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APLICABILIDADE DA RESOLUÇÃO CFESS 533/2008

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Page 1: APLICABILIDADE DA RESOLUÇÃO CFESS 533/2008

INSTITUTO LATINO-AMERICANO

DE ECONOMIA, SOCIEDADE E POLÍTICA

(ILAESP)

SERVIÇO SOCIAL

OFICINA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL II: PREPARAÇÃO PARA O

ESTÁGIO

APLICABILIDADE DA RESOLUÇÃO Nº 533, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL – CFESS

FILIPE SILVA NERI

JASLEIDY L. S. VILLAVICENCIO

Foz do Iguaçu

Setembro/2016

Page 2: APLICABILIDADE DA RESOLUÇÃO CFESS 533/2008

INSTITUTO LATINO-AMERICANO

DE ECONOMIA, SOCIEDADE E POLÍTICA

(ILAESP)

SERVIÇO SOCIAL

OFICINA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL II: PREPARAÇÃO PARA O

ESTÁGIO

APLICABILIDADE DA RESOLUÇÃO Nº 533, DE 29 DE SETEMBRO DE 2008

CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL – CFESS

FILIPE SILVA NERI

JASLEIDY L. S. VILLAVICENCIO

O trabalho que ora apresentamos visa

mostrar de forma sucinta e objetiva como e de que

forma se dá a aplicabilidade da Resolução CFESS

Nº 533/2008 que trata da regulamentação e

supervisão direta de estágio em Serviço Social.

DOCENTE: PROFESSORA DOUTORA

MARIA GEUSINA DA SILVA

Foz do Iguaçu

Setembro/2016

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4

2 MOTIVOS QUE LEVARAM À FORMULAÇÃO DA RESOLUÇÃO CFESS 533/2008 NO ÂMBITO DA CATEGORIA DE ASSISTENTES SOCIAIS ............................................................................................... 5

3 SOBRE A RESOLUÇÃO CFESS 533/2008 ............................................................................... 5

4 ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO E NÃO OBRIGATÓRIO, DE ACORDO COM A RESOLUÇÃO CFESS 533/2008 .................................................................................................................. 6

5 ABERTURA DOS CAMPOS DE ESTÁGIO ................................................................................ 7

6 O QUE É E COMO SE DÁ A SUPERVISÃO DIRETA DE ESTÁGIO NO SERVIÇO SOCIAL ........... 8

7 DIREITOS, DEVERES, ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DOS SUPERVISORES E DO ESTAGIÁRIO 10

8 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 11

REFERENCIAS ......................................................................................................................................... 12

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1 INTRODUÇÃO

Primeiramente faz-se necessário entendermos que Resolução é um documento

normativo de um determinado órgão, postula sobre as regulamentações internas deste e aos

órgãos ou entidades a este vinculado. “Resolução é deliberação ou determinação. Indica, assim,

o ato pelo qual a autoridade pública ou o poder público toma uma decisão, impõe uma ordem

ou estabelece uma medida. ” (Paraná, 2008, p. 75). Uma resolução está estruturada por cinco

principais partes, sendo: a) numeração; b) título; c) ementa; d) fundamentação; e) texto; e f)

assinatura.

Nesse trabalho, iremos apresentar e analisar a aplicabilidade da Resolução Nº 533, de

29 de setembro de 2008, oriunda do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS, na

operacionalização do quesito que trata da regulamentação da supervisão direta de estágio no

Serviço Social.

O tema aludido perpassa cinco questionamentos primordiais que serão apresentados de

forma transversal, quais sejam: I) A regulação do instrumento jurídico normativo avaliado; II)

A definição de estágio obrigatório e não obrigatório; III) Ente federativo ou setor responsável

pela operacionalização deste no estágio obrigatório e não obrigatório; IV) Implementação e

desenvolvimento do estágio obrigatório e não obrigatório; e V) Direitos, deveres, carga horária,

atribuições das instituições, dos supervisores e supervisionados no processo de realização das

formas de estágio supraditas.

