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IRMÃS MAÇOM E A RESISTÊNCIA FRANCESA DURANTE A II GUERRA MUNDIAL

A maçonaria na resistência francesa na segunda guerra mundial

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IRMÃS MAÇOM E A RESISTÊNCIA

FRANCESA DURANTE A II

GUERRA MUNDIAL

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IRMÃS MAÇOM E A RESISTÊNCIA FRANCESA DURANTE A II GUERRA MUNDIAL

As mulheres e a Resistência ao Nazismo

As mulheres tiveram papel importante em várias atividades da resistência ao nazismo. Este foi o caso das mulheres que, previamente à guerra, eram membros de movimentos juvenis socialistas, comunistas ou sionistas. Na Polônia, as mulheres serviam como mensageiras que levavam informações para os guetos. Muitas mulheres conseguiram escapar escondendo-se nas florestas no leste da Polônia e da União Soviética, e servindo nas unidades armadas dos partisans. Na resistência francesa, da qual muitas judias participaram, a atuação das mulheres não foi menos importante. Sophie Scholl, uma estudante alemã da universidade de Munique, e membro do grupo de resistência White Rose, foi presa e executada em fevereiro de 1943 por divulgar propaganda antinazista. 

Algumas mulheres lideraram ou integraram organizações de resistência dentro dos guetos. Entre elas estava Haika Grosman, de Bialystok. Outras se engajaram na resistência dentro dos próprios campos de concentração, como em Auschwitz I, onde cinco judias que haviam sido colocadas para trabalhar na separação de munição na fábrica “Vistula-Union-Metal”--Ala Gertner, Regina Safirsztajn (também conhecida como Safir), Ester Wajcblum, Roza Robota, e uma mulher não identificada, possivelmente Fejga Segal—forneceram a pólvora que foi usada para explodir uma câmara de gás e matar vários homens das SS durante um levante de membros do Sonderkommando (Grupo Especial) judeu naquele campo, em de outubro de 1944. 

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Outras mulheres participaram ativamente das operações de resgate e socorro aos judeus na parte da Europa ocupada pelos alemães. Entre elas estavam as judias Hannah Szenes, pára-quedista, e a ativista sionista, Gisi Fleischmann: Szenes, que vivia na área do Mandato Britânico na Palestina, saltou de páraquedas na Hungria, em 1944, para ajudar os judeus, mas terminou sendo barbaramente torturada pelos alemães; e Fleischmann era a líder do grupo ativista Pracovna Skupina, Grupo de Trabalho, que operava dentro do Conselho Judaico de Bratislava, e que tentou deter a deportação de judeus da Eslováquia.Milhões de mulheres foram perseguidas e assassinadas durante o Holocausto. No entanto, para todos os efeitos, foi o enquadramento na hierarquia racista do nazismo ou a postura religiosa ou política dessas mulheres que as tornaram alvos, e não o seu sexo.

A Maçonaria Feminina e a Resistencia FrancesaA União Maçónica Feminina de França é formada em 1935 e é originada pelas Lojas de Adoção (1): Loja Jerusalém de Adoção (criada pela R L Nova Jerusalem então saída da Grande Loja Simbolica ∴ ∴Escocesa, uma dissidência da Grande Loja Nacional de França que entra depois na Grande Loja de França); Libre Examen, Babeuf e Condorcet em Saint-Quentin; Olivier Écossais no Havre; e Union et Bienfaisance, General Peigné, Minerve, Philosophie Sociale, Thébah (em 1935) em Paris (estas criadas pela Grande Loja de França). No todo estas contavam com trezentas Irmãs em 1935.

Esta criação deve-se à decisão tomada pela Grande Loja de França no seu Convento em 1935 de dar às Lojas de Adoção Femininas a "mais completa autonomia", esta decisão referia que, "o Convento confia nas Irmãs para que estas tomem o seu nobre e orgulhoso lugar na maçonaria feminina ao lado da maçonaria masculina em plena igualdade", esta decisão deu a estas lojas a autonomia completa e veio com o concelho para que estas criassem uma Obediência feminina, mas foi tomada sem as consultar e depois da Grande Loja Unida de Inglaterra proclamar de que não reconheceria internacionalmente a Grande Loja de França, tendo este fato, o de existirem Lojas de Adoção no seio da Grande Loja, o único motivo alegado para a não ortogração (seria antes a continuação deste pois estes eram originários da UGLE) do reconhecimento.

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As irmãs depois desta decisão e porque não se encontravam preparadas para este passo quiseram manter o status quo. Não o conseguindo, começaram a organizar-se, realizando um congresso em que fundaram a União Maçónica Feminina de França em que elegeram um Grande Secretariado de cinco membros e uma primeira presidente, Anne-Marie Pedeneau-Gentily, a mesma foi reeleita para a presidencia dos congressos realizados em 1936 e 1937.Dessas sobreviveram noventa e uma à ocupação alemã, pois a totalidade das trezentas referidas foram da resistência francesa e participaram em inúmeras operações, sendo que dezenas foram fuziladas ou sumariamente executadas por estas actividades e outras socumbiram às torturas do invasor ou nas prisões.Se em março de 1944 o Conselho nacional da Resistência (CNR) não menciona o voto das mulheres nos seus programas de renovação, já o general de Gaulle assina em Alger, a 21 de abril de 1944, uma ordem declarando as mulheres eleitoras e elegíveis sob as mesmas condições que os homens: o papel emancipador das resistentes é portanto reconhecido. 

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e depois de restituída a liberdade à França, as irmãs que sobreviveram refundam a União Maçónica Feminina de França em 21 de Outubro de 1945, mas depois dessa refundação, ainda houve uma tentativa de se reintegrarem na Grande Loja de França, mas a Grande Loja Unida de Inglaterra insistia em 1946 em não reconhecer a Grande Loja de França pelos mesmos motivos alegados em 1935. 

Assim das nove Lojas Simbólicas existentes em 1935 mantiveram-se na cladestinidade cinco, são elas a saber, Nouvelle Jerusalem (que proveio de várias), a Libre Examen, a General Peigné, Minerve e Thébah, sendo que a R L General Paingné mais tarde abateu colunas. Com a criação da Grande Loja Feminina ∴ ∴de França em 1952 com as quatro que sobram, com mais a R L Athéna (que é criada em 1948 a ∴ ∴Oriente de Toulouse), levanta colunas esta nova Obediência Maçônica. Embora na realidade a decisão da fundação da Grande Loja Feminina de França é tomada no Convento de 30 de Outubro de 1945, mas a Grande Loja só levanta colunas e é criada em 22 de Setembro de 1952 (devido às tentativas frustradas e já referidas de reintegração na Grande Loja de França). 

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Com o levantamento de colunas da Grande Loja Feminina de França é extinta a União Maçónica Feminina de França. Em 1952, a Union Maçonnique Féminine de France se convirtió oficialmente na Grande Loge Féminine de France, adoptando o Rito Escocés Antigo e Aceito em 1959.

Irmãs Maçons que participaram da Resistência Francesa contra o Regime NazistaFabienne L'Echarpe (1898-1994)Foi iniciada na Maçonaria em 11 de janeiro de 1924, na Loja Nova Jerusalém. Participou da fundação de inúmeras Lojas. Foi Grã Mestre entre 1958 e 1965. Engajou-se a Resistencia Francesa. Foi grande defensora dos direitoshumanos.

Marcelle Chébroux (1898-1981)Iniciou em 1932, na Loja Nova Jerusalém. Mais tarde foi Venerável Mestra. Entrou para a resistência Francesa em 1940. Fez parte das milícias da Resistencia em 1944. Por suas ações foi condecorada com a Legião de Honra.

Giberte Arcambal (1901-1993)Iniciou a Loja La Nouvelle Jérusalem em 1955. Mais tarde foi Venerável Mestra e Grã Mestre em 1969. Após o seu marido ter sido deportado e morto, ela entrou para a Resistencia. Recebeu a Legião de Honra. Como jornalista colaborou com o Journal du Centre et à Match.

 Roberto Aguilar M. S. Silva, M.M. A.'.R.'.L.'.S.'. Sentinela da Fronteira, n°53, Corumbá, MS (Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul) - Brasil NOTAS:(1) Lojas de Adoção são lojas femininas, assim chamadas porque eram adotadas por uma Loja masculina, funcionando sob a égide desta.

