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AVALIAÇÃO INICIAL 1. Como você se sente ao falar em público: a) Natural, sem tensões; b) Tenso, mas com o controle da situação; c) Muito tenso, com dificuldade para lidar eficientemente com a situação. 2. Ao ser convidado para falar em público: a) Você prepara sua fala, seguindo um esquema seu, independente do público que vai ouvi-lo; b) Você prepara sua fala de acordo com seus objetivos e o interesse do público; c) Você não prepara sua fala. 3. Se você for convidado para falar sobre um assunto que não conhece com profundidade: a) Você recusa; b) Você aceita, desde que tenha tempo suficiente para se preparar; c) Você aceita, mesmo sem ter tempo de se preparar. 4) Ao organizar sua fala, você pensa num início, meio e fim: a) Às vezes; b) Sempre; c) Nunca. 5) Como você inicia sua fala: a) Entra direto no assunto de forma objetiva; b) Tenta conquistar os ouvintes; c) Inicia de qualquer maneira. 6) Como você encerra suas apresentações: a) Com uma frase forte, mesmo que não tenha muita ligação com o assunto; b) Recapitula a essência da mensagem e pede ação ou reflexão; c) Termina secamente, com a frase “era isso o que eu tinha para dizer, obrigado”, 7) Como você estabelece a intensidade (volume) da voz diante do público: a) De acordo com seu potencial; b) De acordo com o ambiente; c) Não tem nenhuma preocupação com a intensidade. 8) Que tipo de vocabulário você usa: a) O que conhece, próprio da sua profissão, atividade ou estudo; b) Simples e objetivo, de acordo com o público; c) Bem informal, até com gírias. 9) Ao falar você: a) Não gesticula, sente-se amarrado; b) Gesticula com moderação, reforçando o que está dizendo; c) Gesticula bastante. 10) Qual o ritmo de sua fala: a) Nem rápido nem devagar, sempre com a mesma velocidade; b) Alterna, com velocidade normal, rápida e lenta; c) Fala sempre muito rápido ou muito devagar. 11) Como você pronuncia as palavras: a) Corretamente, com certo exagero; b) Corretamente, sem exagero; c) Suprimindo algumas letras e sílabas das palavras. 12) Como é sua comunicação visual: a) Olha para as pessoas; b) Olha para todas as pessoas; c) Não olha para o auditório. 13) Como você constrói suas frases: a) Saem truncadas, mas completas; b) Saem completas e ordenadas; c) Às vezes costuma interrompe-las na metade. 14) Numa reunião, como você se comporta: a) Nem sempre fala, mas fica sempre atento; b) Fala com objetividade e fica sempre atento; c) Fica calado e com receio que peçam sua opinião. 15) Qual é seu estilo de comunicação: a) Controlado, objetivo, sem grandes emoções; b) Natural, com emoção; c) Afetado

Apostila de oratória

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Page 1: Apostila de oratória

AVALIAÇÃO INICIAL

1. Como você se sente ao falar em público:

a) Natural, sem tensões; b) Tenso, mas com o controle da

situação; c) Muito tenso, com dificuldade para

lidar eficientemente com a situação.

2. Ao ser convidado para falar em público:

a) Você prepara sua fala, seguindo um esquema seu, independente do público que vai ouvi-lo;

b) Você prepara sua fala de acordo com seus objetivos e o interesse do público;

c) Você não prepara sua fala.

3. Se você for convidado para falar sobre um assunto que não conhece com profundidade:

a) Você recusa; b) Você aceita, desde que tenha

tempo suficiente para se preparar; c) Você aceita, mesmo sem ter tempo

de se preparar.

4) Ao organizar sua fala, você pensa num início, meio e fim:

a) Às vezes; b) Sempre; c) Nunca.

5) Como você inicia sua fala: a) Entra direto no assunto de forma

objetiva; b) Tenta conquistar os ouvintes; c) Inicia de qualquer maneira.

6) Como você encerra suas

apresentações: a) Com uma frase forte, mesmo que

não tenha muita ligação com o assunto; b) Recapitula a essência da

mensagem e pede ação ou reflexão; c) Termina secamente, com a frase

“era isso o que eu tinha para dizer, obrigado”,

7) Como você estabelece a

intensidade (volume) da voz diante do público:

a) De acordo com seu potencial; b) De acordo com o ambiente; c) Não tem nenhuma preocupação

com a intensidade.

8) Que tipo de vocabulário você usa:

a) O que conhece, próprio da sua profissão, atividade ou estudo;

b) Simples e objetivo, de acordo com o público;

c) Bem informal, até com gírias.

