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Pr. Andre Luiz

A tentação de Jesus - Lição 04 - 2º/2015

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Pr. Andre Luiz

“As palavras gregas peirazo (απόδειξη - lê-se apóviquici) e peirasmossãa (δίκη - Lê-se leiquim) igualmente traduzidas por “prova” e“julgamento” bem como por “tentar” e “tentação” (προσπαθώ - Lê-seprustraufão). O que há de comum é a situação que nos coloca sob grandepressão. O texto em Tiago 1 é especialmente útil para nos ajudar a tratar essassituações, ao nos lembrar que Deus jamais tenta as pessoas, no sentido deinduzi-las ao mal (Tg 1.13). Deus, contudo, nos prova da mesma maneira quepermitiu que Satanás o fizesse com Jesus, a fim de demonstrar a nós e a todosque podemos vencer pela sua força. Adão e Eva falharam no teste. Por meio deCristo você e eu somos vitoriosos”.

Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia

triunfa do juízo.

Tiago 2:13

Mas como seria possível Jesus ser tentado?“Em nossa tentativa de responder a essa pergunta devemos antes de

mais nada observar que o que foi tentado foi sua natureza humana. Jesus nãosó era Deus; ele era também homem. Além do mais, sua alma não era duracomo uma pederneira nem fria como um bloco de gelo. Era uma almaplenamente humana, profundamente sensível, afetada e comovida pelossofrimentos de todo gênero. Foi Cristo quem disse: “Tenho um batismo com oqual hei de ser batizado; e como me angustio até que o veja concretizado” (Lc12.50). Jesus foi capaz de expressar carinho (Mt 19.13, 14), compaixão (Mt23.37; Jo 11.35), piedade (Mt 12.32), ira (Mt 17.17), gratidão (Mt 11.25) eprofundo anseio pela salvação dos pecadores (Mt 11.28; 23.37; Lc 15; 19.10; Jo7.37) para a glória do Pai (Jo 17.1-5). Sendo não só Deus mas também homem,ele sabia o que era estar cansado (Jo 4.6) e sedento (4.7; 19.28). Portanto,realmente não deveria surpreender-nos que, depois de um jejum de quarentadias, ele sentisse muita fome, e que a proposta de converter pedras em pães seconstituía numa tentação bem real para ele, tanto mais sabendo que estavarevestido do poder para fazer milagres!

A tentação é uma realidade para todos os filhos de Deus.

Por que o Espírito Santo impeliu Jesus ao deserto para sertentado? Qual era o propósito? Que Deus tinha um propósito ao permitirque Jesus fosse tentado no deserto é evidente pela declaração "foilevado pelo Espírito ao deserto". Uma finalidade é assegurar-nos de quetemos um sumo sacerdote capaz de Se relacionar conosco em todas asnossas debilidades e fraquezas (Hebreus 4.15) porque Ele mesmo foitentado em todos os pontos nos quais também somos. A naturezahumana do Nosso Senhor permite que Ele compreenda as nossaspróprias fraquezas por ter sido submetido à fraqueza também. "Porque,tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz desocorrer aqueles que também estão sendo tentados" (Hebreus 2.18). Apalavra grega traduzida "tentado" aqui significa "pôr à prova". Então,quando somos colocados à prova e testados pelas circunstâncias da vida,podemos ter certeza de que Jesus entende e se solidariza como alguémque sofreu as mesmas provações. O Comentário do Novo TestamentoAplicação Pessoal (CPAD), sobre a expressão “foi tentado”, afirma:“descreve uma ação contínua; Jesus foi tentado constantemente duranteos quarenta dias. O Espírito levou Jesus ao deserto onde Deus pôs Jesus à

prova - não para ver se Jesus estava pronto, mas para mostrar que Eleestava preparado para a sua missão. Satanás, no entanto, tinha outrosplanos; ele esperava distorcer a missão de Jesus tentando-o para fazer omal. Por que era necessário que Jesus fosse tentado? A tentação fazparte da experiência humana. Para que Jesus fosse completamentehumano, Ele tinha que enfrentar a tentação (veja Hb 4.15). Jesus tinhade desfazer o que Adão tinha feito. Adão, embora criado perfeito, cedeuà tentação, e assim o pecado entrou na raça humana. Jesus, o segundoAdão, por outro lado, resistiu a Satanás. A sua vitória oferece a salvaçãoaos descendentes de Adão (veja Rm 5.12-19). Durante estes quarentadias, Jesus não comeu coisa alguma, de modo que ao final Ele teve fome.A condição de Jesus como Filho de Deus não tornava o seu jejum maisfácil; o seu corpo físico sofria a fome severa e a dor de estar semalimento. As três tentações registradas aqui ocorreram quando Jesusestava na sua condição física mais enfraquecida” Comentário do Novo Testamento

Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 341.

