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Letras Trabalho de Conclusão de Curso Dielly Keieny Damasceno Silva [email protected] Taynara Ramos Batista [email protected] Orientadora: Esp. Valéria Victorino Valle. A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA E DO CINEMA NA APRENDIZAGEM DA LITERATURA BRASILEIRA: REALISMO/NATURALISMO RESUMO Este artigo tem como finalidade demonstrar a importância das diversas linguagens nas áreas de literatura brasileira especificamente na Realista/Naturalista, querendo destacar a questão da educação com qualidade, a construção do conhecimento e as novas concepções do processo de aprendizagem, utilizando recursos midiáticos como a música e o cinema valorizando sempre o papel fundamental dos professores como seres mediadores interessantes, competentes e confiáveis. Abordando benefícios que abrangem todo o processo educacional, e o interesse do aluno em gostar de aprender cada dia mais dentro da literatura. Propor também o desenvolvimento das habilidades de leitura de um maior campo de visão social e intelectual nos alunos, melhorando o processo de ensino aprendizagem, conforme as contribuições de autores como: José Manuel Moran, Adriana Fresquet, Martins Ferreira, entre outros. Palavras Chave: diversas linguagens, música, cinema, valorização, desenvolvimento. ABSTRACT This article aims to demonstrate the importance of several languages in the area of brazilian literature specifically in naturalistic realist wanting to highlight the issue of quality education, the construction of knowledge and the new conceptions of the learning process, using media resources such as music and movies enriching always the key role of teachers as interesting, competent and reliable mediators. Addressing benefits that covers the entire educational process, and the students interest to enjoy learning more each day within the literature. It also proposes the development of reading skills to a larger field of social vision and the intellectual in students, improving the process of teaching learning, as the contribution of authors like: José Manuel Moran, Adriana Fresquet, Martins Ferreira, among others. 1 Esp. Valéria Victorino Valle. Centro Universitário Anhanguera Educacional, Unidade Anápolis.

Artigo de opinião tay e dielly

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LetrasTrabalho de Conclusão de

Curso

Dielly Keieny Damasceno [email protected]

Taynara Ramos [email protected]

Orientadora:

Esp. Valéria Victorino Valle.

A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA E DO CINEMA NA APRENDIZAGEM DA LITERATURA BRASILEIRA: REALISMO/NATURALISMO

RESUMO

Este artigo tem como finalidade demonstrar a importância das diversas linguagens nas áreas de literatura brasileira especificamente na Realista/Naturalista, querendo destacar a questão da educação com qualidade, a construção do conhecimento e as novas concepções do processo de aprendizagem, utilizando recursos midiáticos como a música e o cinema valorizando sempre o papel fundamental dos professores como seres mediadores interessantes, competentes e confiáveis. Abordando benefícios que abrangem todo o processo educacional, e o interesse do aluno em gostar de aprender cada dia mais dentro da literatura. Propor também o desenvolvimento das habilidades de leitura de um maior campo de visão social e intelectual nos alunos, melhorando o processo de ensino aprendizagem, conforme as contribuições de autores como: José Manuel Moran, Adriana Fresquet, Martins Ferreira, entre outros.

Palavras Chave: diversas linguagens, música, cinema, valorização, desenvolvimento.

ABSTRACT

This article aims to demonstrate the importance of several languages in the area of brazilian literature specifically in naturalistic realist wanting to highlight the issue of quality education, the construction of knowledge and the new conceptions of the learning process, using media resources such as music and movies enriching always the key role of teachers as interesting, competent and reliable mediators. Addressing benefits that covers the entire educational process, and the students interest to enjoy learning more each day within the literature. It also proposes the development of reading skills to a larger field of social vision and the intellectual in students, improving the process of teaching learning, as the contribution of authors like: José Manuel Moran, Adriana Fresquet, Martins Ferreira, among others.

Key words: several languages, music, movies, enriching, development.

Artigo exigido para conclusão do curso de graduação em Letras da Faculdade Anhanguera de Anápolis-GO, 7º período – Orientado pela Professora Esp. Valéria Victorino Valle.

1

Esp. Valéria Victorino Valle. Centro Universitário Anhanguera Educacional, Unidade Anápolis.

Anhanguera Educacional S/AJunho/Ano 2014

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1. INTRODUÇÃO

O objeto de investigação do trabalho é a Contribuição da música e do cinema na

aprendizagem da literatura realista/naturalista. A escolha do presente tema foi feita por

vivenciar nas salas de aulas as grandes dificuldades em que se encontram os

professores e os alunos, principalmente quanto ao processo de ensino aprendizagem

da literatura brasileira, em específico, na estética literária: Realista/Naturalista, por isso,

optamos pela linguagem cinematográfica e musical para despertar o desenvolvimento

significativo do discente para a leitura e para a literatura.

A preocupação com as dificuldades encontradas em sala de aula

principalmente sobre a importância da literatura que nos trouxe a possibilidade de

encontrar métodos alternativos no processo de ensino aprendizagem da literatura

brasileira em sala de aula. Intensificar o gosto de aprender nos alunos e promover uma

opção diferenciada de ensino aos professores, trazendo um pouco da vivência

cotidiana como a música e o cinema, trabalhando paralelamente a literatura e os

diversos meios de ensiná-la é o principal objetivo e justificativa do presente trabalho.

