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1 APOSTILA DE ATUALIDADES – 2013 – PROF. MARCIO DELGADO Atualizações da apostila e listas de exercícios >> http://atualidadesconcursos.blogspot.com/ O BRASIL E O MUNDO GLOBALIZADO O que é Globalização – Definição Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta. O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente. O que a globalização apresenta para uma sociedade não são somente produtos, mas sim idéias quanto ao mercado, à democracia, à educação, à família, à sexualidade, ao trabalho, lazer, etc. Esferas da Globalização Econômica Globalização Comercial A globalização comercial consiste na integração dos mercados nacionais por meio da diminuição das barreiras comerciais e, conseqüentemente, do aumento do comércio internacional. Se o crescimento do comércio mundial der-se a uma taxa de crescimento média anual mais elevada do que a do PIB mundial podemos afirmar que há globalização comercial: maior internacionalização da produção via comércio de bens e serviços e maior grau de abertura das economias Globalização Financeira Modificou o papel do Estado na medida em que alterou radicalmente a ação governamental, que agora é dirigida quase exclusivamente para tornar possível às economias nacionais desenvolverem e sustentarem condições estruturais de competitividade em escala global. Faz-se através da intercomunicação dos mercados de capitais acelerando a velocidade na alocação do capital (smart money). Se por um lado, a mobilidade dos fluxos financeiros através das fronteiras nacionais pode ser vista como uma forma eficiente de destinar recursos internacionais e para países emergentes, por outro, a possibilidade de usar os capitais de curto prazo para ataques especulativos contra moedas são considerados como uma nova forma de ameaça à estabilidade econômica dos países. Globalização Produtiva Fenômeno mundial associado a uma revolução nos métodos de produção que resultou numa mudança significativa nas vantagens comparativas das nações. As fases de produção de uma determinada mercadoria podem ser realizadas em qualquer país, pois busca-se aquele que oferecer maiores vantagens econômicas. Isto tem levado a uma acirrada competição entre países - em particular aqueles em desenvolvimento - por investimentos externos. Multinacionais – são empresas que mantêm filiais em vários países do mundo, comandadas a partir de uma sede situada no país de origem. Transnacionais – são empresas cujas filiais não seguem as diretrizes da matriz, pois possuem interesses próprios e às vezes conflitantes com os do país no qual se originaram. Globalização Tecnológica A revolução tecnológica levou à chamada economia digital e à idéia de que o saber é o principal recurso de uma nação – teríamos entrado na chamada “era da informação”. O surgimento da Internet leva a uma mudança radical na produção e na comercialização de bens e serviços, tendo efeitos tanto sobre a relação de uma empresa com seus fornecedores quanto com seus consumidores. As empresas transnacionais se aproveitam desse contexto e se fortalecem, planejando suas ações com o objetivo de vender para o mercado global. A globalização tecnológica não atinge toda a superfície terrestre, embora altere a dinâmica econômica e social da maior parte dos países. Se a produção de chips e de computadores, o controle dos serviços e equipamentos de telecomunicações e a fabricação de remédios estão nas mãos de algumas poucas grandes empresas multinacionais, também o consumo desses produtos e serviços encontra-se concentrado nos países desenvolvidos. Origens da Globalização e suas características A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX podem ser consideradas uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações significativas: o término das revoluções burguesas, início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o surgimento das potências emergentes como os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, principalmente com o Império britânico; os avanços tecnológicos que aumentam a produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando o consumismo com um aumento na exploração dos recursos naturais seguido de uma enorme degradação ambiental; com a formação de mercados consumidores no Terceiro Mundo; expansão e posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma drástica a forma de produção e, por conseqüência, a realidade sociocultural dos povos africanos, americanos e da Ásia. Pós-Segunda Guerra Mundial Conferência de Bretton Woods (1944) Reunião cujo objetivo principal era restabelecer uma ordem monetária internacional de acordo com a nova realidade nas relações de poder do pós-Segunda Guerra Mundial. Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as relações econômicas e comerciais entre os países. Um dos efeitos práticos do “sistema Bretton Woods” foi a estipulação do dólar americano com moeda internacional. Pode-se dizer que esta conferência foi o "pontapé inicial" para que fossem surgindo novas organizações mundiais para atenderem aos interesses da superpotência norte-americana. Banco Mundial (1944) No início, tinha como missão financiar a reconstrução dos países devastados na 2º Guerra Mundial e fortalecer o capitalismo. Hoje, sua missão é o financiamentos e empréstimos aos países em desenvolvimento. Seu funcionamento é garantido por quotizações definidas e reguladas pelos países membros. Atualmente é composto por 184 países membros com sede em Washington. O Banco Mundial é dividido em quatro organizações para atuação de acordo com objetivos específicos, mas que no fundo se complementam. Dentre elas, o BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento é o mais ligado ao Brasil, pois atua diretamente com os governos dos países em desenvolvimento com bons antecedentes de crédito, facilitando para que adquiram credibilidade no Mercado Internacional e fazendo a intermediação entre o Mercado Financeiro Internacional. Fundo Monetário Internacional (FMI - 1945) Assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir o cumprimento das medidas impostas pelo BIRD. Busca evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais. O Fundo favorece a progressiva eliminação das restrições cambiais nos países membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar

Apostila atualidades 2013

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APOSTILA DE ATUALIDADES – 2013 – PROF. MARCIO DELGADO Atualizações da apostila e listas de exercícios >> http://atualidadesconcursos.blogspot.com/

O BRASIL E O MUNDO GLOBALIZADO O que é Globalização – Definição Podemos dizer que é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta. O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente. O que a globalização apresenta para uma sociedade não são somente produtos, mas sim idéias quanto ao mercado, à democracia, à educação, à família, à sexualidade, ao trabalho, lazer, etc. Esferas da Globalização Econômica Globalização Comercial A globalização comercial consiste na integração dos mercados nacionais por meio da diminuição das barreiras comerciais e, conseqüentemente, do aumento do comércio internacional. Se o crescimento do comércio mundial der-se a uma taxa de crescimento média anual mais elevada do que a do PIB mundial podemos afirmar que há globalização comercial: maior internacionalização da produção via comércio de bens e serviços e maior grau de abertura das economias Globalização Financeira Modificou o papel do Estado na medida em que alterou radicalmente a ação governamental, que agora é dirigida quase exclusivamente para tornar possível às economias nacionais desenvolverem e sustentarem condições estruturais de competitividade em escala global. Faz-se através da intercomunicação dos mercados de capitais acelerando a velocidade na alocação do capital (smart money). Se por um lado, a mobilidade dos fluxos financeiros através das fronteiras nacionais pode ser vista como uma forma eficiente de destinar recursos internacionais e para países emergentes, por outro, a possibilidade de usar os capitais de curto prazo para ataques especulativos contra moedas são considerados como uma nova forma de ameaça à estabilidade econômica dos países. Globalização Produtiva Fenômeno mundial associado a uma revolução nos métodos de produção que resultou numa mudança significativa nas vantagens comparativas das nações. As fases de produção de uma determinada mercadoria podem ser realizadas em qualquer país, pois busca-se aquele que oferecer maiores vantagens econômicas. Isto tem levado a uma acirrada competição entre países - em particular aqueles em desenvolvimento - por investimentos externos.

Multinacionais – são empresas que mantêm filiais em vários países do mundo, comandadas a partir de uma sede situada no país de origem.

Transnacionais – são empresas cujas filiais não seguem as diretrizes da matriz, pois possuem interesses próprios e às vezes conflitantes com os do país no qual se originaram. Globalização Tecnológica A revolução tecnológica levou à chamada economia digital e à idéia de que o saber é o principal recurso de uma nação – teríamos entrado na chamada “era da informação”. O surgimento da Internet leva a uma mudança radical na produção e na comercialização de bens e serviços, tendo efeitos tanto sobre a relação de uma empresa com seus fornecedores quanto com seus consumidores. As empresas transnacionais se aproveitam desse contexto e se fortalecem, planejando suas ações com o objetivo de vender para o mercado global. A globalização tecnológica não atinge toda a superfície terrestre, embora altere a dinâmica econômica e social da maior parte dos países. Se a produção de chips e de computadores, o controle dos serviços e equipamentos de telecomunicações e a fabricação de remédios estão nas mãos de algumas poucas grandes empresas multinacionais, também o consumo desses produtos e serviços encontra-se concentrado nos países desenvolvidos.

Origens da Globalização e suas características A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX podem ser consideradas uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações significativas: o término das revoluções burguesas, início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o surgimento das potências emergentes como os EUA, o Japão e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, principalmente com o Império britânico; os avanços tecnológicos que aumentam a produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando o consumismo com um aumento na exploração dos recursos naturais seguido de uma enorme degradação ambiental; com a formação de mercados consumidores no Terceiro Mundo; expansão e posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma drástica a forma de produção e, por conseqüência, a realidade sociocultural dos povos africanos, americanos e da Ásia. Pós-Segunda Guerra Mundial Conferência de Bretton Woods (1944) Reunião cujo objetivo principal era restabelecer uma ordem monetária internacional de acordo com a nova realidade nas relações de poder do pós-Segunda Guerra Mundial. Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as relações econômicas e comerciais entre os países. Um dos efeitos práticos do “sistema Bretton Woods” foi a estipulação do dólar americano com moeda internacional. Pode-se dizer que esta conferência foi o "pontapé inicial" para que fossem surgindo novas organizações mundiais para atenderem aos interesses da superpotência norte-americana. Banco Mundial (1944)

No início, tinha como missão financiar a reconstrução dos países devastados na 2º Guerra Mundial e fortalecer o capitalismo. Hoje, sua missão é o financiamentos e empréstimos aos países em desenvolvimento. Seu funcionamento é garantido por quotizações definidas e reguladas pelos países

membros. Atualmente é composto por 184 países membros com sede em Washington. O Banco Mundial é dividido em quatro organizações para atuação de acordo com objetivos específicos, mas que no fundo se complementam. Dentre elas, o BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento é o mais ligado ao Brasil, pois atua diretamente com os governos dos países em desenvolvimento com bons antecedentes de crédito, facilitando para que adquiram credibilidade no Mercado Internacional e fazendo a intermediação entre o Mercado Financeiro Internacional.

Fundo Monetário Internacional (FMI - 1945) Assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir o cumprimento das medidas impostas pelo BIRD. Busca evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais. O Fundo favorece a progressiva eliminação das restrições cambiais nos países membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar

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desequilíbrios no balanço de pagamentos. Além disso, planeja e monitora programas de ajustes estruturais e oferece consultoria aos países membros.

O Consenso de Washington e o Neoliberalismo (1989) Conjunto de medidas formulado em novembro de 1989 por economistas de instituições financeiras baseadas em Washington, como o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, fundamentadas num texto do economista John Williamson, e que se tornou a política oficial do FMI em 1990, quando passou a ser "receitado" para promover o "ajustamento macroeconômico" dos países em desenvolvimento que passavam por dificuldades. Foi usado ao redor do mundo para consolidar o receituário de caráter neoliberal na onda mundial que teve sua origem no Chile de Pinochet nos anos 70, sob orientação dos “Chicago Boys” e posteriormente na Inglaterra de Margareth Thatcher e pelos Estados Unidos de Ronald Reagan nos anos 80. O FMI passou a recomendar essas medidas nos países emergentes, durante a década de 90, como sendo uma fórmula infalível, destinada a acelerar seu desenvolvimento econômico. As regras básicas do Neoliberalismo: 1. Disciplina fiscal 2. Redução dos gastos públicos 3. Reforma tributária 4. Juros de mercado 5. Câmbio de mercado 6. Abertura comercial 7. Investimento estrangeiro direto 8. Privatização das estatais 9. Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e

trabalhistas e do controle de capital especulativo) A Organização Mundial do Comércio (OMC/WTO - 1995) Entidade internacional, hoje formada por 153 países. Sua missão é criar regras para o comércio entre seus aderentes, segundo o princípio da liberalização, no qual não devem existir barreiras (como impostos de importação) para a compra e a venda de produtos, não importa qual seja sua origem. Portanto, busca a redução dos obstáculos ao intercâmbio comercial, a elaboração de um código de normas comerciais, bem como atuar como um instrumento de ação internacional no campo do desenvolvimento do comércio. Regras - As leis da OMC são negociadas entre seus membros. Todos têm poder de voto igual. Os acordos são feitos nas rodadas de negociação (as famosas “Rodadas de Doha”).

Protecionismo - Os países ricos gastam bilhões de dólares em subsídios e impõem taxas de importação, cotas e restrições. As demais nações também buscam proteger ramos de sua economia sensíveis à competição externa. Disputas enquanto não se chega a um acordo sobre os subsídios, os membros da OMC podem usar as regras já acordadas para se proteger. Se não houver um acordo, pode-se iniciar um processo. Caso

perca, o réu deve acatar a sentença da OMC, ou sujeitar-se a retaliações econômicas no mesmo valor do prejuízo causado. Vitórias do Brasil na OMC - Dos 25 principais processos que já iniciou, o país teve ganho total ou parcial em todos. As maiores vitórias foram na agricultura (açúcar, soja, suco de laranja), pecuária (carne bovina), aviação (Embraer) e metalurgia. As Rodadas de Doha – Negociações da OMC As tentativas de reduzir as diferenças no quadro da OMC fazem-se nas “rodadas” de negociação, em que os membros debatem o que precisa ser feito e tentam acordos — o que pode levar anos. Desde 2001, estava em curso a Rodada de Doha com previsão para terminar em 2006 e cujo objetivo central é reduzir os subsídios agrícolas e limitar as tarifas de importação. Acontece que os países em litígio não conseguiram superar as diferenças, e a rodada foi suspensa em meados de julho de 2006 sem conseguir chegar a nenhum acordo.

A rodada de Doha começou em Doha (Qatar) em 2001, e negociações subseqüentes tiveram lugar em: Cancún (México) 2003, Genebra (Suíça) 2004, Paris (França) 2005, Hong Kong (China) 2005,e Potsdam (Alemanha) 2007. Para a rodada avançar, exigem-se concessões dos países desenvolvidos, como um corte considerável dos subsídios agrícolas que os EUA concedem a seus produtores e uma redução substancial nas taxas de importação que protegem os europeus da concorrência no setor agropecuário. Na reunião de janeiro de 2007 do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, os principais países envolvidos tentaram acertar as bases para a retomada da Rodada de Doha. As divergências, porém, ainda se mantinham, e não havia sinal de que as negociações pudessem recomeçar. Fórum Econômico Mundial (FEM) x Fórum Social Mundial (FSM) O FEM é uma reunião anual em janeiro entre executivos-chefe das corporações mais ricas do mundo, alguns líderes políticos nacionais (presidentes, primeiros ministros e outros) e intelectuais e jornalistas seletos - em torno de 2.000 pessoas no total - que geralmente acontece em Davos, Suíça. O FEM tem status de consultor da ONU e é considerado o representante das ideologias dos países desenvolvidos (Norte). As últimas reuniões do Fórum Econômico Mundial foram marcadas por manifestações antiglobalização, aquecimento global e crise de alimentos.

Em seus dois mandatos, o presidente Lula compareceu três outras vezes em Davos - em 2003, 2005 e 2007 -, levando bandeiras como o combate à fome e a conclusão da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula não participará do encontro em 2010 por motivos de saúde, mas receberá o prêmio de “Estadista do Ano” oferecido pelo FEM. Contrapondo-se a essa posição ideológica e a essa entidade, o FSM é organizado por diversas ONGs simultaneamente com o FEM. Nele predomina a ideologia de esquerda que prega a luta contra a globalização econômica e contra o neoliberalismo. Como consenso de parte dos movimentos que compõem majoritariamente o fórum, produziu-se durante o fórum de 2005, em Porto Alegre, o “Consenso de Porto Alegre” que vai contra o “Consenso de Washington”. O de 2009 foi realizado em Belém, o de 2010 em Salvador e o de 2011 foi realizado em Dacar, capital do Senegal. Em 2012, o fórum voltou a Porto Alegre. Cúpula do G20 O Grupo dos 20 (ou G20) é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Européia. Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990.

“Quero entrar para história por ter emprestado ao FMI” O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que gostaria de entrar para a história como o presidente que emprestou "alguns reais" para o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Você não acha chique o Brasil emprestar dinheiro para o FMI?", disse. "Eu passei parte da minha juventude carregando faixa contra o FMI no centro de São Paulo." O Brasil já decidiu que vai colocar recursos no fundo, tornando-se credor pela primeira vez na história. Falta, agora, definir o montante e analisar os detalhes do mecanismo, para não reduzir o valor das reservas externas.

Fim do G-8, a consolidação do G-20 e a disparada do BRICS O debate que está sendo lançado pelas declarações do ministro brasileiro é sobre: a morte anunciada do G8; sua eventual substituição pelo G20 e se o grupo cumpriria melhor funções hoje supostamente desempenhadas pelo G8

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Para muitos analistas e governantes, o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) serão as novas potências econômicas já nas próximas décadas. O bloco possui, indiscutivelmente, grandes vantagens comparativas e competitivas. Ao todo, são aproximadamente três bilhões de pessoas que precisam de soluções para os principais problemas mundiais, como distribuição de renda, saúde e educação. Em de 2011, o "S" foi oficialmente adicionado à sigla BRIC para formar o BRICS, após a admissão da África do Sul (em inglês: South Africa) ao grupo.

G20 substitui G8 nas decisões sobre economia - 25/09/2009 Decisão dos líderes reunidos em Pittsburgh foi anunciada pelo governo norte-americano. O grupo dos 20 maiores países desenvolvidos e emergentes vai se tornar o “principal fórum para a cooperação econômica internacional”, o que significa que a partir de agora o G20 é o principal fórum econômico mundial. O governo norte-americano não informou, no entanto, qual será o destino do G8, o grupo dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia, que até pouco tempo era a principal instância decisória sobre os rumos da economia global. A China passou a ser maior parceiro comercial do Brasil Gazeta Mercantil - 04/05/2009 A China passou a ser maior parceiro comercial do Brasil em abril, ocupando o lugar dos Estados Unidos. Apesar de o crescimento do comércio com a China ser importante para o Brasil, a perda de espaço como os americanos é negativa porque são eles que, tradicionalmente, são os principais compradores de produtos manufaturados brasileiros, enquanto a China concentrada suas compras em produtos básicos. OS BLOCOS ECONÔMICOS NO MUNDO Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a formação de blocos econômicos. Estes são criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Tipos de Blocos Econômicos a) Área de Livre Comércio Em uma área de livre comércio todas as restrições ao comércio dentro da região devem ser eliminadas, tanto as tarifárias quanto as não-tarifárias. Porém, cada um dos países membros mantém sua política comercial em relação ao resto do mundo. Por isso, para que uma área de livre comércio possa funcionar adequadamente, precisa incluir um sistema de regras de origem que defina as condições que os produtos trocados devem cumprir para desfrutar do benefício da tarifa zero. Um artigo produzido num país poderá ser vendido noutro sem quaisquer impedimentos fiscais, respeitando-se apenas as normas sanitárias ou outras legislações restritivas que eventualmente apareçam. b) União Aduaneira Em uma união aduaneira, os países não só liberalizam o comércio dentro da região (área de livre comércio), mas adotam também uma política comercial comum para o resto do mundo. Adotam uma tarifa externa comum e normas alfandegárias e de procedimento comuns, de tal forma que os bens são tratados da mesma maneira, independentemente do ponto por onde ingressarem na união aduaneira. No limite, uma união aduaneira implica desaparecimento das alfândegas internas. Numa União Aduaneira, os objetivos são

mais amplos, abrangendo a criação de regras comuns de comércio com países exteriores ao bloco. c) Mercado Comum Um mercado comum é uma união aduaneira com políticas comuns de regulamentação de produtos e com liberdade de circulação de todos os três fatores de produção (terra, capital e trabalho) e de iniciativa. Em tese, a circulação de capital, trabalho, bens e serviços entre os membros deve ser tão livre como dentro do território de cada participante. d) União Econômica e Monetária Implica numa integração econômica mais profunda, com a adoção das mesmas normas de comércio interno e externo, unificando as economias e, num estágio mais avançado, as moedas e instituições. Principais Blocos Econômicos

1 – UNIÃO EUROPÉIA - UE A União Européia é o mais antigo e o melhor estruturado. Sua formação resulta da necessidade dos países da Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra, e às necessidades dos Estados Unidos, que através do Plano Marshall deu início ao processo de contenção à tendência

expansionista soviética neste continente. A base de tudo se deu em 1944 quando foi criado o Benelux - União Econômica entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952, foi criada a CECA - Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Benelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a França e a Itália. Esta união fica mais fortalecida com a formação do Grupo de Roma, em 1957, formando o MCE – Mercado Comum Europeu ou CCE – Comunidade Econômica Européia. Em 1948 foi criada a Organização Européia de Cooperação Econômica (OECE) para administrar os recursos do Plano Marshall na reconstrução dos países da Europa ocidental. Em 1961, essa organização foi substituída pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE - Também chamada de "Clube dos Ricos"), que tem objetivos mais amplos e reúne países de várias partes do mundo. Em 1959/60 foi criada e implantada a AELC - Associação Européia de Livre Comércio, unindo o Reino Unido com os países escandinavos, mas aos poucos esses países entraram no MCE. Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundial, com o acirramento da Guerra Fria (EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização. Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos riscos de uma guerra nuclear entre as superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países europeus. 1986 – O Ato Único Europeu. Proposta de transformação do MCE em CE - Comunidade

Européia. 1991 – Tratado de Maastricht. O tratado assinado na cidade holandesa de Maastricht estabeleceu competências supranacionais, como o mercado único e os fundos estruturais, além de ampliar a noção de cidadania européia. Representou também um grande passo em direção à união econômica e monetária do continente, determinando que os países-membros que cumprissem os critérios econômicos estabelecidos

adotariam a moeda única — o Euro. Além disso, apontou para uma maior cooperação entre os governos no que concerne à política exterior, à segurança comum, à justiça e aos assuntos internos. Tratado de Maastricht consagrou oficialmente a denominação “União Européia” que, a partir daí, substituiu a de “Comunidade Européia”. A ratificação de seus

termos foi aprovada por referendos nos diversos países-membros, entrando em vigor em 2 de novembro de 1993.

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1992 – Tratado do Porto Os países mais ricos priorizam seus investimentos na

recuperação dos países-membros mais pobres, investindo em larga escala nos países atlânticos ou mediterrâneos, como Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália e na República da Irlanda.

Estava avançando o pensamento neoliberal com a proposta de reduzir a capacidade de influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state - isto é, o estado do bem estar social, provocando queda na qualidade de vida das populações e ressurgindo o etno-xenofobismo, com a criação de grupos radicais na Europa e, com riscos da ultradireita reconquistar o poder em alguns países membros.

1993 - Início de implantação do Tratado de Maastricht Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre

os países-membros. O melhor exemplo desta situação foi o elevado processo de

migração das regiões periféricas em direção aos países centrais, gerando uma superoferta de mão-de-obra, menos qualificada, ao mesmo tempo em que os países centrais estavam entrando para a fase pós-urbano/industrial, onde as novas formas de produção, com novas máquinas substituindo os trabalhadores. Este foi um dos principais fatores que acabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais racistas e neonazistas.

1999 - Implantação parcial do EURO - moeda única 11 países adotam o Euro como oficial em período de transição. 2002 - Adoção do Euro O Euro passa a circular como dinheiro para todos os países-

membros que aprovaram a troca (atualmente 17) e para os países-satélites como Andorra, Vaticano, San Marino e Mônaco.

Alguns países fora da União Européia aderiram ao Euro. Para uma adoção formal, que implica a possibilidade de fabricar as suas próprias moedas, foi necessário atingir um acordo. Mônaco, São Marino e Vaticano chegaram a acordo com a União. 2 – ALCA e o NAFTA

No final da década de 80 e início de 90, o Presidente George Bush passa a defender "a iniciativa para as Américas", com a proposta de uma área de livre comércio para todos os países da América, à exceção de Cuba, que permaneceria sofrendo o boicote americano; é a proposta de criação da ALCA - Acordo de Livre

Comércio para as Américas. Este acordo foi delineado na Cúpula das Américas realizada em Miami, em 1994. A proposta do ALCA é de criar uma área de livre comércio na América, por isso é bom não confundir com a idéia de mercado comum, pois zona de livre comércio não permite o livre trânsito de pessoas, capital, tecnologia e mercadorias e nem propõe a unificação de tarifas e impostos entre os países membros. Na impossibilidade de implantação rápida do ALCA, os países Latino-Americanos mais importantes, principalmente o Brasil, contestam o conteúdo da proposta por não incluir questões sociais e somente econômicas; os EUA elaboram um projeto alternativo, criando o NAFTA - Mercado Livre da América do Norte. O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement) ou NAFTA é um tratado envolvendo Canadá, México e Estados Unidos da América numa atmosfera de livre comércio, com custo reduzido para troca de mercadorias entre os três países. O NAFTA entrou em efeito em 1º de janeiro de 1994 com um prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países. Diferentemente da União Européia, a NAFTA não cria um conjunto de corpos governamentais supranacionais, nem cria um corpo de leis que seja superior à lei nacional. 3 – APEC A APEC (traduzido, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) é um bloco que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania. Sua formação deveu-se à crescente interdependência das

economias da região da Ásia-Pacífico. Foi criada em 1989, inicialmente apenas como um fórum de discussão entre países da ASEAN (Association of the SouthEast Asian Nations) e alguns parceiros econômicos da região do Pacífico, se tornando um bloco econômico apenas em 1993, na Conferência de Seattle, quando os países se comprometeram a transformar o Pacífico numa área de livre comércio. A APEC tem vários membros, tais como: Austrália; Canadá; Chile; China; Hong Kong; Indonésia; Japão; Coréia do Sul; México; Nova Zelândia; Papua New Guinea; Peru; Filipinas; Rússia; Cingapura; Taipei; Tailândia; Estados Unidos e Vietnam. 4 – ASEAN

Criada em 1967, na Tailândia, a Associação das Nações do Sudeste Asiático tem como objetivo principal assegurar a estabilidade política como uma maneira de acelerar o desenvolvimento no Sudeste asiático. Têm programas de

cooperação entre os membros em diversas áreas como transportes, educação e energia. Em 1992, os membros assinaram um acordo com o objetivo de eliminar as barreiras econômicas e alfandegárias. Membros: Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia, Vietnã. 5 – O MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

A América Latina, desde os anos 80, assistiu ao esgotamento da industrialização por substituição de importações e à transição dos regimes autoritários à democracia. A abertura das economias nacionais, a transformação do aparelho estatal, a consolidação dos regimes

democráticos e o encerramento da maior parte dos conflitos armados regionais ou internos não bastaram para solucionar os problemas acumulados na década precedente. Depois da "década perdida" na economia dos anos 80, os custos sociais dos ajustes estruturais dos anos 90 provocaram uma desintegração generalizada das sociedades do subcontinente. Criado em março de 1991 pelo Tratado de Assunção entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Tratava-se de uma continuidade e aprofundamento do “Acercamento Brasil-Argentina”, iniciado em 1986, pelos presidentes José Sarney e Raul Alfonsin. Através da integração com os países vizinhos, além de benefícios econômicos mais imediatos, se reforçaria a base regional como forma de incrementar a participação do Brasil e de seus parceiros platinos no plano mundial. Quando os EUA anunciaram a criação do NAFTA, o Brasil reagiu, lançando em 1993, a iniciativa da ALCSA (Área de Livre Comércio Sul-Americana) e estabelecendo com os países sul-americanos e africanos a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZoPaCAS), numa estratégia de círculos concêntricos a partir do Mercosul. O Mercosul em negociações com a União Européia culminou com a assinatura do primeiro acordo interblocos econômicos, o Acordo Marco Inter-regional de Cooperação União Européia-Mercosul, assinado em Madrid em dezembro de 1995. Etapas de criação/implantação do Mercosul 1986 - Acordo Bilateral Brasil X Argentina Redemocratização na América Latina. Brasil - Plano Cruzado. Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo

colégio eleitoral, José Sarney, substitui o último presidente militar, General João Batista de Figueiredo.

