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Paraná - Ano 0 – No. I – novembro/dezembro 2010
Pesquisa, Organização, Layout e Publicação: José Feldman Contatos para sugestão e colaboração: [email protected]
Índice deste Número - Paraná em Trovas Almirante Tamandaré – Apucarana – Arapongas – Campo Largo – Campo Mourão – Castro – Contenda – Curitiba – Ibiporã – Irati – Ivatuba – Joaquim Távora– Lapa – Londrina – Maringá – Morretes – Palmeira – Paranaguá – Paranavaí – Pinhais – Pinhalão – Piraí do Sul – Piraquara – Ponta Grossa – Quatro Barras – Rio Branco do Sul – São Jerônimo da Serra – São Jorge do Ivaí – São José dos
Pinhais – São Mateus – Tomazina – Ubiratã – União da Vitória - Cidades do Paraná: Bandeirantes - Hino de Bandeirantes - Trovadores de Bandeirantes - Trovador do Bimestre: Harley Clóvis Stocchero - Luis Renato Pedroso: Soberana Ordem do Sapo
- Luiz Otávio: Decálogo de Metrificação
Paraná em Trovas
Almirante Tamandaré
Meu amor sempre me espera à tarde com um lanchinho, mas eu fico na quimera de tomarmos nosso vinho. HARLEY STOCCHERO
Apucarana
Cada um tem seu destino! A pedra faz o castelo,
o bronze, a máquina e o sino, o ferro faz o martelo. FAHED DAHER
Arapongas
Cidade dos passarinhos, Arapongas, Paraná.
Aqui se constroem ninhos, que a todos acolhem cá! MARIA GRANZOTO
Campo Largo
Eu curto todo momento e não perco um só segundo. Num minuto em pensamento posso estar em outro mundo!
ÁUREO BAIKA
Campo Largo tem história ! … Em caminhos de tropeiros, caminhos que abriram glória e foram os verdadeiros !! MIGUEL ANGEL ALMADA
Campo Mourão
Busca-se ainda o Caminho, vive-se a doce ilusão
de um mundo feito carinho, que ao fraco não negue o pão! SINCLAIR POZZA CASEMIRO
Castro
Saibamos as leis de cor, Façamos do lar um templo, mas nada educa melhor
do que o nosso bom exemplo. HILDA KOLLER
Contenda
Ao professor muito devo, devo ao médico também. Mas o livro é meu enlevo, tudo que sei dele vem.
HILDEMAR CARDOSO MOREIRA
Curitiba
Se caem do céu as águas com tanta beleza e encanto,
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por que desencanto e mágoas há nas águas do meu pranto?
Mª DA CONCEIÇÃO FAGUNDES
Minha sogra, por pirraça, como fosse um megafone, no coreto lá da praça
bota a boca no trombone. NEI GARCEZ
É na ausência que a saudade nos invade e fere a gente,
porque a ausência, na verdade, na saudade está presente. ORLANDO WOCZIKOSKY
Na vida vivo tentando tornar meu mundo risonho, pois a tristeza vem quando existe ausência de um sonho. VANDA ALVES DA SILVA
Se ausência é cena vazia, guarda, invisível, latente,
a marca de algo que, um dia, ali já esteve presente
VANDA FAGUNDES QUEIROZ
Descontraia sua testa, sorrir é grande investida!
Quem transforma a vida em festa vence tensão reprimida!
VÂNIA MARIA DE SOUZA ENNES
A tua ausência é o refrão de uma tristeza sem fim, onde o tempo ao dizer não, permite à dor dizer sim.
WALNEIDE FAGUNDES DE S. GUEDES
As nuvens choraram tanto, que o sol compensa o escarcéu, tecendo com doce encanto mais sete cores no céu!
WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ
Ibiporã
Semblante santificado cabeleira cinza escuro, mamãe viveu seu passado planejando meu futuro.
MAURICIO FERNANDES LEONARDO
Irati
Toda semente que eu planto nos sulcos da minha dor, germina regada em pranto, mas, desabrocha em amor!
MAFALDA DE SOTTI LOPES
Ivatuba
Volta, amor! – é o teu retorno felicidade e prazer.
Teu corpo é um caminho morno que eu adoro percorrer! ELIDIR D’ OLIVEIRA
Joaquim Távora
Pôr-do-sol, campos desertos, e o pinheiro então parece
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estar de braços abertos a sussurrar uma prece. ADILSON DE PAULA
Lapa
Nas águas mansas do lago, nas verdes ondas do mar, nas delícias de um afago, vejo a mão de Deus pairar.
