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MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA E MEIO AMBIENTE - Prof. Cláudio Silva Soares
1UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS DEPARTAMENTO DE AGROECOLOGIA E AGROPECUÁRIA
MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA E MEIO AMBIENTE - Prof. Cláudio Silva Soares
MÁQUINAS DE PREPARO PERIÓDICO DO SOLO: ARADO
1. ARAÇÃO
Finalidades
� Circulação de ar no solo e aceleração das atividades biológicas;
� Melhor penetração, movimentação e retenção de água;
� Picar, misturar e incorporar a matéria orgânica;
� Destruição de organismos nocivos;
� Controlar ervas daninhas e,
� Enterrar e incorporar adubos verdes, fertilizantes e corretivos.
2. TIPOS DE ARADO
a) Quanto à peça ativa ou de corte
Discos lisos (I)
Discos recortados
Aiveca (II)
I -
II -
b) Quanto à tração do implemento
Tração animal
Tração motorizada: acoplado, semi-acoplado, arrasto
c) Quanto à posição de tombamento
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Fixos
Reversíveis
3. ARADOS DE DISCOS X ARADOS DE
AIVECA
Os de discos têm as seguintes vantagens sobre os
de aiveca:
� Arar terrenos secos, duros e barrentos, onde a
aiveca trabalha mal;
� Trabalham bem sobre terrenos com restos de
cultura, vegetação rasteira e até em áreas recém
desbravadas;
� Em solos com pedras, tocos ou raízes, os discos,
quando não lhes corta ou arranca, rolam por cima e
vão em frente;
� Os discos compactam menos o solo que a
aiveca;
� O arado de disco exige menos em regulagem e
pode render bem mesmo quando os discos
estiverem rombudos.
4. SISTEMAS DE ARAÇÃO
� Aração em talhões – terrenos até 3% de
declividade
� Aração em terrenos terraceados – com arado
reversível ou fixo
� Aração em contorno – terrenos com declividade
maior que 3%
4.1 PONTO DE UMIDADE E
PROFUNDIDADE DE ARAÇÃO
� A umidade deve ser testada na profundidade que
será arada.
5. TIPOS DE ARADOS 5.1 Arado de disco fixo 5.1.1 Especificações técnicas
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6. COMPONENTES DO ARADO
A barra de tração é utilizada para operar implementos de arrasto (grades de arrasto, plantadeiras/semeadeiras de grande porte, etc.).
É importante salientar fque o engate da barra de tração, deve estar numas altura adequada, de modo que o cabeçalho esteja bem paralelo ao solo e na mesma linha de tração do trator.
01 - Chassi 02 - Torre de Engate 03 - Eixo Manivela 04 - Pinos de Engate 05 - Descanso 06 - Cubo 07 - Pedestal
08 - Limpador 09 - Disco Liso
10 - Roda Guia
7. MONTAGEM DO ARADO
7.1 Montagem do Chassi Para montar o arado escolha um local plano e livre de sujeiras. Separe as peças em grupos e confira as quantidades com a lista de controle.
A montagem pode ser iniciada basicamente de duas maneiras: - Apoiando o chassi sobre dois cavaletes de um metro de altura, ou - Acoplando o chassi aos três pontos do trator a uma altura próxima de um metro.
A seguir a montagem é idêntica para ambas as maneiras indicadas. - Fixe os pedestais (A), no chassi, através dos parafusos (B) e (C). Ver regulagem dos furos dos pedestais na página 18.
- O pedestal (D) que sai de fábrica acoplado com o suporte da roda guia (E), será fixado nos últimos furos do chassi.
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- Coloque agora os discos (A) nos cubos, usando os parafusos (B) com arruelas e porcas. - Os limpadores dos discos (C) são montados nos prolongamentos dos pedestais através dos parafusos (D). - Coloque também o descanso (E) com a cupilha (F).
7.2 Montagem do Conjunto da Roda Guia - Fixe o garfo (A) no suporte da roda guia (B), usando o pino (C). - Fixe a roda guia (D) no garfo (A) e trave com parafuso (E).
