo.

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A homenagem

“Eis dois homens frente a frente: um, que quer servir; o outro. que aceita. ou deseja ser chefe. O primeiro une na mãos e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro símbolo de submissão (...). Ao mesmo tempo, o personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se reconhece ‘o homem’ de quem está na sua freme. Depois, chefe e subordinado beijam-se na boca: símbolo de acordo e amizade”.

Marc Bloch

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AS RELAÇÕES FEUDO-VASSÁLICAS

Relações de dependência mútua entre dois senhores

SUSERANO[nobre mais poderoso]

VASSALO[nobre menos poderoso]

Contrato de vassalagem (momentos)

Homenagem[O vassalo encomenda-se

ao suserano]

Juramento de Fidelidade[Jura-lhe fidelidade e promete servi-lo com

homens e armas]

Investidura[Em troca o suserano

concede-lhe um benefícioou feudo]

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Essa obrigação recíproca, uma das características mais marcantes do feudalismo, teve origem nas tradições dos invasores germânicos, que praticavam o comitatus -fidelidade mútua entre chefes tribais e guerreiros. Outros costumes que influenciaram a estruturação da ordem feudal vieram de Roma, como o colonato, que impunha a fixação do homem à terra e virou prática fundamental no regime da Europa medieval. Por essa dupla herança, pode-se dizer que o feudalismo é resultado do choque de dois mundos: o romano e o germânico.

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DEVERES DO VASSALO Auxílio militar e

monetário Fidelidade e conselho

DEVERES DO SUSERANO Proteção Concessão do feudo

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O poder dos senhores

O sistema feudal, com efeito, é edificado como uma pirâmide em que cada senhor é o vassalo de um senhor mais poderoso. No topo encontra-se o rei, que

procura, aliás, afastar-se cada vez mais do sistema; na base, estão os menores dos vassalos, os sub-vassalos, personagens que os romances de cavalaria apresentam como modelos de lealdade, amabilidade e sabedoria. Entre os dois extremos, há toda

uma hierarquia de grandes e pequenos barões, desde duques e condes até os

proprietários de modestos castelos. O poderio de um senhor mede-se pela extensão de suas terras, o número de vassalos e o porte de sua ou suas fortalezas.

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"(...) a própria vocação do nobre lhe proibia qualquer atividade econômica direta. Ele pertencia de corpo e alma à sua função própria: a do guerreiro. (...) Um corpo ágil e musculoso não é o bastante para fazer o cavaleiro ideal. É preciso ainda acrescentar a coragem. E é também porque proporciona a esta virtude a ocasião de se manifestar que a guerra põe tanta alegria no coração dos homens, para os quais a audácia e o desprezo da morte são, de algum modo, valores profissionais."

Bloch, Marc. A sociedade feudal.

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Sociedade: características gerais

Antes de mais nada, a sociedade do século feudal é uma sociedade cristã; para fazer parte dela, mesmo como cidadão, é necessário ser cristão. Pagãos, judeus e muçulmanos, ainda que sejam às vezes tolerados, são sempre excluídos. O Ocidente vive ao ritmo da mesma fé. Cada domínio senhorial, cada cidade, cada entidade política, participa mais da cristandade universal do que um reino determinado. Daí a intensidade das trocas, a maleabilidade das fronteiras, a ausência de nações e nacionalismo; daí também o caráter universalista, não apenas dos costumes e da cultura, mas também das estruturas sociais e mesmo das instituições.

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Um mundo rural

A Europa feudal é um mundo rural em que a riqueza repousa na terra. A sociedade é dominada pelos proprietários de latifúndios, os senhores, cujo poder é ao mesmo tempo econômico e político.

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Sociedade

A sociedade feudal estava dividida basicamente em três grupos: senhores feudais, que detinham o poder sobre as terras e o monopólio militar; o clero e camponeses. A mobilidade social é pequena, e a legitimidade da divisão era garantida pela amplamente difundida doutrina católica, que atribuía a estratificação à vontade divina.

“A razão (de ser) dos carneiros é fornecer leite e lã; a dos bois é lavrar a terra; e a dos cães é defender os carneiros e os bois dos ataques dos lobos. Se cada uma destas espécies de animais cumprir a sua missão, Deus protegê-la-á. Deste modo, fez ordens, que instituiu em vista das diversas missões a realizar neste mundo. Instituiu uns os clérigos e os monges para que rezassem pelos outros (...). Instituiu os camponeses para que eles, como fazem os bois com o seu trabalho, assegurassem a sua própria subsistência e a dos outros. A outros, por fim, os guerreiros, instituiu-os para que (...) defendessem dos inimigos, semelhantes a lobos, os que oram e os que cultivam a terra.”

Bispo Eadmer de Canterbury.

Page 49: A Idade Média

Realeza

Alta nobreza e alto clero

Nobreza média (cavaleiros, etc.)

Grupos médios (artesãos, comerciantes e lavradores ricos, profissionais liberais

Grupo intermediário (camponeses com terras, artesãos, pequenos comerciantes, etc.)

Servos, jornaleiros, etc.