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2 MOTIVOS QUE LEVARAM À FORMULAÇÃO DA RESOLUÇÃO CFESS

533/2008 NO ÂMBITO DA CATEGORIA DE ASSISTENTES SOCIAIS

Um dos principais motivos que levaram à formulação e aplicabilidade dessa Resolução

foi o desafio imposto aos/as profissionais que lutam pela consolidação de um projeto ético-

político do Serviço Social, bem como,

[…] a importância de se garantir a qualidade do exercício profissional do Assistente

Social que, para tanto, deve ter assegurada uma aprendizagem de qualidade, por meio

da supervisão direta, além de outros requisitos necessários à formação profissional

[assim como] […] a necessidade de normatizar a relação direta, sistemática e contínua

entre as instituições de ensino superior, as instituições campos de estágio e os

Conselhos Regionais de Serviço Social, na busca da indissociabilidade entre formação

e exercício profissional.” (CFESS, 2008, p. 01)

Buriolla (1996) postula que a supervisão está imbricada no contexto do Serviço Social

enquanto totalidade, e no contexto sócio-histórico mais amplo que a engloba. A autora afirma

ainda que existem diversos desafios que demandam múltiplas atividades profissionais dos

Assistentes Sociais e, consequentemente, dos supervisores.

Sobre esses desafios, a Resolução CFESS 533/2008 diz que:

[…] a atividade de supervisão direta do estágio em Serviço Social constitui momento

ímpar no processo ensino-aprendizagem, pois se configura como elemento síntese na

relação teoria-prática, na articulação entre pesquisa e intervenção profissional e que

se consubstancia como exercício teórico-prático, mediante a inserção do aluno nos

diferentes espaços ocupacionais das esferas públicas e privadas, com vistas à

formação profissional, conhecimento da realidade institucional, problematização

teórico-metodológica (CFESS, 2008).

É a partir desse momento que a discussão sobre Política de Estagio se amadurece,

trazendo consigo a urgência da regulamentação da Supervisão Direta de Estagio com foco no

Serviço Social brasileiro.

3 SOBRE A RESOLUÇÃO CFESS 533/2008

A Resolução CFESS 533/2008 está estruturada em 14 (quatorze) considerações iniciais,

11 (onze) artigos, 12 (doze) parágrafos e 11 (onze) incisos. São esses componentes que regulam

em esfera nacional a prática de supervisão direta de estágio no campo do Serviço Social.

A necessidade de regulamentação da supervisão direta de estágio em Serviço Social

nasceu a partir de um amplo debate com os Assistentes Sociais brasileiros. Um marco de

fundamental importância foi o XXXII Encontro Nacional CFESS/CRESS que aconteceu em

setembro de 2008 em Salvador/Bahia. Nesse encontro foram debatidos oito eixos centrais, dos

quais destacamos: I) Seguridade Social; II) Ética e Direitos Humanos; e III) Formação

Profissional. Onde, de acordo com CFESS (2008) foram discutidos e potencializados sobre

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“[...] Ética e Direitos Humanos nas Instituições, abrangendo profissionais e usuários, sendo

priorizadas aquelas que são campo de estágio profissional, [...] construção de estratégias que

fomentem a constituição e fortalecimento de espaços de participação e capacitação de

supervisores de estágio [e ] [...] abertura de campo de estágio remunerado”. (Grifo nosso)

Outro documento norteador para elaboração e implementação da Resolução CFESS

533/2008 é a Lei que regulamenta a profissão1 no âmbito do Serviço Social. Essa lei postula,

em seu 14º artigo que as Unidades de Ensino devem comunicar ao Conselho regional do qual

faz parte, os campos de estágio credenciados, além de informar os Assistentes Sociais que serão

responsáveis pela supervisão direta de Estágio. Nesse tocante, é de responsabilidade de

instituição informar ao CRESS de sua respectiva região, no prazo máximo de 30 dias após o

início de cada semestre letivo, os campos credenciados, nome do profissional responsável pela

supervisão acadêmica e de campo, bem como número do CRESS, e o nome do estagiário

constando também o semestre letivo que esse encontra-se matriculado. Pois, de acordo com a

Lei acima citada, “somente os estudantes de Serviço Social, sob supervisão direta de Assistente

Social e em pleno gozo de seus direitos profissionais, poderão realizar estágio de Serviço Social.

