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1 UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA APLICAÇÃO DO MÉTODO PDCA/MASP PARA IDENTIFICAÇÃO DE GARGALO NO PROCESSO DE REOPERAÇÃO DE PURIFICADORES NA LINHA 10 FÁBRICA 2 NA EMPRESA WHIRLPOOL S/A DIEGO TAMANINI Joinville SC 2011

Aplicação do Método PDCA/MASP para Identificação de Gargalo no Processo de Reoperação de Purificadores na Linha 10 Fábrica 2 na Empresa Whirlpool S/A

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

APLICAÇÃO DO MÉTODO PDCA/MASP PARA IDENTIFICAÇÃO DE GARGALO

NO PROCESSO DE REOPERAÇÃO DE PURIFICADORES NA LINHA 10 FÁBRICA

2 NA EMPRESA WHIRLPOOL S/A

DIEGO TAMANINI

Joinville – SC

2011

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DIEGO TAMANINI

APLICAÇÃO DO MÉTODO PDCA/MASP PARA IDENTIFICAÇÃO DE GARGALO

NO PROCESSO DE REOPERAÇÃO DE PURIFICADORES NA LINHA 10 FÁBRICA

2 NA EMPRESA WHIRLPOOL S/A

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia de Produção Mecânica da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, como requisito parcial para obtenção do Grau Bacharel em Engenharia de Produção Mecânica, sob a orientação do Professor Renato Cristofolini.

Joinville – SC

2011

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Dedicatória

Dedico primeiramente este trabalho a Deus que foi fundamental para me ajudar na realização deste trabalho. Dedico também para minha família, principalmente aos meus pais, Vilmar Vicente Tamanini e Jane Carla Zaltran Tamanini e meu irmão Bruno Tamanini que incansavelmente estiveram do meu lado, dando-me a educação e todo o apoio necessário para que hoje eu possa dizer o quanto eles são importantes na minha vida.

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Agradecimentos Agradeço primeiramente ao Professor Renato Cristofolini pelo apoio e orientações necessárias, dedicando seus momentos de folga para auxiliar no desenvolvimento deste trabalho. Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado nos principais momentos da minha vida, dando-me o total apoio para que eu não desistisse do meu objetivo. A eles, o meu muito obrigado! Agradeço também a empresa Whirlpool S/A pela oportunidade de desenvolver este trabalho.

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‗‘Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos‘‘

Friedrich Nietzsche

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RESUMO

O presente trabalho apresenta a realização da pesquisa-ação feita na linha de purificadores Ecohouse para a redução de gargalo no processo de reoperação na empresa Whirlpool S/A eletrodomésticos. É evidente que em todas as empresas existem gargalos nos processos, denominado tecnicamente de restrições no sistema. Neste tipo de processo ocorrem muitos consertos gerados por defeitos de componentes, então se fez necessário realizar uma pesquisa utilizando a ferramenta de qualidade PDCA/MASP com o auxílio do diagrama de causa e efeito, fluxograma, de estratificação de dados, coleta de dados, plano de ação (5W1H), folha de verificação, cronograma de acompanhamento e o software Excel, para auxiliar e identificar onde era o gargalo no processo e qual item que mais influenciava no atraso, para assim serem analisadas as causas principais para a atuação em cima do item e eliminação do mesmo. Com a eliminação deste item que gerava o gargalo, foi notável o aumento da produção de produtos reoperados, da qualidade percebida pelo cliente e no próprio processo. Então, através da aplicação do PDCA/MASP, foi possível uma eliminação de 26% dos defeitos gerados por vazamentos de bombas de pressurização no processo de reoperação, conseguindo assim um aumento de 21,5% na produção diária, uma redução de 26,7% de defeitos no posto caracterizado como gargalo e uma redução de despesas anual próximo à R$ 21.000,00, caracterizado pelas despesas de trocas de bombas com vazamentos feitas em campo. Palavras-chave: Restrições, Qualidade, PDCA/MASP.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Vista aérea Whirlpool – Unidade Eletrodomésticos – Jlle/SC. ................... 18

Figura 2: Fluxo e distribuição dos tempos em cada estação de trabalho. ................. 23

Figura 3: Método PDCA de gerenciamento de processos ........................................ 36

Figura 4: Exemplo gráfico de estratificação de dados coletados............................... 43

Figura 5: Exemplo do Diagrama de Causa e Efeito .................................................. 45

Figura 6: Símbolos de representação do Fluxograma ............................................... 46

Figura 7: Modelo de representação de estruturação da ferramenta 5W1H ............... 48

Figura 8: Purificador de água Ecohouse ................................................................... 50

Figura 9: Bomba de pressurização utilizada nos purificadores de água. .................. 51

Figura 10: Layout de produção dos purificadores de água Ecohouse ....................... 52

Figura 11: Posto de teste de vazão dos purificadores em reoperação ...................... 55

Figura 12: Fluxograma de identificação do gargalo no processo. ............................. 57

Figura 13: Diagrama de causa e efeito com a representação do brainstorming

realizado. ................................................................................................................... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Cronograma proposto do monitoramento do processo ............................. 54

Tabela 2: Planilha de registro dos lançamentos de defeitos (exemplo). ................... 56

Tabela 3: Apontamento da Produção e Consertos. ................................................... 58

Tabela 4: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010 a Fevereiro/2011.59

Tabela 5: Quantidade de trocas de bombas em campo por mês em 2010. .............. 61

Tabela 6: Aplicação da ferramenta de qualidade 5W1H para o Plano de Ação. ....... 63

Tabela 7: Folha de verificação da produção e defeitos ............................................. 65

Tabela 8: Custos de trocas das bombas de pressurização em campo (base 2010) . 69

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a

Fevereiro/2011 .......................................................................................................... 58

Gráfico 2: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a

Fevereiro/2011 .......................................................................................................... 59

Gráfico 3: Percentual de defeitos no conserto........................................................... 60

Gráfico 4: Trocas de bombas em campo realizada em 2010 .................................... 61

Gráfico 5: Comparação da média de purificadores reoperados por dia de julho de

2010 a julho de 2011 ................................................................................................. 66

Gráfico 6: Mensuração de produtos reoperados por dia no mês de julho de 2010 ... 68

Gráfico 7: Mensuração de produtos reoperados por dia no mês de julho de 2011 ... 68

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LISTA DE ABREVIATURAS/SIGLAS

SGI – Sistema de Gestão Integrado

BVQI – Bureau Veritas Quality Institute

TOC – Theory of Contraints (Teoria das Restrições)

PAC – Processo de Aprimoramento Contínuo

PCP – Planejamento e Controle de Produção

PDCA – Plan (planejar), Do (executar), Check (checar), Act (Ação)

MASP – Metodologia de Análise e Soluções de Problemas

6M‘s – Medição, Mão-de-obra, Métodos, Meio Ambiente, Materiais, Máquinas

5W1H – What (o que), Where (onde), When (quando), Why (porque), Who (quem),

How (como)

PT – Posto de Trabalho

IQL – Índice de Qualidade de Linha

OS‘s – Ordens de Serviços

IRC – Índice de Reclamação de Campo

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 07

LISTA DE TABELAS ................................................................................................ 08

LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................. 09

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................... 10

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................... 15

1.1 Apresentação da concedente .............................................................................. 15

1.2 Unidades de eletrodomésticos da Whirlpool no Brasil - Joinville ......................... 17

1.3 Unidade fabril de Joinville.................................................................................... 17

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 19

2.1 Teoria das restrições ........................................................................................... 19

2.1.1 Princípios de otimização da TOC ..................................................................... 20

2.1.2 Restrições de capacidade ................................................................................ 23

2.1.3 Cinco passos para a gestão de um sistema produtivo ..................................... 24

2.2 Qualidade ............................................................................................................ 25

2.2.1 Definições de qualidade ................................................................................... 25

2.2.2 Elementos da qualidade de um produto ........................................................... 28

2.3 Gerando qualidade no processo ......................................................................... 29

2.3.1 A função qualidade ........................................................................................... 29

2.4 Qualidade total no processo ................................................................................ 30

2.5 Controle dos defeitos .......................................................................................... 32

2.6 Características gerais da ferramenta PDCA ........................................................ 33

2.6.1 Métodos de utilização ....................................................................................... 34

2.6.2 Planejamento (Plan) ......................................................................................... 34

2.6.3 Execução/Fazer (Do)........................................................................................ 35

2.6.4 Verificação/Checar (Check) .............................................................................. 35

2.6.5 Atuação corretiva/Ação (Act) ........................................................................... 35

2.7 PDCA de soluções de problemas: MASP............................................................ 36

2.8 Brainstorming ...................................................................................................... 37

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2.8.1 Como fazer um brainstorming .......................................................................... 38

2.9 Coleta de dados .................................................................................................. 39

2.9.1 Objetivos da coleta de dados ........................................................................... 39

2.9.1.1 Tipos de dados .............................................................................................. 40

2.9.2 Folha de verificação ......................................................................................... 41

2.9.3 Estratificação .................................................................................................... 42

2.10 Diagrama de causa e efeito ............................................................................... 43

2.10.1 Como fazer um diagrama de causa e efeito ................................................... 44

2.11 Fluxograma ....................................................................................................... 45

2.11.1 Símbolos e representações gráficas .............................................................. 46

2.12 Plano de ação: 5W1H........................................................................................ 47

2.12.1 Como fazer um plano de ação ....................................................................... 47

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 49

4 PESQUISA AÇÃO ................................................................................................. 50

4.1 Caracterização e descrição do problema ............................................................ 50

4.2 Caracterização do processo de reoperação dos purificadores ............................ 51

4.2.1 Ganhos esperados na melhoria contínua ......................................................... 53

4.3 Planejamento e implementação do PDCA/MASP ............................................... 54

4.3.1 Identificação do problema ................................................................................ 55

4.3.2 Observação do problema ................................................................................. 56

4.3.3 Análise do problema ......................................................................................... 62

4.3.4 Elaboração do plano de ação ........................................................................... 63

4.3.5 Ação/Execução do plano de ação (5W1H) ....................................................... 64

4.3.6 Verificação ........................................................................................................ 64

4.3.7 Padronização ................................................................................................... 66

4.4 Resultados e discussões ..................................................................................... 67

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 71

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 73

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho de conclusão de curso tem o intuito de apresentar as

atividades da análise de melhoria para a redução de gargalo (restrições) na linha de

purificadores de água, pesquisa feita na empresa Whirlpool S/A, em Joinville-SC, no

período de julho de 2010 a junho de 2011.

O objetivo principal deste trabalho é a redução de gargalo na linha de

reoperação de purificadores de água Ecohouse para o aumento de produção de

produtos reoperados ao final de cada turno de trabalho. A partir das observações

feitas nesta linha, encontram-se resultados de que o maior gargalo no processo se

encontra no teste de vazão dos purificadores, onde ocorrem muitos defeitos de

vazamentos em peças como conexões, mangueiras, bombas de pressurização,

entre outros itens, fazendo com que estes produtos sejam encaminhados ao

conserto, gerando atraso no fluxo de produção.

No capítulo 1, descreve-se a empresa no qual foi realizada esta pesquisa-

ação, as suas unidades nacionais e a sua história.

No capítulo 2, faz-se uma abordagem sobre a Teoria das Restrições,

exemplificando e denominando os tipos de restrições que existem em um processo,

tanto de fabricação quanto de montagem de um produto, a Qualidade, focada

principalmente no cliente, mas que também é necessária dentro de um processo e o

PDCA, com o auxílio do MASP para solução de problemas. Concluindo a parte

teórica, apresenta-se também as ferramentas de qualidade que são as técnicas de

tratamento de informações necessárias para a coleta de dados e solução dos

problemas.

