26
História Módulo 39, apostila 7

América anglo saxônica e hispânica durante o século xix

Embed Size (px)

Citation preview

História

Módulo 39, apostila 7

A independência das Treze Colônias Ingleses naAmérica resultou no surgimento de um novo país,com treze estados, chamado de Estados Unidosda América.

Essa nova nação ocupava a costa leste,compreendendo os seguintes estados:

Nova Hampshire; Massachusettts;

Nova York; Rhode Island;

Pensilvânia; Connecticut;

Nova Jersey; Delaware;

Maryland; Virgínia;

Carolina do Norte; Carolina do Sul;

Geórgia

Do início até pouco mais da metade do

século XIX, a esses 13 estados se somaram

aproximadamente quatro dezenas mais,

fazendo com que, na atualidade, sejam 50

estados, com um território imensamente

maior que o inicial.

A questão que surge então é: quais foram os

fatores e os meios utilizados para que

tamanha expansão ocorresse? Quais as

principais consequências deste processo?

Intensa imigração – existia muita terra para

poucas pessoas, isso atraia muitos ingleses para

o novo país.

Outro fator para a imigração era a

industrialização acelerado na Inglaterra, pois ela

tornou a vida de muitos antigos artesãos

praticamente insustentável no outro continente.

Difusão do uso da locomotiva – auxiliou os

colonizadores a alcançarem com muito mais

rapidez e facilidade regiões antes consideradas

inviáveis economicamente, muito distantes ou

difíceis geograficamente.

O crescimento das ferrovias também facilitou oescoamento da produção, que passou a ocorrerde forma muito mais segura e rápida.

A descoberta de ouro na Califórnia – devido aessa descoberta uma massa de exploradores sedirigiu à região, levando consigo o sonho dealcançar melhores condições de vida.

Muitos historiadores consideram este o fatorprincipal do povoamento do extremo oestenorte-americano, região hoje considerada umadas mais ricas do planeta, não mais pelo ouro,mas devido ao grande número de empresasprodutoras de itens de alta tecnologia;

Incentivo governamental – o governo norte-americano incentivava a imigração, visando aopovoamento de terras a oeste das antigas TrezeColônias.

A doutrina do Destino Manifesto – doutrina

segundo a qual Deus teria ―manifestado‖ aos

norte-americanos o Seu desejo de que eles

tomassem posse das terras entre a costa leste e a

oeste. Essa ideia encontra raízes ainda no período

colonial, quando alguns dentre os Pais Peregrinos

(Pilgrim Fathers) acredi-

tavam que o Novo Mundo

era a ―Terra Prometida‖ por

Deus a eles, onde poderiam

exercer sua religiosidade em

paz, sem pressões do gover-

no britânico, controlador da

religião oficial inglesa;

Conquistas de terras mexicanas – a maioria dos

estados do sul e sudoeste foi anexado através de

conflitos com o México.

Estima-se que 50% do território mexicano

original foram perdidos para os EUA em

conflitos.

Aquisição por meio de compra – dois exemplos

desse mecanismo de anexação foram a aquisição

dos Estados da Flórida e do Alasca, negociados

com a Espanha e com a Rússia.

Outros lugares comprados – Luisiana, Arkansas,

Dakota do Norte e Dakota do Sul (França)

Aquisição por meio da diplomacia – a região que

abrange os estados de Oregon, Washington e

Idaho foi negociada diplomaticamente e, com

uma simbólica quantia de dólares, passou ao

controle dos EUA.

Conquistas de terras indígenas – foi tomada à

força das mãos de seus mais antigos habitantes,

os índios.

Milhares de índios foram mortos pelas constantes

incursões do exército norte-americano. Tribos

inteiras desaparecem para dar lugar ao

estabelecimento de grandes latifúndios.

Acentuado desenvolvimento econômico;

Explosão demográfica;

Aprofundamento das diferenças econômicas

e políticas entre o norte e o sudeste.

A Guerra da Secessão, ou Guerra Civil Americana, foium conflito envolvendo o norte o sul dos EUA, entre1861 e 1865.

Podemos dizer que a guerra ocorreu por diferençaseconômicas entre o norte o sul dos EUA.

Estas diferenças começaram a se tornar evidentesdesde o processo de colonização, se intensificandoapós a independência, em 1776.

