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Acessibilidade em Telecentro

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Material de divulgação sobre acessibilidade arquitetônica e digital para Telecentros e Projetos de Inclusão Digital

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elecentros: muito além da inclusão digital

Hoje, o mundo em que vivemos está cada vez mais permeado pelas tecnologias da informação e comunicação, que impactam as esferas social, política, econômica, educacional, cultural e, so-bretudo, pessoal, transferindo diversas atividades e serviços do presencial para o virtual.

A desigualdade na utilização das ferramentas digitais e dos conteúdos on-line restringe o po-tencial de crescimento de um país, pois não permite a apropriação do conhecimento pelas popu-lações de baixa renda e pouca instrução, deixando-as à margem da vida contemporânea.

Pela democratização do acesso à informação é possível promover uma distribuição mais equi-librada das oportunidades e benefícios do desenvolvimento econômico, propiciando um modelo de crescimento mais justo e sustentável.

Nesse contexto, os telecentros sempre tiveram um papel fundamental, pois oferecem aos seus usuários, além de conexão à Internet, um ambiente propício para a disseminação da cultura tec-nológica, da educação à distância, do empreendedorismo e do entretenimento, em um espaço de interação comunitária, valorização e promoção da cidadania, da criatividade e da diversidade.

As comunidades que dispõem de telecentros se fortalecem e criam oportunidades de capaci-tação, comunicação, negócios e geração de renda, para crianças, jovens e adultos, muitas vezes acelerando transformações tão necessárias para a melhora da qualidade de vida, da identidade comunitária e da autoestima das pessoas.

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Para as pessoas com deficiência os telecentros assumem características ainda mais marcantes, pois, quando acessíveis, além da inclusão digital, podem oportunizar a interação com os demais frequentadores, trazendo experiências que enriquecem toda a dinâmica do local.

Ou seja, é fundamental que os telecentros – todos os telecentros – ofereçam atendimento capa-citado e sejam plenamente acessíveis, tanto em seus aspectos arquitetônicos e mobiliários quanto à disponibilidade de dispositivos e programas que permitam a utilização dos computadores por todas as pessoas, independentemente de eventuais limitações físicas, sensoriais ou intelectuais.

O Governo do Estado, ciente do caráter estratégico dos telecentros, tornou, ao investir na am-pliação do Acessa São Paulo, suas ações de incentivo em políticas públicas permanentes, benefi-ciando milhares de cidadãos. Nossa Secretaria, que tem como missão “garantir o acesso das pes-soas com deficiência a todos os bens, produtos e serviços existentes na sociedade”, trabalha para estender tais benefícios à toda a população.

Esta cartilha tem como objetivo reconhecer a importância dos telecentros e, principalmente, fornecer informações essenciais para que ampliem sua relevância social, não apenas democrati-zando a cultura digital, mas, sobretudo, promovendo a inclusão em seu sentido mais amplo.

Prof. Dra. Linamara Rizzo Battistella

Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência

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Índice1. Introdução ............................................................................................................................ 7

2. O que é ACESSIBILIDADE? ................................................................................................... 8

3. Quem se beneficia com a ACESSIBILIDADE? ........................................................................ 8

4. O que é ACESSIBILIDADE DIGITAL? ..................................................................................... 9

5. Quem se beneficia com a ACESSIBILIDADE DIGITAL? ........................................................ 10

6. Quais as ferramentas básicas de ACESSIBILIDADE DIGITAL? .............................................. 11

6.1. Softwares de ampliação de tela ..................................................................................... 11

6.2. Monitores de grande dimensão ..................................................................................... 11

6.3. Softwares de tradução braile ......................................................................................... 12

6.4. Impressoras braile ......................................................................................................... 12

6.5. Linha braile .................................................................................................................. 12

6.6. Softwares leitores de tela .............................................................................................. 13

6.7. Programas texto-voz ..................................................................................................... 13

6.8. Teclados e mouses alternativos ..................................................................................... 13