Tem por objetivo geral conhecer a significância das diversas linguagens que

impulsionam e valorizam a aprendizagem do aluno. A importância e a contribuição

dessas linguagens, principalmente, do cinema e da música podem desencadear um

ensino/aprendizagem mais prazeroso e significativo. Depreende-se que há uma

carência muito perceptível na mudança de hábitos dos professores ao aplicar as

diferentes linguagens, talvez por serem mais desafiadoras e exigirem mais tempo de

preparação e aplicação das aulas.

Ao longo do nosso percurso acadêmico tivemos a oportunidade de ler,

analisar e trocar experiências, acrescentando assim aos nossos conceitos que

linguagem musical e cinematográfica podem obter êxito na absorção dos alunos com

o conteúdo lecionado. Durante a execução da pesquisa bibliográfica, vendo que os

estudos teóricos foram desenvolvidos por ilustres pesquisadores do assunto, nós,

acadêmicos, pudemos ter a certeza do desempenho crescente dos alunos quanto à

aprendizagem quando se usa esses meios para melhor construir o conhecimento do

conteúdo literário lecionado em sala de aula, ou seja, mostra-se viável e traz benefícios

para a educação. Não se exige nenhum recurso financeiro da parte escolar, apenas um

bom planejamento e material didático bastante acessível.

Nosso trabalho propõe para a escola a prática de utilizar a música

e o cinema na didática Realista/Naturalista, que não envolve nenhum recurso

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financeiro, pode inovar e trazer um gosto especial quanto à aprendizagem dos alunos e

às aulas ministradas pelos professores, além de tornar o crescimento intelectual cada

vez mais aguçado, melhorando a fala, a escrita, a redação, e principalmente a leitura,

para que se formem verdadeiros cidadãos críticos e em busca de um mundo melhor.

Identificar o gosto das diferentes linguagens fazendo com que os alunos

desenvolvam melhor as diversas habilidades que a literatura oferece: como

conhecimento mais significativo e diversificado, melhorando a fala, a leitura, a escrita e

a redação; Descrever a importância das diversas formas de leitura na aprendizagem da

literatura brasileira, nas escolas literárias realista/naturalista, instigando para que os

discentes entendam e saibam assimilar a leitura musical e cinematográfica com a

literatura aplicada nas salas de aulas; Incentivar os professores a fazer uma diferente

forma de lecionar e também despertar o interesse de aprender as diversas linguagens,

inclusive a literária, por parte dos alunos; são esses os principais objetivos que

pretende-se obter com o trabalho.

“Uma educação inovadora se apoia em um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que lhe servem de guia e de base: o conhecimento integrador e inovador; o; o desenvolvimento da autoestima e do autoconhecimento (valorização de todos); a formação de alunos empreendedores (criativos, com iniciativa) e a construção de alunos-cidadãos (com valores individuais e sociais).”(José Manuel Moran)

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2. A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA, LEITURA E LINGUAGEM NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM:

A leitura é a prática de ler, pois através dela podemos enriquecer o vocabulário, desenvolver o raciocínio, o senso crítico, e a interpretação. Para Albert Einstein “a leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê de mais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar”.

A importância da leitura na vida, a necessidade de se cultivar o hábito de leitura entre crianças e jovens, bem como o papel da escola na formação de leitores competentes, são questões frequentemente discutidas. Perguntas como: Para quê ler? Com que fundamento ler? Como ler? São questionadas sempre pelos alunos, e podem ser facilmente respondidas quando o docente tem essa habilidade totalmente desenvolvida em si, a leitura é uma atividade na qual se leva em conta as experiências e os conhecimentos do leitor; e exige do mesmo bem mais que o conhecimento do código linguístico, “uma vez que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo” (KOCH, Ingedore).

Dialogando com um trecho extraído dos PCNs de Língua Portuguesa a autora reforça o papel do leitor enquanto construtor de sentido, na atividade de leitura, utilizando, para tanto, de estratégias de leitura como a seleção, antecipação, inferência e verificação. “Desse leitor, espera-se que processe, critique, contradiga, ou avalie a informação que tem diante de si, que a desfrute ou a rechace, que dê sentido e significado ao que lê” (Sole, 2003, p. 21). Sendo assim, os leitores ativos, estabelecem relações, fazem inferências, comparações, formula hipóteses e perguntas relacionadas ao conteúdo, não de pode esquecer de que a constante interação entre o conteúdo do texto e o leitor é regulada também pela intenção com que se lê o texto. Nesse ponto, os objetivos da leitura servem como um norte para o modo de ler os textos.

Literatura é a arte de criar e compor textos, também pode ser um conjunto de textos escritos, sejam eles de um país, de uma época, etc. A literatura contém na sua origem uma ligação com a escrita, e também apresenta uma forte com a fruição, que é o prazer na linguagem, nas verdades humanas e no estético. O conceito de literatura tem sido alterado com o passar do tempo, tinha um teor subjetivo apenas ligado ao conhecimento da pessoa letrada, depois alteraram o termo para designar objeto de estudo, produção literária, e hoje é fortemente ligado ao prazer em ler.