O norte dos EUA tinha o clima temperado, economiabaseada na indústria e livre comércio, produção parao mercado interno, trabalho livre, policultura,minifúndio.

O sul dos EUA, por sua vez, tinha clima tropical,economia baseada na agricultura, produção paraexportação, trabalho escravo, monocultura elatifúndio.

O sul dependia da escravidão como forma demão-de-obra na lavoura. O norte, por sua vez,desejava o fim da escravidão para aumentar omercado consumidor, fortalecendo a suaindústria.

Além das visíveis diferenças entre a região nortee sul do EUA, a eleição de Abraham Lincoln, em1860, também foi determinante para o início daguerra.

Isto porque Lincoln foi eleito pelo norte e tinhauma postura antiescravagista, ou seja,totalmente oposto aos interesses do sul.

Assim, alguns estados do sul resolveram criar umestado independente. Foi o início da guerra.

A guerra em si ocorreu porque, enquanto o suldesejava a separação, o norte lutou para mantera unidade do país.

O exército do sul se autodeterminavaCONFEDERADOS, enquanto o norte era conhecidocomo IANQUES.

Considera-se que a vitória do norte ocorreu,entre outros motivos, devido à superioridade datecnologia bélica e a libertação dos escravos,que desestabilizou as tropas do sul.

É considerada a primeira guerra moderna,utilizando blindados, trincheiras, ferrovias e atémetralhadoras.

A guerra deixou um saldo de, aproximadamente,600 mil mortos.

Podemos destacar algumas consequênciasimportantes desta guerra.

A escravidão foi abolida, em 1863, nos EUA,o que intensificou a campanha abolicionistaem outros países, como o Brasil.

Foi criada a Ku-Klux-Klan, em 1867, umaseita racista criada por fazendeiros do sul, eque existe até hoje.

Iniciou-se um processo de industrializaçãodos EUA, o que possibilitou a sua posteriortransformação em potência mundial, dentroe fora da América.

O processo de formação dos países latino-americanosfoi marcado pela instabilidade política.

A substituição das antigas colônias espanholas pornações independentes apresentou dois problemasbásicos: constituir Estados soberanos e organizá-losem meio às mais variadas tendências políticas.

Além disso, o antigo império espanhol, agorafragmentado em repúblicas independentes, continuoua conhecer uma realidade socioeconômica e culturaldividida.

Na maior parte da América Latina, onde predominavauma estrutura latifundiária e as mais variadas formasde semi-servidão, a independência pouco ou nadaveio alterar.

Nesse contexto, marcado por tantas diferenças,surgem os antagonismos regionais entre aslideranças do processo de emancipação, ao sabordos mais variados interesses.

Quanto à forma de organização dos Estadosnacionais, o republicanismo foi o princípiopolítico geral que norteou a formação dosEstados nacionais latino-americanos.

Entretanto, a monarquia tinha seus defensoresentre muitos membros da elite criolla.

Essa tendência, além do Brasil, só seriaviabilizada no México com Augustin Itúrbide, e,assim mesmo, por um curto espaço de tempo.

Com a opção pela república, impõem-se tambémos interesses e as ambições relativas ao mandolocal, transformando as disputas políticas emviolentas e sangrentas lutas.

Os Estados Unidos acompanharam o processo deindependência das colônias espanholas na Américasem um envolvimento mais direto. Contudo, diantedas ideias de unidade latino-americana, os norte-americanos passaram a desenvolver uma ação políticamais atuante em relação às novas nações recém-libertadas.

Dentro dessa nova ação política, os Estados Unidos,em 1823, foram a primeira nação a reconhecer aindependência das novas nações, baseando-sena Doutrina Monroe, que defendia o princípio daAmérica para os americanos.

A referida doutrina, estabelecida pelo presidenteJames Monroe, estava ligada às preocupações dosEstados Unidos com sua própria segurança, pois,naquele momento, os norte-americanos se chocavamcom os ingleses pelo domínio do Oregon e se viamameaçados pelos russos, cujas pretensões territoriaisiam desde o Alasca até a Califórnia.

Sem contar que os Estados Unidos também temiamuma eventual intervenção da Santa Aliança naAmérica, recuperando para suas metrópoles asantigas colônias.