9) Ao falar você: a) Não gesticula, sente-se amarrado; b) Gesticula com moderação,

reforçando o que está dizendo; c) Gesticula bastante.

10) Qual o ritmo de sua fala: a) Nem rápido nem devagar, sempre

com a mesma velocidade; b) Alterna, com velocidade normal,

rápida e lenta; c) Fala sempre muito rápido ou muito

devagar.

11) Como você pronuncia as palavras:

a) Corretamente, com certo exagero; b) Corretamente, sem exagero; c) Suprimindo algumas letras e

sílabas das palavras.

12) Como é sua comunicação visual: a) Olha para as pessoas; b) Olha para todas as pessoas; c) Não olha para o auditório.

13) Como você constrói suas frases: a) Saem truncadas, mas completas; b) Saem completas e ordenadas; c) Às vezes costuma interrompe-las

na metade.

14) Numa reunião, como você se comporta:

a) Nem sempre fala, mas fica sempre atento;

b) Fala com objetividade e fica sempre atento;

c) Fica calado e com receio que peçam sua opinião.

15) Qual é seu estilo de comunicação:

a) Controlado, objetivo, sem grandes emoções;

b) Natural, com emoção; c) Afetado

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CALCULE SUA PONTUAÇÃO Dê 3 pontos para cada resposta a, 5 para cada resposta b e zero para cada resposta c. RESULTADO DO TESTE De 66 a 75 pontos Sua comunicação é excelente, parabéns! Você domina todos os recursos da arte de falar e se prepara muito bem para suas apresentações. De 50 a 65 pontos Sua comunicação é boa. Falta muito pouco para dominar todos os recursos da arte de falar. Não pare de treinar e estabeleça a excelência como meta. Com o seu nível de comunicação, fará sucesso em todos os ambientes em que tenha que se apresentar. Mas, se pode ser ainda melhor, por que se contentar com o que já conquistou? De 30 a 49 pontos Sua comunicação é razoável. Você precisa se preparar melhor para as apresentações, pois conta muito com a sorte para ter sucesso. Até consegue se sair bem em algumas situações, mas arrisca muito. A qualidade da sua comunicação irá melhorar muito, em pouco tempo, com um treinamento adequado. Vale a pena se empenhar, pois, como você já ultrapassou a fase inicial, o progresso será rápido. De 0 a 29 pontos Sua comunicação é deficiente. Você não se prepara de maneira conveniente para as apresentações e está desperdiçando seu potencial. Mude sua atitude imediatamente e se empenhe nesse importante aprendizado para falar melhor. Prepare-se, porque vai precisar de muito treino.

Jônatas R. Silva é administrador de empresas com aperfeiçoamento em Evolução do Pensamento Administrativo pela USP São Carlos. Servidor público, administrador da Divisão de Controle Acadêmico da Universidade Federal de São Carlos. Professor de Oratória e Gestão Empresarial. [email protected] (16) 3371.9563 (16) 9701.3030

Teste retirado da revista Superdicas; Como Falar Muito Bem, Editora Europa. Está mini-apostila de oratória foi desenvolvida por Jônatas R. Silva* usando como apoio textos de Reinaldo Polito presentes em polito.com.br.

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O r a t ó r i a e C o m u n i c a ç ã o A oratória é a arte de falar em público. Mas além de falar com desenvoltura é necessário comunicar. Mais importante que a boa oratória é a comunicação eficaz.

Para haver comunicação, cinco elementos se fazem necessário:

Fonte: É a pessoa ou grupo de pessoas que deseja transmitir a informação.

Transmissor: É a maneira usada para transmitir a informação, podem ser através de palavras, gestos, sinais, símbolos, etc.

Canal: É o meio escolhido para fluir a informação. É a forma de a informação sair da fonte e chegar até o seu receptor.

Receptor: É a pessoa ou grupo de pessoas que irá receber a informação.

Retroação: É o retorno à fonte. O receptor avisa que a informação foi recebida e compreendida.

E r r o s a o f a l a r e m p ú b l i c o Vícios de finais de frase:

Né, tá, certo, ok…

Esses vícios surgem por falta de segurança ao falar e, ao invés de afirmar, se termina a frase com uma pergunta.

Outra falha que provoca tal erro é o uso errado na entonação da voz ao encerrar a frase. Acaba-se a frase como se fosse dar continuidade ao discurso.

Vícios que surgem no meio do discurso:

ãããã, éééé, êêêê, huumm...