6.9. Softwares simuladores de mouse e teclado ................................................................... 14

6.10. Scanner e OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres) ........................................... 14

7. O que é ACESSIBILIDADE NA INTERNET? .......................................................................... 15

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8. Como deve ser a ACESSIBILIDADE fÍSICA em um telecentro? ............................................. 16

8.1. Acessibilidade para pessoas em cadeiras de rodas ........................................................ 16

8.2. Banheiro acessível ........................................................................................................ 21

8.3 Comunicação e sinalização ........................................................................................... 24

8.4 Símbolos internacionais ................................................................................................. 25

8.5 Textos de orientação ...................................................................................................... 26

8.6 Piso tátil ......................................................................................................................... 26

8.7 Sinalização de emergência ............................................................................................ 26

9. Como atender uma pessoa com deficiência? ....................................................................... 28

9.1 Como ajudar? ................................................................................................................ 28

9.2 Como atender pessoa em cadeira de rodas? .................................................................. 28

9.3 Como atender pessoa com mobilidade reduzida? .......................................................... 29

9.4 Como atender pessoa surda ou com deficiência auditiva? ............................................. 29

9.5 Como atender pessoa cega ou com deficiência visual? .................................................. 30

9.6 Como atender pessoa com surdocegueira? .................................................................... 31

9.7 Como atender pessoa com deficiência intelectual? ........................................................ 32

9.8. Como atender pessoa com autismo? ............................................................................. 32

10. Conclusão ......................................................................................................................... 32

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1. Introdução A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo busca, com esta

publicação, orientar gestores, funcionários e usuários de telecentros sobre os critérios de acessibi-lidade física e digital, assim como instruí-los em relação ao atendimento às pessoas com deficiên-cia, que, de acordo com os dados do IBGE (Censo 2010), correspondem a 23,91% da população brasileira, ou seja, 45,6 milhões de pessoas no país e mais de 9 milhões no Estado de São Paulo.

Nesse cenário, para que não se incorra em exclusão, é fundamental que os telecentros, assim como todos os espaços de utilização pública, sejam plenamente acessíveis, cumprindo a lei vi-gente e, mais importante, seu papel intrínseco de promoção da inclusão.

O conteúdo aqui reunido não esgota as informações sobre o tema, mas apresenta linhas gerais e referências concretas para nortear tanto a construção ou a adaptação quanto a operação de um telecentro acessível.

Não há mais desculpas! Mãos à obra!

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2. O que é ACESSIBILIDADE? ACESSIBILIDADE é definida como a “condição para utilização, com segurança e autonomia,

total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida” (Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004).

Mas ACESSIBILIDADE vai muito além de servir apenas às pessoas com deficiência, pois trata de recursos que permitem a todas as pessoas, independentemente de suas características particulares, terem direito ao acesso a todos os bens, serviços e produtos presentes na sociedade.

3. Quem se beneficia com a ACESSIBILIDADE?

Todos! Afinal, um mundo mais acessível oferece maior comodidade e usabilidade para todos, além de ser mais justo e igualitário no respeito às diferenças existentes entre as pessoas para se locomoverem e se comunicarem.

Para as pessoas com deficiência, contudo, ACESSIBILIDADE é essencial para que possam usu-fruir de seus direitos e participar da vida em sociedade, com dignidade e qualidade de vida.

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4. O que é ACESSIBILIDADE DIGITAL?Inegável o papel fundamental das tecnologias da informação e comunicação no mundo de

hoje. O computador, o celular e os aparelhos eletroeletrônicos estão presentes na vida de todos, na escola, no trabalho, no lazer e em praticamente todas as atividades contemporâneas. Quanto mais acessíveis seus programas, conteúdos e comandos, mais fácil e produtiva é a utilização para seus usuários, principalmente quando pensamos na usabilidade desses equipamentos e conteúdos digitais por pessoas com deficiência.

