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Aprender a morrerAula de filosofia
Conteúdo programático para a 1ª série do EMProfessora Me. Josete Soboleski
A consciência e o medo 1. Todos os seres vivos morrem. 2. Somos seres vivos. 3. Também morreremos.
Mas apenas o homem tem consciência dissoQuais valores devo considerar? O que
é útil e o que é prioritário na minha vida?O que pode esperar?
Como a morte se tornou um tabu? A morte não faz mais parte do
“cotidiano” das pessoas. A morte tornou-se assunto obsceno. Negação da morte: criogenia
A consciência e a religiosidade Antes da morte podemos senti-la,
pensá-la e vivê-la. Disso surgem várias possibilidades e
tentativas de respostas culturais, filosóficas e religiosas.
A Filosofia e a reflexão sobre a morte
Sócrates, Epicuro, Montaigne, Heidegger e Sartre
Sócrates (Fédon):O pensador e político grego aceita a sentença que lhe foi imposta, rejeita a fuga proposta por seus alunos e revela o caráter moral da sua decisão:Fala das virtudes (temperança, justiça, coragem) e diz que devemos ser fiéis aos ditames da consciência moral, se morrer é encontrar os Grandes, então a morte seria um prêmio. Os políticos atenienses que o julgaram já não inspiravam uma vida justa e feliz.
Sócrates e seus discípulos O Pensador grego foi condenado injustamente por
corromper a juventude, mas aceitou a sentença que lhe foi imposta por defender que as leis deveriam ser cumpridas.
Epicuro A felicidade humana deve se basear na vivência
do prazer, o que não significa desregramento ou imoralidade (ética epicurista).
Não há vantagem em viver eternamente. Mais do que ter uma alma imortal, vale a maneira
pela qual escolhemos viver. Hedonista: (grego hedoné=prazer) Que tipo de prazer tem mais significado hoje?
Montaigne (Ensaios): Quem aprende a morrer, recusa-
se a servir, a submeter-se. “A vida em si não é um bem nem
um mal. Torna-se um bem ou um mal segundo o que dela fazeis.”
Heidegger A morte é angustiante por lançar-nos
diante no nada, do não sentido da existência.
Ser autêntico Ser inautêntico
O conceito de angústia não é medo de morrer, mas o reconhecimento de finitude.
O homem inautêntico foge disso e refugia-se na impessoalidade (a morte é sempre dos outros).
Sartre“A morte jamais é aquilo que dá à vida seu sentido. Pelo contrário, é aquilo que, por princípio, suprime da vida toda significação.”
Mas isso não significa a perda da liberdade para construir projetos, pensar sobre a morte não é obstáculo para o agir livre.
Morte e vidaGustav Klimt 1915
É legítimo deixar ou fazer morrer?
Uma pessoa tem o direito de decidir quando e como quer morrer?
Cuidados Paliativos: não apressa nem retarda a morte, mas visa aliviar a dor
Eutanásia (em grego: boa morte): é uma maneira de provocar a morte deliberadamente.
Eutanásia ativa (medicamento interrompe a vida)
Eutanásia passiva (desligamento dos aparelhos).
Eutanásia: prós e contras Critério religioso X Laicidade Moral. Vida boa X Vida Sofrida. Homicídio X Compaixão (A eutanásia
é permitida na Holanda e na Bélgica). Risco de erro de diagnóstico. Direito sobre si. Juramento de Hipócrates.
Mortes simbólicas Infância e vida adulta Velho e novo. Amor e perda. Porque tememos perder quem
amamos?
Morte da natureza Exploração dos recursos naturais. Lixo eletrônico Materiais não biodegradáveis Diminuição da diversidade biológica. Direitos dos animais. O que você faz com seus aparelhos em
desuso? E na sua cidade, que atitudes são tomadas com relação ao lixo? (a conscientização ambiental implica a resolução ética de mudar de hábitos).
Pensar na morte é refletir sobre a vida
Ao reconhecer a finitude da vida, reavaliamos nosso comportamento e escolhas. Essa mesma reflexão nos orienta em casos extremos como a eutanásia e o aborto.
Riscos planetários ameaçam a sobrevivência de todos. Mas, tal como a morte, continuamos agindo como se essas questões não nos dissessem respeito.
Falsos objetivos do progresso.
O que deixo para as gerações futuras?