Esses vícios ocorrem porque o pensar é mais rápido que o falar. Muitas vezes você sabe o que quer dizer, porém não encontrou as palavras adequadas, surgindo assim os ruídos indesejados. Aprenda a pensar em silencio e só comece a falar quando já estiver com o diálogo pronto.

C o m o c o r r i g i r t a i s e r r o s ? o Ter consciência do problema e querer

superá-lo. o Aprender a pensar em silencio. o Prática. o Preparar melhor o assunto a ser

apresentado.

V o c ê s a b e c o n v e r s a r ?

Quem não gosta de um bom papo? E quem não foge daquele colega chato que só ele quer falar e só ele tem razão?

Saber conversar não é falar o tempo todo e sim falar o necessário, com objetividade e no tempo certo.

D i c a s : Dê atenção para todos e atenção especial aos tímidos.

Quando alguém falar com você demonstre que está prestando atenção. Como? Perguntando: E aí? Como? E depois?

Expressões dos olhos e movimento da cabeça também demonstram interesse. Seja simpático. Evite ficar de braços cruzados.

Quantas pessoas de sucesso você conhece que não

se comunica bem?

Quanto mais se sobe no nível hierárquico mais importante se torna a comunicação. Recentes pesquisas afirmam que profissionais que exercem cargos administrativos passam 80% do tempo comunicando.

O silêncio como “arma” O silencio ajuda a valorizar a informação a ser transmitida. Facilita o entendimento do que foi dito dando tempo para o receptor refletir. Aumenta o interesse dos ouvintes por aquilo que será comunicado.

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O m e d o a o f a l a r e m p ú b l i c o ! O medo é normal em qualquer orador. Quando sentimos medo nosso corpo se prepara para a fuga. Com isso libera adrenalina para aumentar a pressão sanguínea, fortalecer os músculos e permitir a fuga. Por isso que o coração acelera, algumas pessoas suam, as pernas amolecem, entre outros sintomas.

C a u s a s d o M e d o : Falta de conhecimento do assunto Falta de experiência de falar em público Falta de conhecimento

C o m o c o m b a t e r o m e d o : Conheça bem o assunto que irá expor

Adquira experiência Conheça suas qualidades

R e u n i õ e s E m p r e s a r i a i s Muitas reuniões acabam levando horas a fio e não tendo proveito algum. Se mal planejadas com certeza serão infrutíferas.

Considerações iniciais

Diga a todos os motivos da reunião e os temas que serão abordados. Também comunique o tempo máximo de duração da reunião.

Debate dos temas

Comece pela ordem pré-estabelecida. Detalhe cada tema e aponte soluções.

Conclusões

Conclua cada tema debatido antes de avançar para o próximo tema. Anote o que foi concluído em cada um deles.

Recapitulação

Esclareça dúvidas que tenham ficado. Revise de forma rápida e sucinta o que foi acertado para cada tema.

S i t u a ç õ e s q u e p o d e m o c o r r e r n a r e u n i ã o O tipo desinteressado Estimule sua participação. Peça a ele que faça as anotações das conclusões. Levante questões e peça sua opinião.

Conversas paralelas

Fique em silêncio por alguns momentos. Quem estiver conversando vai se tocar. Caso isso não resolva, peça que se manifestem em voz alta.

O monopolizador

Converse com a pessoa antes da reunião e diga a ela que tal atitude prejudica o andamento da reunião. Caso não adiante tal procedimento, seja enérgico durante a reunião.

O calado

Motive-o. Faça perguntas a ele. Peça comentários sobre algo proposto por outro participante. Ele pode ser tímido. Aja de maneira que ele perceba sua importância na reunião.

O pessimista

Esse é dose. Peça que ele ouça e anote os comentários e sugestões de todos os participantes sem omitir opinião.

O protetor

Diga a ele que gostaria de ouvir a opinião do colega. Quando ele der a explicação da idéia alheia, indague o dono da idéia sobre a interpretação do chato em questão.

A reunião realmente é necessária? Estabeleceu as prioridades? Definiu o tempo máximo de duração? Definiu quem deve participar da reunião?

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A v o z . . . A qualidade da voz de quem fala em público é de fundamental importância. Deve-se pronunciar corretamente as palavras, evitando-se “comer” letras e tendo a preocupação de terminar todas as sílabas.

Volume

A tonalidade da voz deve estar de acordo com o tamanho do ambiente. Não deve ser muito baixa, pois as pessoas terão que se concentrar muito para ouvir e perderão o interesse. Também não deve ser muito alta, pois causará irritação na platéia.