Marginalizados

Separação entre privilegiados e povo

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Os camponeses

Os camponeses que usufruem de concessões dividem-se juridicamente em dois grupos: os vilões e os servos. O vilãogoza de completa liberdade pessoal; embora dependa politicamente do senhor, tem direito a circular livremente, morar onde quiser e às vezes até mudar de senhorio. O servo, ao contrário, está preso ao solo, privado de certas capacidades e sujeito a maiores encargos. Paga impostos mais pesados que os devidos pelo simples vilão; não pode testemunhar num processo contra um homem livre, entrar no clero ou beneficiar-se plenamente dos bens comunais. Sua condição, porém, é diferente da dos escravos da Antigüidade; ele goza de uma certa personalidade jurídica e pode possuir um patrimônio; o senhor, que lhe deve justiça e proteção, não pode espancá-lo, matá-lo ou vendê-lo.

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As obrigações servis ou melhor, direitos senhoriais, eram consagrados pela tradição e variavam de acordo com a região. Os principais são:

Corvéias: era prestação de serviço gratuitos nas terras do senhor além de outros serviços.

Talha: era a entrega de parte da produção do servo. Parte da colheita do servo devia ser entregue ao senhor feudal. A talha também se aplicava às criações do servo: porcos, ovelhas, aves, ettc.

Banalidades: eram taxas diversas, pagas em dinheiro ou produtos. Por exemplo, o pagamento do uso dos equipamentos do feudo como o moinho e os fornos.

As obrigações servis

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O escritor Luchaire descreve, no livro A Sociedade Francesa nos Tempos de Felipe Augusto, os direitos senhoriais, na localidade de Verson:

“Em São João (24 de junho), os camponeses de Verson, na Normandia, devem ceifar os prados do senhor e levar os frutos ao castelo. Depois, devem cuidar dos fossos. Em agosto, colheita do trigo que devem levar à granja. Eles próprios não podem recolher os seus feixes senão depois que o senhor tirou antecipadamente a sua parte. Em setembro, devem a porcagem; um porco, em oito, e dos mais bonitos. Em São Diniz (9 de outubro), pagam o censo, depois o direito de fechar o seu campo. No começo do inverno, corvéia sobre a terra senhorial, para prepará-la, semear e passar a grade. Em Santo André (30 de novembro), paga-se uma espécie de bolo. Pelo Natal, ‘galinhas boas e finas’. Depois, uma certa quantidade de cevada e trigo. Se o camponês vender a sua terra, a décima parte do preço da venda pertence ao senhor. No Domingo de Ramos deve ele a carneiragem – um certo número de carneiros – e uma nova corvéia de trabalho. Depois deve ir para a forja, ferrar os cavalos; ao bosque, cortar as árvores para o senhor e fazer a corvéia do carreto. Ainda mais: o moleiro do castelo, para moer o grão do camponês, cobra um alqueire de grão de uma certa quantidade de farinha; no forno é preciso pagar também, e o ‘forneiro’ jura que, se não tiver o seu pagamento, o pão do camponês ficará mal cozido e mal ‘virado’.”

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Os clérigos

A sociedade eclesiástica é extremamente diversificada, e suas fronteiras com o mundo dos leigos não são sempre nítidas. Clérigo é todo homem que recebeu a primeira das ordens menores; ele deve, além disso, ter sido tonsurado e vestir o longo hábito que caracteriza seu estado. É uma condição bastante imprecisa, havendo muitos graus intermediários entre as pessoas mundanas e os verdadeiros membros do clero.

Todo mundo almeja ser clérigo, pois o clericato proporciona diversos privilégios.

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Os clérigos titulares de um cargo desfrutam de bens cujos rendimentos servem para sustentá-los: são os benefícios. Há os benefícios menores (paróquias, priorados, castelanias) e os maiores (arcebispados, dioceses, abadias). Tanto na França como na Inglaterra, a Igreja é o proprietário mais rico do reino e concede, enquanto tal, parte de seus domínios àqueles que estão a seu serviço. A importância do benefício é proporcional à da função ocupada.

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A cavalariaA cavalaria é uma instituição que se implantou no sistema feudal por volta do ano 1000. No sentido estrito, cavaleiro é todo homem de armas que se submeteu aos ritos de uma cerimônia de iniciação específica: a sagração do cavaleiro. Contudo, não basta ter sido ordenado; deve-se também obedecer a certas regras e sobretudo seguir um modo de vida particular. Os cavaleiros não formam uma classe jurídica, mas uma categoria social que reúne especialistas em combate de cavalaria - o único eficaz até o final do século XIII -, e que dispõe dos meios de levar essa existência à parte, que é a vida de cavaleiro.

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O povo das cidades

As cidades geralmente não passam de aldeias ampliadas. No entanto, a partir do século XI verifica-se em todo o Ocidente um inegável crescimento urbano, em decorrência da retomada do comércio e das atividades de troca, do desenvolvimento do artesanato e de certas formas de indústria, da multiplicação das associações profissionais e municipais. As cidades passam a atrair novos contingentes de população, adquirem importância, ampliam suas muralhas.