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 BIBLIOGRAFIA:GRANDE LOGE FÉMININE DE FRANCE. Francs-Maçonnes Célèbres.http://www.glff.org/internet/fr/celebresphist.htm WIKIPEDIA. União Maçónica Feminina de França.http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Ma%C3%A7%C3%B3nica_Feminina_de_Fran%C3%A7aWIKIPEDIA. Gran Logia Femenina de Franciahttp://es.wikipedia.org/wiki/Gran_Logia_Femenina_de_Francia 

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A Maçonaria na Resistência francesa na Segunda Guerra Mundial

O papel da Maçonaria na Resistência francesa na Segunda Guerra MundialDenis Lefebvre – Paris – Revista História-Abril 2012 – Tradução José A. FilardoTudo começa pela lei de 13 de Agosto de 1940, que trazia a proibição das “sociedades secretas”. Ninguém se engane: por trás destas palavras é a maçonaria que é o alvo. E ela somente. No fundo, os funcionários se viram na obrigação de assinar uma declaração por sua honra de jamais ter pertencido a uma associação secreta ou de ter rompido toda conexão com ela. Depois de 19 de Agosto, um decreto constatava a “nulidade” do Grande Oriente de França e da Grande loja de França. Somente no início de 1941 que são, à sua vez, visadas a Grande Loja Nacional independente, a Federação Francesa Droit Humain, a Sociedade Teosófica… obediências que sido esquecidas em 1940!Em Agosto de 1941, foi promulgada uma lei ordenando a publicação no Diário Oficial dos nomes dos antigos dignitários. Neste mesmo texto, aplicava-se a eles a interdição “de exercer funções públicas e mandatos enumerados no artigo 2 da lei de 2 de junho de 1941, passando a ter o status de judeus.” Avaliza-se assim oficialmente a noção do “complô judaico-maçônico”; perto de 3.000 funcionários perdem seus empregos, a noção de “dignitários” se estende aos maçons que ocupavam cargos no seio de suas lojas, ou seja, no seio da estrutura maçônica de base: 18.000 nomes são publicados. Os franceses descobrem que são irmãos fustigados desde décadas, com fama de dirigirem a França: poucos dos poderosos, cidadãos como tantos outros, carteiros, comerciantes, nenhum deles judeus, muito longe disso. Enfim, um reflexo da sociedade.Muitos franceses se interrogam, ao ponto de que os anti-maçons devem se justificar quando eles escrevem em 1941 em uma de suas publicações: “Não se trada do valor dos homens, mas da superioridade de sua organização que devemos pesquisar os principais motivos para a força maçônica”.

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Este quadro legislativo e realçado por um trabalho em profundidade dentro da sociedade. A ação engajada é multiforme. Os serviços de Vichy e das forças de ocupação colocaram a mão, a partir do verão de 1940, sobre um tesouro extraordinário: os arquivos das obediências francesas e seus documentos mais recentes. Diversos serviços dotados de pessoal e meios financeiros consequentes administram o patrimônio, os classificam e os utilizam. Com muitos objetivos: alguns atacam a história da maçonaria para demonstrar sua influência perniciosa sobre a sociedade; outros estabelecem as fichas de maçons, mortos ou vivos; outros publicam livros ou lançam filmes em cinema como, por exemplo, Forças Ocultas em 1943.Outros ainda conduzem operações policiais com a finalidade de ajudar o governo de Vichy em sua caça aos funcionários maçons; de verificar suas declarações; de confrontá-las com os arquivos. Eles realmente deixaram a maçonaria e quando? Esta tarefa é conduzida em todo o território pelo Serviço Especial das associações dissolvidas dirigido por Georges Moerschel. Um serviço que em dezembro de 1943 agrupa 23 pessoas. Inquéritos, audiências, interrogatórios, perseguições: nada lhe falta. Os arquivos do Grande Oriente conservaram os dossiês montados durante quatro anos. Eles são edificantes, ao mesmo tempo ricos e pobres, mas reveladores do trabalho efetuado. Para cada pessoa interrogada (forem antigos parlamentares ou cidadãos comuns) encontra-se uma ata da audiência, uma declaração complementar do interessado e, frequentemente, uma lista de documentos ou de material maçônico apreendido em seu domicílio e enviado “às autoridades de Ocupação”.Alguns deles – examinando as atas – fingiam ter esquecido tudo e quando perguntados sobre os nomes dos maçons que eles conheciam, citavam apenas os mortos. Outros se recusavam a responder. E uma maioria absoluta, este documentos mostram uma grande dignidade da parte das pessoas interrogadas. Mas percebe-se que eles sabem que suas declarações serão confrontadas às de outros.Encontram-se também nestes cartões os relatórios redigidos depois de vigilâncias a pé ou de domicílios. Eles são muito numerosos e se referem, sobretudo aos dignitários conhecidos: o objetivo é saber se eles estão em uma ação de resistência.

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O dossiê do industrial Louis Villard, antigo secretário do Conselho da Ordem do Grande Oriente é, neste particular, edificante: ele é seguido quase permanentemente até o verão de 1942 pelo menos, e seu domicilio foi invadido pelo menos seis vezes. A cada dia, um relato manuscrito era redigido. Cada pessoa que ele encontrava era, ela mesma, objeto de vigilância e anotação. Outros, além dele, se “beneficiarão” das mesmas medidas.O objetivo desses inquéritos era certamente vigiar e verificar as declarações de uns e de outros sobre seu investimento real na maçonaria, medir suas redes no seio da “família maçônica”. Mas, também criar pressões sobre os maçons… para os impedir de entrar na Resistência.Sim, porque resistência havia. Resistência maçônica? A pergunta merece ser feita. É, realmente, difícil estabelecer as razões da entrada de maçons, homens e mulheres, na ação clandestina. Será que eles fizeram esta escolha aplicando os princípios fundamentais da maçonaria: liberdade e justiça, em particular? Muitos deles (e sem dúvida a totalidade) estão também animados por uma rejeição da ditadura, do fascismo, do racismo, das ideologias totalitárias, da colaboração de Vichy. Eles são patriotas e republicanos. Com frequência também, eles são militantes engajados na vida da cidade, em um sindicato ou partido. Eles podem ser contatados por um maçom, uma camarada, um membro de sua família, um amigo, um vizinho.Alguns exemplos permitem medir a complexidade do problema. Por que na Martinica, o irmão Maurice des Êtages, um notável local, conselheiro geral socialista, em dissidência dos jovens martinicenses? Por que, a partir de 1940, o governador do Chad, Félix Éboue, socialista e maçom, se junta à France Libre? Em Pas-de-Calais, como analisar a decisão de um Guy Mollet, que entra para a OCM, organização civil e militar? Ele é, ao mesmo tempo, socialista, sindicalistas, professor e maçom… O engajamento maçônico é um elemento de explicação de suas escolhas, mas não exclusivamente.Por que recrutar os maçons? Eles cultivam a discrição (o “segredo”, diriam alguns), sabem se calar. Este é um dos ensinamentos do trabalho em loja. A priori, eles podem ser confiáveis. Outro elemento é determinante: a composição sociológica das lojas faz com que eles sejam capazes de coletar informações em todos os níveis da sociedade.Alguns dos “pluralistas” da militância entram, assim, para a Resistência. A escolha da rede não tem a mínima importância: o essencial é agir, de combater na COM, de liberação no Franc-Tireur.

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Nos movimentos nacionais ou locais, que eles criam ou animam: no Norte, com a Voz do Norte, na zona costeira do Languedoc-Rousillon com o Cotre. Eles estão presentes nas ferrovias (o grupo Maximilien-Fer é uma criação dos irmãos) na polícia (uma presença muito forte no seio da Honneur de la Police), nos Correios e Telégrafos. Em Paris, e também na província: em Limoges, os chefes de três movimentos que estruturam o Exército secreto são irmãos.Certamente, existe também uma ação resistente especificamente maçônica. A partir de setembro de 1940, os irmãos de uma loja de Saint-Germain-em-Laye se encarregam das atividades de coleta de informações em ligação, em um primeiro momento, com o Serviço de Inteligência britânico, e depois com um movimento francês, o da Liberation. É preciso citar Patriam Recuperare, ao mesmo tempo loja e rede de Resistência, estrutura original criada no outono de 1940 que reunia irmãos e posteriormente profanos por espaços em diferentes níveis. Tudo se interpenetra aqui: manter o espírito maçônico e unir as lojas clandestinas através da França; constituir um comitê de ação maçônica para preparar a resistência oficial ao final da guerra: resistir ajudando os judeus, escondendo paraquedistas, organizando os esquemas de evasão.Por vezes, também, se eles criam um movimento, os maçons se abrem para o exterior, reunindo à sua ação os não maçons, e não hesitam em se voltar para outras estruturas para que a ação seja ainda mais eficiente. NO final de 1940, cinco irmãos de Saint-Etienne e um profano criam um pequeno grupo que se junta ao movimento Coq Enchainé, antes de migrar para o Liberation, com múltiplas atividades: divulgação de jornais, fabricação de carteiras de identidade falsas, ocultação de resistentes e de judeus, etc. Este Coq Enchainé também recruta entre os maçons de Lyon e no meio da esquerda política e sindical. Em suas publicações, ele defende a República e o secularismo… Referências à maçonaria?Tudo isso tem um preço e os maçons vão pagar um pesado tributo. Depois da guerra, as listas serão estabelecidas, para cada obediência, mas elas rapidamente se revelam incompletas e os próprios maçons listados pelos jornais nãos estão preocupados em voltar ao passado. Admite-se comumente que 700 irmãos e irmãs morreram durante este período, sejam mortos em combate, seja diretamente em consequência de suas atividades de resistência, seja nos campos de concentração.Ah, os campos… aqui ou lá, fala-se de lojas maçônicas nos campos de prisioneiros e de concentração… O que pensar disso? Em sua obra A Maçonaria sob a Ocupação, André Combes consagrou um capítulo a esta questão onde ele constata: “nos campos de prisioneiros ou de concentração, maçons reconheciam-se por vezes como tal, mas dispomos apenas de informações imprecisas sobre os contatos que eles puderam nutrir e sobre as lojas clandestinas.”.