JOSÉ WESTPHALEN CORRÊA
Londrina
“Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe…” - Por mais que um ser nos perfure, que nossa alma não desabe!
CIDINHA FRIGERI
Maringá
Carinho neste rincão de incomparável beleza! É a Cidade Canção Bendita por natureza!
ALBERTO PACO
Neste planeta sofrido, com tanto lixo fedendo, há muito louco varrido, pouca vassoura varrendo.
ANTONIO AUGUSTO DE ASSIS
Ausência é uma coisa séria, sobretudo a dos ateus,
que só vivem da matéria, ausentando – se de Deus.
JOSÉ BIDÓIA
É dinheiro abençoado, merecedor de elogio,
todo aquele que é usado ao despoluir um rio!
MARIA ELIANA PALMA
Diante do encanto desfeito por promessas não cumpridas, eu sempre encontro outro jeito de entrelaçar nossas vidas.
OLGA AGULHON
Quem tem sonhos hoje em dia, nunca perca a esperança. Diz velha sabedoria:
“Quem espera sempre alcança!” JOSÉ FELDMAN
Morretes
A primavera cantemos anos juvenis, risonhos… Além nós todos sabemos, restarão só nossos sonhos! LÚCIO DA COSTA BORGES
Palmeira
Confesso é no teu perfume e no sabor do teu beijo, que para mim se resume a volúpia do desejo.
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HEITOR STOCKLER DE FRANÇA
Paranaguá
Se o beijo guarda o perfume de estranha, esquisita flor é porque o beijo resume a vida e a glória do amor. LEÔNCIO CORREIA
Paranavaí
A trova quando é sentida viaja em nossa emoção Nos faz fiéis toda a vida, une os povos, faz irmãos
DINAIR LEITE
A Terra no seu início, foi palácio verde em flor! Agora é um precipício de enchentes e dissabor. OTAVIO LEITE GOETTEN
Eu comprei uma ampulheta pra entender o tempo assim. Vi que era uma silhueta de um vai e volta sem fim. RENATO LEITE GOETTEN
Pinhais
Meu girassol pobrezinho saudoso, não resistiu.
Morreu olhando o caminho por onde meu bem partiu…
LIGIA CHRISTINA DE MENEZES
Pinhalão
Todo filho vem dos pais, vem o mel da flor silvestre; não há dor sem dor nos ais nem discípulo sem mestre.
LAIRTON TROVÃO DE ANDRADE
Piraí do Sul
Contra mágoas, dissabores, um santo remédio há. Receita: Rua das Flores – Curitiba – Paraná. VERA VARGAS
Piraquara
A saudade rasga o véu do tempo e traz do passado minha mãe, que lá do céu sempre tem me abençoado. HORÁCIO F. PORTELLA
Ponta Grossa
A esperança em nossa vida, pelo valor que ela ostenta, pode até ser resumida,
como o pão que nos sustenta. AMÁLIA MAX
Registrando alguma ausência,
contabilidade ingrata, nosso amor pediu falência, desistiu da concordata!
FERNANDO VASCONCELOS
Um erro, mesmo pequeno, ganha maior dimensão pela força do veneno
que há na ausência do perdão… MARIA HELENA OLIVEIRA COSTA
Entre todos os recantos é aqui que me sinto bem:
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- o meu lar tem tais encantos que outros lugares não têm!
SONIA MARIA DITZEL MARTELO
Quatro Barras
Nas noites da minha vida, vida errada, vida certa, cada estrela me convida a uma nova descoberta.
AIRO ZAMONER
Rio Branco do Sul
A vida é um mar de rosas legando beleza e olor, às criaturas bondosas,
que sabem semear o amor. SARA FURQUIM
São Jerônimo da Serra
Belo e vetusto pinheiro! Tão alto… é grande a distância…
foi meu leal companheiro nos doces anos da infância…
DÉSPITA PERUSSO
São Jorge do Ivaí
Tão suave é o teu carinho: Há nele a calma de um lago…
- Tem a ternura de um ninho e a paz de um materno afago! HULDA RAMOS GABRIEL
São José dos Pinhais Esta estação é tão linda…
Cobrindo os campos de flores. Que seja sempre benvinda! Com alegria e muitas cores.
