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Teorias da ComunicaçãoEscola de Frankfurt e Teoria Crítica
Prof. Ms. Elizeu Silva
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Em 1922 Felix Weil
promoveu um seminário
sobre estudos sociais na
Universidade de Frankfurt.
No ano seguinte, em 1923,
junta-se a Carl Grünberg para
formar um Instituto para a
Investigação Social.
Conferência sobre marxismo. Frankfurt, 1923
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Somente em 1930, sob a direção de Max Horkheimer, já com o
status de Escola, as linhas de investigação do Instituto são
claramente definidas.
Entretanto, no mesmo ano Horkheimer é
obrigado a deixar a Alemanha devido à
chegada ao poder do Partido Nazista.
O Instituto transfere-se para Genebra e
posteriormente, em 1935, para Nova York
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
O objetivo era estudar o impacto da Primeira Guerra Mundial
sobre a sociedade europeia, bem como acompanhar, com reflexões
teóricas, a implantação do socialismo como forma de governo e do
comunismo como modelo de organização social (Rússia, 1917).
Realizar o ideal marxista
da relação dialética entre
teoria e práxis.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Principais nomes:
• Max Horkheimer
• Teodhor W. Adorno
• Herbert Marcuse
• Erick Fromm
• Otto Kirchheimer
• Leo Löwenthal
• Jürgen Habermas
• Franz Neumann
• Walter Benjamin
Walter Benjamin
desenvolveu um interessante
trabalho associando a Teoria
Crítica à produção artística
– tratava-se de um crítico de
arte e literário – que
infelizmente ficou
incompleta.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Karl Marx (1818–1883) deu origem à
tese de que a comunicação é uma
categoria abstrata, que precisa ser
compreendida no contexto da totalidade
concreta – determinada, em última
instância, pelo modo de produção
prevalecente na sociedade.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Para Marx, a Comunicação surge no momento em que a
cooperação (nos processos produtivos) pode facilitar a satisfação
de suas necessidades, que o trabalho em conjunto e
sua divisão social representam uma
força produtiva – o que leva o
homem a viver em sociedade.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
A Comunicação surge, portanto, como meio de relação entre os
indivíduos visando a produtividade.
A Comunicação surge primitivamente como mediação do trabalho,
determinando um modelo produtivo baseado na interdependência e
na divisão do trabalho.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Os aparatos de Comunicação se desenvolvem
com o avanço das forças produtivas, como
formas de socialização da consciência do
indivíduo e das coletividades (desenvolvidas
pelo trabalho).
No capitalismo, as pessoas passam a viver de
forma cada vez mais mediada pelos aparatos
tecnológicos de comunicação de massa.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Novas tecnologias de comunicação surgem justamente para fazer
frente ao desafio de mediar os novos estágios de relações sociais e
de cooperação produtiva.
As pessoas passam a dispor de
mais conhecimento sobre o
mundo, veiculadas na forma de
informações pela atividade
jornalística.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
No entanto, o
desenvolvimento tecnológico
dos meios de comunicação,
ao invés de promover a
reflexão emancipatória do
indivíduo, acabou por
promover a padronização das
consciências.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Os aparatos comunicacionais foram, sucessivamente, sendo
colocados a serviço da dominação de classe, tornando-se meios de
controle e cerceamento da própria comunicação – e, extensivamente,
da sociedade.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
O controle privado dos novos meios transformou-os em fonte geradora
de falsa consciência, na medida em que, através deles pode-se excluir,
censurar ou neutralizar a visibilidade e a reflexão públicas de certos
temas, bloqueando o processo comunicacional.
As comunicações encontram-se monopolizadas por grupos
dominantes, que orientam a mediação para o intuito de preservação do
poder.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Para os teóricos da Escola de Frankfurt, a Comunicação constitui,
portanto, uma categoria de mediação profundamente comprometida
com o projeto de dominação contido na estrutura da racionalidade
moderna.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
A comunicação representa,
portanto, uma categoria
ideológica, cujo questionamento
[da Comunicação como
sistema] deve ser
necessariamente crítico, ou seja,
vinculado à sua desconstrução.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
A Teoria Crítica representa uma inflexão teórica no pensamento social
predominante na primeira metade do século XX.