- Coloque o conjunto do varão com molas conforme a sequência ilustrada na mesma figura. Importante: A RODA GUIA É MONTADA SEMPRE DO LADO DIREITO.
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8. PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO
8.1 Preparo do Trator
O trator ao receber o arado forma um conjunto único para realizar o serviço, portanto não deve ser utilizado sem as recomendações que seguem:
a) Verifique inicialmente as condições gerais para o uso do trator, principalmente quanto ao bom funcionamento do sistema hidráulico.
b) As bitolas das rodas dianteiras e traseiras devem ser iguais.
c) Se as rodas traseiras patinam durante o serviço, perde-se parte da força, e os pneus se desgastam mais ainda.
d) Siga atentamente as instruções do manual do trator e do arado, para o bom desempenho dos mesmos.
e) Observe atentamente as instruções de lado direito e esquerdo considerando sempre o arado sendo visto por trás.
8.2 Engate ao Trator
Escolher um local plano.
Ir em marcha-a-ré ao encontro do arado. Ao se aproximar utilize a alavanca de controle de posição do hidráulico, deixando o braço inferior esquerdo no nível do pino de engate.
1º) Engate o braço inferior esquerdo. 2º) Engate o braço do terceiro ponto do trator. 3º) Engate agora o braço inferior direito. 4º) Alinhe a torre do arado com o terceiro ponto do trator verificando se as distâncias dos braços inferiores do hidráulico são iguais em relação aos pneus, devendo os braços estarem nivelados entre si.
9. REGULAGENS E OPERAÇÕES
9.1 Nivelamento do Arado
Em local plano faça o nivelamento no sentido da largura e do comprimento.
Na largura o nivelamento é feito pela manivela niveladora do braço inferior direito do hidráulico,
deixando a torre do arado na vertical (medidas H iguais).
No comprimento é feito através do braço superior do hidráulico, devendo-se deixar o primeiro disco 20 a 30 mm mais alto que os demais.
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Furos da Torre do Arado.
No engate da torre do arado existem três furos que são utilizados em diferentes tipos de solo.
1 - Para tratores de categoria I. 2 - Para solos médios e pesados. 3 - Para solos leves.
9.2 Eixo Manivela
O eixo manivela permite alterar a largura de corte do arado em função tipo de solo:
I - Menor Largura: Solos duros e resistentes.
II - Largura Média: Solos normais.
III - Maior Largura: Solos leves e soltos.
9.3 Roda Guia
Responsável pelo alinhamento do conjunto trator-arado estabilizando a traseira do implemento e evitando desvios laterais.
Sua posição correta é caminhar no fundo do sulco com leve inclinação contra a parede. Possui duas regulagens importantes: pressão da mola e ângulo de corte.
9.3.1 Pressão da Mola
Em solos leves e soltos, trabalhar com maior pressão nas molas para suportar parte do peso do arado. Caso contrário ele penetra demais. Em solos duros, reduzir a pressão da mola, transferindo o peso aos discos, aumentando a penetração.
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9.4 Ângulo da Roda Guia
As marcas do garfo da roda guia, devem ser utilizados em concordância com as regulagens do eixo manivela, ou seja: 1 e I, 2 e II, 3 e III.
Esta mudança de posição da roda guia é usada para a operação do arado em diferentes condições de solo:
1 - Para solos duros com maior ângulo de inclinação.
2 - É a média de inclinação.
3 - Para solos leves com menor ângulo de inclinação.
9.5 Ângulos de Corte dos Discos
9.5.1 Vertical
A regulagem do ângulo vertical é obtida através dos três furos do cubo do disco:
A - Furo inferior, os discos ficam mais inclinados, usado para solos de fácil penetração.
B - Furo intermediário para solos em condições normais de trabalho.
C - Furo superior para solos duros de difícil penetração.
Os discos trabalham mais em pé.
9.5.2 Horizontal
É ajustado pelos furos (D) e (E) existentes nos pedestais, e atuam sobre a rotação ou velocidade dos discos, sendo:
D - Velocidade normal dos discos.