PATRÍCIA CRISTIANE DE SIQUEIRA
São Mateus
A frase dura que escapa da boca de muitos pais é tão cruel como um tapa e, às vezes, machuca mais! GERSON CESAR SOUZA
Tomazina
Curitiba tem seus bares com requinte de Paris,
Aos boêmios, seus altares, e aos poetas, lar feliz. CECIM CALIXTO
União da Vitória
Quero rever os meus pagos, ouvir toda a velha história. Quero sentir os afagos… da minha União da Vitória! HELY MARÉS DE SOUZA
Cidades do Paraná:
Bandeirantes
Em julho de 1930, a Empresa Ferroviária São Paulo - Paraná inaugurou uma estação ferroviária a três quilômetros do patrimônio de Invernada, que passou a denominar-se Bandeirantes, devido aos pioneiros
aqui encontrados, surgindo então um povoado nas proximidades da estação. Em 27 de setembro de 1931, deu-se início um trabalho de coligação em favor do progresso da estação. Um ano
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depois, no final de 1932, os dois povoados foram unificados. Bandeirantes possui um conceituado Laboratório Agrícola que está localizado dentro da Faculdade de Agronomia de Bandeirantes. Criado através da Lei Estadual n° 2.396, de 14 de novembro de 1934, foi instalado oficialmente em 25 de janeiro de 1935, sendo desmembrado de Jacarezinho. Em 24 de fevereiro de 2008, é criada e elevada a título de Paróquia, por Dom Fernando José Penteado, bispo da Diocese de Jacarezinho a qual este município pertence a Capela São Geraldo Majela, que é localizada, no Conjunto Humberto Teixeira. A Paróquia São Geraldo Majela, tem como seu primeiro pároco, Padre Roberto Moraes de Medeiros, e primeiro vigário paroquial, Padre Marcos Ribeiro de Almeida, e coordenadora administrativa paroquial, a senhora Margarete Negrão da Silva. A nova matriz, conta com uma devoção popular a São Miguel Arcanjo, em uma Missa de teor carismático presidida pelo Pároco atual, onde a igreja fica repleta de fiéis. A Celebração de título em honra e louvor a São Miguel Arcanjo, acontece todas as quintas-feiras nesta paróquia, às 20 horas, e sendo transmitida por uma rádio da cidade (Rádio Cabiúna AM) e outras emissoras em cadeia. Bandeirantes, conta atualmente também, com o Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, onde era localizada a antiga Igreja Matriz, mas que popularmente ainda é conhecida assim, por ser a primeira no município. O primeiro Reitor deste Santuário foi o Padre Claudinei Antônio da Silva, e o Coordenador Administrativo Eustáquio Magalhães Trindade. Bandeirantes, ainda conta com diversas disseminações de culturas religiosas, como: Igreja Católica, Igrejas Evangélicas, Igreja / Comunidade
Anglicana (fundada na cidade desde o ano de 2007), Espiritismo, Testemunhas de Jeová, entre outros. Possui uma área é de 446,301 km². Localiza-se a uma latitude 23°06'36" sul e a uma longitude 50°27'28" oeste, estando a uma altitude de 420. Sua população segundo o Censo de 2010 é de 32.142 habitantes. Possui A Faculdade Superior de Agronomia iniciada em 1971, em 1973 a FEB, passou a ser chamada Fundação Faculdade de Agronomia "Luiz Meneghel" (FFALM). Incorpora em 2000 o curso de medicina veterinária e ciências biológicas e muda o nome para Fundação Faculdades "Luis Meneghel". Em 2001 inicia os cursos de enfermagem e sistemas de informação, em janeiro de 2003 a fundação foi incorporada pelo governo do estado, na época Universidade Estadual do Paraná. Em 27 de setembro de 2006, pela lei estadual nº 15.300/2006 foi criada a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), em que foi incluída a FFALM. A UENP congrega (segundo dados de outubro de 2006): 6.375 alunos de graduação, 1.070 de pós-graduação, 314 docentes e 133 servidores.
Hino de Bandeirantes
Letra – Wanda Rossi de Carvalho
Música - Diogo Agostinho Pinto e José Leopoldo Garcia
(Refrão:)
Salve, Salve, Bandeirantes com sua pujança viril Terra roxa da esperança enriquecendo o Brasil
Com suas vestes verdejantes e um traçado tão gentil
de antepassados brilhantes e o mais belo céu de anil
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Bandeirantes é a herança de um povo trabalhador que conquistou a bonança com sacrifício e amor
No horizonte os canaviais num bailado de harmonia
como se fossem mil pais dando o pão de cada dia
Bandeirantes pequenina que possui encantos mil nas dobras de cada esquina um pedaço do Brasil
Trovadores de Bandeirantes
No meu jardim encantado, belas flores cultivei:
filhos meus que, com cuidado. fé e amor, eu lapidei!
