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2009 Física – corrigido e comentado Professor Rodrigo Penna

Ap fisica modulo 23 exercicios

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Confira as habilidades e competências na matriz:

- http://www.fisicanovestibular.com.br/noticias/matriz_novoenem.pdf .

O grau de importância do ENEM aumenta na mesma proporção em que é adotado

pelas Universidades Federais, IFTs e outras instituições como vestibular. Veja mapa de

adesão oficial, do MEC:

- http://www.enem.inep.gov.br/mapa.php .

Caso você queira estudar mais, o que sempre recomendo, produzi mais material

sobre o assunto. Os links estão abaixo.

Correção da prova do ENEM vazada em 2009:

- http://www.fisicanovestibular.com.br/provascorrigidas/apost_enem_2009_vazado.pdf .

Correção do simulado Novo ENEM disponibilizado pelo MEC:

- http://www.fisicanovestibular.com.br/provascorrigidas/sim_nov_enem_mec_jun-09.pdf .

Comentários sobre a Matriz relacionada à Física no Novo ENEM:

- http://www.fisicanovestibular.com.br/noticias/novo_enem_fisica.pdf .

Todo o velho ENEM relacionado à Física, corrigido e comentado desde seu

lançamento, em 1998:

- http://www.fisicanovestibular.com.br/provascorrigidas/apost_enem.pdf .

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PROVA UTILIZADA NA CORREÇÃO – VERSÃO AMARELA

1. QUESTÃO 5

Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo grego Ptolomeu (100-170 d.C.) afirmou a tese do

geocentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sendo que o Sol, a Lua e os planetas girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia de modo razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários séculos mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria de Ptolomeu, formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado o centro do universo, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente em torno dele. Por fim, o astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o planeta Marte por cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é elíptica. Esse resultado generalizou-se para os demais planetas. A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto afirmar que

A. Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por serem mais antigas e tradicionais. B. Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentrismo inspirado no contexto político do Rei Sol. C. Copérnico viveu em uma época em que a pesquisa científica era livre e amplamente incentivada

pelas autoridades. D. Kepler estudou o planeta Marte para atender às necessidades de expansão econômica e científica

da Alemanha. E. Kepler apresentou uma teoria científica que, graças aos métodos aplicados, pôde ser testada e

generalizada.

CORREÇÃO

Habilidade: H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes. Nível: Fácil. Comentando as alternativas, mais antigo não significa mais valioso. Copérnico não desenvolveu teorias devido à política, muito menos viveu em época tranqüila! Basta lembrar da inquisição! Sua breve biografia está aqui: - http://pt.wikipedia.org/wiki/Cop%C3%A9rnico . Kepler jamais pensou em expansão econômica para Marte! Finalmente, o texto usa o mesmo verbo da opção E: “...resultado generalizou-se...”

OPÇÃO: E.

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2. QUESTÃO 14

A eficiência de um processo de conversão de energia é definida como a razão entre a produção de energia ou trabalho útil e o total de entrada de energia no processo. A figura mostra um processo com diversas etapas. Nesse caso, a eficiência geral será igual ao produto das eficiências das etapas individuais. A entrada de energia que não se transforma em trabalho útil é perdida sob formas não utilizáveis (como resíduos de calor).

HINRICHS, R. A. Energia e Meio Ambiente. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003 (adaptado).

Aumentar a eficiência dos processos de conversão de energia implica economizar recursos e combustíveis. Das propostas seguintes, qual resultará em maior aumento da eficiência geral do processo?

A. Aumentar a quantidade de combustível para queima na usina de força. B. Utilizar lâmpadas incandescentes, que geram pouco calor e muita luminosidade. C. Manter o menor número possível de aparelhos elétricos em funcionamento nas moradias. D. Utilizar cabos com menor diâmetro nas linhas de transmissão a fim de economizar o material

condutor. E. Utilizar materiais com melhores propriedades condutoras nas linhas de transmissão e lâmpadas

fluorescentes nas moradias.

CORREÇÃO

Habilidade: H8 – Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos. Nível: Médio.

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A – queimar mais carvão apenas aumenta a quantidade de energia, sem influir na eficiência. B – todos sabem, atualmente, que lâmpadas incandescentes são menos eficientes e, ao contrário, geram muito calor e pouca luz. C – ligar menos coisas gasta menos energia, mas não altera eficiência, alvo da pergunta do item.

D – Fios mais finos têm resistência maior, como mostra a 2ª Lei de Ohm:

lRAρ

↑ =↓ . Se a

“grossura” A diminui, a resistência R aumenta. E, lembrando o Efeito Joule, dissipação de energia

elétrica em calor, 2P R i↑ = ↑ , maior resistência implica maiores perdas, ou seja, menor

eficiência. E – Ao contrário da opção anterior, condutores melhores ( ρ ↓ ), resistências e perdas menores. E lâmpadas fluorescentes são indicadas justamente pela melhor eficiência.

OPÇÃO: E.

3. QUESTÃO 17

O manual de instruções de um aparelho de ar condicionado apresenta a seguinte tabela, com dados técnicos para diversos modelos:

Disponível em: http://www.institucional.brastemp.com.br. Acesso em: 13 jul. 2009 (adaptado).

