Aprender a estudar

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  • 1.Aprender a Estudar Um Guia Para o Sucesso na Escola Antnio EstanqueiroPara Saber Participar nas aulas Tirar Apontamentos Ler depressa e bem Redigir um trabalho Enfrentar provas de avaliao

2. NDICE CAP 1.INTRODUO ....................................................................6Como tirar proveito deste livro ..................................................................................................6 Ao professor ...................................................................................................................................7 O seu perfil de estudante .............................................................................................................7CAP 2.A GESTO DO TEMPO ..................................................9Sumrio ...........................................................................................................................................9 1 0 tempo de estudo ......................................................................................................................9 1.1 As horas mais rentveis ................................................................................................................10 1.2 Pausas no trabalho ........................................................................................................................10 1.2.1 Fazer intervalos......................................................................................................................10 1.2.2 Mudar de assunto...................................................................................................................112 A eficcia de um horrio ........................................................................................................11 2.1 Exerccio de autodisciplina...........................................................................................................11 2.2 Segurana contra imprevistos .......................................................................................................123 Ocupaes extra-escolares.....................................................................................................12 Sntese ...........................................................................................................................................13CAP 3.A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTE .14Sumario .........................................................................................................................................14 1 Motivao .................................................................................................................................15 1.1 A fora da motivao....................................................................................................................15 1.1.1 Acelerador da aprendizagem .................................................................................................15 1.1.2 Travo do esquecimento ........................................................................................................15 1.2 Os reforos do interesse................................................................................................................16 1.2.1 Castigos e prmios dos educadores........................................................................................16 1.2.2 Estmulos criados pelo estudante...........................................................................................16 1.2.3 Pensar no futuro.....................................................................................................................162 Autoconfiana ..........................................................................................................................17 2.1 0 medo do fracasso .......................................................................................................................17 2.2 A construo da confiana............................................................................................................18 2.2.1 Lembrar resultados positivos .................................................................................................18 2.2.2 Acreditar no sucesso ..............................................................................................................183 Persistncia ...............................................................................................................................18 3.1 Seguir o curso adequado...............................................................................................................19 3.2 No desistir cedo demais ..............................................................................................................19Sntese ...........................................................................................................................................20CAP 4.APRENDIZAGEM E MEMRIA ..............................21Sumrio .........................................................................................................................................21 1 Captao ....................................................................................................................................21 1.1 Compreender ................................................................................................................................22 1.2 Organizar ......................................................................................................................................22 1.3 Relacionar.....................................................................................................................................232 Auto-avaliao .........................................................................................................................24 2.1 Medir a aprendizagem ..................................................................................................................24 2.2 Orientar o estudo ..........................................................................................................................243 Reviso ......................................................................................................................................25 3.1 0 fenmeno do esquecimento .......................................................................................................25 3.1.1 As interferncias ....................................................................................................................26 3.1.2 As motivaes do indivduo ..................................................................................................26 3.2 Como refrescar a memria............................................................................................................26 3.2.1 Nmero de revises ...............................................................................................................27 3. 3.2.2 Processos de reviso ..............................................................................................................27Sntese ...........................................................................................................................................28CAP 5.AS AULAS ...........................................................................29Sumrio .........................................................................................................................................29 1 Assiduidade ..............................................................................................................................29 1.1 0 rendimento escolar.....................................................................................................................30 1.2 A atitude do professor...................................................................................................................302 Preparao das aulas ...............................................................................................................30 2.1 O material de trabalho ..................................................................................................................30 2.2 Os assuntos da lio......................................................................................................................313 Saber escutar.............................................................................................................................31 3.1 A ateno ......................................................................................................................................32 3.2 A descoberta do essencial.............................................................................................................32 3.2.1 Conhecer o mtodo do professor ...........................................................................................32 3.2.2 Interpretar bem as palavras ....................................................................................................33 3.2.3 Ouvir at ao fim .....................................................................................................................33 3.3 O esprito crtico ...........................................................................................................................334 Participao ..............................................................................................................................34 4.1 Fazer perguntas.............................................................................................................................34 4.1.1 Perguntas interessadas ...........................................................................................................35 4.1.2 Perguntas concretas ...............................................................................................................35 4.1.3 Perguntas oportunas...............................................................................................................35 4.2 Intervir nos debates.......................................................................................................................355 Apontamentos ..........................................................................................................................36 5.1 Seleccionar ...................................................................................................................................36 5.2 Usar abreviaturas ..........................................................................................................................37 5.3 Aperfeioar em casa .....................................................................................................................38Sntese ...........................................................................................................................................38CAP 6.TRABALHO EM GRUPO .............................................40Sumrio .........................................................................................................................................40 1 A escolha dos