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De um lado, nobres, comerciantes afortunados, mestres artesãos e “capitalistas”, que têm o poder político, criam e cobram impostos, possuem casas e terrenos de que retêm o aluguel. Do outro, a gente comum, pequenos artesãos, operários, biscateiros, aprendizes e miseráveis de todo tipo, que, como as tecelãs libertas por Yvain no romance Chevalier au lion, não podem senão lamentar a própria sorte:

“Haveremos sempre de tecer panos de seda e jamais estaremos mais bem vestidas. Seremos sempre pobres e nuas; teremos sempre fome e sede. Jamais ganharemos o suficiente para melhorar nossa alimentação [...]

Pois quem ganha vinte soldos por semana não consegue sair da miséria [...]

E, enquanto vivemos na penúria, aquele para quem trabalhamos enriquece às nossas custas...“.

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SOCIEDADE RURALIZADA E TRIPARTIDA[A terra é a principal fonte de riqueza e poder]

CLERO NOBREZA POVO

Serviço religiosoEnsino

Assistência aos pobres e doentes

GuerrasTorneiosCaçadas

CAMPONESESComerciantesArtesãos

Possuem terras e direitos sobre os camponeses- Cobram impostos- Aplicam a justiça

Estão ligados por relações de vassalagem

Trabalham a terraPagam renda, corvéias, talhas, banalidades

e outros impostos

Estão dependentes dos senhores

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Economia

O senhorio é o conjunto das terras sobre as quais o senhor - seja qual for sua fortuna e poder - exerce os direitos de propriedade e soberania. Representa a entidade política e econômica de base numa sociedade quase exclusivamente rural. Há senhorios de todas as dimensões e de todas as formas.

É o cenário da vida cotidiana.

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O senhorio está dividido em duas partes: as concessões e a reserva. As concessões são pequenas porções de terra arrendadas pelo senhor a camponeses, que em troca lhe devem uma parte de sua produção (paga in natura ou em dinheiro, conforme as modalidades extremamente variáveis de uma região à outra) e a prestação de serviços nas terras do senhor, a chamada corvéia (lavoura, colheita, vindima, transporte).

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A reserva é o domínio diretamente explorado pelo senhor. Ela compreende o castelo e suas dependências, terras aráveis cultivadas pelos servos domésticos ou pelos camponeses na corvéia, pastagens, bosques e rios sobre os quais todos os habitantes do senhorio possuem direitos de uso relativamente amplos.

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Sobre o conjunto das concessões e da reserva, o senhor representa a autoridade pública: ele administra a justiça, exerce os direitos de polícia, assegura a defesa militar. Somado a esse poder geral de comando, há um poder econômico decorrente de seu status de proprietário: por um lado, cobra taxas sobre todas as atividades de troca (direitos de passagem, feiras, mercados); por outro, possui certas oficinas e aparelhos de produção (forja, moinho, prensa para espremer frutos, forno), que os habitantes são obrigados a utilizar, pagando uma taxa. Esse monopólio, denominado “banalidade”.

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Castelo

Bosques

Reserva senhorial

Reserva servil

Pedágio

Moinho

IgrejaVilarejo

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O poder da Igreja

Nenhuma instituição foi tão rica, bem organizada e influente na Europa feudal quanto a Igreja Católica. Com a transformação do cristianismo em religião oficial do Império Romano, em 391, durante o reinado de Teodósio, a Igreja passou a acumular fortunas e vastos territórios. No século V, a instituição tinha uma organização hierárquica definida - com padres e sacerdotes na base da pirâmide, bispos logo acima e o papa no topo - e estava bem instalada pelo continente. Os religiosos dedicaram-se a converter os bárbaros e a promover sua integração com os romanos, ganhando prestígio e passando a assumir funções administrativas nos novos reinos.

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Além de deterem poder político e econômico, os sacerdotes formavam a elite que sabia ler e escrever e passaram a encerrar em si o monopólio do conhecimento. Não à toa, os maiores expoentes da filosofia medieval são religiosos: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. O pensamento filosófico da época foi intensamente influenciado pelo cristianismo, confundindo-se com a teologia.

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Com tanto poder nas mãos, as autoridades católicas fizeram de tudo para aumentá-lo ainda mais. Para isso, muitas vezes usavam como pretexto o suposto combate à heresia (prática contrária à doutrina da Igreja). O símbolo máximo dessa repressão foi a instauração, em 1231, dos Tribunais do Santo Oficio, ou Inquisição, que tinham poderes para julgar e condenar à morte os réus considerados infiéis.

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A intensa participação dos clérigos nas questões terrenas provocou reações de alguns cristãos, que decidiram isolar-se para viver de forma simples, sob votos de castidade e pobreza. Desse setor nasceram as ordens monásticas, cujos membros habitavam mosteiros e se dedicavam ao trabalho intelectual e à oração. A Ordem dos Beneditinos, fundada por São Bento, em 525, consolidou a estrutura dessas organizações.