No capítulo 3, menciona-se a metodologia aplicada para a presente pesquisa, como

as atividades desenvolvidas utilizando as ferramentas da qualidade, as estratégias,

em geral, o passo a passo de como foi estruturado o trabalho. Apresentam-se

também a estruturação, feito em sete partes, para uma melhor identificação do item

que gera atraso no fluxo do processo de reoperação.

No capítulo 4, apresenta-se todo o processo para verificação e solução do

problema com a aplicação do método PDCA com o auxílio do MASP, utilizando as

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ferramentas necessárias para a identificação e solução do problema. A aplicação

deste método foi necessária a partir da constatação do problema apresentado na

linha de reoperação de purificadores: o atraso na entrega da produção diária de

purificadores reoperados, devido as restrições que ocorrem no processo. Neste

mesmo capítulo, apresentam-se as coletas de dados no processo para a

identificação do problema, através de observações, análises, dos planos de ação e

as medidas de ação tomadas para a eliminação do item gargalo no processo de

reoperação dos purificadores.

Por fim, apresenta-se os resultados obtidos de redução de consertos no

processo e na troca de bombas de pressurização em campo, gerando também uma

redução de custos quanto à eliminação destas trocas.

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1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A Whirlpool Corporation foi lançada pela primeira vez em uma lavadora de

roupas, em 1906, ao longo dos anos se transformou na marca de eletrodomésticos

mais bem-sucedida e de maior venda do mundo. Com sede em Michigan, nos

Estados Unidos, e atuação nos mercados da América do Norte, América Latina,

Europa e Ásia, a Whirlpool Corporation é líder mundial em eletrodomésticos. A

companhia, fundada em 1911, emprega hoje cerca de 68 mil pessoas e suas

unidades fabris estão instaladas em 13 países, comercializando produtos em mais

de 170 países. Além da marca global Whirlpool, a empresa detém outras marcas

líderes como KitchenAid, Roper, Bauknecht, Ignis, Brastemp e Consul.

Em todos os mercados, a Whirlpool fabrica e comercializa a linha completa de

utensílios domésticos: lavadora e secadora de roupas, refrigerador, freezer, lava-

louças, fogão, depurador de ar, purificador de água, frigobar, condicionador de ar,

microondas e eletro portáteis, como liquidificador, batedeira e processador de

alimentos.

Hoje, o negócio de eletrodomésticos da Whirlpool Corporation está no topo do

ranking mundial em termos de volume, comercializando seus produtos em mais de

170 países.

1.1 Apresentações da concedente

A Multibrás foi criada em maio de 1994, como resultado da fusão e integração

da Brastemp, Consul e Semer, empresas do grupo Brasmotor, a Multibrás S.A.

Na década de 60, ao começar a produzir lavadoras, fogões e condicionadores

de ar, a Brasmotor já tinha um acordo firmado com a Whirlpool Corporation e a

Sears Roebuck, para assegurar assistência técnica.

Em 1997, a Multibrás adquire a Whirlpool Argentina. No mesmo ano, a

parceria entre a Brasmotor e a Whirlpool Corporation avança mais um passo,

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quando a Whirlpool passa a ser a acionista majoritária da Brasmotor S.A.,

fortalecendo a posição das duas empresas no mercado global. Em 1998, a Multibrás

assume as operações da Philips no Chile, constituindo a Whirlpool.

Em janeiro de 2000, em leilão público na Bolsa de Valores de São Paulo, a

Whirlpool adquire as ações da Multibrás S.A. Eletrodomésticos e da Brasmotor S.A.,

passando a deter quase 95% do capital das duas empresas.

Hoje a Multibrás S.A. Eletrodomésticos é uma subsidiária da Whirlpool

Corporation. Ela é a única empresa do Brasil que fabrica, com as marcas Brastemp

e Consul, todos os produtos de linha branca: refrigeradores, freezers horizontais e

verticais, fogões, lavadoras de roupa, secadoras, lava-louças, fornos de microondas,

condicionadores e depuradores de ar. Com a marca Brastemp oferece também

eletrodomésticos portáteis como: batedeiras, cafeteiras, liquidificadores e

multiprocessadores. Atua em patamares internacionais de qualidade e de

produtividade, de acordo com as exigências do mercado global. A empresa

emprega, hoje, cerca de nove mil pessoas em suas unidades localizadas em São

Paulo; Rio Claro, interior de São Paulo; Joinville, no estado de Santa Catarina;

Manaus, no estado do Amazonas; La Tablada, na Argentina; e Santiago, no Chile.

Desde 1995, todas as unidades são certificadas de acordo com o padrão

internacional ISO 9000, atestando a qualidade de seus produtos e serviços. Além do

mercado brasileiro, a Multibrás atende aos mercados de 70 países em cinco

continentes.

Em novembro de 2003, o SGI (sistema de gestão integrado) da Multibrás foi

certificado pela BVQI do Brasil (Bureau Veritas Quality Institute). A Multibrás AS

Eletrodomésticos adquiriu os certificados em conformidade com as normas ISO

9001/2000 (Gestão da qualidade), ISO 14001/1996 (Gestão ambiental) e OHSAS

18001/1999 (Gestão de saúde e segurança), reunindo, desta forma, projeto,

desenvolvimento, fabricação, venda e serviço associado de refrigeradores e

freezers, e também montagem de secadoras.

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1.2 Unidades de Eletrodomésticos da Whirlpool no Brasil - Joinville

A Unidade Joinville nasceu num galpão de 680m², local onde foi fundada a

Indústria de Refrigeração Consul S.A., em 1950. Mais tarde, o espaço ficou

conhecido como ―Fábrica I‖.

Entre 1960 e 1969, a Consul saltou do sexto para o primeiro lugar no ranking

nacional de marcas de refrigeradores. Para acompanhar esse crescimento foi

construída uma nova Fábrica.

Em 1976, a marca Consul foi incorporada pelo Grupo Brasmotor e em 1993

recebeu uma nova e moderna planta industrial, a ―Fábrica III‖. A Unidade Joinville

responde por 60% da produção da Multibrás. É a maior indústria de produtos de

refrigeração da América Latina e abriga os Centros de Tecnologia de Refrigeração,

de Cocção e parte do Centro de Tecnologia de Condicionadores de Ar. Produz

refrigeradores, freezers (horizontais e verticais), além de secadoras.

1.3 Unidade Fabril de Joinville

A unidade de Joinville é a maior manufatura de refrigeradores do mundo,

sendo responsável por 60% da produção de eletrodomésticos da Whirlpool Brasil.

Além da produção de refrigeradores, freezers e secadoras localizam-se nesta

planta os centros de tecnologia de refrigeração, cocção e parte do de

condicionadores de ar. A seguir na figura 1 segue uma foto da unidade fabril com a

localização de suas principais áreas.

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Figura 1: Vista aérea Whirlpool – Unidade Eletrodomésticos – Jlle/SC. Fonte: Wikimapia, 2011.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Este capítulo tem como função apresentar a fundamentação teoria referente

à capacidade de produção e as suas restrições de um posto de trabalho em uma

linha de produção, dando uma visão ampla dos conceitos que serão abordados, no

qual deverão estar bem esclarecidos para que se possam absorver conhecimentos

das propostas deste trabalho. Estes conceitos irão proporcionar ao leitor uma visão

geral sobre a redução de restrições e ganho de capacidade em um posto de teste

dos produtos na linha de produção.

2.1 Teoria das Restrições

Corrêa e Gianese (1996) citam que esse sistema, a Teoria das Restrições

(Theory of Contraints – TOC), é um sistema desenvolvido, na década de 80, por

Eliyahu Goldratt, que através do pedido de ajuda de um amigo para resolver um

problema específico de produção, no qual direcionou seus estudos para buscar uma

interpretação pragmática das dificuldades da empresa moderna, elaborou resultados

em uma série de conceitos.

Os autores Watson, Blackstone e Gardiner (2007, p.389) descrevem:

A Teoria das Restrições não teve um início espetacular, não foi resultado de alguma visão futurista em relação ao gerenciamento de produção mais de um pedido simples de ajuda. No final dos anos 1970, um vizinho do Dr. Eliyahu Goldratt administrava uma planta que produziria galinheiros. O vizinho pediu a Goldratt, um físico, para ajudá-lo no desenvolvimento de um programa que aumentasse a produção. Goldratt respondeu desenvolvendo um programa que triplicou a produção da planta dentro de um pequeno período de tempo.

Segundo Souza (2005), a TOC é uma nova filosofia de pensamento gerencial

que apareceu nos anos oitenta. Sua premissa básica é gerenciar a partir das

restrições que o processo apresenta, focalizando como objetivo o ganho em

capacidade produtiva e econômico máximo da empresa ―ganhar dinheiro‖.

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A TOC é a metodologia para identificação dos gargalos, ou seja, a

identificação de qualquer elemento ou fator que impede que um sistema conquiste

um nível melhor de desempenho no que diz respeito a sua meta (GOLDRATT &

COX, 2002).

A Teoria das Restrições é constituída por três ramos principais: Logístico,

Gerenciamento de restrições, englobando o PAC (Processo de Aprimoramento

Contínuo) e o Processo de pensamento da Teoria das Restrições.

a) logístico: Engloba as metodologias de PCP e estoques, realizando o

gerenciamento fino da produção, como um recurso que pode contribuir e

muito para que a empresa reverta em ganhos. (FERREIRA, 2007).

b) gerenciamento das Restrições: é um processo que é voltado a realizar ações

para identificar e remover os diferentes tipos de restrições na empresa.

Sugere um conjunto de indicadores de grande competência para o

acompanhamento da evolução e qualidade das ações no âmbito de eliminar

qualquer tipo de restrição e auxiliar na decisão de identificar quais os

produtos necessários e concentrar esforços para futuramente atingir as

metas. (FERREIRA, 2007).

c) processo de pensamento: utiliza o diagrama de causa e efeito e a auditoria do

mesmo, como também a metodologia das nuvens, para analisar e solucionar

os problemas, na identificação e remoção das restrições na empresa. (COX

III; SPENCER, 2002).

2.1.1 Princípios de otimização da TOC

Os princípios fundamentais da TOC têm um conjunto de diretrizes que auxilia

no tratamento destas restrições e estão representados nas idéias expostas a seguir:

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a) balancear o fluxo e não a capacidade: deve-se balancear o fluxo e nunca a

capacidade instalada. É ai que se identifica os gargalos no processo. Goldratt

e Cox (2002, p. 149) definem que ―um gargalo é um recurso cuja a

capacidade é igual ou menor que a demanda imposta a ele‖ e dizem que os

gargalos não devem ser tratados como algo bom ou ruim, porque eles são

uma realidade na empresa.

b) a utilização de um recurso não-gargalo não é determinada por sua

disponibilidade, mas por alguma outra restrição do sistema: Segundo Costa

Junior (2009), as máquinas, equipamento ou montagens devem trabalhar com

o objetivo de compensar a restrição do processo, gastando os recursos

necessários como tempo, máquinas, mão-de-obra e matéria-prima na

quantidade necessária para suprir estas restrições, sem desperdícios.

c) utilização e ativação de um recurso não são sinônimos: o recurso não gargalo

é determinado por outra restrição do processo e não pelo seu potencial.

Goldratt e Cox (2002, p.221) explicam que utilizar um recurso significa fazer o

uso deste de uma forma correta, fazendo com que ele caminhe em direção ao

seu objetivo, em direção à meta. É como acionar o botão que liga, quer queria

quer não, irá gerar um benefício gerado pelo seu trabalho.

d) uma hora ganha no recurso não gargalo não é nada: Na concepção de Costa

Junior (2009), não adianta investir nas melhorias de eficiência produtividade

se o gargalo continuar atrasando o processo, pois as capacidades

continuaram as mesmas, mas devem ser concentrados os esforços na busca

de melhorar o processo onde realmente a empresa possa estar lucrando.