Neste contexto, ACESSIBILIDADE DIGITAL diz respeito ao uso de dispositivos e mecanismos em hardwares e softwares, facilitando sua operação por usuários que tenham algum tipo de de-ficiência. No caso de conteúdos digitais e da Internet, além da acessibilidade operacional, há a necessidade de se garantir a acessibilidade às informações disponibilizadas, por intermédio de sistemas plenamente navegáveis, textos que permitam ampliação do tamanho dos caracteres e sua vocalização por programas de leitura, descrição de imagens e audiodescrição de vídeos.

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5. Quem se beneficia com a ACESSIBILIDADE DIGITAL?

A ACESSIBILIDADE DIGITAL, por se basear nos princípios do Desenho Universal, serve a to-das as pessoas, pois facilita e racionaliza processos desnecessariamente complexos em todos os campos e atividades humanas.

Especificamente com relação às pessoas com deficiência, que necessitam de condições diferen-ciadas para o uso do computador e de outros equipamentos eletrônicos, a ACESSIBILIDADE DIGI-TAL beneficia, principalmente, aqueles com dificuldades de visão, restrições motoras e limitações intelectuais, para quem os sistemas convencionais podem oferecer barreiras intransponíveis.

Quem tem dificuldade para enxergar uma tela, usar o mouse e o teclado, ler textos e ver imagens, ouvir sons, navegar em programas, aplicativos e na Internet, ou ainda quem está em situação que limita seus sentidos ou movimentos, pode se valer das facilidades e praticidades da ACESSIBILIDADE DIGITAL.

Enfim, a ACESSIBILIDADE DIGITAL é necessária para proporcionar o pleno usufruto do mundo digital por todas as pessoas, fortalecendo a inclusão e a participação cidadã por meio do acesso à informação.

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6. Quais as ferramentas básicas de ACESSIBILIDADE DIGITAL?

Para que um telecentro possa ser acessível a diferentes grupos de usuários, em diferentes con-textos, é necessário que possua algumas ajudas técnicas (equipamentos, softwares) básicas, que permitam e/ou facilitem a interação usuário/computador. Seguem algumas dessas tecnologias

6.1. Softwares de ampliação de tela

Programas que ampliam todo o conteúdo da tela do computador, conforme a necessidade do usuário, permitindo, entre outras possibilidades, controle do tamanho da fonte, do con-traste das cores e da iluminação. Alguns exemplos são o Zoom Text (da AI Squared), o Ma-gic (da Freedom Scientific) e o Magical Glass, este último disponível gratuitamente no site http://download.cnet.com/Magical-Glass/3000-2056_4-10405059.html.

6.2. Monitores de grande dimensão

Monitores de 19, 21 e mais polegadas, para facilitar a visualização por pessoas com dificuldades de visão.

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6.3. Softwares de tradução braileProgramas que permitem a codificação do texto digital em braile para posterior impres-são. Para sua utilização, é necessário que o “transcritor” (profissional responsável pela utilização deste software) conheça o sistema braile, para melhor explorar suas funções. No Brasil, o mais usado é o Braille Fácil, que pode ser baixado gratuitamente no site http://intervox.nce.ufrj.br/brfacil/.

6.4. Impressoras braile

Equipamentos que permitem a impressão de textos eletrônicos em braile. Alguns modelos po-dem ser usados de forma autônoma por cegos, pois têm painel marcado em braile e comandos com voz digitalizada.

6.5. Linha braile

Periférico composto por uma sequência de células braile, em alto relevo, que reproduzem cada caractere do texto visualizado na tela do computador. É uma alternativa ao leitor de tela, ou um complemento deste, pois alivia os usuários com deficiência visual de ouvirem a voz sintetizada por muitas horas seguidas. Para pessoas surdocegas, a linha braile é um equipamento imprescindível.