Velocidade

Alguns acreditam que falam muito rápido já outros que falam muito lento. A velocidade do discurso costuma ser uma característica pessoal do orador. Se você falar rápido, procure dar uma atenção especial à pronúncia das palavras, articule bem as consoantes e faça pausas em momentos oportunos, dando tempo às pessoas de refletirem no que foi dito. Já se você for do tipo que fala lento, procure ser firme no falar e cuidado com os grunhidos durante as pausas.

Ritmo

Imprima ritmo ao seu falar. Manter a mesma tonalidade e velocidade durante todo o discurso o tornará chato e maçante. Seja dinâmico, alegre e divertido. Um bom treino para isso é ler poesia em voz alta, é claro, dando atenção aos versos poéticos, às pausas, ao sentimento que o autor da poesia está querendo transmitir.

Expressividade da fala

A entonação que se usa ao pronunciar uma palavra da todo o sentido a frase. Podemos falar frases iguais com sentidos diferentes mudando apenas a entonação das palavras. Use a expressividade ao pronunciar a palavra para dar destaque a ela, fale pausadamente, fale mais alto ou mais baixo quando você

quiser destacar uma palavra ou frase em específico.

Melhore a dicção

Pronunciar de forma clara e não mastigada as palavras é importantíssimo. O treino leva a perfeição. Leia em voz alta para praticar. Coloque um palito ou lápis entre os dentes. É uma boa maneira de dificultar o falar o que ajuda a melhorar a dicção.

Dê vida às palavras

Pronuncie as palavras exprimindo seu significado. Por exemplo, ao falar “desesperado”, fale rápido e com tom enérgico. Já ao falar “mansamente”, fale devagar e calmamente.

C u i d a d o c o m o v o c a b u l á r i o Muitas vezes ao se expressar em público parece que as palavras somem. Muitas vezes o sentimento está claro, porém faltam palavras para externá-lo.

Em geral o vocabulário mais simples é o mais adequado. Não adianta o orador querer lançar mão de palavras, ou frases, que não são corriqueiras em seu dia-a-dia. Mesmo que ele use-as no sentido correto, soará inadequado no contexto geral do discurso.

O ideal é primeiramente incorporar a palavra em seu vocabulário, depois que ela já se tornar costumeira em seu dia-a-dia, aí sim passar a usá-la em seus discursos.

Pela sua voz, as pessoas irão imaginar como você é.

Procure posicionar o microfone abaixo do seu queixo. Fale olhando sobre ele. Segure-o firme e evite movimentos bruscos, o que cortará o som.

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D i c a Para enriquecer seu vocabulário, leia livros de bons autores e fique atento ao vocabulário usado por pessoas mais bem preparadas que você.

Depois que você já se familiarizou com a palavra e conhece seu real significado, passe a usá-la em suas conversas, a incorporá-la em seus textos, ou seja, faze-la fazer parte do seu repertório.

Palavras vulgares

O uso de palavrões e o excesso de gírias devem ser abolidos dos discursos. Tome cuidado! Se você tem o hábito de falar “palavrões”, provavelmente também os usará em seus discursos, podendo desta forma sujar sua imagem. Determinadas gírias são até um bom recurso dependendo da platéia, mas, cuidado com o exagero.

Vocabulário técnico

Quando o discurso é feito para profissionais que exercem a mesma atividade é muito válido e até recomendado. Porém, ao se falar a um público leigo na área, você poderá ter uma bela oratória, mas sem comunicar nada.

Estrangeirismo

No Brasil se tornou moda usar termos em inglês onde temos termos em português que expressam a mesma coisa. Havendo o termo em português, escolha-o sempre.

Atenção à gramática

Muitos oradores esquecem da gramática e pecam pela falta de conhecimento do nosso idioma. Pequenos deslizes são até aceitáveis, porém o ideal é não errar.

A l g u n s e r r o s c o m u n s : Para “mim” levar: Usa-se o pronome “eu” antes do verbo, a expressão correta é para eu levar.

Ela estava “meia” triste: A palavra “meio” quando um advérbio é invariável quando ao

gênero. O Correto é dizer: Ela estava meio triste.

Haja “visto”: A expressão “haja vista” não sofre variações.

Estou com uma dó do João: A expressa uma dó não existe, o correto é “estou com um dó do João”.

“Degrais”: O correto é degraus.

“Cidadões”: O correto é cidadãos

Algo que tecnicamente não é um erro, mas muitos professores de português têm condenado, é o uso excessivo do gerúndio.

Expressões como: “vou estar providenciando” e “estarei enviando rapidamente” devem ser substituídas por “vou enviar” e “enviarei rapidamente”.