O texto literário nos permite criar uma imagem da realidade, da verdade, essas características estão relacionadas a uma união entre o mundo real e o da imaginação. De acordo com os autores do PLT, SOUZA, CAMPEDELLI (p.9) “o ser humano produz arte sob as mais variadas formas: teatro, escultura, dança, design, fotografia, música, literatura, pintura, entre outras”. A literatura também hoje é uma disciplina trabalhada no âmbito escolar, onde os discentes estudam os diversos autores, obras, escolas literárias, a contribuição da literatura brasileira e portuguesa, além do colégio também é muito cobrado em vestibulares e concursos.

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Desde os princípios da humanidade o homem teve a necessidade de se comunicar, mesmo não existindo a atual formação das palavras de hoje, eles criaram símbolos que serviam como intermédio da comunicação entre os indivíduos, eles ainda emitiam sons vocálicos para demonstrar diversas sensações.

O ser humano já nasce com essa habilidade e instinto pela língua, e a partir de certo momento, julgou-se necessário a criação de uma língua para que haja essa expressão de sentidos, sentimentos, a comunicação entre os indivíduos. E a linguagem veio como o sistema que o homem usa para se comunicar através da fala, escrita, ou das outras diversas formas. Uma linguagem caracteriza-se pela possibilidade de se transformar noutra e de permitir a comunicação entre diferentes pessoas que de outra forma não se poderiam entender, é um fenômeno social que estabelece uma relação entre o indivíduo e toda uma sociedade, dando determinado sentido as sensações impostas no mundo.

A linguagem literária abrange vários sentidos e, portanto, é aberta a inúmeras interpretações, a ambiguidade e a plurissignificação que as palavras nos permitem dando sentidos não comuns à língua, ou seja, é aquela em que uma palavra, dependendo do contexto, pode ter significados diferentes e em que se exploram os aspectos visuais e sonoros da palavra; uma linguagem figurada, digamos, bem elaborada e estruturada. Está presente nos clássicos da literatura, geralmente de difícil compreensão, tem como objetivo a beleza dos textos e composições para expressar da forma mais bela os sentimentos do autor e do eu-lírico.

“(...) O texto literário transforma as relações que as palavras têm consigo mesmas, utilizando-as além dos seus sentidos estritos e estabelece com cada leitor relações subjetivas que o tornam um texto móvel, capaz mesmo de não conter nenhum sentido definitivo ou incontestável”. (SOUZA, CAMPEDELLI, D’Onofrio,:39)

2.1. A literatura no ensino médio (PCN - LDB);

De acordo com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394/96

propõe-se princípios mais gerais que orientam a reformulação curricular no Ensino

Médio, a formação geral, em oposição à formação específica; o desenvolvimento de

capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a

capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de

memorização. E com isso, o Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de

Educação Média e Tecnológica, organizou o projeto de reforma do Ensino Médio como

parte de uma política mais geral de desenvolvimento social, que prioriza as ações na

área da educação. É um novo ensino médio, no qual dentro dos termos da lei e de sua

regulamentação e encaminhamento deixa de ser apenas preparatório para o ensino

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superior ou estritamente profissionalizante para assumir a responsabilidade de

completar a educação básica.

Tínhamos um ensino descontextualizado, compartimentalizado e baseado no

acúmulo de informações, porém sem um destaque e incentivo ao ensino da literatura

dentro do contexto da língua portuguesa. Por isso que os PCNs da língua portuguesa

evitava a compartimentalização, mediante a interdisciplinaridade, incentivando assim

os alunos usarem mais o raciocínio e a capacidade de aprender. Estes Parâmetros

Curriculares Nacionais cumprem o duplo papel de difundir os princípios da reforma

curricular e orientar o professor, na busca de novas abordagens e metodologias.

Em busca da construção de um processo contínuo trabalhar a literatura no

ensino médio segundo os PCNs deve ser contextualizado e o professor deverá ter em

mente isto como finalidade fundamental para que o aluno do ensino médio seja

formado com consciência e objetividade. Segundo os PCNs o estudo da literatura no

ensino médio precisa levar o aluno para um contexto social vivenciado fora dos limites

escola e dos conhecimentos repassados na escola. Com isso, a aprendizagem torna-

se significativa, pois o aluno acaba identificando-se com o que a escola propõe.

A (LDB – Lei - 9.394/96) fundamenta os PCNs bem como as orientações aos

Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensinar literatura no ensino médio lança um projeto

otimista de contribuição na formação da cidadania de cada aluno, pois, o ensino médio

não encerra uma fase, mas prepara para uma mais intensa e exigente que é o ensino

superior e a literatura quando aplicada como disciplina representa grande importância

quanto às demais, visto que, é por ela que o aluno tem acesso a linguagem como

instrumento para comunicação e faz parte da língua portuguesa. Aliás, um uso da

linguagem de forma consciente, de um código que já utiliza oralmente e agora se

revela também por meio da escrita, da interpretação e produção.

2.2. As contribuições cognitivas do Realismo e do Naturalismo;

A palavra Realismo por sua vez designa um estilo de época que predominou na

segunda metade do século XIX momento em que a arte procurou despertar-se do

sonho da imaginação e da fantasia, da subjetividade. Na história da literatura o período

em que predominou esse estilo é chamado de Realista/Naturalista. Como movimento

literário, o Realismo surgiu em oposição ao Ultrarromantismo.