Considere-se que um auditório possua capacidade para 40 pessoas, cada uma produzindo uma quantidade média de calor, e que praticamente todo o calor que flui para fora do auditório o faz por meio dos aparelhos de ar condicionado. Nessa situação, entre as informações listadas, aquelas essenciais para se determinar quantos e/ou quais aparelhos de ar-condicionado são precisos para manter, com lotação máxima, a temperatura interna do auditório agradável e constante, bem como determinar a espessura da fiação do circuito elétrico para a ligação desses aparelhos, são

A. vazão de ar e potência. B. vazão de ar e corrente elétrica - ciclo frio.

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C. eficiência energética e potência. D. capacidade de refrigeração e frequência. E. capacidade de refrigeração e corrente elétrica - ciclo

CORREÇÃO

Habilidade: H6 – Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum. Nível: Médio. Começando pela espessura do fio. A corrente circula provocando aquecimento, chamado Efeito Joule: http://www.efeitojoule.com/2008/04/efeito-joule.html. Este depende da resistência elétrica:

http://www.efeitojoule.com/2008/06/segunda-lei-de-ohm.html , 2P R i↑ = ↑ . Como os fios devem ser

de cobre, normalmente, e o comprimento depende do tamanho da instalação, só podemos controlar a

espessura dos mesmos conhecendo a corrente que deverá circular 2R P R i

= ⇒↓ =↓ ↓↑l

, e

que consta do manual. Quanto a saber quantos aparelhos usar, o Português nos ajuda: devemos olhar a capacidade de refrigeração.

OPÇÃO: E.

4. QUESTÃO 18

O Brasil pode se transformar no primeiro país das Américas a entrar no seleto grupo das nações que dispõem de trens-bala. O Ministério dos Transportes prevê o lançamento do edital de licitação internacional para a construção da ferrovia de alta velocidade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403 quilômetros entre a Central do Brasil, no Rio, e a Estação da Luz, no centro da capital paulista, em uma hora e 25 minutos.

Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 14 jul. 2009.

Devido à alta velocidade, um dos problemas a ser enfrentado na escolha do trajeto que será percorrido pelo trem é o dimensionamento das curvas. Considerando-se que uma aceleração lateral confortável para os passageiros e segura para o trem seja de 0,1 g, em que g é a aceleração da gravidade (considerada igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem se mantenha constante em todo o percurso, seria correto prever que as curvas existentes no trajeto deveriam ter raio de curvatura mínimo de, aproximadamente,

A. 80 m. B. 430 m. C. 800 m. D. 1.600 m. E. 6.400 m.

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CORREÇÃO

Habilidade: H2 – Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. Nível: Difícil. Não me lembro de outra questão sobre Aceleração Centrípeta no ENEM, antes desta. Exercícios sobre Força Centrípeta, para quem quiser estudar: http://www.fisicanovestibular.com.br/questoes/1_for_centript.pdf .

A aceleração centrípeta é dada por:

2

cVaR

=, onde V é a velocidade (m/s) e R o raio da

trajetória (m), o alvo da pergunta. Teremos que achar a velocidade pelos dados. Calculando V e cuidando das unidades, sempre um problema à parte:

403 4031 25 251

kmh min

dVt

= = =

+

5

6012

403 403.12 284,517 1712

kmh

= = =.

Resta fazer a tradicional transformação para m/s, para combinar com a aceleração:

284,5 3,6 79,... 80 ms

÷ = ≅ . Adoro “aproximadamente”, pois podemos arredondar!

Finalmente, o Raio, sendo que a aceleração vale 0,1 g = 0,1.10 = 1 m/s2. 2 2 280 6.400

1cc

V Va Ra

mR

= ⇒ = = =.

OPÇÃO: E.

5. QUESTÃO 19

A instalação elétrica de uma casa envolve várias etapas, desde a alocação dos dispositivos, instrumentos e aparelhos elétricos, até a escolha dos materiais que a compõem, passando pelo dimensionamento da potência requerida, da fiação necessária, dos eletrodutos*, entre outras. Para cada aparelho elétrico existe um valor de potência associado. Valores típicos de potências para alguns aparelhos elétricos são apresentados no quadro seguinte:

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*Eletrodutos são condutos por onde passa a fiação de uma instalação elétrica, com a finalidade de protegê-la. A escolha das lâmpadas é essencial para obtenção de uma boa iluminação. A potência da lâmpada deverá estar de acordo com o tamanho do cômodo a ser iluminado. O quadro a seguir mostra a relação entre as áreas dos cômodos (em m2) e as potências das lâmpadas (em W), e foi utilizado como referência para o primeiro pavimento de uma residência.

Obs.: Para efeitos dos cálculos das áreas, as paredes são desconsideradas. Considerando a planta baixa fornecida, com todos os aparelhos em funcionamento, a potência total, em watts, será de

A. 4.070.

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B. 4.270. C. 4.320. D. 4.390. E. 4.470.

CORREÇÃO

Habilidade: H5 – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano. Nível: Médio. A princípio, a questão é pelo menos simples em um aspecto: Potência é uma grandeza escalar. Ou seja, basta somar as individuais para calcular a total. Todos os aparelhos da tabela constam na planta baixa. Então, somando: 120+3000+500+200+200+50 = 4.070 W. Sem considerar as lâmpadas. Já quanto às mesmas lâmpadas, temos 4: na cozinha, corredor, banheiro e sala de TV. A maior área, parâmetro dado na 2ª tabela para sua escolha, é a da cozinha, 3x3=9 m2. A sala é um pouco menor, corredor e banheiro bem menores. Nem terei o trabalho de calcular...

Pela tabela II, duas lâmpadas de 100 W para cozinha e sala e duas de 60 W para banheiro e corredor. Somadas = 320 W.

Total: 4.070+320=4.390 W.

Não fossem tantos os detalhes, consideraria fácil.

OPÇÃO: D.

6. QUESTÃO 20

O esquema mostra um diagrama de bloco de uma estação geradora de eletricidade abastecida por combustível fóssil.

HINRICHS, R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente.

São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003 (adaptado).

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Se fosse necessário melhorar o rendimento dessa usina, que forneceria eletricidade para abastecer uma cidade, qual das seguintes ações poderia resultar em alguma economia de energia, sem afetar a capacidade de geração da usina?