colegas.............................................................................................................41 1.1 Amigos .........................................................................................................................................41 1.2 Motivados .....................................................................................................................................41 1.3 Responsveis ................................................................................................................................422 A realizao do trabalho ........................................................................................................42 2.1 Definir objectivos .........................................................................................................................42 2.2 Distribuir tarefas ...........................................................................................................................42 2.3 Estabelecer regras .........................................................................................................................43 3 A liderana.......................................................................................................................................43 3.1 Funes do lder............................................................................................................................43 3.2 Estilos de chefia............................................................................................................................444 Relaes humanas ...................................................................................................................44 4.1 Escutar os outros...........................................................................................................................45 4.2 Ter autodomnio ...........................................................................................................................45 4.3 Ser tolerante..................................................................................................................................45 4.4 Corrigir sem ofender.....................................................................................................................45 4.5 Oferecer elogios............................................................................................................................45 4.6 Usar o bom humor ........................................................................................................................465 O xito dos grupos ..................................................................................................................46 5.1 0 rendimento intelectual ...............................................................................................................46 5.2 A formao da personalidade .......................................................................................................46Sntese ...........................................................................................................................................47CAP 7.A LEITURA ACTIVA .....................................................48Sumrio .........................................................................................................................................48 1 Como conhecer um livro........................................................................................................48 4. 2 Etapas na leitura.......................................................................................................................49 2.1 Ler por alto ...............................................................................................................................49 2.2 Ler em profundidade.................................................................................................................493 Processos de leitura activa .....................................................................................................50 3.1 Consultar o dicionrio...................................................................................................................50 3.2 Sublinhar.......................................................................................................................................50 3.3 Fazer anotaes.............................................................................................................................51 3.4 Tirar apontamentos .......................................................................................................................51 3.4.1 Transcries...........................................................................................................................51 3.4.2 Esquemas ...............................................................................................................................52 3.4.3 Resumos.................................................................................................................................524 Velocidade e rendimento .......................................................................................................53 4.l A vantagem do leitor rpido ..........................................................................................................53 4.2 Como acelerar o ritmo de leitura ..................................................................................................54Sntese ...........................................................................................................................................55CAP 8.A ELABORAO DE UM TRABALHO ................56Sumrio .........................................................................................................................................56 1 O tema........................................................................................................................................57 2 A recolha de informaes ......................................................................................................57 3 O plano ......................................................................................................................................58 3.1 Filtragem.......................................................................................................................................58 3.2 Ordenao.....................................................................................................................................584 A redaco ................................................................................................................................59 4.1 Partes do texto ..............................................................................................................................59 4.2 Citaes ........................................................................................................................................59 4.2.1 Recorrer a autoridades ...........................................................................................................60 4.2.2 Transcrever com fidelidade ...................................................................................................60 4.2.3 Identificar a fonte...................................................................................................................60 4.3 Bibliografia...................................................................................................................................615 A apresentao do trabalho ...................................................................................................62 Sntese ...........................................................................................................................................63CAP 9.REGRAS DA ESCRITA .................................................64Sumrio .........................................................................................................................................64 1 O estilo.......................................................................................................................................65 1.1 Palavras familiares........................................................................................................................65 1.2 Expresses sbrias........................................................................................................................65 1.2.1 Poupar qualificativos .............................................................................................................66 1.2.2 Ser directo..............................................................................................................................66 1.3 Frases curtas .................................................................................................................................66 1.4 Ligaes coerentes........................................................................................................................662 A pontuao ..............................................................................................................................67 3 A ortografia...............................................................................................................................68 3.1 Eliminao e troca de letras ..........................................................................................................68 3.2 Troca de palavras homfonas .......................................................................................................69 3.3 Confuses nos verbos ...................................................................................................................704 A aprendizagem da escrita.....................................................................................................70 4.1 Ler bons autores............................................................................................................................71 4.2 Conhecer a gramtica ...................................................................................................................71 4.3 Treinar ..........................................................................................................................................71Sntese ...........................................................................................................................................71CAP 10.PROVAS DE AVALIAO ....................................73Sumrio .........................................................................................................................................73 1 A preparao.............................................................................................................................74 1.1 O estudo ltima hora..............................................................................................................74 5. 