Argentina - Plano Alfonsin ou Austral. O presidente civil eleito substitui o general Galtieri, responsável pela Guerra das Malvinas.

1991 - Tratado de Assunção Criação do Mercosul. Proposta de criar urna área de livre trânsito de pessoas,

mercadorias, capital e empresas no estilo europeu. Não é (ainda)

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um mercado comum, funcionando primeiro como área de livre comércio.

Países-membros: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. 1995 - Reunião de Ouro Preto (MG) O Mercosul passa a funcionar como União Aduaneira. Adota a TEC -Tarifa Externa Comum para as importações. Brasil = Plano Real. Onde um real é igual ou aproximadamente

igual a um dólar, adotando o sistema de banda cambial ou câmbio fixo-flutuante.

Argentina = Plano Cavallo (dolarização ou paridade das moedas, um peso = um dólar) ou política de câmbio fixo; somente a Argentina e Hong-Kong funcionam desta forma tão radical.

1997 - Reunião de Fortaleza A Bolívia formaliza o pedido de entrada como membro, a exemplo

do Chile, como “associada” ou "parceira preferencial", até tomar as medidas econômicas necessárias. Conseguem privilégios criando uma área de livre comércio com a União Aduaneira dos países-membros do Mercosul.

Surge a idéia da moeda única. A integração do Mercosul aumentou em mais de 400% o comércio

entre os países-membros. 1999 - Crise do Real O Brasil adota o câmbio flutuante, permitindo que o valor da

moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta e da procura em relação ao dólar.

A desvalorização da moeda brasileira inverte a balança comercial com a Argentina, provocando um significativo déficit para a Argentina, com fuga dos investimentos e das empresas para o Brasil, aumentando as exportações brasileiras e reduzindo as importações dos países vizinhos.

O Brasil é obrigado a recorrer ao FMI O que é o Mercosul do ponto de vista comercial? O Mercosul hoje é uma área de livre comércio incompleta, onde grande parte totalidade dos bens é comercializada livre de tarifas. Em matéria de política comercial externa comum, o Mercosul também está na metade do caminho porque, embora exista formalmente uma tarifa externa comum (características de uma União Aduaneira), ela tem uma série de perfurações que fazem com que, na prática, nem todos os países apliquem a mesma tarifa para um produto similar e da mesma origem. Em 1991, o Tratado de Assunção, assinado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai buscava ser um bloco econômico nos moldes de uma União Aduaneira, através da eliminação progressiva das tarifas alfandegárias entre os países-membros e da adoção de uma tarifa externa comum (TEC) para a comercialização com os outros países não pertencentes ao bloco. Mas até 1995, o Mercosul funcionou apenas como uma Zona de Livre Comércio. A partir desse ano foi oficializada a constituição da União Aduaneira, mesmo que ainda incompleta. Junho de 2012 - Mercosul suspende Paraguai e anuncia adesão da Venezuela. Paraguai fica de fora do bloco até eleições presidenciais de abril de 2013. Venezuela entra como membro pleno do bloco comercial em 31 de julho. Israel será parceiro comercial do Mercosul 15/03/2010 – Valor Econômico O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em visita a Israel, que foi aprovado o acordo de livre comércio entre o país e o Mercosul. Israel é o primeiro país fora da América do Sul a ter um acordo de livre comércio com o bloco econômico. O acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel passa a valer a partir de 4 de abril. A expectativa, segundo empresários, é que o comércio triplique nos próximos cinco anos. Dos 200 empresários que participaram de um seminário no qual Lula discursou, 80 eram brasileiros. O acordo foi comemorado pelo governo israelense.

Os Tigres Asiáticos O Japão, que saiu da segunda guerra mundial destruído, adquiriu capacidade industrial, comercial e financeira e, na década de 70, ampliou sua influência para a Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong, os chamados Tigres Asiáticos (ou Dragões Asiáticos). Mão-de-obra barata e incentivos às indústrias caracterizam os Tigres, que ampliaram suas exportações mundialmente. Em qualquer loja é possível ver produtos made in Taiwan.

A CRISE ECONÔMICA GLOBAL – 2007/2012 Origens A crise no mercado hipotecário dos EUA é uma decorrência da crise imobiliária, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado foi o de hipotecas chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplência. O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, na expectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da nova compra um investimento. As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento "subprime". O cliente "subprime" é um cliente de renda baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa --ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco. Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos compram esses títulos "subprime" das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos. Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito). Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair: os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começa a superar a demanda e desde então o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis. Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta - com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas.

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COMO COMEÇOU A CRISE 1. IMÓVEIS VALORIZADOS Com juros baixos e crédito farto, os preços dos imóveis nos EUA tiveram forte valorização, encorajando mutuários a refinanciar suas hipotecas. Os bancos davam aos mutuários uma diferença em dinheiro, utilizada para consumir.

2. TÍTULOS LASTREADOS Para captar dinheiro, os bancos criaram instrumentos financeiros complexos chamados títulos lastreados em hipotecas (uma espécie de nota promissória garantida pelas hipotecas) e venderam para investidores que também emitiram seus próprios títulos lastreados nesses títulos e passaram-nos para frente, espalhando-os por todo sistema bancário.

3. JUROS ALTOS E QUEDA DOS PREÇOS As taxas de juros começaram a subir para combater a inflação enquanto os preços dos imóveis passaram a cair, fazendo com que as mensalidades da casa própria ficassem mais caras. A inadimplência disparou e, assim, os títulos que eram garantidos por essas hipotecas perderam valor.

4. PERDA DOS BANCOS Além dos prejuízos com a inadimplência, os bancos tiveram fortes perdas com os títulos. Os bancos com maiores proble-mas se viram à beira da falência e precisaram da ajuda do governo americano.

5. CRISE DE CONFIANÇA Instalou-se uma grave crise de confiança e os bancos não querem mais emprestar, com medo de calotes.

Efeitos No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais.

Foi esse o efeito visto em setembro de 2007 quando o BNP Paribas francês congelou cerca de 2 bilhões de euros dos fundos de investimento citando preocupações sobre o setor de crédito "subprime" nos EUA. Depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em pânico e algumas das principais empresas de financiamento imobiliário e bancos passaram a sofrer os efeitos da retração e faliram. Bancos como Citigroup, UBS e Bear Stearns tiveram prejuízos bilionários decorrentes da crise. As duas hipótecárias possuem quase a metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para a habitação nos EUA; no segundo trimestre, registraram prejuízos de US$ 2,3 bilhões (Fannie Mae) e de US$ 821 milhões (Freddie Mac). Já o banco Lehman Brs. vinha procurando uma fonte de crédito para poder honrar seus compromissos, mas não teve sucesso. Sem alternativa, o banco pediu concordata. O Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America para não ter o mesmo destino. A seguradora americana AIG foi outra que quase quebrou, mas foi salva por um empréstimo de US$ 85 bilhões do Fed, em troca do controle da empresa. Conseqüências

O PIB americano caiu 3,8% no trimestre do final de 2008. Foi o pior desempenho trimestral desde o período de janeiro a março de 1982, quando a economia caiu mais de 6% - á época, como agora, o país estava em uma recessão. A crise, e o risco para o sistema bancário que ela representava, levou o governo americano a propor um pacote de US$ 700

bilhões - aprovado em outubro de 2008. O pacote iria ajudar os bancos com balanços comprometidos pelo peso dos derivativos lastreados nas hipotecas "subprime". O setor automobilístico vive uma situação problemática que é consequência direta da crise de crédito resultante dos problemas com hipotecas. A GM e a Chrysler, com quedas nas vendas devido às dificuldades dos compradores em obter financiamento, precisaram de ajuda do governo para fechar suas contas. O mercado de trabalho também sofre uma contração, nos EUA e além, causada pela crise de crédito originada nos problemas do mercado imobiliário. A taxa de desemprego nos EUA fechou 2008 em 7,2%, pior nível desde 1993. O número de desempregados no país no ano passado chegou a 2,6 milhões, maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Crise fortaleceu papel do Brasil no mundo Instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevêem que o país, ao lado de outros emergentes, se recupere da crise mais rapidamente e também amplie a margem de vantagem em relação ao crescimento dos países ricos. Segundo um relatório recente da OCDE sobre o Brasil, a relação dívida pública/PIB deve manter-se próxima de 40% do PIB em 2009 - e depois deve cair gradualmente para 35% no médio prazo. Os países emergentes são grandes produtores de commodities, vistas como investimentos seguros no longo prazo. No começo da crise, o preço de muitas commodities caiu drasticamente, afetando também grandes exportadores como o Brasil. No entanto, alguns preços já voltaram a subir. De dezembro até junho, o preço da soja subiu 60%. Segundo a Economist Intelligence Unit (EIU), o preço geral das commodities comercializadas pelo Brasil está crescendo no segundo semestre deste ano, graças à China, que está aumentando suas importações. O Brasil ainda tem problemas enormes em várias áreas, como terrível infra-estrutura, um enrolado sistema tributário que não é atraente para investidores, baixos níveis de educação dos trabalhadores em geral - apesar de alguns bolsões de excelência - e serviços públicos muito pobres.

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A Globalização do Protesto

O movimento de protesto que começou na Tunísia em janeiro (de 2011) espalhou-se para o Egito, depois para a Espanha, e tornou-se global, com protestos engolfando Wall Street e cidades espalhadas pelos EUA. A globalização e as tecnologias modernas permitem que movimentos sociais transcendam fronteiras tão rapidamente como idéias. E o protesto social encontrou solo fértil em toda parte: um sentimento de que o “sistema” fracassou e a convicção de que, mesmo numa democracia, o processo eleitoral não consertará as coisas – ao menos não sem uma forte pressão. Há um tema comum entre eles, manifestado pelo movimento Ocupe Wall Street numa frase: “Somos os 99%.” Esse slogan faz eco ao título de um artigo que publiquei recentemente intitulado “Do 1%, para o 1%, e pelo 1%”, descrevendo o enorme aumento da desigualdade nos EUA: 1% da população controla mais de 40% da riqueza e recebe mais de 20% da renda. São pessoas tão ricamente recompensadas não porque tenham contribuído mais para a sociedade, mas porque são, em poucas palavras, bem-sucedidos (e por vezes corruptos) caçadores de renda. Por todo o mundo, influência política e práticas anticompetitivas (em geral sustentadas pela política) foram centrais para o crescimento da desigualdade econômica. Reforçaram essa tendência os sistemas fiscais nos quais um bilionário como Warren Buffett paga menos impostos (como porcentagem de sua renda) que seu secretário, ou em que especuladores, que ajudaram a derrubar a economia global, são taxados com alíquotas mais baixas que os que trabalham por sua renda. Algumas pesquisas nos últimos anos mostraram como são importantes e entranhadas as noções de justeza. Os manifestantes da Espanha, e os de outros países, estão certos de se indignar: eis um sistema em que os banqueiros são salvos, enquanto os que eles pilharam foram deixados à própria sorte. Pior, os banqueiros estão agora de volta a suas escrivaninhas, ganhando bônus maiores do que a maioria dos trabalhadores espera ganhar em toda a vida, enquanto jovens que estudaram duro e jogaram conforme as regras não veem perspectivas de um bom emprego. O crescimento da desigualdade é produto de uma espiral viciosa: os ricos caçadores de renda usam sua riqueza para modelar uma legislação que protege e aumenta sua riqueza – e sua influência. Os manifestantes estão corretos quando acham que existe alguma coisa errada. Por todo o mundo, temos recursos subutilizados – pessoas que querem trabalhar, máquinas que estão ociosas, prédios que estão vazios – e enormes necessidades não atendidas: combater a pobreza, promover o desenvolvimento e preparar a economia para o aquecimento global, para citar apenas algumas. Nos EUA, após mais de sete milhões de execuções hipotecárias de casas nos últimos anos, há residências vazias e pessoas sem teto. Os manifestantes foram criticados por não terem uma agenda. Mas isso é uma incompreensão do protesto, uma expressão de frustração com o processo eleitoral. Eles são um alarme. O protesto antiglobalização em Seattle, em 1999, no que devia ser a inauguração de uma rodada de conversações comerciais, chamou atenção para falhas da globalização e das instituições e acordos internacionais que a governam. Quando a imprensa se aprofundou nas alegações dos manifestantes, descobriu que havia mais que um grão de verdade nelas. As negociações comerciais que se seguiram foram diferentes e o Fundo Monetário Internacional posteriormente empreendeu reformas significativas. Ainda nos EUA, os manifestantes pelos direitos civis dos anos 60 chamaram a atenção para o racismo institucionalizado na sociedade americana. Esse legado ainda não foi superado, mas a eleição do presidente Barack Obama mostra o quanto aqueles protestos moveram os EUA. Em outro nível, os manifestantes de hoje pedem pouco: uma chance de usar suas habilidades. Sua esperança é evolucionária, não revolucionária. Mas, em outro nível, eles estão pedindo muito: uma democracia em que as pessoas, e não os dólares, importem, e uma economia de mercado que cumpra o que supostamente deveria cumprir.

Joseph E. Stiglitz. é Ganhador do Nobel de Economia e Professor da Universidade Columbia http://blogs.estadao.com.br/radar-global/a-globalizacao-do-protesto/

2008, o ano que ainda não terminou Nas últimas semanas de Julho de 2011 o mundo acompanhou com os olhos fixos nos noticiários as negociações sobre a dívida pública norte-americana como se fossem capítulos finais de uma novela que batia recordes de audiência. O presidente Barack Obama falou várias vezes ao público norte-americano pedindo que fizessem pressão sobre os Congressistas (Democratas e Republicanos) para que estes aprovassem uma autorização para que o governo daquele país pudesse se endividar ainda mais sob o risco de provocar uma moratória de proporções gigantescas e repercussões globais impossíveis de serem previstas. Mas quais os motivos que levaram a maior economia do mundo ficar à beira de um calote e porque o mundo está passando por um processo de redução da atividade econômica? A partir de meados de 2007, uma avassaladora crise começou a atingir a economia de todo o planeta. Governos, empresas, bancos, financeiras, seguradoras, fundos de pensão e pessoas físicas em todo o mundo foram duramente atingidos por uma onda de rombos e prejuízos que ultrapassou 20 trilhões de dólares até o final de 2010. E, diferente das crises que ocorreram nos anos 90 e começo dos anos 2000 em países periféricos do capitalismo global como México, Argentina e Brasil; esta atingiu o centro do capitalismo financeiro: EUA, União Européia e Japão. Alguns países como China, Índia e Brasil, que juntos com a Rússia formam o BRIC (grupo dos maiores países emergentes da atualidade), sofreram menos com a crise, mas não passaram ilesos. Para muitos economistas, essa é a maior crise econômica da história do Capitalismo e ainda não acabou. Duas décadas de desregulamentação financeira neoliberal transformou o mercado financeiro num verdadeiro Cassino onde banqueiros e especuladores, com apoio dos governos destes países, não apenas falsificavam balanços e relatórios como apostavam as economias de milhões de famílias sem qualquer medo de serem responsabilizados depois. Essa situação de irresponsabilidade e de fraudes contábeis ficou impossível de ser escondida quando uma “bolha especulativa” em hipotecas norte-americanas de alto-risco (títulos chamados de subprimes) explodiu no segundo semestre de 2007. Tais subprimes foram livremente negociadas sem qualquer controle por instituições financeiras do todo o mundo, principalmente nos EUA, enquanto as agências de riscos classificavam tais operações como “totalmente confiáveis”. Como eram títulos de alto-risco e com históricos de inadimplência, assim que os primeiros calotes começaram em finais de 2006, iniciou-se um verdadeiro “efeito dominó”. Em questão de meses, centenas de bilhões de dólares evaporaram e transformaram-se em “títulos podres”, ou seja, títulos que nunca serão pagos, pois seus valores estavam completamente fora da realidade por conta da especulação desenfreada. Essa foi a primeira fase da crise.

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Em 2008, essa verdadeira avalanche de calotes deixou o mercado financeiro global em pânico e em semanas outras centenas de bilhões de dólares foram retiradas de negociação nas bolsas de valores e os bancos cortaram o crédito. Tal “efeito manada” entre os investidores e bancos fez com que os que tinham dinheiro ficassem com medo de investir (não confiavam nos balanços das empresas) ou emprestar (temiam novos calotes) e aqueles que precisavam de dinheiro para saldar suas dívidas ficaram sem opção a não ser arcar com o prejuízo. Essa crise de crédito afundou o consumo e o investimento e marcou a segunda fase da hecatombe econômica. Os resultados imediatos foram dezenas de milhões de desempregados; uma brutal queda na produção e nos investimentos privados; uma quebradeira generalizada de bancos, empresas, seguradoras, fundos de pensões e milhões de famílias norte-americanas sem suas casas. Um verdadeiro caos financeiro onde ninguém sabia exatamente o tamanho do rombo e quem iria pagar a conta. Para tentar debelar o incêndio financeiro, os governos dos principais países do mundo passaram a adotar medidas para reativar a economia em 2009 e 2010. Os juros foram cortados ao máximo para estimular o consumo, os prejuízos foram assumidos pelos Tesouros Nacionais e os Bancos Centrais destes paises passaram a derramar trilhões de dólares no mercado financeiro na tentativa de dar tranqüilidade aos investidores e empresários a fim de forçar uma nova onda de crescimento. E esta é a origem da terceira fase da crise, que começou em 2010 e se agravou em 2011. Tal estratégia dos países desenvolvidos foi arriscada. Os governos injetaram fábulas de dinheiro no mercado, aumentando de maneira descontrolada suas dívidas públicas para fazer com que a roda da economia voltasse a girar. A questão é que a economia ainda não voltou a crescer de maneira satisfatória e, neste caso, em vez de ajudar, o endividamento público irá somar-se aos outros problemas. Dentre os mais atingidos por tal tsunami de prejuízos e que adotaram essa estratégia, destacam-se os EUA, Japão e União Européia (sobretudo um grupo de países da Zona do Euro conhecidos como PIIGS - Portugal, Itália, Grécia e Espanha - Spain em inglês), pois suas dívidas públicas chegaram a níveis alarmantes. O segundo semestre de 2011 foi dramático. Os EUA ficaram a beira de uma moratória histórica. Grécia, berço da democracia, vive novamente uma crise marcada por protestos populares e violenta repressão. A Espanha bate recordes no nível de desemprego. Portugal, além de receber ajuda financeira internacional, aprovou em novembro mais um “orçamento de austeridade” duríssimo para 2012. A Itália, um dos membros do G7, viu seu folclórico e verborrágico primeiro ministro Silvio Berlusconi renunciar após o aprofundamento da crise econômica. A Inglaterra enfrenta greves gerais de funcionários públicos contra medidas recessivas propostas pelo governo. O problema é que a cura apontada por boa parte dos especialistas pode ser um remédio amargo demais: redução nos salários, reforma na previdência social, aumento de impostos, cortes de investimentos em áreas sociais e mais demissões. Este remédio pode matar o paciente ao invés de curá-lo, além do risco da crise se transformar em uma nova epidemia na economia global. Marcio de Paiva Delgado é graduado e Mestre em História pela UFJF e Doutorando em História pela UFMG http://politicarevisitada.blogspot.com/2011/12/2008-o-ano-que-nao-terminou.html Entenda o novo capítulo da crise que atinge a Europa - 2012 As eleições presidenciais na Grécia e na França em maio de 2012 criaram um novo cenário para a crise econômica que atinge a Europa e se reflete no Brasil e no mundo desde, pelo menos, o início de 2011. O agravamento da condição fiscal de alguns países é reflexo da turbulência econômica do fim de 2008, o que afeta diretamente as bolsas de valores e o dólar. A definição de François Hollande como vencedor da disputa pela Presidência da França e o impasse quanto ao futuro político da Grécia fizeram ressurgir as discussões sobre a eficiência dos planos

de austeridade para amenizar os impactos da turbulência econômica na vida dos europeus. As próprias Bolsas de Valores são um espelho do que acontece na economia real, principalmente em situações adversas como essas. A tendência do lado real da economia é reagir de forma negativa. Com mais cortes de gastos e menor atividade econômica, consequentemente a expectativa de crescimento econômico é menor. Isso gera menos resultados para as empresas e as ações caem. Com maior instabilidade no mercado, o dólar se torna um investimento mais seguro porque o risco de o governo dos Estados Unidos quebrar é praticamente nulo. Austeridade Austeridade significa, basicamente, corte de gastos públicos — por meio de reduções dos salários de servidores e de investimentos em infraestrutura e serviços, por exemplo — e aumento de impostos. Desde o final da crise econômica de 2008, os governos da Europa, sobretudo, passaram a se endividar mais e as empresas privadas, com a recessão econômica, passaram a deixar de recolher impostos como antes, conjunção que impactou diretamente nos cofres públicos. Para tentar reverter este cenário, em dezembro de 20112, 25 dos 27 países da União Europeia firmaram um pacto fiscal para estimular o crescimento econômico, enfrentar a crise econômica e recuperar o prestígio do euro nos mercados internacionais. Esse pacote inclui punição para países que registrarem saldo negativo das contas públicas acima de 3% do seu PIB; a criação de um fundo de resgate permanente para os países da região em julho deste ano; e um financiamento de 200 bilhões de euros a países endividados, a ser provido por países europeus para o FMI (Fundo Monetário Internacional). Situação agora Com a vitória de Hollande na França, um dos países mais ricos e influentes da União Europeia, o futuro dos planos de austeridade foi colocado em xeque porque o socialista já se manifestou contrário a tais medidas. Na semana passada, o presidente francês afirmou que “a austeridade não pode mais ser a única opção”. Hollande defende que, em vez de os governos se focarem só em cortar gastos e elevar impostos, exista também um investimento específico na economia a fim de estimular o crescimento econômico. As propostas de Hollande, porém, contrariam a política econômica conduzida por outro gigante da UE, a Alemanha, que é governada por Angela Merckel — defensora ferrenha do corte brusco dos gastos públicos no bloco econômico. Essa discussão política afeta diretamente a Grécia, país mais afetado pela crise e que vive um momento crítico ao tentar formar um novo governo depois de eleições nas quais não houve maioria eleita em nenhum partido. Por sua vez, o comportamento do mercado financeiro na Europa se reflete na bolsa brasileira, já que boa parte dos investidores é estrangeira e que, diante das incertezas na Europa, podem passar a aplicar dinheiro no País. Com mais dólares no mercado brasileiro, maior a oferta e, portanto, maior é a desvalorização diante do real. Esse movimento reduz a competitividade das mercadorias produzidas pela indústria nos mercados internacionais, o que reduz o lucro e afetam os investimentos e o mercado de trabalho do setor. BRASIL - RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DIPLOMACIA Secretário-Geral – Atualmente é o sul-coreano Ban Ki-Moon. A organização é o mais respeitado fórum de discussão e encaminhamento dos problemas mundiais, embora esteja longe de conseguir assegurar a paz no planeta, como previa sua carta de fundação, de 1945. O secretário-geral, cargo mais importante da instituição, atua com limites, pois depende do aval das principais potências, que detêm o real poder na ONU.

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Fundação da Onu - A ONU foi fundada após a II Guerra Mundial e seu funcionamento está marcado pela situação da época. No Conselho de Segurança (CS), que delibera sobre a segurança mundial e discute intervenções militares, os cinco membros permanentes - EUA, China, Federação Russa, França e Reino Unido -, as nações que ganharam a guerra, têm poder de veto sobre as decisões. Muitos países acham que o formato do CS ficou inadequado e defendem mudanças. Reformas no Conselho de Segurança - Entre as propostas em debate está a ampliação do número de países membros no CS de 15 para 24 ou 26. Essa proposta é apoiada pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan. O Grupo dos 4 (G-4), formado por Alemanha, Japão, Brasil e índia, defende a idéia de que haja mais seis integrantes com assento permanente: os quatro e dois representantes da África. O Brasil e o Conselho de Segurança das Nações Unidas Desde o começo do governo Lula, o Brasil mantém a clara intenção de propor uma mudança na estrutura do Conselho de Segurança da ONU. Além de aumentar o número de participantes, o governo brasileiro busca um assento permanente. Atualmente, o Conselho é formado por 15 membros, sendo que destes, 5 são membros permanentes e com direito a veto: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China. Os outros 10 membros são rotativos e têm mandatos de 2 anos. Atualmente o Brasil é um dos membros. O Grupo do Rio Mecanismo Permanente de Consulta e Concertação Política - Grupo do Rio (GRIO) - criado em 1986, no Rio de Janeiro. Dele fazem parte Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Venezuela, Uruguai e um representante da Comunidade do Caribe/CARICOM. A partir da Cúpula de Cartegena (2000) Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e República Dominicana participam do GRIO como membros plenos e individuais. O Grupo do Rio é um mecanismo singularmente dotado para consultas políticas no mais alto nível, com grande maleabilidade de procedimentos e um grau mínimo de institucionalização. Tem sido um importante instrumento na contenção de processos que colocam em risco a ordem democrática. Além disso, tornou-se um foro privilegiado de concertação de posições latino-americanas e caribenhas em questões regionais e internacionais. Dilma discursa na abertura da Assembléia Geral da ONU Presidente foi a primeira mulher a fazer discurso de inauguração do evento (21 de setembro de 2011). Em discurso, abordou questão Palestina, Crise Econômica Global e Conselho de Segurança.