A. Reduzir a quantidade de combustível fornecido à usina para ser queimado. B. Reduzir o volume de água do lago que circula no condensador de vapor. C. Reduzir o tamanho da bomba usada para devolver a água líquida à caldeira. D. Melhorar a capacidade dos dutos com vapor conduzirem calor para o ambiente. E. Usar o calor liberado com os gases pela chaminé para mover um outro gerador.

CORREÇÃO

Habilidade: H23 – Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas. Nível: Fácil. Aumentar ou reduzir capacidade de geração seria mais simples. Mas, economizar energia sem afetar a geração da usina dá mais trabalho. As opções A (reduzir o combustível), B (reduzir o volume de água) e C (reduzir o tamanho da bomba) todas economizam, mas afetam a geração para menos, por sinal. Em D, deixar o calor escapar melhor para o ambiente por condução, só piora tudo! Um mínimo que o aluno tivesse estudado a respeito de usinas de geração, já o ajudaria... Novas gerações de usinas térmicas minimizam as perdas, aproveitando os gases quentes que saem para gerar ainda mais energia.

OPÇÃO: E.

7. QUESTÃO 23

Cerca de 1% do lixo urbano é constituído por resíduos sólidos contendo elementos tóxicos. Entre esses elementos estão metais pesados como o cádmio, o chumbo e o mercúrio, componentes de pilhas e baterias, que são perigosos à saúde humana e ao meio ambiente. Quando descartadas em lixos comuns, pilhas e baterias, vão para aterros sanitários ou lixões a céu aberto, e o vazamento de seus componentes contamina o solo, os rios e o lençol freático, atingindo a flora e a fauna. Por serem bioacumulativos e não biodegradáveis, esses metais chegam de forma acumulada aos seres humanos, por meio da cadeia alimentar. A legislação vigente (Resolução CONAMA no 257/1999) regulamenta o destino de pilhas e baterias após seu esgotamento energético e determina aos fabricantes e/ou importadores a quantidade máxima permitida desses metais em cada tipo de pilha/bateria, porém o problema ainda persiste.

Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: 11 jul. 2009 (adaptado).

Uma medida que poderia contribuir para acabar definitivamente com o problema da poluição ambiental por metais pesados relatado no texto seria

A. deixar de consumir aparelhos elétricos que utilizem pilha ou bateria como fonte de energia. B. usar apenas pilhas ou baterias recarregáveis e de vida útil longa e evitar ingerir alimentos

contaminados, especialmente peixes.

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C. devolver pilhas e baterias, após o esgotamento da energia armazenada, à rede de assistência técnica especializada para repasse a fabricantes e/ou importadores.

D. criar nas cidades, especialmente naquelas com mais de 100 mil habitantes, pontos estratégicos de coleta de baterias e pilhas, para posterior repasse a fabricantes e/ou importadores.

E. exigir que fabricantes invistam em pesquisa para a substituição desses metais tóxicos por substâncias menos nocivas ao homem e ao ambiente, e que não sejam bioacumulativas.

CORREÇÃO

Habilidade: H10 – Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais. Nível: Médio. Embora definitivamente esta não seja uma questão específica de Física, evidentemente poluição e impactos ambientais afetam e se relacionam a todos nós. Por isto, quero comentá-la. Afinal, tais assuntos estão na matriz do ENEM. O texto se refere aos metais pesados, bioacumulativos, e pede para ACABAR DEFINITIVAMENTE com a poluição por eles causadas.

A opção A seria o mesmo que, já que alguns remédios são usados como drogas por algumas pessoas, parar de produzi-los! B, C e D amenizam, mas não resolvem DEFINITIVAMENTE.

O único jeito, mesmo, é parar de usá-los, estes metais pesados.

OPÇÃO: E.

8. QUESTÃO 24

Umidade relativa do ar é o termo usado para descrever a quantidade de vapor de água contido na atmosfera. Ela é definida pela razão entre o conteúdo real de umidade de uma parcela de ar e a quantidade de umidade que a mesma parcela de ar pode armazenar na mesma temperatura e pressão quando está saturada de vapor, isto é, com 100% de umidade relativa. O gráfico representa a relação entre a umidade relativa do ar e sua temperatura ao longo de um período de 24 horas em um determinado local.

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Considerando-se as informações do texto e do gráfico, conclui-se que

A. a insolação é um fator que provoca variação da umidade relativa do ar. B. o ar vai adquirindo maior quantidade de vapor de água à medida que se aquece. C. a presença de umidade relativa do ar é diretamente proporcional à temperatura do ar. D. a umidade relativa do ar indica, em termos absolutos, a quantidade de vapor de água existente na

atmosfera. E. a variação da umidade do ar se verifica no verão, e não no inverno, quando as temperaturas

permanecem baixas.

CORREÇÃO

Habilidade: H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. Nível: Fácil.

Além de definir o conceito de umidade relativa do ar, a questão o explora em um gráfico de fácil interpretação. Observando o mesmo, nota-se claramente que enquanto a temperatura sobe, a umidade cai e vice-versa. Mais informações, inclusive com dados climatológicos, veja os links abaixo:

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Umidade_relativa ; • http://www.inmet.gov.br/sim/gera_graficos.php .

Corrigindo, com o gráfico já interpretado, ao amanhecer, quando o sol bate, a umidade diminui. À

noite, o contrário, o sol se põe e a umidade cresce. Correta é a opção A. Quanto às outras... B – É o contrário. A linha pontilhada mostra a temperatura subindo e a umidade, linha contínua,

caindo. C – Quando a proporção é direta, duas grandezas aumentam ou diminuem juntas! Não o contrário,

uma sobe e outra cai. D – Como o próprio texto explica, a umidade é relativa. Mede-se a quantidade de vapor em relação

(dividido) pela quantidade de vapor máximo. É uma razão (divisão), não a quantidade exata de vapor no ar.