O Realismo em Portugal teve seu marco inicial no ano de 1865-1890, envolvendo

a Questão Coimbrã, que foi uma polêmica entre jovens escritores, que traziam ideias

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inovadoras para a literatura, e os poetas da velha geração instalados em Lisboa

recusaram a nova ideia e não aceitaram abandonar os modelos românticos de criação.

Dentro dessa polêmica tiveram publicações importantes como o do poeta romântico

português Antônio Feliciano de Castilho – Poema da mocidade e como resposta

inovadora Antero de Quental escreveu uma carta com o título de: Bom senso e o bom

gosto. A nova tendência só se firma em 1871 graças às Conferências de Cassino

Lisbonense, organizadas por Antero de Quental.

Os principais autores portugueses do Realismo/Naturalismo em Portugal foram

Antero de Quental (1842-1891), Cesário Verde (1855-1886), Eça de Queiros (1845-

1900). A arte realista não visava o prazer, mas a “corrigir e ensinar”; atrelada ao

progresso científico, propunha-se a lutar pela regeneração dos costumes e pelo

aprimoramento moral da sociedade. Com base nas informações dos textos estudados

foram percebidas as características fundamentais do Realismo/Naturalismo e serão

sintetizadas a seguir: busca da objetividade, interesse voltado para o presente,

emprego da ironia e do sarcasmo, a crítica severa dos vícios sociais, o ser humano é

apenas um ser entre vários outros, narração e descrição, simplificação do romance,

preocupação da psicologia dos personagens. No período realista/naturalista, ao lado

do romance, o conto passa a merecer a atenção dos grandes escritores.

Romances de costumes, poesia metafísica que era a vida e morte, poesia do

cotidiano. Continham várias linhas de pensamento, primeiro: o escritor tinha que ter um

compromisso com a verdade social, segundo: a importância do catolicismo era o ponto

mais criticado pelo realista, pois eles mantinham uma ligação com o passado; terceiro:

a construção dos personagens veio da convivência e do ambiente em que viviam

mantendo a observação concreta, por último: os problemas sociais os deixavam

preocupados com a reforma da sociedade sempre tinham soluções de caráter

socialista.

A escola literária no Brasil é marcada pela publicação em folhetins de Memórias

Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis e O Mulato - Aluísio de Azevedo, a nova

estética assim, consolida a posição do escritor na sociedade e faria da literatura uma

instituição respeitada e com a fundação da Academia Brasileira de Letras é que se

prova isso. É caracterizada pela visão simples e objetiva da sociedade, predomina a

linguagem simples e direta, pois já se estava cansado da ilusão dos românticos e com

isso passaram a mostrar os aspectos mais reais da sociedade privilegiando na maioria

das vezes os menos favorecidos.

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Com o desdobramento do Realismo tivemos o Naturalismo, cujos assuntos eram

até então evitados pelos escritores da época como o estilo animalesco e o biologismo

feroz. O Realismo/Naturalismo tem compromisso com o presente, o mundo real e

objetivo, e por ser uma arte engajada teve como principais características presença do

cotidiano, a preferência pelo presente - a realidade concreta, e os personagens soam

sempre representativos de uma determinada categoria.

Os personagens são do dia-a-dia, como por exemplo, o lavrador, o empregado, o

patrão, o escravo entre outros. Eles são de características únicas, com traços

marcantes. Usavam-se muito na época as caricaturas.

O termo Realismo/Naturalismo é bastante usado, mas existem limites entre eles,

de difícil percepção por conterem inúmeros pontos em comum.

“(...) Se o Realismo documentou apenas os aspectos que enxergou, o Naturalismo

empenhou-se em marcar posições. Se os realistas preferiram tão somente indicar

forças psicológicas que guiam comportamentos, os naturalistas preferiram denunciar a

exploração do homem pelo homem e sua consequente animalização.”

(SOUZA, CAMPEDELLI. :317)

A Contribuição de Machado de Assis (1839-1908) foi fundamental para o

início do Realismo/Naturalismo em 1880 com o romance: Memórias Póstumas de Brás

Cubas. As obras de Machado de Assis têm dois pontos de vista: o romântico e o

realista. O ciclo realista do autor foi o da segunda fase. O alvo da interpretação do

mesmo é criticar. Os principais romances realistas foram: Memórias Póstumas de Brás

Cubas, Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Memorial de Aires (que estudos aprovam ser o

relato da vida de Machado de Assis).

Joaquim Maria Machado de Assis começou sua carreira profissional aos 19

anos, escrevendo para diversos órgãos, poemas, contos, crônicas, críticas literárias e

artigos sobre política. Teve passagem também no funcionalismo público, em 1869

casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novaes a qual pedia sempre para revisar os

seus textos já que era professora de Língua Portuguesa e dez anos mais velha que

ele, não teve filhos.

As obras de Machado de Assis costuma ser dividida em duas fases: a fase

romântica e a considerada realista. A poesia e os romances do primeiro período

apresenta características do Romantismo. A segunda fase, iniciada por volta dos 40

anos do autor, compreende o período de sua maturidade literária. É a fase do realismo

psicológico.