Obama anuncia programa para agilizar vistos no Brasil 19 de janeiro de 2012 O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira o lançamento de um projeto-piloto de dois anos para agilizar a emissão de vistos para o Brasil. Turismo e emprego Em discurso na Disney World de Orlando, Obama afirmou que "a população do Brasil adora vir à Flórida, mas nós estávamos dificultando essas visitas". "Quanto mais gente visitar os EUA, mais americanos voltarão a trabalhar. É simples assim", afirmou o

presidente. A Casa Branca calcula que se o país aumentar sua participação no mercado turístico internacional, poderiam ser criados mais de um milhão de empregos na próxima década. A crescente classe média de emergentes como Brasil, China e Índia é tratada como crucial nesse esquema, especialmente porque, segundo o Departamento de Comércio, os brasileiros gastam em média US$ 5 mil em cada viagem aos EUA. Paraguai – “Golpe Branco” contra Fernando Lugo – junho 2012 Federico Franco assumiu o governo do Paraguai a 22 de junho de 2012, após o impeachment de Fernando Lugo. O processo contra Lugo foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável". Ele também foi acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo, como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo das Forças Armadas e não ter atuado de forma decisiva no combate ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior partes deles antes mesmo de Lugo tomar posse. O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista. A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo. Na sexta, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo. UNASUL - A União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) é formada pelos doze países da América do Sul. O tratado constitutivo da organização foi aprovado durante Reunião Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Brasília, em maio de 2008 e ratificada em 2011. A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) é uma organização reconhecida pela ONU que tem o objetivo de facilitar as relações entre seus 12 países membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Não se trata, porém, de um bloco como o Mercosul e a União Europeia. Entidades desse tipo visam apenas a integração econômica. A Unasul, ao contrário, é uma entidade com propostas mais abrangentes. Ela tem metas políticas e estratégicas também, que incluem a criação de um parlamento, um conselho de defesa e um banco continental. Lá na frente, em um futuro ainda distante, a ideia é que tudo isso acabe resultando na formação de uma grande zona de livre comércio. Ainda assim, não dá para classificá-la como um bloco de interesses estritamente econômicos. Na parte econômica, a intenção da Unasul por enquanto é auxiliar na convergência dos blocos já existentes: o MERCOSUL e a Comunidade Andina de Nações. Unasul decide suspender Paraguai do bloco – junho 2012 Suspensão do país ocorreu com base no tratado constitutivo do bloco sul-americano. A suspensão ocorreu com base no tratado constitutivo Unasul. A Unasul também aprovou a criação de uma comissão para fiscalizar o processo eleitoral paraguaio. Mercosul suspende Paraguai e anuncia adesão da Venezuela Paraguai fica de fora do bloco até eleições presidenciais de abril de 2013. Venezuela entra como membro pleno do bloco comercial em 31 de julho.

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O Mercosul decidiu suspender temporariamente o Paraguai até as novas eleições presidenciais do país, em 2013, e afirmou que a Venezuela será incorporada ao bloco como "membro de pleno direito". Além dos países fundadores e da Venezuela, o Mercosul tem Chile, Bolívia, Equador e Peru como países associados. Os anúncios foram feitos na cúpula semestral do bloco na cidade argentina de Mendoza. O Mercosul "suspendeu temporariamente o Paraguai até que se leva a cabo o processo democrático que novamente instale a soberania popular" no país, disse a presidente argentina, ao lado da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e do presidente do Uruguai, José Mujica. As medidas contra o Paraguai ocorrem em resposta ao processo de impeachment do presidente Fernando Lugo, em junho de 2012 e que foi repudiado pelos países sul-americanos. Nenhum representante do novo governo paraguaio, agora presidido por Federico Franco, ex-vice de Lugo, participou da cúpula. Venezuela A Venezuela será incorporada ao bloco em cerimônia que será realizada no Rio de Janeiro, em 31 de julho de 2012. O processo de ingresso da Venezuela havia se iniciado em 2006, após ser solicitado um ano antes, mas estava parado por conta da negativa do Congresso do Paraguai a ratificá-lo. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que a entrada do país no bloco era uma "derrota para o imperialismo e as burguesias". Mais cedo, em Assunção, Federico Franco disse que, se a suspensão paraguaia se confirmasse, o país iria buscar novos parceiros comerciais. Franco também prometeu manter o cronograma eleitoral no país. BRASIL NO HAITI Brasil comanda missão da ONU para reorganizar país O Haiti está localizado na América Central insular, na parte oeste da ilha La Hispaniola. O país apresenta o pior IDH - Índice de Desenvolvmento Humano - das Américas e um dos piores do mundo. Possui uma população de quase 8,6 milhões de habitantes com 96% formada por população negra ou mestiça. A ocupação européia foi feita inicialmente pela Espanha. A partir de 1697, o território foi dominado pelos franceses, que implantaram a agricultura canavieira com a mão-de-obra escrava vinda da África. Embora tenha se tornado independente em 1804, o Haiti sofreu invasões da Espanha e dos EUA (1915 a 1934). Papa Doc e Baby Doc Em 1957, François Duvalier (chamado Papa Doc) foi eleito presidente do Haiti e criou a Milícia de Voluntários da Segurança, cujos membros, mais conhecidos como Tonton Macoutes ("bichos papões", no dialeto local), eliminaram a oposição. Iniciou-se, então, um regime ditatorial baseado no terror, inclusive com elementos do sobrenatural: o vodu passou a ser usado para amedrontar a população descontente e ameaçar a Igreja. Com a sua morte do Papa Doc, em 1971, seu filho Jean-Claude Duvalier (ou Baby Doc) assumiu o poder e continuou com os mesmos métodos de controle e repressão. A insatisfação popular cresceu a ponto do Baby Doc ser forçado a abandonar o país em 1986. Uma junta governou o país até as eleições de 1990, vencidas pelo padre de esquerda Jean Bertrand Aristide que sofreu um golpe de Estado e se refugiou no Canadá. Muitos refugiados se dirigiram aos EUA e países vizinhos, o que levou o governo norte-americano de Bill Clinton e a ONU a reivindicarem o retorno de Aristide ao poder. A Era Aristide Ao retornar ao Haiti, Aristide dissolveu o exército haitiano e governou até 1995, quando elegeu o seu sucessor: René Prèval. Nas eleições de 2000, Aristide venceu novamente, com 92% dos

votos, e o seu partido ganhou todas as cadeiras de deputados e senadores em disputa. Porém, em 2004 o Haiti possuía cerca de 70% da sua população desempregada, o mandato dos deputados e senadores se encerrou sem novas eleições e Aristide governava por decretos. A oposição ao seu governo aumentou e armou-se, começou uma luta armada e Aristide deixou o país (retirado pelos EUA, à força). Tropas da ONU No mesmo ano, a ONU enviou tropas com soldados do Chile, EUA, Canadá e França e instalou um governo provisório. O Conselho de Segurança da ONU instituiu a Operação Minustah para garantir a segurança e as condições estáveis de modo a restabelecer um processo político e constitucional no país. O comando das tropas foi confiado ao Brasil. A Operação Minustah visa ajudar o governo transitório, na reforma de sua polícia nacional e em programas de desarmamento de grupos paramilitares e bandidos. O Brasil enviou cerca de 1.200 soldados para o Haiti e assumiu o comando das tropas das ONU (cerca de 8.360 soldados de 40 países). O Brasil em ação no Haiti Em 2006, o general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar se suicidou. O suicídio teria sido causado pela falta de perspectiva de solução dos conflitos internos no Haiti (pois eles deixaram de ser políticos e os problemas sociais ganharam maior importância): desemprego em torno de 80% da população, desestruturação social, aumento da violência e a falta de ajuda internacional. Para o Brasil, o comando das tropas da ONU é visto como uma forma de o país pleitear um assento no Conselho de Segurança da ONU, ganhar experiência na luta contra o crime em favelas do Rio de Janeiro (o exército realizou uma seqüência de incursões que desmontaram as gangues de Cité Soleil - favela localizada na capital, Porto Príncipe, a área mais violenta do Haiti) e melhorar os equipamentos militares de combate urbano (o que já ocorreu com o Cascavel e o Urutu). Venezuela – Crise do adiamento posse de Chaves Janeiro de 2013

Com o argumento de que há "continuidade administrativa" na presidência após a reeleição em outubro do presidente Hugo Chávez, desde 1999 no poder, a Suprema Corte da Venezuela decidiu que é constitucional a prorrogação da posse do líder venezuelano. A decisão foi anunciada em meio a um acalorado debate entre o governo e a oposição sobre se a Constituição estabelece que o presidente da Venezuela, que está em um hospital em Havana com complicações por uma infecção pulmonar após sua quarta cirurgia relativa a um câncer, deveria tomar posse na quinta-feira, como estabelecido no texto constitucional. O vice-presidente Nicolás Maduro anunciou que Chávez não poderia comparecer à posse na data prevista. Chávez foi reeleito em outubro para seu quarto mandato, o que lhe permitiria ficar no poder até 2019, quando totalizaria 20 anos na presidência. - Oposição argumenta que mandato atual de Chávez (2007-2013) termina no dia 10, quando teria de assumir obrigatoriamente para seu quarto mandato (2013-2019). Data da posse seria essa tanto

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para a cerimônia na Assembleia Nacional quanto na Suprema Corte. Assim, autoridades (como o vice-presidente) nomeadas por Chávez em seu mandato prévio não teriam legitimidade após essa data. Segundo a oposição, a única forma de prorrogar a cerimônia de posse seria a Assembleia aprovar uma "ausência temporária" de 90 dias para Chávez, período que poderia ser estendido por mais 90 dias e em que o líder do Congresso unicameral governaria interinamente. Para os opositores, a Suprema Corte deveria indicar uma equipe médica para determinar a condição de saúde de Chávez. - Governo diz que artigo 231 não estabelece prazo para juramento ao cargo ser feito perante Suprema Corte. Assim, diante de um imprevisto, presidente eleito poderia assumir perante essa corte a qualquer hora. Segundo o vice-presidente Nicolás Maduro e o presidente da Assembleia Nacional do país, Diosdado Cabello, Chávez já é presidente há 14 anos e pode dar continuidade ao governo sem cumprir a formalidade do juramento. O governo também argumenta que, no caso de Chávez, aplica-se o Artigo 235 da Constituição, que obriga o presidente a pedir autorização à Assembleia Nacional para ausentar-se do país por mais de cinco dias – medida que Chávez tomou antes de embarcar para Cuba. Assim, como pediu permissão para fazer o tratamento médico, sua ausência não poderia ser considerada temporária nem absoluta. Até ele voltar, vice permaneceria em seu lugar e não haveria mudanças no gabinete. Resumo Político de 2012 nas 3 Américas O ano de 2013 começa com decisões importantes na política e na economia das Américas. Nos Estados Unidos, o Congresso aprovou um acordo para evitar o abismo fiscal, uma série de medidas, como corte de gastos públicos e aumento de impostos, que poderia levar o país a outra recessão. Na América Latina, a maior expectativa é quanto à saúde do presidente venezuelano Hugo Chávez, que se recupera de uma cirurgia para tratamento de câncer. Ele foi reeleito pela quarta vez em 2012 e, caso não consiga ser empossado, poderá ser o fim da “revolução bolivariana”. Em Cuba, um dos últimos regimes comunistas do mundo, entrará em vigor dia 14 a nova lei migratória, que acaba com as restrições para que cubanos saiam da ilha. Nas duas maiores economias da América do Sul, Brasil e Argentina, as atenções estarão voltadas para as finanças. A economia brasileira cresce em ritmo lento (menos de 1% previstos para 2012), enquanto na Argentina, a política econômica derrubou a popularidade da presidente Cristina Kirchner. Já o Uruguai, que aprovou a descriminalização do aborto, deve discutir agora o casamento gay e a legalização da maconha. No Paraguai, a população vai às urnas para escolher o substituto do presidente Fernando Lugo, alvo de impeachment ano passado. Política internacional: Eleições nos EUA e troca de presidente na China - 2013 Estados Unidos e China iniciaram em 2013 seus processos de transição de poder, cujos resultados afetam todo o mundo. Nos Estados Unidos, o democrata Barack Obama foi reeleito presidente no dia 6 (terça-feira). Foram as eleições presidenciais mais disputadas das últimas décadas. A expectativa agora é para uma resolução dos problemas econômicos do país, que acumula uma taxa de desemprego de quase 8% e um déficit público que ultrapassa US$ 1 trilhão. Na China, a troca de comando começou com a abertura do 18o Congresso do Partido Comunista, em 8 de novembro (quinta-feira). O processo de escolha das lideranças – presidente e primeiro-ministro – é obscuro e fechado, realizado pelo partido que governa desde 1949.

BRASIL: ESPAÇO E SOCIEDADE O Brasil é dividido em 3 macrorregiões econômicas Centro-Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São

Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Nordeste - Bahia, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Maranhão.

Amazônia - Mato Grosso, Tocantins, Pará, Amapá, Rondônia, Amazonas, Acre e Roraima.

Cada macrorregião possui características distintas devido a vários fatores, como história, desenvolvimento, população, economia. A região Centro-Sul, de todas as macrorregiões, é a mais desenvolvida, não só economicamente, mas também em indicadores sociais (saúde, educação, renda, mortalidade infantil, analfabetismo entre outros). As migrações internas

Na história das migrações internas do país, a maioria partiu do Nordeste. Na década de 50 para a construção de Brasília (Candangos); entre 1950 e 1985 para as grandes cidades do Sudeste, contribuindo para a expansão urbano-industrial e a partir da década de 1970, para a Amazônia. Por outro lado, o maior fluxo migratório ocorrido na história do Brasil foi o da industrialização, que trouxe migrantes de várias regiões brasileiras para o eixo Rio-São Paulo, atraídos pela grande oferta de emprego e a falta de condições nas regiões de origem dos migrantes. Segundo o IBGE, a mobilidade da população brasileira aumentou na segunda metade do século XX. Entre a década de 1940 e o final dos anos 80, aproximadamente 57 milhões de brasileiros mudaram de cidade ou região. Durante todo o processo de povoamento do Brasil, elas tiveram um papel de destaque. No início foram as áreas marginais da zona

açucareira nordestina, seguidos pela pecuária no agreste e sertão nordestino, O passo seguinte foi o da mineração, em Minas Gerais que levou um grande contingente de pessoas para a região. Até mesmo a região amazônica também foi um forte pólo de atração migratória, com o ciclo da borracha, acompanhado pela expansão cafeeira no Sudeste. A região que menos teve migrações até este período foi o Sul do país, onde os imigrantes fizeram uma colonização diferenciada do restante do país, mas a partir de 1970, eles foram incentivados a trabalhar em áreas da região Norte, através de vantagens oferecidas pelo governo. Migração interregional — O Sudeste ainda é um dos principais destinos dos migrantes. Hoje em dia, o Centro-Oeste é a região que mais recebe gente. Sul e o Norte apresentam equilíbrio de entrada e saída de pessoas. O Nordeste ainda é a região de maior emigração. No entanto, de acordo com o último Censo do IBGE, o padrão das migrações internas mudou drasticamente e é notado um fluxo de retorno à região de origem, devido as limitações do mercado de trabalho, devido à crise socioeconômica da década de 80, que persiste até hoje, com redução no número de empregos e aumento no número de pessoas subempregadas. Sudeste — heterogeneidade estrutural e perspectivas O crescimento industrial ocorrido na fase conhecida como “milagre brasileiro”, a partir do final da década de 60 e durante os anos 70, baseou-se fundamentalmente no padrão industrial e tecnológico anterior, com grande ênfase em indústrias de bens intermediários, altamente intensivas em recursos naturais, e de bens duráveis de consumo. A existência de variados mecanismos de incentivos estaduais e regionais e uma ampla fronteira de recursos naturais, apoiada no avanço da infra-estrutura, propiciaram um processo de desconcentração para várias regiões e estados brasileiros.

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O crescimento agropecuário, ao contrário, se fez com grandes transformações estruturais e tecnológicas, especialmente com a incorporação produtiva dos cerrados. Assim, ao lado do grande crescimento da produção de4grâos nos estados do Sul do Brasil ocorreu também o movimento da fronteira em sentido ao Centro-Oeste. O movimento migratório e os serviços tenderam a acompanhar o crescimento industrial e agropecuário. As transformações estruturais em curso alterarão, seguramente, o sentido regional do desenvolvimento econômico brasileiro. No Brasil, quase 40% da população mora fora do município no qual nasceu As persistentes desigualdades entre as regiões do Brasil são há décadas motivo para migrações internas. Pelas contas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 39,8% da população, cerca de 72 milhões de brasileiros, vive fora do município de origem. A maioria está em idade economicamente ativa, entre 18 e 39 anos. Comparando-se os dados recentes aos do Censo de 2000, verifica-se que o volume de migrantes que circulam entre as regiões do país caiu de 5,2 milhões para 4,8 milhões, um decréscimo de 7%. O Sudeste deixou de ser o principal destino das migrações. Isso ocorre em razão do aumento de investimentos no Interior, principalmente na Região Centro-Oeste, que passou a atrair a maioria dos migrantes brasileiros, tendo 36,3% de população vinda de fora (veja a tabela abaixo). Segundo o IBGE, atualmente Mato Grosso é o estado líder em crescimento na participação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, resultado da expansão agrícola e da indústria. Os números também evidenciam o avanço de migrantes em direção à Amazônia. No entanto, uma tendência histórica se mantém: a região que mais “exporta” migrantes ainda é o Nordeste. Nordestinos totalizam 33% da população em outras localidades do país. Mas o Nordeste também vive a “migração de retorno”. Entre 1999 e 2004, 714 mil nordestinos regressaram à região. Os estados onde esse movimento é mais evidente são o Maranhão, com um aumento de 79%, e o Rio Grande do Norte, com crescimento de 54%. O fator determinante para o retorno é a desconcentração industrial em benefício de todas as regiões do país. Dados do Censo IBGE 2011 – Dados Preliminares Palmas é a capital com o maior crescimento populacional em 10 anos Segundo o IBGE, migração justifica aumento no número de habitantes. São Paulo e Rio de Janeiro apresentam queda na taxa de crescimento. Palmas é a capital brasileira que apresentou, entre 2000 e 2010, a maior taxa média de crescimento anual de população, segundo dados do Censo Demográfico 2010. A população de Palmas foi a que mais cresceu entre as capitais em função do crescimento migratório. Como o Tocantins é um estado criado recentemente, há muita migração De acordo com o Censo 2010, na capital do Tocantins, a taxa de crescimento foi de 5,2% em dez anos. O segundo lugar, entre as capitais, é ocupado por Boa Vista, em Roraima (3,55%), seguido de Macapá, no Amapá (3,46%). Já a capital brasileira com a menor taxa média de crescimento anual no período foi Porto Alegre (0,35%), seguida por Belo Horizonte (0,59%). Cidades mais populosas As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que lideram, em 2000 e 2010, o ranking dos municípios mais populosos, vêm apresentando queda na taxa de crescimento, apesar do aumento populacional em números absolutos. Essas duas cidades continuam sendo áreas de atração, mas não com tanto ímpeto quanto há algumas décadas. Os movimentos migratórios vêm diminuindo ao longo do tempo e uma das principais causas para isso é a exigência de um nível de escolaridade alto no mercado de trabalho das grandes metrópoles. Com isso, o imigrante tem dificuldade de se inserir e acaba optando por municípios onde a mão de obra é menos qualificada.

Percentual de idosos na população segue em crescimento Nas últimas décadas, o Brasil tem registrado redução significativa na participação da população com idades até 25 anos e aumento no número de idosos. E a diferença é mais evidente se comparadas as populações de até 4 anos de idade e acima dos 65 anos. De acordo com o IBGE, o grupo de crianças de 0 a 4 anos do sexo masculino, por exemplo, representava 5,7% da população total em 1991, enquanto o feminino representava 5,5%. Em 2000, estes percentuais caíram para 4,9% e 4,7%, chegando a 3,7% e 3,6% em 2010. Enquanto isso, cresce a participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010. A Região Norte, apesar do contínuo envelhecimento, ainda apresenta, segundo o IBGE uma estrutura bastante jovem. As regiões Sudeste e Sul são as mais envelhecidas do país Distribuição por sexo De acordo com o Censo 2010, há 96 homens para cada 100 mulheres no Brasil. A diferença ocorre, segundo o IBGE, porque a taxa de mortalidade, entre homens, é superior. Mas nascem mais homens no país: a cada 205 nascimentos, 105 são de homens. Das grandes regiões, a única que foge à regra é a Região Norte, onde os homens são maioria. Isso se dá por conta da migração dessa localidade, onde há atividade de mineração para os homens. Censo 2010 contabiliza mais de 60 mil casais homossexuais O Brasil tem mais de 60 mil casais homossexuais, segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2010. Essa foi a primeira edição do recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a contabilizar a população residente com cônjuges do mesmo sexo. Número de moradores por domicílio cai 13,2% em 10 anos Em 2000, a média de moradores em domicílios particulares ocupados era de 3,8. Agora está em 3,3. Tendência de declínio está relacionada à redução da fecundidade. (IN)JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL Racismo, Preconceito e Intolerância no Brasil Discriminação - Os negros (pretos e pardos) representam 47,3% da população brasileira. Na camada mais pobre da população, eles são 66%. No topo da pirâmide social, há apenas um negro para cada nove brancos. Raiz histórica - A discriminação racial vem da época da escravidão. Sua abolição, porém, não foi acompanhada de políticas para melhorar a condição de vida dos ex-escravos. Como resultado, perpetuou-se a pobreza dos negros. Condições de vida - O analfabetismo atinge 12,9% dos negros. Em média, eles têm dois anos de estudos a menos que os brancos. Apenas 16% chegam à faculdade, e só 2% se formam. Na média

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nacional, a renda dos negros equivale à metade da renda dos brancos. A discriminação fica patente quando, mesmo com formação idêntica e ocupando cargos equivalentes ao dos brancos, os negros recebem salários menores. Ações afirmativas - O Brasil hoje discute o uso de cotas e políticas afirmativas para ampliar as oportunidades aos negros. Entre as medidas, está a reserva de cotas nas universidades. As medidas são polêmicas: não é possível definir com exatidão quem é negro; além disso, essas medidas podem provocar mais discriminação. A unanimidade entre os especialistas é a necessidade de investimento maciço para ampliar o acesso à educação, desde o ensino básico. STJ reconhece casamento civil entre pessoas do mesmo sexo 25 de outubro de 2011 – G1 Reconhecimento na instância superior foi feito por duas mulheres do Rio Grande do Sul que tiveram o pedido de casamento civil negado no Estado. O processo partiu de duas cidadãs gaúchas que recorreram ao STJ, após terem o pedido de habilitação para o casamento negado na primeira e na segunda instância. A decisão do tribunal gaúcho afirmou não haver possibilidade jurídica para o pedido. No recurso especial, elas sustentaram não existir impedimento jurídico para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Afirmaram, também, que deveria ser aplicada ao caso a regra de direito privado de que é permitido o que não é expressamente proibido. O pedido aconteceu após Supremo Tribunal Federal (STF) ter reconhecido, em maio deste ano, a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Em sua decisão, o STF não deixou clara a possibilidade ou não do casamento civil, o que provocou decisões diferentes de juízes de primeira instância pelo Brasil. Intolerância no Brasil - Pesquisa Fundação Perseu Abramo

Concentração de Renda – Coeficiente Gini Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coeficiente de Gini é um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países. O coeficiente varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo do zero menor é a desigualdade de renda num país, ou seja, melhor a distribuição de renda. Quanto mais próximo do um, maior a concentração de renda num país. O índice Gini é apresentado em pontos percentuais (coeficiente x 100). O Índice de Gini do Brasil o terceiro pior do mundo em 2010, o que demonstra que nosso país, apesar da melhora dos últimos anos, ainda tem uma alta concentração de renda.

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) É uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano" e para separar os países desenvolvidos (muito alto desenvolvimento humano), em desenvolvimento (desenvolvimento humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo).Todo ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. O IDH também é usado por organizações locais ou empresas para medir o desenvolvimento de entidades subnacionais como estados, cidades, aldeias, etc. O índice foi desenvolvido em 1990 pelos economistas Amartya Sen e Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu relatório anual. O IDH combina três dimensões:

Expectativa de vida ao nascer Anos Médios de Estudo e Anos Esperados de

Escolaridade PIB (PPC) per capita

Mudança de metodologia em 2010 do IDH-ONU No antigo IDH, os países eram classificados no intervalo de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido o país. Quanto mais próximo de zero, menos desenvolvido. A partir de 2010, dividiu-se o ranking de 169 países em quatro partes – os de desenvolvimento humano muito alto são a parcela de 25% que está no topo da tabela; os de alto desenvolvimento são os 25% seguintes; os de médio, outros 25%; e os de baixo desenvolvimento, os 25% últimos. Segundo o relatório, o IDH do Brasil apresenta "tendência de crescimento sustentado ao longo dos anos". Mesmo com a adoção da nova metodologia, o Brasil continua situado entre os países de alto desenvolvimento humano.