E – O gráfico só mostra temperaturas baixas: de – 2 ºC a – 6 ºC, típicas de um inverno rigoroso no Brasil! E ocorrem variações, portanto, não significa que só no verão.

OPÇÃO: A.

9. QUESTÃO 25

O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova, que iria substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble. Depois de entrarem em órbita a 560 km de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram ao telescópio. Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno.”

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Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta

A. se justifica porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre da falta de ação da aceleração da gravidade.

B. se justifica ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada à dele próprio, e que o peso do telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena.

C. não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de Kepler, que não se aplicam a satélites artificiais.

D. não se justifica, porque a força-peso é a força exercida pela gravidade terrestre, neste caso, sobre o telescópio e é a responsável por manter o próprio telescópio em órbita.

E. não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe naquele ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.

CORREÇÃO

Habilidade: H20 – Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes. Nível: Difícil.

Uma coisa estranhei, nesta questão: fala “Leis de Kepler” quando a resposta se baseia na Lei da Gravitação de Newton ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_kepler ). Posso estar enganado, mas pelo que já li de Kepler e suas 3 famosas leis, não me consta que ele disse ou pensou algo sobre satélites artificiais ou gravidade. Relacionados à resposta. Newton sim:

• http://quantizado.blogspot.com/search/label/sat%C3%A9lites . • http://pt.wikipedia.org/wiki/Sat%C3%A9lite_artificial .

A massa é a quantidade de matéria, átomos, que um corpo tem. Em relação ao astronauta,

porque grande ou pequeno é sempre algo relativo, o satélite tem sim, uma massa grande. Ele é bem maior!

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Já o Peso é uma das forças mais estudadas, e vem da atração gravitacional (Newton) da Terra. No caso dos satélites, o peso absolutamente não é pequeno: ele é inclusive necessário, para manter o satélite em órbita, fazendo o papel de Força Centrípeta.

Muitos erros serão cometidos pelos alunos. Alguns acham que no espaço onde os satélites ficam a gravidade é zero, erro comum. Outros serão enganados pelas “Leis de Kepler”. Enfim, exigiu um conhecimento.

OPÇÃO: D.

10. QUESTÃO 29

Os núcleos dos átomos são constituídos de prótons e nêutrons, sendo ambos os principais responsáveis pela sua massa. Nota-se que, na maioria dos núcleos, essas partículas não estão presentes na mesma proporção. O gráfico mostra a quantidade de nêutrons (N) em função da quantidade de prótons (Z) para os núcleos estáveis conhecidos.

KAPLAN, I. Física Nuclear. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1978 (adaptado).

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O antimônio é um elemento químico que possui 50 prótons e possui vários isótopos ― átomos que só se diferem pelo número de nêutrons. De acordo com o gráfico, os isótopos estáveis do antimônio possuem

A. entre 12 e 24 nêutrons a menos que o número de prótons. B. exatamente o mesmo número de prótons e nêutrons. C. entre 0 e 12 nêutrons a mais que o número de prótons. D. entre 12 e 24 nêutrons a mais que o número de prótons. E. entre 0 e 12 nêutrons a menos que o número de prótons.

CORREÇÃO

Habilidade: H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. Nível: Médio.

Achei que a questão caberia, também, na Habilidade 24: Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas. Isto porque isótopo é uma palavra muito trabalhada na Química. Porém, na Engenharia Nuclear, minha área, também. Enfim...

A partir daí, é o caso de procurar o Antimônio (Sb, do latim stibium, e do grego antímonos, oposto à solidão) no gráfico.

Como o texto informa que ele tem 50 prótons, separei com um retângulo os isótopos, observando o nº de nêutrons. Algo, pela escala, entre 62 e 74 nêutrons (lendo o gráfico). O que dá de 12 a 24 a mais que os prótons (50).

OPÇÃO: D.

11. QUESTÃO 30

Considere um equipamento capaz de emitir radiação eletromagnética com comprimento de onda bem menor que a radiação ultravioleta. Suponha que a radiação emitida por esse equipamento foi apontada para um tipo específico de filme fotográfico e entre o equipamento e o filme foi posicionado o pescoço de um indivíduo. Quanto mais exposto à radiação, mais escuro se torna o filme após a revelação. Após acionar o equipamento e revelar o filme, evidenciou-se a imagem mostrada na figura abaixo.

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Dentre os fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e os átomos do indivíduo que permitem a obtenção desta imagem inclui-se a

A. absorção da radiação eletromagnética e a consequente ionização dos átomos de cálcio, que se transformam em átomos de fósforo.

B. maior absorção da radiação eletromagnética pelos átomos de cálcio que por outros tipos de átomos.

C. maior absorção da radiação eletromagnética pelos átomos de carbono que por átomos de cálcio. D. maior refração ao atravessar os átomos de carbono que os átomos de cálcio. E. maior ionização de moléculas de água que de átomos de carbono.

CORREÇÃO

Habilidade: H22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais. Nível: Médio.

Já vi questão semelhante no vestibular, não me lembro qual. É um típico “raio X”.

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A informação do comprimento de onda explica somente que a radiação, raios X, no caso, têm energia suficiente para atravessar o corpo. É bom o aluno ter uma noção do espectro. No meu formulário, aliás, coloco logo dois: http://www.fisicanovestibular.com.br/noticias/formulas_de_fisica.pdf .

A radiação é dirigida ao pescoço e, passando pelo corpo, atinge o filme, atrás do paciente, sensibilizando-o.

Tenho, por coincidência, uma aula sobre a história e outra sobre a produção de raios X. Numa outra, embora sobre radiografia industrial, mostro a formação da imagem:

• http://www.slideshare.net/capitao_rodrigo/produo-da-imagem-radiogrfica-histrico ; • http://www.slideshare.net/capitao_rodrigo/produo-de-raiox-x ; • http://www.slideshare.net/capitao_rodrigo/radiografia-industrial .