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PAPA(Bispo de Roma)

DEUS

COLÉGIO CARDINALÍCIO

CÚRIA ROMANA

CARDEAIS

ABADES

PRIORES

FRADES

CLERO REGULAR

Cidade Campo

MONJAS - MONGES

CLERO SECULAR

SACERDOTES

BISPOS

ARCEBISPOS

PARÓQUIAS

DIOCESESCARDEAIS

Organização da Igreja Católica Romana

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Cisma do Oriente (1054)

O Grande Cisma do Oriente, Cisma do Oriente ou Cisma Ocidente-Oriente foi a cisão formal da unidade da igreja cristã em Igreja Católica e Igreja Ortodoxa, que tornou-se documentalmente evidente em 1054.

Cisma do Ocidente (1378-1417)

Cisão na Igreja Católica, durante a qual houve dois Papas ao mesmo tempo, um estabelecido em Roma, outro em Avinhão. Em 1409, houve até um terceiro Papa, em Pisa. O Concílio de Constança (1414) e, depois, a eleição do Papa Martinho V puseram-lhe fim.

Querela das Investiduras (1085-1122)

Disputa político-religiosa entre o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico e o Papa, envolvendo o direito de nomeação para os cargos eclesiásticos. A

disputa encerrou-se em 1122 com a Concordata de Worms que limitou o poder do imperador e afirmou o a supremacia do papado. Começava o período de supremacia do poder papal sobre o poder político dos governantes da Europa.

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Decadência do feudalismo

A partir do século XI, as invasões da Europa começaram a cessar. Além disso, a Igreja conseguiu diminuir os conflitos entre senhores feudais. A principal medida tomada nesse sentido foi a Paz de Deus: para evitar os prejuízos causados pelos embates, a Igreja proibiu os confrontos em determinados dias da semana.

A Europa entrou num período de relativa paz e segurança. A agricultura se desenvolveu, o que possibilitou um conseqüente crescimento populacional. Porém, a partir do fim do século XIII, aproximadamente, o sistema feudal deixou de dar conta da sociedade em expansão. Sobretudo após as Cruzadas, que liberaram o Mediterrâneo aos europeus, a pressão pelo aumento do comércio e pela urbanização levou, aos poucos, à substituição do feudalismo por um novo sistema econômico: o capitalismo, que se consolidaria na Idade Moderna.

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As Cruzadas

A s Cruzadas foram uma série de expedições militares comandadas pela Igreja Católica e por nobres europeus, entre o século XI e o XIII, rumo à região de Jerusalém. Formalmente, tinham um objetivo religioso: retomar a cidade - considerada sagrada pelos cristãos -, que fora dominada pelos turcos muçulmanos em 1071. Porém, suas principais motivações eram políticas e econômicas, e foi nesse último campo que as Cruzadas obtiveram maior sucesso: possibilitaram o renascimento do comércio no mar Mediterrâneo -o que contribuiria decisivamente para a crise do feudalismo na Europa.

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Motivos

No século XI, a Igreja Católica passava por crises internas. Havia sofrido forte golpe em 1054, no Cisma do Oriente, quando o alto clero de Constantinopla rejeitou a supremacia papal de Roma, dando origem à Igreja Ortodoxa. Além disso, estava travando uma disputa de poder com o Sacro Império Romano-Germânico, conhecida como Querela das Investiduras, que acabaria por restringir a atuação política do papa. Para completar, as peregrinações a Jerusalém haviam sido impedidas pelos muçulmanos, e corriam boatos de que o Santo Sepulcro tinha sido destruído. Foi então que o papa Urbano II, em seu discurso durante o Concílio de Clermont, na França, em 1096, conclamou todos os cristãos europeus a conquistar a Terra Santa. Era a oportunidade de a Igreja reafirmar seu poder.

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Deus Vult! "A vós, abençoados homens de Deus, dirijo estas palavras. E que não sejam levadas levianamente, pois são expressas pela Santa Igreja, que, pelo sagrado pacto com Nosso Senhor, é sua santíssima voz na terra. (...) Não mais levantarão as espadas entre si, ceifando vidas e pecando contra o Evangelho. Aproximem-se guerreiros abençoados.

Os que dentre vocês roubaram tornem-se agora soldados, pois a causa é suprema. Aqueles que cultivam mágoas juntem-se aos seus causadores, pois a irmandade é essencial ao objetivo. Aproximem-se os que desejam vida eterna, aproximem-se os que desejam absolvição no sagrado. (...)

Francos! A Palestina é lugar de leite e fluindo, território precioso aos olhos de Deus. Umlugar a ser conquistado e mantido apenas pela fé.

Nós apelamos às vossas espadas! Lutai contra a amaldiçoada raça que avilta a terra sagrada, Jerusalém, fértil acima de todas outras. (...)

O caminho será longo, a fé no Onipotente torná-lo-á possível e frutífero.

Que agora o exército do Deus único brade em glória sobre os Seus inimigos!”

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Para a nobreza - cuja participação seria fundamental para o sucesso da empreitada -, a idéia vinha bem a calhar. O feudalismo começava a não dar conta do aumento da produção agrícola e da população. Os senhores feudais precisavam de novas terras, e o restabelecimento do comércio com o Oriente seria uma saída para a estagnação econômica que o continente vivia.