1.1.2 Confuses ..............................................................................................................................74 1.1.3 Medo......................................................................................................................................75 1.2 A reviso final ..............................................................................................................................751.3 O treino para os testes .........................................................................................................75 1.3.1 Imaginar perguntas ................................................................................................................75 1.3.2 Resolver testes antigos...........................................................................................................762 A realizao das provas..........................................................................................................76 2.1 Como responder nas provas escritas ................................................................................76 2.1.1 Ler o enunciado todo .............................................................................................................76 2.1.2 Distribuir o tempo..................................................................................................................76 2.1 3 Perceber o sentido das perguntas ...........................................................................................77 2.1.4 Fazer uma lista de tpicos......................................................................................................77 2.1.6 No escrever coisas incertas ..................................................................................................78 2.1.7 Cuidar as opinies pessoais ...................................................................................................782.2 Cbulas: sim ou no?...........................................................................................................79 2.3 A questo da caligrafia........................................................................................................79 2.4 Como responder nas provas orais .....................................................................................80 2.4.1 Pedir esclarecimentos ............................................................................................................80 2.4.2 Desviar-se das dificuldades ...................................................................................................80 2.4.3 Fugir polmica....................................................................................................................803 A reaco s notas...................................................................................................................81 3.1 Assumir as responsabilidades ............................................................................................81 3.2 Aprender com os erros ........................................................................................................81 Sntese ...........................................................................................................................................82CAP 11. CAP 12.CONCLUSO ...............................................................83 BIBLIOGRAFIA..........................................................84 6. APRENDER A ESTUDARINTRODUOCAP 1. INTRODUO Os alunos no sabem estudar!ouve-se, com frequncia, nas nossas escolas. Mostra a experincia que muitos estudantes, apesar da sua capacidade e do seu esforo, acabam por ter insucesso, pois trabalham sem mtodo ou com mtodos inadequados. Como qualquer outra actividade humana, o estudo exige o domnio de tcnicas especificas. Sem elas, o esforo ineficaz. Da a necessidade de aprender a estudar. Este manual prtico de mtodos e tcnicas de estudo visa ajudar o jovem a criar hbitos de trabalho, individual e em grupo, e surge dentro do espirito reformador da Lei de Bases do Sistema Educativo. Na sua elaborao, fugimos, propositadamente, s explicaes mais tericas. Que os acadmicos perdoem o atrevimento! Apresentamos regras gerais orientadoras que devero ser adaptadas consoante as capacidades do estudante, os objectivos, o tempo disponvel e o tipo de disciplina. Nenhum mtodo ideal para todas as pessoas. Este guia dirigido, em primeiro lugar, aos estudantes, sobretudo do ensino secundrio, interessados em melhorar a eficincia do seu trabalho. dirigido tambm aos pais preocupados com o rendimento escolar dos seus filhos e aos professores empenhados em facilitar a aprendizagem aos seus alunos. Antnio EstanqueiroComo tirar proveito deste livro1Consulte o ndice para ficar com uma ideia geral sobre os assuntos abordados.2Sublinhe as ideias que lhe paream mais teis para o trabalho escolar.3Faa anotaes margem do concordncia, de agrado ou de desagrado.4Compare os mtodos habituais de estudo com os mtodos aqui apresentados.5Discuta o contedo deste livro com outras pessoas interessadas no assunto.6Aproveite todas as oportunidades para usar aconselhadas. S se aprende bem aquilo que se pratica.Pg. 6texto.Escrevasinaisasdetcnicas 7. APRENDER A ESTUDARINTRODUOAo professor Sugerimos que dedique algumas aulas a anlise dos hbitos de trabalho dos seus alunos e informao sobre tcnicas de estudo adaptadas disciplina que lecciona. Quando os alunos sabem estudar, torna-se mais fcil o sucesso do ensino e da aprendizagem.O seu perfil de estudante Verifique o seu perfil de estudante, respondendo, com toda a sinceridade, ao teste que, abaixo, lhe propomos. Assinale com X o quadrado (SIM ou NO) que melhor corresponde ao seu caso particular. No ceda tentao de assinalar o que acha prefervel, mas apenas o que, de facto, se passa consigo. Apesar de no oferecer rigor cientfico, este simples teste pode ajud-lo a reflectir sobre os seus hbitos de trabalho, individual e em grupo. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20.PERGUNTAS Sim Acontece-lhe, com frequncia, ser surpreendido pela falta tempo para preparar as suas provas de avaliao? Tem o hbito de fazer o seu horrio pessoal de estudo? Dedica ao estudo individual mais de cinco horas, em mdia, por semana? Necessita de estmulos (prmios ou castigos) para cumprir os seus deveres? Desanima facilmente perante uma tarefa mais complexa? Desinteressa-se pelas disciplinas que no correspondem as suas motivaes ou expectativas? Procura, sempre que possvel, a colaborao dos colegas mais motivados e mais responsveis? Comparece nas aulas, muitas vezes, sem o material de trabalho indispensvel (livros, cadernos, etc.)? Consegue escutar com ateno um professor, mesmo quando ele menos comunicativo? Dispensa-se, frequentemente, de tirar apontamentos nas aulas? Participa nas aulas, expondo as suas duvidas ou os seus pontos de vista sobre a matria? Esfora-se por manter uma boa relao com o professor e com os colegas? L os manuais sem fazer anotaes, esquemas ou resumos pessoais? Realiza, algumas vezes, leituras e investigaes, por livre iniciativa? Sabe como elaborar correctamente um trabalho escrito? Preocupa-se mais em memorizar do que em compreender? Costuma utilizar a auto-avaliao para orientar o seu estudo? Rev atentamente os tpicos fundamentais da matria, antes de cada prova? Tem sempre o cuidado de apresentar os seus trabalhos e os seus testes sem erros (gramaticais ou ortogrficos)? Atribui mais vezes aos outros do que a si prprio a responsabilidade pelos seus fracassos? Pg. 7No 8. APRENDER A ESTUDARINTRODUOPara saber o resultado do seu teste, d um ponto a cada resposta SIM as os perguntas n. 2, 3, 7, 9, 11, 12, 14, 15, 17, 18 e 19. D, igualmente, um ponto a cada os resposta NO, as perguntas n. 1, 4, 5, 6, 8, 10, 13, 16 e 20. Some, em seguida, o conjunto desses pontos. Se obteve menos de 7 pontos, voc pertence ao grupo dos estudantes em risco de insucesso. Precisa de (re)aprender a estudar. Se obteve entre 7 e 13 pontos, voc pertence a categoria dos estudantes que, em regra, conseguem alcanar classificaes positivas. Mas, se ambiciona ir mais longe, tem ainda muito a modificar nos seus hbitos de trabalho. Se obteve mais de 13 pontos, voc est no bom caminho. Continue a aperfeioar-se. sempre possvel fazer melhor.Pg. 8 9. A GESTO DO TEMPOAPRENDER A ESTUDARCAP 2. A GESTO DO TEMPO Sumrio1O tempo de estudo 1.1 As horas mais rentveis 1.2 Pausas no trabalho 1.2.1 Fazer intervalos 1.2.2 Mudar de assunto2A eficcia de um horrio 2.1 Exerccio de autodisciplina 2.2 Segurana contra imprevistos3Ocupaes extra-escolares natural e at saudvel que um jovem ocupe parte do seu tempo com a msica, o desporto ou o convvio. Mas o estudante que deseja preparar o seu futuro tem de consagrar tambm uma boa parcela de tempo aos estudos. O estudo e as outras ocupaes podem ser conciliados. Ningum precisa de renunciar vida para ser bom estudante. Cabe a cada um optar e estabelecer a sua escala de prioridades, isto , fazer uma gesto racional do tempo, dedicando a cada tarefa o tempo que ela merece. Um jovem com metas ambiciosas ter sempre de investir mais tempo no estudo do que nas outras ocupaes.1 0 tempo de estudo Se compararmos o rendimento de duas pessoas com capacidades intelectuais semelhantes, veremos que vai mais longe aquela que dedica mais horas ao estudo. Acontece at que muitos estudantes de ritmo lento (tipo tartaruga) chegam a superar colegas rpidos (tipo lebre), s porque comeam mais cedo e so mais regulares na sua corrida. desejvel que se d ao estudo individual um mnimo de 10 horas, em mdia, por semana. Mas claro que no basta gastar muitas horas em frente dos livros e dos cadernos. Devem investir-se no estudo as horas mais rentveis e fazer pausas, sempre que necessrio. Igualmente importante cuidar do local de trabalho. Apenas um stio calmo, arrumado e confortvel permite a concentrao e o melhor aproveitamento do tempo dedicado ao estudo.Pg. 9 10. A GESTO DO TEMPOAPRENDER A ESTUDAR1.1 As horas mais rentveis O estudo uma actividade ciumenta que exige as melhores horas do dia. Quais so essas horas? Vrias experincias provam que o rendimento intelectual da manh superior ao da tarde e ao da noite. Ao princpio da tarde, ocorre sempre uma quebra de vivacidade mental, fruto de uma certa sonolncia que ataca toda a gente e no apenas os que fizeram um grande almoo. Quanto noite, natural que o cansao acumulado de um dia prejudique o rendimento, apesar de haver pessoas que se do bem a estudar na calma da noite. As investigaes indicam que a maioria das pessoas atinge o seu ponto alto de ateno e de assimilao por volta do meio-dia. O fim da tarde parece igualmente eficaz. No entanto, convm sublinhar que cada pessoa tem os seus ritmos biolgico e intelectual prprios. Muitos factores entram em jogo: o temperamento, os hbitos individuais e as condies exteriores. No se pode generalizar em excesso. Assim, compete ao estudante observar-se e descobrir as suas horas mais rentveis, as horas em que, por norma, se sente com mais energia e capacidade de assimilao. As horas mais rentveis devem ser aproveitadas para atacar em fora o trabalho difcil. O trabalho mais fcil ou interessante pode ser deixado para ocasies de menor frescura. H dois momentos pouco recomendveis para grandes esforos intelectuais: depois de refeies pesadas e antes de dormir. Logo a seguir a uma refeio mais pesada, a capacidade de concentrao diminui. A digesto fsica inimiga das digestes intelectuais. Por isso se recomendam refeies ligeiras antes de grandes esforos, como, por exemplo, a realizao de uma prova de avaliao. Tambm antes de dormir