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6.6. Softwares leitores de tela

Programas que sintetizam o texto digital em voz, permitindo seu acesso por pessoas com de-ficiência visual. Alguns exemplos são o JAWS, a partir da versão 10, o VIRTUA VISION e os gratuitos NVDA, a partir da versão 2011.2, www.nvda-project.org/wiki/Download, e DOSVOX, a partir da versão 4.1., http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/, todos esses para ambiente Windows. Já para o sistema Linux, existem os gratuitos e de código aberto F123, http://f123.org/visual, e Orca, que já vem instalado no Linux UBUNTU, https://live.gnome.org/Orca/DownloadInstall.

6.7. Programas texto-voz

Conhecidos como TTS (Text to Speech) são tecnologias que, como os leitores de tela, tam-bém utilizam sintetizadores de voz, porém são muito mais simples, baratos e fáceis de usar. Destacam o texto enquanto leem e podem ser uma boa ajuda para pessoas com baixa visão, dislexia ou problemas cognitivos e de comunicação. Alguns exemplos são o Kurzwell 3000 e o gratuito TextAloud, http://textaloud.softonic.com.br/.

6.8. Teclados e mouses alternativos

Existem no mercado mouses controlados por movimentos das mãos, da cabeça, dos olhos, por sopro e acionados com os pés, entre outros. Quanto aos teclados, existem várias opções de tamanho e formato, de acordo com as incapacidades de cada usuário. Bastante comum é o dispositivo chamado “colmeia” (chapa transparente, com furos coincidentes com as te-clas, para facilitar a localização e evitar o acionamento involuntário de mais de uma tecla).

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6.9. Softwares simuladores de mouse e teclado

Programas que disponibilizam teclado e mouse digitais, na tela do computador. As opções são iluminadas, uma após a outra, até que o usuário dê um comando de voz, com os olhos, com mouse ou outro periférico, para selecionar o que deseja. Dois bons exemplos são os gratuitos Microfênix V 2.0, disponível no site http://intervox.nce.ufrj.br/microfenix/, e Head-mouse, que permite controlar o cursor através de movimentos da cabeça captados por uma webcam, http://robotica.udl.cat/.

6.10. Scanner e OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres)

Scanners são equipamentos utilizados para digitalizar textos impressos, criando imagens es-táticas dos documentos, que necessitam de um software OCR para transformá-los em arqui-vo digital, passível de ser lido por leitor de tela, podendo ser convertidos para vários forma-tos (Word, Power Point e Excel, entre outros), como o Open Book e o gratuito FineReader, http://abbyy-finereader.softonic.com.br/download.

Além dos softwares específicos, os próprios sistemas operacionais (Windows, Linux, Apple) dos computadores convencionais já vêm com ferramentas de acessibilidade para a amplia-ção de letras, ícones e cursores, alteração de contraste e de cor, lupa, troca de sinalização sonora por visual, teclado virtual, diminuição da velocidade do mouse, leitores de tela e co-mandos de voz, entre outros. Vale a pena consultar os manuais e tutoriais dos equipamentos antes de adquirir novos programas.

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7. O que é ACESSIBILIDADE NA INTERNET?Acesso a notícias, conteúdos educacionais, operações bancárias, serviços públicos, compra de

produtos, entretenimento e trabalho, entre tantas outras atividades, passam pelo uso da Internet. A impossibilidade de utilizar de forma plena essa importante ferramenta digital significa, nos dias de hoje, estar alijado do dinamismo e da gama de oportunidades disponíveis no mundo contemporâneo.

Para as pessoas com deficiência, não ter acesso à Internet representa um alijamento ainda mais profundo, tendo em vista, em muitos casos, a dificuldade ou a incapacidade de realizarem tais ati-vidades pessoalmente, presencialmente, tanto pelas limitações impostas pela deficiência como pela falta de acessibilidade nos transportes, nas vias urbanas e nos estabelecimentos públicos e privados.