Resta saber se fica branco, no filme, porque o

cálcio, típico dos ossos, absorve mais ou menos a radiação. Lembrando, também, o resto do corpo, matéria orgânica, contém bastante Carbono, elemento que caracteriza a vida. Sem desprezar outros importantes: Hidrogênio, Oxigênio e Nitrogênio.

Não sei se você se lembra, mas o técnico em Radiologia solicita que você retire anéis, brincos, etc, durante o exame. Ou, estes aparecem na imagem, comprometendo a qualidade. Veja um exemplo, de um que engoliu um anel! Ora, metal é mais denso que corpo, ou osso é mais denso que pele. Assim, absorvem mais a radiação e na imagem aparecem mais branco.

De forma mais aprofundada, não é simplesmente a densidade o que determina a absorção, mas, por aqui, será suficiente.

OPÇÃO: B.

12. QUESTÃO 31

É possível, com 1 litro de gasolina, usando todo o calor produzido por sua combustão direta, aquecer 200 litros de água de 20 °C a 55 °C. Pode-se efetuar esse mesmo aquecimento por um gerador de eletricidade, que consome 1 litro de gasolina por hora e fornece 110 V a um resistor de 11 Ω, imerso na água, durante um certo intervalo de tempo. Todo o calor liberado pelo resistor é transferido à água.

Considerando que o calor específico da água é igual a 4,19 J g-1 °C-1, aproximadamente qual a quantidade de gasolina consumida para o aquecimento de água obtido pelo gerador, quando comparado ao obtido a partir da combustão?

A. A quantidade de gasolina consumida é igual para os dois casos. B. A quantidade de gasolina consumida pelo gerador é duas vezes maior que a consumida na

combustão. C. A quantidade de gasolina consumida pelo gerador é duas vezes menor que a consumida na

combustão. D. A quantidade de gasolina consumida pelo gerador é sete vezes maior que a consumida na

combustão. E. A quantidade de gasolina consumida pelo gerador é sete vezes menor que a consumida na

combustão.

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CORREÇÃO

Habilidade: H21 – Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo. Nível: Difícil.

Das poucas questões da prova que exigiu sim, conhecimento escolar mais tradicional, fórmulas,

inclusive. Mas, o NOVO ENEM cobra conteúdo, isto foi bem explicitado desde o lançamento da proposta. Resolveremos, e calcularemos, devagar.

Primeiramente, pelos dados, vamos calcular a quantidade de calor necessária para aquecer a quantidade referida de água, dentro a Calorimetria:

• http://www.fisicanovestibular.com.br/questoes/2_calorimetria.pdf.

Um detalhe é que precisamos da massa. Porém, lembrando que a densidade da água vale 1 g/cm3, 1 litro de água tem 1 kg.

4,19200 .º

k JQ mc Tg C

g= Δ = .(55 20) º C−

3200.10 gQ

=4,19. Jg º C

6.35 7.10 .4,19 J= . Nem terminei, pois talvez nem precise.

Ao fornecer energia elétrica a um resistor, este dissipa calor por Efeito Joule

(http://www.efeitojoule.com/2008/04/efeito-joule.html). Dada a voltagem e a resistência, calculamos a Potência dissipada.

2 110VPR

= =

10

.11011

31.100 1,1.10 W W= =

Mas, Potência é a taxa da Energia, ou Energia por Tempo. Daí, calculamos quanto tempo para atingir

aquela energia, e temperatura:

64

3

7.10 .4,19 2,67.10 1,1.10

E EP tt

segun sP

do= ⇒ = = =

Continuamos tendo trabalho! Transformando os segundos em hora, lembrando que cada uma hora

tem 3.600 s.

42,67.10 7,4 7 3600

segundos horas=

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Bom, aí, como em cada hora o gerador gasta 1 litro de gasolina, gastará cerca de 7 litros, ou sete vezes mais gasolina do que simplesmente queimá-la! Claro que não vale a pena!

OPÇÃO: D.

13. QUESTÃO 32

O progresso da tecnologia introduziu diversos artefatos geradores de campos eletromagnéticos. Uma das mais empregadas invenções nessa área são os telefones celulares e smartphones. As tecnologias de transmissão de celular atualmente em uso no Brasil contemplam dois sistemas. O primeiro deles é operado entre as freqüências de 800 MHz e 900 MHz e constitui os chamados sistemas TDMA/CDMA. Já a tecnologia GSM, ocupa a frequência de 1.800 MHz. Considerando que a intensidade de transmissão e o nível de recepção “celular” sejam os mesmos para as tecnologias de transmissão TDMA/CDMA ou GSM, se um engenheiro tiver de escolher entre as duas tecnologias para obter a mesma cobertura, levando em consideração apenas o número de antenas em uma região, ele deverá escolher:

A. a tecnologia GSM, pois é a que opera com ondas de maior comprimento de onda. B. a tecnologia TDMA/CDMA, pois é a que apresenta Efeito Doppler mais pronunciado. C. a tecnologia GSM, pois é a que utiliza ondas que se propagam com maior velocidade. D. qualquer uma das duas, pois as diferenças nas frequências são compensadas pelas diferenças nos

comprimentos de onda. E. qualquer uma das duas, pois nesse caso as intensidades decaem igualmente da mesma forma,

independentemente da frequência.

CORREÇÃO

Habilidade: H1 – Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos. Nível: Difícil.

Creio que há uma falha nossa, professores, sobre esta questão em sala. Que eu, particularmente,

procurarei sanar... Não costumamos comentar muito o conceito de Intensidade da onda. O vestibular, mesmo, não cobrava muito. O aluno, então, teria que extrapolar, sozinho.

