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Apostila brigada de incêndio atual1

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

TEORIA DO FOGO

PROPAGAÇÃO DO FOGO

CLASSES DE INCÊNDIO

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

MÉTODOS DE EXTINÇÃO

VENTILAÇÃO

AGENTES EXTINTORES

EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIOS

EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO, ALARME E COMUNICAÇÕES

ABANDONO DE ÁREA

PRIMEIROS SOCORROS – AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

PRIMEIROS SOCORROS – VIAS AÉREAS

PRIMEIROS SOCORROS – RESSUSCITAÇÃO CARDIO PULMONAR

PRIMEIROS SOCORROS – ESTADOS DE CHOQUE

PRIMEIROS SOCORROS – HEMORRAGIAS

PRIMEIROS SOCORROS – FRATURAS

PRIMEIROS SOCORROS – FERIMENTOS

PRIMEIROS SOCORROS – QUEIMADURAS

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS

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1. INTRODUÇÃO

A brigada de combate a incêndio é uma organização interna, formada pelos

empregados da empresa, preparada e treinada para atuar com rapidez e eficiência

em casos de principio de incêndio.

Ela é composta de um grupo de pessoas treinadas e habilitadas para operar

os dispositivos de combate a incêndio, dentro dos padrões técnicos básicos

essenciais. Cada componente da brigada deve conhecer não só técnicas de

salvamento em situações de incêndio, como também deve ter treinamento especifico

para operações de salvamento.

Por ser uma organização cujo principio primordial é zelar pelo bem estas de

empregadores e empregados, a brigada de combate a incêndio se estrutura

autonomamente, mas, por natureza, deve subordinar-se à divisão de segurança da

empresa ou setor correlato.

COMPOSIÇÃO DA BRIGADA

A brigada de incêndio deve ser composta levando-se em conta a população

fixa e o percentual de cálculo que é obtido tomando-se por base a classe e a

subclasse da planta, conforme a NBR 14276.

A composição da brigada de incêndio deve levar em conta a participação de

pessoas de todos os setores. No caso da segurança patrimonial, estes devem

participar como colaboradores, no programa de brigada de incêndio, porém não

podem ser computados para efeito do cálculo da composição da brigada, devido às

suas funções específicas.

CRITÉRIOS BÁSICOS PARA SELEÇÃO DE CANDIDATOS A BRIGADISTAS

Os candidatos a brigadistas devem atender os seguintes critérios básicos:

Permanecer na edificação;

Possuir experiência anterior como brigadista, sempre que possível;

Possuir robustez física e boa saúde, bem como ser submetido a exame

médico que o declare apto para a função;

Ter responsabilidade legal (maior de 18 anos);

Possuir bom conhecimento das instalações;

Ser alfabetizado.

Trabalhar em setores sensíveis (de manutenção, elétrico, de telefonia, de

segurança, etc.).

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RESPONSABILIDADE DA BRIGADA

Ações de Prevenção: avaliação dos riscos existentes, inspeção geral dos

equipamentos de combate a incêndio, inspeção geral das rotas de fuga, elaboração

de relatório das irregularidades encontradas, encaminhamento de relatório aos

setores competentes, orientação à população fixa e flutuante, prática de exercícios

simulados.

Ações de Emergência: identificação da situação, alarme/abandono de área,

corte de energia, acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa, primeiros

socorros; atendimento a mal súbitos, combate ao princípio de incêndio e recepção e

orientação ao Corpo de Bombeiros.

FORMAÇÃO DAS BRIGADAS DE COMBATE A INCÊNDIO

Dependendo das dimensões da empresa, a brigada de combate a incêndio

que irá servi-la apresentará uma estrutura com um determinado numero de

componentes. O pessoal da brigada deverá ser distribuído taticamente, segundo

princípios de coerência e operacionalidade. Sempre haverá, no entanto, um principio

básico que orienta sua organização.

A brigada deverá ser formada de tantas equipes quantas forem necessárias

para proteger contra incêndios a vida humana, instalações prediais, maquinas,

equipamentos e demais bens patrimoniais.

Para compor a brigada de combate a incêndio,consideraremos a seguinte

estrutura básica:

Coordenador de Emergências: Responsável geral por todas as equipes de

brigadistas e pelas edificações que componham a planta da unidade.

Chefe de Brigada: Responsável por uma edificação com mais de um

pavimento/compartimento. É escolhido entre os brigadistas.

Líder: Responsável pela coordenação, execução das ações de emergência em sua

área de atuação, pavimento/compartimentação. É escolhido entre os brigadistas.

Brigadista: Membro da brigada de incêndio que executa as atribuições

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ORGANOGRAMA DA BRIGADA DE EMERGÊNCIA

DEFINIÇÕES

Bombeiro Profissional Civil: pessoa que presta serviço de atendimento de

emergência para uma empresa.

Brigada de Incêndio: grupo organizado de pessoas voluntárias ou não,

treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono e combate à um

princípio de incêndio e prestar os primeiros socorros dentro de uma área

preestabelecida.

Combate a Incêndio: conjunto de ações táticas destinadas a extinguir ou

isolar o incêndio com o uso de equipamentos manuais ou automáticos.

Emergência: sinistro ou risco iminente que requeira ações imediatas.

Exercício Simulado: exercício prático realizado periodicamente para manter a

brigada e os ocupantes das edificações em condições de enfrentar uma situação

real de emergência.

Exercício Simulado Parcial: exercício simulado abrangendo apenas uma parte

da planta, respeitando-se os turnos de trabalho.

Plano de Segurança Contra Incêndio: conjunto de ações e recursos internos e

externos, no local, que permite controlar a situação de incêndio.