Já o Código de Ética do Assistente Social postula que é vedado ao Assistente Social

“permitir ou exercer a supervisão de aluno/a de Serviço Social em Instituições Públicas ou

Privadas que não tenham em seu quando assistente social que realize acompanhamento direto

ao/à aluno/a estagiário/a [e que esse deve] [...] informar, esclarecer e orientar os/as estudantes,

na docência ou supervisão, quanto aos princípios e normas contidas neste Código.

De acordo com Guerra e Braga (2009), a legislação profissional, ao vincular a

supervisão como sendo direta, estabeleceu o seu caráter obrigatório no exercício da supervisão.

4 ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO E NÃO OBRIGATÓRIO, DE

ACORDO COM A RESOLUÇÃO CFESS 533/2008

Segundo a resolução n˚533/2008, e conforme a lei n˚ 11.788/2008, o estágio pode

aparecer em duas formas, sendo essas: estagio curricular obrigatório e estágio não obrigatório.

O estágio obrigatório é definido no Projeto Pedagógico do Curso e sua carga horaria

corresponde a uns dos requisitos necessários para a obtenção do diploma, sendo esta uma forma

de garantir a qualidade da formação profissional nos centros de ensino superior. Da mesma

1Lei 8.662, de 07 de junho de 1993 – Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências.

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forma, o CFESS compreende a existência e a viabilidade do estágio não obrigatório

reconhecendo-o como a atividade opcional complementar (de acordo com a regulamentação

dos PPCs das UFAs), que pode ser “acrescido a carga horaria obrigatória”. O CFESS esclarece

que tanto o estágio obrigatório quanto o não obrigatório estão submetidas conforme definições

da resolução n˚533/2008.

O conceito estabelecido para a resolução antedita sobre estágio curricular obrigatório é

o mesmo contido nas diretrizes curriculares da ABEPSS e no Parecer CNE/CES 15/2002, onde

a primeira fala que o Estágio Supervisionado será desenvolvido no decorrer do processo de

formação acadêmica “a partir do desdobramento das matérias e seus componentes curriculares,

concomitante ao período letivo escolar”. Conceitua o Estágio Supervisionado como uma

“atividade curricular obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio-

institucional”. A segunda normativa esclarece que o Projeto Pedagógico deve contemplar o

formato de estágio supervisionado. E, de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso de Serviço

Social da UNILA,

A diferença entre estágio obrigatório e estágio não-obrigatório no curso de Serviço

Social está relacionada a momentos e atividades distintas, partindo-se da compreensão

que ambas modalidades consistem em um ato educativo, portanto, fazem parte do

processo ensino-aprendizagem. Desta forma, o estágio não-obrigatório deve propiciar

uma aproximação gradativa do discente com a realidade dos espaços sócio-

ocupacionais tendo por base a observação participante, a qual deve contemplar os

aspectos a seguir: conhecer e identificar a sistematização de dados e informação sobre

as condições de vida dos usuários; conhecer e identificar como se materializam no

exercício profissional do Assistente Social as competências e habilidades; conhecer e

identificar como se dá a elaboração e materialização dos instrumentos e técnicas

utilizadas no cotidiano profissional nos espaços sócio-ocupacionais. Por sua vez, o

estágio obrigatório deverá promover a qualificação e capacitação do discente para

assumir as responsabilidades profissionais amparadas pelas competências teórico-

metodológica, ético-política e técnico-operativa, resguardando a rotina pedagógica

prevista no regulamento de estágio obrigatório próprio do curso. (PPC/SERVIÇO

SOCIAL/UNILA, 2014, p. 34)

Sobre o Estágio não obrigatório, o conceito estabelecido na resolução supracitada é o

mesmo contido na Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, onde em seu inciso 2º do Artigo 1º

esclarece que o estágio não-obrigatório “é aquele desenvolvido como atividade opcional,

acrescida à carga horária regular e obrigatória.”