Um erro que a grande maioria das pessoas comete diariamente é usar a expressão “Tudo bom?”. O correto é perguntar “Tudo bem?” e não “Tudo bom?”.

“Bom” é antônimo de “mau”, e “mau” é um adjetivo. Usa-se “bem” que é antônimo de “mal”, esse sim um advérbio de modo.

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E x p r e s s ã o C o r p o r a l Muitas pessoas ao se expressarem em público têm grandes problemas com o posicionamento das mãos. Naquele momento, para muitos, o melhor seria que elas não existissem.

O s g e s t o s

Os gestos devem ser naturais e ajudar a ilustrar a fala. Observe que quando você está conversando com um amigo, você usa as mãos para se expressar. Esse uso é natural e adequado à conversa. Assim deve ser o gesticular nos discursos: natural, espontâneo e adequado ao que se fala.

O q u e e v i t a r ?

o Manter as mãos no bolso. o Cruzar os braços. o Apoiar-se sobre uma das pernas. o Coçar seguidamente a cabeça, o

queixo, o bigode ou qualquer outra parte do corpo.

o Ficar com as mãos na cintura. o Brincar com objetos. o Esfregar as mãos constantemente. o Segurar a manga da blusa. o Gesticular muito. o Não gesticular.

C o m o s e c o m p o r t a r

Domine seu ambiente. Tenha presença de palco. Mostre que você está à vontade naquele local.

Fique apoiado sobre ambas as pernas e distribua o peso do seu corpo de maneira uniforme. Fique ereto, barriga para dentro e peito para fora.

Movimente-se. Não muito, para não deixar sua platéia tonta. Nem pouco, para não dar sono nos ouvintes. Aja com naturalidade.

Gesticule para ilustrar seu discurso. Lembre-se que o corpo fala.

O o l h a r

Deve ser firme e comunicativo. Olhe para todos, não se concentre em apenas um lado do auditório, tenha visão periférica.

P l a n e j a n d o a a p r e s e n t a ç ã o

Mesmo você sendo um bom orador, uma apresentação sem planejamento dificilmente terá sucesso. O planejamento é de fundamental importância para o êxito de uma apresentação.

O q u e v o c ê d e s e j a t r a n s m i t i r ?

Parece brincadeira, mas muitos começam a discursar sem mesmo ter em mente o resultado que querem obter. O que você deseja transmitir para seus ouvintes?

Apontar soluções para um problema? Revelar uma novidade? Mostrar os benefícios de uma solução? Ensinar?

I n í c i o e c o n c l u s ã o

Ao preparar sua apresentação comece pensando na conclusão dela. Pense no objetivo final, no que seus ouvintes devem ser conhecedores no final de sua apresentação.

O início deve ser cuidadoso, deve ser elaborado pensando no desfecho final. Saiba de antemão quem será seu público, muitas vezes é necessário primeiramente ganhar sua confiança e simpatia. Para ganhar a atenção de seus ouvintes, você poderá começar sua apresentação com uma frase de impacto, um fato bem humorado, uma história interessante ou uma reflexão.

E t a p a s d e u m a a p r e s e n t a ç ã o Introdução: Conquistar os ouvintes.

Assunto geral: Contar em poucos segundos o assunto da apresentação.

Divisão: Dividir a palestra em etapas e informar cada uma delas aos ouvintes. Por exemplo: Se o assunto for futebol, poderíamos ter quatro blocos: o surgimento; as regras; os principais clubes no Brasil e o futuro do futebol.

Desenvolvimento: Desenvolver cada etapa proposta, na ordem proposta, apresentando conclusões ou soluções.

Refutação: Muitas vezes poderão surgir argumentos contrários. Esteja pronto para debatê-los.

Conclusão: Você poderá concluir com um ponto para reflexão ou uma proposta de ação. Tudo dependerá do assunto por você exposto.

“Uma péssima conclusão pode estragar uma boa apresentação. Dedique-se a planejá-la com cuidado”.

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P e r s u a s ã o A Persuasão vai além do convencimento. Persuasão está diretamente ligado à ação. Quando alguém está persuadida ela age, ela toma a iniciativa, faz a coisa acontecer.

D e s c o b r i n d o o q u e m o t i v a O que motiva sua platéia? De nada adiantará dizer dos lucros proporcionados pelo seu novo projeto se o objetivo deles não for o lucro.

Descubra o que motiva seus ouvintes, o que os fará tomar uma atitude. Você terá que os persuadir ou mesmo usar a técnica oposta, a dissuasão. Nesta técnica você irá mostrar os malefícios presentes e futuros se eles continuarem agindo desta forma.