População Fixa: aquela que permanece regularmente na edificação,

considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os

terceiros nesta condição.

População Flutuante: aquela que não se enquadra no item de população fixa.

Será sempre considerada pelo pico.

Brigadistas Brigadistas

Líder de Brigada Líder de Brigada

Chefe de Brigada

Brigadistas Brigadistas

Líder de Brigada

Brigadistas Brigadistas

Líder de Brigada

Chefe de Brigada

Coordenador de Emergência

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Prevenção de Incêndio: uma série de medidas destinadas a evitar o

aparecimento de um princípio de incêndio ou, no caso dele ocorrer, permitir

combatê-lo prontamente para evitar sua propagação.

Risco: possibilidade de perda material ou humana.

Risco Iminente: risco com ameaça de ocorrer brevemente e que requer ação

imediata.

Profissional Habilitado: profissional que possua nível técnico ou superior com

especialização em prevenção e combate a incêndios e técnicas de emergência

medica e que tenha experiência comprovada na área de pelo menos dois anos.

Enquadra-se nessa categoria profissionais com formação em Higiene, Segurança e

Medicina do Trabalho, devidamente registrado nos Conselhos Regionais

competentes ou no Ministério do Trabalho, os Militares das Forças Armadas, das

Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, e que possuam

especialização em Prevenção e Combate à Incêndios ou Técnicas de Emergências

Medica, conforme a sua área de especialização.

Sinistro: ocorrência de prejuízo ou dano, causado por incêndio ou acidente

em algum bem.

INSTRUÇÃO E TREINAMENTO

O programa de curso de formação de brigada de incêndio deve observar:

Os candidatos à brigada selecionados devem freqüentar curso com carga

horária mínima de 16 horas, sendo o curso dividido em três módulos, sendo:

Modulo I – Teoria e pratica de primeiros socorros, Módulo II – Prevenção e combate

a incêndios, e Modulo III – Pratica de combate a incêndios.

O curso enfoca principalmente os riscos inerentes à edificação.

A periodicidade do treinamento deve ser no máximo de 12 meses.

Aos componentes da brigada que já tiverem freqüentado curso anterior, será

facultativa a parte teórica, desde que o brigadista seja aprovado em pré avaliação

com 70% de aproveitamento.

Aqueles que concluírem o curso com aproveitamento mínimo de 70% na

avaliação teórica e pratica receberão certificado de brigadista,expedido por

profissional habilitado,com validade de um ano, desde que tenha freqüentado pelo

menos 75% das aulas.

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A avaliação teórica é realizada de forma escrita, preferencialmente

dissertativa, e a parte pratica de acordo com o desempenho do aluno nos exercícios

realizados.

Quando houver alterações nos sistemas de segurança da edificação, deverá

haver treinamento completo imediato.

Deverá ser fornecido Atestado de Formação de Brigada de Incêndio, a ser

afixado em local visível e de fácil acesso, bem como ser apresentado toda vez seja

solicitado pelo órgão competente. Ele terá validade máxima de um ano.

A reciclagem deverá ser feita anualmente, obrigatoriamente com aulas

praticas com e sem fogo.

PLANO DE ATUAÇÃO DA BRIGADA DE INCÊNDIO

Cada empresa deverá montar um plano de atuação da sua brigada de

incêndio, visando reuni-la o mais rapidamente possível, traçar orientações para o

atendimento das diversas situações de sinistros, observando os procedimentos

básicos de emergência.

Para dar inicio aos procedimentos básicos de emergência,devem ser

utilizados os recursos disponíveis.

Alerta: identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode

alertar através dos meios de comunicações existentes na unidade, os brigadistas, a

segurança do trabalho e a segurança patrimonial.

Análise da Situação: após o alerta a brigada deve analisar a situação desde o

início até o final do sinistro e desencadear os procedimentos necessários que podem

ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com o número de

brigadistas e os recursos disponíveis no local.

Primeiros Socorros: prestar os primeiros socorros às possíveis vítimas,

mantendo ou restabelecendo suas funções vitais com SBV (Suporte Básico da Vida)

ou RCP (Ressuscitação Cardio Pulmonar), até que se obtenha socorro

especializado.

Corte de Energia: cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica

dos equipamentos da área em geral.

Abandono de Área: proceder ao abandono da área, parcial ou total, quando

necessário, conforme comunicação pré estabelecida, removendo para local seguro,

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à uma distância de no mínimo 100 (cem) metros do local do sinistro, permanecendo

até a definição geral.

Confinamento do Sinistro: Evitar a propagação do sinistro e suas

conseqüências.

Isolamento da Área: Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir

os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.

Extinção: Eliminar o sinistro restabelecendo a normalidade.

Investigação: levantar as possíveis causas do sinistro e suas conseqüências e

emitir relatório para discussão nas reuniões extraordinárias, com o objetivo de

propor medidas corretivas para evitar a repetição da ocorrência.

Identificação da Brigada: quadros de avisos ou similares devem ser

distribuídos em locais visíveis e de grande circulação, sinalização a existência da

brigada de incêndio e seus integrantes em suas respectivas localizações. O

brigadista deve utilizar constantemente, em lugar visível, um button ou crachá, que o

identifique como membro da brigada.

Comunicação Interna e Externa: nas plantas em que houver mais de um

pavimento, setor, bloco ou edificação, deve ser estabelecido previamente um

sistema de comunicação entre os brigadistas, a fim de facilitar as operações durante

a ocorrência de uma situação real ou simulado de emergência. Essa comunicação

poderá ser feita por telefones, interfones, sistemas de alarme, rádios, alto falantes,

sistema de som interno, etc.