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Ele cita, entretanto, alguns exemplos: uma loja em Berlim em 1943, outra em oflag em Westphalien, outra – iniciativa do tenente coronel Machet, “instalada” em Nienburg am Weser, e depois transferida para Colditz e em Lubeck. Admite-se que um grupo maçônico funcionou em Auschwitz e que os irmãos reuniam-se em Orianemburg, mas esta história nunca foi escrita.Em Buchenwald, na falta da constituição de uma loja, os maços deportados estiveram presentes, e mesmo aceitos nesta condição pelo Comitê de Defesa de interesses franceses, enquanto um comitê maçônico foi constituído. É igualmente um maçom, Constantin Buron, que compões no campo O Canto dos Deportados Franceses. Os maçons se reuniam algumas vezes. Não existindo templo, eles desenhavam um retângulo no solo, no interior do qual eles se sentavam.O que se segue é conhecido. A maçonaria retoma uma atividade legal na metrópole em 1944… mas o essencial foi feito em dezembro de 1943 por Charles de Gaulle em Alger, depois de um pedido dos irmãos. Interrogado, o chefe do France Libre declara: “Nós nunca reconhecemos a lei de Vichy, em consequência, a maçonaria nunca cessou de existir na França.” Segue-se uma portaria contendo a anulação da dissolução das associações ditas secretas.A maçonaria sai bem enfraquecida destes quatro anos de guerra. Falta-lhe recuperar seus bens dispersos por toda a França. Sobretudo, falta-lhe reinstalar-se em uma vida normal, fazer retornar a ela seus membros dispersos. Com relação a isso, a situação de seus membros parecia trágica. Para se limitar ao Grande Oriente, segundo os números disponíveis, a obediência da Rue Cadet não reagrupou mais que entre 5.000 e 7.000 irmãos – contra 28.000 em 1938 – dos quais a maioria tinha mais de 60 anos de idade. Soma-se a isso uma crise moral, que se precisava assimilar, pois ela percebeu que sua existência podia ser ameaçada: Pétain e o regime de Vichy tinham falhado em consegui-lo, mas foi por bem pouco. Ela também pode medir quanto era odiada por uma parte da população, ela que entendia estar trabalhando pelo bem da Humanidade. Integrando todos estes elementos, profundamente traumatizada, ela se volta para si mesma, por longos anos a fim de se reconstruir.

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Declarando DireitosIndependência

Norte-Americana e Revolução francesa

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O ato de DeclararÉ muito diferente de pedir, suplicar ou requerer

reconhecimento. (Bill of Rigths, Petition of Rigths, etc.)

Magna Carta (1215) aparece apenas “João, pela graça de Deus rei da Inglaterra (...)” A Magna Carta um contrato medieval sem a noção de

autodeterminação. Petição de Direitos (1628) “Os lordes espirituais e temporais e os comuns, reunidos em parlamento,

humildemente lembram ao rei”

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Bill of rights (1689) “A esta petição de seus direitos fomos estimulados, particularmente, pela declaração de S. A. o Príncipe de Orange (depois Guilherme III), que levará a termo a liberdade do

país, que se acha tão adiantada, e esperamos que não permitirá sejam desconhecidos os direitos

que acabamos de recordar, nem que se reproduzam os atentados contra a sua religião,

direitos e liberdades”

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Lynn Hunt Explica: Mas afinal o que é declarar?

“A ação de afirmar, dizer, apresentar ou anunciar aberta, explícita o u formalmente; afirmação ou asserção positiva; uma asserção, anúncio ou proclamação em termos enfáticos, solenes ou

legais. [...] Uma proclamação ou afirmação pública incorporada num documento,

instrumento ou ato público. — Oxford English Dictionary, 2a ed. eletrônica.”

“A história da palavra"declaração" fornece uma primeira indicação da mudança na soberania.”

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“Em 1776 e 1789, as palavras "carta", "petição" e"bill" pareciam inadequadas para a tarefa de

garantir os direitos (o mesmo seria verdade em 1948). "Petição" e "bill" implicavam um pedido ou

apelo a um poder superior (um bill era originalmente "uma petição ao soberano"), e "carta" significava frequentemente um antigo

documento ou escritura. "Declaração" tinha um ar menos mofado e submisso. Além disso, ao contrário de "petição", "bill" ou até "carta",

"declaração" podia significar a intenção de se apoderar da soberania. Jefferson, portanto,

começou a Declaração de Independência com a seguinte explicação da necessidade de declará-la:”

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Texto da Declaração de independência americana"Quando, no Curso dos acontecimentos humanos, torna-se necessário que um povo dissolva os laços

políticos que o ligam a outro e assuma entre as potências da terra a posição separada e igual a que

lhe dão direito as Leis da Natureza e do Deus da Natureza, um respeito decente pelas opiniões da

humanidade requer que ele declare [minha ênfase] as causas que o impelem à separação".

Uma expressão de "respeito decente" não podia obscurecer o ponto principal: as colônias estavam

se declarando um Estado separado e igual e se apoderando de sua própria soberania.

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Declarações de Direitos – Jusnaturalismo na Prática

Declaração norte-americana. - Tom universalista

- Carater natural dos direitos- Virada da Soberania Real para a soberania

popular. Vamos observar alguns pontos em destaque no texto da declaração de direitos da Virginia

(1776)!

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Independência Norte-AmericanaDeclaração de Direitos da Virginia (1776)

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"Declaração dos Direitos da Virgínia (Dos direitos que nos devem pertencer a nós e à nossa

posteridade, e que devem ser considerados como o fundamento e a base do governo, feito pelos

representantes do bom povo da Virgínia, reunidos em plena e livre convenção.)

Williamsburg, 12 de Junho de 1776.Artigo 1° - Todos os homens nascem igualmente livres e independentes, têm direitos certos, essenciais e naturais dos quais não podem, pôr nenhum contrato, privar nem

despojar sua posteridade: tais são o direito de gozar a vida e a liberdade com os meios de adquirir e possuir

propriedades, de procurar obter a felicidade e a segurança.REPRESENTANTES DO POVO – ROUSSEAU

VONTADE GERAL

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Artigo 2° - Toda a autoridade pertence ao povo e por

consequência dela se emana; os magistrados são os seus

mandatários, seus servidores, responsáveis perante ele em

qualquer tempo.SOBERANIA POPULAR

NOVA FONTE DE PODER

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Artigo 3° - O governo é ou deve ser instituído para o bem comum, para a proteção e segurança do povo, da nação ou

da comunidade. Dos métodos ou formas, o melhor será que se possa garantir, no mais alto grau, a felicidade e a

segurança e o que mais realmente resguarde contra o perigo de má administração.

Todas as vezes que um governo seja incapaz de preencher essa finalidade, ou lhe seja contrário, a maioria da comunidade tem o direito indubitável, inalienável e

imprescritível de reformar, mudar ou abolir da maneira que julgar mais própria a proporcionar o benefício público.

BEM COMUM – FELICIDADE – (INFLUÊNCIA DO ROMANTISMO E DO ARISTOTELISMO)

DIREITO NATURAL DE AUTODETERMINAÇÃO POLÍTICA

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Artigo 4° - Nenhum homem e nenhum colégio ou associação de homens poder ter outros títulos para

obter vantagens ou prestígios, particulares, exclusivos e distintos dos da comunidade, a não ser em

consideração de serviços prestados ao público, e a este título, não serão nem transmissíveis aos descendentes

nem hereditários, a idéia de que um homem nasça magistrado, legislador, ou juiz, é absurda e contrária à

natureza.FUNÇÕES PÚBLICAS – ACESSO UNIVERSAL À

ADMINISTRAÇÃO ESTATAL

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Artigo 5° - O poder legislativo e o poder executivo do estado devem ser distintos e separados da

autoridade judiciária; e a fim de que também eles de suportar os encargos do povo e deles participar

possa ser reprimido todo o desejo de opressão dos membros dos dois primeiros devem estes em tempo determinado, voltar a vida privada, reentrar no corpo

da comunidade de onde foram originariamente tirados; os lugares vagos deverão ser preenchidos

pôr eleições, freqüentes, certas e regulares.SEPARAÇÃO DE PODERES

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Artigo 6° - As eleições dos membros que devem representar o povo nas assembléias serão livres; e todo

indivíduo que demonstre interesse permanente e o consequente zelo pelo bem geral da comunidade tem

direito geral ao sufrágio. Artigo 7° - Nenhuma parte da propriedade de um vassalo pode ser tomada, nem empregada para uso público, sem seu próprio consentimento, ou de seus representantes

legítimos; e o povo só está obrigado pelas leis, da forma pôr ele consentida para o bem comum.

Artigo 8° - Todo o poder de deferir as leis ou de embaraçar a sua execução, qualquer que seja a

autoridade, sem o seu consentimento dos representantes do povo, é um atentado aos seus direitos e não tem

cabimento.

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Artigo 9° - Todas as leis tem efeito retroativo, feitas para punir delitos anteriores a sua existência, são opressivas, e

é necessário, evitar decretá-las.Artigo 10° - Em todos os processos pôr crimes capitais ou outros, todo indivíduo tem o direito de indagar da causa e da natureza da acusação que lhe é intentada, tem de ser

acareado com os seus acusadores e com as testemunhas; de apresentar ou requerer a apresentação de testemunhas

e de tudo que for a seu favor, de exigir processo rápido pôr um júri imparcial e de sua circunvizinhança, sem o

consentimento unânime do qual ele não poderá ser declarado culpado. Não pode ser forçado a produzir

provas contra si próprio; e nenhum indivíduo pode ser privado de sua liberdade, a não ser pôr um julgamento dos

seus pares, em virtude da lei do país.

