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N.2 Vol II Ed 2010 Artigos da Comunidade ADNG DIVING “Afinal as coisas não acontecem só aos outros.” Um dos membros da Comunidade ADNG DIVING, partilhou um pequeno artigo mas de grande importância para todos aqueles que mergulham, independentemente da sua experiência. Esse mergulho foi efectuado em local desconhecido, e operador desconhecido. A pedido do autor, a sua identidade não será referida. Um belo dia, estava eu em formação, quando o meu instrutor de mergulho, ao ser confrontado com uma pergunta de um aluno que queria saber sobre a obrigatoriedade do uso da faca nos mergulhos, deu uma resposta da qual não me esqueço nem nunca me esquecerei! Disse ele: obrigatório não é, mas deves levar sempre uma faca ou um instrumento cortante contigo. Mas digote uma coisa, no dia em vieres a necessitar dela e não a tiveres, tens fortes possibilidades de nunca mais vires a necessitar dela... Por me lembrar bem destas palavras e porque senti na primeira pessoa a veracidade das mesmas, decidi relatar um pequeno episódio de mergulho que, acho eu, poderá de alguma forma contribuir para que façamos os nossos mergulhos com cada vez mais segurança. Saímos cerca das 17H00 para um mergulho calmo e descontraído, como costumávamos fazer muitas sextasfeiras. Acabada a semana, acabado um dia de trabalho; porque não um mergulhinho para descontrair. Afinal essa é uma das razões porque mergulhamos. Estávamos em Outubro e os dias já eram mais pequenos, mesmo assim ainda havia tempo para molhar os fatos. Apesar do inesperado atraso de um companheiro, decidimos ir mergulhar. Formávamos um grupo de 3 duplas, 3 OWD e 3 AOW, todos conhecidos e habituados a mergulhar em conjunto. Tentando ganhar tempo, decidimonos por um mergulho num spot muito mais perto do que o inicialmente previsto, pelo que pouco tempo depois já estávamos todos na água. A profundidade nunca foi além dos 15 metros. Decorrido cerca de 15 minutos de tempo de fundo apercebemonos que a luminosidade começa a desaparecer, Contudo, continuamos o nosso mergulho, dando especial atenção ao grupo. Lanternas cá para fora e, tudo sinaliza ok, nada de anormal. O mergulho estava a decorrer dentro do previsto, não fosse o facto de escurecer cada vez mais. De repente, viemos a saber depois que foi devido à rápida deterioração das condições atmosféricas e a passagem de um conjunto de nuvens, fezse noite lá em baixo! A rapidez foi tal que não deu E: [email protected] WWW.ADNGDIVING.COM COMUNIDADE DE MERGULHO ONLINE

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N.2 Vol II Ed 2010 

Artigos da Comunidade ADNG DIVING 

“Afinal as coisas não acontecem só aos outros.” 

       

 Um dos membros da Comunidade 

ADNG DIVING, partilhou um pequeno artigo mas de grande importância para todos aqueles que mergulham, 

independentemente da sua experiência. 

Esse mergulho foi efectuado em local desconhecido, e operador 

desconhecido. A pedido do autor, a sua identidade 

não será referida.   Um belo dia, estava eu em  formação, quando o meu  instrutor de mergulho, ao  ser  confrontado  com  uma pergunta  de  um  aluno  que  queria saber sobre a obrigatoriedade do uso da  faca  nos  mergulhos,  deu  uma resposta da qual não me esqueço nem nunca  me  esquecerei!  Disse  ele: obrigatório  não  é,  mas  deves  levar sempre uma  faca ou um  instrumento cortante  contigo.  Mas  digo‐te  uma coisa,  no  dia  em  vieres  a  necessitar dela  e  não  a  tiveres,  tens  fortes possibilidades  de  nunca mais  vires  a necessitar dela...   Por me lembrar bem destas palavras e porque  senti  na  primeira  pessoa  a veracidade das mesmas, decidi relatar um  pequeno  episódio  de  mergulho que,  acho  eu,  poderá  de  alguma forma contribuir para que façamos os nossos mergulhos com cada vez mais segurança.   Saímos  cerca  das  17H00  para  um mergulho calmo e descontraído, como 

costumávamos  fazer  muitas  sextas‐feiras.  Acabada  a  semana,  acabado um  dia  de  trabalho;  porque  não  um mergulhinho  para  descontrair.  Afinal essa  é  uma  das  razões  porque mergulhamos.   Estávamos  em  Outubro  e  os  dias  já eram  mais  pequenos,  mesmo  assim ainda  havia  tempo  para  molhar  os fatos. Apesar do inesperado atraso de um  companheiro,  decidimos  ir mergulhar. Formávamos um grupo de 3  duplas,  3  OWD  e  3  AOW,  todos conhecidos e habituados a mergulhar em conjunto.   Tentando  ganhar  tempo,  decidimo‐nos por um mergulho num spot muito mais  perto  do  que  o  inicialmente previsto,  pelo  que  pouco  tempo depois  já estávamos todos na água. A profundidade  nunca  foi  além  dos  15 metros.   Decorrido  cerca  de  15  minutos  de tempo de fundo apercebemo‐nos que a luminosidade começa a desaparecer, Contudo,  continuamos  o  nosso 