deve ser evitado o esforo intelectual intenso, porque perturba o sono e acaba por prejudicar o equilbrio fsico indispensvel ao rendimento escolar. Pouco antes de dormir, convir executar apenas simples trabalhos para casa (T.P.C.), recomendados pelos professores, ou fazer uma reviso ligeira da matria j aprendida.1.2 Pausas no trabalho Quando se est h muito tempo com a mesma tarefa, quando a ateno comea a divagar ou quando se emperra numa dificuldade, vantajoso fazer uma pausa no trabalho. Aproveitando o fim de um captulo, o estudante pode fazer um intervalo ou mudar de assunto. Para aprender necessrio empenhar-se com entusiasmo, durante um tempo mnimo (cerca de meia hora), mas no se deve forar at estoirar o motor.1.2.1 Fazer intervalos Quanto tempo seguido se deve trabalhar? Tudo depende da matria e da capacidade do indivduo. Os especialistas aconselham o estudo em pequenas etapas, em pequenos perodos de esforo intenso e concentrado. De vez em quando, ser til prolongar o trabalho por vrias horas. Mas, habitualmente, trs horas com um ou dois intervalos rendem mais do que trs horas seguidas. A regra geral pode ser esta: dez minutos de intervalo por cada hora de estudo. Pg. 10 11. A GESTO DO TEMPOAPRENDER A ESTUDARPequenos intervalos de repouso facilitam a aprendizagem e a memorizao. Vrias experincias confirmam que, por exemplo, para memorizar listas de vinte nmeros de igual dificuldade, um indivduo precisa de ler, em mdia, onze vezes, se no fizer intervalos. Em contrapartida, se fizer paragens de dez minutos entre cada leitura, precisar apenas de ler cinco vezes... Nos curtos perodos de intervalo, o estudante pode levantar-se, passear um bocado ou fazer alguns exerccios fsicos. So de evitar todas as actividades que distraiam ou desmobilizem, como ver televiso. Durante o tempo de estudo, mesmo nos pequenos intervalos, a televiso deve merecer carto vermelho.1.2.2 Mudar de assunto Para quebrar a monotonia e evitar a saturao, o estudante tem duas hipteses: ou faz um intervalo, como j dissemos, ou muda de assunto. Uma nova tarefa ou o estudo de uma disciplina diferente podem estimular o interesse, despertar a ateno e fazer subir o rendimento. Cuidado, porm! inconveniente mudar para outra disciplina semelhante que se estava a estudar, porque isso ir causar confuses. Estudar, sem intervalos de descanso, disciplinas de tipo semelhante, na forma ou no contedo (por exemplo, Ingls e Francs), perturba a reteno e favorece o esquecimento. Matrias parecidas interferem umas com as outras, atrapalham-se mutuamente. Contedos diferentes (por exemplo, Histria e Matemtica) so mais facilmente aprendidos e recordados, porque h menos interferncias (ver captulo 3, APRENDIZAGEM E MEMRIA). Para confirmar o que dissemos, basta dar um exemplo com nmeros de telefone: mais fcil a confuso entre 362331 e 363123 do que a confuso entre 362331 e 544080, porque os primeiros nmeros so muito semelhantes. Intercalar matrias diferentes no estudo um processo de evitar a fadiga sem perder o rendimento.2 A eficcia de um horrio Um processo simples que permite aproveitar melhor o tempo elaborar um horrio semanal para o estudo. Interessa um horrio realista que se ajuste s necessidades individuais e possa ser cumprido. O horrio deve ser flexvel e ter em conta, em cada semana, os compromissos inadiveis das vrias disciplinas. Para no esquecer esses compromissos (trabalhos para casa ou testes), o melhor ser usar uma agenda. No fcil fazer nem cumprir um horrio, mas vale a pena tentar. O horrio no uma priso ou uma camisa de foras, de onde no se possa fugir. O horrio um guia que leva o estudante a trabalhar com regularidade. O trabalho regular (de preferncia, todos os dias, s mesmas horas, no mesmo local) representa um exerccio de autodisciplina e uma segurana contra imprevistos.2.1 Exerccio de autodisciplina Um estudante que obedece a um horrio aprende a disciplinar-se. No faz apenas o que lhe apetece, quando tem disposio. No escravo dos caprichos ocasionais. No Pg. 11 12. A GESTO DO TEMPOAPRENDER A ESTUDARcede to facilmente s tentaes do exterior. Concentra-se e cumpre, em cada momento, a tarefa que imps a si prprio: agora estudo, logo farei outras coisas.... A disciplina no trabalho um trunfo fundamental para o sucesso nos estudos e na vida. Uma pessoa metdica e organizada poupa tempo e energias. Os bons hbitos, adquiridos agora, rendem juros elevados no futuro.2.2 Segurana contra imprevistos H sempre jovens pouco estudiosos que gostam de criticar os colegas mais trabalhadores, como se estudar fosse pecado. A esses jovens trocistas oportuno lembrar a velha histria da cigarra e da formiga. A cigarra cantava e troava da formiga trabalhadora. Porm, quando chegaram os momentos difceis, a cigarra viu-se forada a pedir emprestado para comer e verificou que a atitude da formiga, embora menos divertida, era mais prudente. O trabalho pode implicar alguma dose de sacrifcio, mas traz as suas recompensas. O trabalho regular a nica preveno eficaz contra a fadiga, as confuses e o medo sofridos por quem guarda o estudo para a ltima hora (ver captulo 9, PROVAS DE AVALIAO).3 Ocupaes extra-escolares Um estudante que se preza d prioridade ao trabalho escolar. Isso no significa que viva afogado em obrigaes, que seja escravo do dever e sacrifique todas as ocupaes extra-escolares. A escola no , nem pretende ser, tudo na vida de uma pessoa. A questo est em saber seleccionar as actividades (desportivas, culturais ou sociais) mais apropriadas para aproveitar os tempos livres, os fins-de-semana e as frias, de modo a no desperdiar inutilmente as horas. Praticar desporto? Frequentar cinemas? Ver televiso? Dedicar-se leitura, fotografia, msica ou dana? Fazer col ces? Integrar-se num clube ou numa e associao? Meter-se num grupo de aco social? Depende dos gostos, do tempo disponvel e, por vezes, das possibilidades econmicas. E qual o critrio a usar na escolha das ocupaes extra-escolares? O estudante ganha se der prioridade s actividades que favoream a sade, o convvio e o contacto com o mundo do trabalho.v A sade boa ocupao aquela que protege a sade, o equilbrio fsico e psicolgico. Ocupaes saudveis so, por exemplo, a leitura, a msica, a dana e o desporto. O exerccio fsico regular e moderado (fazer natao, andar de bicicleta ou simplesmente andar a p) aumenta a sensao de bemestar e d um novo alento para o trabalho intelectual. v O convvio as melhores ocupaes levam-nos ao convvio com outras pessoas (familiares, amigos ou desconhecidos). no convvio que se cultivam e aprofundam as relaes humanas indispensveis ao xito na vida. Quem falha nas relaes humanas quase sempre um falhado na vida.Pg. 12 13. A GESTO DO TEMPOAPRENDER A ESTUDARv O contacto com o mundo do trabalho seria desejvel que, na ocupao dos tempos livres, o jovem aproveitasse para manter algum contacto com o mundo do trabalho. O modo mais simples de conhecer o mundo do trabalho conversar com pessoas de cursos e carreiras profissionais diversos. Durante as frias grandes, alguns jovens podem ir mais longe e arranjar emprego em part-time, frequentar cursos prticos ou oferecer-se para trabalho voluntrio. No faltam oportunidades. O contacto com o trabalho abre novos horizontes e, por vezes, ajuda o estudante a descobrir a sua vocao profissional. Pelo menos auxilia o estudante a ser mais realista nos seus projectos de futuro.Sntese Se deseja gerir bem o seu tempogEstabelea prioridades. D a cada actividade da sua vida o tempo que ela merece.gAproveite as suas horas de atacar o trabalho mais difcil.gNo prolongue demasiado os perodos de esforo intelectual. Faa pequenos intervalos de descanso.gEvite estudar duas disciplinas de contedos semelhantes, uma a seguir outra.gEsforce-se por ter um local de estudo calmo, arrumado e confortvel.gElabore um horrio pessoal que o ajude a estudar com regularidade.gEscolha ocupaes extra-escolares que favoream a sade, o convvio e o contacto com o mundo do trabalho.maiorPg. 13frescurafsicaeintelectualpara 14. A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTEAPRENDER A ESTUDARCAP 3. A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTE Sumario1Motivao 1.1 A fora da motivao 1.1.1 Acelerador da aprendizagem 1.1.2 Travo do esquecimento 1.2 Os reforos do interesse 1.2.1 Castigos e prmios dos educadores 1.2.2 Estmulos criados pelos estudantes 1.2.3 Pensar no futuro2Autoconfiana 2.1 0 medo do fracasso 2.2 A construo da confiana 2.2.1 Lembrar resultados positivos 2.2.2 Acreditar no sucesso3Persistncia 3.1 Seguir o curso adequado 3.2 No desistir cedo demaisA atitude psicolgica do estudante, no processo de aprendizagem, pode favorecer ou dificultar o sucesso. Os estudantes que adoptam uma atitude negativa encontram defeitos na escola, nos programas, nos livros e nos professores. Para eles, estudar um frete, uma obrigao triste e penosa. Desinteressados ou resignados, inventam desculpas para adiar o trabalho e fazer o menos possvel. Sem autoconfiana, muitas vezes desanimam e desistem de lutar, aos primeiros obstculos. So pessimistas. O seu rendimento baixo ou nulo. Os estudantes que adoptam uma atitude positiva vem no estudo uma ponte que os conduzir meta desejada. Com motivos de interesse e autoconfiantes, sentem alegria e at entusiasmo por aquilo que fazem. Apesar das dificuldades, persistem no trabalho. So optimistas. Tm um rendimento bom ou elevado. Duas pessoas, de capacidades semelhantes, alcanam resultados muito diferentes pela forma, positiva ou negativa, como encaram o estudo. A motivao, a autoconfiana e a persistncia fazem subir o rendimento.TIPO DE ATITUDE ATITUDE NEGATIVAATITUDE POSITIVACARACTERSTICA Desinteresse Falta de autoconfiana Desnimo Perante as Dificuldades Motivao Autoconfiana PersistnciaPg. 