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Os fiéis atenderam ao chamado do papa. Ainda em 1096, uma multidão de mendigos e pobres sem nenhum preparo saiu caminhando em direção a Jerusalém. Muitos morreram antes do destino final e os que chegaram foram dizimados pelos turcos. A aventura, liderada pelo pregador Pedro, o Eremita, ficou conhecida como a Cruzada dos Mendigos.

Essa, porém, ainda não era uma cruzada oficial. A primeira foi organizada naquele mesmo ano. No total, elas seriam oito e se estenderiam até meados do século XIII. As quatro primeiras foram as mais importantes.

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Consequências das Cruzadas

As Cruzadas não conseguiram o reconquistar a Terra Santa mas trouxeram muitas mudanças para a Europa.

Dinamizaram o comércio, permitiram um maior intercâmbio com o Oriente de onde vieram novos produtos agrícolas (cana-de-açúcar, arroz), técnicas de cultivo e de produção de tecidos. Os maiores beneficiados com a dinamização do comércio no mediterrâneo foram sem dúvida os italianos de Gênova e Veneza.

Enfraqueceu o feudalismo. Os fracasso militares, o endividamento e a morte de muitos nobres permitiu o avanço do poder real e o enfraquecimento dos laços de servidão.

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A intensificação do intercâmbio cultural com o Oriente (Islã e Bizâncio), além de trazer novas (e velhas) idéias para a Europa, auxiliou no “refinamento” da sociedade européia.

Houve a fundação de várias OrdensMilitares, algumas delas, como a dos Cavaleiros Teutônicos, existem ainda hoje e teve uma grande atuação no leste Europeu, seja na evangelização seja na expansão dos interesses comerciais da Liga Hanseática.

A agressão dos cristãos acirrou a rivalidade com os muçulmanos que, por sua vez, começaram a diminuir a sua tolerância em relação aos cristãos.

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Renascimento Comercial e Urbano

A reabertura do Mediterrâneo ao comércio, consolidada na Quarta Cruzada, começou a transformar a economia feudal. Estabeleceram-se rotas comerciais ligando regiões produtoras - como Flandres (onde atualmente ficam Bélgica e Holanda), famosa por sua lã - e as cidades portuárias italianas que controlavam o contato com o Oriente -Veneza e Gênova. Nos cruzamentos dessas novas rotas foram organizados centros de comércio temporários. Eram as feiras - como a de Champanhe, na França -, que reuniam mercadores de diversas partes da Europa.

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Nas entradas de muitas cidades da Liga Hanseática, estava escrito: “O ar da cidade liberta”.

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Para se protegerem de assaltos, os mercadores passaram a se estabelecer ao redor de palácios e mosteiros, formando os burgos (de onde, provavelmente, vem o termo burguês). Com o tempo, esses núcleos cresceram e ergueram novas muralhas a seu redor. Constituíam-se assim as cidades. No entanto, por viverem em áreas ainda pertencentes aos feudos, os burgueses eram obrigados a pagar impostos aos senhores. A luta pela independência urbana ficou conhecida como movimento comunal, e a emancipação era garantida pelas cartas de franquia, documento que assegurava às cidades direitos como o de cobrar impostos e organizar milícia.

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Livres da tutela feudal, as novas cidades se organizaram em ligas (ou hansas), para agilizar o comércio e congregar interesses. A mais importante foi a Liga Teutônica (ou Hanseática), que chegou a reunir mercadores de mais de 80 pólos urbanos.

Dentro das cidades, os burgueses também se organizaram em corporações, para garantir o monopólio do comércio local. As mais conhecidas foram as corporações de mercadores, ou guildas, que limitavam o comércio estrangeiro e controlavam os preços, e as corporações de ofício, que agrupavam artesãos - com o objetivo de impedir a concorrência de quem produzisse o mesmo artigo

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Na hierarquia das corporações de ofício, os mestres eram os proprietários das oficinas e donos das ferramentas. Cabia-lhes estipular salários e normas de trabalho. Abaixo deles estavam os oficiais, trabalhadores especializados remunerados, e, por último, os aprendizes, jovens sem experiência que recebiam roupas, alimento e moradia em troca de trabalho.

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“A partir do século XI, a classe artesã e a classe dos mercadores, que se haviam tornado mais numerosos e muito mais indispensáveis à vida de todos, afirmaram-se cada vez mais vigorosamente no contexto urbano, em especial a classe dos mercadores, pois a economia medieval, a partir da grande renovação desses anos decisivos, foi sempre dominada, não pelo produtor, mas pelo comerciante.”

BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal.

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Crise do feudalismo

Para comprarem os produtos vendidos nas cidades e, assim, saciarem sua fome por luxo, os senhores feudais precisaram aumentar a produção. Explorado à exaustão, o solo começou a mostrar sinais de esgotamento, o que, somado a fortes chuvas do início do século XIV, diminuiu gravemente a oferta de alimentos, causando a Grande Fome. A situação piorou entre 1348 e 1350, com a Peste Negra, uma epidemia de peste bubônica que matou cerca de um terço da população européia.