mergulho, dando especial atenção ao grupo. Lanternas cá para fora e, tudo sinaliza ok, nada de anormal.   O mergulho estava a decorrer dentro do  previsto,  não  fosse  o  facto  de escurecer  cada  vez mais. De  repente, viemos a saber depois que foi devido à rápida  deterioração  das  condições atmosféricas  e  a  passagem  de  um conjunto de nuvens, fez‐se noite  lá em baixo!  A  rapidez  foi  tal  que  não  deu 

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para  nada.  De  um  momento  para outro a visibilidade  ficou a  ser aquela que  era  fornecida  pelas  nossas lanternas,  fora  isso  escuridão  total. O grupo  dissipou‐se,  fiquei  eu  e  o meu parceiro.   Como  tinha  contabilizado mentalmente  o  tempo  que  tinha demorado em dado sentido, e já vinha no  caminho  de  regresso,  parei, sinalizei subida ao meu parceiro e vai de  iniciar os procedimentos de  lançar a  bóia.  A  minha  posição  ficava assinalada e mais facilmente seriamos recolhidos.  O  mergulho  estava terminado, não havia condições.   Nesses  instantes  o  meu  parceiro desaparece,  nem  foco  da  lanterna nem  nada,  ele  tinha  desaparecido! Ainda não sei quem encontrou quem, o que é certo é que ele estava mesmo ao meu  lado, num plano  ligeiramente inferior  e  agitava  a  sua  lanterna  com um dos braços. Alto, ali há "gato".   Não  era  gato  nenhum,  eram  umas redes pesca que estavam presas num cabeço e dentro delas o meu parceiro!   É  muito  difícil  descrever  o  que  se sente  num  momento  desses,  até porque  esse  meu  parceiro  que  ali estava era o meu filho! Não há manual nem  nenhum  exercício  que  tenha executado que  ajude.  Só pensava  em ficar o mais calmo possível e tirar dali o meu  filho. Uma  rápida olhadela aos instrumentos  sossegou‐me,  havia  Ar suficiente. O meu dilema era como me aproximo sem ficar lá também. O meu filho, aguardava com a maior calma do mundo,  felizmente  não  entrou  em pânico  nem  por  um  instante, consciente  estava  da  gravidade  da situação  e quanto  a  complicaria  caso 

entrasse  em  stress.  Deste  modo, consegui  introduzir‐me por baixo dele e,  com  a  faca,  comecei  a  cortar  as redes,  tendo  o  cuidado  de  não  as soltar  antes  que  ele  estivesse  todo livre. Em pouco  tempo estava  livre e iniciamos  a  subida. 

   

Imagem ilustrativa  

Uma  vez  no  barco  bocados  de  rede presas nas alças das barbatanas eram as  únicas  recordações  físicas  do acontecido.  Quanto  às  outras recordações,  ligo‐lhes  a  importância que  merecem,  e,  agora  ao  tentar escolher as palavras mais apropriadas, só  posso  dizer  que  foram  dos momentos  mais  complicados  que atravessei  na minha  vida. O  primeiro impacto  quando  vi  à  luz  da  minha lanterna as  redes,  foi brutal! Logo de seguida  todos as energias e emoções foram centradas em tirá‐lo dali; não dá tempo para mais nada! Não podemos nem queremos pensar em mais nada.   Prefiro pois centrar‐me nas  lições que aprendi  naquele  dia.  Em  primeiro lugar  segurança;  podíamos  ter  isso 

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mergulhar  apesar  do  avançado  da hora,  mas  devíamos  ter  estudado melhor  a meteorologia.  Em  segundo, uma vez que  iam OWD connosco aos primeiros  sinais  de  falta  de luminosidade,  deveríamos  ter empreendido  a  subida  e  finalizado  o mergulho.  Em  terceiro  lugar  aprendi que uma faca não chega... e se ela cai?   Assim  a  primeira  coisa  que  fiz  nesse mesmo  dia  foi  colocar  um  cabo  de segurança  na  faca,  Assim  quando  a tiro  ela  fica  presa  ao meu  pulso.  No dia  seguinte  fui  comprar  uma  outra faca; assim  levo uma na perna e outra no colete.   Claro  que  agora,  sempre  que mergulhamos,  tenho  sempre  o cuidado  de  me  informar  sobre  a existência  ou  não  de  redes  por aquelas “bandas” e, quando  vejo um cabo de pesca, nem perto passo.   Não  quero  com  este  relato, amedrontar  ou  desencorajar  seja quem  for.  Quero  sim  chamar  a atenção  para  um  facto  com  o  qual temos  de  conviver  lá  em  baixo,  as redes de pesca.   Afinal as coisas não acontecem só aos outros.              

 

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