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Machado apresenta sua visão cética da natureza humana após analise

psicológica dos personagens, uma linguagem marcada pela espontaneidade,

coloquialidade e o emprego de frases curtas, uso da técnica de leitor incluso,

densidade filosófica, digressão, observação de natureza. O romance machadiano tinha

como alvo o casamento por ter o ponto de vista crítico e sempre com ironia, fazia parte

também as mulheres especiais. Especiais porque eram vistas por Machado de Assis

como mulheres dominadoras.

As obras Dom Casmurro e Memória Póstumas de Brás Cubas tem dois

pontos em comum, que seriam a análise psicológica das personagens, as duas obras

eram feitas em primeira pessoa para o profundo conhecimento das personagens, a

vontade de conhecer detalhadamente. Olhos de ressaca era o nome de dois capítulos

do romance de Dom Casmurro porque ali tem escritas as atitudes de Capitu, por meio

de descrições minuciosas de seus olhos, “olhos arrebatadores, apaixonantes que

arrasta para dentro” (Machado de Assis).

Aluísio de Azevedo (1857-1913) foi considerado o mais importante dos

naturalistas brasileiros teve por influência escritores europeus como, por exemplo,

Émile Zola. Nas suas obras teve traços fundamentais do Naturalismo como a influência

do meio social e da hereditariedade na formação dos indivíduos, descreveu com

minúcias a vida e a psicologia de conjuntos de pessoas de baixa extração social e

apontou o dinheiro como elemento corruptor na sociedade.

Seu método de trabalho foi pesquisa de fatos, tipos, situações, reunindo

farto material de observação, no qual utilizava para compor seus romances, por essa

razão em sua obra, O Cortiço, o mais importante conto naturalista, é considerado um

bom retrato da sociedade do Segundo Reinado, nele o autor observa a influência do

homem no meio em que vive “o cortiço” o lugar de destaque. Com isso ele faz com que

cria outras classes no Rio de Janeiro que seria a multidão.

O Conto O Mulato de Aluísio de Azevedo deu início ao Naturalismo,

causando grande escândalo por esse ter questões de preconceito racial muito criticada

pela sociedade local. Dentro da estética Realista/Naturalista escreveu obras cheias,

como A Casa de pensão e O Cortiço. As principais obras da fase realista/naturalista

são: O Mulato, Casa de pensão, O Homem, O Coruja, O Cortiço e o Livro da sogra.“(...) Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese

das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era

a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das

sestas da fazenda; ela era o aroma quente dos trevos e

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das baunilhas, que o atordoava nas matas brasileiras

(...)”

(AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo, Ática, 1975).

Raul Pompeia (1863-1895) apontado por alguns como pertencente ao

Realismo-Naturalismo, mas, por outros, ao Simbolismo, é distinguido ainda como o

iniciador da ficção impressionista no Brasil, graças aos traços psicológicos de suas

personagens e à preocupação com a memória. Fez o desfecho do período do

Realismo/Naturalismo com sua obra o Ateneu, que foi publicada em forma de boletim

em 1888. Estrutura-se em quadros sucessivos de situações que se passam num

tradicional internato do Rio de Janeiro, nele o tempo é psicológico e não cronológico.

Sérgio é o personagem autobiográfico, em que o autor parece projetar traços de sua

própria personalidade e de sua história pessoal. Raul Pompeia deu a O Ateneu o

subtítulo de “Crônica da Saudade”. Pertence a classe de escritores de um livro só. É

uma obra de difícil classificação. São características do livro a análise psicológica, a

crítica social e a preocupação moral, o determinismo científico prevalecendo o instinto

sobre a razão, o gosto pelo coletivo e a temática pela sexualidade. O Ateneu está

ligado à estrutura da sociedade em fracos e fortes. É considerado um romance de tese,

que, dentro da corrente naturalista teria como objetivo provar a má influência dos

internatos na formação do caráter moral dos adolescentes. Todavia, não há

objetividade na consecução desse objetivo, seria por demais reduzir o alcance da obra.

Gênero narrativo e visto como variante do gênero épico, enquadrando nesse caso as

narrativas em prosa. Na obra narrada busca-se fixar as emoções e sensações

experimentadas mais do que objetos e situações que as provocaram, Raul Pompeia

criou-se um universo escolar que pode ser visto como reflexo do universo social:

mesmo sistema injusto e hipócrita oprime os indivíduos chegando a suprimir aqueles

que não se enquadram em seus modelos.“O poemeto de amor materno deliciou-me como uma

divina música. Olhei furtivamente para a senhora. Ela

conservava sobre mim as grandes pupilas negras,

lúcidas, numa expressão de infinda bondade! Que boa

mãe para os meninos, pensava eu. Depois, voltada para

meu pai, formulou sentidamente observações a respeito

da solidão das crianças no internato. (...)”

(POMPEIA, Raul, O Ateneu).

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3. O PRAZER E A APRENDIZAGEM NO ENTRELACE DAS DIFERENTES LINGUAGENS:

O gosto relacionado à aprendizagem vem desde muito cedo, com o primeiro contato

com uma coisa diferente da que se conhece, ainda quando os pais ensinam durante a

primeira infância. Logo após vem a época escolar onde suscita ainda mais o prazer em

aprender, pois o mundo novo se descobre, onde vão utilizar todo esse aprendizado pra

uma longa vida escolar e futuramente acadêmica.