5 ABERTURA DOS CAMPOS DE ESTÁGIO

No cumprimento do artigo 1˚ da Resolução 533/2008 e do artigo 140 da Lei 8.662, o

CFESS estabelece que a abertura do campo de estagio é competência e responsabilidade

supradita dos coordenadores de curso, coordenadores de estágio ou outro profissional de

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Serviço Social. As unidades de ensino superior, cumprindo com os procedimentos de

fiscalização da supervisão direita, devem comunicar formalmente a abertura dos campos de

estagio ao CRESS em um prazo máximo de 30 dias, assim, também compete aos profissionais

antes mencionados a verificação de que os campos de estagio garantem a viabilidade do

processo teórico prático.

O processo de abertura de campo estágio envolve compromisso e ação das UFAs, na

relação de cooperação e intercâmbio com diversas instituições públicas e privadas,

sendo imprescindível a aceitação da instituição em se constituir como campo de

estágio, a qual deve assegurar espaço físico, que possibilite o sigilo profissional, os

equipamentos necessários e a disponibilidade de assistente social vinculado/a à

instituição e devidamente habilitado/a pelo CRESS (Art. 2˚, § único da Resolução

CFESS nº 533/2008).

6 O QUE É E COMO SE DÁ A SUPERVISÃO DIRETA DE ESTÁGIO NO

SERVIÇO SOCIAL

De acordo com a Resolução CFESS 533/2008, supervisão direta é caracterizada pela

“conjugação entre a atividade de aprendizado desenvolvida pelo aluno no campo de estágio,

sob acompanhamento direto do supervisor de campo e a orientação e avaliação a serem

efetivadas pelo supervisor vinculado a instituição de ensino”.

A atividade de supervisão direta de estágio no Serviço Social é uma atribuição privativa

do Assistente Social, devendo este está inscrito no Conselho Regional de Serviço Social –

CRESS de sua respectiva região. Essa atividade, de acordo com a ABEPSS (1999), “será feita

pelo professor supervisor e pelo profissional do campo, através da reflexão, acompanhamento

e sistematização, com base em planos de estágio elaborados em conjunto pelas unidades de

ensino e organizações que oferecem estágio”.

Para que o/a estagiário/a possa ir para o campo, o espaço sócio-ocupacional deve

preencher alguns requisitos básicos recomendados pela Resolução CFESS 533/2008, quais

sejam: “espaço físico adequado, sigilo profissional, equipamentos necessários, disponibilidade

de supervisor do campo para acompanhamento presencial da atividade de aprendizagem, dentre

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outros requisitos” preconizados na resolução CFESS 493/20062, onde, “O local de atendimento

destinado ao assistente social deve ser dotado de espaço suficiente, para abordagens individuais

ou coletivas, conforme as características dos serviços prestados”. Além disso, o Artigo 5º da

referida Resolução prever que:

A supervisão direta de estágio de Serviço Social deve ser realizada por assistente

social funcionário do quadro de pessoal da instituição em que se ocorre o estágio, em

conformidade com o disposto no inciso III do artigo 9º da lei 11.788, de 25 de

setembro de 2008, na mesma instituição e no mesmo local onde o estagiário executa

suas atividades de aprendizado, assegurando seu acompanhamento sistemático,

contínuo e permanente, de forma a orientá-lo adequadamente [e que] [...] Sem as

condições previstas [...] a supervisão direta poderá ser considerada irregular,

sujeitando os envolvidos à apuração de sua responsabilidade ética, através dos

procedimentos processuais previstos pelo Código Processual de Ética, garantindo-se

o direito de defesa e do contraditório [além do mais] [...] A atividade do estagiário

sem o cumprimento do requisito previsto no caput poderá se caracterizar em exercício

ilegal de profissão regulamentada, conforme previsto no artigo 47, da Lei de

Contravenções Penais, que será apurada pela autoridade policial competente,

mediante representação a esta ou ao Ministério Público.