ALICE BONFIM METRING
No alto daquele gramado, que linda flor amarela!
Mas, que destino malvado… Hoje, enfeita uma lapela!!!
DÂMILA FERNANDA FIGUEIREDO
Meu medo não é morrer por quem amo tanto assim. Meu dilema é não saber
se esse alguém morre por mim. ÉLSON SOUTO +
Velhos sonhos, na lembrança, vou mantendo em meu viver… Não abandono a esperança de que irão acontecer!
ISTELA MARINA GOTELIPE LIMA
Sem amor e sem encanto não choro a desilusão, que a vida feita de pranto, não passa de vida em vão.
JANETE AZEVEDO GUERRA
Comecei seguir viagem, e em meu destino, pensando, eu voltei… faltou coragem de deixar “alguém” chorando! JÉSSICA FERNANDA COSTA
Todos devemos cuidar da água que nós bebemos para quando precisar
saber que sempre a teremos LUCAS PAULO ALVES DE SOUZA
Bem maior que a dor da ausência, o que mais traz desconforto: - conhecer a inconsequência do ausente … depois de morto!
LUCÍLIA A. T. DECARLI
Neste amor desencontrado, busquei sempre ser feliz. Eu quis ficar ao seu lado, mas o destino não quis.
MARIA ANGÉLICA MATHIAS
Relembrando bons momentos de paz e felicidade,
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viajam meus pensamentos nos momentos de saudade!
MARIA APARECIDA ROXO SANTOS
Tua ausência é uma corrente, que me prende à solidão,
pois sem ti, eu, simplesmente, estou só… na multidão!
MARIA HELENA CRISTOVO
Em tua ausência, a esperança, põe seus véus na realidade, mas quem vive de lembrança… morre aos poucos … de saudade!
MARIA LÚCIA DALOCE CASTANHO
O dilúvio sem igual que dizimou os ateus não era chuva, afinal… eram lágrimas de Deus!
NATHAN OSIPE
Perdido na escuridão, sem saber se é noite ou dia, pede o cego na oração:
- Senhor, protege o meu guia! NEIDE ROCHA PORTUGAL
Velha casa de madeira presente em minha lembrança… - Oh, saudade verdadeira dos meus tempos de criança!
NEILA MARTELLI TOLEDO CAMPOS
Com água a vida é mais doce, e com tanta luz divina, a vida é como se fosse uma fonte cristalina!!!
SAULO PATRICK PEREIRA MAIA DE ÁVILA
Quantas vezes uma vida, que tão mansa nos parece, tem no mistério escondida a dor que nunca se aquece.
WANDA ROSSI DE CARVALHO
Trovador do Bimestre:
Harley Clóvis Stocchero
Harley Clóvis Stocchero nasceu em Tamandaré/PR, em 1926, filho de Bortolo Ferreira Stocchero e Hercília de Oliveira Stocchero. Estudou na PUC-PR. Foi professor e
advogado. Funcionário fazendário estadual, Exerceu cargos diretivos da Escola
Normal Dr. Cícero Silva, no interior do
estado e FIDES (PROMOPAR), em Curitiba. Delegado da UBT de Almirante
Tamandaré, sócio da seção UBT-Curitiba, da Academia de Cultura de Curitiba, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, da Soberana Ordem do Sapo e sócio efetivo da Academia de Letras José de Alencar ocupando a cadeira n.5, na qual foi
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vice-presidente. Foi presidente do Centro de Letras do Paraná. Cadeira n.6 da Academia Paranaense de Letras, cadeira n.12 da Academia Paranaense de Poesia e cadeira 17 da Academia Sul-Brasileira de Letras. Recebeu o título de Vulto Emérito,
pela Câmara Municipal de Almirante Tamandaré em 1994.
Possui medalhas e diplomas de concursos de trovas. Possui dois livros publicados: Ermida Pobre (poesia); e Os Dois Mundos (poesia, mensagens e cronicas). Faleceu em 23 de março de 2005.
O mundo de hoje nos deixa na terrível contingência de ver aumentar a queixa da escalada das violência…
Como é belo, nesta terra, semeado o vale de flor;
amor numa flor se encerra, pois flor é rima de amor…
Quem passando nesta vida seu próximo nunca amou, pode assim ser definida: Que não viveu, vegetou!…
A Pátria não é somente o céu, o rio e o chão;
é mais: É a alma da gente que vibra no coração!