Brasil ocupa 84ª posição entre 187 países no IDH 2011

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em 2011 é de 0,718 na escala que vai de 0 a 1. O índice é usado como referência da qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em índices econômicos. No ano passado, o Brasil aparecia classificado como o 73º melhor IDH de 169 países, mas, segundo o Pnud, o país estaria em 85º em

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2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-se dizer que em 2011 o país ganhou uma posição no índice em relação ao ano anterior, ficando em 84º lugar. Dilma sanciona lei que cria Comissão da Verdade 18 de novembro de 2011 A presidente Dilma Rousseff sancionou hoje a lei que permite aos cidadãos ter acesso a informações públicas e a lei que cria a Comissão da Verdade. Em cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma destacou que essas duas leis "representam um grande avanço nacional e um passo decisivo na consolidação da democracia brasileira". "A informação torna-se aberta em todas as suas instâncias”. A Lei de Acesso à Informação, de autoria do Executivo e que foi encaminhada em maio de 2009 ao Congresso Nacional, entra em vigor em seis meses. Ela garante o acesso a documentos públicos de órgãos federais, estaduais, distritais e municipais dos três Poderes. Comissão da Verdade A Comissão da Verdade foi criada para investigar, em dois anos, violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988. A comissão será composta por sete membros, nomeados pela Presidência da República. A cracolândia não é para os ingênuos Marcus Guterman - 08 de janeiro de 2012 É uma pena que, quando enfim o Estado resolveu aparecer na cracolândia, a ação esteja visceralmente contaminada por interesses eleitoreiros e econômicos. Essa promiscuidade obnubila o fato de que, sim, era necessário tomar alguma providência para acabar com um dos símbolos mais impressionantes da patologia da sociedade paulistana – que se emociona com um cachorro que apanhou de sua dona, mas não tem a mesma consideração por pessoas destituídas de sua humanidade. Hoje sabe-se que os governos estadual e municipal decidiram agir para acabar com a cracolândia porque o governo federal já planejava fazê-lo – e, claro, tudo isso está no contexto da eleição para a prefeitura de São Paulo. Drogas e viciados perambulando por aí são um tema central para eleitores normalmente conservadores como o paulistano. Atacar o problema, mesmo com truculência e precipitação, deve render votos preciosos. Ademais, um dos projetos mais significativos do prefeito Gilberto Kassab – e de seus simpatizantes do setor imobiliário – é reformar justamente a região onde fica a cracolândia. Visto dessa perspectiva, o problema é claramente de higienização social, para satisfazer eleitores e empreiteiros. Nada disso, porém, deveria descaracterizar a urgência do problema, que é de saúde pública, de segurança e de direitos – os dos viciados e também os das pessoas comuns que não conseguem circular por uma parte de sua própria cidade. A politização da ação estatal na cracolândia, tanto por parte dos governantes quanto por parte de seus críticos, não ajuda a colocar o drama em sua justa dimensão. No limite, mesmo atabalhoada, a Operação Cracolândia era necessária e inadiável, e seus resultados, ainda que parciais ou mesmo eventualmente violentos, deverão servir para balizar futuras ações – gerando um necessário contraponto ao discurso ingênuo segundo o qual o problema da cracolândia pode ser combatido com sopão noturno e compaixão cristã. http://blogs.estadao.com.br/marcos-guterman/a-cracolandia-nao-e-para-os-ingenuos/ Pinheirinho, Cracolândia e USP: em vez de política, polícia! Raquel Rolnik - 23 de janeiro de 2012 Domingo, 22 de janeiro de 2012, 6h da manhã, São José dos Campos (SP). Milhares de homens, mulheres, crianças e idosos moradores da ocupação Pinheirinho são surpreendidos por um cerco formado por helicópteros, carros blindados e mais de 1.800 homens armados da Polícia Militar. Além de terem sido interditadas

as saídas da ocupação, foram cortados água, luz e telefone, e a ordem era que famílias se recolhessem para dar início ao processo de retirada. Determinados a resistir — já que a reintegração de posse havia sido suspensa na sexta feira - os moradores não aceitaram o comando, dando início a uma situação dramaticamente violenta que se prolongou durante todo o dia e que teve como resultado famílias desabrigadas, pessoas feridas, detenções e rumores, inclusive, sobre a existência de mortos. Nos últimos 08 anos, os moradores da ocupação lutam pela sua permanência na área. Ao longo desse tempo, eles buscaram firmar acordos com instâncias governamentais para que fosse promovida a regularização fundiária da comunidade, contando para isto com o fato de que o terreno tem uma dívida milionária de IPTU com a prefeitura. O terreno pertence à massa falida da empresa Selecta, cujo proprietário é o especulador financeiro Naji Nahas, já investigado e temporariamente preso pela Polícia Federal na operação Satiagraha. No fim da semana, várias foram as idas e vindas judiciais favoráveis e contrárias à reintegração, assim como as tratativas entre governo federal, prefeitura, governo de Estado e parlamentares para encontrar uma saída pacífica para o conflito.Com o processo de negociação em curso e com posicionamentos contraditórios da Justiça, o governo do Estado decide armar uma operação de guerra para encerrar o assunto. 03 de janeiro de 2012, região da Luz, centro de São Paulo. A Polícia da Militar inicia uma ação de "limpeza" na região denominada pela prefeitura como Cracolândia. Em 14 dias de ação, mais de 103 usuários de drogas e frequentadores da região foram presos pela polícia com uso da cavalaria, spray de pimenta e muita truculência. Em seguida, mais de trinta prédios foram lacrados e alguns demolidos. Esta região é objeto de um projeto de "revitalização" por parte da prefeitura de São Paulo, que pretende concedê-la "limpinha" para a iniciativa privada construir torres de escritório e moradia e um teatro de ópera e dança no local. Moradores dos imóveis lacrados foram intimados a deixar a área mesmo sem ter para onde ir. Comerciantes que atuam no maior polo de eletroeletrônicos da América Latina, a Santa Efigênia , assim como os moradores que há décadas vivem ali, vêm tentando, desde 2010, bloquear a implantação deste projeto, já que este desconsidera absolutamente suas demandas. 08 de novembro de 2011, 05h10 da manhã, Cidade Universitária, São Paulo. Um policial aponta a arma para uma estudante de braços levantados, a tropa de choque entra no prédio e arromba portas (mesmo depois de a polícia já estar lá dentro), sem deixar ninguém mais entrar (nem a imprensa, diga-se de passagem), nem sair, tudo com muita truculência. Este foi o início do processo de desocupação da Reitoria da Universidade de São Paulo, ocupada por estudantes em protesto à presença da PM no Campus. Os estudantes são surpreendidos por um cerco formado pela tropa de choque e cavalaria, totalizando mais de 300 integrantes da Polícia Militar. Depois de horas de ação violenta, são retirados do prédio e levados presos mais de 73 estudantes. Camburão e helicópteros acompanham a ação. O que estes três episódios recentes e lamentáveis têm em comum? Os três eventos envolvem conflitos na gestão e ocupação do território. Os três são situações complexas, que demandariam um conjunto de políticas de curto, médio e longo prazo para serem enfrentados. Os três requerem um esforço enorme de mediação e negociação. Entretanto, qual é a resposta para esta complexidade conflituosa? A violência, a supressão do diálogo, o acirramento do conflito. Alguém poderia dizer — mas por que os ocupantes do Pinheirinho resistiram? Por que não saíram imediatamente, evitando os feridos e as feridas da confrontação? Porque sabem que, para quem foi "desocupado" ou" lacrado" nestas e outras reintegrações e "limpezas", sobra a condição de sem-teto. Ou seja, para quem promoveu a reintegração ou a limpeza, o fundamental é ter o local vazio, e não o destino de quem estava lá, muitos menos as razões que levaram aquelas pessoas a estar lá naquela condição e seu enfrentamento e resolução. "Resolver" a questão é simplesmente fazer desaparecer o "problema" da paisagem. Mais grave ainda, nestas situações a suposta "ilegalidade" ( ocupação de terra/uso de drogas) é motivo suficiente

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para promover todo e qualquer tipo de violação de leis e direitos em nome da ordem, em um retrocesso vergonhoso dos avanços da democracia no país. http://br.noticias.yahoo.com/blogs/habitat/ MERCADO DE TRABALHO E RENDA Três componentes formam o desemprego: Desemprego cíclico ou conjuntural: Aquele que acompanha os ciclos de recessão e crescimento. É aquele em que a demissão é ocasionada, na maioria das vezes, por crises passageiras. Portanto a demissão é temporária, uma vez que, superada a crise, o emprego é novamente ofertado. Desemprego friccional: Aquele causado por trocas de emprego. Pode-se dizer que seja normal, pois, sempre haverá pessoas procurando emprego para melhorar de função ou porque teve algum desentendimento no emprego anterior. É um desemprego que ocorre durante o funcionamento normal da economia. Desemprego estrutural: Ocorre quando há um descasamento entre a habilidade dos trabalhadores e a demanda de especialidades na economia. O desemprego causado pelas novas tecnologias, como a robótica e a informática, recebe o nome de desemprego estrutural. Ele não é resultado de uma crise econômica, e sim das novas formas de organização do trabalho e da produção. Quando o desemprego cíclico é nulo diz-se que a economia está na sua taxa natural de desemprego. Essa taxa dá a noção de pleno emprego desenvolvida pelos economistas. A idéia é que a economia precisa de algum desemprego friccional para que os trabalhadores e as empresas estabeleçam a junção ideal entre capacidade e função.

Conceito de Desemprego O conceito clássico de desemprego, também chamado de desemprego aberto, identifica como tal a situação em que, simultaneamente, durante o período de referência da pesquisa, uma pessoa de determinada faixa etária não está trabalhando, mas está disponível para trabalhar e procurou emprego remunerado ou trabalho por conta própria. Identificadas as pessoas nessas condições, disso resulta uma taxa de desemprego, calculada como porcentagem da população economicamente ativa. Há também o "desemprego oculto", a qual inclui as pessoas que têm um trabalho precário e outras, as chamadas desalentadas, que desistiram de procurar trabalho por não encontrá-lo.

Setores da Economia O conjunto de pessoas que exercem funções remuneradas é chamado de PEA e mostra a força de trabalho de um país e sua força produtiva. Essa população está dividida em 4 setores:

Primário: esse ramo de atividade produtiva está vinculado ao desenvolvimento da agricultura, pecuária e ao extrativismo (vegetal, animal e mineral). Esse setor produz matéria-prima para o abastecimento das indústrias.

Secundário: atua no sistema industrial, enquadrando a produção de máquinas e equipamentos, produção de bens de consumo, construção civil e geração de energia. Nesse caso o setor em

questão atua no processamento da produção do setor primário, além de promover a distribuição dos produtos em forma de atacado.

Terciário: é também conhecido como setor de serviços e ocupa a maior parte das pessoas do país, o que representa um problema sério para o Brasil, pois é o setor mais burocrático e que mais despesas proporciona ao país e o que menos traz divisas.

Quaternário (ou terciário superior): O mais novo setor, voltado para as pesquisas científicas, altas tecnologias e informática. O setor quaternário se destaca, principalmente, em países desenvolvidos uma vez que requer mão de obra bastante qualificada. Trabalho Formal, Informal e Autônomo Trabalho Informal - O uso da expressão trabalho informal tem suas origens nos estudos realizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no âmbito do Programa Mundial de Emprego de1972. Trabalho informal é o trabalho sem vínculos ou benefícios fornecidos por uma empresa, sem carteira assinada, renda fixa e férias pagas. Esse tipo de trabalho teve grande crescimento na década de 90 com o Neoliberalismo. Para alguns analistas, o fator que dá força ao trabalho informal no Brasil é o excesso de tributos incidentes sobre o emprego. O problema do Brasil nesse campo é que a lei trabalhista (CLT) é uma lei única tanto para uma mega empresa, quanto para uma microempresa, e isso cria um problema porque são situações diferentes. Nos tempos atuais, o trabalho informal atinge aproximadamente 48% da ocupação da mão de obra. Trabalho Formal – É o trabalho com benefícios e carteira profissional assinada. Consiste em trabalho fornecido por uma empresa, com todos os direitos trabalhistas garantidos. O papel ocupado ou a função que a pessoa desempenha em alguma atividade econômica lhe confere uma remuneração. No caso dos empregados de uma empresa, por exemplo, essa remuneração pode ser chamada de salário ou de vencimentos, sendo esta muito utilizada para se referir aos rendimentos dos que trabalham em órgãos do governo. Os trabalhadores que têm registro em carteira e que recolhem uma taxa para a aposentadoria (contribuição ao INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social), estão de acordo com uma série de leis que se referem ao trabalho e às atividades econômicas e têm seus direitos trabalhistas garantidos. Trabalho Autônomo - No Brasil, o trabalhador autônomo é pessoa física que exerce por conta própria atividade econômica com ou sem fins lucrativos. É o prestador de serviços que não tem vínculo empregatício porque falta o requisito da subordinação. Em outras palavras, é a pessoa física que presta serviços a outrem por conta própria, por sua conta e risco. Não possui horário, nem recebe salário, mas sim uma remuneração prevista em contrato. Não se exige como requisito do trabalhador autônomo o diploma de curso superior.

Trabalho Infantil O trabalho infantil está em queda no Brasil. O número de crianças e adolescentes na faixa etária entre 5 e 13 anos com ocupação caiu acentuadamente: 19,2%, de 1,2 milhão em 2007 para 993 mil em 2008, segundo levantamento da Pnad-IBGE. O nível de ocupação de pessoas entre 5 e 13 anos de idade é o menor da década, com 3,2%.

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Trabalho infanto-juvenil no Brasil

Idade 2007 2008 Queda 5 a 17 4,8 milhões 4,4 milhões 7,6% 5 a 13 1,2 milhão 993 mil 19,2% 5 a 9 158 mil 141 mil 10,7% 10 a 13 1 milhão 852 mil 20,4%

O perfil do trabalhador infantil é predominantemente homem, negro ou pardo, alfabetizado, sendo que 19% não freqüentam escola. Trabalho Feminino Em 1973, apenas 30,% da PEA do Brasil era do sexo feminino. A participação das mulheres no mercado de trabalho, aliás, tem sido cada vez mais expressiva, segundo o IBGE. A taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho [proporção que participa como ocupada ou desempregada] voltou a crescer, ao passar de 55,1% para 56,4%, entre 2007 e 2008, segundo estudo da Fundação Seade e do Dieese. As mulheres ganham cerca de 27% a menos que os homens exercendo a mesma função. Conforme o salário cresce, cai a participação feminina. Entre aqueles que recebem mais de vinte salários, apenas 19,3% são mulheres. Mas a tendência é de queda das diferenças. IBGE: programas sociais contribuíram na renda O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, atribuiu o crescimento do rendimento médio mensal do brasileiro a pelo menos dois fatores: o ganho real do salário mínimo e a aplicação de programas sociais do governo federal, entre eles o Bolsa Família. Em 2010, o salário mínimo fechará o governo Lula com um ganho real de 53%. Aumentam trabalhadores com mais de 40 anos no mercado A participação de pessoas com 40 anos ou mais na população ocupada aumentou e alcançou mais de dois quintos da população ocupada total (40,1%). O grupo na faixa de 50 a 59 anos foi o que apresentou maior elevação de participação entre os ocupados, passando de 12,2% para cerca de 13% em 2007 As pessoas escolhem ficar no mercado de trabalho em razão da elevação dos rendimentos, de novas regras da Previdência, além de dificuldades econômicas o que faz com que engrossem a renda familiar. Além disso, a população brasileira está envelhecendo, o que contribui para essa alta.

Transição Demográfica Modelo teórico que explica o ritmo de envelhecimento da população de cada nação, conforme seu desenvolvimento socioeconômico. Há quatro fases clássicas de transição. Na primeira, as taxas de natalidade e de mortalidade são muito altas. A população cresce lentamente. Na segunda fase, na qual se enquadram os países menos desenvolvidos, a taxa de mortalidade cai em razão de avanços da medicina e da tecnologia. Crescem a população em geral e a proporção de idosos.

Na terceira fase ocorre uma queda na taxa de natalidade, que leva à redução do ritmo de crescimento populacional. Mas o número de

idosos ainda é alto. É o caso da maioria dos países da América Latina, inclusive do Brasil. Na quarta fase, as taxas de natalidade e mortalidade voltam ao equilíbrio, muito baixas. A proporção de idosos é muito alta. As nações desenvolvidas da União Européia e da América do Norte encaixam-se aí. Os especialistas identificam uma quinta fase, na qual a taxa de natalidade é inferior à de mortalidade, provocando um crescimento negativo da população. Países como Alemanha, Áustria e Itália já estão nesse patamar.

Educação no Brasil Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - É uma prova criada em 1998 pelo Ministério da Educação do Brasil que é utilizada como ferramenta para avaliar a qualidade geral do ensino médio no país. Posteriormente, o exame começou a ser utilizado como exame de acesso ao ensino superior em universidades públicas brasileiras através do SiSU (Sistema de Seleção Unificada). Sistema de Seleção Unificada (SiSU) - É uma plataforma online desenvolvida em 2009 pelo Ministério da Educação brasileiro utilizada pelos estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para se inscreverem nas instituições de ensino superior que aderirem totalmente ou parcialmente, com uma certa porcentagem de suas vagas, à nota do Enem como forma de ingresso, em substituição ao vestibular. Programa Internacional de Avaliação de Alunos (em inglês: PISA) - É uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar, realizado pela primeira vez em 2000 e repetido a cada três anos. É coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com vista a melhorar as políticas e resultados educacionais. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) - É uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC). Seu objetivo é promover estudos, pesquisas e avaliações periódicas sobre o sistema educacional brasileiro, com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas para a área educacional. O INEP realiza levantamentos estatísticos e avaliações em todos os níveis e modalidades de ensino. Sua atividade mais conhecida é a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a organização das avaliações periódicas do ensino superior brasileiro. Prouni (Programa Universidade para Todos) - É um projeto do governo federal que tem como objetivo reservar vagas em instituições privadas de ensino superior para alunos de baixa renda. O projeto é destinado à concessão de bolsas de estudo integrais e parciais de 50% (meia-bolsa) para cursos de graduação tradicionais (duração de quatro anos) e seqüenciais de formação específica (dois anos). Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) - É um plano que visa integrar todas as universidades federais a uma hierarquia única de administração,

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além da ampliação da mobilidade estudantil, com a implantação de regimes curriculares e sistemas de títulos que possibilitem a construção de itinerários formativos, mediante o aproveitamento de créditos e a circulação de estudantes entre instituições cursos e programas de educação superior. Prova Brasil - Criada, em 2005, pelo Ministério da Educação, é uma avaliação complementar ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e um dos componentes para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Ela é realizada a cada dois anos e participam todos os estudantes de escolas públicas urbanas do 5° e do 9º ano de turmas com mais de 20 alunos. A avaliação é dividida em duas provas: Língua Portuguesa e Matemática. Provinha Brasil - É uma avaliação aplicada aos alunos matriculados no 2° ano do ensino fundamental da rede pública. Ela verifica a qualidade da alfabetização e o letramento dos estudantes. Foi criada pelo Ministério da Educação brasileiro em abril de, e faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). A Provinha Brasil oferece aos professores e gestores escolares um diagnóstico sobre o processo de alfabetização da turma e de cada aluno de uma escola. A Provinha Brasil é elaborada pelo Inep e distribuída pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquias vinculadas ao Ministério da Educação, nas secretarias de educação municipais, estaduais e do Distrito Federal. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) - É um conjunto de fundos contábeis formado por recursos dos três níveis da administração pública do Brasil para promover o financiamento da educação básica pública Foi criado em janeiro de 2007 e substitui o FUNDEF, sendo que a principal diferença é atender, além do ensino fundamental, também atender a educação infantil e o ensino médio, nas modalidades de educação de jovens e adultos. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) - É a "nota" do ensino básico no país. Numa escala que vai de 0 a 10, o MEC (Ministério da Educação) fixou a média 6, como objetivo para o país a ser alcançado até 2021. Criado em 2007, o Ideb serve tanto como diagnóstico da qualidade do ensino brasileiro, como baliza para as políticas de distribuição de recursos (financeiros, tecnológicos e pedagógicos) do MEC. Se uma rede municipal, por exemplo, obtiver uma nota muito ruim, ela terá prioridade de recursos. Bolsa Família e Educação - Inclusão social Projetos de assistência social, como o Oportunidades, no México, e o Bolsa Família, no Brasil são reconhecidos pela Unesco como meios para combater a marginalização no setor da educação. No Brasil, o Bolsa Família ajudou a transferir de 1% a 2% da renda nacional bruta para a parcela da população mais pobre do país, formada por 11 milhões de pessoas. Há um limite no que se pode avançar no setor da educação por meio da escola apenas. O maior problema no Brasil está relacionado à pobreza e à desigualdade de renda. De acordo com a Unesco, avanços na área da educação exigem intervenções específicas integradas com uma estratégia mais ampla para a redução da pobreza e a inclusão social. Outra iniciativa brasileira citada no estudo da Unesco é o Fome Zero. O relatório aprova os resultados obtidos pelo programa, incluindo a garantia de alimentação para 37 milhões de crianças nas escolas do país. Já o Brasil Alfabetizado, coordenado pelo Ministério da Educação, é apontado pela Unesco como um programa de sucesso, que já ofereceu curso de alfabetização para cerca de 8 milhões de brasileiros.

A QUESTÃO DA REFORMA AGRÁRIA Estrutura fundiária é a divisão da terra em propriedades, variando de acordo com o número e o tamanho das propriedades. Obviamente, esta divisão da terra se dá de acordo com o processo histórico próprio à área analisada, seguindo também as leis acerca da propriedade da terra definidas pelo Estado em questão. A má distribuição das terras no Brasil é conseqüência de um processo histórico que se inicia com a colonização e vem percorrendo caminhos diversos até produzir os atuais problemas que observamos em nosso cotidiano. A violência no campo, principalmente a dos massacres de posseiros, trabalhadores sem terra e índios, é uma conseqüência direta desta história de concentração de terras. Histórico da Concentração de Terras Tal processo histórico se divide em duas fases, cada uma delas contendo períodos menores, mas diferentes entre si. A grande diferença entre estas duas fases é a posição das atividades agrárias na economia nacional, sendo assim, podemos chamar a primeira fase, que vai de 1500 até por volta de 1930, de fase agroexportadora e a segunda, que começa com o fim desta primeira e alcança a atualidade, de fase urbano-industrial. Lei de Terras de 1850 1. Proibia as aquisições de terras por outro meio que não a compra.

Extingue-se o regime de posses. 2. Elevação do preço das terras dificultando sua aquisição.

Destinava o produto das vendas de terras a importação de mão de obra imigrante.

Efeitos da Lei de Terras 1. Dificultou o acesso a terra de pequenos proprietários e assim

estes seriam mão de obra disponível para as fazendas de café. 2. A Lei de Terras nada mais fez que reafirmar e estimular a tradição

latifundiária no país. Conceito de Módulo Rural É a quantidade de terra necessária para um trabalhador e sua família, de quatro pessoas, proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsistência e o progresso social e econômico. Assim, o módulo rural é variável de acordo com fatores naturais e sócio-econômicos. Onde as condições de produção requerem pouco espaço o módulo rural é menor que nas outras áreas, onde se necessita de um espaço mais amplo. O Estatuto da Terra criado em 1964 permite o dimensionamento das propriedades rurais no Brasil, a partir da efetivação do Módulo Rural. Tipos de propriedade fundiária no Brasil

Minifúndio Todo imóvel com área explorável inferior ao módulo rural fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela correspondentes. Estas pequenas propriedades agrícolas estão ligadas à exploração através da agricultura de subsistência, que em vez de vender muito faz pouca produção para pequenas vendas (em feiras, etc.).

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Latifúndio Pode ser definido, no direito agrário brasileiro, como o imóvel rural de área igual ou superior ao módulo rural que, mantida inexplorada ou com a exploração incorreta, ou, ainda, de dimensão incompatível com a razoável e justa repartição da terra. Há dois tipos de latifúndio: o latifúndio por extensão e o latifúndio por exploração, falta de exploração ou exploração incorreta. Latifúndio por dimensão - todo imóvel com área superior a 600

vezes o módulo rural médio fixado para a região e tipos de exploração nela correspondentes.

Latifúndio por exploração - todo imóvel rural onde sua dimensão não exceda aquela admitida como máxima, ou seja, 600 vezes o módulo rural, tendo área igual ou superior a dimensão do módulo da região, mas que seja inexplorada.

Empresa rural São os imóveis explorados de forma econômica e racional, com uma área que, no máximo chega a 600 módulos rurais. Incra O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) analisa se as terras ocupadas são ou não produtivas. Se forem improdutivas, os sem-terra podem ser assentados, ou seja, recebem a posse das terras; no caso da propriedade rural ser produtiva é expedida uma ordem judicial de reintegração de posse. Na maioria dos casos, os camponeses se retiram sem maiores problemas. Porém, muitas vezes ocorre do grupo se recusar a cumprir o mandado judicial de reintegração de posse, sendo desta forma desalojada através de força policial.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) É um movimento social brasileiro de inspiração marxista que declara ter o objetivo de promover a reforma agrária. Teve origem na oposição ao modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente nos anos 1970, que priorizava a colonização de terras devolutas em regiões remotas, com objetivo de

exportação de excedentes populacionais e integração estratégica. Contrariamente a este modelo, o MST declara buscar a redistribuição das terras improdutivas. Apesar dos movimentos organizados de massa pela reforma agrária no Brasil remontarem apenas às ligas camponesas de 1950 e 1960, o MST proclama-se como herdeiro ideológico de todos os movimentos de base social camponesa ocorridos desde que os portugueses entraram no Brasil, quando a terra foi dividida em sesmarias de acordo com o direito feudal português. A Questão Indígena e Quilombola A luta da população indígena do Brasil pela demarcação de terras gerou mortes, violência, intimidações e outras violações dos direitos humanos, segundo um relatório anual divulgado pela organização não-governamental Anistia Internacional. O documento, intitulado "O Estado dos Direitos Humanos no Mundo 2009", com dados relativos ao ano passado, destaca o atraso nas decisões judiciais para demarcação de terras e afirma que "a persistente discriminação deve ser o fundamento para a formação de políticas, prestação de serviços e aplicação da Justiça". O relatório cita o episódio ocorrido em maio do ano passado, quando homens encapuzados atiraram e lançaram bombas incendiárias contra um grupo de índios da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, ferindo dez pessoas. "Os ataques foram atribuídos aos fazendeiros de arroz que ocupavam ilegalmente a terra que havia sido demarcada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2005", afirma o relatório. Economia x Direitos Humanos A parte do relatório dedicada ao Brasil ainda ressalva que, apesar da expansão econômica do país e projetos sociais financiados pelo governo, "as desigualdades na distribuição de renda e riqueza permaneceram uma das mais altas da região".

"As comunidades mais pobres continuaram a ter acesso negado a serviços, a sofrer atos de violência comandados por gangues e violações sistemáticas dos direitos humanos por parte da polícia". Sem-terra A Anistia ainda destacou que a violência contra trabalhadores sem-terra continuou no ano de 2008, com "tentativas de criminalizar movimentos que, no seu esforço para tentar garantir a reforma agrária, apóiam pessoas sem terra". O relatório voltou a criticar o sistema de justiça criminal brasileiro, salientando que a estrutura é caracterizada por "negligência, discriminação e corrupção". "Apesar de ter havido uma redução nas taxas de homicídio, comunidades pobres nos centros urbanos e pequenas cidades do interior continuaram a registrar altos índices de crime e violência". O que é uma "terra indígena"? É uma área de propriedade da união com usufruto indígena. São definidas de acordo com a ocupação tradicional das terras. A Constituição de 1988, no artigo 231, reconhece "aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens". No parágrafo segundo, o texto constitucional estabele ainda que "as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes". O Brasil tem atualmente 653 terras indígenas reconhecidas, que abrigam 227 povos, com cerca de 480 mil pessoas. Essas terras representam 12,5% do território nacional. A maior parte das áreas indígenas está nos nove Estados da Amazônia Legal. Comunidades Quilombolas A Associação Brasileira de Antropologia (ABA) divulgou, em 1994, um documento elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre Comunidades Negras Rurais em que se define o termo “remanescente de quilombo”: Contemporaneamente, o termo não se refere a resíduos ou resquícios arqueológicos de ocupação temporal ou de comprovação biológica. Também não se trata de grupos isolados ou de uma população estritamente homogênea. Da mesma forma nem sempre foram constituídos a partir de movimentos insurrecionais ou rebelados, mas, sobretudo, consistem em grupos que desenvolveram práticas de resistência na manutenção e reprodução de seus modos de vida característicos num determinado lugar. As comunidades remanescentes de quilombo são grupos sociais cuja identidade étnica os distingue do restante da sociedade. É importante deixar claro que, quando se fala em identidade étnica, trata-se de um processo de auto-identificação bastante dinâmico, e que não se reduz a elementos materiais ou traços biológicos distintivos, como cor da pele, por exemplo. O que caracterizava o quilombo não era o isolamento e a fuga e sim a resistência e a autonomia. O que define o quilombo é o movimento de transição da condição de escravo para a de camponês livre. Tudo isso demonstra que a classificação de comunidade como quilombola não se baseia em provas de um passado de rebelião e isolamento, mas depende antes de tudo de como aquele grupo se compreende, se define. Atualmente, a legislação brasileira – baseada na Constituição de 1988 - já adota este conceito de comunidade quilombola e reconhece que a determinação da condição quilombola advém da auto-identificação. Hoje são mais de 2 mil comunidades quilombolas espalhadas pelo território brasileiro mantêm-se vivas e atuantes, lutando pelo direito de propriedade de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988. Existem comunidades quilombolas em pelo menos 24 estados do Brasil.

