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O capitalismo em marcha:
A Revolução Industrial
6.1 O que foi a Revolução Industrial?
Conjunto de transformações econômicas ocorridas na
Inglaterra a partir das últimas décadas do século XVIII,
com o uso de máquinas na produção de mercadorias;
Graças às melhorias técnicas e a uma nova divisão do
trabalho os artigos passaram a ser produzidos em
série, em grande escala;
Duas necessidades: criação de novos mercados
consumidores e busca de matéria-prima - zonas de
influência (onde buscar?);
Mudanças lentas e complexas, iniciadas nos séculos
anteriores, aceleradas no final do século XVIII e
ampliadas nos séculos seguintes;
Mudanças:
Idade Média (séc. V ao XV): SISTEMA DE CORPORAÇÃO
>>artesão em oficina própria >>clientes locais diretos;
A partir do séc. XVI: SISTEMA DOMÉSTICO >> artesão em
casa ou oficina própria >>empresário como intermediário e
fornece a matéria-prima >>clientes locais;
Segunda metade do séc. XVIII: SISTEMA FABRIL
>>empresário fornece local (fábrica) e matéria-prima >>
operário assalariado com jornada de trabalho determinada
>>produção em larga escala >>mundo.
Momentos da Revolução Industrial:
Primeira Revolução Industrial (fins do séc. XVIII a 1830):
renovação do sistema fabril para a produção de tecidos de
algodão.
Segunda Revolução Industrial (a partir de 1850): avanço
da metalurgia para a indústria do ferro e construção de
ferrovias.
6.2 Os motivos do pioneirismo inglês
Acúmulo de capitais (burguesia enriquecida);
Reservas de matéria-prima (lã, algodão e minérios);
Muita mão de obra disponível e barata, por conta dos
cercamentos (êxodo rural).
6.3 A Revolução Industrial
Inglaterra no séc. XVIII: maioria vive no campo (70%);
Segunda metade do séc. XVIII: aumento do processo de
CERCAMENTO das terras comuns;
Consequências:
trabalho assalariado por jornada
Contratos individuais
Aumento da produtividade agrícola (novos métodos na agricultura e
na pecuária)
Aumento demográfico (maior oferta de mão de obra):
diminuição da idade da mulher ao casar (23 anos);
Diminuição da mortalidade devido a melhoria na alimentação;
Maior oferta de emprego e maior número de casamentos;
Resultado: a GRÃ-BRETANHA salta de 10 milhões, fim do séc.
XVIII, para 18 milhões em 1840.
Existência de vias fluviais: rápido e eficiente sistema de
transportes entre o interior e os portos marítimos.
6.4 O papel da máquina a vapor
Vapor: possibilidade de fonte de energia na exploração do
ferro e do carvão e para bombear água das minas;
Thomas Newcomen, em 1712, aprimorou uma máquina para
retirar água das minas e distribuí-la às cidades;
James Watt, em 1769, aprimorou a máquina de Newcomen,
barateando-a: uso na fabricação de fios e tecidos de algodão;
John Kay, em 1733, criou a lançadeira mecânica, uma
máquina de fiar que produzia um único fio por vez;
James Hargreaves desenvolveu a spinning-jenny, em 1767,
uma máquina de fiar que produzia até 80 fios (quebradiços) de
algodão por vez, passou a ser usada em toda a Inglaterra;
A fiandeira hidráulica (water-frame) de Richard Arkwrightde 1769, já era capaz de produzir fios de algodão resistentes
sem mistura com linho;
Em 1785, os sócios James Watt e Matthew Boultonaplicaram o uso do vapor nas máquinas de fiar, deixando-as
mais rápidas e eficientes, abrindo caminho para a produção em
grande escala;
O reverendo Edmund Cartwright inventou o tear mecânicoem 1784, mas ainda possuía alguns problemas;
Eli Whitney, criou, nos Estados Unidos, em 1790, a máquina
de separar sementes de algodão, diminuindo o preço dessa
matéria-prima.
6.5 A nova divisão do trabalho
Século XVI: centralização da produção têxtil (doméstica)
fornecimento da matéria-prima (lã, algodão);
recolhimento do produto;
comercialização nos mercados interno e externo.
Século XVIII: concentração no mesmo local (fábricas)
utilização da fiandeira hidráulica de Richard Arkwright;
mulheres e crianças como principal mão de obra, com disciplina rigorosa;
teares manuais e tecelões autônomos praticamente extintos em 1850.
Concentração de milhares de trabalhadores emFÁBRICAS, sobretudo mulheres e crianças, com regime detrabalho intenso e rigoroso;
Por ausência de regulamentação específica a jornada detrabalho chegava a até 12 horas diárias;
Somente em 1847 regulamentou-se a jornada em 10horas diárias;
E, em 1850, outra lei limitou o horário de sábado, até as14 horas, e instituiu o descanso aos domingos;
A nova divisão do trabalho mostrou-se mais produtiva e atendeuao consumo em massa;
Outras MUDANÇAS: aumento da população urbana;diversificação de produtos (chapéus, sapatos, ferramentas ealimentação); crescimento do setor de serviços no comércio;maior oferta de empregos domésticos (criadas, cozinheiras earrumadeiras);
PROBLEMAS URBANOS: ruas sem calçamento, lixo por todosos cantos, muitas pessoas numa mesma casa; situação propíciaà disseminação de doenças, com frequentes epidemias decólera e tifo.
6.6 A defesa do livre-comércio
Fisiocratas: a agricultura produz riqueza; é um erroprivilegiar o comércio e a produção manufatureira;defendiam a liberdade de comércio;
Teórico: François Quesnay.
Liberalismo econômico: a riqueza era essencialmenteproduto do trabalho humano; defendia a liberdadeeconômica em oposição ao controle do Estado; oposiçãoao mercantilismo;
Teórico: Adam Smith, autor de “A riqueza das nações”.