Assim, tão importante quanto mobiliários, computadores e periféricos adaptados, é o desenvolvi-mento de sites de acordo com diretrizes de ACESSIBILIDADE DIGITAL, que possibilitem visualiza-ção e navegação pelo ambiente virtual, bem como acesso a todo o conteúdo disponibilizado. Para conhecer os critérios de construção de um site acessível, recomenda-se consulta ao e-MAG (Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico), www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/e-MAG, onde podem ser encontrados os requisitos básicos de programação segundo a legislação nacional, assim como links para programas que avaliam o nível de acessibilidade de páginas e conteúdos digitais. Outra referência importante é o W3C (World Wide Web Consortium), www.w3c.br, or-ganização global especializada em ACESSIBILIDADE DIGITAL.

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8. Como deve ser a ACESSIBILIDADE fÍSICA em um telecentro?

No Brasil, a acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos é regu-lada pelo Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004, que tornou obrigatória a obser-vância à norma técnica NBR 9050, estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, http://www.centroruibianchi.sp.gov.br/usr/share/documents/ABNTNBR9050_2004Vc_2005.pdf. Outra norma aplicável é a ABNT NBR 15599, sobre acessibilidade na comunicação e prestação de serviços, http://www.centroruibianchi.sp.gov.br/usr/share/documents/ABNTNBR15599_2008Ed1.pdf.

8.1. Acessibilidade para pessoas em cadeiras de rodasEstas são as dimensões referenciais para cadeiras de rodas manuais ou motorizadas, que de-vem ser consideradas para a adequação da largura de corredores, medidas de mesas, estantes e prateleiras, entre outros mobiliários, em um telecentro ou qualquer outro ambiente acessível.

Vista frontal Aberta Vista frontal fechada Vista lateral

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As dimensões necessárias para a manobra de cadeiras de rodas são:

a) para rotação de 90° = 1,20 m x 1,20 m;

b) para rotação de 180° = 1,50 m x 1,20 m;

c) para rotação de 360° = diâmetro de 1,50 m.

a) Rotação de 90º b) Rotação de 180º c) Rotação de 360º

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Para garantir o alcance e utilização de mesas, estantes e prateleiras, devem ser observadas as seguintes dimensões:

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Pelo menos 5% das mesas existentes em um telecentro devem ser acessíveis para pessoas em cadeiras de rodas, com uma altura livre do chão ao tampo não inferior a 0,73 m e profundidade de pelo menos 0,50 m para acomodação das pernas. Recomenda-se, ainda, que pelo menos outros 10% das mesas sejam adaptáveis para acessibilidade. Além disso, os balcões de serviços devem estar localizados em rotas acessíveis, com largura de no mínimo 0,90 m e altura de no máximo 0,90 do piso.

Vista Lateral Vista Superior

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Os corredores devem ter largura mínima de 0,90 m e, no máximo a cada 15 m, deve haver um espaço que permita a manobra de cadeiras de rodas.

Vista Lateral Vista Superior

As portas de todos os ambientes devem possuir largura mínima de 0,80 m e ter pelo menos 2,10 m de altura, com condições de serem abertas com um único movimento, possuindo maça-neta do tipo alavanca, localizada a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m.

Quando houver necessidade de instalação de rampas, estas devem ter largura de no mínimo 1,20 m e ter sua inclinação calculada através da equação i = (h x 100)/c onde:

- i é a inclinação, em porcentagem;- h é a altura do desnível;- c é o comprimento da projeção horizontal.

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8.2. Banheiro acessível

Deve estar localizado próximo da área de circulação principal. Para a instalação da bacia sanitária, é preciso prever áreas de transferência lateral, perpendicular e diagonal conforme figuras a seguir:

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Devem ser colocadas barras de apoio horizontais na lateral e no fundo, com comprimento mí-nimo de 0,80 m e a 0,75 m de altura do piso. A distância entre o eixo da bacia e a face da barra lateral ao vaso deve ser de 0,40 m, estando esta posicionada a uma distância mínima de 0,50 m da borda frontal da bacia. A barra da parede do fundo deve estar a uma distância máxima de 0,11 m de sua face externa à parede e estender-se no mínimo a 0,30 m além do eixo da bacia, em direção à parede lateral, conforme figuras:

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A bacia sanitária deve ter uma altura máxima de 0,46 m, contando com o assento, e seu dispo-sitivo de acionamento deve estar a uma altura de 1,00 m do seu eixo ao piso, sendo de alavanca ou automático.