Ordem de Abandono: o responsável máximo da brigada de incêndio

determina o inicio do abandono, devendo priorizar o(s) local(is) sinistrado(s), o(s)

pavimento(s) superior(es) a ele(s), o(s) setor(es) próximo(s) e locais de maior risco.

Ponto de Encontro: devem ser previstos um ou mais pontos de encontro dos

brigadistas, para distribuição das tarefas.

Grupo de Apoio: o grupo de apoio é formado por membros da segurança

patrimonial, eletricistas, encanadores, telefonistas e técnicos especializados na

natureza da ocupação, que não participam da brigada de incêndio.

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CONTROLE DO PROGRAMA DA BRIGADA DE INCÊNDIO

Reuniões Ordinárias

As reuniões podem ser realizadas mensal, bimestral ou semestral, de acordo

com a graduação de risco (NBR14276) com os membros da brigada, com registro

em ata, quando são discutidos:

Funções de cada membro da brigada dentro do plano.

Condições de uso dos equipamentos de combate a incêndio.

Apresentação de problemas relacionados a prevenção de incêndios

encontrados nas inspeções para que sejam feitas propostas corretivas.

Atualização das técnicas e táticas de combate a incêndios.

Alterações ou mudanças do efetivo da brigada.

Outros assuntos de interesse.

Reuniões Extraordinárias

Após ocorrência de um sinistro ou quando identificada uma situação de risco

iminente, fazer uma reunião extraordinária para discussão e/ou providencias a

serem tomadas. As decisões tomadas são registradas em ata e enviadas às áreas

competentes para as providencias necessárias.

Exercícios Simulados

Devem ser realizados exercícios simulados parciais e completos no

estabelecimento ou no local de trabalho com a participação de toda a população, no

período máximo de três meses para simulados parciais e seis meses para simulados

completos.

Imediatamente após o simulado, deve ser realizada uma reunião

extraordinária para avaliação e correção das falhas ocorridas.

2. TEORIA DO FOGO

O fogo é um processo químico de transformação, também chamado

combustão, dos materiais combustíveis e inflamáveis, que, se forem sólidos ou

líquidos, serão primeiramente transformados em gases, para se combinarem com o

comburente (geralmente oxigênio), e, ativados por uma fonte de calor, iniciarem a

transformação química, gerando mais calor e desenvolvendo uma reação em

cadeia. O produto dessa transformação além do calor, é a luz.

Elementos que compõem o fogo

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Os elementos que compõem o fogo são quatro: combustível, comburente e

calor. Para que haja fogo é necessário que estes três elementos estejam presentes

em quantidades proporcionais e equilibradas.

Combustível

É todo o material ou substância que possui a propriedade de queimar, ou

seja, entrar em combustão. Podem ser:

Sólidos: para entrarem em combustão tem que passar do estado sólido para

líquido. Exemplo: papel, madeira, tecidos, etc.

Gasosos: são os diversos gases inflamáveis. O perigo deste está na

possibilidade de vazamento podendo formar com o ar atmosférico, misturas

explosivas. Exemplo: GLP, acetileno, hidrogênio, etc.

Líquidos: são os álcoois, éter, gasolina, thinner, acetona, tintas, etc.

Comburente

É o gás que serve para manter a combustão. O oxigênio, do ar atmosférico. O

oxigênio encontra-se na atmosfera a uma concentração de 21%. Em concentração

abaixo de 13% á 16% de oxigênio no ar não existe combustão.

Calor

É a energia térmica em trânsito, isto é, transferida de um corpo para outro.

Fontes de Calor são todas as fontes de energia caloríficas capaz de inflamar ou

provocar o aumento de temperatura dos combustíveis, podem ser originadas pelos

seguintes processos:

Chama: fósforo, tocha de balão, velas, etc.

Brasa: fagulhas de chaminé, fogueiras, etc.

Eletricidade: centelhas elétricas, aquecimento, etc.

CALOR OXIGÊNIO

COMBUSTÍVEL

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Mecânica: atrito, fricção, compressão, etc.

Química: água no cal, no potássio, no magnésio, etc.

3. PROPAGAÇÃO DO FOGO

O fogo pode se propagar pelo contato da chama em outros combustíveis,

através do deslocamento de partículas incandescentes e pela ação do calor. O calor

é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do atrito dos corpos.

Ele se propaga por três processos de transmissão:

Condução: É a forma pela qual se transmite o calor através do próprio

material, de molécula a molécula ou de corpo a corpo.

Convecção: É quando o calor se transmite através de uma massa de ar

aquecida, que se desloca do local em chamas, levando para outros locais

quantidade de calor suficiente para que os materiais combustíveis aí existentes

atinjam seu ponto de combustão, originando outro foco de fogo.

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Irradiação: É quando o calor se transmite por ondas caloríficas através do

espaço, sem utilizar qualquer meio material.

4. CLASSES DE INCÊNDIO

Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus

combustíveis. Somente com o conhecimento da natureza do material que está se

queimando, pode-se descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura.

CLASSE “A” – Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos, queimam em

superfície e profundidade, após a queima deixam resíduos, brasas e cinzas, esse

tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método de resfriamento, e as vezes

por abafamento através de jato pulverizado.

CLASSE “B” – Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos inflamáveis,

queimam em superfície, após a queima, não deixam resíduos, esse tipo de incêndio

é extinto pelo método de abafamento.

CLASSE “C” – Caracteriza–se por fogo em materiais/equipamentos

energizados (geralmente equipamentos elétricos), a extinção só pode ser realizada

com agente extintor não-condutor de eletricidade, nunca com extintores de água ou

espuma, o primeiro passo num incêndio de classe C, é desligar o quadro de energia,

pois assim ele se tornará um incêndio de classe A ou B.