O sistema trabalha sempre em cima do gargalo do processo, então qualquer

esforço realizado fora deste item, como redução de setup ou a redução de

troca de ferramentas somente irá aumentar o tempo ocioso. (FERREIRA,

2007).

e) uma hora perdida no recurso gargalo é uma hora perdida no processo inteiro:

qualquer tempo perdido no gargalo, como preparação da máquina, produção

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das peças defeituosas no qual o mercado não exige diminui o fluxo do

processo inteiro, interrompendo a saída de produto e a entrada do mesmo.

Goldratt e Cox (2002, p. 168) complementam que se deve certificar que o

gargalo apenas esteja trabalhando com peças boas, eliminando as ruins, no

qual podem acarretar em um gargalo ainda maior, diminuindo ainda mais sua

capacidade produtiva. Se houver refugo ou conserto de uma peça antes de

ela chegar ao gargalo do sistema, é apenas uma peça perdida, mas se ela

chegar ao gargalo e aí sim for identificado neste posto, se perderá um tempo

não recuperável.

f) o lote de processamento deve ser variável e não fixo: a TOC define que o

tamanho do lote de processamento deve ser em função da situação que se

encontra a fábrica e o tipo de operação a ser realizado. Corrêa e Corrêa

(2007) definem que o tamanho dos lotes é função dos custos de carregar

estoques, custos de preparação, as necessidades de fluxo de determinados

itens, os tipos de recursos, gargalos e não-gargalos, entre outros.

Segundo Costa Junior (2009), a finalidade deste item é de atender por inteiro

a demanda estabelecida e obter o melhor aproveitamento possível dos

recursos gargalos. Processar materiais no qual não está previsto na demanda

pode acarretar em perda nos lucros da empresa.

g) os gargalos não só determinam o fluxo do sistema, mas também definem os

seus estoques: os gargalos determinam os níveis de estoque também, além

de determinarem o fluxo do processo, pois eles são dimensionados e

localizados de forma a isolar os gargalos das flutuações estatísticas. Essas

flutuações saem do resultado da ocorrência de uma série de eventos

aleatórios fora do controle. O processo envolve a seqüência de operações

interdependentes, no qual a segunda operação só pode ser executada

quando a primeira estiver finalizada. (FERREIRA, 2007). Conforme pode ser

visto na Figura 2.

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24

Figura 2: Fluxo e distribuição dos tempos em cada estação de trabalho. Fonte: Corrêa e Corrêa (2007, p. 468).

2.1.2 Restrições de capacidade

Em muitas organizações, as restrições são fatores que estão fazendo com

que a capacidade produtiva das organizações esteja comprometida. Slack et al

(2002) comenta que, estas organizações, operam abaixo da meta desejada, seja

porque a demanda é insuficiente para completar a sua capacidade , seja por uma

política deliberada, no qual as operações possam responder com agilidade os novos

pedidos. No entanto, algumas operações de muitas organizações estão sempre

operando ou produzindo abaixo da sua capacidade e outras no limite de sua

capacidade máxima. Estas operações que trabalham em seu limite máximo é que

são identificados como restrições de capacidade.

Segundo Ferreira (2007), TOC é a combinação de três conceitos interligados.

O primeiro, bastante comentado entre vários autores, define que é uma nova

filosofia gerencial. O segundo, no entanto, se relaciona aos métodos de pesquisa

criados por ela, que mesmo sendo adaptado das ciências exatas, leva muito em

consideração a participação humana no processo. O terceiro é do seu grande

espectro de aplicativos. Sua idéia fundamental é de que todas as empresas,

independentemente do setor, deve ter ao menos uma restrição.

Em uma fábrica, existem dois tipos de recursos normalmente encontrados

dentro de um processo: os recursos restritivos de capacidade, mais conhecidos

como recursos gargalos e os recursos não restritivos de capacidade, que seriam os

recursos não-gargalos. Estes recursos podem ser qualquer elemento incluído em

Estação A Estação B

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25

uma produção, como máquinas, instrumentos de medição, pessoas, entre outros.

(CORRÊA e CORRÊA, 2007)

a) recurso gargalo: este recurso, por definição, fica ocupado todo o tempo de

sua disponibilidade, ou seja, em um turno de 8 horas, a máquina trabalhará 8

horas interruptas, por exemplo. (CORRÊA e CORRÊA, 2007)

b) recurso não-gargalo: já este recurso tem capacidade para produzir mais do

que pede a demanda. Corrêa e Corrêa (2007) citam como exemplo: este

recurso não-gargalo tem 200 horas disponíveis por mês, mas a demanda

exige apenas 150 horas, então este ficará com 50 horas de disponibilidade,

sendo assim, um recurso não-gargalo.

2.1.3 Cinco passos para a gestão de um sistema produtivo

Para o gerenciamento dessas restrições, físicas ou de recursos, foi elaborado

o processo de melhoria, contínua da TOC, constituído pelos seguintes passos:

a) identificar a restrição do sistema: Segundo Costa Junior (2009), o primeiro

passo a ser tomado é a identificação dos gargalos. Para que isso seja

possível, deve ser feito uma análise criteriosa do processo para compreender

onde está a restrição. No caso de uma empresa industrial, estes gargalos

podem estar em uma máquina, em uma linha de produção ou em um

processo de menor capacidade, entre outros.

b) explorar a restrição do sistema: Ferreira (2007) diz que, após ser identificado

o recurso de restrição, deve-se garantir que este esteja sendo utilizado em

sua capacidade máxima. Então, vale dizer que o princípio de que uma hora

perdida no gargalo é uma hora perdida em todo o processo. Isso é validado

pelo fato de que o gargalo não consegue recuperar os seus atrasos, sendo

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assim, todo o recurso não-gargalo deverá desempenhar e fornecer tudo

aquilo que o gargalo precisa para executar a operação sem maiores perdas,

definindo assim que o recurso não-gargalo é determinado pelo potencial do

recurso gargalo do processo.

c) subordinar tudo ou mais à decisão anterior: conforme Costa Junior (2009), a

partir desta etapa, deve-se realizar o balanço no fluxo produtivo, a fim de

atender às necessidades dos gargalos. Resumindo, deve-se realizar o

balanceamento de todas as atividades do processo, pois não se estaria

melhorando o sistema trabalhando mais rápido que o recurso gargalo.

d) elevar a restrição do sistema: Ferreira (2007) comenta que neste passo

devem-se focar as alternativas para reduzir este gargalo, como adicionar mais

um turno de trabalho, redução de setup das máquinas ou até transferir uma

parte do trabalho do gargalo para um recurso não-gargalo. Após a elevação

da capacidade de restrição, eleva-se a capacidade do processo em geral, até

que em um certo momento haverá outra restrição, sendo o novo limitador do

processo.

e) para esta opção, segundo Cogan (2007), se, nos passos anteriores, uma

restrição foi quebrada, volte ao primeiro passo, mas não deixe que a inércia

se torne uma restrição do sistema.

2.2 Qualidade

2.2.1 Definições de qualidade

Neste capítulo é muito importante que se apresente alguns conceitos

relacionados com a qualidade, no qual o objetivo deste trabalho é agir em busca de

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um produto que não venha futuramente trazer problemas e através das informações

transmitirem conhecimento.

De acordo com Moreira (2008), a qualidade é geralmente compreendida como

atributo dos produtos e/ou serviços fornecidos pela empresa, podendo também

referir-se a tudo que é feito pelas pessoas.

Deming (2003) diz que, qualquer definição procura uma terminologia exata

para a palavra qualidade, uma terminologia mais técnica para ela. As visões mais

modernas e flexíveis deste termo têm questionamento sobre o fator principal do

processo, isto é, apresenta condições completas para perceber todos os itens que

compõem a qualidade dos produtos ou serviços.

Para Paladini (1995, p.29), ―a qualidade é uma definição que compromete e

requer esforço de quem pretende adotá-la: o compromisso de sempre atender ao

consumidor, da melhor forma possível e o esforço de otimizar todas as ações de

processo, que contribuem para este fim‖.

Segundo Slack et al (2002, p.551), a qualidade ―é a consciente conformidade

com as expectativas dos consumidores‖. Para atender a qualidade devemos atender

primeiro as especificações definidas pelos autores:

o uso da palavra conformidade indica que há a necessidade de atender a uma especificação clara; garantir que um produto está conforme as especificações é uma tarefa chave da produção. Consistente indique que a conformidade às especificações não seja passageira, mas que os materiais, instalações e processos tenham sido projetados e então controlados para garantir que o produto atenda as especificações. (Slack et al, 2002, p.552).

Slack et al (2002, p.552) cita ainda que para entender de um modo

diferenciado a qualidade, conforme a visão de operação e a visão do consumidor, a

sua definição de qualidade é a ―consciente conformidade com as expectativas dos

consumidores‖. Isso implica diretamente nos projetos de materiais, instalações,

maquinário e os processos controlados a fim de garantir o produto e/ou serviço com

as especificações exigidas pelos consumidores, combinando o produto com os

termos de custo e preço.

No conceito de vários autores importantes, há variadas definições de

qualidade hoje em dia, considerando as cinco mais relevantes a seguir:

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a) transcendental: Segundo Martins e Laugeni (2005), transcendental é onde a

qualidade é conhecida pelos seus padrões elevadíssimos. Já Paladini (1995),

considera a qualidade uma característica, propriedade ou estado que torna

um produto aceitável plenamente;

b) focada no produto: Para Martins e Laugeni (2005), a qualidade é constituída

de variáveis e atributos que podem ser medidos e controlados durante o

processo. Esta abordagem entende qualidade como uma variável passível de

medição e, até mesmo, precisa. Exemplos desta abordagem podem ser

encontrados nos produtos que buscam reunir, em si, várias funções.

(PALADINI, 1995);

c) focada no usuário: segundo Juran (appud Martins e Laugeni, 2005), ―a

qualidade é a adequação ao uso‖, mas que existe muita dificuldade na

identificação e conceituação dos termos, durabilidade, satisfação, uso e na

percepção clara de usuário ou cliente no produto. Através do conceito de que

o produto e/ou serviço é o cliente que adquire intensifica que a qualidade é de

vital importância para a empresa na sua manutenção da competitividade. Já

Paladini (1995) resume que a qualidade do produto fica restrita ao grau de

atendimento às necessidades e conveniências do consumidor, sendo assim,

não se pode pensar em qualidade se não pensar no consumidor;

d) focada na fabricação ou processo: que de acordo com Crosby (appud Martins

e Laugeni, 2005) esta definição é baseada no conceito ―qualidade é a

adequação às normas e às especificações‖, definições que nos leva a estar

sempre em busca de melhorias técnicas de projeto e produto. Segundo

Gilmore (1974, apud Garvin, 1992, p.49) ‗‘qualidade é o grau em que um

produto específico está de acordo com um projeto ou especificação‘‘;

e) focada no Valor: Paladini (1995) diz que um consumidor considera um

produto de boa qualidade se ele apresentar um alto grau de conformação a

um custo aceitável. Já Martins e Laugeni (2005) citam que, no pensamento do

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consumidor, a qualidade está ligada ao conceito de o produto estar adequado

ao uso e ao preço, sendo cada vez mais acatada pelo mercado.