N ã o f a l e d e m a i s

Cuidado, muitos para defender suas idéias “falam pelos cotovelos”. Diz um velho ditado que calado, até um tolo pode passar-se por sábio.

Seja sucinto, claro e objetivo.

F a l a r d e i m p r o v i s o Para falar para um público, seja ele pequeno ou grande, você deverá ter conhecimento sobre o assunto a discursar. Caso seja convidado a falar sobre algo que você não conhece, recuse. Será melhor.

Se você tiver que falar totalmente de improviso, sem nem menos um minutinho para preparar a seqüência do seu discurso, não comece pelo tema principal, tente argumentar sobre algum fato que você domine completamente e tenha ligação com o assunto. Enquanto você fala, pensa no discurso principal. Essa técnica é chamada de discurso paralelo. Você poderá usar até mesmo algum tópico já debatido, algum fato que ocorreu com a platéia.

S a b e r o u v i r

Essas são frases antigas, porém verdadeiras. Aprenda a escutar. Ouvir e escutar são coisas diferentes. Ouvimos por que temos ouvidos. Mas nem tudo o que ouvimos realmente escutamos. O escutar envolve uma atitude mental de reflexão no que está sendo ouvido.

Pesquisas mostram que passamos 53% do tempo que estamos acordados ouvindo. Pesquisas também apontam que pessoas que tem dificuldade para escutar apresentam baixa produtividade no trabalho e dificuldade para se relacionar.

Quando alguém estiver falando com você, evite:

o Ficar pensando nos argumentos antes de escutar toda a mensagem.

o Se desligar mentalmente do assunto.

Para escutar melhor:

o Entenda antes de interpretar ou criticar.

o Faça anotações. o Procure entender o lado, a visão de

quem conversa com você.

Você fala para seu filho: Filho, estudar é bom! Seu filho está CONVENCIDO disso, porém ele estuda? Não. No momento que ele partir para ação e começar a estudar, ele não estará somente convencido, ele também estará PERSUADIDO.

Se você tentar persuadir uma pessoa de grandes posses financeiras a parar de fumar alegando a economia de dinheiro que ele fará não comprando mais cigarros, provavelmente fracassará. Agora, se seu argumento for fundamentado nas perdas que ele terá, perdas como: doenças, menos tempo de vida, aparência mais desgastada, impotência sexual, etc. Com certeza suas chances de sucesso serão maiores.

“Uma pessoa pode ser convencida pelo coração, pelo

estômago ou pelo bolso”

“O pior surdo é aquele que não quer ouvir.”

“Deus dotou o homem com uma boca e dois ouvidos para que ele pudesse ouvir mais e falar menos.”

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C o m o r e s p o n d e r a p e r g u n t a s Para alguns as perguntas durante uma apresentação dão um charme especial e ajudam a articular o discurso, já para outros é um verdadeiro terror e pode desconcentrar totalmente o palestrante. O que lhe recomendo é avisar a sua platéia se perguntas durante a apresentação serão permitidas ou não. Caso você não se sinta seguro para ser interrompido durante seu discurso, avise que perguntas somente poderão ser feitas no final, que será aberto um tempo propício para elas.

Perguntas fora do tema:

Avise que a questão foge do tema e você poderá atendê-lo após a palestra.

Perguntas com respostas durante o discurso

Comunique que durante o discurso ele terá a resposta à pergunta feita e, caso julgar a resposta insuficiente, que ele volte a indagá-lo.

P o r q u e a s p e s s o a s p e r g u n t a m o Por dúvida. o Por vontade de aprender. o Por necessidade de se destacar. o Para provocar. o Para testar os conhecimentos de quem

fala. o Para valorizar sua imagem.

É chato quando o palestrante fica insistindo para o auditório fazer perguntas. Peça apenas duas vezes, não se torne um chato.

Você poderá combinar com algum conhecido uma ou duas perguntas a serem feitas. Desta forma quebrando a barreira inicial. Depois

que a primeira pergunta foi feita os demais se sentirão mais à vontade para perguntar.

A p r o v e i t e a s c i r c u n s t â n c i a s Sempre que durante o início do discurso você for capaz de introduzir algo que aconteceu momentos antes, ou mesmo citar fatos contados por o palestrante que se apresentou antes de você, ou ainda citar alguém presente na platéia e conhecido dela, marcará um “gol de placa”.

Tal atitude dá a impressão que o discurso não está preparado, que você é altamente conhecedor do tema, que o domina de tal forma que simplesmente abre a boca e começa a discursar. É claro que tal técnica é apenas para o início da apresentação, logo após você irá ligar os fatos à seqüência programada de seu discurso.

