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AS MULHERES E A II GUERRA MUNDIAL: AS HEROÍNAS E SUPER-HEROÍNAS DOS QUADRINHOS E A LUTA PELA LIBERDADE Natania A S Nogueira Universidade Salgado do Oliveira [email protected]

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Trabalho sobre mulheres nos quadrinhos apresentado durante o Fórum de Pesquisadores em Arte Sequencial, na EST ( São Leopoldo - RS), em 10 de setembro de 2014,

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AS MULHERES E A II GUERRA MUNDIAL: AS HEROÍNAS E

SUPER-HEROÍNAS DOS QUADRINHOS E A LUTA PELA

LIBERDADE

Natania A S NogueiraUniversidade Salgado do Oliveira

[email protected]

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• Na presente comunicação, partimos da hipótese de que, no universo comic books de 1940, as representações femininas ocorreram em grande escala e são representações daquilo que se espera das mulheres nos anos de guerra, assim como representações de gênero que perpassam por diversas tendências, fruto de paradigmas novos e antigos.• Nosso objetivo é analisar nas representações femininas a presença o

ufanismo norte-americano, de uma ideologia nacionalista que procura envolver a população dos Estados Unidos no esforço de guerra, no caso presente, envolver as mulheres, motivá-las a apoiar a defesa do país, a se sacrificarem pelo bem da nação

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• Como base teórica usamos o conceito de representação, de Roger Chartier a partir do qual pretendemos analisar gestos e comportamentos, individuais e coletivos, não somente como reflexos exatos ou não da realidade, mas “entidades que vão construindo as próprias divisões do mundo social”. • Esses quadrinhos possuem um discurso e são, portanto, formadores

de mentes, de opinião. O leitor interage e reproduz ideias e valores. A leitura é um processo construtivo, dinâmico. As obras de ficção têm, também, um papel a desempenhar nesse processo.

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“as obras de ficção, aos menos algumas delas, e a memória, seja ela coletiva ou individual, também conferem uma presença ao passado, às vezes ou amiúde mais poderosa do que a que estabelecem os livros de história”.

Roger ChartierIn: A história ou a leitura do tempo (2010)

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De enfermeiras a pilotos: as mulheres vão à guerra nos quadrinhos

• As mulheres, heroínas ou super-heroínas passam a ocupar um lugar de destaque nos quadrinhos e guerra e aventura.• Elas estavam lá, pilotando aviões, arriscando-se no front para salvar vidas,

auxiliando como enfermeiras ou secretárias. Secretamente, mantinham uma vida dupla, ora agindo como combates do crime, ora lutando contra espiões, como heroínas mascaradas. • O ano de 1941 pode ser considerado como marco para o surgimento das

heroínas de guerra e das heroínas patrióticas, que vestiam a bandeira de seu país e enfrentavam diversos perigos. • A princípio, mulheres comuns, com habilidades de luta que as deixavam em pé

de igualdade com os homens e, na maioria dos casos, até melhores do que eles.

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• Das enfermeiras que se tornam heroínas mascadaradas podemos destacar a War Nurse.• A personagem feminina inspirada no esforço de guerra e criada pela

ilustradora Jill Elgin. • Ela fez sua primeira aparição na Speed Comics #13, em 1941, revista

publicada pela Harvey Publications. • Ela não tinha poderes, mas muita atitude. Suas primeiras histórias

eram mais realistas e buscavam mostrar um pouco da vida das enfermeiras no front, sua bravura e os riscos que corriam para salvar pessoas. • Entretanto, a personagem não emplacou e acabou sendo

reformulada, ganhando um uniforme diminuto, uma máscara e dando outra direção às suas aventuras. Em 1942, passa para as mãos de outra cartunista, Barbara Hall, e torna-se líder de um grupo internacional de combatentes chamado Girl Commandos.

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• Assim como na vida real as mulheres também construíam uma carreira nos quadrinhos.• É o caso da personagem Miss Victory, que

começou como secretária, lutando secretamente contra o crime para se tornar uma piloto da força aérea norte-americana.• Não uma piloto comum, mas uma “Ás da aviação”.• A presença feminina em atividades aeronáuticas –

como, por exemplo, piloto que executava missões perigosas - nos comics era inspirada e, também, inspirou mulheres na vida real. • Nos Estados Unidos, durante a Guerra, foi criada a

Women's Airforce Service Pilots, ou WASPs. Mais de 1.000 WASPs serviram durante a guerra e 38 delas perderam a vida durante o conflito mundial.

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Mais poderes e menos roupa

• Uma característica das heroínas e super-heroínas dos anos de 1940 e que ainda são editadas atualmente nos Estados Unidos é o fato de que, com os anos o seu uniforme foi encolhendo.• O lado pin-up dessas personagens foi amplamente explorado como

uma forma de atrair o público leitor masculino.• Veja o exemplo da Miss Victory (cujo nome atualmente é Ms Victory).

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Super-heroínas que vestem vermelho e azul: patriotismo e superpoderes

• Muitas heroínas e super-heroínas vestiram, literalmente, a bandeira norte-americana. Elas são as Victory Girls: mulheres atraentes e corajosas, uma mistura de pin-up com uma heroína destemida, que com suas roupas curtas e corpo escultural está pronta para salvar o mundo e sacrificar sua vida pela liberdade e pela Pátria. • A mais conhecida super-heroína patriótica é a Mulher Maravilha, mas

ela não a única e muitos questionam se foi a primeira.• Cada Victory Girl tem suas próprias características e são

representações de papeis femininos distintos.

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Considerações finais

• Os comics norte-americanos da década de 1940 abundam em ideologias e representações que ajudam a compreender melhor o contexto da época e não apenas dos Estados Unidos. • É possível se fazer uma História das Mulheres e das relações de

gênero a partir do uso desses quadrinhos e, aos poucos, desmitificar alguns dos discursos generalizantes utilizados para se justificar, por exemplo, o suposto aceitamento da mulher em cumprir seu dever cívico durante a guerra e retornar pacificamente para a domesticidade do lar ou para atividades produtivas de menor impacto social com o retorno dos homens.