Os lavatórios (pias) devem ter sua borda superior a uma distância entre 0,78 m e 0,80 m do piso, respeitando uma altura mínima de 0,73 m abaixo de sua parte inferior frontal. O sifão e a tubulação devem estar situados a no mínimo 0,25 m da face externa frontal e ter dispositivo de proteção do tipo coluna suspensa. A torneira deve ser acionada por alavanca ou sensor eletrônico, localizada a no máximo 0,50 m da face externa frontal do lavatório. Ao redor do lavatório devem ser instaladas barras de apoio, na altura do mesmo.

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8.3. Comunicação e sinalização

A legislação também estabelece as formas de comunicação e sinalização que devem ser adota-das, divididas em visuais (textos ou figuras), táteis (caracteres em relevo ou em braile) e sonoras, permanentes, direcionais, de emergência e temporárias, a serem aplicadas conforme tabela abai-xo, ressaltando-se que as informações essenciais devem ser apresentadas nas três formas:

Visual Tátil Sonora

Edificação /

Espaço/Equipamentos

Permanente X X

Direcional X X(no piso)

De emergência X X X

Temporária X X(no piso)

MobiliárioPermanente X X X

Tempóraria X

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8.4. Símbolos internacionais

A indicação de acessibilidade e da disponibilidade de equipamentos e serviços para pessoas com deficiência motora, visual e auditiva deve ser feita por meio do símbolo internacional de acesso referente a cada deficiência. Sua representação consiste em imagem branca sobre fundo azul (referência Munsell 10B5/10 ou Pantone 2925 C), imagem branca sobre fundo preto ou imagem preta sobre fundo branco, a serem afixadas em locais visíveis ao público e próximas aos recursos acessíveis existentes.

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8.5. Textos de orientação

Os textos contendo regulamentos, normas de conduta, orientações, instruções de uso de áreas, objetos e equipamentos devem ser de fácil compreensão, preferivelmente com mensagens curtas, diretas, na forma ativa e afirmativa, não negativa. Importante dispor de textos adequados para pessoas com baixa visão, utilizando fonte tamanho 16 e algarismos arábicos, na cor preta sobre fundo branco. As informações em braile podem conter caracteres especiais e figuras em relevo, com texto descritivo posicionado logo abaixo.

8.6. Piso tátil

O piso deve conter sinalização tátil, em cor contrastante, que pode ser sobreposta ou integrada ao piso do local. São dois os tipos a serem utilizados, respectivamente, sinalização tátil direcional (com largura entre 20 cm e 60 cm), que orienta o trajeto a ser feito, e sinalização tátil de alerta (com largura entre 25 cm e 60 cm), que deve ser instalada no início e no término de escadas e rampas, em frente às portas de elevadores, em rampas de acesso às calçadas, antes de um obstá-culo e para indicar mudança de direção no trajeto, com dimensões em milímetros, como segue:

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8.7. Sinalização de emergência

Para as possíveis situações de emergência, é necessária a instalação de alarmes visuais lumi-nosos e alarmes sonoros, em sincronia e intermitentes, que produzam luminescência e ruído em intervalos de tempo fixos, idealmente de 1 a 3 segundos. Os equipamentos de emergência devem conter informações táteis e visuais, representadas por símbolos de fácil compreensão.

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9. Como atender uma pessoa com deficiência?

Cada deficiência traz consigo um conjunto de limitações e incapacidades específicas, que devem ser entendidas e levadas em consideração quando do atendimento e orientação à pessoa com deficiência, como segue:

9.1. Como ajudar?

Sempre que necessário, ofereça ajuda e espere sua oferta ser aceita antes de fazê-lo. Mas não se ofenda se o seu oferecimento for recusado. Nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio.