2.2.2 Elementos da qualidade de um produto

Conforme Martins e Laugeni (2005) definem que, a qualidade de um produto,

através das definições anteriores, é o cliente quem determina. No entanto, através

das próprias definições, a qualidade pode tomar diferentes focos, sendo assim um

atributo complexo de um produto. Então, a qualidade de um determinado produto

deve estar alinhada com os elementos a seguir:

a) características operacionais principais: todo produto produzido deve ter um

bom desempenho neste tipo de característica (MARTINS E LAUGENI, 2005);

b) características operacionais adicionais: Segundo Garvin (1992), são os

adereços, as características secundárias que ajudam e apóiam no

funcionamento do produto;

c) confiabilidade: Para Martins e Laugeni (2005) é a probabilidade de um

produto não apresentar falhas dentro de um determinado período de tempo. É

bastante utilizada em produtos duráveis, obtendo um fator de competitividade

importante. Conforme Garvin (1992) torna-se para o consumidor, mais

importante na medida em que a parada de produção e a manutenção vão

ficando mais caros.

d) durabilidade: Segundo Garvin (1992), está bastante associada a

confiabilidade, pois este está interligado pelo tempo de duração do produto

até a sua deterioração;

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e) assistência técnica: Garvin (1992) cita que os consumidores não ficam

preocupados com a possibilidade de um produto estragar ou parar de

funcionar, mas sim com o tempo no qual terão que esperar até o atendimento

da assistência. Para Martins e Laugeni (2005) é a maneira em que é tratado o

cliente e o produto quando há o momento de reparo. Constantes idas até uma

assistência técnica, descortesia no atendimento geram imagem negativa do

produto;

f) estética: durante muito tempo, associou-se beleza a qualidade – ‗‘o que é

belo é bom‘‘ – e este conceito ainda é muito forte na venda dos produtos

(MARTINS E LAUGENI, 2005). A estética é sem dúvida um dos itens

principais de julgamento do cliente, sendo uma opção individual de cada um,

das combinações do produto que melhor atendem ao consumidor. (GARVIN,

1992);

g) qualidade percebida: Segundo Garvin (1992), os consumidores não têm

informações suficientes do produto ou serviço, sendo assim, na maioria das

vezes, a única base de comparação é as medidas diretas. De acordo com

Martins e Laugeni (2005), o produto que parece ser bom, é bom. Então, os

novos produtos de marcas conhecidas e renomadas, mesmo que os

fabricantes não tenham mais tradição na fabricação desse particular produto,

terá associada a eles a imagem de boa qualidade.

2.3 Gerando qualidade no processo

2.3.1 A Função Qualidade

Conforme Juran (1991, p. 16), ―é um conjunto das atividades através das

quais se atinge a adequação do produto ou o serviço ao uso, não importando em

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que parte da organização estas atividades são executadas‖.

Já Paladini (1995) cita que, a função qualidade acaba reunindo dois aspectos

básicos: direcionada para o consumidor final e refere-se a um aspecto bem

abrangente, no qual considera a contribuição do elemento técnico na adaptação do

nível de atendimento pretendido para o produto.

Contudo, Paladini (1995, p. 45) ainda comenta que:

É importante observar a abrangência do conceito de Função da Qualidade. Um aspecto a ser ressaltado, por exemplo, é a ação dos recursos que não estão alocados diretamente no processo produtivo, mas oferecem suporte a ele [...] Neste sentido, é evidente a ênfase que a Função Qualidade confere à ação do pessoal que tem funções complementares ao processo produtivo, mas de acesso direto ao cliente, caso da área de vendas e marketing, por exemplo.

2.4 Qualidade total no processo

Segundo Paladini (1995), são quatro princípios básicos para a Qualidade

Total, formulados a seguir:

a) envolvimento: o envolvimento é a primeira norma da Qualidade Total, que é

obtida ainda dentro do processo, no qual todos os elementos da organização

ficam envolvidos no esforço pela qualidade. Ninguém pode ser excluído deste

esforço, porque a sua falta pode significar na perda do atendimento que o

produto deixará de portar. Muito importante para isso é motivar a participação

do colaborador, porque muitos não se interessam por achar que são

dispensáveis. É uma situação que falta reconhecimento, onde acaba por

gerar o desinteresse em outras atividades. Então, deve-se ter um trabalho

abrangente, onde se deve deixar claro que a organização é o conjunto de

todos os elementos, que todos têm a sua real importância dentro de um grupo

de trabalho.

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b) integração: é de fundamental importância para uma organização, onde a

integração das ações de processo em um esforço de melhoria contínua é a

meta a se buscar. Entende-se que, o conjunto de homens, equipamentos,

materiais, métodos, entre outros, é denominado processo, onde se cada um

desses elementos desempenharem suas funções estabelecidas, eles acabam

por contribuir para a produção de bens ou serviços. ―Resultados melhores são

aqueles que tornam o produto mais adequado ao uso‖, essa noção deve ser

levada para toda a organização. Portanto, a integração dos vários tipos de

modelos da qualidade, que requerem, por sua vez, interação profunda entre

os elementos do processo produtivo.

c) ênfase no Cliente: a empresa deve estar sempre focada em manter e/ou

melhorar a qualidade do seu produto, sem pensar em ganhar dinheiro em

cima disso, e sim deixar de perder dinheiro. Este seria um importante primeiro

passo a ser dado pela empresa. O direcionamento do processo para o pleno

atendimento aos clientes é o único meio disponível para que a empresa

evance (―ganhar dinheiro‖) e não apenas recupere uma posição que, na

verdade, não indica progresso (―evitar perder dinheiro‖) porque marca

avanços em direção à manutenção de mercados e à conquista de novos;

solidifica posições e fortalece a empresa.

d) contato permanente com os clientes: este princípio, assim, aparece como

decorrência dos anteriores, e até como exigência para a sua viabilização,

tornando-se bastante importante, além de uma estruturação no sistema que

tragam informações diretas do mercado para dentro da empresa, sendo

fundamental assim, que todo o pessoal da fábrica saiba o que pensa o

cliente. Restringir o acesso destes dados aos operários significa um

direcionamento incorreto de suas atividades, que compromete o alcance de

objetivos relacionados a um melhor atendimento aos clientes.

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2.5 Controle dos defeitos

Segundo Paladini (1995), defeito é quando se observam a falta de

conformidade em um produto, a partir do momento em que é comparado algum

característico da qualidade as suas especificações. Este também é classificado

como defeituoso quando forem identificados um ou mais defeitos no produto,

associados aos característicos da qualidade.

Paladini (1995) afirma que, o conceito de defeito é quando ocorrem os

processos de inspeção ou verificação do produto na fábrica, comparando com os

característicos da qualidade, aparecendo sempre quando há a confrontação dos

característicos com o seu respectivo padrão.

Os defeitos podem ser classificados de acordo com a sua ocorrência:

a) os defeitos podem estar relacionados à área externa do produto, como a

questão do acabamento, pintura, alinhamento ou a própria aparência do

mesmo. Alguns exemplos mais ocorrentes são os riscos e manchas na

pintura, amassamento nas peças, trincas em superfícies que acarretam nas

imperfeições do produto. (PALADINI, 1995)

b) os defeitos também podem estar relacionados ao funcionamento do produto,

no qual acabam por afetar as qualidades vitais e acabam por comprometer o

produto de desempenhar a sua principal função. Alguns dos defeitos são

simples, como garrafas térmicas com rupturas, cabos de alimentação de

eletrodomésticos, mas também podem ser cruciais como pane em motores,

perda de potência entre outros. (PALADINI, 1995)

c) defeitos graves ou críticos, o qual impede de o produto realizar a sua

utilização para o trabalho que ele será submetido. (PALADINI, 2005)

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d) defeitos maiores são os que necessitam de consertos. Não faz com que o

produto não possa desempenhar a tarefa na qual ele é empregado, mas sim

compromete a sua vida útil e capacidade de operação. (PALADINI, 2005)

e) defeitos menores são aqueles que não impedem e nem prejudica o

funcionamento, mas acaba por afetar a qualidade do acabamento de

determinada peça. (PALADINI, 1995)

Então, conforme Paladini (2005), ―considera-se que todo defeito que agrida a

natureza ou provoca danos ou riscos ao ser humano, ou ainda, induz a situações

que podem vir a provocar lesões, de qualquer natureza, é um defeito crítico‖.

2.6 Características gerais da ferramenta PDCA

Conhecido atualmente como ciclo PDCA, o método de melhorias foi

desenvolvido no início da década de trinta, na Bell Laboratories – EUA, pelo

importante estatístico americano Walter Shewhart, como sendo uma importante

ferramenta de ciclo de controle estatístico do processo, podendo ser repetido

continuamente em algum tipo de processo ou problema. Shewhart, em 1931,

publicou um livro no qual aborda um estudo científico relacionados às questões de

qualidade, o Economic Control of Quality of Manufectured Product (SOUZA, 1997).

Conforme Werkema (2006), o ciclo PDCA é um método de gestão muito

utilizado nas empresas, no qual representa um caminho a ser seguido, para que as

metas traçadas possam ser alcançadas com êxito. Para a sua utilização, podem ser

empregadas algumas ferramentas, para ajudar com recursos na coleta,

processamento e disposição de informações para a condução do ciclo PDCA.

O ciclo PDCA, que é também chamado por ciclo de Shewhart ou ciclo de

Deming, é de autoria de Shewhart, mas foi Deming que o introduziu no Japão após a

segunda guerra mundial, ficando assim conhecido mundialmente após a aplicação

deste método. Este ciclo tem por objetivo principal deixar mais claros e ágeis os

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projetos incluídos na execução da gestão, divididos em quatro etapas: Plan, Do,

Check e Act (DAYCHOUW, 2007).

2.6.1 Métodos de utilização

Para Ishikawa, K. (1989) e Campos, V.F (1992, 1994) (apud Werkema, C,

2006, p.25), o ciclo PDCA é executado da seguinte forma:

2.6.2 Planejamento (Plan).

Esta etapa consiste em:

a) estabelecer metas, identificar e selecionar o problema para ser resolvido;

b) estabelecer o método para alcançar as metas propostas.

O Planejamento (Plan) é o primeiro passo para o começo da utilização do

PDCA, que está interligado com as metas e objetivos a serem alcançados pelas

empresas. Para Bueno (2004, p. 16), a meta deve ser clara, quantificável, realista,

envolvente e que deve no mínimo conter um desafio para que influencie e estimule

as pessoas a crescerem profissionalmente. A falta de uma definição clara é muitas

vezes uma das principais razões para o insucesso de muitos projetos. No entanto,

Bueno (2004, p 16) diz que, para a realização de um bom plano de ação, o mesmo

deve conter o conhecido 5W1H: o que fazer, quem deve fazer, quando fazer, onde

fazer, porque fazer e quanto investir. Todos esses elementos têm sua importância

destacada, mas os que merecem cuidados especiais são: o responsável (quem), o

prazo (quando) e o motivo (porque).

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2.6.3 Execução/ Fazer (Do).

A partir da etapa anterior, executar as tarefas como previsto e realizar a

coletas de informações e dados para a utilização na etapa de verificação/checar do

processo. Para esta etapa de execução/fazer, são de suma importância a educação

e treinamento dos integrantes no trabalho.

No segundo passo, a Execução (Do) programa-se as atividades conforme o

plano de ação desenvolvido na etapa anterior e realiza-se o treinamento e educação

dos funcionários envolvidos. Campos (1990), afirma que a base da execução de um

bom plano de ação é o treinamento completo das pessoas envolvidas no projeto.

2.6.4 Verificação/Checar (Check).

É feito após a realização da coleta de informações da etapa anterior e depois

comparar os resultados alcançados com a meta planejada.

No terceiro passo realiza-se a Verificação (Check), onde é feita a avaliação do

processo, no qual é desagradável mais necessária, porque manifesta o papel dos

integrantes com as metas e objetivos traçados. A avaliação determina a valia ou o

valor para o qual o grupo se propôs nas metas e objetivos. Bueno (2004, p.17)

salienta ainda que, ―durante e após a execução, deve-se comparar os dados obtidos

com a meta planejada, para se saber se está indo a direção certa ou se a meta foi

―atingida‖.

2.6.5 Atuação Corretiva/Ação (Act).

Depois de coletados os resultados, esta etapa consiste em atuar em cima

deles, podendo ser feita de duas formas:

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a) se a meta foi alcançada, adotar como padrão o plano proposto;

b) se o plano não foi efetivo, agir em cima da causa do não-atingimento da meta.

