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Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 53-54

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Este passo de um dos poemas inconjuntos de Alberto Caeiro aborda a oposição sentir/pensar, numa perspetiva de recusa do pensamento, por, segundo o sujeito poético, constituir um acrescentamento artificial da realidade — a citada explicação racional da realidade que conferiria sentidos não constatáveis na simples existência empírica do «guardador de rebanhos».

 

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Se «A Realidade é apenas real e não pensada" (v. 11), se tem apenas existência física, tudo o que nela acontece deve ser apenas percecionado pelos sentidos. Nada do que pensemos sobre ela altera o seu curso (vv. 6-7), pelo que se justifica a atitude antimetafísica do «eu» lírico, que pretende ser também natural e espontâneo.

[palavras: 106]

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[Tentativa minha de responder ao tepecê da aula 45 (ponto 1.1 da p. 80)]

Robert Bréchon vê em Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis uma comum rendição às vantagens das sensações sobre o pensamento. Como se Pessoa, que tanto lamentou em textos ortónimos a inabilidade para sentir, ou o desconforto de pensar, tivesse engendrado aqueles autores fictícios para comprovação da apologia dos sentidos.

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Entretanto, é Caeiro que defende explicitamente o que o ensaísta francês atribui ao processo heteronímico. «Existir é sentir, já não é pensar» equivale à asserção caeiriana «[o] mundo não se fez para pensarmos nele [...] mas para olharmos». Apesar da alegada ingenuidade, é a Caeiro que cabe teorizar, porque Campos vive já as sensações (responde ao ideário) e Reis se compraz com agendar decisões (em conformidade com idêntica filosofia).

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Com espontaneidade inocente, sempre respaldada no exemplo da natureza («gentio como o sol e a água») ou na sua fruição («não desejei senão estar ao sol ou à chuva», «sentir calor e frio e vento»), por vezes Caeiro mostra-se quase impertinente para com, digamos, o seu criador. Na afirmação de que «pensar é estar doente dos olhos» não poderíamos ver um remoque ao sujeito dos poemas ortónimos (e até aos dos dois heterónimos requintados)?

[194 palavras]

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estabelece

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a. carpe diem = 3 (aproveita, colhe, o dia)

b. aurea mediocritas = 2 (mediania dourada)

c. fatum = 1 (fado, destino)

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Quem quer que a áurea justa medida amea são e salvo à miséria se esquivaráde uma casa em ruínas, e sóbrio evitará

o palácio que causa inveja.

Horácio, Odes, II, 10, vv. 5-8

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E desvalorização de conceptualização e abstrações

C obsessão por mitos

C resistência às intempéries

E indiferença pelos deuses

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C indiferença por Jorge Jesus

E atitude de fuga das «agitações» do mundo

C vício do jogo

E procura da ataraxia

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Z defesa da corporalidade

C apologia do sexo desenfreado

Z aceitação do destino

C descrença na Virgem Maria

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E apologia das sensações

C defesa da antipatia

Z defesa da apatia

E indiferença pela morte

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Os primeiros quatro versos constituem uma crítica àqueles que pensam no passado ou procuram adivinhar o que acontecerá no futuro.

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Nos restantes quatro versos (5-8), fica justificada aquela crítica. O sujeito poético lembra que a nossa vida é demasiado breve para que devamos desgastar-nos com o que está longe. Portanto, a maneira inteligente de vivermos é aproveitar o presente.

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vv. 1-3: Goza cada dia. 

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vv. 4-6: Nas coisas reais mais insignificantes podes encontrar motivo para fruição.

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vv. 7-9: É feliz quem, em cada dia, encontra até em coisas ínfimas motivo de prazer.

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Vejamos a pergunta 2 da p. 96: (aponta marca formais e/ou estilísticas que contribuam para o estilo elevado da ode clássica)

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 •regularidade métrica (10, 10, 10, 6 // 10, 10, 6)•regularidade das estrofes (4+4 / 3+3+3)•(não há rima)•estrutura sintática complexa (subordinação, ordem pouco natural — alatinada)•imperativo

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Realça o valor da antítese «vivemos, morreremos» (verso 7).  

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A antítese «vivemos, morreremos.» (v. 7) mostra a efemeridade da vida humana e a inevitabilidade da morte. Acentua a brevidade da nossa existência e a certeza de que estamos condenados a morrer.

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Escuta a emissão do programa Pensamento Cruzado (TSF) na qual Chícletes Helin dialoga com Margarida Corda e Vítor Mocha sobre o tema ‘Viver o dia’. 1.1. (p. 96) Indica a alínea que introduz a única afirmação falsa.

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a. Segundo Margarida Corda, deve aproveitar-se cada dia para mostrar empenho nas diversas áreas da vida, evitando-se atitudes de excesso.

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b. Vítor Mocha critica a desvalorização do tempo presente na sociedade atual.

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c. Quer Margarida Corda quer Vítor Mocha entendem que cada dia deve ser vivido como se fosse o mais importante.

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d. Ambos os entrevistados valorizam essencialmente as vivências presentes e aconselham a viver o dia como se fosse, de facto, o último.

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