14EFEITOS Trava a aprendizagem Acelera o esquecimento Acelera a aprendizagem Trava o esquecimento 15. A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTEAPRENDER A ESTUDAR1 Motivao Sem motivao nada se faz. Com motivao, tudo mais fcil e mais rpido. O estudante, como o professor, o mdico, o operrio ou o desportista, precisa de ter ou criar motivos de interesse para realizar bem as suas tarefas. O segredo do sucesso est na motivao.1.1 A fora da motivao A motivao uma fora que activa e dirige o comportamento. Para vencer na escola, o estudante dever possuir uma motivao forte, embora no excessiva. Uma motivao elevada desperta o desejo de aprender. Ao contrrio, uma motivao demasiado elevada, com base na expectativa de grandes prmios ou castigos, conduz ansiedade e ao medo de falhano, o que tolhe a inteligncia e prejudica o rendimento. Sem motivao no h truques eficientes: aprende-se pouco e esquece-se depressa. Havendo motivos de interesse, os assuntos neutros, escuros ou amargos ganham uma cor e um sabor agradveis. A motivao um acelerador da aprendizagem e um travo do esquecimento (ver captulo 3, APRENDIZAGEM E MEMRIA).1.1.1 Acelerador da aprendizagem Se pedirmos a dois estudantes que decorem uma lista de palavras, concluiremos que o estudante motivado aprende melhor. Um estudante motivado concentra-se no trabalho. No se dispersa nem interrompe o estudo. Muitas vezes, nem d pelas horas que passam, pois no sente cansao nem aborrecimento. Quando h interesse e desejo de aprender, avana-se mais depressa. A aprendizagem com motivao nunca est em ponto morto.1.1.2 Travo do esquecimento O esquecimento depende, em grande parte, das motivaes da pessoa. Freud afirma que esquecemos aquilo que inconscientemente desejamos esquecer. Afinal, o crebro um computador com uma memria selectiva, movida por interesses. A memria guarda a informao de acordo com a tonalidade (agradvel ou desagradvel) que ela tem para o estudante. Tudo o que significativo e interessante permanece mais tempo na memria e pode ser recordado com facilidade. Por isso conservamos, na nossa memria, alguns factos importantes da nossa vida ou algumas ideias mais atraentes. O que indiferente entra na gaveta do esquecimento ou das vagas lembranas.Pg. 15 16. A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTEAPRENDER A ESTUDAR1.2 Os reforos do interesse Todo o jovem sofre faltas de apetite pelo estudo e precisa de estmulos para combater o fastio escolar. Quando a motivao enfraquece, o aluno precisa de um reforo. Os estmulos ou reforos podem surgir por iniciativa dos educadores ou por iniciativa dos prprios estudantes.1.2.1 Castigos e prmios dos educadores Os educadores (professores e pais) costumam tomar a iniciativa de reforar o interesse dos jovens pelo estudo. Umas vezes, usam estmulos negativos ou castigos (censuras, ameaas...). Outras vezes, oferecem estmulos positivos ou prmios (elogios, prendas...). Desejando o melhor para os seus filhos, alguns pais chegam ao exagero de lhes dar um salrio proporcional s classificaes alcanadas nos testes. Quanto melhor for a nota mais dinheiro oferecem! Este processo, apesar das boas intenes, corre o risco de transformar o estudo num negcio pouco recomendvel. Os bons educadores esto mais atentos aos esforos do aluno do que s classificaes e sabem oferecer estmulos adequados circunstncia. No hesitam em aplicar um castigo para travar comportamentos indesejveis. Mas preferem encorajar, pois reconhecem que os prmios, no os castigos, podem criar o gosto de aprender.1.2.2 Estmulos criados pelo estudante O estudante no deve esperar tudo dos empurres dados pelos educadores. No deve esperar que sejam apenas os outros a reforar a sua motivao. Ele pode alimentar o seu interesse pelo trabalho, criando os seus prprios estmulos. Depois de terminar bem uma tarefa difcil ou conseguir uma boa nota, o estudante pode oferecer a si prprio algo que lhe agrade. Ver um bom programa de televiso, ir a uma festa ou ao cinema, dar um passeio, sair com os amigos eis alguns exemplos de pequenas recompensas para o trabalho realizado. Parece simplista, mas eficaz. Um incentivo, por pequeno que seja, traz um novo alento. O que importa no se deixar cair na rotina de recompensar sempre e da mesma maneira todos os esforos. Os prmios devem ser incentivos proporcionais ao esforo. Que diramos de algum que prometesse a si prprio uma ida ao cinema por cada nota positiva?! Os prmios no precisam de ser materiais. O estudante pode considerar estimulo suficiente a satisfao pessoal de aprender coisas novas ou a alegria de agradar aos pais e professores ou ainda o prazer de conseguir respeito, estima e considerao por parte dos outros.1.2.3 Pensar no futuro Muitos jovens vivem apenas o presente e no querem saber do futuro. Procedem melhor aqueles que tm o hbito mental de pensar no futuro e nas vantagens que osPg. 16 17. A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTEAPRENDER A ESTUDARestudos podem proporcionar. Pensar no sucesso futuro pode ser um forte incentivo para o trabalho. Para um jovem, o estudo uma forma de realizao pessoal e social e, acima de tudo, uma garantia de vida mais segura. De facto, o estudo permite obter determinados conhecimentos e qualificaes que tornam mais fcil o acesso ao mercado de trabalho, por mrito prprio. Bastam um bom padrinho e uma boa cunhapensaro algumas pessoas. Nalguns casos, infelizmente, esta prtica ainda se verifica. Mas nem sempre funciona e, mesmo quando funciona, de pouco serve se o indivduo no provar a sua competncia e as suas habilitaes. Um curso no d emprego, mas d mais hipteses de sadas profissionais e de melhor salrio. As pessoas habilitadas e competentes so mais procuradas e mais bem pagas. Isto acontece em todo o mundo. Um jovem responsvel no estuda apenas pelo prazer dos prmios ou pelo medo dos castigos imediatos. Ele sabe que no est a fazer um jeito aos professores ou famlia. Ele acredita que est a construir o seu prprio futuro. isso que o motiva.2 Autoconfiana Perante uma dificuldade ou um pequeno fracasso, a atitude dos estudantes com autoconfiana levantar a cabea e no desesperar: sou capaz; vou fazer melhor. A autoconfiana uma atitude psicolgica saudvel que faz aumentar o interesse pelo estudo e diminuir as angstias e tenses prprias dos momentos difceis (avaliaes escritas, avaliaes orais ou intervenes nas aulas). A atitude de autoconfiana no se deve confundir com a arrogncia daqueles que se consideram possuidores de talentos especiais ou protegidos da estrelinha da sorte, como se para eles fosse possvel o milagre de saber sem estudar. O excesso de confiana prejudica a aprendizagem, porque no conduz ao esforo. E, sem esforo, no se aprende.2.1 0 medo do fracasso Os estudantes sem autoconfiana valorizam excessivamente as suas limitaes. Pensam mais nos seus pontos fracos do que nas suas qualidades. Menosprezam-se. Duvidam de si mesmos. Julgam-se at incompetentes, quando se comparam com os melhores colegas da turma. Bloqueados pelo medo do fracasso, os estudantes sem autoconfiana antecipam o fracasso. Vendo-se como incapazes, desistem ou deixam correr as coisas, espera que outros resolvam os seus problemas. No acreditam que valha a pena o esforo. O medo do fracasso tem origem, muitas vezes, na falta de estmulos positivos e no abuso dos castigos por parte de alguns pais e professores. Exigncia excessiva e repreenses permanentes criam ansiedade e matam a autoconfiana. Alguns educadores tm de mudar de atitude: encorajar mais e punir menos. Mas tambm o estudante pode fazer alguma coisa para conquistar a autoconfiana.Pg. 17 18. A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTEAPRENDER A ESTUDAR2.2 A construo da confiana As pessoas autoconfiantes, apesar de reconhecerem as suas limitaes, valorizam as suas capacidades. No alimentam complexos de inferioridade. Sentem amor-prprio, auto-estima, orgulho de si mesmas. A autoconfiana nem sempre depende de ns. Mas, no geral, ela constri-se, passo a passo, com pequenos xitos, baseados no esforo dirio. autoconfiana so essenciais o saber e a conscincia do dever cumprido. Nada de iluses! Depois de cumprido o dever, dois exerccios mentais ajudaro o estudante a construir a sua autoconfiana: lembrar resultados positivos e acreditar no sucesso.2.2.1 Lembrar resultados positivos Mesmo os estudantes com frequentes notas baixas tiveram j alguns resultados positivos que atestam as suas capacidades. Lembrar e valorizar esses resultados positivos acalma apreenses e favorece a autoconfiana. Afinal, quem j conseguiu vencer algumas vezes no tem razes para se desprezar nem para alimentar medos excessivos. Quem j venceu pode voltar a vencer.2.2.2 Acreditar no sucesso A auto-sugesto tem poder real. Acreditar no sucesso atrai o sucesso. Pensar no fracasso atrai o fracasso. Os sonhos positivos, desde que no paralisem o esforo, ajudam a enfrentar dificuldades, com serenidade. eficiente o esprito de vitria, o esprito ganhador de que tanto falam os desportistas. No momento de uma prova, vale a pena dizer a si mesmo, com convico: sou capaz; tudo sair bem.3 Persistncia Se as pessoas soubessem quanto trabalho tive para dominar a minha arte, ela no lhes pareceria to maravilhosaconfessava o genial Miguel ngelo. Como ele, outros nomes famosos s triunfaram depois de muito esforo e persistncia. Um atleta sabe que, para atingir vitrias desportivas, no lhe basta confiar nas capacidades do seu treinador. No o treinador que mete golos ou bate recordes! Do mesmo modo, um estudante, para garantir o sucesso, no deve descansar no empenho dos seus pais ou na competncia dos seus professores. Pais, professores e explicadores podem facilitar, orientar e estimular a aprendizagem, mas no podem substituir o esforo do jovem. No h milagres sem trabalho. Claro que ningum obrigado a subir a escada do sucesso at ao ltimo degrau. Porm, se uma pessoa tem ambies, no deve desistir antes do tempo.Pg. 18 19. A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTEAPRENDER A ESTUDAR3.1 Seguir o curso adequado Torna-se necessrio, antes de mais, ter objectivos certos e seguir o curso adequado. Quando um estudante escolhe o curso certo, de acordo com os seus interesses, aptides e capacidades, orienta melhor a sua caminhada e vence mais facilmente os obstculos. Para uma escolha acertada, valioso o conselho sereno e competente de um tcnico (professor, psiclogo, orientador vocacional). Esse conselho no ser mgico nem infalvel, mas ajuda a encontrar um norte. No podemos ser todos engenheiros ou doutores. Existem muitas alternativas e nem sempre melhor aquilo que se imaginou ser o melhor. Um curso profissional ou tcnico pode ser prefervel a um curso superior. Alguns cursos, primeira vista menos apetecveis, acabam por permitir uma plena realizao pessoal. Os estudantes que, por sugesto dos pais ou por teimosia prpria, seguem cursos inadequados s suas aptides precisam de coragem para mudar de rumo. Como diz o poeta Goethe: nem todos os caminhos so para todos os caminhantes.3.2 No desistir cedo demais Em cada ano lectivo e, sobretudo, na grande maratona que tirar um curso surgem momentos de desanimo. So naturais as tentaes de desistncia. Porm, se o curso foi bem escolhido e os mtodos de trabalho esto correctos, no razovel rejeitar disciplinas ou abandonar estudos. Quem tem objectivos convenientemente assumidos no deve perd-los de vista, de animo leve, s porque encontra um professor menos simptico ou uma matria mais complicada. Quantas pessoas conhecemos que desistiram cedo demais e vieram a arrependerse? Talvez os pais, os professores e at os prprios estudantes saibam de alguns exemplos... Ningum prepara o seu futuro dando-se ao luxo de fazer apenas o que lhe agrada, quando lhe apetece. No h carreira sem passagens duras. No h vitrias sem sofrimento, como afirmam os desportistas. Persistir no teimar cegamente. ter vontade e coragem de no ceder s primeiras dificuldades. Sem persistncia, ningum consegue chegar longe. O rio s atinge o mar porque aprende a contornar os obstculos.Pg. 19 20. A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTEAPRENDER A ESTUDARSntese Se deseja cultivar uma atitude psicolgica favorvel aprendizagemgDescubra motivos de interesse no trabalho escolar. Utilize a seu favor a fora da motivao.gPense no seu futuro. No estude apenas pelo prazer dos prmios ou pelo medo dos castigos imediatos.gSeja autoconfiante. Valorize as suas capacidades, no as suas limitaes.gEnfrente as dificuldades com esprito ganhador. Acredite no sucesso.gSiga um curso de acordo com os seus interesses e aptides. Pea conselho para escolher bem.gNo se deixe vencer pelos momentos de desnimo. Seja persistente.Pg. 20 21. APRENDIZAGEM E MEMRIAINTRODUO APRENDER A ESTUDARCAP 4. APRENDIZAGEM E MEMRIA Sumrio1Captao 1.1 Compreender 1.2 Organizar 1.3 Relacionar2Auto-Avaliao 2.1 Medir a aprendizagem 2.2 Orientar o estudo3Reviso 3.1 