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A dizimação dos camponeses causou uma crise de mão-de-obra. Em algumas regiões, os servos foram ainda mais explorados, para manter o ritmo da produção, situação conhecida como segunda escravidão. Em outras, passaram a exigir o recebimento de salários e diminuição nos impostos. As tensões sociais levaram a uma série de revoltas camponesas em várias partes do continente. Na França, elas ficaram conhecidas como jacqueries.

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Evolução demográfica da Europa ocidental

1000 1100 1200 1300 1400 1500

Itália 5,0 5,75 7,25 10,0 7,0 10,0

Alemanha 3,5 4,0 6,0 9,0 6,5 9,0

França 6,5 7,75 10,5 16,0 11,0 15,0

Inglaterra 1,5 1,75 2,5 3,75 2,5 3,75

Espanha 4,0 4,5 5,5 7,5 5,5 6,5

Portugal 0,6 0,7 0,9 1,25 0,9 1,25

Totais 21,1 24,45 32,65 47,5 33,4 45,5

Valores arredondados, em milhões de habitantes.

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A crise do feudalismo fez com que os senhores feudais fossem lentamente perdendo poder político. Ao mesmo tempo, fortaleciam-se a burguesia e o poder real. Essa transição só se conclui a partir da Idade Moderna, com a formação das monarquias nacionais e o nascimento do capitalismo.

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Formação das monarquias nacionais

O fortalecimento dos monarcas nacionais dependia da neutralização de duas grandes forças: o universalismo, representado pela Igreja Católica, e o localismo, representado pelos senhores feudais.

Na Idade Média, o poder dos reis era descentralizado e nominal, limitado a seus próprios domínios. Os reinos estavam fragmentados, ficando os poderes nas mãos de senhores feudais. No final da Idade Média, o crescimento comercial e urbano, as mudanças nas relações de trabalho e o surgimento da burguesia levaram ao enfraquecimento do poder local dos senhores e das cidades autônomas e do poder universal da Igreja (Papa), em benefício dos reis. Iniciava-se a formação dos Estados Nacionais.

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Aliança rei e burguesia

Interessava à burguesia acabar com os obstáculos feudais ao comércio: pedágios, pesos e medidas, moedas, impostos e leis diferentes. Percebendo que a unificação do mercado nacional somente seria possível com a centralização do poder, a burguesia aliou-se ao rei, fornecendo-lhe capital. Dessa forma, o rei conseguiu força econômica e militar para vencer os senhores e a burguesia, condições favoráveis ao desenvolvimento das atividades mercantis.

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Características das Monarquias Nacionais

Os monarcas organizaram exércitos profissionais para enfrentar os senhores e uma burocracia para administrar os novos Estados. Foram definindo as fronteiras de seus reinos e estabelecendo uma legislação e uma justiça nacionais. Além disso, promoveram a unificação do mercado nacional, estabelecendo moeda e impostos nacionais e um sistema único de pesos e medidas.

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França

Na França, a formação do Estado Nacional dependeu do apoio da burguesia aos reis que, recorrendo à diplomacia e à guerra, ampliaram os domínios da Coroa e centralizaram progressivamente o poder. O processo iniciou-se sob a dinastia Capetíngia (987-1328) e completou-se com a Valois (1328-1589), que reorganizou o governo e recuperou territórios dos ingleses ao vencer a Guerra dos Cem Anos (1337-1453.

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Inglaterra

Na Inglaterra, a realeza conseguiu manter a nobreza feudal submetida e estabeleceu um poder forte. No entanto, em 1215, os senhores impuseram a Magna Carta ao rei, limitando suas atribuições ao subordiná-lo ao Grande Conselho (Parlamento), formado por nobres e depois também por burgueses. A centralização monárquica completou-se no final da Guerra das Duas Rosas (1455-1485), com a ascensão da dinastia Tudor.

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Guerra dos Cem Anos (1337-1453)

Problemas na sucessão do trono francês e a disputa pela Flandres (rica região produtora de tecidos) provocaram o longo conflito. Com a morte do rei da França, Filipe IV, não havia herdeiros do sexo masculino e o rei da Inglaterra Eduardo III (neto de Filipe IV, por parte de mãe) pretendeu o trono. Os franceses apoiaram Filipe VI de Valois (sobrinho do rei) e Eduardo III invadiu a França para fazer valer seu direito. Apesar das vitórias iniciais dos ingleses, coube aos franceses a vitória final. Destaca-se na guerra o papel da camponesa francesa Joana D’Arc, que acirrou o nacionalismo francês. Acusada de bruxaria, foi condenada à morte pelo Tribunal da Inquisição, em 1431.

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Portugal e Espanha

A centralização do poder real dependeu da Guerra de Reconquista dos territórios ibéricos ocupados pelos muçulmanos no século VIII. Partindo do reino de Astúrias, os cristãos foram formando vários reinos: Navarra, Castela, Aragão e Leão. Afonso Henriques libertou o Condado Portucalense do reino de Leão, dando origem ao reino de Portugal, no século XII. No final do século XIV, Portugal confirmou sua independência em relação a Castela com a Revolução de Avis (1383-1385), quando D. João recebeu o apoio da burguesia. A união dos demais reinos cristãos gerou a Espanha, em 1469, após o casamento entre Fernando de Aragão e Isabel de Castela — os Reis Católicos. A Reconquista concluiu-se em 1492, com a expulsão dos muçulmanos de Granada.