CLASSE “D” – Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos (alumínio,

antimônio, magnésio, etc.), são difíceis de serem apagados, esse tipo de incêndio é

extinto pelo método de abafamento, nunca utilizar extintores de água ou espuma

para extinção do fogo.

5. MÉTODOS DE EXTINÇÃO

Partindo do princípio de que, para haver fogo, são necessários o combustível,

comburente e o calor, formando o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o

quadrado ou tetraedro do fogo, quando já se admite a ocorrência de uma reação em

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cadeia, para nós extinguirmos o fogo, basta retirar um desses elementos. Com a

retirada de um dos elementos do fogo, temos os seguintes métodos de extinção:

extinção por retirada do material, por abafamento, por resfriamento e extinção

química.

RESFRIAMENTO – Este método consiste na diminuição da temperatura e eliminação do calor, até que o combustível não gere mais gases ou vapores e se apague.

ABAFAMENTO – Este método consiste na diminuição ou impedimento do

contato de oxigênio com o combustível.

ISOLAMENTO – Esse método consiste em duas técnicas: retirada do material

que está queimando e retirada do material que está próximo ao fogo.

6. EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIOS

AGENTES EXTINTORES

Trata-se de certas substâncias químicas sólidas, líquidas ou gasosas, que

são utilizadas na extinção de um incêndio. Os principais e mais conhecidos são:

Água Pressurizada

É o agente extintor indicado para incêndios de CLASSE A.

Age por resfriamento e/ou abafamento.

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Pode ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro e neblina. Para

os dois primeiros casos, a ação é por resfriamento. Na forma de neblina, sua ação é

de resfriamento e abafamento.

Gás Carbônico (CO2)

É o agente extintor indicado para incêndios da CLASSE C, por não ser

condutor de eletricidade; age por abafamento, podendo ser também utilizado nas

classes A, somente em seu início e na classe B em ambientes fechados.

Pó Químico

É o agente extintor indicado para combater incêndios da CLASSE B; age por

abafamento, podendo ser também utilizados nas classes A e C, podendo nesta

última danificar o equipamento.

Espuma

É um agente extintor indicado para incêndios das CLASSE A e B. Age por

abafamento e secundariamente por resfriamento. Por ter água na sua composição,

não se pode utilizá-lo em incêndio de classe C, pois conduz corrente elétrica.

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MANGUEIRA DE INCÊNDIO

É o equipamento de combate a incêndio, constituído de um

duto flexível dotado de juntas de união, destinado a conduzir água

sob pressão. O aduchamento é a maneira mais fácil para

manuseio e acondicionamento , tanto no combate a incêndio,

como no transporte. O desgaste do duto é pequeno por ter

apenas uma dobra.

CHAVE DE MANGUEIRA

Destina-se a facilitar o acoplamento e desacoplamento das

mangueiras. Apresenta na parte curva dentes que se encaixam

nos ressaltos existentes no corpo da junta de união.

ESQUINCHO

O esguicho consiste em peça metálica adaptada na

extremidade da mangueira, destinada a dar forma, direção e

controle ao jato, podendo ser do tipo regulável ou não. Os mais

utilizados nos edifícios são o esguicho agulheta (13, 16, 19 ou 25

mm) e o esguicho regulável.

HIDRANTE DE PAREDE

A finalidade dos hidrantes dos edifícios residenciais e

industriais é permitir o início do combate a incêndios pelos

próprios usuários dos prédios, antes da chegada dos bombeiros,

e ainda facilitar o serviço destes no recalque de água,

principalmente em construções elevadas. Os hidrantes de coluna

são instalados sobre o piso e, os de parede, dentro de abrigos ou

projetados para fora da parede. Podem ser simples ou múltiplos,

se possuírem uma ou mais expedições.

REGISTRO DE RECALQUE

O registro de recalque é uma extensão da rede hidráulica,

constituído de uma conexão (introdução) e registro de paragem

em uma caixa de alvenaria fechada por tampa metálica. Situa-se

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abaixo do nível do solo (no passeio), junto à entrada principal da

edificação.

7.VENTILAÇÃO

É aplicada no combate a incêndios é a remoção e dispersão sistemática de

fumaça, gases e vapores quentes de uns locais confinados, proporcionando a troca

dos produtos da combustão por ar fresco, facilitando, assim, a ação dos bombeiros

no ambiente sinistrado. Chamaremos de produto da combustão a fumaça, os gases

e os vapores quentes. São tipos de ventilação:

Ventilação Natural

É o emprego do fluxo normal do ar com o fim de ventilar o ambiente, sendo

também empregado o princípio da convecção com o objetivo de ventilar. Como

exemplo, citam- se a abertura de portas, janelas, paredes, bem como a abertura de

clarabóias e telhados. Na ventilação natural, apenas se retiram as obstruções que

não permitem o fluxo normal dos produtos da combustão.

Ventilação Forçada

É utilizada para retirar produtos da combustão de ambientes em que não é

possível estabelecer o fluxo natural de ar. Neste caso, força-se a renovação do ar

através da utilização de equipamentos e outros métodos. Ainda com relação à

edificação e à ação do bombeiro, pode-se dividir a ventilação em horizontal e

vertical.

Ventilação Horizontal

É aquela em que os produtos da combustão caminham horizontalmente pelo

ambiente. Este tipo de ventilação se processa pelo deslocamento dos produtos da

combustão através de corredores, janelas, portas e aberturas em paredes no

mesmo plano.