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INFRA-ESTRUTURA BRASILEIRA – TRANSPORTES Ferrovias Até o século XIX, o que existia no Brasil colônia em termos de comunicações eram apenas os caminhos (verdadeiras picadas no meio das matas). Esses caminhos partiam geralmente do litoral brasileiro em direção ao interior. No século XIX, quando o comércio nacional começa a se intensificar, surge a preocupação de transformar estes caminhos em estradas que possibilitassem o tráfego dos coches e diligências. Com o desenvolvimento da economia cafeeira, foi implantado no país o transporte ferroviário. Principalmente de 1870 a 1920, vivemos a “era das ferrovias”. De 1920 em diante o que prevaleceu foi um crescimento até 1960 de apenas 34% e um posterior decréscimo até a década de 1970 de 20% em relação à década anterior. Transporte Rodoviário De 1920 em diante, as rodovias passaram a ter um notável crescimento no Brasil, e a partir da década de 1950, com a instalação da indústria automobilística no país, o governo federal passou a realizar grandes obras rodoviárias. Apesar do alto custo e das deficiências das estradas, é o principal meio de transporte do país. Apenas 12% das estradas brasileiras são asfaltadas e a maior parte está em estado crítico de conservação. Além disso, as rodovias apresentam falhas estruturais, como o predomínio de pistas simples em regiões de topografia acidentada, dentre outras.

Com a transferência das rodovias para o setor privado, cresce o número de pedágios e o valor das tarifas. Entretanto, por outro lado, as condições de segurança, sinalização e estado do piso são realmente bem superiores à média nacional e de outras rodovias que não dispõem do sistema de pedágios, visto que os valores ali arrecadados são para manutenção da sua própria malha viária. MATRIZ INADEQUADA Uma boa matriz é aquela que permite que as mercadorias e as pessoas circulem no tempo adequado com o menor custo possível. Para isso, é preciso conjugar três tipos principais de meio de transporte: rodoviário, ferroviário e hidroviário. As rodovias são o meio mais indicado para interligar pontos próximos. Construir e manter estradas custa caro, e a capacidade de carga dos veículos é reduzida. As ferrovias, embora exijam investimento pesado, transportam um volume bem maior de carga. São adequadas a trajetos médios, nos quais haja necessidade de transporte eficiente e constante de grandes cargas. Nas hidrovias, embora a velocidade seja baixa, gasta-se pouco para carregar milhares de toneladas. Um país de dimensões continentais como o Brasil, voltado para a exportação de um imenso volume de grãos e de minérios produzidos em áreas distantes do oceano, deveria utilizar de forma equilibrada as três modalidades. O impacto do alto custo do transporte não recai apenas sobre as exportações. As empresas em território nacional gastam tanto com transporte que precisam repassar esse valor para os preços. Com

preços mais altos, os consumidores compram menos, reduzindo a demanda, o que leva as empresas a cortar a produção. Ferrovias, Hidrovias e Portos A deterioração das linhas ferroviárias e dos trens é decorrência da concentração dos investimentos do país no modelo rodoviário, decisão tomada por diferentes governos no decorrer de décadas. Além da modernização e manutenção das vias, das locomotivas e dos vagões, outro grande desafio é aumentar a extensão da malha ferroviária.. As hidrovias têm expressivo potencial: os rios brasileiros somam 43 mil quilômetros de extensão, dos quais 28 mil são navegáveis naturalmente e 15 mil podem ser aproveitados. Uma única barcaça pode carregar o equivalente a 16 vagões ou a 60 caminhões. Mas o Brasil possui instalados apenas 10 mil quilômetros de hidrovias. Apesar de o volume de cargas transportadas por rio ter crescido nos últimos anos, a expansão ainda é lenta. Os portos são outro ponto da infra-estrutura com problemas de dificil solução. Eles servem a dois tipos de atividade: a navegação internacional e a de cabotagem, que é o tráfego de navios em águas nacionais. O Brasil está se estruturando no setor como os países desenvolvidos: alguns portos maiores, chamados de hub ports, concentram o comércio exterior e os demais servem à navegação de cabotagem, que faz a ligação com os hub ports. O porto de Santos, o maior do país, tem 26% do movimento portuário do país. A navegação de cabotagem atualmente responde por apenas 5% do transporte nacional de carga a distâncias acima de mil quilômetros, e o aumento dessa percentagem ajudaria a reduzir a carga sobre as rodovias. Mas a eficiência do setor portuário depende de investimentos para a ampliação dos armazéns, hoje com capacidade menor do que o necessário, da modernização do maquinário de movimentação de carga e da integração dos sistemas de informação portuários. OS “APAGÕES” Gargalos - Os apagões ocorrem quando a infra-estrutura não dá conta de atender às necessidades do país. São resultado da falta de investimentos do governo federal. Sem manutenção, equipamentos envelhecem e estruturas se deterioram, além de ficar cada dia mais obsoletas em razão do crescimento da população e da economia. Causas - Os problemas de infra-estrutura têm sua origem no passado: na ausência de planejamento, na falta de recursos públicos e nas decisões erradas sobre como gastá-Ios. Nos últimos anos, o orçamento federal vem sendo fortemente pressionado pela decisão de usar os recursos para reduzir a dívida pública. Do dinheiro efetivamente gasto, o governo atual prioriza aplicar em programas assistenciais, deixando de investir em infra-estrutura. O Apagão Elétrico - A crise energética estourou no Brasil em junho de 2001. A falta de planejamento e de investimentos, aliada a um ano de seca, baixou o nível dos reservatórios a um ponto em que não seria possível atender à demanda por eletricidade. Foi imposto um racionamento que durou oito meses, e se estabeleceram metas de economia de consumo de até 20%. Apagão Aéreo - A crise do setor aéreo foi deflagrada pela queda do Boeing da GOL na floresta Amazônica, em setembro de 2006. Acuados com a perspectiva de serem apontados como culpados, os controladores de vôo decidiram fazer uma operação-padrão, passando a seguir as regras internacionais. Com isso, estabeleceu-se o caos nos principais aeroportos do Brasil entre outubro e dezembro de 2007.

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O projeto do Trem-Bala

Com prazo encerrado, leilão do trem-bala fica sem propostas - 11/07/2011 O prazo de entrega de propostas pelo trem-bala terminou sem a apresentação de candidatos, conforme confirmado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O governo decidiu manter o cronograma do leilão do trem-bala, que já foi adiado duas vezes, apesar do Tribunal de Contas da União (TCU) ter solicitado na quarta-feira passada mudanças no edital do empreendimento. Além das considerações do TCU, foram feitos três pedidos formais por nova postergação do leilão, entre eles um do chamado consórcio coreano, considerado o principal interessado na obra. O leilão do trem-bala --obra que está no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)-- deveria ter ocorrido em dezembro passado. A licitação foi adiada para abril e depois para julho, com pedidos por mais tempo para analisar o projeto e formação de consórcios. O trem-bala está orçado em cerca de R$ 33 bilhões pelo TCU, embora a iniciativa privada estime custo muito maior. O projeto enfrenta críticas da oposição e resistência até dentro do governo Parcerias Público-Privadas - PPS Historicamente, as Parcerias Público-Privadas já existem há muito tempo, mas chegaram no Brasil somente em 2004 para solucionar de uma forma clara e socialmente eficaz a relação investimento privado e infra-estrutura pública em áreas de altíssima relevância social. Para entender o que é Parceria Publico-Privada, como a própria sigla diz: "é uma parceria entre a Administração Pública e a iniciativa privada, com o objetivo de fornecer serviços de qualidade à população, por um largo período de tempo. Explicando melhor, uma PPP é uma parceria onde o setor privado projeta, financia, executa e opera uma determinada obra/serviço, objetivando o melhor atendimento de uma determinada demanda social. Como contraprestação, o setor público paga ou contribui financeiramente, no decorrer do contrato, com os serviços já prestados a população, dentro do melhor padrão de qualidade aferido pelo Poder concedente. Alguns exemplos de obras realizada por PPPs são vagas prisionais, leitos hospitalares, energia elétrica, rodovias, aeroportos dentre outras. ENERGIA – CONTA DE LUZ 2013 A presidente Dilma Rousseff sancionou,14 de janeiro, a lei que renova concessões do setor de energia e permite o barateamento da conta de luz dos brasileiros. De acordo com cálculos do governo federal, as medidas previstas na lei irão reduzir em média 20,2% na tarifa de energia a partir de fevereiro. O texto publicado no Diário Oficial da União apresenta seis vetos em relação ao aprovado pelo Congresso. A lei permite ao governo prorrogar, por até 30 anos, concessões de geração (usinas hidrelétricas e térmicas), transmissão e distribuição de energia que vencem entre 2015 e 2017. Em troca, esses concessionários tiveram que aceitar receber, já a partir de 2013, uma remuneração até 70% inferior pelo serviço prestado. Uma parte da redução na conta de luz vem através dessa medida. A outra vem da eliminação, da conta de luz, de dois dos encargos

setoriais incidentes: a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e a Reserva Geral de Reversão (RGR). Já a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) será reduzida a 25% de seu valor atual, e assume o custeio de programas contidos nos outros dois. A energia produzida pelas usinas cujas concessões estão sendo prorrogadas, mais barata por conta do corte na remuneração desses agentes, será transformada em cotas e repartida entre todas as distribuidoras do país. Dessa maneira, segundo o plano do governo, o barateamento na conta de luz vai poder chegar a todos os brasileiros MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL GEOPOLÍTICA E QUESTÃO AMBIENTAL A economia mundial continua sendo uma das forças motrizes da degradação ambiental, tanto quando se trata da perda da floresta tropical, como pelo aquecimento da Terra por milhões de toneladas de gases que são despejados na atmosfera por veículos e fábricas. Os pobres são os mais prejudicados, simplesmente porque têm menos recursos para sobreviver. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS Poluição atmosférica A poluição associa-se à idéia de modificação, tanto na estrutura quanto na composição dos ecossistemas, causando prejuízo aos seres vivos. Neste contexto está a atmosfera, que mais e mais sofre alterações devido à emissão de resíduos sólidos e gasosos em quantidade superior à sua capacidade ele absorção. Essa poluição deriva de várias fontes: Meios de transporte, que nas cidades são responsáveis pela

maior parte da poluição atmosférica, pois emitem gases como o monóxido e o dióxido de carbono, óxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, derivados de hidrocarbonetos e chumbo;

Indústrias que, além do gás carbônico, também emitem enxofre, chumbo e outros metais pesados e diversos resíduos sólidos;

Queimadas das matas e capoeiras, que também geram altos índices de gás carbônico;

Incineração de resíduos sólidos (lixo); Poluição natural provocada pelas erupções vulcânicas. A alta concentração desses poluentes eleva na atmosfera a quantidade de microorganismos que provocam doenças como: distúrbios respiratórios, alergias, lesões degenerativas no sistema nervoso, câncer e outras. A poluição atmosférica tende, portanto, a modificar profundamente as funções da atmosfera gerando conseqüências inesperadas, tais como destruição da camada de ozônio, aquecimento global, o efeito estufa, as chuvas ácidas, os desequilíbrios climáticos, etc. Destruição da camada de ozônio O ozônio é um gás encontrado na estratosfera, entre 20 e 35 km de altitude, formando uma camada de 15 km aproximadamente. Essa camada funciona como um filtro que protege a Terra da radiação ultravioleta emitida pelo Sol. Esse tipo de radiação é nocivo à saúde e provoca principalmente câncer de pele e doenças oculares. Em decorrência da ação de poluentes no planeta, cientistas vêm alertando sobre a redução da camada de ozônio, decorrente, sobretudo, do uso do CFC, ou seja, compostos gasosos de carbono contendo cloro e flúor, também chamados de clorofluorcarbonetos. Esses gases são utilizados principalmente como substâncias refrigerantes em geladeiras, condicionadores de ar e como propelente em frascos de aerosois. O “Protocolo de Montreal” foi o tratado internacional em que os países signatários se comprometem a diminuir a emissão de CFC. O tratado esteve aberto para adesões em 1987 e entrou em vigor em de 1989. A chuva ácida A presença de componentes estranhos na atmosfera (principalmente óxido de nitrogênio e de enxofre) tem sido responsável pela ocorrência das chuvas ácidas. Na atmosfera, essas substâncias reagem quimicamente e produzem os ácidos sulfúrico e nítrico. Esses gases, ao atingirem a Terra sob a forma de precipitações, alteram também a composição química do solo e das águas prejudicando as formações florestais e as lavouras. Além disso, a ação corrosiva dos ácidos sulfúrico e nítrico atingem fortemente as

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estruturas metálicas, as edificações, além de provocar sérios problemas à saúde da população. A Questão da Água - O problema da escassez de água A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. As diferenças registradas entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento chocam e evidenciam que a crise mundial dos recursos hídricos está diretamente ligada às desigualdades sociais. Segundo a Unicef, menos da metade da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo doméstico. 35% da população mundial não têm acesso a água tratada. 43% da população mundial não contam com serviços adequados de saneamento básico. A quantidade total de água na Terra é distribuída da seguinte maneira: 97,5% de oceanos e mares; 2,5 de água doce;

o 68,9% (da quantidade geral de água doce) formam as calotas polares, geleiras e neves eternas que cobrem os cumes das montanhas altas da Terra;

o 29,9% restantes de água doce constituem as águas subterrâneas

o 0,9% respondem pela água na superfície Água no Brasil O Brasil concentra em torno de 12% da água doce do mundo disponível em rios e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Amazonas. Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso o Sudeste tem disponível 6% do total da água. O desperdício chega entre 50% e 70% nas cidades. Assim, parte da água no Brasil já perdeu a característica de “recurso natural renovável” (principalmente nas áreas densamente povoadas), em razão de processos de urbanização, industrialização e produção agrícola, que são incentivados, mas pouco estruturados em termos de preservação ambiental e da água. Aquíferos no Brasil Nas últimas décadas, tem-se atribuído um papel significativo aos reservatórios hídricos subterrâneos em todo o mundo. Pesquisas buscam detalhar as características dos aquíferos mundiais e traçar mecanismos necessários para uma utilização sustentável. O Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani, finalizado em 2009, fez o mapeamento do reservatório, durante seis anos, e apontou estratégias e instrumentos para garantir o uso adequado dos recursos hídricos nas regiões onde está localizado (em oito estados brasileiros, mais Uruguai, Paraguai e Argentina). Enquanto isso, avaliações recentes de pesquisadores no Norte do País, apontam para a grande potencialidade do Aquífero Alter do Chão, na região Amazônica, onde estudos comprovam a qualidade e abrangência do reservatório, sendo o maior do mundo.

Transposição do Rio São Francisco

A transposição do Rio São Francisco se refere ao polêmico e antigo projeto de transposição de parte das águas do rio. Orçado atualmente em R$ 4,5 bilhões, que prevê a construção de dois canais que totalizam 700 quilômetros de extensão. Tal projeto, teoricamente, irrigará a região nordeste e semi-árida do Brasil. A idéia de transposição das águas é tida como desde a época de Dom Pedro II, já sendo vista como única solução para a seca do nordeste. Naquela época não foi iniciado o projeto por falta de recursos da engenharia, mas algumas décadas mais tarde, foi retomada a discussão do projeto, como em 1943 por Getúlio Vargas e em 1994 por FHC. O projeto prevê a construção de dois canais, sendo que um deles, o leste, terá cerca de 210 km, e trará água ao estado de Pernambuco e levará água também para a Paraíba. O canal norte, por sua vez, terá 402 km, e também beneficiará Pernambuco e Paraíba, mais o Ceará e o Rio Grande do Norte. Com previsão de beneficiar 12 milhões de pessoas, o projeto prevê a captação de 1,4% da vazão de 1.850 metros cúbicos por segundos (m³/s). Transpor e interligar as bacias desses rios parece lógico e muito promissor, mas o projeto gerou e ainda gera polêmicas e críticas daqueles que temem danos sociais e ambientais em razão de variáveis não-previstas. Ambientalistas, geógrafos, biólogos, assistentes sociais e padres se perguntam: qual será o impacto disso para as espécies que hoje vivem nesse rio ou nos rios que receberão a água? Se houver diminuição das espécies de peixe, o que acontecerá com as populações que dependem deles? A retirada da água pode comprometer a vazão do rio nas áreas mais próximas da foz? Se água sumir em áreas onde ela é abundante, o que acontecerá aos que dependem dela? O ministério da Integração Nacional, que cuida do projeto, diz que sua revisão e detalhamento foi mais cuidadosa, o que garantirá resultados melhores, e que o volume de água a ser usado é inferior a 1,4% do que o rio despeja no mar. AÇÕES GOVERNAMENTAIS E NÃO GOVERNAMENTAIS A partir do momento em que o ser humano foi forçado, pela carência de recursos naturais, a se fixar num determinado espaço físico, teve início o desenvolvimento das primeiras atividades econômicas, como a agricultura, a pecuária e a criação de animais domésticos. Sua relação com a natureza se tornou predatória, afetando a biodiversidade e degradando cada vez mais as três camadas globais, levando a uma possível destruição total do planeta. Em 1972, ocorre a Primeira Conferência Internacional Sobre Meio Ambiente em Estocolmo que, em resumo, procurou alertar o mundo, principalmente as superpotências da época, quanto à forma de desenvolvimento econômico e tecnológico que estava sendo implantado nas últimas décadas e seus resultados devastadores em relação às condições naturais do planeta.

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A fase da "neurose nuclear" e das armas químicas e biológicas começa a despertar uma consciência ambiental. Pela primeira vez, de forma mais organizada, o ser humano torna conhecimento sobre assuntos e palavras como ecologia, biodiversidade, consciência ecológica ou ambiental e surgem as primeiras Organizações Não-Governamentais (ONGs). Os próximos anos seriam de um avanço nos estudos sobre as degradações ambientais inimagináveis nas décadas anteriores; o efeito estufa, a ruptura na camada de ozônio, as chuvas ácidas, o envenenamento dos solos e das águas, a maré vermelha, a maré negra, as ilhas de calor, a inversão térmica alcançam destaque na imprensa mundial e passam a ser assuntos obrigatórios nos currículos escolares. ECO RIO – 92 – A CONFERÊNCIA DO RIO

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais comumente chamada de "Fórum Global", realizou-se no Rio de Janeiro em junho de 1992. O seu desafio principal era o de "estabelecer a fundação de uma associação global entre os países em vias de desenvolvimento e os países mais

industrializados, tendo como base as suas necessidades mútuas e os seus interesses comuns, com o intuito de assegurar o futuro do planeta" e de se encontrar um "equilíbrio justo e viável entre o meio ambiente e o desenvolvimento". Delegações de 179 Estados participaram desse encontro. Diversas manifestações se realizaram à margem da reunião política, congregando representantes de organizações não governamentais (ONGs), cientistas e industriais. AGENDA 21 A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada de orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI, cujo alicerce é a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econômica, perpassando em todas as suas ações propostas. Contendo 40 capítulos, a Agenda 21 Global foi construída de forma consensuada, com a contribuição de governos e instituições da sociedade civil na Rio 92. O programa de implementação da Agenda 21 e os compromissos para com a carta de princípios do Rio foram fortemente reafirmados durante a Cúpula de Johannesburgo, ou Rio + 10, em 2002. Agenda 21 traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável Além do documento em si, a Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que resulta na análise da situação atual de um país, estado, município, região, setor e planeja o futuro de forma sustentável. E esse processo deve envolver toda a sociedade na discussão dos principais problemas e na formação de parcerias e compromissos para a sua solução a curto, médio e longo prazo. A análise do cenário atual e o encaminhamento das propostas para o futuro devem ser realizados dentro de uma abordagem integrada e sistêmica das dimensões econômica, social, ambiental e político-institucional da localidade. É importante destacar a Agenda 21 é uma Agenda de Desenvolvimento Sustentável. O enfoque desse processo de planejamento não é restrito às questões ligadas à preservação e conservação da natureza, mas sim a uma proposta que rompe com o desenvolvimento dominante, onde predomina o econômico, dando lugar à sustentabilidade ampliada, que une a Agenda ambiental e a Agenda social, ao enunciar a indissociabilidade entre os fatores sociais e ambientais e a necessidade de que a degradação do meio ambiente seja enfrentada juntamente com o problema mundial da pobreza.

Aquecimento global – Efeito Estufa Refere-se ao aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto superfície da Terra que se tem verificado nas décadas mais recentes e à possibilidade da sua continuação durante o corrente século. O Protocolo de Quioto - 1997 1997: Em Quioto, Japão, é assinado o Protocolo de Quioto, que contém, pela primeira vez, um acordo que compromete os países do Norte a reduzir suas emissões. Do que trata o Protocolo de Quioto? Compromete a uma série de nações industrializadas a reduzir suas emissões em 5,2%, em relação aos níveis de 1990 para o período de 2008 – 2012. Esses países devem mostrar “um progresso visível”.

Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) São certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE). Este crédito pode ser negociado no mercado internacional, tornando-se uma nova commoditie. Créditos de carbono criam um mercado para a redução de GEE dando um valor monetário a poluição. Acordos internacionais como o Protocolo de Quioto determinam uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir. Os países por sua vez criam leis que restringem as emissões de GEE. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Por outro lado, aquelas indústrias que conseguiram diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o excedente de "redução de emissão" ou "permissão de emissão" no mercado nacional ou internacional. Os países desenvolvidos podem promover a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa (GEE) em países em desenvolvimento através do mercado de carbono quando adquirem créditos de carbono provenientes destes países. Algumas correntes defendem a idéia de que os créditos de carbono acabam favorecendo mais ao mercado do que ao ambiente, e outras defendem a idéia de que os mesmos são certificados que autorizam aos países desenvolvidos o direito de poluir. No entanto, cada país tem uma cota máxima de créditos de carbono que pode comprar para cumprir as metas do Protocolo de Quioto; portanto, o assim chamado "direito de poluir" é limitado.

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O Seqüestro de carbono É um processo de remoção de gás carbônico (CO2). Tal processo ocorre principalmente em oceanos, florestas e outros organismos que, por meio de fotossíntese, capturam o carbono e lançam oxigênio na atmosfera. O conceito de seqüestro de carbono foi consagrado pela Conferência de Quioto com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera. Seqüestro de Carbono Artificial Ecossistema Oceânico - O seqüestro de carbono artificial no oceano é acelerar o processo natural de captura de CO2 da atmosfera, reduzindo o efeito estufa. O seqüestro artificial pode ser obtido a partir de dois métodos: Injeção Direta - Consiste na injeção direta do CO2 no fundo do oceano. Mas se a injeção for a grandes profundidades o CO2 afundará e formará um “lago” o pH no local da injeção, deixando a água mais ácida. O aumento da acidez afeta o crescimento e as taxas de reprodução de alguns organismos marinhos como peixes e plâncton. Fertilização do Oceano - Se dá através da adição de ferro em regiões onde a produtividade biológica é limitada pelo ferro, provocando um aumento no crescimento do fitoplâncton, acelerando a atividade fotossintética. Ecossistema Florestal - As “florestas novas” (reflorestamentto) não podem ser seqüestradoras diretas do carbono. Embora a floresta natural seja um estoque líquido de CO2, o reflorestamento pode inicialmente ser uma fonte da emissão de CO2 quando o carbono do solo é liberado na atmosfera. Plantar florestas fornecem um número de benefícios adicionais incluindo a redução da erosão, da captação da água e de benefícios econômicos colhidos de sustentabilidade. Os mecanismos para realçar o seqüestro do carbono no solo incluem: conservação de áreas naturais e rotação de culturas. IPCC – Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU sobre o aquecimento global de 2007 - Concentrações de dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso aumentaram notavelmente como resultado das atividades humanas desde 1750. As conclusões estão descritas no "Resumo para os Formuladores de Políticas", que integra a primeira parte do relatório "Mudanças Climáticas 2007".

Principais fontes antrópicas (pelo homem) de GEE

COPENHAGUE – COP 15 (2009) – Tempo Perdido O maior encontro diplomático dos últimos tempos, realizado em Copenhague (Dinamarca) em dezembro de 2009, tinha o objetivo de envolver o mundo em ações concretas para evitar o aquecimento global, uma alta descontrolada da temperatura resultante da ação humana. Mas “omissão” é a palavra que define melhor o “resultado” da 15ª Conferência das Partes (COP), a reunião anual que congrega as nações signatárias da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas.

Esperava-se que os países se comprometessem a cortar gases-estufa segundo as recomendações científicas do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, explicadas em detalhes ao mundo em 2007. Para evitar uma alta da temperatura superior a 2°C neste século, seria preciso que as nações industrializadas cortassem suas emissões de gases-estufa em 25% a 40% até 2020, e em 80% a 95% até 2050. As não industrializadas deveriam adotar ações consistentes para frear suas emissões. O que saiu da Dinamarca foi uma declaração de intenções. Não tem efeito vinculante, mas mesmo que tivesse, não vincularia ninguém a nada muito decisivo. CANCUN – COP 16 (2010) – Pequeno avanço O “pessimismo” e o “pé no chão” dos negociadores de 194 países durante a 16ª Reunião Quadro da Convenção das Partes para a Mudança do Clima (COP16), realizada em dezembro de 2010 em Cancun, no México, possibilitaram um acordo balanceado conhecido como “Pacote Cancun”.

Dentre as novidades positivas da COP 16, destaca-se a criação do Fundo Verde para Mudanças Climáticas, que permitirá que os países em desenvolvimento recebam recursos das nações industrializadas para desenvolvimento de baixo carbono e medidas de adaptação. Também foi estabelecido o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), importante para países com florestas, como o Brasil e estados com grande estoque florestal, como o Amazonas.

Durban – COP 17 – Nova decepção A Conferência do Clima em Durban, na África do Sul, trouxe avanços insuficientes para frear o desmatamento das últimas grandes florestas do planeta, avaliam especialistas, que pressionam para que a questão volte ao centro da luta contra as mudanças climáticas. O mecanismo que prevê pagamentos para manter as florestas intactas chamado de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) avançou pouco na COP 17. Houve algumas decisões para o futuro mercado de carbono, deixou claro que deve haver financiamento público e estabeleceu que haverá regras para garantir a redução de emissões e salvaguardas de respeito aos povos indígenas, locais e à biodiversidade. Mas faltou objetividade. Breve histórico do UNFCCC A resposta internacional à mudança do clima começou com a aprovação do Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) em 1992, que estabelece um quadro de ação com o objetivo de estabilizar as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa. A UNFCCC entrou em vigor em 21 de março de 1994 e agora tem 194 partes.

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Em dezembro de 1997, os delegados da COP 3 em Quioto, no Japão, concordaram em um protocolo para a UNFCCC, que compromete os países industrializados e países em transição para uma economia de mercado para atingir metas de redução de emissões. Estes países, conhecidos como partes do Anexo I no âmbito da UNFCCC, concordaram em reduzir suas emissões totais de seis gases de efeito estufa em uma média de 5,2% abaixo dos níveis de 1990 entre 2008-2012 (primeiro período de compromisso), com metas específicas variando de país para país. O Protocolo de Quioto entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005 e agora tem 192 partes.