O sinal de celular, ou de rádio e TV também, vai enfraquecendo com a distância. A questão enfatiza que devemos considerar a mesma intensidade de transmissão (e recepção) para os dois sistemas. Por esta simples consideração, a freqüência (simplificando, o nº de picos; veja alguns desenhos http://quantizado.blogspot.com/2009/06/ressonancia.html ), característica da onda citada para distrair e confundir, não tem nada a ver com a resposta...

Se dois sinais são transmitidos com a mesma intensidade, a atenuação (enfraquecimento) será a mesma para qualquer freqüência. Claro, outros fenômenos, não abordados na questão, como a Difração ( http://quantizado.blogspot.com/2009/10/difracao-e-interferencia.html ), podem influir no alcance, também. A Intensidade I é inversamente proporcional ao quadrado da distância da fonte emissora: I α 1 / d 2 . Na verdade, o aluno já estuda relações semelhantes, na Eletrostática (Coulomb) e na Gravitação (Newton). Mas, não liga um fato a outro.

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Quando um sinal viaja no espaço, ou um campo, a partir de uma fonte, ele se espalha, formando uma esfera a partir de um ponto no espaço. Coloquei as duas figuras para tentar lhe explicar. A área de uma circunferência é proporcional ao quadrado do raio. Da esfera também. Veja o que acontece: é como se o sinal fosse diluindo em áreas cada vez maiores!Perto da fonte, mais sinal em menos área, mais intenso! Longe da fonte, o contrário! Daí tantas leis na Física dependerem do inverso do quadrado da distância! Tenho uma aula sobre o tema, mas especificamente para radiação. Caso queira dar uma olhada, segue o link:

• http://www.slideshare.net/capitao_rodrigo/lei-do-inverso-do-quadrado-da-distncia .

OPÇÃO: E.

14. QUESTÃO 35

O Sol representa uma fonte limpa e inesgotável de energia para o nosso planeta. Essa energia pode ser captada por aquecedores solares, armazenada e convertida posteriormente em trabalho útil. Considere determinada região cuja insolação — potência solar incidente na superfície da Terra — seja de 800 watts/m2. Uma usina termossolar utiliza concentradores solares parabólicos que chegam a dezenas de quilômetros de extensão. Nesses coletores solares parabólicos, a luz refletida pela superfície parabólica espelhada é focalizada em um receptor em forma de cano e aquece o óleo contido em seu interior a 400 °C. O calor desse óleo é transferido para a água, vaporizando-a em uma caldeira. O vapor em alta pressão movimenta uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica.

Fonte: http://www.pion.sbfisica.org.br/pdc/var/eznewsletter_site/storage/images/multimidia/imagens/eletromagnetismo/inverso_do_quadrado/27159-1-por-BR/inverso_do_quadrado.jpg

Fonte: http://www.pgie.ufrgs.br/portalead/oei/stars/parallax/invsqrlw.gif

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Considerando que a distância entre a borda inferior e a borda superior da superfície refletora tenha 6 m de largura e que focaliza no receptor os 800 watts/m2 de radiação provenientes do Sol, e que o calor específico da água é 1 cal g

-1 ºC-1 = 4.200 J kg-1 ºC-1, então o comprimento linear do refletor parabólico necessário para elevar a temperatura de 1 m3 (equivalente a 1 t) de água de 20 °C para 100 °C, em uma hora, estará entre

A. 15 m e 21 m. B. 22 m e 30 m. C. 105 m e 125 m. D. 680 m e 710 m. E. 6.700 m e 7.150 m.

CORREÇÃO

Habilidade: H21 – Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo. Nível: Difícil.

Questão que precisa ser feita em várias etapas, e que envolve a transformação de energia solar em

calor. Precisaremos de fórmulas, básicas na Física, é verdade. E conversões entre unidades. A primeira, e mais óbvia, é que 1 ton = 1.000 kg. Partindo da Calorimetria, podemos calcular a

quantidade de Calor necessário para aquecer de 20 a 100 ºC a referida água. As contas:

1000Q T kgmc= Δ = .4200 Jkg º C

. º(100 20) C−

6 64, 2.10 .80 336.10 Q J

= =

Agora, levando em conta o prazo, 1 h = 3.600 s, temos a potência que o sol irradia na superfície da Terra por unidade de área e precisamos saber justamente esta a área, necessária para coletar a energia que já calculamos. A primeira etapa será saber qual a potência demandada:

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286336.10EnergiaP

tempo= =

4

363

0049,33.10 WJ

s=

E, assim, saberemos a área, certamente a conta mais chata... Poderia calcular diretamente do dado “800 W/m2”, mas a maioria dos alunos certamente vai raciocinar como uma regra de três, ou seja, uma proporção. Assim: A área de uma figura retangular, como a abertura do espelho parabólico de 6 m de largura, depois de tudo isto, é simplesmente um lado vezes o outro! Assim, e após tanto trabalho:

116,6.6 116,6 19 6

C C m= ⇒ = . Um bocado de trabalho algébrico, que deve ser

feito no curto tempo da prova! Para quem quer treinar exercícios sobre Calorimetria, recomendo:

• http://www.fisicanovestibular.com.br/questoes/2_calorimetria.pdf .

E, se quiser ver um vídeo que mostra a incrível capacidade da energia solar, derretendo aço como gelo, dê só uma olhada: http://www.youtube.com/watch?v=8tt7RG3UR4c .

OPÇÃO: A.