R o u b a r a m m e u d i s c u r s o Algo que pode ocorrer é você ser convidado para participar como palestrante em um workshop e um dos palestrantes abordar o mesmo tema que você vai abordar. E agora, o que fazer? Minha primeira dica é não se apavorar, pelo máximo que o assunto seja o mesmo a possibilidade dos argumentos serem idênticos é quase zero. Você poderá usar os argumentos apresentados e compará-los aos seus. Só tome cuidado para não ser deselegante com o seu antecessor. Você ainda poderá ser direto com a platéia, avisá-la que o tema que iria discursar já foi tratado por outro palestrante, que você apenas irá fazer alguns comentários salientando sua visão sobre o assunto e em seguida abrirá espaço para comentários e discussões. Uma outra atitude seria preparar dois discursos, caso seu discurso principal foi pelo “ralo”, use o segundo.

E s t e j a s e m p r e l i g a d o . Quem discursa deve sempre estar atualizado sobre o que acontece no Brasil e no mundo. Fatos que ocorrem diariamente ajudam, e muito, a ilustrar e exemplificar o discurso, além de mostrar que você é alguém atento e interessado ao que acontece no mundo.

Leia bastante. Não somente livros de sua área de atuação, mas livros de assuntos diversos. Isso irá enriquecer seu vocabulário e lhe propiciará discursar sobre temas diversos.

Ao responder perguntas pense no coletivo e não no particular. Caso a pergunta levantada não for de interesse geral, se disponha a respondê-la em particular ao final do discurso. Não deixe a dúvida, ou mesmo provocação de um único ouvinte estragar todo o seu discurso.

Elogie boas perguntas.

Page 10: Apostila de oratória

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O p i l o t o a u t o m á t i c o Quem fala com freqüência sobre o mesmo tema, corre o risco de virar um zumbi, de falar de forma tão mecânica, tão enfadonha e sem entusiasmo, que sua apresentação, mesmo que tenha um bom conteúdo e que sua oratória seja eficiente, seu público percebe que você está no piloto automático, ou seja, está fazendo tudo de forma programada e seu pensamento está bem longe dali.

Mesmo que se fale sempre sobre o mesmo assunto, as necessidades de cada público serão diferentes. Procure sempre interagir com as pessoas, a incorporar o grupo; sinta sua necessidade e mantenha seu foco na solução do problema.

A e n t o n a ç ã o Repare em seu comportamento no dia-a-dia, em como você age com as pessoas. Sua forma de falar com seu chefe é bem diferente com a que fala com sua mãe, que é diferente da que se comunica com sua esposa. Não são somente as palavras que determinam o conteúdo da mensagem, mas também sua entonação. Você pode ser irônico, dissimulado, arrogante, prestativo, grosso, debochado, etc. Tudo irá depender de como você deseja que as pessoas entendam o que você está transmitindo. Muitas vezes as palavras são o que tem menos importância.

R e c u r s o s a u d i o v i s u a i s

Poder usar tais recursos poderão enriquecer muito sua apresentação, porém não dependa deles para se apresentar, tenha sempre um plano alternativo. Equipamentos eletrônicos podem falhar, e irão falhar quando você mais precisar deles. Esteja prevenido.

O q u e u s a r ? Podemos usar como recurso visual um simples flip chart, um quadro branco ou

mesmo um projetor multimídia, tudo irá depender do conteúdo da mensagem e do tamanho do seu público.

Quando o público é pequeno, talvez o melhor equipamento seja o quadro branco ou flip chart. Para um público maior, recomenda-se o projetor multimídia. Caso faça uso do projetor a quantidade de slides não teve ser exagerada, tente reduzir o número para 1/3 do que você havia planejado.

P a r a q u e u s a r t a i s r e c u r s o s ? o Destacar informações importantes. o Indicar os rumos da apresentação de

forma a facilitar o raciocínio. o Enriquecer a apresentação.

O q u e d e v e o u n ã o d e v e s e r f e i t o

o O slide não deve ser seu bloco de anotações.

o Use fontes de fácil leitura. o Não use tamanhos muito pequenos. o Use frases curtas. o Use cores. o Cuidado com o excesso de figuras.

O e q u i p a m e n t o

Teste-o antes de sua apresentação, certifique-se que tudo esteja perfeito. Posicione-o em lugar que não atrapalhe sua movimentação.