9.2. Como atender pessoa em cadeira de rodas?

Procure sentar-se, para que vocês fiquem com os olhos no mesmo nível. Nunca se encoste ou se apoie na cadeira de rodas, que é parte do espaço corporal da pessoa, uma extensão de seu corpo. Ao ajudá-la a descer uma rampa inclinada ou degraus altos, é preferível que faça isso de marcha-ré. Ao descer de frente, mantenha a cadeira empinada para evitar que o cadeirante perca o equilíbrio e caia. Durante o trajeto, fique sempre atento à existência de barreiras e obstáculos que possam causar quedas e/ou danificar a cadeira de rodas.

Schwarz, A. e Haper, J., Atendendo bem pessoas com deficiência, Coleção FEBRABAN de Inclusão

Social, FEBRABAN, 2006.

http://www.febraban.org.br/arquivo/cartilha/cartilha_arquivos/cartilha_atendimento.pdf

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9.3. Como atender pessoa com mobilidade reduzida?

Não toque no ombro enquanto a pessoa estiver andando, para que ela não se atrapalhe, perca o equilíbrio e caia. Não a empurre ou puxe pela mão. As muletas, bengala ou andador devem es-tar sempre ao alcance de suas mãos. Ao descer uma escada, fique na frente, ao subir, posicione-se atrás, para apoiá-la caso se desequilibre.

Gabrilli, M., Manual de Convivência: Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida, 2ª edição, 2010.

http://www.vereadoramaragabrilli.com.br/files/manual_web.pdf

9.4. Como atender pessoa surda ou com deficiência auditiva?

Procure falar de maneira clara, pronunciando bem as palavras, posicionando-se bem à frente da pessoa, permitindo a leitura labial. Use a sua velocidade normal de fala, a não ser que lhe pe-çam para falar mais devagar. Procure se posicionar em um lugar iluminado, evitando ficar contra a luz, o que pode dificultar a visualização de seu rosto.

Seja expressivo ao falar, pois as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer. Mantenha sempre contato visual, pois o desvio de olhar pode significar para a pessoa com deficiência auditiva que a conversa terminou. Caso isso aconteça, faça um gesto, sinalize educadamente ou toque de leve seu braço, para que ela volte a ficar atenta a você.

Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Caso tenha dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita e, se for necessário, comunique-se através de bilhetes, utilizando frases curtas e objetivas, sem vocabulário complexo, pois muitas delas têm dificuldade com o português escrito.

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Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete de Libras, dirija-se a ela e não ao seu intérprete. Nunca utilize a expressão “surdo-mudo”, pois muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Algumas fazem a leitura labial, outras não.

Vidal, V.L., Camara, N., Como lidar com pessoas com deficiência auditiva e/ou surdez, Informativo “Na Luta”, 2011

http://www.paralamasforever.com/NaLuta/cartilha_surdos.pdf

9.5. Como atender pessoa cega ou com deficiência visual?

Primeiro, identifique-se e faça-a perceber que está falando com ela, se necessário dê um leve toque em seu braço. Para guiá-la no ambiente, aproxime-se e espere que segure o seu braço, pois, desta forma, ao começar a caminhar ela acompanhará o movimento de seu corpo. Avise-a sobre degraus ou obstáculos que estejam pelo caminho. Chegando ao local desejado, coloque sua mão no braço ou encosto do móvel e deixe-a sentar-se sozinha.

Quando for ausentar-se do local em que a deixou, lembre-se sempre de avisá-la. Não levante a voz ou exceda em contatos físicos para se fazer entender ou ser ouvido. Nem todas as pessoas, com ou sem deficiência, apreciam ser tocadas enquanto conversam com pessoas conhecidas ou com aquelas que acabaram de conhecer. Caso a pessoa com deficiência visual esteja acompanha-da de cão-guia, evite acariciar ou distrair o animal com gestos e brincadeiras.