A mulher que a gente ama,
Para nós sempre é a mais bela, Pois o coração conclama Não ver os defeitos dela!…
Felicidade é o momento que a alegria nos traduz; e feliz no sentimento
que me une ao meu Jesus!
Esperando ardentemente a felicidade encontrar,
entre sonhos de demente, eu fico sempre a esperar…
Trovador que a dor reprova e trovando a dor suplanta é um beija-flor que comprova ter sempre mel na garganta.
Para manter este sonho de trovar com perfeição
nas mãos de Deus eu deponho o poder da inspiração.
Sonho que sempre acalento e mantenho todo o dia:
– ser bom, mesmo em pensamento, semeando paz e alegria!
Manter moeda equilibrada: – dólar valendo real… é tentativa frustrada da fantasia nacional!…
O homem que se compraz com artimanhas de guerra, jamais vai encontrar paz para os seus aqui na terra!
Mundo cruel, mundo triste, mundo ingrato, mundo cão, onde o pobre subsiste catando lixo no chão!…
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Luis Renato Pedroso:
Soberana Ordem do Sapo
Inspirado por um grupo de intelectuais que, nos idos de 6 de março de 1898, criara um periódico sob a intrigante denominação O Sapo, Vasco Taborda Ribas fundou uma confraria, em 15 de agosto de 1977, a que chamou de Soberana Ordem do Sapo, cujos integrantes, em número expressivo, recebem o título de “barão” e “baronesa”. Mas, certamente, os que lêem estas
linhas perguntarão: por que tão esdrúxula denominação?
Responde, com raro descortino, o acadêmico e, pois, imortal Apollo Taborda França, que a fez ressurgir, poucos dias passados:
“o sapo é uma criatura universal: está em todas as partes, em todos os países. Trata-se de um ser enigmático, místico e mítico, a um só tempo. Não chega a ser venerado, mas é admirado e decantado, de modo mal ou benquerente, em contos, fábulas e lendas”, lembrando, ainda, que “o sapo é romântico com seu cantar após as chuvas, tempestades, em especial para noites de luar. A despeito da malquerência com que sofre, é considerado o símbolo do amor, da ventura e da alacridade. Chega a ser considerado lindo conforme o entendimento e o olhar de quem intimamente não o subestima”.
Por sua vez, Ivo Arzua Pereira recorda que, “além de tudo, o sapo, cujo habitat são os charcos, os terrenos alagadiços e os banhados, é bem o símbolo da humildade, pois
jamais intentou viver nas alturas montanhosas para brilhar à luz do sol e ser notado, admirado e aplaudido, bastando-lhe ser alvo da simpatia dos seres humanos e, principalmente, dos bravos ecologistas”. Tais considerações, por si só,
explicam plenamente a opção de Leôncio Corrêa, Leite Júnior, Gabriel Ribeiro e Thales Saldanha pelo título O Sapo para o hebdomadário lançando e, depois, Vasco Taborda Ribas para a confraria, agora ressurgida por Apolo Taborda França. Muitos “barões” e “baronesas” já
passaram pela Soberana Ordem do Sapo, outros tantos a integram, constituindo um pugilo valoroso de amantes da cultura. Saudando-os, a exemplo do ocorrido
na reunião-almoço do dia 5 de março de 2005, quando da reinstalação da confraria, lembro o poema do inspirado e sensível vate Harley Clóvis Stocchero, Barão de Tamandaré:
1. Quando o dia amanhece e o sol para o alto arriba, para o céu se evola a prece do povo de Curitiba;
2. enquanto o dia floresce com o azul brilhando guapo,
toda lagoa estremece com a cantiga do Sapo.
3. Os barões assinalados, dessa Ordem Soberana,
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todos juntos, irmanados, saudam a luz que emana
4. da hóstia de intensa luz; e Curitiba conclama a seguir o Bom Jesus que todo cristão irmana.
5. nessa ordem de Grandeza do Sapo, Rei da Sapiência, que, com toda a realeza, simboliza a boa vivência
6. que o Sapo, na humildade,
dádiva do Criador para toda a Humanidade, é atributo de Amor.
7. Rendamos ao humilde Sapo
seu verdadeiro valor, pois ele, que é nobre e guapo,
simboliza Paz e Amor!
8. Por Deus feito inteligente e das searas protetor, deve merecer da gente veneração com ardor
9. para lhe dar proteção, pois ele é nossa esperança ao limpar a plantação
da praga, que sempre avança!
