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Apresentação do primeiro capítulo do livro A Nova Aliança de Illya Prigogine
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A Nova AliançaA Metamorfose da Ciência
Illya Prigonine e Isabelle SlengersEditora UNB – Brasília -1984
Conhecimentos prévios:
A ciência na Idade Média: a lógica que explicava os fenômenos naturais baseava-se no divino:
Saber dos artesãos + Saber matemático + Saber filosófico
Crise na Idade Média: teocentrismo X antropocentrismo Francis Bacon: método para produzir conhecimento baseado na
experimentação e na indução Galileu: confronto de saberes Descartes propõe o método baseado no racionalismo e na
dedução
Livro I: A miragem do Universal: A Ciência clássicaCap. 1: O projeto da ciência moderna
1. O novo Moisés Século 18: o homem que descobriu a linguagem que a natureza
fala – e à qual ela obedece - a universalidade das leis físicas. Não existe processo natural que não seja produzido por forças
ativas, atração e repulsão - suas leis matemáticas explicam e fazem predições.
No início do sec. 19: o método newtoniano sofre interpretações divergentes - isolar num fato central, irredutível e específico, do qual tudo se pode deduzir.
Cada disciplina tem como ponto de partida um fato inexplicado, como a força gravitacional, e base de toda a explicação – força vital, afinidade química, propriedades intrínsecas.
O que de extraordinário se disse dessa época da idade de ouro da ciência?
Ainda hoje a ciência newtoniana representa um sucesso exemplar.
Mas a idade de ouro da ciência clássica passou e dissipou-se a idéia de que a racionalidade pode ser suficiente para unificar o conhecimento.
Divulgação dos limites desta ciência, suas dificuldade e suas dúvidas.
2. O mundo desencantado
A ciência desencanta o mundo – tudo aquilo o que ela descreve se reduz a um caso de aplicações de leis gerais. É um mundo dominável e controlável.
O homem se apresenta como senhor do mundo.
Usurpação técnica e científica: o homem de ciência e o técnico são a sede do poder disfarçado em sede de conhecer.
A ciência é a partir de agora, a senhora dos destinos, conduz o mundo para um futuro desconhecido e inimaginável.
3. Síntese newtoniana
Como explicar o entusiasmo dos contemporâneos de Newton, sua convicção de que finalmente, o segredo do mundo natural, a verdade da natureza, haviam sido revelados?
“Ela mostra que a natureza não pode resistir ao processo experimental, fruto da aliança nova entre teoria e prática, de manipulação e de transformação”
A Ciência newtoniana é prática – tal como os artesãos desde o neolítico - e é teórica, racionalista e argumentativa - tal como Aristóteles.
Aristotélicos: “como” e “por que”
Galileanos: exclui o “por que”
4. O diálogo experimental
Encontro entre teoria e técnica: modelar e compreender o mundo
Não supõe mais uma observação passiva: trata-se de manipular um fenômeno até lhe conferir uma proximidade em relação à descrição teórica – a situação ideal
O procedimento experimental define co conjunto dos diálogos com a natureza e fundamenta sua especialidade e seus limites.
5. O mito nas Origens das Ciências
Antes de Galileu: o mundo é heterogêneo (sub-lunar e supra-lunar)
Após Galileu o mundo passa a ser homogêneo e matematizázel e a ciência é capaz de “descobrir” a “verdade”.
Final da IM: influência dos fatores sociais e econômicos
A metáfora do relógio: o mundo é comparado a um relógio e Deus ao relojoeiro – um mecanismo construído segundo um plano ordenado e racional
6. O mito científico hoje
Na época de Galileu: há ressonância entre fatores econômicos, políticos, sociais, religiosos, filosóficos e técnicos – um complexo cultural onde domina o homem aliado a Deus.
A ressonância hoje: entre as ciências e a dominação laica dum modo industrializado, pela afinidade entre o exercício da dominação e a compartimentalização da prática.
A ciência moderna fez de Newton um herói nacional – uma ciência que teve sucesso, que acredita ter demonstrado que a natureza é transparente e que não precisa de Deus em suas hipóteses.
Uma ciência onde o observador é exterior, objetivo, não interage, apenas descobre e deduz as verdades.
Abandonar o mito newtoniano sem renunciar a compreender a natureza – este é o ponto de convergência hoje – pag.41
A ciência clássica, mítica de um mundo simples, está prestes a morrer, liquidada pelo próprio desenvolvimento.