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Ventilação Vertical

É aquela em que os produtos da combustão caminham verticalmente pelo

ambiente, através de aberturas verticais existentes (poços de elevadores, caixas de

escadas), ou aberturas feitas pelo bombeiro (retirada de telhas). Para a ventilação,

sempre é aproveitado as aberturas existentes na edificação, como as portas, janelas

e alçapões, só efetuando aberturas em paredes e telhados se inexistirem aberturas

ou se as existentes não puderem ser usadas para a ventilação natural ou forçada.

Efetuar entrada forçada em paredes e telhados, quando já existem aberturas no

ambiente, acarreta prejuízos ao proprietário, além de significar perda de tempo.

Vantagens da Ventilação Os grandes objetivos de uma Brigada de Incêndio são: atingir o local

sinistrado no menor tempo possível; resgatar vítimas presas; localizar focos de

incêndio; aplicar os agentes extintores adequados, minimizando os danos causados

pelo fogo, pela água e pelos produtos da combustão. Durante o combate, a

ventilação é um auxílio imprescindível na execução destes objetivos. Quando, para

auxiliar no controle de incêndio, é feita ventilação adequada, uma série de

vantagens são obtidas, tais como: visualização do foco, retirada do calor e retirada

dos produtos tóxicos da combustão.

8. EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO, ALARME E COMUNICAÇÕES

Central de alarme: equipamento destinado a processar os sinais provenientes

dos circuitos de detecção, a convertê-los em indicações adequadas e a comandar e

controlar os demais componentes do sistema.

Acionador manual: dispositivo destinado a transmitir a informação de um

princípio de incêndio, quando acionado pelo elemento humano.

Indicador: dispositivo que sinaliza sonora ou visualmente qualquer ocorrência

relacionada ao sistema de detecção e alarme de incêndio.

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Detector de incêndio: dispositivo automático, destinado a operar quando

influenciado por determinados fenômenos físicos ou químicos que precedem ou

acompanham um princípio de incêndio no lugar da instalação.

9. PROCEDIMENTOS PARA ABANDONO DE ÁREA

9.1 Saia imediatamente. Muitas pessoas morrem por

não acreditar que o incêndio pode se alastrar

rapidamente.

9.2 Se você ficar preso em meio a fumaça respire

pelo nariz, em rápidas inalações e procure rastejar

para a saída pois junto ao chão o ar permanece

respirável mais tempo.

9.3 Use escadas, nunca o elevador. Um incêndio pode

determinar um corte de energia e você cairá numa

armadilha, Sem mais esperanças. Feche todas as

portas que for deixando para trás.

9.4 Se você ficar preso em uma sala cheia de fumaça,

além de permanecer junto ao piso, se possível

aproxime-se de janelas, por onde possa pedir socorro.

Se você não puder sair, mantenha calma atrás de uma

porta fechada. Qualquer porta serve como uma

couraça. Procure um lugar perto de janela e abra as

mesmas encima e embaixo. Calor e fumaça deve sair

por cima. Você poderá respirar pela abertura inferior

9.5 Toque a porta com a mão. Se estiver quente não

abra. Se estiver fria faça este teste: abra

vagarosamente e fique atrás da porta. Se sentir calor

ou pressão vindo através da abertura, mantenha-a

fechada.

9.6 Não combata o incêndio a menos que você saiba

manusear o equipamento de combate ao fogo com

eficiência.

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PRIMEIROS SOCORROS

1. INTRODUÇÃO

Os Primeiros Socorros ou socorro básico de urgência são as medidas iniciais

e imediatas dedicadas à vítima, fora do ambiente hospitalar, executadas por

qualquer pessoa, treinada, para garantir a vida, proporcionar bem-estar e evitar

agravamento das lesões existentes.

A prestação dos Primeiros Socorros depende de conhecimentos básicos,

teóricos e práticos por parte de quem os está aplicando. O restabelecimento da

vítima de um acidente, seja qual for sua natureza, dependerá muito do preparo

psicológico e técnico da pessoa que prestar o atendimento.

O socorrista deve agir com bom senso, tolerância, calma e ter grande

capacidade de improvisação. O primeiro atendimento mal sucedido pode levar

vítimas de acidentes a seqüelas irreversíveis. Para ser um socorrista é necessário

ser um bom samaritano, isto é, aquele que presta socorro voluntariamente, por amor

ao seu semelhante. Antes de qualquer outra atitude no atendimento às vítimas,

deve-se obedecer a uma seqüência padronizada de procedimentos que permitirá

determinar qual o principal problema associado com a lesão ou doença e quais

serão as medidas a serem tomadas para corrigi-lo. Essa seqüência padronizada de

procedimentos é conhecida como exame do paciente. Durante o exame, a vítima

deve ser atendida e sumariamente examinada para que, com base nas lesões

sofridas e nos seus sinais vitais, as prioridades do atendimento sejam estabelecidas.

O exame do paciente leva em conta aspectos subjetivos, tais como:

O local da ocorrência. É seguro? Será necessário movimentar a

vítima? Há mais de uma vítima? Pode-se dar conta de todas as vítimas?

9.7 Não salte do prédio. Muitas pessoas morrem, sem

imaginar que o socorro pode chegar em minutos.

9.8 Se houver pânico na saída principal, mantenha-se

afastado da multidão. Procure oura saída, uma vez

que você tenha conseguido escapar.

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A vítima. Está consciente? Tente falar alguma coisa ou aponta para

qualquer parte do corpo dela.

As testemunhas. Elas estão tentando dar alguma informação? O

socorrista deve ouvir o que dizem a respeito dos momentos que antecederam o

acidente.

Mecanismos da lesão. Há algum objeto caído próximo da vítima, como

escada, moto, bicicleta, andaime e etc.

