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artno7 - REVISTA CULTURAL DE TAGUATINGA

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ÍndiceCapaCom a combinação de teatro e educação, o coletivo 36Barra38 prepara jovens para o universo da atuação.

Editorial

Música

Crônica

Ilustração

Literatura

CAPA Rayssa Carvalho, aluna do curso de teatro / Fotografia por Adriane Ribeiro

Estamos aqui na redação refletindo sobre o que é arte. Quer saber a conclusão? Espie só.

Confira entrevista com a banda Victor Não Gosta e veja o porquê você pode gostar

deles.

A estudante Thayná Barbosa narra o conto de uma menina e de um cachorrinho que têm histórias bem parecidas.

Com apenas 15 anos, Lola está escrevendo um livro. Saiba como ela começou esta em-preitada e qual é a história que ela quer contar.

Veja desenhos produzidos por ex-aluno do 7 com a ajuda da computação gráfica.

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Coluna

Listas

FotografiaConfira o trabalho fotográfico do estudante

Emanoell Porto Nobre e conheça suas táticas para tirar fotos artísticas usando apenas o

celular.

A aluna Karina Albuquerque opina sobre a “moda” do funk Ostentação.

Dez frases que expressam a opinião de artistas sobre seu ofício.

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Editora e diretora responsável: Daniele Ribeiro

Redação: Daniele Ribeiro e Cesma AlvesRevisão: Eveline de Assis

Editor de arte: Daniel RodriguesDiagramação: Daniel Rodrigues

Fotografia: Adriane RibeiroProdução: Cesma AlvesSupervisão: Rodrigo Lins

Distribuição digital gratuitaartno7 — REVISTA CULTURAL DE TAGUATINGA

é uma publicação única feita exclusivamente para o Centro Educacional nº 7, Área Especial — Setor M Norte EQNM 36/38 Conjunto B — Taguatinga

Norte, Brasília/DF, 72145-617(61) 3901-8206

http://ced07taguatinga.blogspot.com.br/

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editorial

Se Expresse!

O que é arte? O que é arte se não a materialização das expressões humanas? Sim, arte, esta palavra usada de forma tão refinada tem um significado mui-to simples: expressão. E quem de nós não se expressa? Todos nós exalamos emoções o tempo todo. Exteriorizamos os nossos pensamentos e sentimen-tos, defendemos nossas opiniões, enfatizamos o nosso ponto de vista...

Arte nada mais é que dizer a sua verdade. E a sua verdade pode ser a verdade de outra pessoa, de um grupo de pessoas, de uma comunidade, de um país.Por isso, se expresse! Cante, toque, pinte, escreva, atue, grave, desenhe, fotografe. Arte é felicidade e é tristeza. Arte é o que te toca e conversa com sua alma. Isso é arte: uma conversa de almas.

Nesta edição única de Artno7, vamos dar espaço para os artistas do Centro Educacional nº 7 de Taguatinga Norte mostrarem seus trabalhos e vamos in-centivar você, que quer ser um artista, mas pensa que isso é impossível, a começar a expressar a sua verdade. Afinal, o próximo sucesso mundial pode estar aí, na sua escola, e pode ser você.

Daniele RibeiroEditora e Diretora Responsável

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música

Do que o Victor Gosta?

A banda formada pelos amigos m

úsicos e que começou

na escola só tem certeza de um

a coisa: música é o

que eles gostam

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Os três amigos John Rocha (18), Vic-tor Hugo Gomez Melo (18), e Victor Silva (19), formaram a banda Victor Não Gosta, há 10 meses.

O grupo surgiu para atender aos espe-táculos do grupo de teatro da escola e, durante os intervalos dos ensaios teatrais, faziam sessões musicais misturando suas músicas preferidas. Quando se deram conta, já eram uma banda com nome, rotinas de en-saios e estilo musical definido... quer dizer, nem tanto.

Confira uma entrevista com os inte-grantes Victor Hugo, baterista e es-tudante do terceiro ano do ensino médio do 7, e Victor Silva, ex-aluno e guitarrista do trio, na qual eles fa-lam sobre a cultura nas escolas, ju-ventude, futuro musical e a mistura de estilos da banda.

• Comovocêsseconheceram?

Do que o Victor Gosta?