Realizada entre os dias 13 a 22 de junho de 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) reuniu mais de 45 mil participantes, entre chefes de governo e sociedade civil para discutir as evoluções do projeto de desenvolvimento sustentável para o mundo no futuro. No balanço final, os 188 Estados-Membros se comprometeram a investir US$ 513 bilhões em projetos, parcerias, programas e ações nos próximos 10 anos nas áreas de transporte, energia, economia verde, redução de desastres e proteção ambiental, desertificação, mudanças climáticas, entre outros assuntos, todos relacionados à sustentabilidade. O documento final da Rio+20, chamado de O Futuro que Queremos, apontou a pobreza como o maior desafio para que os países atinjam a excelência nos pilares econômico, social e ambiental. O texto também frisou a necessidade do fortalecimento do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) e da criação de um órgão político que apóie e coordene ações internacionais para o desenvolvimento sustentável. Outra conclusão foi o reconhecimento que a riqueza e progresso devem ser medidos com índices além do Produto Interno Bruto (PIB) e que a economia verde pode desempenhar papel importante na redução da pobreza, na preservação ambiental e no crescimento econômico. Também durante os eventos oficiais e paralelos do evento, ONGs, grupos da sociedade civil, universidades, empresas fecharam 705 compromissos voluntários visando o desenvolvimento sustentável. Outra importante ação foi anunciada no âmbito governamental: prefeitos das maiores cidades do mundo se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 12%, até 2016, e em 1,3 bilhão de toneladas até 2030. Enfraquecido, Protocolo de Kyoto é estendido até 2020

A 18ª. Conferência das Partes (COP 18) na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima terminou na última sexta-feira (dia 7) com a decisão de prorrogar a validade do Protocolo de Kyoto até 2020. O protocolo foi o primeiro – e único até hoje – conjunto de metas de redução de gases responsáveis pelo efeito estufa adotado mundialmente. O documento foi redigido em 1997 e entrou em vigor em fevereiro de 2005. De acordo com os termos do protocolo, as nações industrializadas se comprometeriam em diminuir em 5% as emissões de gases. Mas

os Estados Unidos nunca assinaram o acordo e a China é desobrigada de cumpri-lo por fazer parte dos países emergentes. Ambas as nações são responsáveis por 40% da emissão de gases causadores do efeito estufa. Hoje, somente 37 dos 194 países signatários da COP apoiam o Protocolo de Kyoto. Juntos, eles respondem a apenas 15% do total das emissões de gás carbônico. Além disso, Rússia, Canadá e Nova Zelândia retiraram seu apoio para a segunda fase. A solução seria fazer um novo tratado, que será discutido em 2015. A QUESTÁO DA AMAZÔNIA Recursos Naturais - A região amazônica já era cobiçada pelo potencial de suas riquezas desde a chegada dos primeiros colonizadores, nos séculos XVII e XVIII. Inicialmente, os habitantes tiravam o sustento da pequena agricultura e do extrativismo vegetal. Os ciclos econômicos da borracha deram impulso ao crescimento econômico da região. Zona Franca - Manaus, a antiga capital da borracha, voltou a florescer na economia após a criação da Zona Franca, há 40 anos, atraindo indústrias por meio de incentivos fiscais e redução de taxas alfandegárias. O projeto se enquadrou na estratégia do governo militar de levar desenvolvimento para a região de fronteira, com o objetivo de garantir a ocupação territorial e a soberania nacional. Estradas e Destruição - O êxodo da floresta para as cidades foi impulsionado pela abertura de estradas, que também levaram para a Amazônia grandes levas de colonos provenientes de outras regiões. As rodovias abrem caminho para a ação dos grileiros, que tomam posse de terras públicas para desmatar. Atrás deles chegam os madeireiros e depois os agricultores e pecuaristas, que derrubam a floresta. A mata cobre uma área, hoje, 17% menor do que a original - o equivalente a mais de três vezes o tamanho do estado de São Paulo. Somente entre 2004 e 2006, o desmatamento atingiu uma área equivalente à da Jamaica. Desafio Atual - É aumentar o valor econômico da floresta mantida de pé, aproveitando o grande potencial da biodiversidade. A exploração sustentável de madeira, que segue critérios ambientais, começa a crescer. A Amazônia poderá ser compensada economicamente pelos benefícios ambientais que fornece ao planeta. Ao abrigar um terço das florestas tropicais do mundo, a região é chave para o equilíbrio do clima global. O desmatamento promove a emissão de gases do efeito estufa, aumentando a temperatura da Terra.

O Plano Amazônia Sustentável – PAS É uma iniciativa do Governo Federal em parceria com os estados da região amazônica. Propõe estratégias e linhas de ação, aliando a busca do desenvolvimento econômico e social com o respeito ao meio ambiente. O Plano tem como objetivo geral implementar um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia brasileira, pautado na valorização da potencialidade de seu enorme patrimônio natural e sócio-cultural. Suas estratégias estão voltadas para a geração de emprego e renda, a redução das desigualdades sociais, a viabilização das

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atividades econômicas dinâmicas e inovadoras, com inserção em mercados regionais, nacionais e internacionais, bem como para o uso sustentável dos recursos naturais com manutenção do equilíbrio ecológico. Principais Órgãos do Brasil para o Meio Ambiente IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis é uma autarquia federal criada em 1989. Está vinculado ao Ministério do Meio Ambiente - MMA sendo o responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA - e desenvolve diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio natural, exercendo o controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo, etc). Ele é ainda responsável pelos estudos ambientais e pela liberação das licenças ambientais, de empreendimentos a nível nacional. O Licenciamento Ambiental é um procedimento pelo qual o órgão ambiental competente, federal, estadual ou municipal, permite a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, e que possam ser consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Com este instrumento busca-se garantir que as medidas preventivas e de controle adotadas nos empreendimentos sejam compatíveis com o desenvolvimento sustentável. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é o mais novo órgão ambiental do governo brasileiro. Foi criado em agosto de 2007. É uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). A sua principal missão institucional é administrar as unidades de conservação (UCs) federais, que são áreas de importante valor ecológico. Nesse sentido, cabe ao instituto executar as ações da política nacional de unidades de conservação, podendo propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as UCs instituídas pela União. O instituto tem também a função de executar as políticas de uso sustentável dos recursos naturais renováveis e de apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação federais de uso sustentável. As suas outras missões institucionais são fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação federais. Unidades de Conservação Proteção Integral - São aquelas que têm como objetivo básico preservar a natureza, livrando-a, o quanto possível, da interferência humana. Compreendem as seguintes categorias: Estação Ecológica (ESEC), Reserva Biológica (REBIO), Parque Nacional (PARNA), Monumento Natural (MN) e Refúgio de Vida Silvestre (REVIS). O Instituto Chico Mendes gerencia 126 Unidades de Conservação de Proteção Integral. Uso Sustentável - São aquelas cujo objetivo básico é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Elas visam a conciliar a exploração do ambiente com a garantia de perenidade dos recursos naturais renováveis considerando os processos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável. Constituem este grupo as seguintes categorias: Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), Floresta Nacional (FLONA), Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Fauna (REFAU), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Ao todo o Instituto Chico Mendes faz gestão de 166 Unidades de Conservação de Uso Sustentável. Agência Nacional de Águas (ANA), criada em 2000, tem como missão regular o uso das águas dos rios e lagos de domínio da União e implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, garantindo o seu uso sustentável, evitando a poluição e o desperdício e assegurando, para o desenvolvimento do país, água de boa qualidade e em quantidade suficiente para a atual e as futuras gerações. A Agência é uma autarquia sob regime especial, com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, conduzida por uma Diretoria Colegiada.

Senado divide o Ibama e cria o Instituto Chico Mendes - 2007 O plenário do Senado aprovou a medida provisória que divide o Ibama e cria o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Entre outras atribuições, o novo órgão vai fiscalizar as unidades federais de conservação. O licenciamento ambiental continuará com o Ibama. A medida provisória segue para sanção presidencial.

Os 3 “R” do Lixo Urbano: fonte de metano, diversos danos

ambientais, sociais e doenças

Responsabilidade Socioambiental Corporativa As transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente o comportamento de empresas até então acostumadas à pura e exclusiva maximização do lucro. Se por um lado o setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação de riqueza; por outro lado, é bem sabido que com grande poder, vem grande responsabilidade. Em função da capacidade criativa já existente, e dos recursos financeiros e humanos já disponíveis, empresas têm uma intrínseca responsabilidade social. A idéia de responsabilidade social incorporada aos negócios é, portanto, relativamente recente. Com o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência nos negócios, empresas se vêem forçadas a adotar uma postura mais responsável em suas ações. Infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia, mas as razões por trás desse paradigma não interessam somente ao bem estar social, mas também envolvem melhor performance nos negócios e, conseqüentemente, maior lucratividade. A busca da responsabilidade social corporativa tem, grosso modo, as seguintes características: É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus

acionistas. Muito pelo contrário. O mercado deve agora prestar contas aos funcionários, à mídia, ao governo, ao setor não-governamental e ambiental e, por fim, às comunidades com que opera. Empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais em seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas representa uma mudança de comportamento da empresa, mas também significa maior legitimidade social.

É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado por fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Assim como consumidores, empresas também são responsáveis por seus fornecedores e devem fazer valer seus códigos de ética aos produtos e serviços usados ao longo de seus processos produtivos.

É sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o

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conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só se refere ao ambiente, mas por via do fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais.

É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparência. Empresas são gradualmente obrigadas a divulgar sua performance social e ambiental, os impactos de suas atividades e as medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido, empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem em caráter voluntário, mas muitos prevêem que relatórios sócio-ambientais serão compulsórios.

Os Biomas do Brasil e a Biodiversidade Ano Internacional da Biodiversidade - 2010 A Assembléia Geral das Nações Unidas declarou que 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade (AIB), e que ajudará a promover a consciência da importância da biodiversidade em todo o mundo. A biodiversidade pode ser traduzida como uma variedade de formas de vida no planeta. A sua preservação garante a sobrevivência de espécies raras e ainda viabiliza estudos para a cura de doenças, por exemplo. Um Bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação tem bastante similaridade e continuidade, com um clima mais ou menos uniforme, tendo uma história comum em sua formação. Por isso tudo sua diversidade biológica também é muito parecida.

Amazônia 49,29% Cerrado 23,92% Mata Atlântica 13,04% Caatinga 9,92% Pampa 2,07% Pantanal 1,76%

“Hotspots” brasileiros O conceito Hotspot foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos ecologistas: “Quais as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra?” Dos seis biomas brasileiros, a Mata Atlântica e o Cerrado estão inscritos na lista de biodiversidade dos Hotspots da Conservation International. Com mais de 20.000 plantas e 2.300 animais, a Mata Atlântica é considerado um dos Top 5 hotspots de biodiversidade no mundo.

BRASIL - TÓPICOS RELEVANTES SEGURANÇA PÚBLICA Dever do Estado - De acordo com a Constituição, é dever do Estado cuidar da segurança pública. A principal tarefa é dos 26 estados e do Distrito Federal, responsáveis pelas polícias Militar e Civil. O governo federal tem a Polícia Federal e as Forças Armadas, e os municípios, as Guardas. Polícia Militar - A PM é responsável pela prevenção e pelo policiamento ostensivo nas ruas. A estrutura e a hierarquia das PMs brasileiras, que seguem as normas das Forças Armadas, são herança do regime militar. Polícia Civil - Atua depois que o crime é cometido. Faz o trabalho de investigação e de apuração das infrações. As evidências acumuladas constituem a base para a abertura de um processo na Justiça. Polícia Federal - Está presente em todo o território nacional. Atua na proteção das fronteiras, na investigação dos crimes relacionados à esfera federal de poder (ministérios, autarquias, empresas públicas) e no combate ao tráfico de drogas e ao contrabando. Força Nacional - Criada em agosto de 2004, tem 7,7 mil integrantes selecionados na elite das polícias militares estaduais, que se reúnem apenas quando algum estado passa por crise aguda de segurança e solicita ajuda do governo federal.

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Exército - Seu papel constitucional é defender a pátria e a segurança nacional. Mas há defensores da presença do Exército nas ruas, como única forma de controlar o crime organizado. Os que são contra alegam que não existe preparo das forças para atuar como segurança pública. Guardas Municipais - Destinada a protegera patrimônio municipal, não deve atuar como polícia ostensiva ou investigativa. É vista como uma possibilidade para a aproximação entre a polícia e a comunidade. Número de homicídios entre negros no Brasil é duas vezes maior que entre brancos A constatação é de um levantamento feito pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS). A diferença entre o número de homicídios de negros e brancos é maior entre as crianças e jovens de 10 a 24 anos. Entre os maiores de 40 anos, o número de homicídios é quase o mesmo nos dois grupos. Os números mostram que os negros estão sujeitos a uma exposição maior de risco que os brancos, em várias partes do país. Além disso, de acordo com Paixão, há pesquisas que mostram que a letalidade policial - a morte provocada por policiais - é maior entre os negros do que entre os brancos. Um terceiro fator seria a baixa auto-estima da juventude negra que vive em áreas pobres e que não vê alternativas para a sua vida, e que, por isso, teria mais probabilidades de se envolver em situações de risco. Brasil é o país com o maior número de homicídios, aponta ONU 7 de outubro de 2011 A Organização das Nações Unidas divulgou um relatório sobre a violência no mundo medida pelos homicídios. Em números absolutos, o Brasil ainda lidera a lista. Mas o texto também faz elogios, principalmente ao estado de São Paulo. Campanhas nas ruas, uma lei pelo desarmamento e políticas de segurança pública em São Paulo e no Rio de Janeiro mereceram destaque positivo no relatório. Entenda as UPPs - Unidades de Polícia Pacificadora As unidades são apontadas pelo Estado como um item-chave da política de segurança pública, mas também são alvo de críticas. Como funciona a ocupação e a instalação das UPPs? A estratégia do governo fluminense consiste em promover a ocupação de favelas a partir de operações do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), para tirá-las do domínio de traficantes ou de grupos armados. Após a ocupação, são instaladas as Unidades de Polícia Pacificadora, que, segundo o governo, visam promover um policiamento preventivo e abrir espaço para que a população local volte a ter acesso a serviços sociais, sejam públicos ou privados (de água a TV a cabo). A UPP é uma espécie de batalhão dentro da comunidade e tem uma sede fixa, com policiamento constante. Quais os critérios para a escolha das favelas que serão ocupadas? São escolhidas para ocupação zonas com altos índices de violência, trânsito constante de pessoas, pouca presença do Estado e onde acredita-se que estejam abrigadas grandes quantidades de drogas e armas. Segundo o coronel Robson Rodrigues, comandante da polícia pacificadora, "o objetivo das unidades não é erradicar de vez o narcotráfico". "Tampouco vamos a todas as comunidades. Vamos das menos para as mais complexas. Vamos àquelas com armas de guerra, onde a polícia local não tinha possibilidade de entrar", acrescenta Rodrigues. "Com isso, o programa vai desonerar os batalhões e fazer com que eles mesmos possam dar conta de fazer a prevenção das comunidades menos complexas." Onde foi instalada a primeira unidade? A primeira UPP foi instalada em dezembro de 2008 no morro Santa Marta, no bairro de Botafogo (zona Sul), que antes havia ficado um mês sob ocupação policial. A comunidade do Santa Marta foi

escolhida por ser razoavelmente pequena e sob controle dos traficantes. Serviu de laboratório para as 12 outras unidades que vieram depois. Após denúncias de abuso policial no local, a polícia do Rio montou uma cartilha sobre direitos dos cidadãos a serem observados durante abordagens dos oficiais da UPP. Quais os argumentos a favor do modelo? Defensores do modelo dizem que ele permitiu que as comunidades pacificadas deixassem de ser subjugadas por narcotraficantes e contassem com um policiamento menos agressivo e "parceiro" da população. Os índices de violência caíram nas comunidades com UPPs. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), que compila as estatísticas de violência na cidade, os registros de roubos no Santa Marta diminuíram 39,5% no primeiro ano após a ocupação, em comparação com o ano anterior. Já na Cidade de Deus, o número de roubos teve uma redução de 68,6%, e o número de homicídios caiu de 34, no ano anterior à UPP, para seis, no primeiro ano após sua implantação. As UPPs também atraíram projetos sócio-culturais e de capacitação profissional para a população local. E quais os argumentos contra? Críticos do modelo dizem que ele simplesmente força o deslocamento dos traficantes para outras favelas, que podem se tornar novos bastiões do tráfico e da violência. Também questiona-se se as UPPs serão sustentáveis em grande escala, já que a estimativa é de que há cerca de mil favelas no Rio e Grande Rio. Além disso, teme-se que a ausência de narcotraficantes nas favelas possa abrir espaço para a formação de milícias. Por fim, críticos dizem que o modelo de policiamento cerceia em alguns casos a vida comunitária das favelas pacificadas, restringindo, por exemplo, festas e bailes funk. Quais os próximos passos previstos? Até 2014, espera-se que a cidade tenha entre 40 e 50 UPPs, abrangendo até 165 favelas. Algumas comunidades, como Rocinha e Macacos, devem receber mais de uma UPP. STF autoriza Marcha da Maconha em todo o país - 2011 Dos oito ministros presentes no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) a maioria deles se manifestou em favor da legalidade da realização de manifestos em prol da descriminalização de drogas. Eventos como a Marcha da Maconha não poderão ser barrados pelo Poder Judiciário sob o argumento de eventual apologia ao uso de entorpecentes Cultivo de maconha No início da sessão, o Plenário rejeitou por unanimidade a concessão de um habeas-corpus que garantiria o plantio da maconha para fins medicinais, religiosos e econômicos. Projeto Ficha Limpa e o STF No ano passado, terminou empatada a decisão sobre a validade da lei para as eleições de outubro. Apesar do empate – possível devido à aposentadoria de Eros Grau, que deixou a corte com dez ministros –, o STF decidiu manter decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que considerou a validade para as eleições de 2010. O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou a decisão ao definir que a Lei da Ficha Limpa só poderá ser aplicada nas eleições de 2012. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou sem vetos o projeto de lei Ficha Limpa, que barra a candidatura de políticos com "fichas sujas" na Justiça. A campanha Ficha Limpa foi lançada em 2008 com o objetivo de melhorar o perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos do país. Em setembro de 2009, integrantes de movimentos contra a corrupção entregaram a proposta à Câmara após coletar cerca de 1,6 milhão de assinaturas. O texto foi aprovado com unanimidade nos plenários do Senado e da Câmara

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Nova Lei Seca: Mudanças endurecem fiscalização no trânsito A presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou em 20 de dezembro de 2012 a lei que torna mais rígida a punição para motoristas que dirigem alcoolizados. A nova Lei Seca corrige uma brecha da anterior, permitindo que sejam utilizados outros meios, além do bafômetro, para comprovar a embriaguez ao volante. A Lei 11.705, conhecida como Lei Seca, foi aprovada em junho de 2008. Ela penaliza com multa, suspensão da carteira de habilitação e até detenção, motoristas que trafeguem sob o efeito do consumo de bebidas alcoólicas. Em março deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a punição de motoristas embriagados só poderia ser feita, de acordo com a lei, por meio de teste de bafômetro ou exame de sangue. Só que o motorista não era obrigado a fazer o teste, pois a Constituição diz que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Agora, com a alteração, aprovada no Congresso, qualquer outro meio pode ser usado para comprovar a embriaguez do motorista, incluindo o testemunho de policiais, fotos, vídeos e relatos de testemunhas. Caso o condutor não concorde com o resultado da análise, pode pedir o exame de sangue ou de bafômetro. Essas mudanças permitem que a lei seja aplicada em sua totalidade. As primeiras blitz foram realizadas nas festas de final de ano. ECONOMIA ATUAL – BRASIL – 2011/2013 Indicadores de Inflação As diferentes metodologias usadas pelos institutos de pesquisa apontaram diversos índices de inflação. Oficialmente, o governo usa o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido mensalmente pelo IBGE em dez regiões metropolitanas, mais o Distrito Federal, no regime de metas de inflação – que tem como objetivo estipular um teto máximo para a aceleração dos preços. Neste ano, a meta estipulada é de 4,5%, podendo ser revista dois pontos percentuais para ou para baixo. Ou seja, a inflação pode fechar o ano de 2010 em 2,5% ou em 6,5% que estará dentro do teto estabelecido pelo governo. Caso perceba ao longo do ano que pretende passar desse resultado, o governo deve aumentar os juros, a Selic, para conter a disparada nos preços. Os outros indicadores, divulgados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e Fipe (Fundação de Pesquisas Econômica Aplicada) são usados pelo mercado como termômetro dos setores, mas não entram na conta do governo. Eles são usados para reajustar alguns preços, como o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Consumidor – Mercado) usado nos contratos de aluguel.

Motivos que atrapalham um maior crescimento econômico Juros altos, que inibem os investimentos e encarecem o crédito ao consumidor. Dívida pública elevada, que obriga o governo a gastar recursos que poderiam ser investidos em infra-estrutura. Infra-estrutura precária e insuficiente Carga de impostos equivalente a 39% do PIB, o que encarece os produtos nacionais e diminui nossa competitividade para vender em outros mercados Alto custo de funcionamento do aparelho do Estado Forte burocracia nos procedimentos ligados à atividade empresarial, que tira dos processos econômicos a agilidade cada dia mais necessária no mundo atual »cotação do dólar ruim para as exportações Os empresários pedem que o governo intensifique a adoção das Parcerias público-Privadas (PPPs), iniciativas conjuntas em que o empresariado banca os investimentos e a infra-estrutura em troca de explorar um serviço público por um período determinado. Mas os críticos das PPPs afirmam que, na prática, elas são uma transferência da responsabilidade pelos serviços públicos do governo para a iniciativa privada, em que a necessidade de dar lucro se toma mais importante do que o bom atendimento à população ou a própria qualidade do serviço. O acidente nas obras do metrô de São Paulo, em janeiro de 2007, que matou sete pessoas, reforçou esse argumento, pois a obra era feita por uma PPP. A IMPORTÃNCIA DO AGRONEGÓCIO Definições - O termo agropecuária refere-se à agricultura e à criação de gado. Já agronegócio é o conjunto das atividades econômicas envolvidas com a agropecuária, que inclui fornecedores de equipamentos e serviços para a zona rural e também a industrialização dos produtos. a agronegócio é responsável por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, 37% das exportações e 35% dos empregos. Produtos - O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Também lidera o ranking das exportações de soja, carne bovina e de frango, tabaco, couro e calçados de couro. Em 2005, o país produziu quase 2,2 milhões de toneladas de café - 28% do total mundial. No mesmo ano, foi responsável por 24% da produção mundial de soja, ficando atrás apenas dos EUA. Expansão - O agronegócio está crescendo e busca novas áreas. As principais são a franja sul da Amazônia, o sul do Maranhão e do Piauí e o oeste da Bahia. Comércio mundial - Os conflitos comerciais globais são debatidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). A instituição quer reduzir os subsídios, que são a liberação de dinheiro público a produtores via financiamentos a juro baixo ou incentivos fiscais, visando a ampliar a produção e reduzir os preços. Com taxas e impostos de importação, as nações tornam mais caro os produtos vindos de fora, levando o consumidor a preferir o nacional.

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Biocombustíveis – O país tem investido na criação de combustíveis produzidos a partir de material orgânico, como soja, mamona, girassol, rícino, algodão e até gordura animal. A Petrobras já vende nos postos uma mistura de diesel com óleo vegetal, o biodiesel. A larga experiência brasileira faz da cana-de-açúcar a principal matéria-prima para produz álcool para carros desde os anos 1970. 5. Agronegócio e Agricultura Familiar – Indissociáveis ou complementares? Um dos principais problemas do agronegócio brasileiro são de ordem ambiental (expansão de monoculturas), com elevado uso de fertilizantes e defensivos químicos. Segundo seus críticos, trata-se de um modelo que compromete os recursos naturais e a biodiversidade. Na questão social, o impacto ocorre no processo de concentração de riquezas no Brasil e nas relações de trabalho com críticas em vários aspectos. Na concepção de segurança alimentar nutricional implica-se considerar o modo de produção e os tipos de produtos. Nesta área não importa o recorde na produção, mas a qualidade de produção e o acesso aos alimentos como questão principal. Os defensores do agronegócio criticam a falta de eficiência da agricultura familiar; os defensores da agricultura familiar criticam o caráter concentrador do agronegócio. Só que um depende do outro. O agronegócio gera divisas, empregos, riqueza. Mas expõe os preços internos aos preços internacionais, provoca êxodo no campo (substituído por emprego de melhor qualidade, mas em menor número e pegando um público distinto daquele da agricultura familiar). A agricultura familiar está próxima aos centros urbanos, não está exposta às intempéries dos movimentos internacionais de commodities. Segura o homem no campo e garante renda ou de sobrevivência ou para o consumo. Além disso, pode ser uma excelente alavanca para grandes empreendimentos, quando organizada em torno de cadeias produtivas – como a do frango e do leite. Essa será a grande síntese final da agricultura brasileira: o agronegócio convivendo com a agricultura familiar. BALANÇA COMERCIAL Déficit e Superávit - O superávit comercial ocorre quando o valor das exportações é superior ao das importações. O contrário é chamado déficit comercial. Taxa de Câmbio - O valor do real em relação ao dólar determina o preço das mercadorias brasileiras no mercado mundial e quanto devemos pagar por produtos importados. O real desvalorizado diminui o preço dos produtos brasileiros em dólar, mas encarece a importação, que também é paga em dólar. Já com o real valorizado, os produtos brasileiros ficam mais caros no exterior, enquanto as importações se tornam mais baratas. Entraves à Exportação - Com a economia mundial vivendo excelente fase, era de esperar uma participação mais ativa do Brasil no mercado global. Isso não ocorre por três motivos: as políticas protecionistas dos países desenvolvidos criam barreiras para a entrada de produtos agrícolas brasileiros; a recente valorização do real tornou o valor dos itens exportados mais alto nos últimos anos; o atraso tecnológico brasileiro leva o país a exportar produtos com baixo valor agregado e a importar bens de alta tecnologia e preço elevado.