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Artigo 11° - Não devem ser exigidas cauções excessivas, nem impostas multas demasiadamente fortes,

nem aplicadas penas cruéis e desusadas. Artigo 12° - Todas as ordens de prisão são vexatórias e opressivas se forem expedidas sem provas suficientes e se a ordem ou requisição nelas transmitidas a um oficial ou a um mensageiro do Estado, para efetuar buscas em

lugares suspeitos, deter uma ou várias pessoas, ou tomar seus bens, não contiver uma indicação e uma descrição

especiais dos lugares, das pessoas ou das coisas que dela forem objeto; semelhantes ordens jamais devem ser

concedidas. Artigo 13° - Nas causas que interessem à propriedade

ou os negócios pessoais, a antiga forma de processo pôr jurados é preferível a qualquer outra, e deve ser

considerada como sagrada.

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Artigo 14° - A liberdade de imprensa é um dos mais fortes baluartes da liberdade do Estado e só pode ser

restringida pelos governos despóticos. Artigo 15° - Uma milícia disciplinada, tirada da massa do

povo e habituada à guerra, é a defesa própria, natural e segura de um Estado livre; os exércitos permanentes em tempo de paz devem ser evitados como perigosos para a liberdade; em todo o caso, o militar deve ser mantido em uma subordinação rigorosa à autoridade civil e sempre

governado por ela. Artigo 16° - O povo tem direito a um governo uniforme;

deste modo não deve legitimamente ser instituído nem organizado nenhum governo separado, nem independente

do da Virgínia, nos limites do Estado.

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Artigo 17° - Um povo não pode conservar um governo livre e a felicidade da liberdade, a não ser pela adesão firme e

constante às regras da justiça, da moderação, da temperança, de economia e da virtude e pelo apelo

freqüente aos seus princípios fundamentais. Artigo 18° - A religião ou o culto devido ao Criador, e a

maneira de se desobrigar dele, devem ser dirigidos unicamente pela razão e pela convicção, e jamais pela

força e pela violência, donde se segue que todo homem deve gozar de inteira liberdade na forma do culto ditado

pôr sua consciência e também da mais completa liberdade na forma do culto ditado pela consciência, e não deve ser embaraçado nem punido pelo magistrado, a menos, que,

sob pretexto de religião, ele perturbe a paz ou a segurança da sociedade. É dever recíproco de todos os cidadãos

praticar a tolerância cristã, o amor à caridade uns com os outros.

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Richard PriceObservations on the Nature of Civil Liberty, the Principies of Government, and the Justice and Policy of the War with America. (1776) 15 ediçõesApoio aos colonos Americanos

"princípios gerais da Liberdade Civil", isto é, no "que a razão, a equidade e os direitos da

humanidade propiciam“

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A Revolução francesa e o

Direito

La Liberté Guidant Le Peuple Eugène Delacroix (1830)Revolução de 1830

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Qual foi a causa da Revolução Francesa? (1º grande debate da História)

- Idéias Iluministas x Fofocas?- Crise econômica x Interesses

Econômicos?- Crise política x Reconfiguração de

poder?- Fome?

- Medo? Rumores?

Tudo ao mesmo tempo!?

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Antecedentes Um mundo MENOR

* Mundo menor – Pouco conhecido

* Mundo prático - difícil deslocamento (cidades portuárias eram mais acessíveis)

* Menor em termos de estatura – média menor que 1,50 no censo do exército francês de napoleão

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* Maioria da população Asiática * Maioria das cidades eram pequenas (menos de 1 milhão em londres, Paris meio milhão e mais vinte cidades em toda a Europa que chegavam no máximo a 100 mil habitantes)* Mundo era essencialmente rural e com problemas de distribuição de terra (sistema de produção excessivamente lento para o capitalismo emergente)* Monarquias absolutistas predominavam na Europa

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Paris, no final do século XVIII, já era uma grande cidade, bastante movimentada, como se observa nesta gravura que retrata a rua Saint-Denis.

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"era da revolução democrática"

MODELO ECONÔMICO Grã-Bretanha (Inglaterra)

MODELO CULTURAL França modelo ideológico - o vocabulário e os temas da política liberal e radical-democrática para a maior parte do mundo

Revolução Francesa repercussão internacional

(ao contrário) Revolução americana foi crucial na história americana mas pouco relevante em outras partes do mundo.

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Por que REVOLUÇÕES BURGUESAS?"burguesia" liberalismo clássico

(desenvolvimento capitalismo)

Declarações (Indep. NA e DDHC) tem cunho liberal.

Contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres

Não são manifestos a favor de uma sociedade totalmente democrática e igualitária.

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4 FACES DA CRISE

CRISE ECONÔMICA - Camponeses falta de terras / terras insuficientes / atraso técnico dominante- fome geral + aumento da população + aumento de preços (inflação) devido a exploração de minérios (ouro, prata) - Tributos alcançavam maior proporção da renda do camponês - Maioria sofria no tempo e colheitas ruins.- Nos 20 anos precedentes a revolução a situação dos camponeses piora muito.

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CRISE DA FEUDALIDADE - (imposto senhorial) - 30% do território francês pertencia a nobresDe 6% a 10 % a Igreja – justiça monopolizada (Inglaterra já teria outro modelo baseado na ascensão da burguesia) - Sociedade repartida em 3 partes – Clero – Nobreza e terceiro Estado – Modelo feudal- Dívidas que ficaram evidentes – guerra contra a inglaterra fez eclodir os gastos Orçamento Francês – 6% corte – 25 % marinha, guerra, diplomacia – 50% para suprir a dívida.

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O Rei Luís XVI

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Pintura de Pierre Patel, de 1682, mostrando o imponente palácio de Versalhes, sede da

corte absolutista de Luís XIV.

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A nobreza francesa, retratada em um de seus rotineiros encontros de lazer, teria seus privilégios de nascimento

abolidos pela Revolução Francesa, em 1789.

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Gravura francesa do final do século XVIII denunciando a exploração a que estava submetido o terceiro Estado. À esquerda, observando a cena,

representantes do clero ( primeiro Estado) e da nobreza ( segundo Estado).

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CRISE GUERRA - A França envolveu-se na guerra da independência americana. A vitória contra a Inglaterra foi obtida ao custo da bancarrota final, e assim a revolução americana pôde proclamar-se a causa direta da Revolução Francesa.

CRISE DO GOVERNO - Estados Gerais "Terceiro Estado" - a entidade fictícia destinada a representar todos os que não eram nobres nem membros do clero, mas de fato dominada pela classe média - e desprezou a profunda crise sócio-econômicas no meio da qual lançava suas exigências políticas.

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Assembléia Convenção Diretório1789 1792 1795 1799

+ Estados Gerais + Comuna Assembléia Nacional Constituinte Assembléia Nacional+ Declaração de Direitos dos Homens e do Cidadã (1789) (1791)+ reforma do poder Judiciário (1790)+ Monarquia Constitucional+ 1ª Constituição da Revolução (poder Constituinte)

+ Deposição e decapitação de Luis XVI + República – Convenção (Assembléia eleita com sufrágio masculino Universal)+ Comitê de Salvação Nacional+ Perseguição aos inimigos do povo+ Tribunal Revolucionário+ Segunda Constituição 1793 (3 v DDHC)+ Fim da escravidão nas colônias francesas+ Conquistas sociais

+ Substituição da convenção pelo Diretório+ Predomínio girondino+ Militarização+ Advento da figura de Napoleão Bonaparte + retrocessos nas conquistas sociais

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3 FASESA REVOLUÇÃO FRANCESA (1789-1799) (Assembléia 1792 – Convenção 1795 – Diretório 1799)ASSEMBLÉIA * 1789: Revolta do Terceiro Estado; 14 de julho: Tomada da Bastilha; 26 de agosto: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. * 1790: Confisco dos bens do Clero. * 1791: Constituição que estabeleceu a Monarquia Constitucional. * 1791: Tentativa de fuga e prisão do rei Luís XVI. * 1792: Invasão da França pela Áustria e Prússia.CONVENÇÃO * 1793: Oficialização da República e morte do Rei Luís XVI; 2ª Constituição. * 1793: Terror contra os inimigos da revolução. * 1794: Deposição de Robespierre.DIRETÓRIO * 1795: Regime do Diretório — 3ª Constituição. * 1799: Golpe do 18 de brumário (9 de novembro) de Napoleão.

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Estados Gerais e Prosseguimento histórico

1789 – Principais acontecimentos5 de Maio – Convocação dos Estados Gerais9 de Julho – Proclamação da Assembleia Geral Constituinte 14 de Julho – Tomada da Bastilha 20 de julho - Grande medo nos campos (revolta camponesa)26 de Agosto – Declaração de Direitos dos Homens5 e 6 de Outubro – Rei é reconduzido a ParisAristocracia a DireitaMonarquistas ao centroPatriotas a esquerda

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A convocação dos Estados Gerais * Luis XVI convoca o conselho dos Estados Gerais (ultima convocação foi em 1614) organização integrada por representantes do clero, da nobreza e do povo. * Reis franceses eram absolutistas e centralizadores, porém, no início de 1789, Luís XVI chama aquela antiga assembléia na tentativa de resolver a grave crise financeira que se alastrava pela França* Em 24 de janeiro de 1789, o rei baixou um decreto instituindo as votações para a sua composição* Primeira reunião marcada para 05/05/1789 a ser realizada em Versalhes. * O local escolhido tinha por objetivo impressionar os deputados.