Felippe, J. A. M, Caminhando Juntos: Manual das Habilidades Básicas de Orientação e Mobilidade,

LARAMARA, 2001.

http://deficienciavisual2.com.sapo.pt/txt-caminhandojuntos.htm

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9.6. Como atender pessoa com surdocegueira?

As pessoas com surdocegueira possuem deficiência auditiva e visual, o que restringe muito suas atividades e capacidade de comunicação, fazendo com que limitem sua circulação ao am-biente doméstico e a locais especializados nesse tipo de atendimento. Mesmo assim, é importante saber como interagir com essas pessoas, caso necessitem fazer uso de um telecentro. Em geral, o surdocego está acompanhado de pessoa que sabe como se comunicar com ele e pode servir de intérprete no atendimento.

De qualquer forma, se necessário, para comunicar sua presença, dê um leve toque no braço da pessoa com surdocegueira. Caso precise dizer-lhe algo, escreva na palma da sua mão com o dedo indicador, utilizando letras maiúsculas, traços, setas e números. Quando for guiá-lo, deixe que segure o seu braço e utilize toques simples para avisá-lo da presença de escadas, rampas ou outros obstáculos. Ao se ausentar do local, mesmo que por um curto período de tempo, avise-o.

Serpa, X., Comunicação para pessoas surdocegas, Instituto Nacional para Cegos, Bogotá, Colômbia,

2002, tradução Oliveira, M. X., 2004.

http://www.ahimsa.org.br/centro_de_recursos/projeto_horizonte/COMUNICACAO_PARA_PESSO-

AS_SURDOCEGAS.pdf

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Acessibilidade em Telecentros

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9.7. Como atender pessoa com deficiência intelectual?

Aja naturalmente ao se dirigir a uma pessoa com deficiência intelectual. Trate-a com respeito e consideração, de acordo com sua faixa etária, sem infantilizar quem não está mais na infância. Para orientá-la, fale devagar e com pausas, para que ela possa processar a informação. Caso necessário, utilize objetos, imagens, expressão corporal e facial para se fazer entender. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente preciso. As pessoas com deficiên-cia intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades. Deficiência intelectual não deve ser confundida com doença mental.

Ribeiro, L., Cartilha de orientação a pessoas com deficiência e seus familiares, Centro de Estudos e

Pesquisas “Dr. João Amorim” – CEJAM, 2007.

http://www.deficientesaudavel.com.br/adm/direcionamento_pdf/1294938501.pdf

9.8. Como atender pessoa com autismo?

As pessoas com autismo possuem limitações em sua capacidade de comunicação e socializa-ção, fazendo com que, muitas vezes, sejam confundidas com pessoas com deficiência intelectual ou até surdas. Procure usar termos simples e ser objetivo, pois costumam ser muito literais. Não olhe fixamente para elas, pois isso pode causar-lhes insegurança. Evite exageros, como aperto de mão muito forte e tapinhas nas costas, pois as pessoas com autismo podem ter hipersensibilidade tátil, gerando reações inesperadas. Procure deixar que tenham alguma iniciativa de contato.

Defensoria Pública do Estado de São Paulo e Movimento Pró-Autista, Direitos das Pessoas com

Autismo, 2011.

http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/34/figuras/DireitosPessoasAutismo_Leitura.pdf

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10. ConclusãoCom as informações e referências contidas nesta cartilha, o Governo do Estado de São Paulo,

por intermédio das ações sistemáticas da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com De-ficiência, espera sensibilizar gestores de telecentros e toda a sociedade quanto à premência de contarmos com plena acessibilidade física, digital e, primordialmente, atitudinal, permitindo mu-danças estruturais e comportamentais, que possibilitem a utilização desses importantes centros de convivência por todos os cidadãos.

Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com DeficiênciaGoverno do Estado de São Paulo

Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Barra fundaSão Paulo - SP - Brasil - 01156-001

Telefone: 55 11 [email protected]

[email protected]

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