Prevalecia, então, o pensamento orientado pela Teoria Positivista,
fundada por Augusto Comte, e o Idealismo Alemão, defendido por
Schelling, Fichte e Hegel. A primeira funda-se no empirismo – o
conhecimento sensível das coisas – perspectiva que toma as coisas
como estas se apresentam, como realidades dadas e sobre as quais não
cabem transformações.
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Já o Idealismo Alemão, anterior ao Positivismo, tem sua origem
no cogito de René Descartes (“Penso, logo, existo”) e no primado
do pensamento (razão) sobre o conhecimento material e objetivo.
Com raízes no romantismo e na teologia, procura explicar a
sociedade tendo a razão como perspectiva. No viés idealista, a
realidade social pode ser criada a partir de ditames razoáveis.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
“A razão tipicamente moderna
é aquela cuja expressão maior
foi o próprio cartesianismo:
racionalista, reducionista,
manipuladora e opressora, pois
tal racionalidade tem em vista
tão somente os fins”.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
“A razão tem se mostrado como
forma de dominação ao passo que
deveria ser, ao contrário, acesso à
liberdade do homem, pois o
cientificismo mostra-se como sendo
uma insensata pretensão da sociedade
de se auto-compreender
perante tão somente o conhecimento científico, apresentando-se como
uma redução da razão humana”.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Desde o início os pesquisadores de Frankfurt se convenceram de
que as mídias haviam se transformado em forte instrumento de
dominação das massas.
Conferência sobre
marxismo. Frankfurt,
1923
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Refugiados nos EUA, os pensadores do grupo puderam perceber
que as tendências totalitárias não eram exclusividade dos regimes
fascistas (Alemanha, Itália, Espanha) e ditatoriais (União
Soviética), mas também estavam presentes em regimes
formalmente democráticos, como os EUA – embora se
apresentassem de formas diversas.
Problematizam a sociedade midiatizada que começa a surgir na
Europa devido à crescente popularização do rádio.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Assim, a Escola de Frankfurt torna-se
conhecida por desenvolver uma "teoria crítica
da sociedade", que é um modo de fazer
filosofia integrando os aspectos normativos da
reflexão filosófica e confrontando-os com as
questões sociais, visto que o objetivo da
mesma é fazer a crítica, buscando o
entendimento e promovendo a transformação
da sociedade.
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Se para os funcionalistas os meios de
comunicação de massa constituem
um subsistema atuante para o bom
funcionamento da sociedade, sob a
Teoria Crítica tornam-se suspeitos de
violência simbólica, e são encarados
como meios de dominação e poder.
(Mattelart, 1999)
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
Na década de 1940, Horkheimer e Adorno criam o conceito de Indústria
Cultural.
“Por hora a técnica da indústria cultural só chegou à estandardização e à
produção em série, sacrificando aquilo pelo qual a lógica da obra se
distinguia da lógica do sistema social”. (Adorno)
ESCOLA DE FRANKFURT E TEORIA CRÍTICA
A Escola de Frankfurt não constrói um sistema teórico fechado.
Manifesta-se por artigos, resenhas, ensaios, dando ideia de um edifício
teórico inacabado, constantemente passível de acréscimos.
MODELO DE LASSWELL
Bibliografia recomendada
HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz C.; FRANÇA, Vera Veiga. Teorias da
Comunicação – conceitos, escolas e tendências. 11ª edição, ed. Vozes, Petrópolis,
2011
MCQUAIL, Denis. Teoria da comunicação de massas. Lisboa, Fund. Calouste
Gulbenkian, 2003
RÜDIGER, Francisco. As teorias da comunicação. Porto Alegre, editora Penso,
2011
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 5ª edição, Lisboa, Editorial Presença,
1999