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Estados gerais (abertura, 5/5/1789)

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Assembléia dos Estados Gerais de 5 de maio de 1789, retratada por Auguste Couder.

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A composição dos Estados Gerais Os Estados Gerais - 1.154 representantes+ 291 deles eram deputados do clero+ 285 da nobreza + 578 do Terceiro Estado.

Na época 25 milhões de francesesapenas 120 mil pertenciam ao clero 350 mil à nobreza

SIMBÓLICO(os deputados do Terceiro Estado eram obrigados a usar o preto, enquanto os das ordens privilegiadas podiam trajar-se luxuosamente. Só não os fizeram falar de joelhos como se dava no costume antigo).

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Os Estados Gerais:

CLERO ( Alto e Baixo = 120.000 pessoas ou 1% da população)

NOBREZA ( Cortesã, Provincial e de Toga=350.000 pessoas ou 3% da população)

TERCEIRO ESTADO ( Burguesia, “Sans-culottes” e camponeses = 24,5 milhões de pessoas ou 96% da população)

POPULAÇÃO TOTAL DE 25 MILHÕES DE HABITANTES

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A Assembléia Nacional

De certa forma era previsível o que aconteceu. A nação emudecida por dois séculos, tendo que assistir em silêncio respeitoso os desastres da monarquia Bourbon, só contando com os homens de letras como seus defensores, quando deixaram-na falar nos Estados Gerais, ela não mais se calou. O próprio rei havia aberto as comportas. A enxurrada em breve iria afogá-lo. A nobreza e o clero, que eram a minoria gozavam de privilégios; nas assembléias dos Estados Gerais, entretanto, elas conseguiam impor a sua vontade, porque o voto era por classe e não por cabeça. Com a assembléia dos Estados Gerais, em 1789, representantes do Terceiro Estado alegaram que representavam 96% da Nação e por isso, proclamaram-se Assembléia Nacional. No dia 17 de junho, o Terceiro Estado, numa astuciosa manobra do abade Sieyès, já em fase de pré-rebelião, proclamou-se Assembléia Nacional, transformando-se em representante e órgão supremo do povo.

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Emmanuel Joseph Sieyès (3 de maio de 1748 - 20 de junho de 1836) foi um político, escritor e eclesiástico francês nascido em Fréjus.Teve um papel de extrema importância nos Estados Gerais, onde foi o representante da Igreja e da aristocracia. Foi um dos participantes mais ativos na criação da Assembléia Nacional, mas as suas idéias constitucionalistas não eram escutadas pelos demais parlamentares. Quando a Convenção se reuniu em 1792 para julgar o Rei Luís XVI, tomou parte em todas as seções e votou a favor da morte do soberano. A partir da execução do rei, tomou rumo ignorado desaparecendo dos meios políticos, até reaparecer no dia 9 de Termidor. Nesse período foi eleito, sem saber, membro do Comitê de Salvação Pública, mas seguiu sem obter êxito nas suas reivindicações em defesa da Constituição vigente. Contrariado com os fatos, recusou os demais cargos públicos que lhe eram oferecidos. Junto com Napoleão Bonaparte, teve participação decisiva no Golpe do 18 de brumário. Foi cônsul junto a Napoleão Bonaparte e Roger Ducos. Conflitado com o regime, esteve exilado entre os anos de 1816 e 1830 por questões políticas. Emmanuel Joseph Sieyès morreu em Paris em 1836.

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Dos Estados Gerais a Assembléia Reflexões de SIEYÉS.

Novas Idéias que justificaram o novo regime: A reavaliação das bases jurídicas do Antigo Regime foi montada à luz do pensamento Iluminista, representada por Voltaire, Diderot, Montesquieu, John Locke etc. Eles forneceram pensamentos para criticar as estruturas políticas e sociais absolutistas, e sugeriram a idéia de uma ordem liberal burguesa.A esse poder se dá o nome de poder constituinte e seu teorizador foi um dos líderes da revolução, o abade Sieyés, que expôs a sua doutrina num panfleto intitulado: Que é o terceiro Estado? Para Sieyés, o Terceiro Estado (o povo), nada tinha representado no cenário político, até aquela época, em vista da desigualdade das classes sociais.SIEYÈS - As três petições do terceiro Estado:1- Que os representantes do terceiro estado sejam escolhidos apenas entre os cidadãos que realmente pertençam ao terceiro Estado;2- Que seus deputados sejam em número igual ao da nobreza e do clero3- Que os Estados gerais votem não por ordens mas por cabeças

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Ordem de Dissolução da Assembléia

Essa medida provocou a indignação de Luís XVI, pois ele convocara os Estados Gerais para que o auxiliassem a superar a crise, não para que se revoltassem contra a sua autoridade. Mas o seu poder rapidamente entrou em processo de corrosão. Parte da coragem dos representantes devia-se aos chamados cahiers doléances, os cadernos de queixas, que continham os reclamos do povo, trazidos por eles nas suas bagagens quando vieram para a reunião em Versalhes. A insatisfação com o regime era evidente, mas ainda estava longe de prever-se uma insurreição. As ordens privilegiadas, a nobreza e o clero, quando sentiram que o rei pouco mais poderia lhes dar, começaram a debandar para o lado do Terceiro Estado. Em 20 de junho, o rei ordenou a dissolução da assembléia, mandando a guarda suíça evacuar a sala dos trabalhos legislativos. Os deputados, porém, contando com a defecção de vários parlamentares das ordens privilegiadas, não se renderam. Reuniram-se então num outro local, na sala do jogo de pela (antigo jogo de raquetes, semelhante ao tênis), e lá juraram que não se separariam enquanto não dotassem a França de uma Constituição.

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O juramento da Sala do “Jogo de Pela”

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Com tal ato, o legislativo, assumindo estar falando em nome do povo inteiro, praticamente rompeu com o absolutismo. Foi nesse momento de grande tensão e forte emoção que despontou a oratória veemente de Honoré Gabriel Victor Riqueti, o controvertido conde de Mirabeau, fazendo dele o grande tribuno do Terceiro Estado e a primeira personalidade da revolução.

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Honoré Gabriel Riqueti, conde de Mirabeau, (Bignon-Mirabeau, Loiret, 9 de Março de 1749 — Paris, 2 de Abril de 1791) foi um jornalista, escritor, político e grande orador parlamentar francês. Foi um destacado activista e teórico da Revolução Francesa, destacando-se pela sua retórica apaixonada e convincente, tanto oral como escrita, o que lhe mereceu o epíteto de L'orateur du peuple, ou seja O orador do povo. Teve uma vida aventurosa, que incluiu uma curta passagem pela diplomacia, em parte como agente secreto, múltiplas passagens pela prisão e pelo exílio, e uma vida amorosa complexa e apaixonada. Fez parte da Maçonaria e teve um papel relevante na Revolução Francesa, durante a fase inicial da qual foi um dos moderados que pretendia a transição para uma monarquia constitucional. A sua morte foi um dos factores que precipitou a queda da monarquia francesa.

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** A insurreição popular Faltava a insurreição popular, que não tardou. Os amotinamentos, arruaças, incêndios e refregas, recrudesceram pela França inteira desde o início de julho. No dia 12, com a demissão do ministro Jacques Necker - considerado o único reformista do governo monárquico - as tropas reais concentraram-se em Versalhes e Paris para tentar evitar novas tropelias. O povo, protestando contra o afastamento da sua única esperança, saiu às ruas. Houve enfrentamentos. No dia seguinte, mais tumultos. Os motins de fome se alastravam. Logo pela manhã, após um alarme, os remediados de Paris encheram os largos e vielas armados de machados, pistolas, pedras e porretes. As tropas reais foram abandonando a cidade, bairro após bairro. Os revoltosos, então, assaltaram os armeiros e os arsenais militares, levando centenas de espingardas.

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Quando informaram-no que o povo havia tomado a Bastilha num assalto sangrento, o rei Luís XVI reagiu com assombro:- Mas isso é um motim!- Não, senhor. Não é um motim, é a revolução - respondeu-lhe um palaciano.O incrédulo Luís XVI estava perplexo, mas a revolução estava mesmo nas ruas de Paris. A subversão de ordem política já ocorrera com a proclamação da Assembléia Nacional Constituinte, a nove de julho de 1789.

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Tomada da Bastilha em 14 de Julho de 1789

Incentivada por Camille Desmoulins – Todos deveriam proteger-se que o rei iniciava um massacre tremendo (como na noite de São Bartolomeu mas contra todo e qualquer cidadão) – O povo armou-se e invadiu a Bastilha. Matando seu governador marques de Launay.Camille Desmoulins foi um dos principais articuladores da Revolução Francesa sendo seu principal propagandista. Foi próximo de Danton e admirado por Robespierre. Posteriormente acabará sendo condenado a guilhotina junto com Danton no período do Terror.