10. Rendamos nosso tributo ao Reino da Saparia,
ao Sapo, esse amigo astuto, que nos inspira Poesia!
11. Assim, Barões, Baronesas, vamos os Sapos saudar,
reunidos em nossas mesas para a Ordem prestigiar.
12. Num momento de alegria desta encantada Reunião, brindemos a Saparia
no abraço de cada irmão;
13. também é grata a ocasião, que esta data recorda, vamos fazer a saudação ao Mestre Vasco Taborda
14. que, se estivesse vivo, aqui festaria contente, comemorando o motivo de relembrá-lo contente.
15. Mas, embora falecido, tem a alma ainda presente, o que nos dá o motivo de relembrá-lo contente.
16. Festejemos, meus confrades,
esta nossa Confraria, que hoje uma nova idade
feliz aniversaria!
17. Agradecendo a presença de todos que, neste dia, nos trazem a recompensa da ilustre simpatia.
18. Sejam todos abençoados com as preces que conduz esse olhar iluminado
de Nossa Virgem da Luz! —–
Luís Renato Pedroso, presidente do Centro de Letras do Paraná, vice-presidente do Movimento Pró Paraná e Barão de Santa Terezinha.
Luiz Otávio Decálogo de Metrificação
(É o resumo de um ensaio e de um relatório, ambos sobre metrificação, de autoria de LUIZ OTÁVIO com a
colaboração de 53 trovadores de diversas seções da UBT (União
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Brasileira dos Trovadores) e também de Portugal)
DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO
1) - As sílabas são contadas até a última tônica do verso.
2) - As pontuações não impedem as junções de sílabas.
3) - Não se deve fazer o aumento de uma sílaba métrica nos encontros consonantais disjuntos, (ou seja: não usar "suarabacti").
Exemplo: “ig-no-ro” e não “i-gue-no-ro”
4) - Uma vogal fraca faz junção com a vogal fraca ou forte inicial da palavra seguinte. § único - Aceitam-se exceções a esta regra no sentido de evitar a formação de sons duros e desagradáveis.
Exemplo: Ventura única – venturúnica.
5) - Uma vogal forte, pode ou não, fazer junção com vogal fraca da palavra seguinte, no entanto jamais deve fazê-la com vogal forte.
§ único - Nos casos em que se prefira a junção "forte + fraca", deve-se ter sempre o cuidado de evitar sons desagradáveis: "mais que tu/ardo" ou formar novas palavras: vi/a moça
6) - Pode haver a junção de três vogais numa sílaba métrica.
§- Não deve haver mais de uma vogal forte.
§- No caso em que a vogal forte não esteja colocada entre as vogais fracas e sim em 1* e 3* lugar, para que seja correta a junção, as duas vogais fracas devem juntar-se por crase ou por elisão, e não por sinalefa (ditongação). Assim, estará certo:
"é a ambição que nos prende”, e não se pode unir as três vogais de "e a / intima palavra".
§- Deve ser usada com cuidado a junção de mais três vogais, embora haja casos corretos de quatro e até de cinco vogais.
7) - Os ditongos aceitam as pré-junções com vogais fracas: "E eu".
As post-junções são aceitas somente nos ditongos crescentes (encontros instáveis): "a distância infinita", e são repelidas nos ditongos decrescentes: "Eu sou/a que no mundo …
§ Único - Há casos de uso facultativo de pré-junção de vogais fortes aos ditongos, quando essas vogais são as mesmas dos iniciais dos ditongos e não forem as tônicas das palavras.
Aceita-se: "será auspiciosa", e é inaceitável: "terá/auto".
8) - Nos encontros vocálicos ascendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas), a sinérese é de uso facultativo.
Exemplo: "ci/ú/me" ou "ciú/me"; “po/e/ta” ou “poe/ta”.
§ Único - Há neste grupo, excepcionalmente, encontros vocálicos que não aceitam a sinérese. Geralmente, são formados pela vogal "a" seguida das vogais "a", "e" ou "o". Exemplo: Sa/ara, a/éreo, a/orta, ou, em alguns casos, da mesma vogal "a" seguida das semi-vogais "i" ou "u" tônicas, como em: "para/íso, "ba/ú".
9) - Nos encontros vocálicos descendentes (formados por vogais ou semivogais tônicas) seguidas de vogais ou semi-vogais átonas) não se aceita a sinérese ("tua", "lua", "frio", "rio" etc., e sim, "tu/a", "su/a","fri/o", "ri/o", etc.)