VictorSilva: Eu e o Victor Hugo nos conhecemos há quatro anos, quando fazíamos o ensino fundamental, mas formamos essa banda quando entra-mos para a seleção do grupo de te-atro da escola. Já o nosso baixista, John, caiu de paraquedas na banda. Ele não estudava na escola, mas veio para o mesmo processo de seleção do grupo de teatro. Como ele não pôde se manter no grupo, devido a sua agenda pessoal, um tempo de-pois chamamos ele para participar da banda.

Victor Silva (Guitarrista)

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• Qualoestilomusicaldabanda?Quaissãoassuasinfluências?

VictorSilva:Somos influenciados por vários estilos musicais, Victor Hugo, o nosso baterista, traz referencias do heavy metal. O John, é influenciado pelo rock nacional dos anos 70. Já eu gosto dessa coisa mais jazz e MPB, mas podemos dizer que o que deu dessa mistura foi rock, um rock sem definição certa, mas é rock.Nós trazemos influências de tudo na verdade, de blues ao funk, de bossa nova ao samba, nos ensaios, às vezes a gente começa uma música no sam-ba e terminamos no heavy metal, nos divertimos muito.• Comoosalunoseosprofessoresenxergam o fato de vocês teremumabandaquefoiformadanaes-cola?

VictorHugo: Meus amigos da escola acham sensacional eu ter uma ban-da, eles também gostam de rock en-tão eles acham divertido, eu sempre chamo eles para os ensaios da banda e para os shows. Os professores tam-bém acham interessante e gostam

muito, na escola eu sou o único que vai fazer faculdade de música.

Victor Silva: A direção da escola é muito aberta para os projetos sociais e não é só focado para os alunos da-qui, é aberto a comunidade, e agra-decemos muito por ter esse espaço aqui.

• E você sentiu algum diferençanas suas atividades escolares de-poisquecomeçouaensaiarcomabanda?

VictorHugo: Senti muito efeito com relação à minha disciplina, na bate-ria você tem que ter muita discipli-na com o instrumento, músico indis-ciplinado não vai pra frente, então eu apliquei essa disciplina também nos deveres de casa. A música facili-ta muito o entendimento das coisas, hoje eu vejo tudo com mais simplici-dade. Na música, você entende todo o processo, tudo que está acontecen-do e é mais fácil trazer isso pra sua vida de uma forma geral.

• Vocêsacreditamqueasescolasdeveriaminvestirmaisemativida-desculturaiscomoamúsica?

Victor Silva: Sim, com certeza. A mídia mostra assuntos que estão em evidência. As rádios tocam apenas um ou dois estilos de música, os es-tilos que estão mais estourados no momento, a TV também é limitada, então a escola tem esse espaço para educar os jovens e deve investir nisto sim.

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• E como vocês se veem no futu-ro?Pretendemcontinuaracarreiramusical?

VictorHugo: Da forma que estou to-cando agora, eu me tornei um músico de sessão. Eu me vejo gravando em estúdio, sendo um músico contratado por outros músicos para participar da

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Victor Hugo (Baterista)

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gravação de um disco, fazer shows, etc. E eu já estou sendo chamado para fazer esses trabalhos.VictorSilva:Minha profissão original é programador, mas nestes anos to-dos trabalhando com música, eu per-

cebi que posso trabalhar com algo voltado pra produção ou até mesmo trabalhar com outras mídias como o rádio, podcasts e produções tea-trais. O que tiver envolvimento com produção musical, eu quero fazer.

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crônica

Maria Inês mora em um bairro pobre e distante, sua vida não é fácil. A me-nina vive em uma casa de dois cômo-dos, com a mãe e os quatro irmãos, sendo dois irmãos mais velhos do que ela, e dois irmãos mais novos.Um certo dia, andando pelas ruas de seu bairro, ela achou um cachorro abandonado. O bichinho estava feri-do e faminto. Maria Inês ficou mui-to triste, pois não poderia pegá-lo. Por mais que quisesse, ela não teria condições de cuidar do animal. A ga-rota também não tinha mesa cheia em casa, e nem uma cama quentinha para dormir. Dividia um colchão com seus dois irmão mais novos, enquanto sua mãe e os outros irmãos dormiam onde dava.Ela, então, teve uma grande ideia. Tirar várias fotos do cachorrinho e dar informações sobre ele no Face-book, com a esperança de alguém querer adotá-lo. A menina recebeu muitas curtidas, comentários e com-partilhamentos na rede social, toda a comoção foi bem além do que ela esperava.