O fenmeno do esquecimento 3.1.1 As interferncias 3.1.2 As motivaes do indivduo 3.2 Como refrescar a memria 3.2.1 Nmero de revises 3.2.2 Processos de revisoQuando chega a hora de prestar provas, alguns estudantes ficam perturbados com a sua falta de memria: est mesmo debaixo da lngua; no percebo o que aconteceu, esqueci tudo. Muitas vezes, a memria falha, porque a aprendizagem foi feita sem motivao (ver captulo 2, A ATITUDE PSICOLGICA DO ESTUDANTE). Outras vezes, falha, porque a aprendizagem foi feita sem mtodo. Melhorando a motivao e o mtodo, a memria ganha eficincia. O mtodo que propomos uma sntese de vrias tcnicas de estudo, baseadas na psicologia da aprendizagem. Consta de trs etapas: captao, auto-avaliao e reviso.1 Captao A captao a primeira etapa. Ler um texto, ouvir um professor e observar a realidade so formas diferentes de captao. Uma boa captao dos assuntos implica: v compreender, antes de decorar; v organizar as ideias; v relacionar os conhecimentos. A memria tem de ser apoiada pela inteligncia que compreende, organiza e relaciona.Pg. 21 22. APRENDIZAGEM E MEMRIAINTRODUO APRENDER A ESTUDAR1.1 Compreender H coisas que um estudante precisa de decorar como, por exemplo, o alfabeto, verbos de uma lngua estrangeira, regras de gramtica, expresses tcnicas e frmulas de Fsica ou Matemtica. Para decorar, existem vrias tcnicas. Alguns estudantes repetem a matria em voz alta. Outros gravam fitas que ouvem mecanicamente. Outros ainda inventam cantilenas, artifcios, truques... Tudo isto pode resultar, mas resulta por pouco tempo, se no existir compreenso da matria que se pretende aprender. Uma boa captao no o simples registo mecnico dos assuntos, como se fssemos gravadores de som e imagem. S as coisas compreendidas entram na memria a longo prazo. Decorar sem compreender uma tcnica que deixa as coisas presas por alfinetes. , por isso, uma tcnica muito falvel, mesmo para quem deseja apenas aprender para despejar numa prova. A memria pe de lado o que no compreende e no considera til. O estudante que decora sem compreender faz um esforo inglrio e desperdia o seu tempo. Frequentemente baralha as coisas e nem sequer tem conscincia dos erros que comete. Qualquer professor experiente v, de imediato, que ele fez um enchido, uma acumulao mecnica e no sabe aquilo que diz. Antes de decorar, necessrio compreender a matria, perceber o seu significado e a sua aplicao.1.2 Organizar Comecemos por uma simples experincia, com base em trs listas de dez palavras cada. LISTA A Aquela Criana Que Brincava Com Uma Bola Estava Muito FelizLISTA B supermercado compras batatas fruta legumes queijo leite po dinheiro caixaLISTA C rvore peo casa balde carro meia caneta giz cimento loboLeia a lista A, uma vez. Agora, sem olhar a lista, escreva, por ordem, todas as palavras, numa folha de papel. Em seguida, proceda do mesmo modo com a lista B e a lista C. Compare os resultados. Afinal, o que aconteceu?Pg. 22 23. APRENDIZAGEM E MEMRIAINTRODUO APRENDER A ESTUDARv provvel que se tenha lembrado de todas as palavras da lista A, pois constituem uma frase completa, um todo organizado.v Quanto lista B, talvez tenha falhado alguma coisa. Trata-se de uma lista de palavras soltas, embora seja possvel estabelecer uma certa ligao dessas palavras em torno da ideia-chave supermercado ou compras. v Quanto lista C, naturalmente os resultados sero menos satisfatrios, porque as palavras no tm, primeira vista, qualquer ligao entre si. Esta experincia mostra que a capacidade de aprender e recordar aumenta quando os assuntos so bem estruturados e fazem sentido. Memoriza-se melhor um todo ordenado do que fragmentos isolados. por isso que os autores dos manuais se preocupam em arrumar bem a matria, para que os estudantes a captem melhor. A memria imediata e espontnea capta facilmente o que simples e agradvel. A memria activa ou intencional obriga a pessoa a organizar e a arrumar as suas ideias, no ficheiro cerebral, de modo a poder conserv-las. Construir uma casa no amontoar tijolos. Do mesmo modo, aprender no amontoar ideias dispersas no crebro, como se fosse um cofre qualquer. Aprender saber arquivar os conhecimentos com organizao. Organizar as ideias implica, entre outras, duas condies bsicas:v Descobrir e fixar a ideia-base, a regra ou o principio organizador da matria. O crebro guarda melhor as informaes arrumadas em torno da ideia principal. De pouco vale o esforo, se no se capta o essencial. v No perder de vista o todo. Quando a matria complexa ou em grandes quantidades, aconselhvel dividi-la em partes e captar uma de cada vez. Porm, no se deve perder a ligao de cada parte com o todo. Para tal, poder-se- fazer uma rpida reviso da matria j aprendida, antes de partir para novas aprendizagens.1.3 Relacionar Um bom processo de aprendizagem, que facilita a memorizao, relacionar a matria nova com todos os conhecimentos j adquiridos. Os conhecimentos inter-relacionados, integrados uns nos outros, tornam-se mais seguros. As aprendizagens novas no voam se forem amarradas s mais antigas. Da a eficcia de situar a matria nova no conjunto do que j conhecemos. No h disciplinas nem conhecimentos independentes. O saber um todo, como o corpo humano um todo. Aquilo que se sabe de uma disciplina pode servir para outra. Por isso, um estudante inteligente aproveita sempre os seus conhecimentos anteriores e a sua experincia para fundamentar novas aprendizagens. Perante uma nova matria, um estudante inteligente reflecte e relaciona: isto faz-me pensar em..., isto funciona como..., isto ope-se a.... Por um efeito de transferncia positiva, conhecimentos anteriores bem assimilados facilitam a captao e dificultam o esquecimento. Isto quer dizer que quanto mais slidas forem as bases maior garantia existe de o aluno captar os assuntos de uma forma eficiente. Quem tem boas bases tem maiores facilidades.Pg. 23 24. APRENDIZAGEM E MEMRIAINTRODUO APRENDER A ESTUDAR2 Auto-avaliao A segunda etapa do mtodo para a memorizao a auto-avaliao. Depois da captao de uma determinada matria (um captulo, por exemplo), o estudante ganha se fizer uma auto-avaliao ou exame a si prprio para tomar conscincia do seu saber e da sua ignorncia. Porque h grande diferena entre saber e julgar que se sabe! A auto-avaliao um termmetro para medir a aprendizagem e uma bssola para orientar o estudo.2.1 Medir a aprendizagem Para medir o seu nvel de aprendizagem, o estudante dever fechar o livro ou o caderno de apontamentos e tentar reproduzir, de forma pessoal (mentalmente, em voz alta ou por escrito), o essencial do que assimilou. Sugerimos trs processos eficientes de auto-avaliao. O estudante poder inventar outros ou escolher um destes:v Elaborar esquemas ou resumos e confront-los com o texto original. v Resolver os exerccios apresentados nos manuais e verificaras solues. sempre que as houver. v Fazer perguntas a si prprio sobre os pontos mais significativos da matria e redigir respostas claras e rigorosas. Escrever respostas permite verificar melhor o que se sabe e o que se ignora. Para completar a auto-avaliao, o estudante poder ainda preencher uma ficha deste tipo: CompetnciasCom Muita DificuldadeCom DificuldadeRazoavelmenteBemMuito bem1.Compreendo os tpicos principais da matria. 2. Domino a linguagem fundamental referente ao tema. 3. Sei explicar o essencial, com rigor e por palavras prprias. 4. Estabeleo a ligao do assunto com outros conhecimentos j adquiridos.2.2 Orientar o estudo A auto-avaliao (como a avaliao fornecida pelos professores, ao longo do ano) uma bssola que ajuda a orientar o estudo, tornando-o mais eficiente. VriasPg. 24 25. APRENDIZAGEM E MEMRIAINTRODUO APRENDER A ESTUDARexperincias de psicologia atestam que uma pessoa, quando tem conscincia do seu nvel de conhecimentos, consegue uma aprendizagem mais rpida e profunda. O controlo exacto sobre a quantidade e a qualidade dos conhecimentos adquiridos permite os seguintes benefcios:v Estimular o interesse. Ao verificar que sabe, o estudante prova a alegria de saber e aumenta o interesse pelo trabalho. Satisfeito e estimulado, aprende melhor e dificilmente desiste antes de atingir a meta. v Corrigir pontos fracos. O estudante que conhece, a tempo, os seus pontos fracos, a matria em que est verde, pode remediar o problema com revises ou novas tentativas de aprendizagem. S quem conhece onde falhou e por que razo falhou tem hipteses de corrigir os seus erros ou o prprio mtodo de estudo. v Evitar surpresas. Atravs da auto-avaliao, o estudante adquire uma imagem mais objectiva de si mesmo e poder evitar aflies ou surpresas desagradveis. Quem sabe o que vale no anda enganado nem estranha a avaliao do professor.3 Reviso Ponhamos a hiptese de que o estudante fez uma boa captao dos assuntos (1 etapa) e verificou, atravs de uma auto-avaliao rigorosa (2 etapa) , que sabe a matria obrigatria para a prova de avaliao do dia seguinte. Pode dormir descansado! No entanto, se voltar a precisar da mesma matria um ms depois, que acontecer? Para responder, basta que cada um de ns pense no seguinte: da matria estudada h um ms, que quantidade seria capaz de recordar agora? Sempre que existe um longo intervalo entre a aprendizagem inicial e as provas, podemos ser atraioados pelo esquecimento. Para combater o esquecimento, faz falta a reviso. A reviso a terceira etapa do mtodo para uma boa memorizao. Ela no serve para aprender; serve para reaprender.3.1 0 fenmeno do esquecimento O esquecimento um fenmeno natural que atinge todas as pessoas. No um fenmeno negativo, um simples buraco na memria, como diz Gusdorf. De facto, h coisas inteis que vale a pena esquecer. Mas h coisas fundamentais que gostaramos de no esquecer e esquecemos. Que motivos nos levam a esquecer? Ser que o tempo decorrido depois da aprendizagem faz empobrecer e deformar as lembranas como faz amarelecer as fotografias? Hoje, os investigadores da memria negam que o tempo, por si s, seja responsvel pelo fenmeno do esquecimento. Atribuem o esquecimento s interferncias provocadas por outras actividades e s motivaes do indivduo.Pg. 25 26. APRENDIZAGEM E MEMRIAINTRODUO APRENDER A ESTUDAR3.1.1 As interferncias Todos sabemos, por experincia prpria, que aquilo que se aprende em ltimo lugar est, em geral, mais fresco na memria do que a primeira matria estudada. natural que se saiba melhor a matria aprendida h um dia do que a matria aprendida h um ms. Isto significa que as novas aprendizagens inibem a recordao das mais antigas. A aprendizagem de coisas novas pode interferir na conservao das antigas. Por vezes, acontece a situao contrria. Lembra-se com mais facilidade um conhecimento assimilado h mais tempo do que uma matria recente. Basta que esse saber antigo esteja bem estruturado, bem consolidado na memria. Conclui-se, assim, que a recordao das coisas antigas e seguras pode interferir na aprendizagem das novas. vulgar dizer-se que o primeiro tipo de interferncia explica o esquecimento dos mais jovens, enquanto o segundo tipo explica o esquecimento dos mais velhos. H uma boa parte de verdade nisso, mas no se pode esquecer o papel dos factores afectivos.3.1.2 As motivaes do indivduo As motivaes do indivduo explicam grande parte dos esquecimentos. A memria recusa-se a trazer ao consciente assuntos indiferentes, neutros ou desagradveis. A memria est sempre s ordens