O interesse entre os adolescentes e jovens se torna cada vez mais distante do que

é considerado esperado pela leitura e isso é medido pelo contato com os textos

veiculados nas escolas e foi pensando nisso que o uso de outras linguagens,

principalmente os de circulação social, foi introduzido de modo especial no ambiente

escolar, onde a maioria tem acesso fazendo com que inclua o aluno no ato de

cidadania, aguçando o senso crítico e social. Lembrando que não se baseia apenas na

compreensão e interpretação do texto e sim também no crescimento humano do

cidadão. O trabalho paralelo da Língua e da Literatura com textos que não se

distanciam do aluno traz para si um novo olhar, voltado além da preocupação do

conhecimento também com o social.

“Não se trata de abandonar a literatura ou o estudo dos textos clássicos, mas de

construir uma ponte entre professor e aluno, por meio de outras linguagens, permitindo

ao estudando o acesso aos instrumentos necessários a realização e ao prazer da

leitura.”

(MARCONDES, MENEZES, TOSHIMITSU. 2011).

A proposta de utilizar as diversas linguagens no ambiente escolar é trazer um

pouco do cotidiano do estudante a fim de diminuir a distância entre o espaço escolar e

a sociedade. Para MENEZES (2011) “(...) Alunos não querem saber dos textos

literários (...), as escolas não se voltam para os textos que estão nas ruas.”. Cada vez

mais a escola se distancia dos alunos e não usam a língua, leitura e literatura para se

aproximar deles, utilizando livros que eles têm afinidade ou produções que os próprios

se identifiquem. O ensino pode se basear no interesse e na necessidade do aluno. Por

isso deve-se despertar o hábito da leitura, onde atenda ao interesse da escola e dos

alunos e diversifique o tratamento que é dado ao texto.

A escola costuma limitar-se à leitura de texto, prendendo-se à compreensão, à

interpretação e à produção de redações, porém temos vários suportes de como se

devem trabalhar, por exemplo: o cinema, a televisão, a música, o jornal, revistas, gibis,

entre outros. A televisão, por exemplo, tem efeito hipnótico que toma conta do

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telespectador e a razão disso é que o homem percebe o mundo pela visão, e é por

meio dela que percebemos o que nos cerca e acreditamos no que vemos, por mais que

nem sempre o que vemos seja a realidade. Na leitura de um texto escrito, a

compreensão passa por um processo criativo, imaginário, crítico e necessariamente

elaborado. Dessa forma, a linguagem escrita não causa o mesmo impacto que a tevê

causa, pois a leitura passa por um senso crítico e a televisão não... Vemos aquilo que

queremos ver, e por isso não demorou muito para ser um caminho aberto para uma

enorme fonte de renda.

Instigando o prazer do aluno em estudar, despertar o interesse e o gosto pela

leitura, utilizando de instrumentos inclusos no dia a dia como alvo para despertar a

fruição. Como NAPOLITANO (2013) diz em seu livro: “O cinema representa um

fantástico potencial de aprendizado para qualquer tipo de público.”.

Dos vários suportes em que se pode trabalhar em sala de aula, tivemos a escolha

de conceituar a importância da linguagem musical e cinematográfica, pois temos como

demonstrar a explicação da literatura Realista/Naturalista através do filme: “Memórias

Póstumas de Brás Cubas” (a obra de marco inicial do Realismo, 1881), e a música:

“Como dois animais – Alceu Valença” (forte presença do animalesco no Naturalismo).

3.1. As relações significativas entre as linguagens literárias, cinematográfica e musical.

A significância da relação entre a linguagem literária, cinematográfica e musical é

de suma quanto à aprendizagem, pois a partir da mesma podem-se visualizar o

conteúdo trabalhado, trazendo inúmeros benefícios e tornando-o mais transformado e

apto para ser trabalhado.

E para melhor contribuir no processo de ensino-aprendizagem de literatura

brasileira Realista/Naturalista predominou-se a linguagem musical e cinematográfica

para demonstrar que é possível obter sucesso durante o ensino do conteúdo, sendo

assim serão citados um exemplo musical e um cinematográfico demostrando que o uso

dos mesmos pode incrementar na didática da sala de aula.

Temos como exemplo a música: “Capitão de Indústria – Herbert Vianna”

(Paralamas do Sucesso) que pode ser utilizada na disciplina de língua portuguesa,

quando o assunto trabalhado estiver sendo literatura: Realismo/Naturalismo, pois a arte

realista tem uma grande preocupação: corrigir os tropeços da sociedade a partir de

análise dos fatos e dos homens, observando o lugar, o meio social e a realidade vivida.

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“Eu acordo pra trabalhar

Eu durmo prá trabalhar

Eu corro prá trabalhar

Eu não tenho tempo de ter

O tempo livre de ser

De nada ter que fazer

É quando eu me encontro perdido

Nas coisas que eu criei

E eu não sei

Eu não vejo além da fumaça

O amor e as coisas livres, coloridas

Nada poluídas (...)”

A música “Capitão da Indústria” dos Paralamas do Sucesso é um exemplo que

retrata características do Realismo/Naturalismo, já que fala sobre uma realidade social

onde faz uma crítica ao excesso de trabalho.