15. QUESTÃO 37

Sabe-se que o olho humano não consegue diferenciar componentes de cores e vê apenas a cor resultante, diferentemente do ouvido, que consegue distinguir, por exemplo, dois instrumentos diferentes tocados simultaneamente. Os raios luminosos do espectro visível, que têm comprimento de onda entre 380 nm e 780 nm, incidem na córnea, passam pelo cristalino e são projetados na retina. Na retina, encontram-se dois tipos de fotorreceptores, os cones e os bastonetes, que convertem a cor e a intensidade da luz recebida em impulsos nervosos. Os cones distinguem as cores primárias: vermelho, verde e azul, e os bastonetes diferenciam apenas níveis de intensidade, sem separar comprimentos de onda. Os impulsos nervosos produzidos são enviados ao cérebro por meio do nervo óptico, para que se dê a percepção da imagem. Um indivíduo que, por alguma deficiência, não consegue captar as informações transmitidas pelos cones, perceberá um objeto branco, iluminado apenas por luz vermelha, como

x 9,33.104 W

1 m2 800 W 9 ,

x⇒ =433 .1 02

8 0 02116, 6 m=

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A. um objeto indefinido, pois as células que captam a luz estão inativas. B. um objeto rosa, pois haverá mistura da luz vermelha com o branco do objeto. C. um objeto verde, pois o olho não consegue diferenciar componentes de cores. D. um objeto cinza, pois os bastonetes captam luminosidade, porém não diferenciam cor. E. um objeto vermelho, pois a retina capta a luz refletida pelo objeto, transformando-a em vermelho.

CORREÇÃO

Habilidade: H22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais. Nível: Médio.

Novamente tive dúvidas em determinar a Habilidade, pois achei que cabia bem em “H15 –

Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.” Além do que, por radiações, na Habilidade 22, prefiro classificar apenas as ionizantes: ultravioleta, raios X, raios γ, radiação cósmica, prótons, partículas α, elétrons e nêutrons. Afinal, se compreendermos radiação como qualquer onda eletromagnética, o espectro vai das ondas de rádio e TV, passando pelas microondas, infravermelho e luz visível, como é o caso...

Voltando à questão, a não ser quando lecionei Biofísica, não costumo entrar neste nível de detalhamento quando explico os fundamentos da visão. E não sei se os professores de Biologia o fazem. Em todo caso, o texto é bastante explicativo, e suficiente para a solução: “os cones distinguem as cores”...

Ora, um indivíduo sem informação dos cones não distingue as cores é conhecido como Daltônico! E, em altos graus de daltonismo, este enxerga apenas uma escala de cinzas. Daí os sinais de trânsito, além das cores, terem posições definidas que permitem identificar cada uma, também.

Porém, daltonismo não é cegueira! A pessoa vê o objeto, cinza, mas vê!

OPÇÃO: D.

16. QUESTÃO 38

Durante uma ação de fiscalização em postos de combustíveis, foi encontrado um mecanismo inusitado para enganar o consumidor. Durante o inverno, o responsável por um posto de combustível compra álcool por R$ 0,50/litro, a uma temperatura de 5 °C. Para revender o líquido aos motoristas, instalou um mecanismo na bomba de combustível para aquecê-lo, para que atinja a temperatura de 35 °C, sendo o litro de álcool revendido a R$ 1,60. Diariamente o posto compra 20 mil litros de álcool a 5 ºC e os revende. Com relação à situação hipotética descrita no texto e dado que o coeficiente de dilatação volumétrica do álcool é de 1×10-3 ºC-1, desprezando-se o custo da energia gasta no aquecimento do combustível, o ganho financeiro que o dono do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool após uma semana de vendas estaria entre

A. R$ 500,00 e R$ 1.000,00. B. R$ 1.050,00 e R$ 1.250,00. C. R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00. D. R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00.

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E. R$ 7.000,00 e R$ 7.950,00.

CORREÇÃO

Habilidade: H21 – Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo. Nível: Médio.

Um caso clássico de Dilatação. Alunos que conhecem o tema vão diretamente na fórmula, mas a

atenção ao coeficiente de dilatação e suas unidades permitiria, também, interpretá-lo: 1×10-3 ºC-1 quer dizer que dilata um milésimo do total a cada aumento de 1 ºC. Mas, vou calcular tradicionalmente.

Creio que uma fraude comum seria misturar alguma coisa, água, por exemplo, ao álcool. Esta seria bem mais sofisticada: aquecendo, o combustível dilata passando pela bomba um volume maior do que foi comprado. E, o consumidor pagaria a diferença que o posto embolsa.

31.10oV V Tγ −Δ = Δ = .20 000 .(35 5)

20.30 600 V litros− ⇒

Δ = =

Isto por dia! Em uma semana, seriam 7×600=4.200 litros. Vendidos a R$1,60:

6.720,004200.1,6 $R= Que picaretagem! Mesmo levando-se em conta o preço da energia elétrica, parece-me uma fraude

bem viável. Há que se tomar extremo cuidado para que não haja nenhum problema no aquecedor, ou o combustível pode incendiar. Além de tudo, muito perigoso!

Estude mais: http://www.fisicanovestibular.com.br/questoes/2_temp_e_dilata.pdf .

OPÇÃO: D.

17. QUESTÃO 39

A invenção da geladeira proporcionou uma revolução no aproveitamento dos alimentos, ao permitir que fossem armazenados e transportados por longos períodos. A figura apresentada ilustra o processo cíclico de funcionamento de uma geladeira, em que um gás no interior de uma tubulação é forçado a circular entre o congelador e a parte externa da geladeira. É por meio dos processos de compressão, que ocorre na parte externa, e de expansão, que ocorre na parte interna, que o gás proporciona a troca de calor entre o interior e o exterior da geladeira.

Disponível em: http://home.howstuffworks.com. Acesso em: 19 out. 2008 (adaptado).

Nos processos de transformação de energia envolvidos no funcionamento da geladeira,

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A. a expansão do gás é um processo que cede a energia necessária ao resfriamento da parte interna da geladeira.