§ Único - Em algumas regiões do Brasil é usada a sinérese nestes encontros vocálicos, com base na fonética local. No entanto, não será aceita na Metrificação, em benefício da uniformidade, uma vez que na maioria dos Estados é feita a separação dessas vogais.
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10) - 0 uso da aférese ("inda", etc), síncope ("pra", etc), apócope ("mui", etc) e de ectilípse (com a, com o, com as, com os) é facultativo.
§ 1º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais átonas é correta mas pouco usada. Acompanhando a maioria dos poetas, sempre que possível, deve ser evitada.
Exemplo: "com amor".
§ 2º - A junção de "com" mais palavras iniciadas com vogais tônicas não será aceita. Exemplo: "com esta".
§ 3º - A junção de fonemas anasalados "am", “em”, "im", etc., com vogais átonas ou tônicas não será aceita.
Exemplo: "formaram" / idéias", "cantaram / hinos" etc.
§ 4º - É preciso cuidado com o uso de aféreses, síncopes e apócopes que, por estarem em desuso ou por formarem, geralmente, sons desagradáveis, irão ferir a sensibilidade dos leitores e dos ouvintes.
GLOSSÁRIO - Por ordem alfabética, para melhor compreensão do Decálogo de Metrificação.
AFÉRESE - Supressão de sílabas ou fonema inicial ("/inda").
APÓCOPE - Supressão de sílaba ou fonema final ("mui/“).
CRASE - Fusão de duas vogais numa só ("a alma") ("e este").
DIÉRESE - Transformação de um ditongo num hiato ("sa/u-da-de").
DITONGO - Fusão de uma vogal + semivogal, ou vice-versa; na mesma sílaba.
("sai") ("falei") ("Niterói")
DITONGO CRESCENTE - Semivogal + vogal (“pátria”) (“gênio”) (“diabo”).
DITONGO DECRESCENTE - Vogal + semivogal (“pão”) (“meu”) (“dourado”)
ECTLIPSE - Supressão de um fonema nasal final para possibilitar a crase ou ditongação (sinérese) com a vogal inicial da palavra seguinte. ("com o") ("com amor")
ELISÃO - supressão da vogal átona no final de uma palavra. ("Ela estava" = "Elestava").
ENCONTROS CONSONANTAIS - Duas consoantes unidas:
A. inseparáveis - ("bl - bloco”) ("fl - "flor") ou "grupos consonantais".
B. separáveis ("gn - ignóbil”) ("bs – observar”) ou "encontros consonantais disjuntos".
HIATO - uma sílaba terminada, por vogal-base seguida de outra iniciada também por vogal-base. ("re/eleger") (“ca/olho”) (“a/éreo) (Rocha Lima);
Encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos distintos, formando sílabas diferentes. (“Sa/ara”) (“podi/a”) (“sa/úde”) (Cegalla).
ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES - “designação de Luiz Otávio” - Encontro de duas vogais ou semivogais, pronunciadas separadamente, sendo a primeira fraca e a segunda forte. (“di/a”) (“tu/a”) (“ri/o”) (“fri/o”)
JUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - No sentido generalizado para traduzir a união de sílabas métricas, Abrange pois, os diferentes processos de diminuição de sílabas poéticas. comumente e erradamente empregada pela maioria dos poetas como elisão. Ver no Glossário, os vários processos ou métodos para diminuir as sílabas métricas ou processos de fazer a junção de sílabas: crase, elisão, sinalefa, sinérese, aférese, síncope, apócope e ectilipse.
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POSTJUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - Junção posterior a uma sílaba ou palavra.
PREJUNÇÃO - “designação de Luiz Otávio” - Junção anterior a uma sílaba ou palavra.
SEMIVOGAIS - São os fonemas "i" e "u", quando ao lado de uma vogal formam uma sílaba com ela. Assim em "pai" e em "mau", o "i" e o “u" funcionam com valor de consoante; em "lu/ta" e em vi/da", funcionam com função de vogal.
SÍLABA OU MÉTRICA ou SÍLABA POÉTICA - São sílabas usadas nos versos, têm contagem diferente das sílabas gramaticais.
SINALEFA - Fusão ou junção de vogais ou semivogais, entre duas palavras, formando ditongo (“Este amor = Esteamor").
SÍNCOPE - Supressão de fonema ou sílaba no meio da palavra ("p/ra").
SINÉRESE - Transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra. ("ci/ú/me em ciú/me").
SUARABACTI - Aumento de uma sílaba métrica, pela pronúncia das vogais de apoio, nos encontros consonantais disjuntos" ("i/gui/no/rar") – Luiz Otávio.