A resolução aqui apresentada preconiza que a quantidade máxima de estagiários/as a

serem supervisionado pelo profissional de campo “deve levar em conta a carga horária do

supervisor de campo, as peculiaridades do campo de estágio e a complexidade das atividades

profissionais”. Postula ainda que o limite não deve extrapolar 01 (um) estagiário para cada 10

horas semanais de trabalho do supervisor de campo.

Vale ressaltar que a resolução CFESS 533/2008 está respaldada de acordo com a lei

11.788/20083 (lei do estágio), onde, em seu artigo de número 17 estabelece que a quantidade

máxima de estagiários/as se dá de acordo com o quadro de funcionários/os dos

estabelecimentos, garantindo uma porcentagem mínima em cada quadro. No entanto, como dito

anteriormente, no campo do Serviço Social, de acordo com a realidade e particularidades da

profissão, a Resolução antedita preconiza a quantidade de acordo com a carga horária do

profissional, visando a não precarização do trabalho, do serviço prestado e da própria formação

acadêmica.

2 Resolução CFESS 493, de 21 de agosto de 2006. Dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício

profissional do assistente social. 3 Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes e dá outras providências.

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7 DIREITOS, DEVERES, ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DOS

SUPERVISORES E DO ESTAGIÁRIO

Um fator de extrema importância é que a supervisão direta de estágio em Serviço Social

deve estabelecer uma relação intrínseca entre o campo de estágio e a Unidade de Formação

Acadêmica, onde, de acordo com o Artigo Nª 4º da Resolução CFESS 533/2008, cabe:

[...] ao supervisor de campo apresentar projeto de trabalho à unidade de ensino

incluindo sua proposta de supervisão, no momento de abertura do campo de estágio;

II) aos supervisores acadêmico e de campo e pelo estagiário construir plano de estágio

onde constem os papéis, funções, atribuições e dinâmica processual da supervisão, no

início de cada semestre/ano letivo.

É de responsabilidade do supervisor de campo inserir, acompanhar, orientar e avaliar

o/a estudante estagiário/a no campo, de acordo com o estabelecido no plano de estágio. Ao

supervisor da unidade de formação acadêmica cabe orientar e avaliar o aprendizado do/a

estagiário/a, tendo em vista qualificar o/a discente para o processo de formação e aprendizagem

de acordo com as três dimensões da profissão, quais sejam: técnico-operativas, teórico-

metodológicas e ético-política.

Outro aspecto importante é que o/a supervisor/a direto, tanto de campo quanto o

acadêmico, possuem a responsabilidade ética e técnica no processo ensino/aprendizagem no

que diz respeito ao estágio. Tendo esses o dever de:

I. Avaliar conjuntamente a pertinência de abertura e encerramento do campo de

estágio [...] II. Acordar conjuntamente o início do estágio, a inserção do estudante no

campo de estágio, bem como o número de estagiários por supervisor de campo,

limitado ao número máximo estabelecido no parágrafo único do artigo 3º [...] III.

Planejar conjuntamente as atividades inerentes ao estágio, estabelecer o cronograma

de supervisão sistemática e presencial, que deverá constar no plano de estágio [...] IV.

Verificar se o estudante estagiário está devidamente matriculado no semestre

correspondente ao estágio curricular obrigatório [...] V. Realizar reuniões de

orientação, bem como discutir e formular estratégias para resolver problemas e

questões atinentes ao estágio [e] [...] VI. Atestar/reconhecer as horas de estágio

realizadas pelo estagiário, bem como emitir avaliação e nota. (CFESS, 2008. Grifo

nosso)

A parir dessa análise, entende-se que a supervisão direta tem um papel fundamental de

“contribuir para a identificação das singularidades do trabalho do Serviço Social, reconhecendo,

ao mesmo tempo, os elementos particulares e universais nele contido” (IAMAMOTO, 2015, p.