Foi aí que apareceu Cristina, sua ami-ga de escola desde a primeira série. A amiga tinha uma condição de vida melhor e ficou muito impressionada com a história do animal abandonado e doente. Cristina resolveu adotá-lo.Hoje, meses depois do acontecido, o animal está saudável, feliz e com as vacinas todas em dia. Tem todo o ca-rinho e o amor de sua dona.Maria Inês continua na mesma situ-ação em que estava. Nada mudou em sua casa. Ela ainda não tem uma mesa farta, e ainda divide o colchão com os irmãos mais novos na hora de dormir. Sua mãe agora tem dois em-pregos, para tentar melhorar a vida da família, mas ela e os dois irmãos mais velhos ainda dormem onde dá.Mas tudo bem, o Facebook como uma rede social que muitas vezes parece não ter utilidade, pode despertar so-lidariedade nas pessoas. Ajudou o ca-chorrinho a ter casa e comida.Quem sabe um dia não ajude a famí-lia da Maria Inês também.

O cão e o FacebookPor Thayná Barbosa17 anos, aluna do primeiro ano do ensino médio

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teatro

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De Viúva

a RussoAberto aos estudantes e jovens da comunidade, o Núcleo Permanente de Teatro,

36Barra38 é a “menina dos olhos” dos alunos e professores do 7. Saiba como surgiu o grupo e conheça as estrelas do projeto

Há exatos três anos o professor e en-tusiasta cultural Adalto Serra rece-beu o convite dos gestores do 7 para montar um grupo teatral na escola que ensinasse aos alunos a arte da in-terpretação. A atividade, que deveria ser em horário contrário ao das aulas, não estaria na grade curricular dos estudantes, ou seja, não seria obri-gatória e nem valeria nota. Se inscre-veriam apenas os alunos interessados

em aprender e a montar peças. Sur-gia assim o 36Barra38, coletivo ar-tístico que é o maior orgulho do 7.

Desde que iniciou as atividades em um teatro improvisado na escola, o grupo já produziu três espetáculos: Os Sete Gatinhos e Viúva, Porém Honesta, obras do escritor e drama-turgo Nelson Rodrigues — adaptadas pelo diretor e professor Adalto — e

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Russo, drama musical baseado na vida e obra do líder da banda Legião Urbana, Renato Russo, escrito e diri-gido pelo próprio educador.

E a intenção é continuar a todo o va-por. O coletivo pretende melhorar a estrutura do teatro para expandir as apresentações ao maior número de espectadores possíveis e investir em divulgação dos espetáculos produ-zidos por eles. Atualmente, o grupo composto por 12 pessoas, entre alu-nos, ex-alunos e jovens da comuni-dade, abre inscrições para seleção de novos integrantes todos os anos. Então fique ligado no mural da esco-la para saber quando será a próxima seleção.

Futuros AstrosEstudante do segundo ano do ensino médio, Matheus Melarva, 16 anos, começou a se interessar por atuação desde muito cedo. Influenciado pelos artistas da TV, fez curso para repre-sentação circense ainda na infância, mas foi somente no ano passado que o adolescente encontrou a oportu-nidade que esperava. “Quando vi o anúncio no mural da escola, chamei todos os meus amigos para participa-rem. Apesar da desistência deles, eu fiquei porque gosto muito das aulas e deste mundo do teatro”, comenta.Tendo atuado em duas peças produ-zidas pelo coletivo — Viúva, Porém Honesta e Russo, o ator já consegue

se ver nos grandes palcos e até sabe o gênero de atuação que quer seguir. “Me identifiquei muito com a comé-dia, o drama me deixa deprimido. Se eu me dedicar ao teatro profissional, pretendo ir para o rumo da comédia. Me faz bem”, afirma.

De acordo com o jovem, é impor-tante ter esse espaço para manifes-tações artísticas nas escolas. “Assim como os esportes são incentivados nas escolas, o teatro também deve-ria ser. Teatro e esporte deveriam ter o mesmo espaço e o aluno ter a op-ção de escolher qual atividade quer fazer”, explica.

Além de atuar, o adolescente preten-de fazer faculdade de Psicologia. A certeza de que o teatro sempre esta-rá presente em sua vida, é concreta. “Eu nunca vou abandonar o teatro, sempre irei assistir e fazer peças. Quando for psicólogo, vou recomen-dar para os meus pacientes que fa-çam teatro. Se me ajudou, pode aju-dar a qualquer pessoa”, finaliza.