O filme da obra de Aluísio de Azevedo “O Cortiço” é um dos exemplos que

servem para ilustrar as aulas de língua portuguesa, quando o conteúdo a ser

trabalhado for Realismo/Naturalismo ou o próprio autor da obra, pois ilustra com

clareza a obra e as características da escola literária no século XIX, aprofundando a

visão cientificista, mostrando o homem como um caso clinicamente estudado,

realçando os distúrbios provocados pelo comportamento. São temas como: a miséria, o

adultério, a criminalidade, os problemas ligados ao sexo, em geral, os ambientes

desequilibrados estão presentes nessa obra. É um romance que tenta denunciar a

exploração humana feita pelo próprio homem demostrando situações e relações de

poder em um local de habitação coletiva.

3.1.1. LiteráriaA palavra literatura provém do latim literatura, que guarda na sua origem uma

ligação com a escrita, portanto está fortemente ligada a arte de escrever e representar

a realidade de uma forma mais artística. Então, a “matéria-prima” da literatura são as

palavras.

A linguagem literária é livre, recriada perante a realidade, e pode assumir mais

formas. É caracterizado por sua plurissignificação, cuja base é a linguagem conotativa,

utilizada muitas vezes em um sentido diferente do que é comum. O texto literário

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permite criar uma imagem da realidade, conforme o filósofo grego Aristóteles (384 –

322 a.C.) defendia a ideia de que a principal função da linguagem literária é fazer

mimese (que designa a ação de imitar, copiar, reproduzir ou representar a natureza).

Na linguagem literária o público é participante, pois interage com o texto criando

e recriando o sentido em sua leitura. O leitor é capaz de levar e viver experiências

podendo provocar emoções diversas entre outras sensações, enfim, predomina-se o

mundo ficcional que pode se assemelhar ao mundo real.

3.1.2. CinematográficaConsiderado a sétima arte, há mais de um século o cinema encanta, provoca e

comove as pessoas ao redor de todo o mundo. Até o início do século XVIII, as únicas formas encontradas pelo ser humano para guardar a imagem de uma paisagem ou pessoa, ou era na memória ou na tela de um pintor. Tudo mudou quando o inventor Nicephóre Niepce (1826) conseguiu registrar uma imagem sem usar tinta, demorando assim, 14 horas para obter efeito. A imagem foi capturada com a ajuda de uma câmera escura, numa placa de vidro. Algum tempo depois os irmãos Lumière criaram o cinematógrafo, que especificamente era uma câmera de filmar e mostrar imagens em movimentos.

“Os possíveis vínculos entre o cinema e educação se multiplicam a cada momento, a cada nova iniciativa, ou projeto que os coloca em diálogo. Trata-se de um gesto de criação que promove novas relações entre as coisas, pessoas, lugares e épocas. O cinema nos oferece uma janela pela qual podemos nos assomar ao mundo para ver o que está lá fora, com os nossos próprios olhos de modo direto.” (FREQUEST, 2013:19)

O cinema é também utilizado em escolas para incrementar a didática do aluno e do professor como algo mais do que ilustração de aulas e acrescenta um meio de reencontrar a cultura e os valores sociais.“(...) é importante porque traz para a escola aquilo que ela se nega a ser e que poderia transformá-la em algo vívido e fundamental: participante ativa da cultura e não repetidora e divulgadora de conhecimentos massificados, muitas vezes já deteriorados, defasados (...) (ALMEIDA, 2001:48 Apud NAPOLITANO, 2013:12)”.

O uso do cinema na sala de aula também instiga e provoca os alunos para o mundo da leitura e é esse, entre todos é esse o maior desejo do professor, especialmente o de língua portuguesa, valorizar e estimular o gosto pela leitura.

3.1.3. Musical“Música para ouvir no trabalho / Música para jogar baralho [...] Música para ouvir

música para ouvir, música para ouvir”

Música para ouvir – Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra

A música é uma linguagem universal por meio da qual uma ideia é bem mais

difundida, ela oferece um ofício de ensinar para outras pessoas algum saber,

conhecimento ou informação de maneira mais agradável, trazendo objetivos práticos e

eficientes quando auxilia significativamente a disciplina.

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O valor que os seres humanos dão ao som expressa variadas coisas, como nosso

autor FERREIRA (2012: p.24) diz: “Quem garante que o homem não pensou primeiro

em cantar, talvez imitando os pássaros, antes de pensar em falar?”. Percebe-se o som

da natureza de diversas formas: o canto de um pássaro, o som do mar, o ruído dos

ventos e isso na maioria das vezes são consideradas verdadeiras “músicas” para os

ouvidos.

A música também pode oferecer aos professores uma maneira lúdica, transmitindo

algum saber, conhecimento e informação, tornando seu trabalho mais agradável,

prático, eficiente e produtivo na medida em que auxilia a disciplina estudada,

lembrando que é necessário que o professor conheça e experimente todas as

variedades possíveis, saber selecionar aquilo que é mais útil e adequado para si e para

o aprendizado de seus alunos.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

O foco principal do presente trabalho foi argumentar e despertar o interesse sobre

“A contribuição da música e do cinema na aprendizagem da literatura brasileira

realista/naturalista”, como instrumento de apoio ao professor para transmitir

conhecimento. Depois de desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se como

apoio e base contribuições de diversos autores e alguns depoimentos de profissionais

que testaram e obtiveram sucesso sobre o assunto em questão, por meio de consulta a

livros periódicos.