Se a expectativa dos analistas de mercado se concretizar, o ano de 2011 deverá concentrar o segundo maior volume em investimentos estrangeiros diretos desde 1947, ano que marca o início da série histórica sobre os aportes. Destino das nossas Exportações

BC projeta superávit de US$ 18 bilhões 2012 Resultado de 2011 fechado Em todo o ano de 2011, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 29,79 bilhões. Com isso, o superávit da balança comercial registrou crescimento de 47,8% em relação ao ano de 2010, quando o saldo positivo totalizou US$ 20,15 bilhões. Trata-se, também, do maior superávit da balança comercial desde 2007 (US$ 40,03 bilhões). Em 2008 e 2009, respectivamente, o saldo comercial somou US$ 24,95 bilhões e US$ 25,27 bilhões. Perspectivas para 2012 Para 2012, ano que está sendo marcado pelos efeitos da crise financeira internacional, com a previsão de crescimento do PIB de 1,54%, e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará queda, atingindo cerca de US$ 18 bilhões. O Banco Central, por sua vez, projeta um superávit da balança comercial de US$ 18 bilhões para este ano. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê um saldo comercial positivo de US$ 18,3 bilhões neste ano. Economia: Em marcha lenta, Brasil perde posto de sexta economia mundial – dezembro de 2012 O Brasil perdeu para o Reino Unido o sexto lugar no ranking das maiores economias do mundo. O rebaixamento foi causado pela desvalorização do real e pela desaceleração da economia brasileira. O mercado estima que o PIB brasileiro crescerá somente 1,2% este ano, índice menor que muitos países europeus em crise e abaixo da média de 3,1% estimada para a América Latina. Essa situação foi provocada pela recessão na Europa e desaceleração econômica nos Estados Unidos e na China, cujos efeitos atingiram o setor de produção e os investimentos na indústria brasileira. Em 2012, a Zona do Euro, formada por 17 países que adotaram a moeda única, entrou oficialmente em recessão econômica. Os Estados Unidos correm o mesmo risco, caso não resolvam o problema do abismo fiscal. Nesse contexto global, os emergentes, que ganharam destaque em meio à crise de 2008, agora também passam por dificuldades. A China, por exemplo, terá em 2012 o pior desempenho em três anos.

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA e CULTURA Retrospectiva científica de 2012 Marte, "partícula de Deus" e genética são destaques do ano Pesquisas científicas e novas tecnologias que viraram notícia em 2012 prometem facilitar e melhorar a vida humana. Mas, ao mesmo tempo, colocam a sociedade diante de novos dilemas éticos e sociais. Em 4 de julho cientistas anunciaram a descoberta do bóson de Higgs, popularmente chamado de “partícula de Deus”. O sucesso da experiência serviu para confirmar a teoria do Modelo Padrão, que descreve a constituição da matéria no cosmos, e abrir perspectivas para a busca de uma Teoria do Campo Unificado, que unirá divergentes na Física. Em 6 de agosto, a Nasa conseguiu pousar em Marte o Curiosity, o maior jipe de exploração espacial. O objetivo é buscar formas de vida simples, como bactérias, no planeta. Até hoje nenhum tipo de vida orgânica foi encontrado fora da Terra. Dois mil e doze também foi o ano do centenário de nascimento de Alan Turing (1912-1954), o gênio matemático cujos estudos deram origem à moderna computação. O Facebook, uma das maiores empresas do ramo, anunciou em 4 de outubro que atingiu a marca de um bilhão de usuários. O sucesso da rede social, porém, vem acompanhado da polêmica sobre a superexposição e falta de privacidade. Já no campo da biologia genética houve avanços no sequenciamento de genoma que deram esperanças para encontrar a cura para doenças como Alzheimer, Parkinson, esquizofrenia e autismo. Mas diagnósticos precoces levantam problemas éticos e preocupações com um possível aumento de casos de aborto em países como os Estados Unidos. Dilma sanciona “Lei Carolina Dieckmann, sobre crime virtual - 3/12/12 A presidente Dilma Rousseff sancionou duas leis que alteram o Código Penal para estabelecer os crimes eletrônicos e na internet e suas respectivas sanções. Os projetos foram aprovados pela Câmara dos Deputados no dia 7 de novembro. A sanção foi publicada nesta segunda-feira no “Diário Oficial da União” (DOU). Uma das leis é a de número 12.737, que ficou mais conhecida como Lei Carolina Dieckmann, em referência à atriz que teve 36 fotos suas, em poses nuas e seminuas, vazadas na internet em maio e foi vítima de chantagem A lei tipifica crimes com uso de dados de cartões de débito e crédito sem autorização do proprietário. Essa prática é equiparada à falsificação de documento particular e as penas variam de um a cinco anos e multa. A lei também considera crime a invasão de dispositivos eletrônicos como celulares, notebooks, desktops, tablets ou caixas eletrônicos para obter ou adulterar dados e obter vantagens ilícitas. As penas podem variar de três meses de prisão a três meses a dois anos de prisão e multa. Ela define ainda como crime a prática — muito adotada por hackers de grupos como o LulzSec, ligado ao movimento Anonymous — de interrupção intencional do serviço de internet de empresas. As penas, nesse caso, variam de um a três anos de detenção e multa. O caso WikiLeaks e Julian Assange Julian Assange, o fundador da WikiLeaks - site especializado em vazar registros confidenciais de governos e empresas – foi preso e considerado pelo Departamento de Estado Americano, como um "criminoso" e "anarquista". Assange foi preso no dia 07 de dezembro de 2010 e solto no dia 16 do mesmo mês. Ele havia sido acusado de manter relações sexuais sem

preservativos com duas mulheres suecas, o que naquele país é considerado uma forma de estupro. O site WikiLeaks divulgou cerca de 251 mil documentos diplomáticos confidenciais do Departamento de Estado dos EUA. Os documentos revelam detalhes da política externa americana entre dezembro de 1966 e fevereiro de 2010. Os assuntos tratam de política externa, de assuntos internos dos governos, de direitos humanos, de condições econômicas, de terrorismo e do Conselho de Segurança da ONU. A maioria dos documentos (15.365) fala sobre o Iraque. Os telegramas foram divulgados por meio de um grupo de publicações internacionais: "The New York Times" (EUA), "Guardian" (Reino Unido), "El País" (Espanha), "Le Monde" (França) e "Der Spiegel" (Alemanha). Morre Steve Jobs, fundador da Apple Morreu no dia 5 de outubro de 2011, aos 56 anos, Steve Jobs, fundador e atual presidente da Apple. O executivo estava de licença médica desde o início de fevereiro e, no fim de agosto, havia se afastado do comando da Apple. Além de comandar a Apple, Steve Jobs também foi um dos criadores do estúdio de animação Pixar.

Entenda o que é a SOPA e a PIPA Dois projetos de lei, o Stop Online Piracy Act, conhecido como Sopa, e "Protect IP Act" (ato para proteção da propriedade intelectual), chamado de Pipa, que estão no Congresso dos Estados Unidos, provocaram manifestações ou interrupções de serviços de sites importantes como Google e Wikipedia. Ambos os projetos de lei visam combater a pirataria na internet. Pela lei, qualquer site pode ser fechado apenas por ter conexão com outro site suspeito de pirataria a pedido do governo dos EUA ou dos geradores de conteúdo. Ferramentas de busca como o Google, por exemplo, teriam que remover dos resultados das pesquisas endereços que compartilhem conteúdo pirata, correndo o risco de punição.

Quem é a favor As propostas têm apoio de emissoras de TV, gravadoras de músicas, estúdios de cinema e editoras de livros, que se sentem lesadas com a livre distribuição de filmes e músicas na web, principalmente em servidores internacionais. Disney, Universal, Paramount, Sony e Warner Bros. apóiam esses projetos. Quem é contra Já empresas de tecnologia como Google, Facebook, Wikipedia, Craigslist, WordPress, entre outros, são contra os projetos de lei, alegando que, caso aprovados, eles teriam menos liberdade da internet e dão poderes em excesso para quem quiser tirar os endereços do ar, prejudicando o funcionamento da web em todo o mundo. A Casa Branca também se manifestou contra os projetos, afirmando que eles podem atentar contra a liberdade de expressão na internet. Sem o apoio, eles podem sofrer modificações ou até serem diluídos no Congresso e no Senado americanos. Megaupload é fechado pelo FBI e desencadeia Guerra Virtual 19 de janeiro 2012 O site de compartilhamento de arquivos “Megaupload” é fechado pelo FBI e hackers contrários do mundo todo derrubam dezenas de sites do governo norte-americano e empresas que apóiam a aprovação da SOPA e da PIPA.

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Uma espécie de guerra virtual começou após o fechamento do Megaupload pelo FBI, na tarde desta quinta-feira (19/01). Logo em seguida, o grupo de hackers Anonymous iniciou uma série de ataques a outros sites - Universal Music, Departamento de Justiça dos Estados Unidos, US Copyright Office, Warner Music Group e até o próprio FBI -, em protesto ao fim do conhecido site de arquivos digitais. Quem são os “Anônimos”? No início de 2011, os Anonymous ganharam as manchetes de jornais devido às suas iniciativas e ataques em massa, organizados através de uma estrutura anárquica feita através da web. O nome do grupo faz referência a um termo genérico usado em postagens de fóruns para designar alguém que preferiu não se identificar, e ganhou força como ‘nome do grupo’ quando os participantes do fórum de imagens 4chan resolveram fazer ações coordenadas na web, identificando-se como ‘Anonymous’.

Sopa é retirada da pauta do Congresso dos EUA 20 de janeiro de 2012 O autor do projeto de lei americano antipirataria (Stop Online Piracy Act, ou apenas “Sopa”), Lamar Smith, declarou nesta sexta-feira, 20, que está retirando a proposta da pauta “até que haja um consenso maior em torno de uma solução”. Mais cedo, o líder do Senado, Harry Reid, já havia adiado a votação da outra proposta antipirataria que corre no Congresso americano, a Pipa. A votação estava marcado para terça, 24, mas foi adiada “indefinidamente”. Parlamento Europeu rejeita tratado global antipirataria ACTA O Parlamento Europeu rejeita o ACTA O Parlamento Europeu rejeitou definitivamente em 4 de junho de 2012 o tratado antipirataria Acta, acabando com qualquer possibilidade de que a União Europeia (UE) ratifique o polêmico acordo internacional que, segundo os críticos, ameaça as liberdades individuais, em particular a dos internautas. No total, 478 parlamentares votaram contra o tratado, 39 a favor e 165 optaram pela abstenção, no que representa um revés para a Comissão Europeia, que desejava aplicar o texto para defender os interesses econômicos das empresas vítimas da pirataria. O Acta foi assinado em janeiro por 22 dos 27 governos da União Europeia, assim como por Estados Unidos, Japão, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Cingapura, Coréia do Sul, Suíça, México e Marrocos. Essa votação acontece depois de três anos de mobilização dos críticos do texto: milhares de pessoas se manifestaram contra o acordo e arrecadaram 2,8 milhões de assinaturas contra o ACTA. Bóson de Higgs - Cientistas encontram a "partícula de Deus" Cientistas anunciaram no último dia 4 de julho de 2012 a descoberta do bóson de Higgs, a última partícula elementar (isto é, constitutiva da matéria) que faltava ser encontrada. A busca levou quase meio século de pesquisa, a mais cara da história da ciência. De acordo com a teoria do Modelo Padrão, a matéria é formada por 17 partículas elementares. Elas dividem-se em dois grupos: os férmions e os bósons. Os férmions são subdivididos em seis tipos de quarks e seis de léptons. Os bósons incluem outros cinco tipos de partículas, entre elas a de Higgs, conhecida como a "partícula de Deus". A experiência foi feita, a partir de 2008, no LHC (Grande Colisor de

Hádrons, na sigla em inglês), o maior acelerador de partículas do mundo. O trabalho dos pesquisadores consistia em acelerar prótons em direções opostas, a uma velocidade próxima à da luz, e provocar uma colisão que fosse captada por dois gigantescos detectores. O choque de prótons fragmentaria, em pedaços menores, os bósons. O bóson de Higgs é tão pequeno e instável, que os cientistas puderam apenas capturar o rastro de sua existência. A descoberta, no entanto, abre novos caminhos de investigação para a ciência. TIPOS DE FONTES DE ENERGIA O Brasil possui uma matriz energética limpa. Em 2008, cerca de 46% da energia gerada no Brasil vem de fontes renováveis. Somente a cana fornece 16% dessa oferta interna de energia no país, em sua maioria na forma de etanol para o funcionamento de automóveis.

Matriz energética brasileira em 2011

Geração de Eletricidade A energia hidráulica sempre foi dominante, uma vez que o Brasil é um dos países mais ricos do mundo em recursos hídricos. A introdução da biomassa, energia nuclear e gás natural reduziu a porcentagem da hidroeletricidade de 92% em 1995 para 77% em 2008.

1. Carvão É um combustível fóssil extraído de explorações minerais e foi o primeiro a ser utilizado em larga escala, é o que se estima ter maiores reservas (200 anos) e o que acarreta mais impactos ambientais, em termos de poluição e alterações climáticas. 2. Petróleo Constituído por uma mistura de compostos orgânicos é, sobretudo, utilizado nos transportes. É uma das maiores fontes de poluição atmosférica e motivo de disputas econômicas e de conflitos armados. Estima-se que as suas reservas se esgotem nos próximos 40 anos. 3. Gás Natural Embora menos poluente que o carvão ou o petróleo, também contribui para as alterações climáticas. É utilizado como combustível, tanto na indústria, como em nossas casas. Prevê-se que se as suas reservas se esgotem nos próximos 60 anos.

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4. Urânio É um elemento químico existente na Terra, constituindo a base do combustível nuclear utilizado na indústria de defesa civil. Tem um poder calorífico muito superior a qualquer outra fonte de energia fóssil.

Polêmica envolvendo a usina de Belo Monte, no Pará A hidrelétrica de Belo Monte é uma das maiores obras de infraestrutura previstas pelo governo federal e também um dos projetos que enfrenta maior resistência. Enquanto o governo diz que a obra é necessária para garantir o abastecimento de energia elétrica nos próximos anos para o país, moradores locais, entidades e especialistas destacam que os riscos ambientais e sociais podem ser mais prejudiciais do que os benefícios econômicos da obra. A hidrelétrica ocupará parte da área de cinco municípios do Pará: Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. A região discute há mais de 30 anos a instalação da hidrelétrica no Rio Xingu, mas teve a certeza de que o início da obra se aproximava após a concessão em fevereiro de 2010, pelo Ibama, da licença ambiental. Uma das críticas ao projeto se refere à capacidade de geração de energia. Segundo dados do governo, o rio Xingu perde vazão – quantidade de água - no verão, época de seca. Por conta disso, a expectativa é de que Belo Monte, que terá capacidade instalada de 11.233 MW, tenha uma geração média de 4.500 MW. A população que depende do Rio teme ainda a seca na Volta Grande, local habitado por índios e ribeirinhos. Isso porque parte da água terá seu curso desviado para um reservatório, uma área que será alagada, e com isso a vazão será reduzida no trecho de 100 quilômetros. Belo Monte será a segunda maior usina do Brasil, atrás apenas da binacional Itaipu, e custará pelo menos R$ 19 bilhões, segundo o governo federal, o que torna o empreendimento o segundo mais custoso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), atrás apenas do trem-bala entre São Paulo e Rio, orçado em R$ 34 bilhões. A usina deve começar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras devem ser finalizadas em 2019. Ceará ganha primeira usina comercial de energia solar do Brasil A primeira usina solar comercial do Brasil está em fase de teste desde 30 de junho de 2011 e deve ser inaugurada nesta quinta-feira (4) em Tauá, a 344 km de Fortaleza. Segundo informações do grupo proprietário da usina, o EBX, a MPX Tauá tem capacidade inicial de gerar 1 megawatt, suficiente para abastecer 1,5 mil famílias.

Petróleo no Brasil Auto-Suficiência em 2006 O Brasil alcançou em 2006 a auto-suficiência na produção de petróleo com a plataforma P—50. Atualmente, quase todo o petróleo extrafdo nos campos nacionais é pesado e, como as nossas refinarias mais antigas não têm capacidade para processar todo o petráleo pesado extraído, é necessário importar o petróleo leve, que apresenta custos mais baixos de refino, e exportar o pesado, mas exporta o excedente do que extrai para refino em outros países. A Petrobras investe na modernização e adequação de suas refinarias ao petróleo brasileiro e, também, investe na procura de petróleo leve no país. A auto-suficiência significa que essa conta está equilibrada ou superavitária para o Brasil.

Começa a extração do Petróleo na camada pré-sal Correio Braziliense - 02/05/2009 O governo comemorou ontem o início das operações na reserva de Tupi, que marca a nova era do Brasil na extração e na produção de óleo. A estimativa da Petrobras é de que sejam extraídos 219 mil barris diários até 2013. O poço que começou a operar está a 3 mil metros abaixo do solo marinho — uma camada de sal. Início das operações marca nova era na produção brasileira de óleo. Reserva na área de Tupi é estimada em até 8 bilhões de barris.

Graça Foster será 1ª presidente mulher de petrolífera no mundo 24 de janeiro de 2012 - Terra Maria das Graças Foster será a primeira mulher em um grupo até agora dominado exclusivamente por homens ao assumir a presidência da Petrobras, em fevereiro. Segundo levantamento feito pelo Energy Institute, da Grã-Bretanha, nenhuma outra companhia de petróleo no mundo teve até hoje uma mulher no comando. A indicação da atual diretora de Gás e Energia da Petrobras, conhecida como Graça Foster, à presidência da estatal foi anunciada pelo governo brasileiro na tarde de segunda-feira. Ela substituirá o atual presidente, José Sérgio Gabrielli, no cargo desde o governo Lula. A questão das Biomassas Uma característica particular do Brasil é o desenvolvimento industrial em grande escala e a aplicação das tecnologias de energia de biomassa. Bons exemplos disso são: a produção do etanol a partir da cana-de-açúcar, o carvão vegetal oriundo de plantações de eucaliptos, a co-geração de eletricidade do bagaço de cana e o uso da biomassa em indústrias de papel e celulose (cascas e resíduos de árvores, serragem, licor negro etc.). A utilização de biomassa no Brasil é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a disponibilidade de recursos e mão-de-obra baratas, rápida industrialização e urbanização e a experiência histórica com aplicações industriais dessa fonte de energia em grande escala. Aproximadamente 75% do álcool produzido é proveniente do caldo de cana. Os restantes 25% têm origem no melaço resultante da produção de açúcar. A utilização da lenha no Brasil é ainda significativa, principalmente nas carvoarias para produzir carvão vegetal e na cocção de alimentos nas residências. Em 2004, o setor residencial consumiu cerca de 26 milhões de toneladas de lenha, equivalentes a 29% da produção. O consumo tem crescido nos últimos anos pelo aumento dos custos do seu substituto direto, o gás liquefeito de petróleo (GLP), vendido em botijões.

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Cana-de-açúcar já é 2ª matriz energética – balanço de 2008 A cana-de-açúcar ultrapassou pela primeira vez a energia hidráulica, em 2007, e se tornou a segunda principal matriz energética do Brasil. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O primeiro colocado continua sendo o petróleo. A participação de petróleo e derivados na produção de energia passou de 37,8%, em 2006, para 36,7% em 2007. Já a cana-de-açúcar passou de 14,5% para 16% no mesmo período e o índice de energia hidráulica e eletricidade caiu de 14,8% para 14,7%. O grande responsável pelo avanço do uso da cana-de-açúcar foi o etanol. O avanço da cana-de-açúcar ocorreu devido ao crescimento da frota de carros flex e a queda do preço do etanol por causa das boas safras. Um futuro promissor para os Biocombustíveis Uma vertente promissora do agronegócio, na qual o Brasil está na vanguarda, é o desenvolvimento de combustíveis feitos de matéria-prima orgânica, os biocombustíveis. Estão em andamento em vários centros brasileiros de pesquisa estudos sobre a produção de combustíveis a partir de plantas como soja, girassol, ricino, algodão e mamona A Embrapa trabalha num produto à base de gordura animal. A Petrobras já está vendendo o H-bio, mistura de diesel com óleos extraídos de oleaginosas. Até agora, a principal matéria-prima para a fabricação de combustível orgânico é a cana-de-açúcar. Além da longa tradição de produção canavieira, o Brasil domina o processo de fabricação do álcool combustível desde a criação do Programa Brasileiro do Álcool (Proálcool), em 1975. Hoje, o setor sucroalcooleiro é o principal agente do Programa Nacional de Biocombustíveis. As empresas do setor recebem ajuda também do Ministério da Agricultura e do Banco Japonês de Cooperação Internacional. O processo é incentivado pelo aumento da frota de veículos flexíveis que funcio-nam com mais de um tipo de combustível.

Cana de açúcar, estrela e vilã A expansão da produção de cana-de-açúcar vai agravar problemas ainda não resolvidos da lavoura canavieira. Os principais são rela-cionados ao meio ambiente. A queimada da palha após a colheita, além da poluição, que provoca doenças respiratórias, também causa sérios danos ao solo. A vinhaça, resíduo das destilarias de álcool, com o tempo pode contaminar os lençóis freáticos. Hoje, a indústria do setor desenvolve métodos para uso da vinhaça como fertilizante e há leis fixando prazos para o fim das queimadas. Outra questão é a do trabalho. Há muitos acidentes graves entre trabalhadores, e só

no estado de São Paulo morreram 13 bóias-frias em 2004 e 2005. O ritmo fatigante do corte de cana, sem intervalos para descanso nem alimentação adequada, causou a morte por exaustão dos trabalhadores. Em agosto de 2006, fiscais do Ministério do Trabalho encontraram e libertaram 430 bóias-frias que realizavam trabalho escravo para usineiros paulistas. Energia Nuclear no Brasil Angra I Para atender as possíveis necessidades futuras, em 1972 foi iniciada a construção de Angra I, mas só em 1985 a usina entrou em operação comercial. Angra I tem 657 MW de potência. Funciona com reator de água pressurizada, moderado e refrigerado a água com prédio de contenção. Foi construída na praia de Itaorna em Angra dos Reis - Rio de Janeiro, e mesmo obedecendo aos mais exigentes padrões internacionais de segurança, ainda há muita polêmica. Além de programas de segurança, testes periódicos de rotina garantem a proteção contra acidentes com liberação de radioatividade para o meio ambiente. Angra II Em junho de 2000, Angra II teve seu reator entrou em fissão, com potência de 1.309 Mw. O IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, é responsável pelo licenciamento ambiental de empreendimentos industriais de grande porte. Para conceder a Licença de Operação de Angra II, foi exigido que fosse preparado o EIA (Estudo de Impacto Ambiental). Angra III Ao Conselho Nacional de Política Energética, em sua Resolução nº 3, de 25 de junho de 2007, determinou a retomada da construção da Usina Nuclear Angra III, com previsão de entrada em operação comercial em 2013. As usinas nucleares brasileiras são seguras contra terremotos e tsunamis? Uma comparação direta entre as situações brasileira e japonesa não é adequada, pois enquanto o Japão está situado em uma região de alta sismicidade – causada pela proximidade da borda de placa tectônica, onde ocorrem cerca de 99% dos grandes terremotos -, o Brasil está em uma região de baixa sismicidade, em centro de placa tectônica. O projeto estrutural das usinas de Angra leva em consideração a possível ocorrência de um abalo sísmico? As usinas nucleares de Angra dos Reis foram projetadas para resistir a vários tipos de acidentes. O maior terremoto registrado na região Sudeste, nas últimas décadas, ocorreu em 22 de abril de 2008, atingiu 5,2 graus na escala Richter e teve seu epicentro no Oceano Atlântico, a 215 km da cidade de São Vicente, no litoral paulista. Angra está projetada para resistir tremores mais acima desse nível. Qual a possibilidade de um tsunami (maremoto) atingir o litoral brasileiro na região Sudeste? Um evento desta natureza é provocado na maioria das vezes em decorrência de um abalo sísmico de grande magnitude (superior a 7.0) no mar, em que o foco esteja pouco profundo e em regiões de borda de placas tectônicas que se movem uma em direção à outra, gerando ondas que podem alcançar grande amplitude nas regiões costeiras próximas. A região Sudeste do litoral brasileiro está situada na placa tectônica Sul-Americana, que se afasta da placa tectônica Africana. Portanto, no oceano Atlântico Sul, não existem as condições necessárias para gerar os tsunamis (maremotos). Mesmo assim, Angra suportaria até ondas de 7 metros.

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ORIENTE MÉDIO e MUNDO ÁRABE – 2011/2012 Osama bin Laden é morto no Paquistão – Maio de 2011 No final da noite de 1º de maio de 2011 (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos. A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Enquanto a secretária de Estado dos EUA afirmava que a batalha contra o terrorismo continua, o alerta disseminado em aeroportos horas depois da notícia simboliza a incerteza do impacto efetivo da morte de Bin Laden no presente e no futuro. “Primavera Árabe – 2011/2012 Tunísia Protestos continuam na Tunísia apesar da decisão do presidente Zine al-Abidine Ben Ali de renunciar em janeiro. Ele deixou o país após semanas de manifestações e choques entre manifestantes e a polícia. O gatilho foi o ato desesperado de um jovem desempregado, no dia 17 de dezembro. Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo, quando autoridades de sua cidade impediram-no de vender legumes nas ruas de Sidi Bouzid sem permissão. O gesto detonou protestos que se espalharam pelo país. A resposta violenta das autoridades - com a polícia abrindo fogo contra manifestantes - parece ter exacerbado a ira da população e fomentado novos protestos, que terminaram levando à derrocada do presidente. Egito Centenas de milhares de pessoas se reuniram no Cairo em fevereiro para marcar uma semana da queda do presidente Hosni Mubarak. O líder de 82 anos renunciou após 18 dias de protestos. Ele estava no poder desde 1981. O Egito há muito vinha sendo um centro de estabilidade em uma região volátil, mas isso mascarava problemas, que vieram à tona nas demandas de manifestações populares contra o governo de 30 anos de Mubarak. Os principais gatilhos foram a pobreza, inflação, exclusão social, raiva contra a corrupção e o enriquecimento da elite política do país. Com Mubarak fora do jogo, as Forças Armadas do país assumiram o poder através de um Conselho Militar, que governará pelos próximos seis meses, até que eleições sejam realizadas. O grupo islamista conservador Irmandade Muçulmana tem chances de ter um bom desempenho em quaisquer eleições livres e justas, mas temores de que o timão político no Egito se volte para o lado do conservadorismo islâmico é a principal fonte de preocupação do Ocidente e de Israel.