Mais do que isso, entretanto, essa doutrinaexpressava a visão norte-americana do pan-americanismo e se fundamentava no predomínio dosEstados Unidos sobre os demais Estados da AméricaLatina.

Denominada monroísmo, essa política se opunhafrontalmente ao projeto unificador de Simón Bolívar.

A Inglaterra, por sua vez, manobrava no sentido dacriação de uma constelação de novos países fracos,que garantiria a sua influência direta na AméricaLatina e, ao mesmo tempo, evitaria a formação deum sistema americano liderado pelos Estados Unidos.

O surgimento do caudilhismo se dá no quadro doprocesso de independência das antigas colôniasespanholas, marcado pelas disputas pelo poder,que acabaram por gerar a instabilidade política.

Os caudilhos eram chefes políticos locais ouregionais, lideres de verdadeiros exércitosparticulares — na época os Estados ainda nãohaviam organizados exércitos próprios —, na suamaioria, grandes proprietários rurais, cujaautoridade pessoal era forte junto às camadaspopulares.

Auto-intitulando-se militares de alta patente,como generais, os caudilhos tinham um únicoobjetivo: o poder maior sobre nação.

Definida a forma de governo — república ou monarquia —, os problemasdentro de cada nova nação se concentraram na forma de organização doEstado, o que levou às lutas entre federalistas e centralistas.

Nessas lutas, as tendências das lideranças políticas — liberais econservadores —, típicas da época, passaram a ter pouca importância,visto que o liberalismo era apenas de fachada, na defesa dos interessescomuns, e o conservadorismo era o campo ideológico comum paraqualquer uma das acções envolvidas nas disputas.

O federalismo, princípio da autonomia em relação a um poder central, éuma das expressões políticas do liberalismo. Contudo, os grandesproprietários rurais, avessos ao liberalismo, surgiam como um dos seusmais ferrenhos defensores, visto que a descentralização, típica dofederalismo, garantiria o seu predomínio local ou regional.

Por sua vez, o centralismo, uma das marcas do conservadorismo, erapropugnado pelos comerciantes dos grandes centros urbanos, comoBuenos Aires, uma vez que., através dele, se alcançaria a unidadenacional, limitando. conseqüentemente, os localismos quecompartimentavam economicamente o país.

Liberais ou conservadores, federalistas ou centralistas, uma vez no poder,essas lideranças caudilhescas governavam de forma ditatorial, seguindouma política nitidamente conservadora, mantendo longe das decisões ascamadas populares.

O Chile e o Paraguai foram os únicos países da AméricaEspanhola que não conheceram a instabilidade políticagerada pelo caudilhismo. No Chile, o Estado unitário efortemente centralizado constituiu-se precocemente,denominado Estado Portalino, pela ação de José Portales.O Paraguai, por sua vez, teve a sua independênciaconduzida por José Gaspar Francia, el Supremo, queinstalou no poder um grupo oligárquico que governou opaís por décadas.

Na Argentina, Juan Manuel de Rosas tomou o poder em1838 e, embora se declarasse federalista, governou deforma centralizadora, até sua queda em 1852. Durante suagestão, tomou medidas protecionistas à economiaargentina, opondo-se à prática do livre-cambismo daInglaterra e defendendo a reconstrução do vice-reino doPrata, entrando em choque com o Brasil.

No México, em seguida à queda do conservadorSant’Anna(1855), em cujo governo os norte-americanos se apossaram de um extenso territóriomexicano. ascenderam os liberais sob a liderançade Benito Juarez. Em seu governo, foram tomadasmedidas contra a Igreja. o que resultou em umaguerra civil contra as forças reacionárias,denominada Guerra da Reforma.

Nesse contexto, os conservadores aliados da IgrejaCatólica apelaram para a intervenção francesa.Assim. entre 1863 e 1867, o México tornou-se umamonarquia governada por Fernando Maximiliano, daÁustria. Em 1876, Porfírio Diaz deu um golpe deEstado e estabeleceu uma ditadura de caráterpositivista, governando o México até 1911, quandoeclodiu a Revolução Mexicana. O longo período dogoverno de Porfírio Diaz denominou- se Porfiriato.

Páginas 18 a 19 – n°1,2,3,4,5,6,8