Deformidades e lesões. A vítima está caída em posição estranha? Ela

está queimada? Há sinais de esmagamento de algum membro?

Sinais. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela

está tendo convulsões?

Para que não haja contaminação, antes de iniciar a manipulação da

vítima o socorrista deverá estar aparamentado com luvas cirúrgicas, avental com

mangas longas, óculos panorâmicos e máscara para respiração artificial ou ambú.

As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do

que alguns segundos, são extremamente valiosas na seqüência do exame, que é

subdividido em duas partes: a análise primária e secundária da vítima.

2. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

A análise primária é uma avaliação realizada sempre que a vítima está

inconsciente e é necessária para se detectar as condições que colocam em risco

iminente a vida da vítima. Ela se desenvolve obedecendo às seguintes etapas:

Determinar inconsciência;

Abrir vias aéreas;

Checar respiração;

Checar circulação; e

Checar grandes hemorragias.

3. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

O principal propósito da análise secundária é descobrir lesões ou problemas

diversos que possam ameaçar a sobrevivência da vítima, se não forem tratados

convenientemente. É um processo sistemático de obter informações e ajudar a

Page 21: Apostila brigada de incêndio atual1

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tranqüilizar a vítima, seus familiares e testemunhas que tenham interesse pelo seu

estado, e esclarecer que providências estão sendo tomadas.

Os elementos que constituem a análise secundária são:

Entrevista Objetiva - conseguir informações através da observação do

local e do mecanismo da lesão, questionando a vítima, seus parentes e as

testemunhas.

Exame da cabeça aos pés - realizar uma avaliação pormenorizada da

vítima,utilizando os sentidos do tato, da visão, da audição e do olfato.

Sintomas - são as impressões transmitidas pela vítima, tais como:

tontura, náusea, dores, etc.

Sinais vitais - pulso e respiração.

Outros sinais - Cor e temperatura da pele, diâmetro das pupilas, etc.

4. RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

É a ausência das funções vitais, movimentos respiratórios e batimentos

cardíacos. A ocorrência isolada de uma delas só existe em curto espaço de tempo; a

parada de uma acarreta a parada da outra. A parada cardiorrespiratória leva à morte

no período de 3 a 5 minutos.

Sinais e Sintomas

Inconsciência;

Ausência de movimentos respiratórios e batimentos cardíacos.

Desobstrução das Vias Aéreas

Remover dentadura, pontes dentárias, excesso de secreção, etc.;

Colocar uma das mãos sobre a testa da vítima e com a outra fazer uma

pequena força para elevar o queixo;

Estender a cabeça da vítima para trás até que a boca abra.

Page 22: Apostila brigada de incêndio atual1

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Respiração Artificial (Boca a Boca)

Verificação da Respiração;

Encostar o ouvido sobre a boca e nariz da vítima,

mantendo as vias aéreas abertas;

Observar se o peito da vítima sobe e desce, ouvir e

sentir se há sinal de respiração.

Procedimento:

Manter a cabeça estendida para trás, sustentando o queixo e mantendo as

vias aéreas abertas;

Pinçar o nariz da vítima, e inspirar, enchendo bem o peito, e colocar sua boca

de forma a vedar completamente, com seus lábios, a boca da vítima;

Aplicar uma ventilação (sopro) moderado com

duração de 1 a 2 segundos respirar e aplicar mais uma

ventilação (sopro);

Observar se há expansão torácica durante a

ventilação;

Aplicar duas ventilações a cada 30 compressões

torácicas.

Continuar até que a vítima volte a respirar ou o

atendimento médico chegue ao local.

Verificação do Pulso

Manter a cabeça da vítima estendida para trás, sustentando-a pela testa;

Localizar o Pomo de Adão com a ponta dos dedos indicador e médio;

Deslizar os dedos em direção à lateral do pescoço para o lado no qual você

estiver posicionado (não utilize o polegar, pois este tem pulso próprio);

Sentir o pulso da carótida (espere 5 – 10 segundos). A carótida é a artéria

mais recomendada por ficar próxima ao coração e ser acessível.

Page 23: Apostila brigada de incêndio atual1

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Procedimento

Realizar somente quando tiver certeza de que o coração da vítima parou;

Colocar a vítima sobre uma superfície rígida;

Ajoelhar-se ao lado da vítima;

Usando a mão próxima da cintura da vítima, deslizar os dedos pela lateral das

costelas próximas a você, em direção ao centro do peito, até localizar a ponta do

osso esterno;

Colocar a ponta do dedo médio sobre a ponta do

osso esterno, alinhando o dedo indicador ao médio;

Colocar a base da sua outra mão (que está mais

próxima da cabeça da vítima) ao lado do dedo indicador;

Remover a mão que localizou o osso esterno,

colocando-a sobre a que está no peito;

Entrelaçar os seus dedos, estendendo-os de forma

que não toquem no peito da vítima.

Posicionar seus ombros diretamente acima de suas mãos sobre o peito da

vítima;

Manter os braços retos e os cotovelos estendidos;

Pressionar o osso esterno para baixo, cerca de aproximadamente 5

centímetros;

Executar 30 compressões. Contar as compressões à medida que você as

executa;

Fazer as compressões uniformemente e com ritmo;

Durante as compressões, flexionar o tronco ao invés dos joelhos;

Evitar que os seus dedos apertem o peito da vítima durante as compressões.

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Reanimação Cardiopulmonar (RCP)

Aplicar duas ventilações moderados após as 30 compressões;

Completar 5 ciclos de 30 compressões e 2 ventilações e verificar o pulso. Se

não houver pulso, manter o ciclo iniciando sempre pelas compressões no peito.

Continuar com a RCP, inclusive durante o transporte, até que a vítima volte a

respirar, a ter pulso ou até que o atendimento médico chegue ao local.