B. o calor flui de forma não-espontânea da parte mais fria, no interior, para a mais quente, no exterior da geladeira.

C. a quantidade de calor cedida ao meio externo é igual ao calor retirado da geladeira. D. a eficiência é tanto maior quanto menos isolado termicamente do ambiente externo for o seu

compartimento interno. E. a energia retirada do interior pode ser devolvida à geladeira abrindo-se a sua porta, o que reduz

seu consumo de energia.

CORREÇÃO

Habilidade: H21 – Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo. Nível: Médio.

A Termodinâmica, em minha opinião, é um dos conteúdos mais complexos da Física no Ensino

Médio. Possui inúmeras e importantíssimas aplicações, como a geladeira, no caso. Veja que foi tirado do sítio Como Tudo Funciona, no link: http://casa.hsw.uol.com.br/geladeiras.htm . Estava disponível para qualquer um esta questão, antes da prova. O assunto também é bastante discutido em sala: http://www.fisicanovestibular.com.br/questoes/2_termodinamica.pdf .

A geladeira é uma máquina térmica funcionando ao contrário: ela gasta energia (elétrica, normalmente) para retirar calor de um ambiente já frio e entrega-lo a outro ambiente mais quente. Observe que o calor normalmente flui ao contrário: do mais quente para o mais frio. Daí a necessidade de se gastar energia para fazê-la funcionar!

Creio que a resposta não dependeria de discussões teóricas profundas, mas, aproveitando a ocasião, vejamos cada opção.

A) Quem cede energia a uma geladeira residencial comum para resfriar seu interior é a CEMIG, não o gás! Expansões gastam energia interna do gás e tendem a abaixar sua temperatura: http://www.fisicanovestibular.com.br/questoes/2_gases.pdf .

B) Realmente, desligue a geladeira e veja se ela resfria! Não é espontâneo, é à base de gasto de energia! Esta é a resposta!

C) Não! Parte do calor que a geladeira cede ao ambiente em sua parte traseira, aquela mesma em que tanta gente põe de tudo para secar, não vem dos alimentos em seu interior. Mas, sim, também do Trabalho realizado sobre o gás (da energia elétrica fornecida a ela). Esqueminha tradicional ao lado. Note que o calor jogado fora é a soma do que vem da geladeira mais Trabalho (energia elétrica): Q 2 = ζ + Q 1.

Q 2

ζ

Q 1

FONTE QUENTE (ambiente)

FONTE FRIA (geladeira)

COMPRESSOR (TRABALHO)

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D) Claro que não! Quanto menos isolada a geladeira for, mais calor vai entrar nela do lado de fora, fazendo-a gastar ainda mais energia elétrica para retirá-lo! Justamente por isto a vedação das borrachas deve ser sempre verificada! O manual, que quase ninguém lê, explica isto!

E) Evidentemente não... Abrindo a porta, o calor que saiu dela entra, e é necessário gastar mais energia para resfriar tudo outra vez... Aliás, o bom senso diz que uma geladeira não funciona bem com a porta aberta, né!

OPÇÃO: B.

18. QUESTÃO 44

Considere a seguinte situação hipotética: ao preparar o palco para a apresentação de uma peça de teatro, o iluminador deveria colocar três atores sob luzes que tinham igual brilho e os demais, sob luzes de menor brilho. O iluminador determinou, então, aos técnicos, que instalassem no palco oito lâmpadas incandescentes com a mesma especificação (L1 a L8), interligadas em um circuito com uma bateria, conforme mostra a figura.

Nessa situação, quais são as três lâmpadas que acendem com o mesmo brilho por apresentarem igual valor de corrente fluindo nelas, sob as quais devem se posicionar os três atores?

A. L1, L2 e L3. B. L2, L3 e L4. C. L2, L5 e L7. D. L4, L5 e L6. E. L4, L7 e L8.

CORREÇÃO

Habilidade: H5 – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano. Nível: Difícil.

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Como sempre, neste Circuito, http://www.fisicanovestibular.com.br/questoes/3_circuitos.pdf , há vários caminhos que levam à solução. Seguindo o enunciado, vou argumentar pela corrente elétrica i.

Notamos que é um circuito misto: parte em série, um só caminho para corrente, e parte em paralelo, mais de um caminho. Sempre recomendo desenhar...

Vemos que a corrente total i se divide em duas, i1 e i2, e esta última em mais duas, i3 e i4. Como há

duas lâmpadas nos caminhos de i3 e i4, duas Resistências iguais, a divisão é igual: i3 = i4. Afinal, conceitualmente, a corrente que circula depende da dificuldade (Resistência). Ou, pela Lei de Ohm, i = V / R. Lembrando que, em paralelo, como estão i3 e i4, a voltagem é a mesma. Assim, as correntes que passam em L5, L6, L7 e L8 são iguais. L1 tem a maior corrente de todas, i: ainda não dividiu-se.

Por exclusão, concluiríamos que quem tem correntes iguais são L2, L3 e L4! Mas, não convence a todos! Analisando o circuito com mais calma.

Vemos que L5 + L6 = 2L (2R) bem como L6 + L7 = 2L (2R) também. Um macete clássico para dois

iguais em paralelo é que o equivalente dá a metade: 2L//2L = L (R). Assim, teríamos o circuito equivalente abaixo:

itotal

i1

i2

i3

i4

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Ora, olhando o equivalente, fica claro que i1 e i2 são iguais, como já sabíamos!

Finalmente, brilhos iguais implicam em Potências iguais. E, das várias maneiras de calculá-la, prefiro, neste caso (pela mesma Resistência R de todas as lâmpadas, iguais):

2.P R i= . Mesma resistência e corrente ⇒ mesmo brilho (Potência).

OPÇÃO: B.