É essencial que analisemos cuidadosamente de que forma Jesusvenceu. Embora Jesus fora tentado várias vezes, ele enfrentou um testeespecialmente severo logo depois que foi batizado. A sutileza émencionada como característica distinta da serpente (Mt 10.16). Comgrande astúcia ela oferece sugestões, as quais, ao serem abraçadas,abrem caminho a desejos e atos pecaminosos. Em Gênesis, ela começafalando com uma mulher, o vaso mais frágil, que além dessacircunstância, não tinha ouvido diretamente a proibição divina (Gn 2.16-17). E ela espera até que Eva esteja só. Note-se a astúcia naaproximação. Ela torce as palavras de Deus (Gn 3.1;2.16-17) e entãofinge surpresa por estarem assim torcidas; dessa maneira elaastutamente semeia dúvida e suspeitas no coração da ingênua mulher, eao mesmo tempo insinua que está bem qualificada para ser juiz quantoà justiça de tal proibição. "Se és o Filho de Deus, manda que estas pedrasse transformem em pães" (Lc 4.3). Jesus estava faminto; ele tinha poderpara transformar as pedras em pão. O diabo simplesmente sugeriu queele tirasse vantagem de seu privilégio especial para prover suanecessidade imediata.

Jesus foi tentado a satisfazer sua necessidade de ser saciado.

O intento de Satanás de levar Jesus transformar pedras empães era maior que um apelo à fome. Havia a sugestão de evitar a cruz,tornando-se um reformador social popular. Isso quase ocorreu quandoJesus multiplicou os pães e os peixes em João 6. Mas veja o resultado damultiplicação e o que o Senhor Jesus fez: “Vendo, pois, os homens o sinalque Jesus fizera, disseram: Este é, verdadeiramente, o profeta que deviavir ao mundo. Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuitode arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho,para o monte” (Jo 6.14,15). Não era e não é esse tipo de Reino que oSenhor veio estabelecer na terra, mas um reino espiritual.

A intenção é fazer com que JESUS ponha as coisas materiais emprimeiro lugar, e uma forma que Satanás via como eficaz era apelar paraos apetites. Os desejos não são pecaminosos em si mesmos. Não hánada de errado com o desejo de se alimentar. Todavia, quando essesdesejos ou apetites quebram algum princípio estipulado pelo Criador,então se convertem em algo mal. JESUS venceu Satanás citando aPalavra de DEUS que se encontra em Deuteronômio 8.3.

Quando a Bíblia diz que Satanás tem poder sobre o mundo, devemosnos lembrar de que Deus deu a ele domínio apenas sobre os incrédulos. Oscrentes não estão mais sob o domínio de Satanás (Colossenses 1:13). Osincrédulos, por outro lado, estão presos "no laço do diabo" (2 Timóteo 2:26),encontram-se no "poder do maligno" (1 João 5:19) e são escravos de Satanás(Efésios 2:2). Assim, quando a Bíblia diz que Satanás é o "deus deste mundo",ela não está dizendo que ele tem autoridade máxima. Está transmitindo a ideiade que Satanás governa o mundo descrente de uma maneira específica. Emquase todas as religiões falsas, merecer o favor de Deus ou ganhar a vidaeterna é um tema predominante. Ganhar a salvação pelas obras, no entanto, écontrário à revelação bíblica. O homem não pode trabalhar para ganhar ofavor de Deus; a vida eterna é um dom gratuito (ver Efésios 2:8-9). E esse domgratuito está disponível por meio de Jesus Cristo e só por Ele (João 3:16; 14:6).Você pode perguntar por que a humanidade não simplesmente recebe o domgratuito da salvação (João 1:12). A resposta é que Satanás - o deus destemundo - tem tentado a humanidade a seguir o seu orgulho em seu lugar.Satanás define a agenda, o mundo incrédulo a segue e a humanidade continuaa ser enganada.

Como homem, Jesus foi tentado a buscar honra e celebração para si.