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Matheus Melarva (Aluno) Acervo pessoal

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Um líder com visão

Companheira de palco de Matheus, a adolescente Rayssa Carvalho, 16 anos, aluna do 7 e uma das estrelas do espetáculo Russo, ingressou no 36Barra38 no começo de 2013. Para a jovem, o curso só trouxe benefícios para a vida pessoal e escolar. “Antes de fazer teatro, eu era muito fecha-da. Hoje sou muito mais espontânea. Até para apresentar trabalhos na sala, já não tenho mais aquela timi-dez. Aprendi a me comunicar com as pessoas”, conta.

A estudante acredita que este espaço para as artes nas escolas é incenti-vador e que pode mudar realidades. “Muitos alunos procuram uma opor-tunidade de fazer algo diferente, além de ficarem em casa só fazendo o dever de casa. Estudar é importan-te mas as atividades culturais acres-centam cultura à vida”, explica.

Aliás, a moça já tem planos para o futuro profissional. “Eu pretendo levar o teatro como profissão. Que-ro fazer faculdade de artes cênicas. Mas tenho consciência de que preciso lutar muito para ter reconhecimento como atriz”, destaca.

Em relação à importância dos jovens terem proximidade com a arte, a atriz é enfática: “Hoje em dia, os jo-vens só gostam de festas e baladas. Em uma peça de teatro, você tem contato com suas emoções mais pro-fundas. Isso não acontece em uma

festa. Por isso recomendo a todos que venham ao teatro”, completa.

Formado em artes plásticas e artes cênicas pela Universidade de Brasí-lia, o ator, diretor e professor Adalto Serra, 37 anos, está à frente do pro-jeto de levar arte para escolas públi-cas do Distrito Federal há seis anos.

Adepto do modelo de educação hori-zontal — ensino em que o professor e os alunos estejam no mesmo nível de participação nas aulas, ele acredita que essa é a forma de ensino do fu-turo. “É assim que você conquista as pessoas, você as faz se sentirem par-te do processo. É muito chato para o aluno que não sabe nem para que ele está aqui”, ressalta.

Segundo o professor, as aulas de teatro no coletivo são conduzidas

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Rayssa Carvalho (Aluna)

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na maior parte do tempo na prática, inserindo os princípios teóricos jun-tamente com a elaboração das ati-vidades. “Estudar teatro é produzir teatro. Peça é para ser vista e para ser feita. Não acho legal eu chegar para eles e dar aulas sobre teorias do teatro. A prática é muito melhor”, acrescenta.

O líder do grupo também defende um encaminhamento mais sensível em relação ao ensino nas escolas. “Depois de um tempo, você compre-ende que o papel da escola é este, formar um cidadão crítico, sensível e que consiga dialogar com o mundo de uma maneira mais humana. O teatro é uma ferramenta muito poderosa para não transformar a educação em uma educação vazia”, complementa.

Acervo de figurino do grupo

Abertura da peça Russo

Ensaio da peça Russo

Adalto Serra (Professor) Acervo pes-soal

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ilustraçãoComputação gráficatambém é arte

O ex-aluno do 7, César Fernandes Azenha, desde pequeno adora de-senhar. O estudante sempre utilizou papel e lápis de cor como ferramen-tas para expressar suas ideias.

Em 2009, mesmo ano em que se for-mou, iniciou seus estudos nas dispi-clina de computação gráfica. A partir

daí, o fascínio pelo desenho tomou novas formas. Agora, ele desenha uti-lizando o Adobe Illustrator, programa de computador usado para desenhos digitais.

Confira abaixo, os trabalhos produzi-dos por meio dessa ferramenta mo-derna.

Holden Efijy (2011)

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Batman (2011)

Xadrez (2010)

Olivia Dunham (2013)

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literatura

A Menina que Escreve Livros

A adolescente Lola encantou-se pelo mundo dos livros aos 8 anos. Aos 14

começou a escrever. Agora, ela se prepara para o maior desafio de sua vida

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Escreve Livros

Aos 15 anos de idade e com uma ex-tensa lista de escritores preferidos — de Machado de Assis a Caio Fer-nando Abreu — a estudante Lorrayne Damasio, do segundo ano do ensino médio, decidiu colocar no papel toda sua inspiração literária e escrever o seu próprio romance.