No quarto e ultimo passo, a Ação Corretiva (Action), é onde se encontram

duas formas distintas, a padronização ou contramedidas. A padronização é feita

quando se consegue atingir a meta traçada e para transformar o plano que deu

resultado no novo modo de realizar as coisas. Ação corretiva serve para fazer as

análises e ver em que ponto foi cometido o erro (meta, plano, educação,

treinamento, execução) e retomar as medidas necessárias para atingir o sucesso na

meta (BUENO, 2004).

Figura 3: Método PDCA de gerenciamento de processos.

Fonte: Qualidade Brasil (2011).

2.7 PDCA de soluções de problemas: MASP

MASP (Metodologia de Análise e Soluções de Problemas) é o PDCA

desmembrado em oito etapas (OLIVEIRA, 1996):

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a) planejamento (Plan): inclui quatro etapas, sendo elas a ―identificação do

problema‖, a ―observação do problema‖, a ―análise das causas‖ e a

―elaboração do plano de ação‖; (OLIVEIRA, 1996).

b) executar/fazer (Do): está a quinta etapa que é a execução do plano de ação;

c) verificação/checar (Check): está a sexta etapa onde se verifica se o bloqueio

foi efetivo, ou seja, se a causa do problema foi bloqueada (em caso negativo,

retorna-se à etapa de observação);

d) atuação corretiva/ação (Act): estão a sétima e oitava estapas, onde está a

―padronização‖, que vai prevenir contra o reaparecimento do problema e a

―conclusão‖, onde é recapitulado todo o processo de solução do problema

para melhorias no futuro.

2.8 Brainstorming

Segundo Oliveira (1995), é um processo no qual uma equipe de melhoria se

reúne para gerar ideias, sugestões criativas, no qual é possível ultrapassar os

limites/paradigmas dos membros da equipe.

Daychouw (2007) diz que o Brainstorming é uma das técnicas mais populares

e eficazes, sendo mais que uma técnica de dinâmica em grupo, é uma atividade

para explorar a criatividade de cada integrante do grupo envolvido. Complementa

ainda que o Brainstorming tem várias aplicações, só que as mais freqüentes são:

Desenvolvimento de novos produtos; publicidade; resolução de problemas; gestão

de projetos e processos e formação de equipes.

O Brainstorming estimula os participantes a gerar inúmeras idéias, sem

nenhuma preocupação crítica, até que se esgotem as possibilidades.

Para Oliveira (1995) o Brainstorming deve ser sempre medido, para a

aprimoração da sua aplicação. Cita ainda que deva ser monitorado através de

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gráficos, através dos fatores chaves: Fluência; Flexibilidade; Originalidade;

Percepção e Impulsividade.

2.8.1 Como fazer um Brainstorming

Segundo César (2011), o Brainstorming deve ser realizado a partir dos

seguintes passos: Definir um problema; Organizar o Brainstorming; Realizar o

Brainstorming e Analisar os resultados.

Oliveira (1995) exemplifica os seguintes passos a serem seguidos para a

realização do Brainstorming:

a) definir o problema: a equipe deve ser conduzida e definir claramente o

problema a ser discutido, para não iniciar o trabalho sem dúvida de

interpretação. (OLIVEIRA, 1995)

b) organizar o brainstorming:

a. brainstorming estruturado: realizado obedecendo a uma certa ordem,

podendo ser em círculos em sentido horário ou anti-horário.

(OLIVEIRA, 1995);

b. brainstorming não-estruturado: permite a manifestação aleatória de

idéias dos integrantes da equipe. (OLIVEIRA, 1995)

c) realizar o brainstorming: a equipe deve focar na criação de idéias criativas e

sintonizadas com o objetivo estabelecido. As idéias deverão ser registradas

em um documento onde os participantes possam ter acesso a essas

informações. (CÉSAR, 2011)

d) análise dos resultados: para César (2011), este passo deve ser feito

juntamente com a equipe, para avaliar as idéias registradas. Deve ter

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esclarecimentos quando necessário e identificar as idéias mais relevantes ao

objetivo.

2.9 Coleta de dados

2.9.1 Objetivos das coletas de dados

Segundo Werkema (2006), é de extrema importância ter bem definidos e

claros quais são os objetivos da coleta de dados, já que estes irão apresentar as

características nos quais os dados deverão apresentar.

Conforme Kume (1993) os dados são os principais guias para as ações, pois

a partir deles aprendemos os fatos pertinentes, e tomamos providências apropriadas

baseadas em tais fatos. Portanto, antes de realizar a coleta de dados, torna-se muito

importante definir qual a finalidade e o que se pretende fazer com eles. Uma vez

definido o objetivo das coletas, os tipos de comparações são determinantes também

e que por sua vez, identifica os tipos de dados que deverão ser coletados.

Para realizar as coletas de dados, deve-se tomar decisões relacionadas com

a qualidade. Dentre estas decisões, podem-se citar:

a) desenvolvimento de novos produtos: para estes, conforme Werkema (2006)

são utilizados os dados retirados em pesquisa de mercado, estes com o

propósito de identificar para a empresa os desejos e opiniões dos clientes.

Segundo Oliveira (1995) é um simples levantamento e identificação das

necessidades do mercado e o que o cliente quer.

b) inspeção: Werkema (2006) cita que estes dados são utilizados para

simplesmente aprovar ou rejeitar um produto após a vistoria, no qual

classificarão os produtos em conforme e não-conforme.

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41

c) controle de processos: para Oliveira (1995) é a obtenção de dados sobre os

tipos de não-conformidade e o monitoramento dos valores que afetam o

processo. Já Werkema (2006) aprofunda mais citando que o controle de

processos tem por objetivo determinar se o processo é ou não capaz de

atender as especificações estabelecidas pelos clientes, avaliar se o processo

está ou não sob controle estatístico e quantificar a variabilidade associada a

algum item de controle de interesse de um processo.

Para realizar uma coleta de dados, Oliveira (1995) define os seguintes

aspectos que deverão ser seguidos para que as informações sejam confiáveis: 1º

Defina o objetivo; 2º Formule perguntas; 3º Defina a quantidade e tamanho das

amostras; 4º Defina os pontos para coletas de dados; 5º Elabore a ficha de

verificação e as instruções; 6º Determine a freqüência para coleta de dados; 7º

Escolha o coletor de dados; 8º Treine o coletor e 9º realize a coleta.

2.9.1.1 Tipos de dados

Os dados coletados para gerenciar os processos e controlar a qualidade dos

produtos e serviços são de dois tipos:

a) dados discretos: Segundo Werkema (2006), são dados resultantes no número

de ocorrências de uma característica de interesse. Exemplo: números de

arranhões em uma peça de plástico; número de acidentes ocorrido no último

mês em uma fábrica.

Conforme Oliveira (1995) é simplesmente representado por números inteiros.

Exemplo: 1, 2, 3, 4,...

b) dados contínuos: Werkema (2006) afirma que são aqueles que são medidos

por uma escala contínua, como o diâmetro de uma peça registrado em

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42

milímetros ou centímetros. Exemplo: Temperatura de um forno; espessura de

uma peça; tempo de entrega de um produto ao cliente.

Conforme Oliveira (1995) é representado por números reais, podendo

assumir todos os valores dentro de um intervalo especificado. Exemplo:

massa, volume, tempo.

2.9.2 Folhas de verificação

Uma das ferramentas utilizadas na qualidade é a folha de verificação, que é

uma planilha onde são armazenados dados e que o uso dela torna a coleta de

dados mais rápida e automática. O layout desta folha depende muito do uso que se

fará dela, podendo ser do método mais simples ao mais detalhado.

Werkema (2006) define que a folha de verificação é uma ferramenta da

qualidade que é utilizada para facilitar e organizar o processo da coleta de dados, na

qual busca contribuir para aperfeiçoar a posterior análise dos dados obtidos.

Conforme Paladini (1994, p.70), "Não existe um modelo geral para as folhas

de checagem — elas dependem de cada aplicação feita". De qualquer forma, elas

normalmente apresentam:

a) uma data ou período em que foi feito o levantamento dos dados;

b) artigo que está sob análise;

c) tipo de problema que está ocorrendo;

d) a freqüência com que o problema ocorreu, no período especificado.

Vieira (1999) e Werkema (2006) propõem que os usos da folha de verificação

servem para:

a) levantar a proporção de itens não-conformes;

b) inspecionar atributos;

c) estabelecer a localização de defeitos no produto final;

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43

d) levantar as causas dos defeitos;

e) estudar a distribuição de uma variável;

f) monitorar um processo de fabricação.

2.9.3 Estratificação

A ferramenta estratificação busca e permite organizar separadamente com

critério os dados em categorias, apresentando de uma forma clara com objetivos

específicos, como por exemplo, em forma de gráficos e colunas.

Conforme Falconi (1992) estratificar é separar os problemas em camadas de

origens diferentes. Estratificação é a análise do processo, pois é um método que vai

a busca da origem do problema. Ele cita ainda que a estratificação deve ser

conduzida de forma participativa, sendo convidadas, para a reunião, todas as

pessoas que possam colaborar na análise, através de um brainstorming, onde

realizará a coleta de dados necessária para separar as informações e distribuí-las

em um gráfico ou tabela.

Vieira (1999) afirma que estratificação é todo o processo de dividir o todo

heterogêneo em subgrupos homogêneos, sendo uma ferramenta muito importante

no controle de qualidade, para auxiliar na coleta de dados. A estratificação deve ser

usada antes do início da coleta de dados, onde quando você desenha a folha de

verificação, já deve ter em mente a estratificação.

Portanto, a estratificação deve fazer as análises para os pontos em que se

encontram as causas, podendo ser estratificado quantas vezes forem necessárias

até chegar à raiz do problema.

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Figura 4: Exemplo gráfico de estratificação de dados coletados. Fonte: Infoescola, 2011.

2.10 Diagrama de causa e efeito

Kume (1992) cita brevemente um histórico de como foi criado o diagrama de

causa e efeito:

Em 1953, Kaoru Ishikawa, Professor da Universidade de Tóquio, sintetizou as opiniões dos engenheiros de uma fábrica na forma de um diagrama de causa e efeito, enquanto eles discutiam um problema de qualidade. Antes disso, os auxiliares do Professor Ishikawa haviam empregado este método para organizar os fatores nas suas atividades de pesquisa. Quando o diagrama foi usado na prática, ele provou ser muito útil, e logo passou a ser amplamente utilizado entre as empresas de todo o Japão.

Segundo Oliveira (1995) o diagrama de causa e efeito permite identificar as

relações entre o efeito, que está sob investigação e suas prováveis causas.

Definindo especificamente, ‗‘é uma representação gráfica que permite a organização

das informações, possibilitando a identificação das possíveis causas de um

determinado problema ou efeito. ‘‘

Para Werkema (2006) é uma ferramenta utilizada para sumarizar e apresentar

as possíveis causas do problema considerado, sendo um guia que ajuda na

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45

identificação da causa principal do problema e para a determinação das medidas

que deverão ser adotadas.

2.10.1 Como fazer um diagrama de causa e efeito

Para a montagem do diagrama de causa e efeito, segundo Oliveira (1995),

deve-se seguir os seguintes passos:

a) definir o efeito/sintoma: a equipe deverá definir o problema que será

analisado, não podendo haver nenhuma dúvida quanto a natureza do

problema, sua extensão e implicações. Quanto mais possibilidades, mais

chances de identificar o problema. (OLIVEIRA, 1995).

b) devem-se identificar as possíveis causas: Diretamente sobre o diagrama,

utilizando a referência do 6M‘s (Mão-de-obra, Métodos, Materiais,

Máquinas/Equipamentos, Medições, e Meio Ambiente) e com o a realização

do Brainstorming para realizar o preenchimento das causas secundárias.