do coraodiz Rivarol. Os factores afectivos (gostos, desejos, interesses) esto na base da aprendizagem e da memria. Aquilo que no desperta o nosso interesse aprende-se com dificuldade e esquece-se depressa. Um exemplo pode ajudar a compreender o papel das interferncias e das motivaes do indivduo. Imagine que, numa festa, voc apresentado a 10 pessoas desconhecidas. Depois de ouvir o nome de todas elas, naturalmente recordar dois ou trs nomes. E que nomes conservou? Se todos os nomes lhe foram indiferentes, provvel que, por efeito das interferncias, se lembre melhor dos apresentados em ltimo lugar. Mas, se voc simpatizou com alguma pessoa em particular, recordar o seu nome por mais tempo, independentemente do momento em que lhe foi apresentado. Pode lembrar o primeiro e o quinto e ter esquecido o ltimo nome, que deveria estar mais fresco na memria. o efeito das motivaes do indivduo ou dos factores afectivos.3.2 Como refrescar a memria No se pode confiar na memria humana como se confia na memria de um computador, que conserva todas as informaes entradas at ordem em contrrio. A memria humana selectiva. Guarda com vivacidade apenas os conhecimentos mais significativos para a pessoa, permitindo que a maior parte caia no saco do esquecimento. Mas ateno: esquecer no significa perder completamente aquilo que se aprendeu. A prova est no facto de que reaprender mais fcil e mais rpido do que aprender pela primeira vez. Se j um dia soubemos bem a matria, basta uma nova passagem para fazer reviver os conhecimentos que julgvamos mortos. Pg. 26 27. APRENDIZAGEM E MEMRIAINTRODUO APRENDER A ESTUDARCom revises adequadas, reaviva-se o aprendido. Refresca-se a memria. Reduz-se a percentagem dos esquecimentos.3.2.1 Nmero de revises Vrios investigadores, entre os quais se destaca Ebbinghaus, estudaram a velocidade do processo de esquecimento. Concluram que o esquecimento mais rpido logo que termina a aprendizagem. Depois, vai desacelerando medida que decorre o tempo, at que esquecemos quase por completo. Assim, as revises devem ser peridicas e adequadamente espaadas para conseguirem travar a velocidade do esquecimento. A quantidade e os intervalos dos exerccios de reviso variam consoante o indivduo e a matria. Se o estudante deseja conservar um conhecimento para poder us-lo pela vida fora, ter de rev-lo mais vezes. Um bom esquema de revises o seguinte:v Reviso inicial - uma reviso logo a seguir captao muito eficaz, porque ajuda a clarificar as ideias e a consolidar a aprendizagem. Uma recapitulao rpida da matria, antes de pr os livros de parte, fortalece a reteno. v Revises intermdias - podem ser feitas uma semana ou um ms depois da aprendizagem e tm por finalidade reavivar a matria esquecida. Uma matria super-aprendida (aprendida e revista vrias vezes) fica mais segura e aprofundada. Quando mais se repete mais se aperfeioa. v Reviso final - a recapitulao geral dos tpicos essenciais, feita no prprio dia ou na vspera das provas. Mesmo os alunos que s estudam ltima hora devem guardar uns minutos para a reviso final (ver captulo 9, PROVAS DE AVALIAO).3.2.2 Processos de reviso Para rever conhecimentos, servem dois processos:v Praticar o aprendido. O processo mais eficiente para manter vivos os conhecimentos usar a matria e fazer exerccios prticos, sempre que possvel (exemplos: a conversao em lnguas estrangeiras e a resoluo de problemas em Fsica e Matemtica). Praticar a melhor forma de no esquecer. v Reler o essencial. O estudante, quando trabalha com mtodo, faz sublinhados e anotaes nos livros e, alm disso, elabora apontamentos, onde regista o essencial da matria. Para rever, sobretudo na altura das avaliaes, basta reler o que antes se seleccionou. Ler tudo de novo seria perda de tempo.Pg. 27 28. APRENDIZAGEM E MEMRIAINTRODUO APRENDER A ESTUDARSntese Se deseja conquistar uma boa memria e combater o esquecimentogTente compreender, antes de decorar.gDescubra e fixe a ideia-base das vrias informaes que deseja reter.gNunca perca de vista o todo, mesmo que tenha de dividir a matria em partes para estudar melhor.gRelacione a matria nova com todos os conhecimentos j adquiridos. Amarre o novo ao antigo.gUtilize a auto-avaliao para medir o seu nvel de aprendizagem e orientar o estudo.gFaa revises peridicas para reavivar os conhecimentos.Pg. 28 29. AS AULASAPRENDER A ESTUDARCAP 5. AS AULAS Sumrio1Assiduidade 1.1 O rendimento escolar 1.2 A atitude do professor2Preparao das aulas 2.1 O material de trabalho 2.2 Os assuntos da lio3Saber escutar 3.1 A ateno 3.2 A descoberta do essencial 3.2.1 Conhecer o mtodo do professor 3.2.2 Interpretar bem as palavras 3.2.3 Ouvir at ao fim 3.3 O esprito crtico4Participao 4.1 Fazer perguntas 4.1.1 Perguntas interessadas 4.1.2 Perguntas concretas 4.1.3 Perguntas oportunas 4.2 Intervir nos debates5Apontamentos 5.1 Seleccionar 5.2 Usar abreviaturas 5.3 Aperfeioar em casaA primeira condio para tirar o mximo proveito das aulas a assiduidade, ou seja, no faltar. Igualmente importante fazer uma boa preparao, saber escutar o professor, ter uma participao activa e tirar apontamentos.1 Assiduidade H estudantes que tm o hbito de dar todas as faltas permitidas por lei. um hbito errado! Vrios estudos demonstram que existe uma relao directa entre a assistncia s aulas e as classificaes obtidas. Est provado que a assiduidade e a pontualidade podem proporcionar melhores resultados. Ainda que o regime de faltas seja livre, sempre prefervel a presena nas aulas, a no ser que haja motivos de fora maior que o impeam. Um aluno assduo e pontual ganha no rendimento escolar e na considerao do professor. Pg. 29 30. AS AULASAPRENDER A ESTUDAR1.1 0 rendimento escolar A frequncia regular das aulas facilita o rendimento escolar. Os alunos que vo s aulas apercebem-se melhor da continuidade dos assuntos, podem tirar bons apontamentos e tm oportunidade de resolver as suas dvidas, com a ajuda do. professor. Ao contrrio, os alunos absentistas no acompanham a matria e tm de despender um tempo e um esforo muito superiores para a captao do essencial, no momento das provas. Em geral, obtm maus resultados e correm at o risco de reprovao, porque um manual ou os apontamentos de um colega raramente dispensam o auxlio do professor. Esta verdade pode ser verificada em disciplinas to diferentes como Portugus, Ingls, Matemtica ou Filosofia. A assistncia atenta s aulas meio caminho andado na aprendizagem.1.2 A atitude do professor Os professores no gostam de repetir o que j ensinaram nas aulas anteriores, sobretudo se por causa de alunos que faltaram sem justificao forte. Quando tm de repetir a matria, nessas condies, fazem-no com menos boa vontade e mais apressadamente, pois sabem que esto a prejudicar o avano dos programas e a correr o risco de os alunos assduos se desmotivarem. Deste modo, o aluno pouco assduo perde na compreenso da matria e na considerao de professores e colegas. Mesmo inconscientemente, os professores sentem menos simpatia pelos alunos que faltam s aulas ou que, por norma, chegam atrasados. Podem at julgar que a fraca assiduidade representa uma desconsiderao pela sua pessoa ou falta de interesse pela sua disciplina. No momento das avaliaes finais, os alunos assduos esto em vantagem. Com base na avaliao contnua, muitos professores contabilizam as faltas dadas como participao nula. Assim, em casos de dvida entre passar ou reprovar um aluno, os professores tendero a ser mais benevolentes para com aqueles que assistiram s aulas.2 Preparao das aulas A preparao das aulas implica cuidar do material de trabalho e dar uma vista de olhos pelos assuntos da lio seguinte.2.1 O material de trabalho O aluno deve adquirir e levar para a aula o material indispensvel indicado pelo professor de cada disciplina. A maioria das vezes, um manual, um caderno dePg. 30 31. AS AULASAPRENDER A ESTUDARapontamentos e esferogrficas so o mnimo exigido para poder participar nos trabalhos da aula. Mostram pouco brio profissional os estudantes que deixam o manual em casa, com a desculpa de que muito pesado, no d jeito transportar. Claro que se pode confiar na generosidade de um colega para resolver a nossa falta de material. Mas, se precisamos de livro, no ser mais lgico lev-lo para a aula? natural que os professores no tolerem facilmente que um aluno comparea no seu local de trabalho, sem a ferramenta adequada ao ofcio. Isto porque um aluno sem material no trabalha nem deixa trabalhar os colegas. Com material adequado, o estudante pode seguir as explicaes do professor, sublinhando o seu manual ou tirando apontamentos. Assim, aproveita mais.2.2 Os assuntos da lio Muitos professores, no final de cada aula, por iniciativa prpria ou a pedido dos alunos, indicam os assuntos da lio seguinte. Outros no o fazem explicitamente, mas seguem um manual. De um modo ou de outro, os estudantes sabem, quase sempre, os temas da aula e podem preparar-se, com antecedncia. Como proceder para conseguir essa preparao? Aconselhamos alguns processos que se completam entre si:v rever os assuntos tratados na aula anterior; v fazer uma leitura rpida das pginas do manual, dedicadas ao tema a v v v vabordar; consultar uma enciclopdia ou um dicionrio especializado, um artigo de revista ou de jornal; trocar impresses com pessoas que, pelo estudo ou pela experincia, esto dentro da matria; pensar em tudo o que j se aprendeu sobre a matria noutras disciplinas ou faz parte da nossa cultural geral; reflectir sobre o que se gostaria de saber sobre o tema.No sensata a atitude daqueles alunos que dizem: vou deixar-me surpreender pela novidade da aula. De facto, com umas luzes sobre o assunto, o aluno fica mais atento e, desse modo, consegue:v uma captao mais rpida e profunda da matria dada; v uma participao mais eficiente na aula, fazendo intervenes ou expondo dvidas;v uma seleco mais criteriosa dos tpicos a registar nos apontamentos. O tempo gasto na preparao de uma aula (em mdia, cerca de 15 minutos ser suficiente) bem compensado pelas vantagens alcanadas.3 Saber escutarPg. 