Mas, não se engane. Lola, como é co-nhecida entre os amigos, não é uma novata na arte da escrita. A moça já produziu 25 trabalhos entre poemas, sonetos e contos. Para o seu primeiro livro, ela se inspira no escritor nor-te-americano de livros juvenis John Green — autor de títulos como A Cul-pa é das Estrelas e Cidades de Pa-pel — e nos ensinamentos dele para jovens escritores por meio das redes sociais.

Com o título provisório de A Maldi-ção das Famílias, a história tem tudo a ver com o universo em que a es-tudante vive: adolescência, esco-la, paixão, romance e rejeição. “A personagem principal chama-se Ga-brielle, ela é descendente de nativos americanos, tem 17 anos e é bem po-pular na escola”, explica.

Mas, como toda boa trama, esta também é cheia de reviravoltas e mistérios. “Um dia, aparece um ga-roto britânico na escola, bem miste-rioso. Gabrielle tenta se aproximar, mas ele se afasta. Tem uma maldição

envolvendo a família dos dois, só que ela não sabe ainda”, revela.

Na escola, a escritora encontra todo o apoio dos amigos e professores para aprimorar seu talento. “Quando estão apaixonadas, as minhas amigas logo me pedem para escrever poe-mas ou sonetos para os amados. Os professores também ajudam muito, revisando meus textos e dando to-ques”, acrescenta.

Fora da sala de aula, uma outra parte do colégio também tem sido funda-mental para a garota desenvolver o livro. “A biblioteca é meu lugar pre-ferido, é muito calma e tem um es-paço ótimo. Sempre tem livros novos e eu já encontrei vários que serviram para minhas pesquisas e estudos”, comenta.

Para aqueles que querem começar a criar histórias, a escritora dá a dica: “Escrever é como abrir uma realida-de fora a sua. Eu indico a todos, mes-mo que não saibam escrever ou que não sejam fanáticos por livros como eu, que peguem uma folha e deixe fluir. Alguma coisa boa vai sair”, fi-naliza.

O livro A Maldição das Famílias, terá em torno de 450 páginas e está pre-visto para sair no final do ano que vem.

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fotografia

O click perfeitoÉ possível tirar fotos artísticas usando apenas o celular? Jovem

fotógrafo, aluno aqui do 7, prova que sim. E ele está no caminho certo para se tornar um profissional de sucesso

O estudante do segundo ano do ensi-no médio, Emanoell Porto Nobre, de 16 anos, começou a se interessar por fotografia desde que viu uma câme-ra digital jogada em casa e decidiu fotografar tudo o que chamava aten-ção em seu cotidiano, desde flores que decoravam seu jardim a pessoas caminhando nas ruas. Este interesse

em “congelar” a imagem foi crescen-do a cada click e com a evolução da qualidade das câmeras dos celulares, levar um dispositivo fotográfico para onde quer que fosse se tornou muito mais prático e aprimorou o olhar do jovem para a captura do momento perfeito. Hoje, matriculado em um curso de fotografia e com o olhar

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bem treinado, ele garante: não é preciso ter um equipamento profis-sional para conseguir um bom resul-tado nas fotos. Leia a entrevista com o estudante e confira alguns de seus trabalhos fotográficos.

• Oquevocêmaisgostadefoto-grafar?

Gosto de fotografar tudo o que me chama atenção: pessoas, paisagens, flores e situações que somente eu mesmo irei entender.

• Como você sabe que o momen-toquevocêestávivenciandoéummomentoperfeitoparaumafoto?

Eu sempre componho minhas fotos antes de tirá-las, na minha cabeça eu já imagino como a foto ficará, crio uma história, coloco as situações em um contexto que vá funcionar para ela, e geralmente dá certo. Às vezes o cenário já está feito pela própria natureza e eu só registro a imagem.

• Você acredita que um equipa-mento profissional influência naqualidadedafotoouoolhardofo-tografoémaisimportantenotra-balhodecomposiçãodasimagens?

Entendo que a qualidade de uma câ-mera profissional é superior e às ve-zes isso é cobrado de mim no meu curso de fotografia, mas entre uma câmera profissional e um celular,

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eu ainda prefiro o celular por ser mais prático e mais leve. Por exem-plo, se eu precisar subir em uma ár-vore para registrar uma situação de um outro ângulo, com a câmera pro-fissional seria muito mais difícil, pois não é uma câmera prática. Com o ce-lular, eu registro tudo rapidamente e a qualidade também é muito boa.

• Lembrade algummomentoquerendeuumafotoquemaislhemar-cou?