(VIEIRA, 1999).

c) revisar todo o diagrama: Através deste passo, devem-se refinar as

possibilidades encontradas para saber, através da pergunta: ‗‘Esta causa,

realmente, provoca este efeito?‘‘ (VIEIRA, 1999).

d) encontre a causa principal: Segundo Oliveira (1995) através de uma análise

criteriosa, a equipe deverá buscar uma causa principal dentro do diagrama,

com o intuito de parar o processo de ‗‘retroquestionamento‘‘.

Conforme Werkema (2006) o diagrama de causa e efeito não tem a função de

identificar a causa fundamental do problema. O diagrama é uma ferramenta de muita

importância e deve-se utilizar dentro do giro do PDCA, para manter a organização

das possíveis causas do problema analisado.

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46

Figura 5: Exemplo do Diagrama de Causa e Efeito Fonte: Oliveira, 1995.

2.11 Fluxograma

Conforme Oliveira (1995) o fluxograma é uma representação gráfica, através

de símbolos, das diversas etapas que compõem um determinado processo. Diz

ainda que este método dá suporte às análises dos processos,, se tornando um meio

bastante eficaz para planejar e solucionar problemas. Portanto, devido a sua

representação gráfica, ele facilita a visualização das determinadas etapas que estão

inclusos os determinados processos, identificando os possíveis pontos que merecem

atenção por parte da equipe.

O fluxograma deve ser utilizado no ciclo de aprimoramento da qualidade,

como segue abaixo:

a) definição de projetos: onde é feita a identificação das possíveis mudanças em

um processo, definição de uma base de conhecimento para os integrantes da

equipe;

b) identificação das causas prováveis: realizada a coleta de dados para a

geração das causas primárias, através de uma estratificação;

c) implementações de soluções:onde é descrita as vantagens no qual serão

obtidas com a implementação das soluções.

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47

2.11.1 Símbolos para representações gráficas

Para Oliveira (1995) existem vários símbolos para a representação do

fluxograma, no qual servem para a substituição das longas escritas verbais,

permitindo que tenha uma visão geral da natureza e extensão do processo.

Figura 6: Símbolos de representação do Fluxograma. Fonte: O mundo da computação, 2011.

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48

2.12 Planos de ação: 5W1H

Segundo César (2011), o 5W1H é um documento de forma organizada no

qual determina as responsabilidades e ações que cada um deverá executar, através

dos questionamentos, para orientar as ações que deverão ser tomadas.

Para Oliveira (1995, p.113) ‗‘5W1H deverá ser estruturado para permitir uma

rápida identificação dos elementos necessários para a implantação do projeto‘‘. Os

elementos que compõe este plano de ação são:

a) what (o que) – o que será feito (etapas);

b) why (por que) – por que deve ser executada a tarefa (justificativa);

c) where (onde) – onde cada etapa será executada (local);

d) when (quando) – quando cada uma das tarefas deverá ser executada

(tempo);

e) who (quem) – quem realizará as tarefas (responsabilidade);

f) how (como) – como deverá ser realizada cada tarefa/etapa (método).

Ainda conforme César (2011), esta ferramenta deverá ser utilizada quando:

a) referenciar as decisões de cada etapa no desenvolvimento do trabalho;

b) identificar as ações e responsabilidades de cada um na execução das

atividades;

c) planejar as diversas ações que serão desenvolvidas no decorrer do trabalho.

2.12.1 Como fazer um 5W1H

Conforme Oliveira (1995), como esta ferramenta tem muita relação com o

brainstorming, o grupo deverá ser reunido e cada integrante dar idéia e opiniões

para a construção de um 5W1H. Para isso, devem-se seguir os seguintes passos:

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a) construir uma tabela com os elementos que compões este plano de ação;

b) fazer questionamento em cima de cada item;

c) anotar as questões consideradas importantes de sua atividade.

Figura 7: Modelo de representação de estruturação da ferramenta 5W1H. Fonte: Qualidade Online, 2011.

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50

3 METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, foram realizadas diversas atividades, tais

como:

a) Leituras e pesquisas em livros com referências na área;

b) Pesquisas vias internet, de forma a acrescentar informações coerentes ao

trabalho;

c) Utilização do método PDCA, das ferramentas de qualidade Diagrama de

Ishikawa (Causa e Efeito), Estratificação, Fluxograma, Folha de Verificação,

Plano de Ação (5W1H), Cronograma de Monitoramento, Microsoft Excel;

d) Consultas ao orientador e professores da área técnica;

e) Orientações de engenheiros responsáveis pela área onde foi realizada a

pesquisa-ação.

Este trabalho está basicamente estruturado em sete partes, a fim de

desenvolver melhor a pesquisa-ação:

a) Identificação do gargalo na linha de produção;

b) Observação do problema;

c) Análise do problema para adotar as medidas necessárias de redução de

gargalo;

d) Plano de ação, onde é utilizada a ferramenta 5W1H para organizar as

medidas a serem aplicadas;

e) Ação/Execução, onde é colocado o plano de ação em prática para a captação

dos resultados;

f) Verificação, para comprovar a melhora no fluxo e na quantidade de produtos

reoperados ao final de cada turno de trabalho;

g) Padronização, para avaliar todos os dias através de apontamentos de

defeitos e produção, se houve algum desvio quanto à meta proposta.

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4. PESQUISA-AÇÃO

4.1 Caracterização e descrição do problema

A presente pesquisa-ação foi realizada na Linha 10 da Fábrica 2 na empresa

Whirlpool S/A, unidade eletrodomésticos Joinville, área de produção e reoperação

de purificadores de água Ecohouse, conforme figura 8

Figura 8: Purificador de água Ecohouse. Fonte: Primária, 2011.

Um problema muito comum encontrado na maioria da empresas é o gargalo,

causado por falhas no processo, algumas vezes por falha humana, outras por

determinado item dos produtos fabricados que geram consertos e também por falta

de balanceamento no fluxo de produção.

Neste caso, o gargalo gerado nesta área produção e reoperação da Whirlpool

é a falha da bomba de pressurização – conforme figura 9 –, item que compõe o

purificador de água. Este item gera gargalo no teste de vazão dos purificadores,

teste esse feito para avaliar o desempenho do produto e inspecioná-lo para detectar

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qualquer tipo de defeito que possa ocorrer, no qual podem ser vários tipos, mas o

que mais gera atraso de produção é o vazamento da bomba de pressurização.

Figura 9: Bomba de pressurização utilizada nos purificadores de água. Fonte: Primária, 2011.

4.2 Caracterização do processo de reoperação dos purificadores

Na Linha 10 da Fábrica 2, são produzidos e reoperados purificadores de água

Ecohouse, no qual a Whirlpool produz purificadores novos e os aluga para pessoas

físicas e jurídicas, fazendo um contrato de acordo com o interessado por

determinado tempo, em dados mais específicos, de no mínimo 3 meses.

Ao término do contrato com o cliente, este opta por continuar ou não com o

produto em sua residência ou empresa. Quando este encerra o contrato e não

pretende mais continuar com o produto, ele retorna para a Whirlpool, que analisa a

quantidade de produtos existentes na logística e encaminha os dados para a área de

PCP, no qual determina a quantidade de purificadores que deverão ser enviados a

área de reoperação na empresa, conforme figura 10.

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53

Figura 10: Layout de produção dos purificadores de água Ecohouse. Fonte: Arquivos da organização, 2011.

Quando estes purificadores chegam à área de reoperação, eles são

totalmente desmontados no posto de trabalho 1 (PT1), retirando deles peças que

não serão mais aproveitadas (conexões, tubos, redes elétricas, painel, cobertura) e

as peças reaproveitadas (bombas de pressurização e transformadores).

No posto de trabalho 2 (PT2), é feito a troca de unidade, que é a substituição

de carcaça do produto, pois alguns produtos alugados, retornam com as carcaças

oxidadas, amassadas, entre outros tipos de defeitos. Após essa substituição, o

produto é encaminhado para o posto de trabalho 3 (PT3), onde é feito a colocação

das novas redes elétricas e a montagem da grade de proteção do condensador.

No posto de trabalho 4 (PT4), são feitos os testes elétricos, para a segurança

do cliente e do próprio operador, e o teste de vazamento de gás do compressor,

para ter a garantia de que o produto está em condições de uso.

PT9

PT7

PT8 PT6

PT5

PT3

PT4

PT1

PT2

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Após esses testes, o produto é encaminhado para o posto de trabalho 5

(PT5), no qual 4 montadoras realizam individualmente a montagem restante do

produto, que é a fixação da bomba de pressurização, do transformador, do conjunto

solenóide, do filtro purificador e do painel frontal, onde ficam o botão de liga/desliga

e da saída de água de produto.

Depois de realizada essa montagem, o produto vai para o teste de vazão no

posto de trabalho 6 (PT6), onde é realizado o teste em 1 minuto, de 5 produtos

simultaneamente, sendo inspecionado pela controle de testes para a detecção dos

defeitos, podendo ser de vários tipos, como vazamento na conexão, vazamento de

mangueira, válvula mix com quebrada, solenóide com defeito e bomba com

vazamento, item este que mais gera defeito e atraso de produção. Neste teste

também é feito o controle de vazão de água, que deve, neste 1 minuto, ficar entre 2

litros e 3 litros de água.

Depois de realizado o teste de vazão do produto, este é encaminhado para o

controle de potência dos purificadores no posto de trabalho 7 (PT7), teste este

controlado por um aparelho para verificar se a potência, tanto do compressor,

quanto do transformador e bomba estão dentro do limite desejado permitido.

Concluído o teste, o produto passa para o posto de trabalho 8 (PT8), onde é

realizado o fechamento da cobertura e fixação do botão na conexão de mistura da

água.

Depois de realizado este processo, o produto vai para a embalagem no posto

de trabalho 9 (PT9), onde um operador de produção manuseia uma talha de sucção

para realizar a embalagem do produto, e depois é encaminhado para o setor de

logística.

4.2.1 Ganhos esperados na melhoria contínua

Foram previstos uma eliminação dos consertos gerados por vazamentos de

bombas no processo. Através da aplicação do método PDCA/MASP foram previstos

também ganhos tangíveis, devido à eliminação dos defeitos em campo gerados por

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bombas de pressurização. Previam-se ainda que, através desta melhoria feita na

linha de produção, ganhos intangíveis, como o aumento do grau de satisfação dos

clientes internos e externos; eliminação de consertos na linha de reoperação;

aumento na quantidade de produtos reoperados ao final de cada turno de trabalho e

melhoria na qualidade do produto, evitando trocas em campo.

4.3 Planejamento e implementação do PDCA/MASP

Esta pesquisa-ação foi desenvolvida através do método PDCA/MASP. A tabela

1 representa graficamente o cronograma de monitoramento do processo, através do

PDCA de soluções e problemas em oito etapas.

Tabela 1: Cronograma proposto do monitoramento do processo.

ANO 2010 2011

FASE Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Identificação do

problema X

Obs. do Problema X X X X X X X X

Análise do Problema

X X X X X

Plano de Ação

X X X X

Ação

X X X X X

Verificação

X X X X X

Padronização

X X X X

Conclusão

X

Fonte: Primária, 2011.

Este cronograma teve por objetivo dar prazos e organizar o monitoramento,

para a realização de cada etapa do processo na sua devida ordem, para não haver

nenhum tipo de desvio de rotina, fazendo com que a coleta de dados, muito utilizada

nesse processo, fosse feita adequadamente.

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56

4.3.2 Identificação do Problema

Após um levantamento do número de consertos ao final de cada turno de

trabalho, identificou-se que o posto de trabalho 6 (PT6), teste de vazão – conforme

figura 11 –, era o gargalo do processo de reoperação.

Figura 11: Posto de teste de vazão dos purificadores em reoperação. Fonte: Primária, 2011.