E - Maior velocidade, aconselhável para terrenos com vegetação volumosa, como palhada de milho, trigo, arroz, etc...
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9.5 Limpadores
Os limpadores além de efetuar a limpeza dos discos, auxiliam na correta inversão da leiva.
Deve-se posicionar todos os limpadores a uma mesma altura, ficando um pouco acima do meio dos discos e com 5 a 10 milímetros de distância dos mesmos.
10. COMPONENTES DO ARADO REVERSÍVEL
10.1 Arado Reversível
01 - Chassi
02 - Alavanca de Reversão
03 - Pedestal
04 - Cubo
05 -Disco
06 – Limpador
07 - Regulagem do Ângulo Horizontal (Velocidade)
08 - Roda Guia
09 - Descanso
10.1 Arado Reversível com Pistão de Reversão
01 - Chassi
02 - Pistão de Reversão
03 - Pedestal
04 – Cubo
05 –Disco
06 - Limpador
07 -Regulagem do Ângulo Horizontal (Velocidade)
08 - Roda Guia
09 - Descanso
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10.2 MONTAGEM
10.2.1 Montagem Geral
- Em local plano, apoe o chassi sobre dois cavaletes com aproximadamente 01 metro de altura ou acople o chassi aos 3 pontos do trator, levantando-o a um 01 m.
- Acople os discos (A) nos cubos (B), com os parafusos (C), arruelas de pressão e porcas.
- Acople também a alavanca de reversão (D), com a mola (E) e varão (F).
10.2.2 Montagem do Cilindro para AR-PR
Faça a montagem do cilindro e das mangueiras da seguinte maneira:
- Prenda o cilindro (A), com os pinos (B) e contrapinos.
- Acople as mangueiras (C), no cilindro (A) acople também os fixadores (D) no chassi e prenda-os usando parafuso e arruela de pressão. Nota: - Os terminais do cilindro devem permanecer voltados para cima.
- Use sempre "veda rosca" para acoplar os "machos" dos engates rápidos nas mangueiras.
11. Operações com o Arado
Os fatores que mais influenciam no trabalho são:
- O nivelamento do arado.
- A marcha utilizada, que é relativa a velocidade de trabalho.
- A profundidade da aração.
- Posicionamento do trator em relação ao sulco anterior.
O nivelamento no sentido da largura e do comprimento deve ser corrigido quando as rodas direita do trator começam a caminhar dentro do sulco da passada anterior.
Para as correções utilize a manivela niveladora e o braço superior do hidráulico, deixando o chassi e o eixo manivela paralelos ao solo.
Considera-se de 4 a 5 Km/h o ideal para aração, mas deve-se observar as leivas, que podem ser atiradas longe ou cairem antes de inverter totalmente.
A profundidade é controlada pelo sistema hidráulico de três pontos, porém pode variar com as diferentes regulagens do arado e o tipo de solo que esteja trabalhando.
Para o posicionamento do trator basta caminhar com a roda dianteira direita sempre no meio do
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sulco deixado pela passada anterior, não devendo caminhar encostado na parede do sulco e nem
muito próximo a terra arada.
O terreno pode também ser dividido em faixas, ou seja, faz-se a Aração por partes:
Este sistema de aração em faixas é muito utilizado em áreas terraceadas, onde o espaço entre duas curvas de nível são trabalhados separadamente:
Importante : EM CADA ARAÇÃO MUDAR A MANEIRA DE TRABALHAR O SOLO, OU SEJA, SE ARAR DE FORA PARA DENTRO, NO PRÓXIMO PLANTIO FAÇA O CONTRÁRIO. ASSIM EVITA-SE IRREGULARIDADES NA SUPERFÍCIE.
11.1 Problemas Comumente Encontrados e Soluções indicadas.
a) O arado tem dificuldade para penetrar:
- Colocar o eixo manivela na posição I, diminuindo a largura de corte.
- Diminuir a pressão da mola da roda guia.
- Colocar os discos para trabalhar mais em pé.