O a m b i e n t e

Dependendo do local que você for se apresentar encontrará o ambiente já preparado. Já ouvi casos de computadores ou projetores estarem apoiados ou encostados sobre livros ou listas telefônicas. Isso denigre sua imagem. Cheque o local e esteja certo que o ambiente está adequado para sua apresentação.

“Se uma mensagem for transmitida apenas verbalmente, depois de três dias, os ouvintes se lembrarão apenas de 10% do que foi comunicado. Por outro lado, se as mesmas informações forem passadas com o apoio de recursos visuais, após o mesmo período, o público se lembrará de 65% do que foi transmitido”.

Page 11: Apostila de oratória

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Pesquisas indicam que pessoas obesas e fumantes sofrem restrição de 70% dos entrevistadores. Outro fator que pode pesar contra você é a prestação de serviços de consultoria, geralmente eles não gostam muito.

E n t r e v i s t a s d e e m p r e g o Oh coisa chata. Ficamos nervosos, as pernas tremem, as mãos suam e o estômago fica embrulhado. Acredito que isso acontece com todos, dos mais experientes aos novatos.

Pense o seguinte, se você foi chamado para uma entrevista já venceu a primeira etapa da batalha, está rumo à segunda agora. Você terá que provar durante alguns minutos de conversa que realmente é capaz de realizar o que você disse que sabia fazer em seu currículo. Também irá ter que passar uma boa imagem, de alguém bem apessoado e responsável.

A t e n ç ã o a o v i s u a l Se você é homem e tem cabelos compridos, faça o favor de cortá-los. 99% dos entrevistadores preferem os cabelos bem aparados. Não importa se é algo fora de moda, antiquado; quem tem o poder de escolher é o entrevistador, ele dá as cartas.

Sabe aquele bigodinho que sua esposa/namorada adora? Esquece. Eles também não gostam muito de um bigode, nem que seja seu charme!

Barba bem feita. Unhas devidamente cortadas. Sapatos e meias da mesma cor, de preferência preto. Cinto também preto. Camisa clara (azul ou branca) e lisa. São detalhes fundamentais. Nesta hora os candidatos são muito parecidos e qualquer detalhe pode significar uma contratação ou a escolha de um concorrente.

Se você é mulher deve prestar atenção a suas roupas, sempre social. Cuidado com o decote e maquiagem pesada, é uma entrevista não uma festa. Se for participar de dinâmicas prefira uma calça ao invés de saia. Permitirá você ficar mais a vontade, sem maiores preocupações de postura. Os cabelos devem estar bem cortados. Se usar tinturas, esteja em dia com ela. Cabelos bicolores não fazem sucesso.

D i n â m i c a s d e g r u p o As dinâmicas visam observar o candidato em situações reais, analisar seu comportamento e atitudes. Visa através de simulações escolher o candidato que mais se encaixa ao perfil do cargo e da empresa, o que, não necessariamente, será o candidato mais qualificado.

A c o m u n i c a ç ã o Seja natural e firme ao falar. Não se coloque em um nível inferior e muito menos superior ao entrevistador. Olho-no-olho. Evite gírias. Falar em excesso é pior que falar pouco. Seja moderado, fique atento ao vocabulário. Cuidado com frases preconceituosas. Não minta, seja sempre sincero. Não fale mal de ex-patrões e empresas. Seja ético.

P e s q u i s e a e m p r e s a Antes de ir para a entrevista é de suma importância conhecer a empresa que você pretende trabalhar. Todo tipo de informação que você possa obter é interessante. Quando o entrevistador lhe perguntar por que você deseja trabalhar nesta empresa, você poderá impressioná-lo com uma resposta do tipo: “Por que desejo fazer parte de uma empresa que teve um crescimento anual de 17% nos últimos 5 anos”. Ele ficará satisfeito.

P ó s - e n t r e v i s t a Eu sei que a ansiedade de saber o resultado é grande, mas o ideal é não ligar e sim esperar o contato da empresa. É educado e aconselhável você enviar um e-mail ou mesmo um telegrama ao entrevistador agradecendo a oportunidade. Isto soará elegante e causará uma boa impressão. Talvez não seja desta vez, mas deixará às portas abertas para outra oportunidade.

A v a g a é m i n h a

Parabéns, você foi contratado. Ao começar a trabalhar seja educado e atencioso com todos. Tem dificuldade para guardar nomes? Anote. Desta forma você não precisará ficar perguntando a todo o momento o nome das pessoas.

Toda empresa tem regras formais e atitudes não oficializadas que se esperam dos funcionários. Tanto por parte da empresa como por parte de seus colegas. Fique atento a essas regras, procure segui-las.