TÔNICA - Sílaba forte, acentuada.
VOGAIS - Fonemas sonoros, que se produzem pelo livre escapamento do ar pela boca e se distinguem entre si por seu timbre característico" - Rocha Lima.
VOGAL FORTE ou FRACA - A vogal átona ou acentuada (tônica) da palavra ou do verso.
TROVAS DEMONSTRATIVAS Da aplicação das dez regras da Metrificação Estas trovas foram feitas para demonstrar os diferentes casos de
aplicações das dez regras da METRIFICAÇÃO. Têm, pois, finalidade puramente didática. Devemos observar em cada uma, pela numeração, a aplicação da Regra de número correspondente.
1ª regra - Última Tônica Poderá a força elétrica de um sábio computador ensinar contagem métrica mas não faz um trovador...
2ª regra - Pontuação
Pensa em calma! Evita errar, Injusto é se nos reprovas, Pois não queremos mudar o modo de fazer trovas
3ª regra - Encontros Consonantais
Você pode acreditar ter a pura convicção
que a ninguém vou obrigar a ter a minha opinião...
4ª regra - Vogal Fraca + Fraca (ou
forte) Podes crer és muito injusto e estás longe da verdade; pois na Trova, a todo cust,o defendo a espontaneidade...
5ª regra - Vogal Forte + Fraca É uma história bem correta em tudo o ensino é preciso, no entanto, só / o poeta
quer ser gênio de improviso...
6ª regra - Junção de Três Vogais Esta é uma Trova indiscreta, convenções, mal amparadas,
induzem muito poeta a convicções enraizadas.
7ª regra - Ditongos
Para medir nossos versos, se o ouvido fosse o juiz,
em nossos “metros” diversos ninguém poria o nariz...
8ª regra - Encontros Vocálicos
Ascendentes (***)
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Na Trova, soneto ou poema, em toda a parte do mundo, se a Forma é o seu di/adema Su/a alma é sempre o fundo!
9ª regra - Encontros Vocálicos
Descendentes As dúvidas são pequenas, não sejas tão pessimista, dá-me a tu/a ajuda, apenas, e será bela a conquista.
10ª regra - Licenças – Aféreses - Síncopes – Apócopes - Ectlipses. É mui/to feio criticar(apócope)
a/inda que seja um direito (aférese) p/ra ser justo, aulas vem dar (síncope) Com/ o teu plano sem defeito...
(ectlípse)
(***) Na trova de exemplo, da REGRA 8, ENCONTROS VOCÁLICOS ASCENDENTES, Luiz Otávio dá as duas formas de contagem de sílabas:
– poe/ma e di/a/dema, entretanto isto é feito apenas como um exemplo pois:
NÃO SE PODE USAR AS DUAS CONTAGENS NA MESMA TROVA.
UMA FRASE DE LUIZ OTÁVIO PARA DECORAR AS DEZ REGRAS "Tendo Paciência e Estudo Você Versejará Tecnicamente Direito Encontrando Estética e Lirismo."
Nesta frase temos:
T = tônica;
P = pontuação;
E = encontros consonantais;
V = vogal fraca;
V = vogal forte;
T = três vogais;
D = ditongos;
E = encontros vocálicos ascendentes;
E = encontros vocálicos descendentes;
L = licenças poéticas).
OBSERVAÇÃO – Este DECÁLOGO foi aprovado pelo Conselho Nacional da UBT e é, portanto, o melhor guia, tanto para aqueles que concorrem como para aqueles que julgam.
A UBT (União Brasileira de Trovadores) sente-se orgulhosa em proporcionar a oportunidade a um grande número de trovadores de conhecer o DECÁLOGO DE METRIFICAÇÃO onde, além de LUIS OTÁVIO, colaboraram grande nomes da Trova, entre outros podemos citar: Carlos Guimarães; Carolina Ramos; Lilinha Fernandes; Helvécio Barros; Vera Vargas; Milton Nunes Loureiro; Sávio Soares de Souza; Manita; Joubert A. Silva; Vasques Filho; David de Araújo; Rodolpho Abbud; Jacy Pacheco; Ivo dos Santos Castro; Micaldas Corrêa e Dimas Lopes de Almeida (Portugal).
Visite o site Falando de Trova (www.falandodetrova.com.br) , criado pelo trovador José Ouverney: Trovas, Resultados de Concursos, Concursos em Andamento, Artigos, Colaboradores, etc. – sempre atualizado.