Uma das minhas preferidas é uma foto que eu tirei de uma idosa, ela estava querendo sorrir mas não con-seguia, me dava a impressão de que ela queria ser feliz mas não podia, pois esta senhora já passou por tan-ta dor que estava imersa em muitas mágoas. Eu consegui transmitir tudo isso pela fotografia, a imagem ficou muito sensível e forte.

• Vocêseinspiraemalgumfotó-grafofamoso,músicasoufilmesparafotografar?

Fotógrafo famoso, não. Eu evito pro-curar o trabalho de fotógrafos famo-sos, pois se eu ver uma coisa, vou querer fazer igual. Mas, em música sim, eu me espelho muito em músi-ca e o que ela me passa. Fui fazer um ensaio de uma amiga e me inspi-rei em uma música da Ana Larousse chamada Vai, Menina, e eu consegui transmitir o olhar que tenho desta música através desse ensaio. Faço muito isso.

• Quais as suas aspirações paraofuturo?Vocêacreditaqueaindaestaránestaáreaartística?

Sim, com certeza pois a fotografia me faz muito bem. O trabalho é can-sativo pois, depois de tirar as fotos

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eu tenho que escolher as melhores, observar a qualidade delas e editar. Mas, depois do trabalho concluído eu tenho uma sensação tão boa que todo o cansaço e o estresse não são nada perto do resultado final. Meu plano para o futuro é fazer um curso de Ar-tes Cênicas na UnB, ou Publicidade e Propaganda, mas eu sempre estarei de alguma forma ligado a este mundo artístico e fotográfico.

• Qualdicavocêdáparaalguémqueestáquerendofotografar,masse sente desanimado por não terumbomequipamento?

Desânimo é normal no começo, mas se a pessoa realmente quiser fazer isso mesmo, ela deve persistir e se-guir os seus sonhos. O equipamento é o de menos quando a pessoa tem a vontade.

Emanoell Porto Nobre (Fotógrafo)Contato para trabalho:[email protected]

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coluna

Os apelos do funk ostentação

Hoje em dia, os estilos musicais es-tão cada vez mais amplos, pois a cada dia se renovam ideias, pensamentos e gostos, principalmente quando se trata do público teen.

O público adolescente gosta de letras que retratam seu cotidiano, ou me-lhor, o jeito que queriam que fosse o seu cotidiano. E é o que acontece no funk ostentação.

O chamado funk de ostentação faz cada vez mais sucesso entre as crian-ças e os adolescentes. Suas músicas falam sobre o poder que os funkeiros ganham em suas comunidades e fa-zem apologia aos hábitos de consumo de produtos e marcas.

Particulamente, não gosto da mensa-gem que as letras deste tipo de funk passa aos jovens, pois atiça o consu-mismo exagerado dos ouvintes e pas-sa a eles a idea de que o legal é usar roupas caras e ter carros de luxo.

Não acredito que consumismo seja algo positivo. Com ele se consegue uma felicidade postiça, um bem es-tar momentâneo, mas nunca algo du-radouro. A “modinha” do funk osten-tação será tão duradoura quanto a suposta felicidade que eles vendem.

Penso que o funk ostentação tem um espaço muito maior do que deveria ter nas rádios e na televisão. Estas mídias poderiam dar mais espaço aos outros estilos musicais. Músicas que possam proporcionar aos ouvintes uma visão mais ampla sobre outras culturas e outros prazeres que não somente o consumo de bens mate-riais.

Por Karina Albuquerque 16 anos, aluna do primeiro ano do ensino médio

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listas

10frases que expressam a opinião de artistas sobre arte

1 — A arte existe porque a vida não basta. (Ferreira Gullar)

2 — Cinema é a fraude mais bonita do mundo. (Jean-Luc Godard)

3 — A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada. (Nelson Rodrigues)

4 — Imitação é uma forma de elogio. (Madonna)

5 — Na minha opinião, a literatura — e a arte de modo geral — é uma forma precária, mas ainda sim pode-rosa de afirmar a imortalidade. (Ariano Suassuna)

6 — Creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror. (Charles Chaplin)

7 — Todo mundo é uma estrela e me-rece o direito ao brilho. (Marilyn Monroe)

8 — A vida não imita a arte, imita a má televisão. (Woody Allen)

9 — A forma de governo mais adequa-da ao artista é a ausência de gover-no. Autoridade sobre ele e a sua arte é algo de ridículo. (Oscar Wilde)

10 — A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível. (Leonardo da Vinci)

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