A figura 11 mostra como é o posto do teste de vazão. Nele é realizado o teste

em cinco produtos simultaneamente e durante o teste ele é inspecionado pela

pessoa responsável pelo controle de testes, para ver se há algum defeito no

produto, se ao final do teste ele atingiu a marca de 2 litros a 3 litros de vazão de

água, entre outras especificações. Caso não ocorreu nenhum defeito, este é

aprovado e encaminhado ao posto de teste de potência.

Neste teste se concentra o maior número de defeitos, em torno de 76% do

total, registrado em uma planilha de IQL – conforme tabela 2 – para identificação dos

tipos de defeitos. Estes consertos no teste de vazão geram um atraso muito

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significativo em termos de produção, fazendo com que ao final do turno de trabalho

o grupo não alcance a meta de entrega da produção de produtos reoperados.

Tabela 2: Planilha de registro dos lançamentos de defeitos (exemplo).

Data Hora Código do Produto Código do Defeito Descrição do Defeito

20/09/2010 05h15min BPA50ABAN2RF4027307RJ 004037A00 Bomba com vazamento

20/09/2010 06h29min BPA50ABAN2RA6047317RJ 004037A00 Bomba com vazamento

20/09/2010 06h51min BPA50ABAN2RI4036060RI 004037A00 Bomba com vazamento

20/09/2010 08h40min BPA50ABAN2RD4023185RH 004037A00 Bomba com vazamento

20/09/2010 09h07min BPA50ABAN2RA6047505RI 004037A00 Bomba com vazamento

20/09/2010 10h47min BPA50ABAN2RB8691934RV 004037A00 Bomba com vazamento

20/09/2010 11h21min BPA50ABAN2RE6069539RX 004037A00 Bomba com vazamento

Fonte: Arquivos da organização, 2011.

A tabela 2 é um modelo que exemplifica a planilha onde são lançados os itens

de defeitos identificados no teste de vazão do produto e que vão ao posto de

conserto e através dela é possível mensurar a quantidade de defeitos por item de

defeito. Neste exemplo está uma amostra de como é identificado e registrado o item

na planilha, para melhor identificação do produto que foi ao posto de conserto, onde

é registrado o código do produto com o defeito encontrado nele e o horário em que

ocorreu este defeito.

4.3.2 Observação do problema

A partir da realização de um fluxograma, conforme figura 12, pode-se

identificar qual era o item que mais gerava defeito, fazendo com que atrasasse o

fluxo de produção na reoperação dos purificadores.

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58

Figura 12: Fluxograma de identificação do gargalo no processo. Fonte: Primária, 2011.

O fluxograma da figura 12 representa de uma forma simples, mas objetiva, de

como foi a identificação de qual item estava ajudando a gerar o gargalo no teste de

vazão dos produtos. Primeiro notou-se, através das observações feitas, que a maior

quantidade de defeitos saía deste posto de trabalho e então foi feito o

acompanhamento para detectar qual o problema que estava ocorrendo. A partir de

uma observação mais detalhada, quanto ao tipo de defeito que mais ocorriam,

detectou-se então que uma grande quantidade de bombas com vazamento era

identificada neste posto de trabalho. Foi então que se começou a realizar a coleta de

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dados para o dimensionamento das ocorrências de vazamento de bombas de

purificação.

No período de julho de 2010 a fevereiro de 2011, deu-se início a mensuração

da quantidade de defeitos que ocorriam no teste de vazão – conforme tabelas 3 e 4

e gráficos 1 e 2 –, com a identificação de cada um na planilha de IQL, a qual esta

planilha relata o tipo de defeito, a data e o horário que ocorreu e o produto com

defeito, para separar os tipos e determinar qual que gera mais atraso na produção.

Tabela 3: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010.

JU

LH

O 2

01

0

Produto Ecohouse

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

10º

Dia

11º

Dia

12º

Dia

TO

TA

L

Produção nominal 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 1560

Produção real 89 95 82 90 98 85 80 90 88 94 100 97 1088

Total de defeitos 45 41 47 43 36 48 53 45 48 45 40 42 533

Defeitos de bomba 12 13 12 11 9 13 14 11 12 12 10 11 140

Fonte: Primária, 2011.

Gráfico 1: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a Fevereiro/2011 Fonte: Primária, 2011.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

Pro

du

ção

(p

rod

uto

s)

Dias

Produção nominal

Produção real

Total de defeitos

Defeitos de bomba

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60

Tabela 4: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010 a Fevereiro/2011.

PRODUTO ECOHOUSE

JU

L

AG

O

SE

T

OU

T

NO

V

DE

Z

JA

N

FE

V

Tota

l

Produção Nominal 1560 1560 1560 1560 1560 1560 1560 1560 12480

Produção real 1088 1160 1200 1100 1210 1050 1100 1190 9098

Total de defeitos 533 541 550 530 500 570 520 538 4282

Defeitos de bomba 140 148 150 160 124 141 125 126 1114

% Defeitos de bomba 26% 27% 27% 30% 25% 25% 24% 23% 26%

Fonte: Primária, 2011.

Gráfico 2: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a Fevereiro/2011 Fonte: Primária, 2011.

Esta mensuração foi feita em 12 dias de trabalho de um total de 22 por mês,

pois esta linha de produção é balanceada por 12 dias de reoperação e 10 dias de

produção (montagem de produtos novos). Constatou-se então, que o item que

gerava o maior número de consertos era o vazamento de bombas, que representava

26% do total dos consertos, conforme tabelas 3 e 4.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Pro

du

ção

(p

rod

uto

s)

Meses

Produção Nominal

Produção real

Total de defeitos

Defeitos de bomba

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61

Com essa quantidade de defeitos mensurada e divida por item, pode-se ter

uma noção exata de qual era o item que com maior freqüência gera defeitos no

processo, conforme gráfico 3.

Gráfico 3: Percentual de defeitos no conserto. Fonte: Arquivos da organização, 2011.

Estes itens, mostrados no gráfico 3, são de comuns defeitos no processo de

reoperação dos purificadores vindo de campo, mas como visto o que tem mais

freqüência é a bomba com vazamento, com 26% em cima do total de defeitos.

Em seguida, foi elaborado um levantamento de custos que incidem na troca

em campo de bombas com defeito, em que todas as OS‘s (ordens de serviços)

geradas por este incidente acarretam em uma despesa desnecessária para a

empresa, pois este defeito ocorre também tanto na área de reoperação quanto na

casa do cliente e, com a abertura da OS, uma empresa terceirizada é contratada

para realizar a substituição da bomba de pressurização com defeito. A quantidade

de OS‘s foi informada pelo responsável pelo IRC (Índice de Reclamação de campo),

onde foi coletada a média de trocas nos meses de janeiro de 2010 a dezembro de

2010, como mostra a tabela 5.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30% 26%

7% 2%

10%

16% 15% 14%

3% 8%

De

feit

os

no

co

ns

ert

o (

%)

Peças

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62

Tabela 5: Quantidade de trocas de bombas em campo por mês em 2010.

Bombas de Pressurização

PURICOM JA

N

FE

V

MA

R

AB

R

MA

I

JU

N

JU

L

AG

O

SE

T

OU

T

NO

V

DE

Z

Trocas de Bombas em Campo 53 40 47 60 71 35 44 37 55 56 49 53

Total de trocas 600 un.

Média de trocas/mês 50 un.

Fonte: Arquivos da organização, 2011.

Gráfico 4: Trocas de bombas em campo realizada em 2010. Fonte: Primária 2011.

Através do gráfico 4, é notável que houveram uma grande variação de trocas

das bombas de pressurização em campo, por conta de vazamentos de bombas não

detectadas no teste de vazão, em uns meses com uma quantidade muito elevada,

como em maio de 2010. Essa variação elevada em alguns meses e menores em

outros, podem ser decorridos pelo fato de um lote de produtos onde geravam mais

vazamentos nas bombas de pressurização, enquanto nos outros meses havia uma

quantia de bombas com uma resistência aos vazamentos maiores

0

10

20

30

40

50

60

70

80

53

40

47

60

71

35

44

37

55 56

49 53

Qu

an

tid

ad

e d

e t

rocas d

e b

om

bas

(pe

ças)

Período de 2010

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63

4.3.3 Análise do problema

Para realizar a análise do problema, reuniu-se toda a equipe envolvida neste

projeto de melhoria e através da técnica Brainstorming (tempestade de idéias), foi

desenvolvido o Diagrama de Causa e Efeito, conforme figura 13, com a colocação e

a análise das causas principais para posterior implementação do plano de ação.

MÃO-DE-OBRA MÉTODO MÁQUINA

- Mão-de-obra desqualificada - Falta de um dispositivo - Equipamento com indisponibilidade

- Falta de treinamento de teste para selecionar de tempo

- Desqualificação técnica as bombas adequadas

- Aplicação de dispositivo

para teste.

- Segregação de peças - Bombas com vida útil - Melhoria no

fora do especificado. saturadas por conta da armazenamento das - Levantamento de informações oxidação. bombas (armazenagem para futuras melhorias incorreta), - pode danificar as bombas MEDIDA MATÉRIA-PRIMA MEIO-AMBIENTE Figura 13: Diagrama de causa e efeito com a representação do brainstorming realizado. Fonte: Primária 2011.

A partir da análise do problema, e do brainstorming realizado pelo grupo,

chegou-se a um acordo de que era necessário aplicar um dispositivo de teste para

essas bombas reoperadas para verificar se elas estariam compatíveis ao uso, sem

que houvesse nenhum defeito nelas para não acarretar em custos de trocas em

campo, e na redução de bombas com vazamentos, detectadas no teste de vazão da

linha de reoperação, fazendo com que o fluxo de produtos seja maior, sem nenhum

tipo de defeitos gerados por estes vazamentos de bomba. Este diagrama de causa e

efeito serviu como base para a realização de do plano de ação, dando ênfase ao

que geravam gargalo no teste de vazão.

Eliminação de

26% dos

consertos

gerados por

defeitos de

bombas.

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64

4.3.4 Elaboração do plano de ação (5W1H)

A partir da definição das causas prováveis para este problema, deu-se início à

elaboração do plano de ação através da ferramenta do 5W1H, conforme tabela 6.

Tabela 6: Aplicação da ferramenta de qualidade 5W1H para o Plano de Ação

O QUE? QUEM? QUANDO? ONDE? PORQUE? COMO?

Treinamento para qualificação

Grupo de controles

Maio de 2011 Ecohouse Melhoria no processo

Treinar as controles de testes dos produtos.

Adaptação de dispositivo para teste de bombas reoperadas

Grupo Melhoria

Maio de 2011 Ecohouse Garantia da qualidade

Adaptação de um dispositivo de simulação

Bombas com vida útil saturadas/oxidadas

Engenharia Maio de 2011 Fornecedor Melhoria da qualidade do produto

Atuação junto ao fornecedor

Melhoria no armazenamento

Grupo Kaizen

Maio de 2011 Ecohouse

Melhorar o ambiente de trabalho e o condicionamento das peças

Realizar 5S na Linha de Reoperação

Segregação de peças fora do especificado

Grupo Melhoria

Maio de 2011 Ecohouse Separar peças boas das peças sucatas

Aramados com identificação de peças

Fonte: Primária, 2011.

A tabela 6 mostra como foi feito o plano de ação, utilizando a ferramenta

5W1H, desmembrado em cinco partes, onde estão muito bem descritos quais os

processos de medidas corretivas a serem tomados, para que a partir do momento de

aplicação dessa medida, seja eliminado o conserto das bombas de pressurização

com vazamento no teste de vazão do produto e assim, melhorando o fluxo de

reoperação dos produtos.

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65

4.3.5 Ação/Execução do plano de ação

Na execução foi colocado o plano de ação na prática, buscando respeitar as

datas previstas no planejamento e cobrança de cada pessoa responsável por

programar a ação corretiva necessária.