Mapa das Revoltas no Mundo Árabe

Síria O presidente Bashar al-Assad prometeu promover reformas políticas após herdar o poder de seu pai, Hafez, em 2000, após três décadas de um regime autoritário. O presidente da Síria, Bashar al-Assad, convocou uma comissão de juristas para estudar o fim das leis de emergências que vigoram no país há quase 50 anos. A legislação atual permite a polícia efetuar prisões sem acusação formal e restringe o direito a manifestações públicas. Segundo a agência oficial de notícias da Síria, a comissão deverá elaborar novas leis para preservar a segurança e combater o terrorismo. Os conflitos na Síria agravaram-se em julho de 2012 com a chegada de forças rebeldes à capital Damasco e a morte de autoridades do primeiro escalão do governo, entre elas o ministro da Defesa e o cunhado do presidente Bashar Al Assad. Os confrontos entre rebeldes e governo começaram em março de 2011, na continuidade da Primavera Árabe. Mais de 10 mil pessoas morreram, segundo a ONU, ou 17 mil, de acordo com ativistas dos direitos humanos. A Cruz Vermelha declarou que o país vive uma guerra civil. O que torna a crise na Síria mais difícil são as diferenças étnicas e religiosas. Os sunitas, que formam a maioria da população (74%) são governados pela minoria alauíta (12%). A ONU tenta negociar uma saída diplomática para a crise. Porém, todas as propostas de sanções para forçar a renúncia do presidente foram emperradas pela Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança. Bahrein A monarquia sunita que governa o país ofereceu diálogo com representantes da maioria xiita do Bahrein, após dias de protestos na principal praça da capital, Manama. O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu calma ao Bahrein, que é um país estrategicamente importante para os EUA. Representantes de alto escalão do principal grupo político xiita do país, Wefaq, pediram a renúncia do governo. Entre outras demandas está a libertação dos presos políticos e conversas sobre uma nova Constituição. Manifestantes xiitas reclamam de problemas econômicos, falta de liberdade política e discriminação no mercado de trabalho a favor de sunitas. Marrocos O principal grupo de oposição do Marrocos afirmou que a "autocracia" será varrida do país, se reformas econômicas profundas não forem implementadas. O país enfrenta vários problemas econômicos. O governo anunciou um aumento nos subsídios do Estado para tentar conter o aumento no preço das commodities. O rei diz que a luta contra a pobreza no país é uma prioridade, o que lhe valeu o epíteto de "guardião dos pobres". Mas organizações não-governamentais dizem que pouco mudou, que a pobreza e o desemprego ainda são grandes no país. O Marrocos vem sendo atingido por greves, nos setores público e privado. Argélia Protestos esporádicos vêm acontecendo no país desde o começo de janeiro, com manifestantes pedindo a renúncia do presidente Abdelaziz Bouteflika. Grupos de manifestantes se uniram em seu movimento contra o governo, incluindo pequenos sindicatos e partidos políticos menores. O gatilho para os protestos parece ter sido principalmente econômico - em particular o aumento acentuado no preço dos alimentos. Iêmen Após dias de protestos, o presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, anunciou, em fevereiro, que não concorreria a outro mandato, após três décadas no poder. Ele também disse ao Parlamento que não passaria o poder a seu filho, afirmando: "Nenhuma extensão, nenhuma herança, nenhum cronômetro zerado". Mas os protestos continuam, com pessoas saindo às ruas nas cidades de Sanaa, Aden e Taiz. Manifestantes antigoverno pedindo

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reformas políticas entraram em choque com grupos leais ao governo, e a polícia foi enviada para reprimir manifestações. Jordânia Milhares de jornadanianos saíram às ruas ao longo das últimas cinco semanas, pedindo melhores perspectivas de emprego e redução nos preços de alimentos e combustível. Em resposta, o rei Abdullah 2º demitiu o primeiro-ministro Samir Rifai, acusando-o de promover reformas lentas. Marouf al-Bakhit, ex-general do Exército e embaixador do país em Israel, foi nomeado em seu lugar. A morte do rei Hussein, que governou por 46 anos, deixou a Jordânia na briga pela sobreviência econômica e social, assim como pela paz regional. Seu filho, Abdullah, que o sucedeu no trono, enfrenta o desafio de manter a estabilidade e atender a demandas por reforma. Irã O sistema político complexo e incomum do Irã combina elementos de uma teocracia islâmica com democracia. Uma rede de instituições não sujeitas a voto popular e controladas pelo altamente poderoso Líder Supremo do país tem como contrapartida um presidente e um Parlamento eleitos pelo povo. O presidente Mahmoud Ahmadinejad, eleito em 2005, é um adepto da linha-dura, que prometeu reprimir qualquer protesto contra o regime. Líbia – A Queda de Kadafi Inspirados nos protestos populares que derrubaram os governos na Tunísia e no Egito, os rebeldes líbios iniciam um protesto que reúne mais de 2 mil pessoas, no dia 15 de fevereiro de 2011, devido à prisão de um ativista dos direitos humanos e também contra os governantes corruptos. A revolução gera reação das forças do ditador, que abrem fogo contra centenas de pessoas em Trípoli, Bengasi e outras áreas do país. Os rebeldes não encerram as manifestações e a batalha se intensifica, o que gera uma crise de abastecimento de comida, combustível e medicamentos. Segundo organizações humanitárias, os confrontos causaram pelo menos 10 mil mortes. A situação culmina em sanções do Conselho de Segurança da ONU contra Kadafi e sua família. No dia 17 de março, o Conselho de Segurança da ONU aprova a resolução que cria uma zona de exclusão aérea e autoriza “todas as medidas necessárias” para proteger áreas civis das tropas do ditador. Dois dias depois, começa a operação comandada por EUA, França, Grã-Bretanha, Itália e Canadá; 20 caças e mais de 110 mísseis bombardeiam alvos do governo. Em 27 de março, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) assume o controle das operações. Em agosto, após conquistar cidades estratégicas em todo o país, os opositores conseguem tomar Trípoli no dia 21 de agosto enquanto Kadafi foge para outro lugar. Somente em outubro, dia 20, Muamar Kadafi é capturado e morto em decorrência de ferimentos após ser capturado em Sirte, cidade natal do coronel e último foco de resistência das tropas ainda leais ao ditador.

O Acordo Nuclear Turquia-Irã mediado pelo Brasil – 2010 Em maio de 2010, o presidente Lula, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, firmaram um acordo para troca de material nuclear entre Irã e Turquia: o Acordo de Teerã.

A principio, o acordo parecia ser a solução para a crescente tensão entre Irã e o Conselho de Segurança da ONU em relação ao Programa Nuclear iraniano. Mas muitos especialistas dizem que o acordo não vai impedir que o Irã consiga a tecnologia necessária para a construção da bomba atômica, por mais que o presidente Ahmadinejad diga que o programa é apenas para fins pacíficos. Países como os Estados Unidos, a França e o Reino Unido dizem que o acordo não passa de um embuste do Irã para ganhar tempo. Pelo acordo, o Irã entregará uma quantidade urânio enriquecido a 3,5% à Turquia. Em troca, receberá parte deste urânio enriquecido a 20%. Nessa faixa, seu uso limita-se apenas à produção de energia elétrica e pesquisas médicas. Para ser utilizado em uma bomba atômica, o urânio deve ser enriquecido a mais de 90%. Toda operação seria fiscalizada pela Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da ONU. Mas apesar do acordo, o governo do Irã disse que continuará a fazer pesquisas para o enriquecimento do seu urânio independente do acordo firmado com Brasil e Turquia. Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha e Reino Unido – membros do Conselho de Segurança da ONU – não concordaram com os termos do acordo e querem apertar as sanções sobre o Irã. Em resposta, Ahmadinejad ameaçou não cumprir o acordo feito com Brasil e Turquia. A crise continua.

Guia para entender os

Conflitos no Oriente Médio

Poucas coisas são tão comentadas e tão pouco conhecidas como o Oriente Médio. É comum as pessoas no ocidente se referirem a região como um local onde “sempre houve guerra”, “repletas de terroristas”. As generalizações são tão grandes que muitas vezes até outras regiões são chamadas de Oriente Médio. Esses problemas não só simplifica as origens dos conflitos como contribuem para o preconceito. Onde fica o Oriente Médio? O Oriente Médio fica na junção da Eurásia, da África, do Mar Mediterrâneo e do Oceano Índico.

Mapa do Oriente Médio

Por que o Oriente Médio é tão importante para o Ocidente? Historicamente é reconhecido como o berço das primeiras civilizações, sendo que a Greco-Romana (berço da Civilização Ocidental) estabeleceu profundas inter-relações com a região desde a sua origem. Também o local de nascimento e centro espiritual das três principais religiões monoteístas: o cristianismo, o islamismo e o judaísmo. Durante séculos a maior parte do Oriente Médio pertenceu ao Império Turco-Otomano, mas com o fim da Primeira Guerra Mundial a região passou a ser dividida em “protetorados” Ingleses e Franceses (que já exerciam influências imperialistas no Império Turco desde o século XIX). Os interesses do ocidente na região são culturais, estratégicos, econômicos e militares. Além de ser uma via de passagem entre Europa-Ásia-Africa e ser banhado por três mares (Mediterrâneo, Negro e Vermelho) e pelo Oceano Índico, a região é rica em

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diversos produtos de interesses comerciais (genericamente chamadas de “especiarias”) e principalmente em petróleo. Qual a origem do povo Judeu na região? Tanto os hebreus (judeus) e árabes são povos de origem semita, sendo os seus principais remanescentes nos dias atuais. Estes, junto com vários outros povos, estabeleceram-se na região mais ou menos na mesma época. Os hebreus fixaram principalmente na região da atual Palestina, na época, chamada por eles de Canaã. A região sempre sofreu ondas migratórias de vários povos, invasões e disputas pela posse da sua terra tais como Filisteus, Babilônicos (provocando a Primeira Diáspora), Persas, Macedônicos até a conquista pelos Romanos. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. pelos Romanos, acontece a Segunda Diáspora Judaica. Qual a origem do Estado de Israel? Com o fim da Segunda Guerra Mundial, havia uma enorme pressão internacional para a criação de um Estado Judaico como forma de compensação pelos horrores do Holocausto Judeu provocado pelos Nazistas. Em novembro de 1947 a Assembléia Geral da ONU aprovou o Plano de Partição da Palestina que propunha o estabelecimento de um estado árabe e outro judaico na região da Palestina (que era um protetorado inglês). Os países árabes não aceitaram essa resolução. Alguns meses depois, a Declaração de Independência do Estado de Israel foi feita no dia 14 de Maio de 1948.

Isaac Rabin (Primeiro Ministro de Isral), Bill Clinton (Presidente dos EUA)

e Yasser Arafat (Líder da OLP_ durante os Acordos de Oslo em 1993. Por que os judeus estão em conflito com outros povos árabes? Na verdade o conflito entre árabes e israelenses é recente. As tensões começaram a partir da década de 1880 quando judeus provenientes da Europa começaram a emigrar formando e aumentando comunidades judaicas na Palestina, quer por compra de terras aos otomanos, quer por compra direta a árabes proprietários de terrenos. Mas a situação fica realmente violenta com a criação do Estado de Israel em 1948. No dia seguinte a sua declaração de Independência, cinco países da Liga Árabe, Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque, apoiados pela Arábia Saudita e pelo Iêmen, invadiram o território do antigo Mandato Britânico da Palestina, iniciando a Primeira Guerra Árabe-israelense de 1948. Após um ano de combates, um cessar-fogo foi declarado. Em 1956, os crescentes atritos de fronteiras entre Egito e Israel e o reconhecimento do Canal de Suez como egípcio, desencadearam a Segunda Guerra Árabe-israelense. Israel, apoiado pela Inglaterra e França, saiu novamente vitorioso, conquistando a península do Sinai. Sob pressão dos Estados Unidos e da União Soviética, a ONU enviou à região forças de paz, que obrigaram Israel a abandonar o Sinai. Em 1967, Israel lançou um ataque preventivo contra Egito, Jordânia e Síria apoiados por apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. A chamada Guerra dos Seis Dias, ou Terceira Guerra Árabe-israelense. Em consequência da guerra, Israel expandiu-se territorialmente, ocupando a Cisjordânia (conquistada à Jordânia), a Faixa de Gaza e a Península do Sinai (conquistadas ao Egito) e as Colinas de Golã (conquistados à Síria). A parte da Cidade Antiga de Jerusalém foi reunificada a Cidade Nova, formando um único município sob jurisdição israelita.

Nas décadas seguintes inúmeros outros conflitos armados envolveram os Israelenses e os países árabes. Quem é quem nos Conflitos Árabes-Israelenses? OLP - Em 1964 foi fundada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cujo missão estatutária é a destruição do Estado de Israel. O principal líder da organização foi o egípcio Yasser Arafat, falecido em 2004. Arafat, após anos de luta contra Israel, renegou a luta armada e iniciou as negociações de paz. Desde 1994, parte da Palestina está sob a administração da Autoridade Nacional Palestina. Autoridade Nacional Palestina - É uma instituição estatal semi-autônoma que governa nominalmente partes da Palestina. Compreende as regiões da Cisjordânia e toda a Faixa de Gaza (dois fragmentos do território original) e foi estabelecida nos Acordos de Oslo entre a OLP e Israel. Fatah - É uma organização política e militar fundada em 1964 por Yasser Arafat e outros membros da diáspora palestina. É a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Pode ser definido como um partido de centro-esquerda e significativamente menos radical que o Hamas. Atualmente prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. Esta é uma das principais razões de sua aceitação internacional. Hamas - É uma organização palestina que não reconhece a existência do Estado de Israel. Desde 2005, o Hamas é um partido político e um movimento militar (as Brigadas Qassam). Em janeiro de 2006, venceu as eleições parlamentares palestinas, derrotando o Fatah e ficando com a maioria das cadeiras. Em junho de 2007, a chamada Batalha de Gaza resultou na expulsão do Fatah da Faixa de Gaza. Em resposta, o presidente palestino, Mahmud Abbas, retirou representantes do Hamas do governo da Autoridade Nacional Palestina na Cisjordânia. Isso foi o chamado “Cisma Palestino”. Recentemente em 2011 o Hamas e o Fatah reiniciaram as conversações de paz entre si. Hesbollah – Também chamado Hizbollah, é uma organização com atuação política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano. Surgiu inicialmente como uma milícia, em resposta à invasão israelense do Líbano de 1982. Hoje constitui-se em um dos principais movimentos de combate à presença israelense no Oriente Médio, utilizando de ataques de guerrilha. O Hesbollah desenvolve também uma série de atividades em cinco áreas: ajuda a familiares de mártires, saúde, educação religiosa xiita, reconstrução e agricultura no Líbano.

Evolução das fronteiras de Israel e perdas da Palestina.

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Jihad Islâmica – A Jihad Islâmica é um grupo tem uma pequena base de apoio. Ao contrário do Hamas, que é bem maior e administra escolas e hospitais, a Jihad Islâmica não tem nenhum verdadeiro papel social ou político. A facção é baseada na capital da Síria, Damasco, e acredita-se que seus recursos financeiros venham do Irã. A Jihad Islâmica tem como objetivo a criação de um Estado palestino islâmico e a destruição de Israel por meio de uma guerra santa. O grupo também se opõe aos governos árabes alinhados com o Ocidente. Intifada – Significa "revolta". O termo é freqüentemente empregado para designar os as revoltas violentas da população civil da palestina contra a presença israelense nos territórios ocupados. O termo surgiu após o levante popular em dezembro de 1987, com a população palestina atirando paus e pedras contra os militares israelenses. Ficaria conhecido como Primeira Intifada ou "Guerra das Pedras". A Segunda Intifada teve início em setembro de 2000 no dia seguinte à caminhada de Ariel Sharon (então líder do Likud e futuro Primeiro Ministro de Israel) pela Esplanada das Mesquitas e no Monte do Templo, nas cercanias da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém – área considerada sagrada para muçulmanos e judeus. Likud – É um partido político de Israel, que congrega a direita conservadora. O partido é contrário ao estabelecimento de um Estado palestino que inclua a Cisjordânia.

Para além da Palestina e do Oriente Médio Outros atores sociais aparecem relacionados aos conflitos árabe-

israelenses, mas que não estão necessariamente localizados na Palestina ou mesmo no Oriente Médio.

EUA – Sem dúvida é o maior aliado de Israel no Oriente Médio. Mas isso não significa que este seja seu único aliado na região. Profundamente interessado nas gigantescas reservas de petróleo e nas possibilidades para sua indústria bélica, os EUA mantiveram e ainda matem vários outros aliados na região. A Arábia Saudita, depois de Israel, é o seu maior aliado. O ditador egípcio Hosni Mubarak recentemente derrubado por uma revolta popular em seu país também era um dos maiores aliados dos norte-americanos. Outros países como Emirados Árabes, Kwait e Iêmen também mantêm laços comerciais, diplomáticos e militares com os EUA. Nos anos 80, durante a Guerra do Irã-Iraque, o Iraque de Saddam Hussein foi apoiado e armado pelos EUA. Al-Qaeda (O Alicerce ou A Base) – É uma organização fundamentalista islâmica internacional, constituída por células colaborativas e independentes que visariam reduzir a influência não-islâmica sobre assuntos islâmicos. São atribuídos à Al Qaeda diversos atentados a alvos civis ou militares na África, no Oriente Médio e na América do Norte, nomeadamente os ataques de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, Pensilvânia e Washington. Seu fundador, líder e principal colaborador seria Osama bin Laden. A estrutura organizacional da Al-Qaeda e a ausência de dados precisos sobre seu funcionamento são fatores que dificultam estimativas sobre o número de membros que a compõem e a natureza de sua capacidade bélica.

Osama bin Laden, líder do grupo terrorista Al Qaeda, morto em 2011 no Paquistão por forças norte-americanas durante o governo de Barack Obama. Taliban – É um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e, sobretudo, no Afeganistão, a partir de 1994 e que, efetivamente, governou o Afeganistão entre 1996 e 2001. A mídia norte-americana informou que o Talibã teria dado refúgio a Osama bin Laden após o ataque terrorista às Torres Gêmeas. Os Estados Unidos argumentaram que, como o

Afeganistão teria decidido não entregar Bin Laden, o país seria atacado. Assim, derrubou-se o regime talibã com o apoio de outros países (Força Internacional de Assistência para Segurança – FIAS – estabelecido pelo CS da ONU) em finais de 2001. Irã – Em 1979 dá início à Revolução Iraniana provocando a fuga do Xá Reza Pahlavi e a instalação do Aiatolá Ruhollah Khomeini como chefe máximo do país. Estabeleceu-se uma república islâmica, com leis conservadoras inspiradas no Islamismo e com o controle político nas mãos do clero. Posteriormente, houve tentativas de exportar a revolução islâmica e apoio a grupos militantes anti-Ocidente como o Hezbollah do Líbano. A partir de 1980, o Irã e o Iraque de Saddan Hussein (apoiado pelos EUA) enfrentaram-se numa guerra que durou oito anos. A vitória de Mahmoud Ahmadinejad na eleição presidencial de 2005 tem aumentado as tensões entre o Irã e inúmeros países ocidentais alinhados aos EUA devido aos constantes discursos do presidente iraniano contra Israel e seu povo. O programa nuclear iraniano é também acusado de visar o desenvolvimento de armamentos nucleares. Em 2009 Ahmadinejad se reelegeu sob suspeitas de fraude, o que geraram revoltas da população iraniana (duramente reprimidas). Em 2010, Brasil e Turquia tentaram negociar um tratado nuclear pacífico sob autorização da ONU, mas o Conselho de Segurança – liderado pelos EUA – recusou o tratado e aprovou sanções econômicas ao Irã aumentando a crise com os países ocidentais. Sobre o Polêmico Conceito de Terrorismo Várias organizações aqui citadas são consideradas por Israel, EUA e outros países como “terroristas”, o que causa forte polêmica já que o conceito é sempre usado com motivações ideológicas. Desta forma, se ações militares organizadas contra alvos israelenses são ações terroristas, do mesmo modo as ações militares empreendidas por Israel e EUA contra a população civil destes países também é consideradas ações de “terrorismo de Estado”. O único consenso sobre o assunto parece ser que ações violentas contra alvos civis devem ser condenadas por todos independente de suas convicções ideológicas. ONU reconhece Palestina como Estado observador não membro - 29/11/2012 Por maioria, a Assembleia-Geral da ONU reconheceu nesta quinta-feira a chamada Palestina como um Estado observador não membro. A decisão eleva o status do Estado palestino perante a organização e significa uma importante vitória política para os palestinos. A resolução foi aprovada com 138 votos dos 193 da Assembleia-Geral. Houve nove votos contrários e 41 abstenções. Os votos contrários foram de EUA, Canadá, República Tcheca, Palau, Nauru, Micronésia, Ilhas Marshall e Panamá. O status de Estado observador, semelhante ao do Vaticano, não garante direito a voto e fica aquém do reconhecimento pleno, que transformaria a Palestina no 194º membro da organização. Desde a entrada na ONU, em 1974, os palestinos eram representados pela OLP (Organização para Libertação da Palestina), que tinha o status de entidade observadora. Pelo direito internacional, o reconhecimento de Estados não se dá na ONU (Organização das Nações Unidas), mas por outros países. Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu formalmente que dirigentes israelenses e palestinos "retomem o processo de paz", paralisado há dois anos. "O necessário, agora, é vontade política e é coragem", disse Ban durante discurso no Comitê sobre os Direitos Inalienáveis do Povo Palestino. Recomeçar as negociações "é a única maneira de resolver os temas que permanecem suspensos" entre a ANP e Israel e conseguir um acordo de paz, disse. Ban reiterou sua condenação aos ataques feitos a partir da faixa de Gaza contra o território israelense, bem como a colonização da Cisjordânia por Israel. "O prolongamento da política de assentamentos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, constitui uma violação do direito internacional e essas ações devem acabar."

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PRINCIPAIS ESTATUTOS DO ESTADO BRASILEIRO O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA - é um conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem o objetivo de proteger a integridade da criança e do adolescente. O ECA foi instituído pela Lei 8.069 de 13 de julho de 1990 e representa um avanço no direito das pessoas ao explicitar os princípios da proteção integral e da prioridade absoluta, já previstos na Constituição Federal de 1988, que elevou a criança e o adolescente a preocupação central da sociedade e orientar a criação de políticas públicas em todas as esferas de governo (União, Estados , Distrito Federal e Municípios). Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. Estatuto das Cidades – é responsável por regulamentar e definir instrumentos propícios à efetivação das diretrizes encontradas no capítulo sobre Política urbana da mais recente Constituição brasileira. É a denominação oficial e consagrada da lei 10.257 de 10 de julho de 2001, responsável pela regulamentação do desenvolvimento urbano no Brasil. Estatuto das Cidades surgiu como projeto de lei em 1990, proposto pelo então senador Pompeu de Souza, tendo sido aprovado apenas em 2001, onze anos depois. As principais características do Estatuto das Cidades estão na atribuição aos municípios da implementação de planos diretores participativos para as suas cidades, definindo uma série de instrumentos urbanísticos que têm no combate à especulação imobiliária e na regularização fundiária dos imóveis urbanos seus principais objetivos. Estatuto do Idoso - é uma lei brasileira que visa garantir direitos às pessoas idosas. Foi aprovado pelo Governo do Brasil no dia 1º de outubro de 2003. Tem como objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, para assim promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Reconhecendo o Progresso de envelhecimento populacional no Brasil e as demandas geradas por esse fenômeno, foi promulgada legislação específica para esse seguimento etário, a Política Nacional do Idoso (PNI) de janeiro de 1994, que trouxe nova perspectiva para o atendimento ao idoso e nova forma de encará-lo, considerando-o como um cidadão com direitos e deveres e pessoas em desenvolvimento, apta a se cuidar e se governar. Constitui um marco, chamando atenção para o fato de o tema velhice ser pertinente a toda sociedade. No artigo 3º, estabelece: ·A família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo a sua dignidade, bem-estar e direito à vida; ·O idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas por meio desta política; ·O idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza. Estatuto da Terra – Um dos primeiros códigos inteiramente elaborados pelo Governo Militar no Brasil, a Lei 4504, de 30 de novembro de 1964, foi concebida como a forma de colocar um freio nos movimentos campesinos que se multiplicavam durante o Governo João Goulart. Conquanto seus conceitos abarcam definições de cunho inteiramente político, serve para nortear as ações de órgãos governamentais de fomento agrícola e de reforma agrária, como o INCRA. São diversos os conceitos ali enunciados, com importantes repercussões para a vida no campo, bem como a relação do proprietário de terras com o seu imóvel. Dentre elas: Reforma agrária - é o conjunto de medidas que visem a

promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade.

Módulo rural - consiste, em linhas gerais, na menor unidade de terra onde uma família possa se sustentar ou, como define a lei: “lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico - e cujas dimensões, variáveis consoante diversos fatores (localização, tipo do solo, topografia, etc.)”, são determinadas por órgãos oficiais.

Minifúndio - Uma propriedade de terra cujas dimensões não perfazem o mínimo para configurar um módulo rural.

Latifúndio - propriedades que excedam a certo número de módulos rurais ou, independente deste valor, que sejam destinadas a fins não produtivos (como a especulação).

Estatuto do Desarmamento - é uma lei federal que entrou em vigor no dia seguinte à sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se da Lei 10826 de 22 de dezembro de 2003, que “dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição (...)”. Somente poderão andar armados os responsáveis pela garantia da segurança pública, integrantes das Forças Armadas, policiais, agentes de inteligência e agentes de segurança privada. Já os civis, mediante a concessão do porte da arma de fogo, só podem comprar agora os maiores de 25 anos, e não maiores de 21 anos, devido a estatísticas que revelam um esmagador número de perpetradores e vítimas de mortes ocorridas com jovens entre 17 e 24 anos. Em 23 de outubro de 2005, o governo promoveu um referendo popular para saber se a população concorda com a proibição da venda de arma de fogo e munição em todo o território nacional denominado Referendo Sobre a Proibição do Comércio de Armas e Munição no Brasil. A medida não foi aprovada. Estatuto do Índio - é o nome como ficou conhecida a lei 6.001. Promulgada em 1973, ela dispõe sobre as relações do Estado e da sociedade brasileira com os índios. Em linhas gerais, o Estatuto seguiu um princípio estabelecido pelo velho Código Civil brasileiro (de 1916): de que os índios, sendo "relativamente capazes", deveriam ser tutelados por um órgão indigenista estatal (de 1910 a 1967, o Serviço de Proteção ao Índio/SPI; atualmente, a Fundação Nacional do Índio/Funai) até que eles estivessem “integrados à comunhão nacional”, ou seja, à sociedade brasileira. A partir de 1991, projetos de lei foram apresentados pelo Executivo e por deputados para regulamentar dispositivos constitucionais e para adequar a velha legislação aos termos da nova Carta. Em 1994, uma proposta de Estatuto das Sociedades Indígenas foi aprovada por uma comissão especial da Câmara dos Deputados. O novo "Estatuto dos Povos Indígenas" é uma proposta que visa garantir a proteção e os direitos das sociedades indígenas, entre outros, nos contextos:

Da demarcação das terras indígenas Do usufruto dos recursos florestais Da proteção ambiental Da saúde Da educação Das atividades produtivas Das normas penais Dos crimes contra os índios

Desde 1994 esta proposta está com sua tramitação paralisada na Câmera dos Deputados. BIBLIOGRAFIA BÁSICA Sites www.jn.com.br www.estadao.com.br www.brasil.gov.br www.ibge.gov.br www.mec.gov.br www.folha.com.br www.g1.com.br www.oglobo.com.br www.terra.com.br www.wikipedia.com.br www.dci.com.br www.r7.com.br Revistas Atualidades Vestibulares, Ed Abril – 201 1 e 2012 Revista Istoé Revista Época Revista Família Cristã Livros OJEDA, Eduardo Aparício & PETTA, Nicolina. História: uma Abordagem Integrada: Volume Único. Ed: Moderna.