Durante a pesquisa bibliográfica muitos questionamentos foram exaltados servindo

de base e ponto alvo para o desenvolvimento de algumas noções básicas de como

poderia ser tratado essa influência dos instrumentos em sala de aula vista pelo lado do

professor, mediador do conhecimento, e do aluno, receptor e portador do resultado

dessa influência.

Em busca da compreensão da dificuldade existente na educação deparamos com

algumas soluções, que poderiam amenizar e/ou dar um novo rumo à realidade da

contribuição, uma delas será o bom planejamento da aula e do trabalho a ser

desenvolvido para que o resultado seja positivo, direcionando o professor a trabalhar

com a linguagem musical e cinematográfica tornando a sala de aula um ambiente de

interação de aprendizagem, além do que é necessário ter um objetivo pleno a ser

atingido não esquecendo a realidade de cada ambiente escolar e do público alvo.

A Contribuição da música e do cinema na aprendizagem da literatura brasileira: Realismo/Naturalismo

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado sobre a contribuição da música e do cinema na

aprendizagem da literatura realista/naturalista foi muito importante para a estruturação

profissional, pois se salienta que o incentivo à leitura de uma maneira dinâmica e

diversificada pode despertar o gosto pela aprendizagem literária.

Através da importância da literatura, da leitura, e da linguagem constata-se nas

pesquisas bibliográficas que é eficaz o desenvolvimento do aluno perante o estudo da

literatura realista/naturalista. Promovendo assim, um novo ensino médio onde a

situação escolar não se distancia muito da realidade social.

O Realismo/Naturalismo tem muito com o que contribuir, hoje tem muita

influência nos recursos midiáticos como citados no desenvolvimento do presente

trabalho. O entrelace da linguagem musical e cinematográficas são influências

significativas na aprendizagem, pois faz com que os alunos desenvolvam as

habilidades presentes da literatura, como a fala, a escrita, a interpretação e a leitura, e

traz para o professor um diferencial cognitivo na hora de lecionar, pois há um maior

interesse da parte dos alunos e tem uma resposta positiva no processo de ensino

aprendizagem.

A Contribuição da música e do cinema na aprendizagem da literatura brasileira: Realismo/Naturalismo

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, Martins. Como usar a música na sala de aula/ Martins Ferreira. São Paulo: Contexto,

2012. 8.ed. – (Coleção como usar na sala de aula).

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Científico. 7. ed.- São

Paulo: Atlas S.A., 2012.

POTTER, Louise Emma. Atividades com música: para o ensino de inglês/ Louise Emma Potter, Ligia

Lederman – Barueri, SP: Disal, 2012.

MENEZES, Gilda. Como usar outras linguagens na sala de aula/ Gilda Menezes, Thaís Toshimitsu,

Beatriz Marcondes. 7. Ed. – São Paulo: Contexto, 2011.

MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica/ José Manuel Moran, Marcos T.

Masetto, Marilda Aparecida Behrens – 21ª ed. rev. e atual – Campinas, SP: Papirus, 2013. (Coleção

Papirus Educação).

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula/ Marcos Napolitano - 5. ed., 1ª

reimpressão - São Paulo: Contexto, 2013.

FRESQUET, Adriana. Cinema e educação: reflexões e experiências com professores e estudantes de educação básica, dentro e “fora” da escola. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. (Coleção

Alteridade e Criação, 2).

SOUZA, Jésus Barbosa; CAMPEDELLI, Samira Youseff. Literaturas brasileira e portuguesa. Ed. –

Saraiva, vol. único.

KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Leitura, texto e sentido. In Ler e compreender: os sentidos do texto. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2006.

BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e

Tecnológica. – Brasília: Ministério da Educação, 1999. 364 p.: il.: fotos; 27 cm.

BRASIL. Orientações Curriculares para o ensino médio: Ministério da Educação. Secretaria da

Educação Básica. 10°. Ed. Brasília, Distrito Federal: Editora FTD, 2000.

GRIJÓ, Graça. A prática do ensino da literatura no ensino médio. 2/. Ed. São Paulo: Editora Ática,

2008.

MALHARES, Marisa. Os PCNs e o ensino médio. 3°. Ed. São Paulo: Editora Atual, 2010.

A Contribuição da música e do cinema na aprendizagem da literatura brasileira: Realismo/Naturalismo

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Dielly Keieny Damasceno SilvaBiografiaAcadêmica do curso de Letras da Faculdade Anhanguera, Anápolis/GO – 2014/01.

Taynara Ramos BatistaBiografiaAcadêmica do curso de Letras da Faculdade Anhanguera, Anápolis/GO – 2014/01.

Valéria Victorino Valle Orientadora

Biografia Profª e escritora Valéria Victorino Valle.Comendadora da Academia de Letras de Goiás.Delegada da Academia de Letras e Artes de Valparaiso - Chile.

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Dielly Keieny; Taynara Ramos 19

Membro das Academias de Letras ANALE, ALBA, ALG e ULA(GO); ANBA(RJ), AAL(SP), APLB(BA), ARTPOP(RJ).

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