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O que era a Bastilha?Antes uma prisão do rei.À época da Revolução Francesa, por volta do século XVIII, servia muito mais como lugar de lazer e depósito de armas do exército francês do que como prisão, como nos anos passados, pelo que havia adquirido a simpatia do rei Luís XVI da França.Poucos presos algo em torno de 7. Alguns depois seriam mortos pela própria revolução.

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Tomada do Arsenal dos Inválidos

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Arsenal dos Inválidos

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A Queda da Bastilha

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Em gravura de época, a Tomada da Bastilha – 14/07/1789

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Destruição da Bastilha – 14 de Julho de 1789

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Decretrado o fim de todos os privilégios relacionados a nascimento ou posição

social – 4 de Agosto de 1789

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Declaração de direitos do homem e do cidadão (1789)

26/08/1789

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Declaração de direitos do homem e do cidadão (1789)

I - Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos; as distinções sociais não podem ser fundadas senão sobre a utilidade comum. II - O objetivo de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem; esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão. III - O princípio de toda a soberania reside essencialmente na razão; nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane diretamente.

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IV - A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique a outrem. Assim, o exercício dos direitos naturais do homem não tem limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo desses mesmos direitos; seus limites não podem ser determinados senão pela lei. V - A lei não tem o direito de impedir senão as ações nocivas à sociedade. Tudo o que não é negado pela lei não pode ser impedido e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordenar. VI - A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, à sua formação; ela deve ser a mesma para todos, seja protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais a seus olhos, são igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo sua capacidade e sem outras distinções que as de suas virtudes e de seus talentos.

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VII - Nenhum homem pode ser acusado, detido ou preso, senão em caso determinado por lei, e segundo as formas por ela prescritas. Aqueles que solicitam, expedem ou fazem executar ordens arbitrárias, devem ser punidos; mas todo cidadão, chamado ou preso em virtude de lei, deve obedecer em seguida; torna-se culpado se resistir. VIII - A lei não deve estabelecer senão penas estritamente necessárias, e ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada ao delito e legalmente aplicada. IX - Todo homem é tido como inocente até o momento em que seja declarado culpado; se for julgado indispensável para a segurança de sua pessoa, deve ser severamente reprimido pela lei. X - Ninguém pode ser inquietado por suas opiniões, mesmo religiosas, contanto que suas manifestações não perturbem a ordem pública estabelecida em lei.

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XI - A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem; todo o cidadão pode, pois, falar, escrever e imprimir livremente; salvo a responsabilidade do abuso dessa liberdade nos casos determinados pela lei. XII - A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; essa força é então instituída para vantagem de todos e não para a utilidade particular daqueles a quem ela for confiada. XIII - Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração, uma contribuição comum é indispensável; ela deve ser igualmente repartida entre todos os cidadãos, em razão de suas faculdades. XIV - Os cidadãos têm o direito de constatar, por si mesmos ou por seus representantes, a necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente e de vigiar seu emprego, de determinar sua quota, lançamento, recuperação e duração.

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XV - A sociedade tem o direito de pedir contas de sua administração a todos os agentes do poder público. XVI - Toda a sociedade na qual a garantia dos direitos não é assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem constituição. XVII - A propriedade, sendo um direito inviolável, e sagrado, ninguém pode ser dela privado senão quando a necessidade pública, legalmente constatada, o exija evidentemente, e sob a condição de uma justa e prévia indenização.

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A REVOLUÇÃO FRANCESA E OS DIREITOS DO HOMEM – Comentários de Norberto Bobbio

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi aprovada pela Assembléia Nacional, em 26 de agosto de 1789.

"Proclamando a liberdade, a igualdade e a soberania popular, a Declaração foi o atestado de óbito do Antigo Regime, destruído pela Revolução.'"

Quando Kant define a liberdade numa passagem da Paz perpétua, define-a do seguinte modo: "A liberdade jurídica é a faculdade de só obedecer a leis externas às quais pude dar o meu assentimento."

Nessa definição, era claríssima a inspiração de Rousseau, que definira a liberdade como "a obediência à lei que nós mesmos nos prescrevemos,"

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A fórmula do primeiro - "os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos" - foi retomada quase literalmente pelo art. 10 da Declaração Universal dos Direitos do Homem: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos." Rousseau escrevera, no início do Contrato social: "O homem nasceu livre, mas por toda parte se encontra a ferros." Tratava-se, como se disse várias vezes, de um nascimento não natural, mas ideal.

Que os homens fossem livres e iguais no estado de natureza, tal como descrito por Locke no Segundo tratado do governo, era uma hipótese racional: não era nem uma constatação empírica nem um dado histórico, mas uma exigência da razão, única que poderia inverter radicalmente a concepção secular segundo a qual o poder político, o poder sobre os homens, o imperium, procede de cima para baixo e não vice-versa.

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Era precisamente essa a meta a que se haviam proposto os constituintes, os quais - logo após., no art. 2° declaravam que "o objetivo de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem", tais como a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.

Dos quatro direitos elencados, somente a liberdade é definida (art. 4°); e é definida como o direito de "poder fazer tudo o que não prejudique os oUtros", que é uma definição diversa da que se tornou corrente de Hobbes a Montesquieu, segundo a qual à liberdade consiste em fazer tudo o que as leis permitam, bem como da definição de Kant, segundo a qual a minha liberdade se estende até o ponto da compatibilidade com a liberdade dos outros.

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Quanto à propriedade, que o último artigo da Declaração considera "um direito inviolável e sagrado", ela se tornará o alvo das críticas dos socialistas e irá caracterizar historicamente a Revolução de 1789 como revolução burguesa. Sua inclusão entre os direitos naturais remontava a uma antiga tradição jurídica, bem anterior à afirmação das doutrinas jusnaturalistas.

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REAÇÕES A DDHC na Inglaterra Perspectiva de codificação – Jeremy Bentham (1748-1832) – Utilitarismo"Os direitos naturais são um mero absurdo: os direitos naturais e imprescritíveis, um absurdo retórico, um absurdo bombástico.“Edmund Burke também reagirá contra a Declaração Francesa. Em especial a concepção universalista de homem

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EUA (Contra-Reações)"O sr. Burke, com sua costumeira violência", escreveu Paine, "insultou a Declaração dos Direitos do Homem. [...] A essa chamou de 'pedaços miseráveis de papel borrado sobre os direitos do homem'. O sr. Burke pretende negar que o homem tenha direitos? Nesse caso, deve querer dizer que não existem esses tais direitos em nenhum lugar, e que ele próprio não tem nenhum: pois quem existe no mundo senão o homem?“ Thomas Paine

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RESULTADO INICIAL- Luis XVI se vê obrigado a submeter-se à nova ordem estabelecida (Monarquia Constitucional).

Na visão dos entusiastas dos ideais iluministas e da Revolução, 1789 era o ano da vitória da Luz e da Razão sobre as trevas do Absolutismo e do clericalismo

Na visão de trabalhadores do

3º estado, a Revolução

mudaria a ordem das injustiças

sociais

IluminismoLiberdade de expressão política

As luzes da liberdade espantam o fanatismo e a ignorância

Page 86: A maçonaria na resistência francesa na segunda guerra mundial

O Grande medo A rebelião camponesa no interior

Grande Medo foi um período no qual o campesinato francês toma conhecimento da Revolução Francesa, o

que desencadeia uma série de ataques a castelos e saques a aldeias. Muitos nobres fugiram de suas propriedades propiciando o fim dos resquícios

feudais na França.Sans-Culottes (sem calção)

Camponeses e a massa que inflou-se contra os privilégios feudais. Foram significativos no período

da convenção.

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Quadro de Louis-Léopold Boilly Sans Culottes (outubro de 1792)

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Georges LeFebvre – A revolução francesa(...) multiplicavam-se boatos, tanto no campo, quanto nas

cidades, de que "bandidos" estariam vindo...Quem seriam esses "bandidos"? De onde viriam tais boatos? Foi o caráter "misterioso" desse "Grande Medo" que o transformou em um

ítem polêmico da historiografia sobre a Revolução. A principal versão é a de que tal medo seria um esforço contra-

revolucionário, isto é, de que elementos hostis à revolução lançavam boatos para desgastar o movimento popular

aterrorizando seus próprios participantes, dando a versão de que camponeses revoltados ameaçavam queimar ou pilhar

aldeias vizinhas, caso suas populações não se dispusessem a acompanhá-los. A tática deu resultado, aldeias pegavam

em armas para se defenderem de seus "agressores"; o povo metia medo a si mesmo..

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A rebelião camponesa no interior

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1789 – 5 e 6 de Outubro Rei é reconduzido a Paris

Page 92: A maçonaria na resistência francesa na segunda guerra mundial

1789 – Mulheres que

trabalhavam com peixes na

feira se organizam para forçar a família real a voltar a

ParisFamília real

volta ao palácio de Tuileries

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Relações com a Igreja1789 – 2 de Novembro – Bens da Igreja postos a disposição da Nação - 6 a 10% das terras Compra dos bens da igreja foram expropriados e vendidos pelo Estado 179013 de fevereiro – Constituição civil do clero – fim das ordens religiosas e dos privilégios a partir da igreja.17 abril – Assignat – Ato de reajuste das contas públicas179110 de Março – Papa Pio V condena a constituição civil do clero

Page 94: A maçonaria na resistência francesa na segunda guerra mundial

Mudança no sistema judiciário179016 de Agosto – Decreto extinguindo os juízes senhoriais e velhas oligarquias judiciaisJuizes distritais, de paz e de comércio – todos eleitos (só os comissários do rei – ministério público - serão nomeados pelo executivo). Todos os cidadãos escolhem os juízes de paz. Os de comercio são escolhidos pelos comerciantes. Institui-se o tribunal do juri.