285)

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8 CONCLUSÃO

A partir das reflexões que apresentamos por meio da análise da Resolução CFESS

533/2008, entendemos que o estágio curricular, enquanto primeira aproximação à realidade

social, se apresenta como um dos componentes mais importantes da formação profissional,

instituindo-se como o espaço acadêmico crítico-analítico-reflexivo que prepara o discente para

a vida profissional. É através do estágio que a vinculação entre a teoria e a pratica se materializa,

outorgando a capacidade de identificar a materialização real dos fatos, onde, de acordo com

Iamamoto (2015), esse espaço promove uma aproximação teórica e empírica sobre as

expressões da “Questão Social” e suas manifestações específicas na realidade do município

e/ou região.

Os debates sobre a formação profissional dado pelos Conselhos regionais de Serviço

Social impulsionaram a criação de uma normativa legal que regulamente o estágio mediante a

fiscalização profissional, e a normatização continua das Instituições de Ensino Superior na

busca da equiparação da correlação existente entre a teoria e a pratica. Através da resolução

N.533/2008 do CFESS, o Serviço Social reafirma seu compromisso com a profissão mediante

a construção imperante de normativas legais que fundamentem uma educação de qualidade,

através da instituição da supervisão direta como exercício obrigatório dentro dos Centros de

Educação Superior, originando uma padronização da normatividade da Supervisão direta de

estágio.

A Resolução N. 533 da CFESS conota que o estágio em Serviço Social tem que ser visto

como uma ação totalizadora e integral dos fundamentos históricos, teórico-metodológicos dos

processos acadêmicos assumidos pelos discentes, onde, os campos de estágio se mostram como

possibilidade concreta da realidade material que permitem identificar cenários, áreas de

atuação, ferramentas e estratégias de atuação profissional com uma perspectiva crítica e

integral.

Findamos esse trabalho com a perspectiva de que este “momento em que vivemos é um

momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperanças

para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. É necessário alimentar os sonhos e

concretiza-los dia-a-dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais

solidários. ” (IAMAMOTO, 2015, p. 17)

Page 12: APLICABILIDADE DA RESOLUÇÃO CFESS 533/2008

REFERENCIAS

Conselho Federal de Serviço Social – CFESS. Deliberações do XXXII Encontro Nacional

CFESS/CRESS. Disponível em: <www.cfess.org.br/arquivos/relatorio_2003_32.pdf/>.

Acesso em: 23 de jun. 2016.

_______. Resolução 533, de 29 de setembro de 2008. Regulamenta a SUPERVISÃO

DIRETA DE ESTÁGIO no Serviço Social. Disponível em:

<www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao533.pdf/>. Acesso em: 23 de jun. 2016.

_______. ABEPSS. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais.

_______. Resolução 493, de 21 de agosto de 2006. Dispõe sobre as condições éticas e

técnicas do exercício profissional do assistente social. Disponível em:

<http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao_493-06.pdf/>. Acesso em 05 de set. 2016.

Paraná. Departamento Estadual de Arquivo Público. Manual de Comunicação Escrita do

Paraná. Disponível em:

<http://www.arquivopublico.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/manual_comunicacao.pdf/>. Acesso

em 23 de jun. 2016.

Brasil. Lei 8.662, de 07 de junho de 1993 – Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e

dá outras providências. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm/>. Acesso em: 05 de set. 2016.

_______. Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm/>.

Acesso em: 05 de set. 2016.

BURIOLLA, Marta Alice Feiten. Supervisão em serviço social: o supervisor, sua relação e

seus papéis. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1996.

IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e

formação profissional. 26. ed. São Paulo, Cortez. 2015.