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A Europa no séc. XIV

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Cultura na Idade Média

Durante muito tempo, a Idade Média foi considerada um período de ignorância e superstições, tendo sido inclusive chamada de "Idade das Trevas". Realmente, nesse período, houve um declínio nas atividades artísticas, literárias e científicas. Mas, seria um exagero classificá-lo como um período de trevas.

A destruição de bibliotecas pelos bárbaros, o medo de invasões e saques, a dificuldade nas comunicações e as constantes lutas entre senhores feudais contribuíram para criar um ambiente desfavorável ao desenvolvimento das artes e ciências. Assim mesmo, a Idade Média criou obras expressivas.

Os mosteiros eram os únicos lugares onde se conservava a cultura antiga. O trabalho dos monges copistas, que passavam a vida inteira copiando obras da Antigüidade, preservou essa cultura.

O homem medieval, de modo geral, não sabia ler nem escrever. Os homens da igreja eram os mais instruídos, que controlavam todas as atividades artísticas, literárias e científicas da época.

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Visão Geral

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Literatura

A maior parte da literatura foi escrita em latim e tratava de temas religiosos. Por volta do século XII, a literatura começou a ser escrita na língua própria de cada região e se manifestou a partir de três gêneros: poesia épica, poesia lírica e romance. A primeira valorizava a coragem, a honra e a fidelidade dos cavaleiros medievais. A lírica ou trovadoresca, originária da região de Provença, no sul da França, tinha como tema principal o amor. O romance tinha como tema central o amor e também a aventura. A maior figura literária da Idade Média foi Dante Alighieri (1265-1321), natural de Florença, Itália. Dante escreveu em latim e também em italiano. Sua obra mais importante é A Divina Comédia.

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Artes e Arquitetura

A arte medieval era também essencialmente religiosa. No campo das artes destaca-se a arquitetura, com a construção de templos, igrejas, mosteiros e palácios. Na arquitetura da Idade Média prevalecem dois estilos: o românico e o gótico.

As construções em estilo românico(séculos X, XI e XII) caracterizam-se pelos arcos redondos, paredes baixas e grossas, grandes colunas, janelas pequenas e interior pouco iluminado.

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As construções em estilo gótico (final do século XII e século XIII) caracterizam-se pelos arcos em formato ogival (diversos arcos cruzados e colocados sobre colunas), janelas maiores e mais numerosas, paredes altas e interior iluminado. As janelas eram ornamentadas com belíssimos vitrais. Estes eram formados por pequenas placas de vidro colorido, unidas por chumbo, formando desenhos, como mosaicos.

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Na pintura destacam-se as miniaturas ou iluminuras, feitas para ilustrar manuscritos e os murais. Os murais eram pinturas feitas nas paredes, geralmente retratando figuras religiosas.

Na escultura utilizaram o metal, o marfim, e a pedra. Um grande número de imagens decorava o interior dos templos.

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Filosofia

Na filosofia, destacaram-se Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. A principal preocupação deles era tentar harmonizar a fé cristã com a razão. Santo Agostinho era de uma corrente filosófica denominada patrística. Já São Tomás de Aquino, conseguiu reconstruir , dentro da visão cristã, boa parte das teorias de Aristóteles.

Santo Agostinho fez a síntese da filosofia clássica com a platônica junto com a fé cristã. Segundo a teologia agostiniana, a natureza humana é por essência corrompida. A remissão estava na fé em Deus , a salvação eterna. Suas principais obras foram: Confissões e Cidade de Deus.

Essa visão pessimista em relação a natureza humana foi substituída na Baixa Idade Média por uma concepção mais otimista e empreendedora do homem, com a filosofia escolástica, que procurou harmonizar razão e fé , partindo do fato que o progresso do ser humano dependia não só da vontade divina, mas do esforço do próprio homem. Essa atitude refletia uma tendência a valorização dos atributos racionais do homem, não devendo existir conflito entre fé e razão, pois ambas auxiliavam o homem na busca do conhecimento.

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A escolástica valorizou a razão e substituiu a idéia agostiniana de predestinação pela concepção de livre arbítrio, isto é, de capacidade de escolha. Mas o clero tinha o papel de orientar moralmente e espiritualmente a sociedade , condicionando a liberdade de escolha com as vontades da igreja. Desse modo ao mesmo tempo que buscava assimilar as transformações sociais, tentava preservar os valores do mundo feudal decadente, assegurando a supremacia de sua mais poderosa instituição – a igreja.

São Tomás de Aquino ( 1225- 1274), deu aulas na universidade de Paris, foi o mais influente filósofo escolástico inspirado na tecnologia cristã e no pensamento de Aristóteles,elaborou a Suma teológica, obra em que discorreu sobre os mais diversos assuntos, como religião, economia e política. O pensamento de São Tomás constituiu um poderoso instrumento de ação do clero durante a Baixa Idade Média.