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Em 1789

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Em 1789

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Departamentos – Base administrativa

O departamento, na verdade, é uma circunscrição administrativa cuja assembléia não tem nenhum caráter deliberativo. Mas é também a unidade territorial que serve de base para a formação da Assembléia Nacional. É nesse nível que se opera a última filtragem dos votos expressos pelos cidadãos ativos nas assembléias primárias.A redação da Constituição de 1791 é muito clara, O artigo 1 do título I("Da divisão do reino e do estado dos cidadãos") estipula: "O reino é uno e indivisível; seu território se distribui em 83 departamentos, cada departamento em distritos, cada distrito em cantões", Para encontrar uma menção às comunas, temos de ir ao artigo 8: "Os cidadãos franceses considerados sob o aspecto das relações locais, que nascem de sua reunião nas cidades e em certas redondezas do território dos campos, formam as comunas"

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Em 15 de fevereiro de 1790, a discussão se encerrou. A França fora dividida em 83 departamentos. Tal como solicitara Mirabeau, respeitara-se o quadro provincial em seus traços essenciais (...)

A Assembléia teve a veleidade de conferir aos departamentos um simples número de ordem ou os nomes de suas capitais, mas finalmente acabou escolhendo nomes geográficos, indicando as montanhas, os rios que os atravessavam, os mares ou as costas vizinhas.

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1791 - Guerra externa e novos personagens

27 de Agosto – Prússia e a Áustria se uniram (potencias monárquicas) para acabar com a ameaça revolucionária. O plano de fuga de Luis XVI foi organizado com apoio da Austria e da Prussia. Guerra potencializou a revolução. Declaração Pillnitz.3 de Setembro – Aprovação da primeira constituição da Revolução 01 de Outubro – Assembléia legislativa12 de Dezembro – Surgimento da figura de Robespierre e seus discursos

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A Monarquia Constitucional (1791-2)Abolição oficial do absolutismo e a conseqüente tentativa de fuga do rei Luís XVI.

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1791 - 20-21 de Junho – Tentativa de Fuga de Luis XVI e sua família – Prisão em Varrenes - Marcha Funebre no Retorno do rei a Paris13 a 16 de Julho – Debates e restauração do rei por parte da Assembléia

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Fuga de Varennes: descrédito do rei e fortalecimento da

idéia republicana

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1791 - 17 de Julho – Massacre do campo de marte (Champ de Mars)

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Massacre do Campo de marte17 de Julho de 1791

Marques de LaFayetteOrdenou que atirassem

na multidão que protestava

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1792 - Guerra contra a revolução

11 de julho – perigo ronda – batalhões conclamam a defesa do país – Voltam-se a Paris sobre o som da Marselhesa.

Pátria em Perigo

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1792 – Ano do Grande Perigo – Guerra contra as potencias monarquicas absolutistas.20 de Abril – Declaração de Guerra contra o rei da Boemia e Hungria25 de Abril – Declaração de Guerra contra a Austria.Derrotas consecutivas11 de Julho – Pátria em Perigo Convocação dos batalhões patrióticosMarselhesa! (La Marseillaise)

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Coligação: Áustria, Prússia, Espanha e Inglaterra se preparam para invadir a França.

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• França invadida por todos os lados

• Convocação para a defesa da pátria - A Marselha

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Convocação dos batalhões para defesa da pátria

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Marselhesa Avante, filhos da Pátria, O dia da Glória chegou. Contra nós, da tirania O estandarte ensanguentado se ergueu. Ouvis nos campos Rugirem esses ferozes soldados? Vêm eles até aos nossos braços Degolar nossos filhos, nossas mulheres. Às armas cidadãos! Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos! Que um sangue impuro Agüe o nosso arado

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O que quer essa horda de escravos de traidores, de reis conjurados?

Para quem (são) esses ignóbeis entraves Esses grilhões há muito tempo preparados? Esses grilhões há muito tempo preparados?

Franceses! A vós, ah! que ultraje! Que comoção deve suscitar!

É a nós que consideram retornar à antiga escravidão!

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O quê! Tais multidões estrangeiras Fariam a lei em nossos lares!

O quê! Essas falanges mercenárias Arrasariam os nossos nobres guerreiros Arrasariam os nossos nobres guerreiros

Grande Deus! Por mãos acorrentadas Nossas frontes sob o jugo se curvariam

E déspotas vis tornar-se-iam Os mestres dos nossos destinos!

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Descoberta da carta de Maria Antonieta com suposto 2º plano de

Fuga da Família Real

Líderes da esquerda e povo assassinam

nobres, os expulsam da assembléia, prendem a família real e decretam

a Convenção.

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GOLPE DE 10 DE AGOSTO

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A Convenção Nacional e a República (1792-4)

• Grupos político-partidários (características)

Robespierre BrissotSaint-Just Danton Roland

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Montanheses (jacobinos) e girondinos – convenção – burguesia no poder?Girondinos Capitalismo comercial portos – cidades comerciais Jacobinos Cidades – províncias menores –

Tribunal revolucionário – a partir de Abril de 1793Regime do Terror

Comitê de Salvação Nacional - DANTONImprensa Revolucionária – MARAT – Inimigos do

PovoOrganização institucional – (ROBESPIERRE)Seguiu-se o setembro dos massacres – os insurretos atacaram cléricos, aristocratas e

presos comuns – executando-os sumariamente.

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Massacres de Setembro – Morte de aristocratas, cléricos e presos comuns

De 2 a 7 de setembro de 1792 – Justiça popular?

Massacres de Setembro, gravura de Armand Fouquier, Causes célèbres de tous les peuples, 1862

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20 de Setembro de 1792 – Batalha de Valmy – Vitória do exército francês

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Reforma Institucional* Proclamação da Primeira República Francesa (setembro de 1792);* Venda de bens públicos e dos emigrados para recompor as finanças públicas; * Organização de um exército revolucionário e popular para liquidar com a ameaça externa; * Organização dos seguintes orgãos: A) Comitê de Salvação Pública, formado por nove (mais tarde doze) membros e encarregado do poder executivoB) Comitê de Segurança Pública, encarregado de descobrir os suspeitos de traição; C) Tribunal Revolucionário, que julgava os opositores da Revolução;

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E a guilhotina...Guilhotina – forma de execução “racional” e

sem preconceitos

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Julgamento de Luís XVIGironda – clemência, banimento ou outra pena

Jacobinos – a favor da pena capital387 votos em 718 foram favoráveis a pena

capital (53%)Curso irreversível da revolução se sucederia

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21 de Janeiro de 1793Execução de Luis XVI

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Jacobinos tomam o poder na

Convenção...

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Revolta da Vendéia – Guerra Civil

Começa em Março de 1793 – com o descontentamento em relação ao recrutamento para o exército revolucionário (motivado em especial por religiosos da região).Em 1º de agosto de 1793, o governo decretou a aniquilação da Vendéia

F. Furet - “A ordem era de incinerar florestas e casas, derrubar cercas, retirar os animais e transformar a região em um deserto.” Mais de 250 mil pessoas morreram , inclusive crianças, mulheres e inválidos.

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Jean-Paul Marat (24 de Maio de 1743 - 13 de Julho de 1793) Nascido na Suíça, físico francês, filósofo, teorista político e cientista mais conhecido como jornalista radical e político da Revolução Francesa. Seu jornalismo era conhecido e respeitado por seu caráter impetuoso e sua postura descompromissada diante do novo governo, "inimigos da revolução" e reformas básicas para os mais pobres membros da sociedade.

Sua persistente perseguição, voz consistente, grande inteligência e seu incomum poder preditivo levaram ele à confiança do povo e fizeram dele a principal ponte entre eles e o grupo radical Jacobino que veio ao poder em Junho de 1793. Por dois curtos meses, liderando para a queda da facção Girondina em Junho, ele era um dos três homens mais importantes na França, Juntamente com Georges Danton e Maximilien Robespierre. Ele foi apunhalado uma vez no coração com uma lâmina de seis polegadas enquanto estava dentro de sua banheira pela simpatizante Girondina Charlotte Corday. Marat cunhou o uso moderno da frase "inimigo do povo" e publicou extensas listas de tais inimigos em seu jornal, chamando-os para serem executados. O termo "inimigo do povo" foi posteriormente adotado pela União Soviética durante o Grande Expurgo na década de 1930 para rotular as pessoas acusadas de atividades contra-revolucionárias e crimes contra o Estado Soviético.

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Marat...