Para Jesus, obter o domínio do mundo mediante a adoração deSatanás seria não apenas uma contradição (Satanás ainda estaria nocomando), mas também romperia o primeiro mandamento, “Adorarás oSenhor, teu Deus, e só a ele servirás” (Dt 6.4,5, 13). Para realizar a sua missãode trazer salvação ao mundo, Jesus precisaria seguir o caminho da submissão aDeus. Matthew Henry em seu Comentário do Novo Testamento MATEUS A JOÃO(CPAD), escreve: “Satanás exigiu dele honra e adoração: Portanto, se tu meadorares, tudo será teu, v. 7. Em primeiro lugar, Satanás deseja que o Senhor oadore. Talvez ele não queira dizer nunca mais adorar a Deus Pai, mas adorá-lojunto com a adoração oferecida a Deus Pai; porque o diabo sabe, que se eleconseguir apenas uma vez se fazer sócio, logo será o único proprietário. Emsegundo lugar, Satanás faria um contrato com o Senhor Jesus, de que quando,de acordo com esta promessa, Ele tomasse posse dos reinos deste mundo, nãofaria nenhuma alteração nas religiões do mundo, mas toleraria as nações comohavia feito até aquele momento, permitindo que sacrificassem aos demônios (1Co 10.20). Por esta proposta, o Senhor Jesus deveria ainda manter o culto aosdemônios no mundo, e então deixá-lo tomar todo o poder e a glória dos reinosse lhe agradasse.

Aqui, pela primeira vez, Satanás fez uso das Escrituras. Os rabisderam uma interpretação messiânica ao Salmo 91.11 e seguintes. Jesus nãoargumentou contra o uso feito por Satanás dessa passagem, desde que essenão era o conflito básico. A tentação pedia que Jesus criasse uma situação deperigo, enquanto na primeira tentação a crise (fome) já existia. Era como seSatanás estivesse dizendo: “Você não poderá conhecer- se, nem a veracidadeda promessa de Deus, enquanto não fizer um teste. Satanás é um seroportunista. Ele é como um vírus oportunista que ataca quando a nossaimunidade está baixa. Se a nossa imunidade espiritual estiver baixa ele iráatacar com todas as forças, embora ele ataque todos os dias, mas se a nossaimunidade espiritual estiver baixa ele irá triunfar sobre nós. Temos comoexemplo Davi que caiu em adultério. Era tempo de guerra e ele estava emcasa. O diabo cita a Escritura; ele põe como isca no seu anzol os versículos daBíblia. Pessoas frequentemente aceitam qualquer ensinamento, se estáacompanhado por um bocado de versículos. Mas cuidado! O mesmo diabo quepode disfarçar-se como um anjo celestial (2 Coríntios 11:13-15) pode,certamente, deturpar as Escrituras para seus próprios propósitos.

Jesus venceu a tentação de ser notado pelos homens.

Matthew Henry em sua obra Novo Testamento MATEUS AJOÃO (CPAD ), comenta: “O diabo o tentou a ser o seu próprio assassino, emuma presunçosa confiança da proteção de seu Pai, da qual Ele não tinhanenhuma garantia. Observe: (1) O que o diabo pretendia com esta tentação: Setu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, v. 9. [1] Ele queria que Cristobuscasse uma nova prova de que era o Filho de DEUS, como se a prova que oseu Pai havia lhe dado, pela voz do céu, e a descida do Espírito sobre Ele nãofossem suficientes. Isto seria uma desonra para Deus, como se Ele não tivesseescolhido o meio mais adequado de lhe dar esta garantia; e teria sido uma faltade confiança de que o Espírito habitava nele, o que era a maior prova e a provamais convincente de que o Senhor Jesus era o Filho de DEUS, Hebreus 1.8,9. [2]Ele queria que Cristo buscasse um novo método de proclamar e anunciar isto aomundo. O diabo, na verdade, sugere que o Senhor Jesus foi confirmado comosendo o Filho de Deus em uma região afastada, na companhia de pessoascomuns, que compareceram ao batismo de João, e que estas honras foramproclamadas nestas condições desfavoráveis; mas se Ele agora declarasse nopináculo do templo, em meio a todas as pessoas importantes que compareciamao serviço no templo, que Ele era o Filho de Deus, e então, para prová-lo, selançasse de lá de cima e saísse ileso, com certeza seria recebido por todos comoum mensageiro enviado do céu.