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Três fases:•Decadentismo
– fase de juventude
•Futurismo / Sensacionismo– fase virada para o exterior; espalhafatosa
•Metafísica– fase desiludida (virada para a infância, por
vezes); de «gémeo» do ortónimo
decadentismo
versus
decadência
sensacionalismo
sensacionismo (sensações)
Cfr. sensacionismo de Caeiro
futurista / sensacionista, o das odes
«O Opiário»
em «Opiário»
no «Opiário»
um dos mais famosos / importantes heterónimos de Pessoa
«Tenho febre e escrevo» poderia servir de epígrafe a toda a obra de Álvaro de Campos, com os seus poemas vibrantes, que introduzem o leitor no mundo pessoano e lhe proporcionam uma via-gem empolgante pela escrita futurista.
Neste segundo volume da coleção ‘Pessoa Hoje’, reunimos os poemas mais importantes de Campos, repartidos pelas três fases que este hete-rónimo atravessou: a decadentista, representada por «Opiário»; a sensacionista, em que sobressai a «Ode triunfal»; e a intimista, que inclui poemas como «O que há em mim é sobretudo cansaço».
Não perca o próximo volume, Poemas esco-lhidos de Ricardo Reis.
«Tenho febre e escrevo» poderia servir de epígrafe a toda a obra de Álvaro de Campos, com os seus poemas vibrantes, que introduzem o leitor no mundo pessoano e lhe proporcionam uma viagem empolgante pela escrita futurista.
Neste segundo volume da coleção ‘Pessoa Hoje’, reunimos os poemas mais importantes de Campos, repartidos pelas
três fases que este heterónimo atravessou: a decadentista, representada por «Opiário»; a sensacionista, em que sobressai a «Ode triunfal»; e a intimista, que inclui poemas como «O que há em mim é sobretudo cansaço».
Não perca o próximo volume, Poemas escolhidos de Ricardo Reis.
moedeiro falso = pessoa que falsifica moeda.
insone = pessoa que tem insónias.
informe = sem forma
latente = ‘que não se manifesta exterior-mente’, ‘oculto’.
candeeiro a petróleo =
1. Os sentimentos do sujeito poético expressos nas três primeiras estrofes são o “desespero”, ou contrariedade, pela ‘insónia” que o afeta a meio da noite (v. 3); a surpresa e alguma satisfação ou consolo, ao deparar com uma luz acesa numa outra janela, sinal de que não é o único a estar acordado àquela hora:
“E, de repente, humano! O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (vv. 4-5); e algum interesse e até fraternidade para com aquele desconhecido insone como ele: “Quem serás?” (v. 10) e “Fraternidade involuntária, incógnita, na noite!” (vv. 4-5).
2. No poema estão representadas sensações visuais nos versos “O quadrado com cruz de uma janela iluminada!” (v. 5), “Tom amarelo cheio da tua janela incógnita...” (v. 21) e nas referências à luz nos versos 9, 13, 19 e 22.
Estão também presentes sensações auditivas — “no silêncio todo” (v. 1) e “Nem galos gritando ainda no silêncio definitivo!” (v. 18).
É de registar, ainda, a presença de sensações tácteis nos versos 15-16: “Sobre o parapeito da janela da traseira da casa! Sentindo húmida da noite a madeira onde agarro.”
Finalmente, no verso 2, há uma sobreposição de sugestões auditivas e visuais, uma sinestesia, portanto: “tictac visível”.
3. O verso 13 do poema pode significar que as duas luzes são o traço de união entre aqueles dois seres na solidão da noite. São elas que aproximam os dois únicos seres humanos acordados. No fundo, aquelas duas luzes acesas são a arma comum que os irmana contra a solidão e as trevas do mundo.
4. A apóstrofe do último verso — “Ó candeeiros de petróleo da minha infância perdida!” — convoca a nostalgia da infância e a consciência da sua perda irreparável. O facto de o seu companheiro de insónia não ter luz eléctrica, usando, porventura, um candeeiro a petróleo, fez irromper a imagem meiga de uma “infância perdida”, povoada de afetos que contrastam com a solidão e a insónia do presente.
TPC — Em Gaveta de Nuvens, lê «Cruz na porta da tabacaria!», poema atribuído a Álvaro de Campos e relacionável com «Tabacaria».
Encosta-te a mimNós já vivemos cem mil anos sujeitoEncosta-te a mimTalvez eu esteja a exagerar modificador de frase
Encosta-te a mimDá cabo dos teus desenganosNão queiras ver quem eu não souDeixa-me chegar complemento direto (*lhe) (o)
Chegado da guerraFiz tudo p’ra sobreviver, em nome da terraNo fundo p’ra te merecer modificador do grupo verbal
Recebe-me bemNão desencantes os meus passos complemento diretoFaz de mim o teu heróiNão quero adormecer
Tudo o que eu vi complemento diretoEstou a partilhar contigo(= Estou a partilhar contigo isso)
O que não vivi hei de inventar contigoSei que não seiÀs vezes entender o teu olharMas quero-te bemEncosta-te a mim complemento indireto (-lhe)
(*lhe)Encosta-te a mim complemento direto
(o)Desatinamos tantas vezesVizinha de mimDeixa ser meu o teu quintal predicativo do sujeito
(que o teu quintal seja meu)Recebe esta pomba que não está armadilhada modificador restritivo do nome
Foi comprada, foi roubada, seja como for
complemento oblíquo
Eu venho do nadaPorque arrasei o que não quisEm nome da estrada, onde só quero ser felizEnrosca-te a mimVai desarmar a flor queimadaVai beijar o homem-bomba, quero adormecer complemento direto(Vai beijá-lo)
Tudo o que eu viEstou a partilhar contigo, e o que não viviUm dia hei de inventar contigo complemento diretoSei que não sei às vezes entender o teu olhar (-o) (isso) (oração subordinada substantiva completiva)Mas quero-te bem
Encosta-te a mimEncosta-te a mimQuero-te bem (lhe) complemento indireto ? (o) complemento direto ?Encosta-te a mim
TPC — Em Gaveta de Nuvens, lê «Cruz na porta da tabacaria!», poema atribuído a Álvaro de Campos e relacionável com «Tabacaria».