Jacques-Louis David, pintor da revolução

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Maria Antonieta vai para guilhotina em 16 de Outubro de 1793Cerca de 50.000 (0,2% do total da população morre na guilhotina) Segundo M. Vovelle

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* Elaboração da Constituição do Ano I (1793), que pregava uma ampla liberdade política e o sufrágio universal masculino. Essa Carta, inspirada nas idéias de Rousseau, era uma das mais democráticas da história; * Elaboração de uma outra Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, escrita por Robespierre, em que se afirmava que a finalidade da sociedade era o bem comum e que os governos só existem para garantir ao homem seus direitos naturais: a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade;

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Reformas Sociais* Lei do Máximo ou Lei do Preço Máximo, estabelecendo um teto máximo para preços e salários (29 de setembro de 1793)* Reforma Agrária: confisco das terras da nobreza emigrada e da Igreja, que foram divididas em lotes menores e vendidas a baixo preço aos camponeses pobres. Os pagamentos foram divididos em 10 anos (durante toda a convenção)

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* Entrega de pensões anuais e assistência médica gratuita a crianças, velhos, enfermos, mães e viúvas; * Auxílio aos indigentes, que participaram da distribuição dos bens dos condenados; * Criação do ensino público gratuito; * Fundação do Museu do Louvre, da Escola Politécnica e do Instituto da França;

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Georges Jacques Danton nasce em Arcis-sur-Aube, filho do advogado Jacques Danton. Forma-se advogado em 1784 em Reims e exerce a profissão em Paris. Em 1787, casa-se com Antoinette Charpentier. Dois anos depois, no início da Revolução Francesa, entra para a política como presidente dos cordeliers, líderes das massas populares de Paris (os sans-culotte). Torna-se membro da Sociedade dos Amigos da Constituição, que dá origem ao Partido Jacobino, organização política radical representante dos anseios das camadas populares.

Danton destaca-se na defesa dos interesses do partido na Assembléia Constituinte de 1789. Em 1792, quando os sans-culotte assumem o governo, proclamam a República, Danton ajuda a organizá-lo. Integra a Convenção Nacional, assembléia encarregada de escrever a Constituição republicana, e depois chefia o Comitê de Salvação Pública, órgão executivo da República, responsável pela política estrangeira e por assuntos militares. Ao defender posições mais moderadas, como por exemplo, a negociação com a burguesia a respeito da reação burguesa contra a Lei do Preço Máximo, é substituído por Robespierre e recolhe-se à sua cidade natal em 1793. No final do ano, volta a Paris para fazer oposição ao Terror, fase da Revolução Francesa marcada pela repressão violenta a qualquer crítico do novo regime, implantado pelos jacobinos. Condenado por conspiração, morre guilhotinado em Paris com outros 14 revolucionários. Disse antes de morrer "Minha única tristeza é que vou antes de Robespierre".

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Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (6 de maio de 1758, Arras — 28 de julho de 1794, Paris), advogado e político francês, foi uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa.Os seus amigos chamavam-lhe "O Incorruptível". Principal membro dos Montanha durante a Convenção, ele encarnou a tendência mais radical da Revolução, transformando-se numa das personagens mais controversas deste período. Os seus inimigos chamavam-lhe o “Candeia de Arras”, “Tirano” e “Ditador sanguinário” durante o Terror.

Grande ideólogo da convenção. Advogado foi um dos grandes personagens da revolução francesa. Exerceu a liderança do partido jacobino e foi um dos grandes responsáveis pela concretização de certos elementos democráticos e reformas sociais. Foi executado após o golpe do 9 Termidor.

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04 de Fevereiro de 1794* Abolição da escravidão nas colônias francesas, talvez o maior feito social dos jacobinos. Os girondinos, embora falassem em igualdade de todos perante a lei, haviam mantido os escravos nas colônias da França, pois muitos deles eram proprietários de engenhos escravistas nas colônias. Os jacobinos, por não terem interesses nesses engenhos, realizaram plenamente os ideais iluministas de dignidade humana e de igualdade de todos perante a lei, ao abolir a escravidão.

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Reforma Cultural e Cotidiana * Desenvolvimento de um culto revolucionário fundado na razão e na liberdade. A Catedral de Notre Dame (Paris), por exemplo, foi transformada no "templo da razão"; * Elaboração de um novo sistema de medidas. Graças a essa idéia, os cientistas franceses elaboraram o metro, bem como outras idéias que não tiveram a mesma aceitação: O minuto passou a ter 100 segundos, e a hora passou a ter 100 minutos, mas não se construíram relógios com esse sistema que funcionassem; o ângulo de 90 graus foi substituído como ângulo notável por um ângulo de 100 graus.

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O calendário revolucionárioO governo popular da Convenção adotou um novo calendário, o Republicano, que tinha seu início em 22 de setembro. Introduzido oficialmente em 1793, era dividido em 12 meses de 30 dias; os restantes 5 dias que faltavam para completar os 365 dias anuais eram feriados públicos (17 a 21 de set), chamados de “dia dos sans-culottes”. Os meses tinham nomes relacionados aos ciclos agrícolas e da natureza:

Vindimário ( do francês brumas = nevoeiro), de 22/10 a 20/11Frimário ( do francês frimas = geada), de 21/11 a 20/12Nivoso ( do latim nivosus = neve), de 21/12 a 19/1 Pluvioso ( do latim pluviosus = chuvoso), de 20/1 a 18/2Ventoso ( do latim ventosus = vento), de 19/2 a 20/3Germinal ( do latim germem = germinação), de 21/3 a 19/4Floreal ( do latim florens = flores), de 20/4 a 19/5Prairial ( do francês prairie = prado), de 20/5 a 18/6Messidor ( do latim messis = colheita), de 19/6 a 18/7Termidor ( do grego therme = calor), de 19/7 a 17/8Frutidor ( do latim fructus = fruto), de 18/8 a 16/9Dias dos sans-culattes, de 17/9 a 21/9

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1794 – Ano do colapso do regime do Terror

27 de Julho – Golpe do 9 termidor – tentativa de suicídio de Robespierre. Execução posterior.Tomada do poder pelos Girondinos. Fim do financiamento a qualquer cultoRetorno a certa posição mais conservadora1795 – Maio e Junho – Terror Branco – Perseguição aos jacobinos.31 de Outubro – Eleição do Diretório Executivo.Reorganização militar e institucional1796 – Figura de Napoleão desponta no front na Itália

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O golpe 9 Termidor...

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A Republica Termidoriana e o Diretório (1794-1799)

• Girondinos voltam e sepultam idéias radicais da revolução

• Liberdade de comércio, a escravidão nas colônias e o voto censitário.

• 5 diretores.• França mais pobre do que antes da revolução.

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- Retorno dos girondinos ao poder - Robespierre e os membros do comitê de salvação

pública são executados (fim do terror jacobino)- Revogação de todas as medidas tomadas pelos

Jacobinos, de alcance popular- Combate à oposição (jacobinos e monarquistas)- Instalação do diretório Governo de cinco diretores eleitos pelo parlamento Fechamento das instituições jacobinas Constituição do ano 3 :- Abolição da lei do máximo- Voto censitário• Divisão do poder legislativo : Conselho do Quinhentos

(Deputados) e Conselho dos Anciãos (Senadores).• Criação do Diretório (poder executivo) : órgão composto

por cinco diretores escolhidos pelo legislativo.

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•Terror Branco X Insurreições Jacobinas•1796: A Conspiração dos Iguais, Graco Babeuf. Cond. Morte em 1797.

Art. 35 da DDHC de 1793 - "Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é, para o povo e para cada porção do povo, o mais sagrado dos direitos e o mais indispensável dos deveres"

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ANÁLISE DA REVOLUÇÃO CONQUISTAS E RETROCESSOS!

1 – Não-católicos e judeus (ainda com preconceitos)2 – Negros e a escravidão

1794 – “A contínua revolta dos escravos em Saint Domingue e sua conjunção com a guerra em muitas frentes deixavam pouca escolha aos comissários, e

portanto aos deputados em Paris, se quisessem conservar até mesmo uma pequena porção de sua ilha-colônia”.

“Em 1802, Napoleão enviou uma imensa força expedicionária da França para capturar Toussaint-

Louverture e restabelecer a escravidão nas colônias francesas. Transportado de volta para a França, Toussaint morreu numa prisão fria (...)” Só em 1848 estabeleceu-se a

abolição definitiva nas colônias francesas...

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Reações políticas contra os Direitos HumanosQuestão da Escravidão

“Napoleão tinha certeza de que "a perspectiva de uma república negra é igualmente perturbadora para os

espanhóis, os ingleses e os americanos". O seu plano fracassou em Saint Domingue, que ganhou a sua

independência como Haiti, mas teve sucesso em outras colônias francesas. Os mortos na luta em Saint Domingue

chegaram a 150 mil (...)”Nacionalismo e Imperialismo

Evolucionismo biológico e as explicações para desigualdade (Voltaire, Durkheim, antropologia

evolucionista)

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3 – Mulheres – 1790 - Condorcet – Admissão das mulheres na cidadania.

Em setembro de 1791, a dramaturga anti-escravagista Olympe de Gouges virou a Declaração dos Direitos do

Homem e do Cidadão pelo avesso. A sua Declaração dos Direitos da Mulher insistia que "A mulher nasce livre e permanece igual ao homem

em direitos“ (artigo 1º). "Todas as cidadãs e cidadãos, sendo iguais aos seus [da lei] olhos, devem ser

igualmente admissíveis a todas as dignidades, cargos e empregos públicos, segundo a sua capacidade e

sem nenhuma outra distinção que não seja a de suas virtudes e talentos" (artigo 6º).

Executada pela revolução como inimiga do povo em 3 de novembro de 1793