5. ESTADOS DE CHOQUE

É a falência do sistema cardiocirculatório devido a causas variadas,

proporcionando uma inadequada perfusão e oxigenação dos tecidos.

Sinais e Sintomas:

Inconsciência profunda;

Pulso fraco e rápido;

Aumento da freqüência respiratória;

Perfusão capilar lenta ou nula; e

Tremores de frio.

Primeiros Socorros

Colocar a vítima em local arejado, afastar curiosos e afrouxar as roupas;

Manter a vítima deitada com as pernas mais elevadas;

Manter a vítima aquecida;

Lateralizar a cabeça em casos de vômitos;

Encaminhar para atendimento hospitalar.

6. HEMORRAGIAS

É a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo (artérias,

veias e capilares). Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente. A

hemorragia abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos.

6.1 HEMORRAGIA EXTERNA

Sinais e Sintomas

Sangramento visível;

Nível de consciência variável decorrente da perda

sangüínea;

Palidez de pele e mucosa.

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Primeiros Socorros

Comprimir o local usando um pano limpo

(quantidade excessiva de pano pode mascarar o

sangramento;

Manter a compressão até os cuidados definitivos;

Se possível, elevar o membro que está sangrando;

Não utilizar qualquer substância estranha para

coibir o sangramento;

Encaminhar para atendimento hospitalar.

6.2 HEMORRAGIA INTERNA

Sinais e Sintomas

Sangramento geralmente não visível;

Nível de consciência variável dependente da intensidade e local do

sangramento.

Casos em que devemos suspeitar de hemorragia interna importante:

Sangramento pela urina;

Sangramento pelo ouvido;

Fratura de fêmur;

Dor com rigidez abdominal;

Vômitos ou tosse com sangue;

Traumatismos ou ferimentos penetrantes no crânio, tórax ou abdome.

Primeiros Socorros

Manter a vítima aquecida e deitada, acompanhando os sinais vitais e atuando

adequadamente nas intercorrências;

Agilizar o encaminhamento para o atendimento hospitalar.

OBSERVAÇÃO: Em casos de AMPUTAÇÃO PARCIAL deve-se controlar o

sangramento sem completar a amputação. Em AMPUTAÇÃO TOTAL deve-se

controlar o sangramento e envolver a parte amputada em pano limpo a ser

transportada, junto com a vítima.

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6.3 Hemorragia Nasal

Sinais e Sintomas

Sangramento nasal visível

Primeiros Socorros

Colocar a vítima sentada, com a cabeça ligeiramente voltada para trás, e

apertar-lhe a(s) narina (s) durante cinco minutos;

Caso a hemorragia não ceda, comprimir externamente o lado da narina que

está sangrando e colocar um pano ou toalha fria sobre o nariz. Se possível, usar um

saco com gelo;

Encaminhar para atendimento hospitalar.

7. FRATURAS, LUXAÇÃO, ENTORSES

FRATURA é o rompimento total ou parcial de qualquer osso. Existem dois tipos de fratura:

Fechadas: sem exposição óssea.

Expostas: o osso está ou esteve exposto. FECHADA EXPOSTA

ENTORSE é a separação momentânea das superfícies ósseas articulares,

provocando o estiramento ou rompimento dos ligamentos.

LUXAÇÃO é a separação momentânea das superfícies ósseas articulares,

provocando o estiramento ou rompimento dos ligamentos.

Sinais e Sintomas

Dor local intensa;

Dificuldade em movimentar a região afetada;

Hematoma;

Deformidade da articulação;

Inchaço;

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Primeiros Socorros

Manipular o mínimo possível o local afetado;

Não colocar o osso no lugar;

Proteger ferimentos com panos limpos e controlar sangramentos nas lesões

expostas;

Imobilizar a área afetada antes de remover a vítima;

Se possível, aplicar bolsa de gelo no local afetado;

Encaminhar para atendimento hospitalar.

TIPÓIA TALA

8. QUEIMADURAS

É uma lesão produzida no tecido de revestimento do organismo, por agentes

térmicos, elétricos, produtos químicos, irradiação ionizantes e animais peçonhentos.

Sinais e Sintomas

1º GRAU 2º GRAU 3º GRAU

Atinge somente a

epiderme. Atinge derme e epiderme.

Atinge derme, epiderme e tecidos

profundos.

Dor e vermelhidão no

local.

Dor, vermelhidão e bolhas no

local. Necrose de tecidos

Primeiros Socorros

Isolar a vítima do agente agressor;

Diminuir a temperatura local, banhando com água fria;

Proteger a área afetada com plástico;

PRIMEIRO GRAU SEGUNDO GRAU TERCEIRO GRAU

VERMELHIDÃO BOLHAS NECROSE

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Não perfurar bolhas, colocar gelo, aplicar medicamentos, nem produtos

caseiros;

Retirar parte da roupa que esteja em volta da área queimada;

Retirar anéis e pulseiras, para não provocar estrangulamento ao inchar; e

Encaminhar para atendimento hospitalar.

8.1 INSOLAÇÃO

Ocorre devido à ação direta dos raios solares sobre o indivíduo.

Sinais e Sintomas

Temperatura do corpo elevada;

Pele quente, avermelhada e seca;

Diferentes níveis de consciência;

Falta de ar;

Desidratação;

Dor de cabeça, náuseas e tontura.

Primeiros Socorros

Remover a vítima para lugar fresco e arejado;

Baixar a temperatura do corpo de modo progressivo, envolvendo-a com

toalhas umedecidas;

Oferecer líquidos em pequenas quantidades e de forma freqüente;

Mantê-la deitada;

Avaliar nível de consciência, pulso e respiração;

Providenciar transporte adequado;

Encaminhar para atendimento hospitalar.