31 32. AS AULASAPRENDER A ESTUDARO xito pertence aos que sabem escutar. No entanto, cada estudante faz como pode, porque nunca lhe ensinaram a arte de saber escutar. Eu no sou surdo; isso basta para escutar. um; erro pensar assim. De facto, escutar no se resume no acto externo de ouvir. Implica a aptido para compreender e interpretar as mensagens recebidas. Escutar uma arte difcil que exige ateno, capacidade para descobrir o essencial e espirito critico.3.1 A ateno A ateno um farol que projecta luz sobre o mar dos conhecimentos. Por variados motivos, h alunos cujo farol, nas aulas, est quase sempre apagado... Esses no conseguem aprender. Prestar ateno significa, antes de mais, evitar brincadeiras, conversas marginais e agitaes no lugar. Significa tambm evitar ocupaes despropositadas, tais como passar apontamentos atrasados, fazer trabalhos para outras disciplinas ou desenhar nas mesas. Os alunos distrados tm o corpo na sala, mas a cabea e o corao andam por fora. Ouvem s prestaes. Escutam aqui e alm o que se diz. Captam os assuntos de modo parcial e deformado. Aproveitam pouco ou nada. Pior atitude a dos alunos barulhentos e indisciplinados que perturbam os companheiros e pem prova a pacincia dos professores. No aproveitam nem deixam aproveitar. Os alunos atentos (menos de 30 por cento, segundo as estatsticas) concentramse nas tarefas da aula. Alm de motivarem os professores, conseguem captar o essencial da matria, tirar apontamentos de qualidade e poupar horas de trabalho posterior. Uma forma de melhorar a ateno escolher um bom local na sala. O aluno que est mais frente v e escuta melhor. Sentado na proximidade do professor, distrai-se menos e segue mais facilmente as explicaes dadas na aula. verdade que nem sempre se consegue ficar nos primeiros lugares. Pelo menos, possvel procurar sentar-se ao lado de colegas que no perturbem a ateno. Dois amigos que conversam e brincam na aula acabam por prejudicar-se um ao outro.3.2 A descoberta do essencial A maioria dos professores segue um manual, mesmo que no esteja sempre a utiliz-lo. A, a tarefa do aluno est mais facilitada, pois o que essencial vem no seu livro de estudo. O problema pe-se, sobretudo, quando no existe manual ou quando o professor considera o manual insuficiente para a matria. Nesses casos, o aluno tem de descobrir o plano da aula, as ideias principais, por detrs dos pormenores, dos exemplos ilustrativos ou das opinies pessoais. Para descobrir o essencial e tirar bons apontamentos vantajoso conhecer o mtodo do professor, interpretar bem as palavras e ouvir at ao fim aquilo que se diz na aula.3.2.1 Conhecer o mtodo do professor Pg. 32 33. AS AULASAPRENDER A ESTUDARTodos os professores so diferentes e tm o seu mtodo prprio de dar as aulas. Uns so mais directos e breves; outros desenvolvem mais as suas ideias. Uns so claros e ordenados; outros so complexos e dispersos. Uns repetem vrias vezes os pontos mais significativos da matria; outros preferem resumir o essencial, no fim de cada aula. Pouco a pouco, ao longo do ano lectivo, possvel ir conhecendo o mtodo do professor. Depois de saber como cada professor costuma organizar as suas aulas, torna-se mais fcil seguir o fio condutor dos seus raciocnios.3.2.2 Interpretar bem as palavras A linguagem verbal ambgua e, por vezes, traioeira. A mesma palavra pode ter significados distintos, em contextos diferentes (por exemplo, em disciplinas diferentes). Alm disso, cada pessoa atribui s palavras significados prprios, consoante a sua cultura, a sua experincia e os seus interesses. possvel que o professor diga uma coisa e o aluno entenda outra. A interpretao correcta acontece quando o aluno for capaz de reformular a mensagem, isto , dizer por suas palavras aquilo que escuta. Havendo dvidas na compreenso, o melhor ser pedir ao professor que esclarea o sentido exacto das palavras e expresses usadas.3.2.3 Ouvir at ao fim No fcil escutar um professor pouco comunicativo. difcil ouvir falar de um assunto pouco interessante ou desagradvel. Mas o aluno que deseja descobrir o essencial no pode dar-se ao luxo de ouvir apenas os professores simpticos e os assuntos atraentes. O aluno deve ouvir at ao fim as explicaes dadas pelos professores, mesmo que no goste ou no concorde. Essa a condio indispensvel para captar bem os assuntos e fazer, depois, intervenes de qualidade. Quem escuta apenas o que lhe interessa corre o risco de perder o mais importante ou fazer intervenes despropositadas.3.3 O esprito crtico Perante as palavras do professor, so possveis trs atitudes:v desinteresse: o aluno no escuta e as palavras entram por um ouvido e saem pelo outro;v passividade: o aluno bebe as palavras como uma esponja e absorve tudo sem critrio;v esprito crtico: o aluno reflecte e avalia aquilo que escuta. O desinteresse e a passividade so atitudes incorrectas. O bom aluno tem esprito crtico (no confundir com esprito de crtica). Depois de prestar ateno e descobrir o essencial, o bom aluno no aceita nem rejeita as coisas sem reflectir sobre elas. Ele pe a si prprio algumas questes:Pg. 33 34. AS AULASAPRENDER A ESTUDARv v v v vQual o ncleo da mensagem transmitida? Compreendi bem ou tenho dvidas sobre a matria? Aquilo que escutei confirma ou contradiz as minhas ideias? Existem provas vlidas para aceitar como certo tudo o que escutei? Que ligao tem o assunto com aquilo que j sei?O aluno pode confiar que o professor no tem com certeza inteno de enganar. Mas isso no exclui a necessidade de reflectir criticamente sobre aquilo que se escuta. O professor, apesar do seu estudo e da sua experincia, no , nem pretende ser, o mestre iluminado, o infalvel dono do saber. A reflexo critica um processo activo de aprendizagem e uma condio indispensvel para uma boa participao nas aulas.4 Participao Participar manifestar uma atitude activa e colaborante nas aulas. Os alunos participativos no se resignam a assistir e a escutar. No so apenas receptivos e silenciosos. Colaborando activamente, tornam as aulas mais vivas e os assuntos mais interessantes. No sentem o aborrecimento daqueles que passam o tempo a contar os minutos que faltam para a aula acabar ou a olhar para a porta como se fosse a sada para a felicidade. Os alunos participativos aprendem mais e, pela sua atitude positiva, estimulam os professores. um facto que alguns professores no do grande espao participao dos alunos. Uns, mais rgidos, receiam atrasar os programas. Outros, mais inseguros, receiam criar a indisciplina. Apesar disso, todos os professores sentem um carinho especial por aqueles alunos que participam nas suas aulas, com respeito e desejo sincero de aprender, no apenas pelo gosto de interromper o andamento normal das aulas. Alunos participativos so alegria e incentivo para os professores. Queixar-se da monotonia das aulas pouco. As aulas tornam-se mais animadas se houver colaborao entre professores e alunos. Se verdade que os professores fazem as turmas, no menos verdade que as turmas fazem os professores. Para o aluno, existem duas formas de participao: fazer perguntas e intervir nos debates.4.1 Fazer perguntas Fazer perguntas ao professor um processo eficiente de participao nas aulas, ao alcance de todos os estudantes, mesmo dos mais tmidos. As perguntas nascem naturalmente. Umas surgem na prpria aula. Outras provm do contacto com esses professores surdos que so os livros. Perguntar bom. Mas perguntar por perguntar demonstra, muitas vezes, desateno, indelicadeza, falta de estudo ou mesmo um secreto desejo de dar nas vistas. Fazer perguntas despropositadas ou em nmero excessivo acaba por perturbar o ambiente de trabalho e empatar o avano da matria. Isso no favorece o aluno. As boas perguntas manifestam ateno, inteligncia, curiosidade pelos assuntos e vontade de esclarecer dvidas. E sabem aguardar o momento mais propcio. Boas so as perguntas interessadas, concretas e oportunas.Pg. 34 35. AS AULASAPRENDER A ESTUDAR4.1.1 Perguntas interessadas So legitimas e saudveis todas as perguntas que revelam interesse pela matria, mesmo que ultrapassem os programas ou ponham em questo as opinies do professor. A essas perguntas interessadas os bons professores respondem com agrado. Quando se sentem estimulados pela curiosidade dos seus alunos, os professores do o mximo de si.4.1.2 Perguntas concretas O aluno tem o direito de pedir um esclarecimento concreto sobre uma parte de um assunto que no entendeu: um facto, uma ideia, uma regra ou uma frmula. Mas descabido exigir ao professor que explique tudo de novo: no percebi nada; pode dizer tudo outra vez?. Esse tipo de perguntas faz perder a pacincia aos professores e aos colegas atentos. As boas perguntas so breves e nascem de uma dvida concreta, no da ignorncia completa.4.1.3 Perguntas oportunas So oportunas as perguntas que no interrompem o professor a meio de uma explicao e se relacionam com a matria tratada na aula. So inoportunas as perguntas feitas fora de tempo ou que revelam distraces flagrantes como, por exemplo, perguntar aquilo que o professor acabou de esclarecer. As dvidas encontradas no estudo feito em casa podem ser esclarecidas no incio de cada aula ou deixadas para um momento de revises. Depende do mtodo do professor.4.2 Intervir nos debates Os debates organizados na aula servem de aperitivo para o estudo em casa ou de digestivo para aprendizagens mais difceis. Assim, o aluno que intervm nos debates assimila melhor a matria. Est comprovado, de forma indiscutvel, que a memria guarda melhor aquilo de que se fala do que aquilo que apenas se escuta ou l. Intervir nos debates serve tambm de treino para a comunicao desinibida com os outros. Falando nas aulas, com o professor e com os colegas, o jovem pode perder a timidez e ganhar autoconfiana para falar em pblico, sem tremer nem gaguejar e sem perder o fio ao raciocnio. Falar bem exige o cumprimento de algumas regras. Por exemplo:v No interromper os outros (professor ou colegas) enquanto falam, sem pedir licena.v Ter ideias fundamentadas, no estudo ou na experincia pessoal. Quem fala com fundamento ganha considerao e respeito. Quem fala do que no sabe apenas divulga a sua ignorncia.Pg. 35 36. AS AULASAPRENDER A ESTUDARv Procurar a objectividade. Uma pessoa honesta imparcial, no d importncia apenas s ideias ou aos factos que lhe do jeito.v Pr vivacidade nas palavras. A pessoa que fala deve defender as suas ideias, com firmeza e convico, embora no deva julgar-se mais esperta que todos nem querer ter sempre razo. Ningum dono da verdade. v Expressar-se de modo claro e ordenado, para que todos entendam exactamente o que se pretende dizer. v Ser breve. Os faladores exibicionistas que gostam de fazer figura no colhem a simpatia de ningum. preciso saber seleccionar o essencial e calar-se antes de aborrecer.5 Apontamentos As palavras voam, os escritos permanecemdiz um provrbio latino. Um ditado chins recomenda a escrita pela simples razo de que a tinta mais plida melhor que a memria mais fiel. A memria no merece grande confiana. Quer uma prova? Faa um teste simples. Leia, pausadamente e uma s vez, o seguinte texto a dois colegas, depois de combinar que s um deles pode tirar apontamentos Na sexta-feira, dia 7 de Abril, 14 dirigentes dos sindicatos dos professores foram Av. 5 de Outubro, em Lisboa, frente ao Ministrio da Educao, para expressar o seu apoio aos oito estudantes que, naquele momento, discutiam com trs responsveis ministeriais as condies de acesso ao ensino superior. Pea, agora, um resumo a cada um deles, comeando por aquele que no escreveu nada. natural que seja mais rico de informaes e menos confuso o colega que tirou notas enquanto escutava. Se pedir esse resumo algumas horas depois, a diferena ser bastante maior. O normal fixarmos cerca de 20 por cento daquilo que apenas ouvimos. A nica tcnica que resulta para no perder o que se escuta escrever num caderno de apontamentos (aconselha-se um dossier que permita acrescentar ou substituir folhas). O tipo de caderno no est em causa. O que importa ter na aula um caderno pessoal para no mendigar papel aos colegas. O bom estudante sente orgulho nos apontamentos que organiza a partir das aulas. Ele conhece as vantagens de ter apontamentos bem elaborados, em especial na altura das avaliaes.5.1 Seleccionar A inteligncia est em saber seleccionar o mais importante. O aluno inteligente compara-se ao bom fotgrafo que procura captar o melhor angulo. Tomar mais ou menos notas na aula depende da matria, do mtodo do professor e da existncia ou no de um manual da disciplina. Se existem livros ou textos com o essencial da matria, basta anotar apenas aquilo que co