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Ciências

As ciências não se desenvolveram muito na sociedade medieval ocidental. Quase todos os estudiosos e pensadores desta época deixaram de lado as observações da natureza e a experimentação, preferindo limitar-se às obras já escritas. Os conhecimentos da Antigüidade continuaram a ser aceitos como verdades infalíveis.

Na Idade Média, a maior parte dos estudos foi dedicada à teologia e à filosofia. A primeira estuda a divindade e a segunda, a compreensão da realidade. Os clérigos, os únicos estudiosos, não tinham nenhum interesse pelo conhecimento da natureza.

"Discutir a natureza e a posição da Terra não nos auxilia em nossa esperança de vida futura", disse Santo Agostinho.

Um dos grandes nomes da ciência medieval foi o monge franciscano Roger Bacon (1214-1294), que introduziu a observação da natureza e o uso de experimentação com métodos científicos. Ele ficou conhecido como doutor Admirável, Bacon conseguiu desenvolver estudos em diversas áreas como : geografia, filosofia e física.

Page 111: A Idade Média

Os alquimistas

Em vários lugares da Europa, os alquimistas trabalhavam incansavelmente, procurando, entre outras coisas, transformar chumbo em ouro e descobrir o elixir da vida eterna.

Faziam suas experiências escondidos em torres e subterrâneos, pois eram considerados bruxos e, como tal, corriam sérios riscos de serem apanhados e levados a um tribunal da Igreja.

Do seu paciente trabalho ficou uma herança importante para a ciência: os alquimistas descobriram muitos elementos químicos e ligas metálicas. Eles foram os precursores dos químicos modernos.

Page 112: A Idade Média

UniversidadesJunto às catedrais de algumas cidades começaram a surgir, no século XII, escolas que se chamaram universidades. Pertenciam a corporações de alunos e mestres e eram dirigidas por elas, seguindo o exemplo das corporações de artesãos e mercadores.

Com as universidades, o ensino e a cultura deixaram de ser privilégio apenas dos membros da Igreja. Além disso, ampliou-se o campo de estudos com a fundação de faculdades de Teologia, Direito, Medicina, Filosofia, Literatura, Ciências e Matemática.

Graças ao desenvolvimento cultural promovido pelas universidades, as obras da Antigüidade greco-romana começaram a ser estudadas e traduzidas. Entre elas estão as obras do filósofo grego Aristóteles, que influenciaram o pensamento religioso do final da Idade Média.

Algumas delas são conhecidas até hoje como Oxford e Cambridge.

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Inovações técnicas

A sociedade medieval conheceu importantes inovações técnicas, principalmente entre os séculos VII e X. Foi nesse período que se inventou a charrua (arado pesado de ferro) e o sistema de rotação de culturas em três campos. Desenvolveram-se novos métodos de atrelar os animais e a integração entre a agricultura e a criação de gado, que possibilitava a adubação das terras com o esterco dos animais. Além disso, difundiu-se o uso dos moinhos de água (já conhecidos na Antigüidade Oriental, mas

até então não utilizados na Europa) para moagem de grãos como o trigo e a cevada e para outros fins. Também o moinho de vento foi aperfeiçoado, de modo que as pás se movessem aproveitando o vento de qualquer direção.

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A partir do século X, desenvolveu-se ainda a extração mineral, devido à necessidade de pedras para a construção (castelos) e de metais para a fabricação de armas e instrumentos agrícolas.

Como resultado desse grande desenvolvimento técnico, houve em toda a Europa, a partir do século X, um aumento da produção acompanhado de um progressivo aumento populacional.

Também houve o aperfeiçoamento na navegação, com a utilização da bússola, dos mapas de navegação, do astrolábio além de outros instrumentos.

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Escolas existentes antes de 1200 logo transformadas em universidadesUniversidades fundadas no século XIIIUniversidades fundadas na primeira metade do século XIV

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ECONOMIA SOCIEDADE CULTURAPOLÍTICA

Teocêntrica (forte influência da Igreja); arte românica

Poder local; poder real limitado pela nobreza e pelo alto clero

Divisão estamental (nobreza, clero, povo)

Agrícola, de subsistência, manufaturas caseiras

ALTA IDADE MÉDIA

Ressurgem as cidades: centros econômicos; aumento da produção; revitalização do comércio

Nas cidades, os comerciantes (burguesia), ganha espaço.Perdas demográficas: fome, peste, guerras

Fortalecimento progressivo dos reis.

Heresias e movimentos reformistas na Igreja; universidades; gótico

BAIXA IDADE MÉDIA

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A Baixa Idade Média e a Crise do Feudalismo

Caracteriza-se por...

MUDANÇAS POLÍTICAS

EXPANSÃO EXTERNA

RENASCIMENTO DAS CIDADES

Dois momentos...

CRESCIMENTO(séc. XII-XIII)

CRISE(séc. XIV)

Aumento do poder real

Cruzadas Aumento do comércio oriente-ocidente

Centros de atividade econômica Centros de atividade cultural

CAUSASMás colheitas Peste Negra

CONSEQÜÊNCIAS Diminuição da população Crise de valores

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