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- Usar furo superior da torre do arado e do trator para engate do 3º ponto.
- Menor velocidade na aração também facilita a penetração dos discos.
b) Tendência a sair do sulco:
- Ajuste o ângulo da roda guia em relação ao eixo manivela ou próximo a este, conforme obtenha a melhor linha de tração.
- Aumente um pouco a pressão na mola da roda guia.
- O primeiro disco deve estar penetrando além dos demais. Dê maior comprimento ao braço do terceiro ponto.
- Verifique se o arado está centralizado com o trator.
c) A leiva de terra é atirada muito longe:
- Diminua a velocidade do trator.
d) Embuchamento da vegetação entre os discos:
- O ângulo horizontal deve ser ajustado para a posição 2.
- Ajuste os limpadores para ficarem mais altos, ou retire-os caso seja conveniente.
e) O primeiro disco corta menos que os demais: (A direção tende a puxar para o lado esquerdo).
- Verifique se as bitolas do trator estão nas medidas recomendadas.
- Posicione a roda dianteira mais perto da parede do sulco, sem encostá-la.
- Confira o nivelamento do arado, e utilize o braço do terceiro ponto e o braço inferior direito para eventuais correções.
- Observe o ângulo da roda guia.
f) O primeiro disco corta mais que os restantes: (A direção do trator tende a puxar para a direita).
- Verifique as dimensões das bitolas recomendadas.
- Posicione a roda dianteira mais longe da parede do sulco.
- Verifique se o arado está nivelado corretamente.
- Observe o ângulo da roda guia.
12. MANUTENÇÃO
12.1 Lubrificação
Uma forma de prolongar a vida útil do arado é executar uma correta lubrificação:
Certifique-se da qualidade do lubrificante (eficiência e pureza), evitando o uso de produtos contaminados por água, terra, etc...
- Retire a coroa de graxa velha em torno das articulações.
- Limpe a graxeira com um pano antes de introduzir o lubrificante.
- Introduza uma quantidade suficiente de graxa nova.
- Utilize graxa de média consistência.
Lubrificação a cada 10 horas de serviço:
- Eixo de articulação da roda guia.
Lubrificação a cada 50 horas de serviço.
- Cubos dos discos.
- Cubo da roda guia.
Importante: APÓS O TRABALHO COM O ARADO, LAVE-O E VERIFIQUE SE HÁ PEÇAS DANIFICADAS, SE HOUVER, SUBSTITUA POR ORIGINAIS TATU. SE NECESSÁRIO RETOQUE A PINTURA. PROTEJA OS DISCOS COM GRAXA FINA OU ÓLEO, EVITANDO ASSIM A FERRUGEM E OUTROS DANOS.
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12.2 OPCIONAL
Roda de Profundidade
O arado fixo permite com facilidade a instalação do
conjunto da roda de profundidade; usada para
manter uma penetração uniforme e sustentar o
arado, principalmente quando o hidráulico do trator
não possuir controle automático de ondulação ou
quando simplesmente se desejar um melhor
acompanhamento das variações da superfície.
12.3 Montagem da Roda de Profundidade
- Fixe a roda de profundidade (A) no chassi (B), através do parafuso (C), arruela de pressão e porca. - Encaixe a manivela com rosca (D) no orifício superior do braço da roda guia no chassi. - Fixe os suportes da roda de profundidade (E) no braço da roda e no chassi através dos parafusos (F), arruelas de pressão e porcas.
A lubrificação da roda de profundidade deve ser feita no mesmo período e de maneira idêntica ao indicado para os cubos dos discos e o cubo da roda guia.
13. LITERATURA CONSULTADA
GALETI, P.A. Mecanização agrícola: preparo do solo. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1981. MAZUCHOWSKI, J.Z. DERPSCH, R. Guia de preparo do solo para culturas anuais mecanizadas. Curitiba: Acarpa, 1984. PICCIM. Manual do usuário.Subsolador. 24p. 2007. SILVEIRA, G.M. O preparo do solo: implementos corretos. Rio de Janeiro: Globo, 1989.