Após a adaptação do dispositivo de teste das bombas reoperadas, houve a

eliminação de 100% dos consertos gerados por vazamentos de bombas de

pressurização e diminuindo também as trocas de bombas com vazamento em

campo, pois como ainda existem produtos não reoperados em campo, nestes ainda

podem ocorrer problemas de vazamentos, ou não. Sendo assim, com o aumento da

quantidade de produtos reoperados ao final de cada turno de trabalho, por conta da

diminuição do gargalo gerado pelo conserto dos defeitos e evitando um custo

desnecessário para a empresa com as trocas de bombas na casa do cliente, gera-se

uma qualidade maior tanto no processo quanto no produto em questão.

4.3.6 Verificação

Nesta etapa foram comparados o percentual de consertos antes da aplicação

deste dispositivo e a quantidade de produtos reoperados no final de cada turno. Esta

comparação foi feita no período entre os meses de julho de 2010 e julho de 2011.

Pode-se notar o ganho em produção pela redução de defeitos no conserto gerados

por vazamentos das bombas de pressurização, conforme visto abaixo na tabela 7.

Page 66: Aplicação do Método PDCA/MASP para Identificação de Gargalo no Processo de Reoperação de Purificadores na Linha 10 Fábrica 2 na Empresa Whirlpool S/A

66

Tabela 7: Folha de verificação da produção e defeitos

Folha de Verificação Processo: Reoperação Problema: Consertos

JULHO DE 2010

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

10º

Dia

11º

Dia

12º

Dia

TO

TA

L

TO

TA

L

DIO

Produção Nominal 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 1560 130

Produção Real 89 95 82 90 98 85 80 90 88 94 100 97 1088 91

Defeitos 45 41 47 43 36 48 53 45 48 45 40 42 533 45

JULHO DE 2011

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

Dia

10º

Dia

11º

Dia

12º

Dia

TO

TA

L

TO

TA

L

DIO

Produção Nominal 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 1560 130

Produção Real 107 118 115 120 131 110 103 128 121 130 112 129 1424 119

Defeitos 29 23 28 25 25 28 33 26 23 22 31 28 321 27

Variação de Defeitos = 26,7%

Variação de Produção = 21,5%

Fonte: Primária, 2011.

Esta folha de verificação mostra claramente o apontamento da produção por

dia dos meses em comparação. Este apontamento foi feito nos doze dias de

reoperação de purificadores feitos em um mês, pois a produção é balanceada em

dez dias de produção de produtos novos e doze de reoperação de produtos vindo de

campo, como descrito no início da pesquisa.

Para melhor visualização, a figura 9 representa graficamente a média da

produção de purificadores reoperados ao final do turno de trabalho, comparando os

meses de julho de 2010 e julho de 2011.

Page 67: Aplicação do Método PDCA/MASP para Identificação de Gargalo no Processo de Reoperação de Purificadores na Linha 10 Fábrica 2 na Empresa Whirlpool S/A

67

Gráfico 5: Comparação da média de purificadores reoperados por dia de julho de 2010 a julho de 2011. Fonte: Primária, 2011

Conforme gráfico 5, é perceptível o aumento da quantidade de purificadores

reoperados por dia, por conta da melhoria no processo e pela adaptação do

dispositivo para a garantia de que não haverá bombas com vazamento na linha de

processo, sendo assim, haverá um ganho de fluxo de produtos no processo.

4.3.7 Padronização

A padronização é feita pelo acompanhamento diário através do relatório de

apontamento de defeitos e produção, onde neste relatório pode-se obter as

informações necessárias quanto aos defeitos e produção e sempre que o método

não atinge a meta proposta, são tomadas medidas corretivas.

0

15

30

45

60

75

90

105

120

Julho de 2010 Julho de 2011

91

119

Pu

rifi

cad

ore

s R

eo

pera

do

s

(peça)

Período

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68

4.4 Resultados e discussões

A utilização do método PDCA/MASP para o auxílio na redução de gargalo no

processo de produção dos purificadores reoperados foi de grande efetividade. Com

ele pode ser feito avaliação de todo o processo de produção, e assim, detectar onde

ocorria com maior freqüência o gargalo e qual o item que gerava essa restrição.

Com as observações do problema, realizadas através de um fluxograma no

processo e coletas de dados, pode-se fazer as devidas análises para a identificação

do gargalo no processo.

Após identificar qual o posto de trabalho que se encontrava uma grande

quantidade de restrições e com a continuidade do fluxograma, detectou-se um alto

número de defeitos que eram encontrados neste posto.

A partir desta identificação, foi necessário realizar mais coletas de dados para

ver o item que gerava mais defeito e através da planilha de registro dos defeitos, foi

filtrado e concluído que, por conta do alto número de ocorrências, as bombas de

pressurização com vazamento, detentora de 26% dos itens defeituosos, era o item

no qual gerava atraso no fluxo de produção.

Depois de feitas as devidas observações fizeram-se necessário tomar

medidas de ações para eliminar este problema. Através do brainstorming feito pelo

grupo de melhoria, o treinamento dos controles de teste e a aplicação de um

dispositivo de teste de bombas de pressurização fizeram-se necessário para eliminar

de vez este defeito. Os motivos para esta medida corretiva foi pelo seguinte fato:

a) treinamento dos controles de teste: fez-se necessário pelo motivo de não

haver a detecção dos vazamentos de bombas de pressurização, fazendo com

que estes purificadores fossem a campo com defeitos e gerando despesas

para a empresa, por conta da troca destas por novas;

b) Aplicação do dispositivo de teste das bombas: houve a necessidade pelo fato

de o operador (consertador) testar as bombas e enviar as boas ao processo e

separar as ruins para a sucata.

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69

Portanto, a partir da implantação destas medidas, foi notável o aumento de

produção ao final do turno de trabalho quanto à reoperação de purificadores vindo

de campo. Os gráficos 6 e 7 mostram claramente o aumento de números de

produção ao final dos turnos de trabalho, comparados os meses de julho de 2010 e

julho de 2011.

Gráfico 6: Mensuração de produtos reoperados por dia no mês de julho de 2010. Fonte: Primária, 2011.

Gráfico 7: Mensuração de produtos reoperados por dia no mês de julho de 2011. Fonte: Primária, 2011.

0 15 30 45 60 75 90

105 120 135

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

89 95 82

90 98

85 80 90 88 94 100 97

Pro

du

tos r

eo

pera

do

s (

peças)

Dias

Julho 2010

0 15 30 45 60 75 90

105 120 135

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

107 118 115 120

131

110 103

128 121

130

112

129

Pro

du

tos r

eo

pera

do

s (

peças)

Dias

Julho 2011

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70

No entanto, após analisados os gráficos 6 e 7 comparativos de julho de 2010

e julho de 2011, nota-se uma variação positiva no aumento da produção de 21,5% e

uma diminuição de 26,7% dos defeitos diários, pelo fato haver a eliminação de 100%

do item que influenciava no gargalo no posto de teste de vazão, neste caso, a

bomba de pressurização.

Como é comum em todas as empresas, minimizar custos e maximar lucros é

essencial, no entanto, esta pesquisa resultou, além do aumento no fluxo produtivo e

no aumento de números reoperados ao final do turno de trabalho, em uma redução

de despesas por conta da troca de bombas em campo, pelos defeitos decorridos de

vazamentos. Isso se dá pelo fato de uma grande quantidade de produtos não terem

ainda passado pelo processo de reoperação depois dessa medida implantada.

Após todos os produtos que estão em campo passarem pela sua reoperação,

com os novos métodos aplicados na área, estima-se uma redução nas despesas,

com base nos dados de 2010, onde consta que neste ano foram trocadas 600

bombas de pressurização com vazamento, de R$ 21.000,00 por ano. Isso poderá

variar conforme a sazonalidade da demanda. Na tabela 8, podem-se visualizar

melhor as despesas com empresas terceirizadas para a troca destas bombas de

pressurização.

Tabela 8: Custos de trocas das bombas de pressurização em campo (base 2010).

Bomba de pressurização PURICOM Mês Anual

Trocas de bombas em campo por empresas terceirizadas 50 un. 600 un.

Valor da OS (Ordem de Serviço) R$ 35,00 R$ 21.000,00

Fonte: Arquivos da organização, 2011.

Como sugestão para a redução ainda maior de custos, pode ser enviada para

a engenharia de processo uma proposta de testar, no dispositivo de teste, as

bombas de pressurização antes de elas serem reoperadas (trocas de fiação) em

fornecedores terceirizados, para reduzir ainda mais as despesas da empresa. Com

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dados obtidos pela engenharia de processos, o custo de retrabalho da bomba de

pressurização equivale a R$ 3,63 por unidade. Então, para que elimine estas

despesas, as bombas poderiam ser testadas antes de serem retrabalhadas, onde

assim poderão ser analisadas no teste e enviadas para retrabalho apenas as que

estiverem em condições adequadas de uso.

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72

CONCLUSÃO

Nesta pesquisa-ação observa-se que as pequenas mudanças aplicadas,

através da utilização das ferramentas de qualidade necessárias neste caso, podem

gerar bons resultados para a empresa, atingindo resultados significativos quanto ao

aumento de produção no processo e a redução de gargalo e na diminuição de

despesas com os defeitos não detectados no processo.

A aplicação da ferramenta PDCA no processo de reoperação da linha de

purificadores de água da empresa Whirlpool S/A possibilitou realizar as análises de

cada etapa do processo de reoperação dos purificadores de água, desde a sua

chegada a área até a sua embalagem para expedição.

Com a aplicação desta ferramenta, foi percebido que o gargalo do sistema era

o teste de vazão dos produtos, pois neste posto saiam 76% dos defeitos gerados no

processo, principalmente pelos defeitos de vazamentos das bombas de

pressurização, que faziam com que o fluxo de produção ficasse comprometido.

Para a eliminação deste defeito, foi aplicado um dispositivo de teste destas

bombas, para que elas fossem testadas e aprovadas para uso antes de serem

colocadas nos purificadores. Também foi necessário aplicar treinamentos para os

controladores de testes quanto a detectar possíveis defeitos nos produtos, para que

não acarrete em despesas para a empresa no futuro.

Com a eliminação destes defeitos, foram eliminados, a partir dos produtos

que foram reoperados, também os custos de trocas de bombas em campo,

conforme descrito nos resultados.

O objetivo de aumentar a produção diária e diminuir o gargalo parcial no

processo foi alcançado quanto à eliminação dos consertos das bombas de

pressurização. Isso acarretará também no aumento de qualidade tanto no processo

quanto no produto.

Os resultados obtidos através desta aplicação foram do aumento de 21,5% na

produção e uma redução de 26,7% dos defeitos diários no processo de reoperação

dos purificadores. Sendo assim, houve um aumento considerável nos números,

mesmo não sendo atingido os números pedidos na programação, mas estando bem

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perto de alcançá-los. Para que isso aconteça, seria necessário remover os gargalos

gerados por defeitos no processo, e assim ter um fluxo, teoricamente, sem restrições

no processo.

Como sugestão para futuros trabalhos de melhoria, sugere-se a aplicação da

ferramenta PDCA/MASP para a eliminação dos outros defeitos gerados no

processo, para que assim, passo a passo, possam ser eliminados os defeitos e

posteriormente ter uma linha de produção com um fluxo limpo, sem restrições, para

que a entrega da produção nominal diária sejam entregues.

Por fim, a realização deste trabalho de conclusão de curso propiciou ao

acadêmico de Engenharia de Produção Mecânica, aplicar os conhecimentos obtidos

durante estes quatro anos de vida acadêmica, proporcionando um crescimento

profissional e pessoal muito grande, que será muito utilizado na carreira profissional

do acadêmico.

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74

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