8.2 INTERMAÇÃO

Ocorre devido à ação do calor em lugares fechados e não arejados (nas

fundições, padarias, caldeiras etc.) intenso trabalho muscular.

Sinais e Sintomas

Temperatura do corpo elevada;

Pele quente, avermelhada e seca;

Diferentes níveis de consciência;

Page 29: Apostila brigada de incêndio atual1

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Falta de ar;

Desidratação;

Dor de cabeça, náuseas e tontura;

Insuficiência respiratória.

Primeiros Socorros

Remover a vítima para lugar fresco e arejado;

Baixar a temperatura do corpo de modo progressivo, aplicando compressas

de pano umedecido com água;

Mantê-la deitada com o tronco ligeiramente elevado;

Avaliar nível de consciência, pulso e respiração;

Encaminhar para atendimento hospitalar.

9. EMERGENCIAS CLÍNICAS

9.1DESMAIO

É a perda súbita e temporária da consciência e da força muscular, geralmente

devido à diminuição de oxigênio no cérebro, tendo como causas: hipoglicemia, fator

emocional, dor extrema, ambiente confinado etc.

Sinais e Sintomas

Tontura;

Sensação de mal estar;

Pulso rápido e fraco;

Respiração presente de ritmos variados;

Tremor nas sobrancelhas;

Pele fria, pálida e úmida;

Inconsciência superficial;

Primeiros Socorros

Colocar a vítima em local arejado e afastar curiosos;

Deitar a vítima se possível com a cabeça mais baixa que o corpo;

Afrouxar as roupas;

Encaminhar para atendimento médico.

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9.2 Convulsão

Perda súbita da consciência acompanhada de contrações musculares

bruscas e involuntárias, conhecida popularmente como “ataque”. Causas variadas:

epilepsia, febre alta, traumatismo craniano, etc.

Sinais e Sintomas

Inconsciência;

Queda abrupta da vitima;

Salivação abundante e vômito;

Contração brusca e involuntária dos músculos;

Enrijecimento da mandíbula, travando os dentes;

Relaxamento dos esfíncteres (urina e/ou fezes soltas);

Esquecimento.

Primeiros Socorros

Colocar a vítima em local arejado, calmo e seguro;

Proteger a cabeça e o corpo de modo que os movimentos involuntários não

causem lesões;

Afastar objetos existentes ao redor da vitima;

Lateralizar a cabeça em caso de vômitos;

Afrouxar as roupas e deixar a vítima debater-se livremente;

Nas convulsões por febre alta diminuir a temperatura do corpo, envolvendo-o

com pano embebido por água;

Encaminhar para atendimento hospitalar.

10. TÉCNICAS PARA REMOÇÃO E TRANSPORTE DE

ACIDENTADOS

O transporte de acidentados deve ser feito por equipe

especializada em resgate (Corpo de Bombeiros ou SAMU).O

transporte realizado de forma imprópria poderá agravar as lesões,

provocando seqüelas irreversíveis ao acidentado.

A vítima somente deverá ser transportada com técnica e meios próprios, nos

casos, onde não é possível contar com equipes especializadas em resgate.

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OBSERVAÇÃO: É imprescindível a avaliação das condições da vítima para fazer o

transporte seguro (número de pessoas para realizar o transporte). A remoção ou

transporte como indicado abaixo só é possível quando não há suspeita de lesões na

coluna vertebral.

Uma Pessoa

10.1 Nos braços: Passe um dos braços da vítima ao

redor do seu pescoço.

10.2 De apoio: Passe o seu braço em torno da cintura da

vítima e o braço da vítima ao redor de seu pescoço.

10. 3 Nas costas: Dê as costas para a vítima, passe os braços dela ao redor de seu

pescoço, incline-a para a frente e levante-a.

Duas Pessoas

10.4 Cadeirinha: Faça a cadeirinha conforme abaixo. Passe os braços da vítima

ao redor do seu pescoço e levante a vítima.

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10.5 Segurando pelas extremidades: uma segura a vítima pelas axilas, enquanto a

outra, segura pelas pernas abertas. Ambas devem erguer a vítima simultaneamente.

Três Pessoas

Uma segura a cabeça e costas, a outra, a cintura e a parte superior das

coxas. A terceira segura a parte inferior das coxas e pernas. Os movimentos das três

pessoas devem ser simultâneos, para impedir deslocamentos da cabeça, coluna,

coxas e pernas.

Quatro Pessoas

Semelhante ao de três pessoas. A quarta pessoa imobiliza a cabeça da vítima

impedindo qualquer tipo de deslocamento.

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11. TELEFONES ÚTEIS

CORPO DE BOMBEIROS (RESGATE) ............................................................................. 193

SAMU .................................................................................................................................. 192

POLÍCIA MILITAR............................................................................................................... 190

12. BIBLIOGRAFIA

1. CAMILLO JUNIOR, Abel Batista. Manual de Prevenção e Combate a Incêndios.

10ª Edição. Editora Senac São Paulo, 2008.

2. GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS. Código Estadual de Proteção contra

Incêndio, Explosão, Pânico e Desastres. Gabinete Civil da Governadoria –

Superintendência de Legislação. Ano 2006.

3. MANUAL DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Norma Regulamentadora 23 – Proteção

Combate a Incêndios. 64ª Edição. Editora Atlas S.A 2009.

4. NORMA TÉCNICA BRASILEIRA. Programa de Brigada de Incêndio. NBR 14.276.

A equipe da Foco Consultoria deseja a todos excelente treinamento!!