36
Arte e Estética Aula 9 Barroco Prof. Ms. Elizeu N. Silva

Aula 09 barroco

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Aula 09 barroco

Arte e EstéticaAula 9 –Barroco

Prof. Ms. Elizeu N. Silva

Page 2: Aula 09 barroco

Barroco

No fim do século XVI ocorre uma mudança notável na arte

italiana: surge o estilo barroco – sensual, emocional e

universalmente compreensível, em oposição ao maneirismo frio,

complexo e intelectualista.

Trata-se de uma arte ainda feita para as classes dominantes,

mas que leva em consideração as massas.

A linguagem universalista do Barroco, bem como sua

sensualidade e emotividade, servem à perfeição aos interesses

da Igreja Católica às voltas com a crescente influência da

Reforma Protestante.

Page 3: Aula 09 barroco

Barroco

A primeira obra à qual se atribui a estética Barroca é a

igreja Il Gesu, localizada em Roma, construída em 1575.

Foi construída com um desígnio muito especial: tratava-se

da sede da recém-fundada Ordem dos Jesuítas, esperança

da Igreja para combater a Reforma protestante na Europa.

Page 4: Aula 09 barroco

Igreja Il Gesu. Roma, 1575.

Giacomo Della Porta

Page 5: Aula 09 barroco

Barroco

Assim como outros estilos, o barroco causou estranheza

às mentes acostumadas à estética renascentista, quando

começou a ser adotado por arquitetos, escultores e

pintores. O nome faz referência a algo “grotesco”,

“absurdo” e de “mal gosto”. Caracteriza-se como uma arte

que procura intensificar, pela forma, as emoções humanas.

Page 6: Aula 09 barroco

A deposição de Cristo. 1602.

Caravaggio (Michelangelo Merisi)

Page 7: Aula 09 barroco

Barroco

Michelangelo Merisi da

Caravaggio (Milão, 1571-

1610), considerado o

primeiro dos pintores

Barrocos, destaca-se pelo

contraste entre luz e

sombra – por meio da

técnica por ele

denominada chiaroscuro.

Page 8: Aula 09 barroco

Barroco

Entendia que sua pintura deveria retratar pessoas

comuns, de carne e osso, humanas, mortais, cheias de

emoção e vida, e até feias, quando fosse o caso. Acima

de tudo, ele queria retratar a verdade – uma verdade que

emocionasse as pessoas.

Page 9: Aula 09 barroco

Baco. 1595.

Caravaggio

(Michelangelo

Merisi)

Page 10: Aula 09 barroco

Crucificação de São Pedro.

1600. Caravaggio

(Michelangelo Merisi)

Page 11: Aula 09 barroco

Barroco

Quando todos estavam habituados a ver os apóstolos

retratados como homens ilustres, quase divinos, Caravaggio

os retrata como homens comuns, quase rudes,

trabalhadores como qualquer dos outros homens. Seu

objetivo era reproduzir o real com a máxima fidelidade,

fosse belo ou feio.

Page 12: Aula 09 barroco

Tomé, o Incrédulo. Caravaggio. 1600 (aprox.)

Page 13: Aula 09 barroco

Barroco

Peter Paul Rubens (1577-

1640), chegou a Roma em

1600, com 23 anos de idade

e logo tomou contato com as

discussões em torno da arte

de Caravaggio e de outros

artistas barrocos. Em 1608

retorna para Antuérpia

(Bélgica) e começa a

produzir pinturas de grandes

dimensões.

Page 14: Aula 09 barroco

Daniel na Cova dos Leões. Peter Paul Rubens.

Page 15: Aula 09 barroco

Cabeça de

criança.

Rubens, 1615.

Page 16: Aula 09 barroco

Barroco

Diego Rodrigues da Silva

y Velázquez (Sevilha,

1599 – 1660) foi durante

muitos anos o principal

artista da corte do rei

Felipe IV da Espanha.

Considerado como exímio

retratista, fez importantes

trabalhos para as

principais casas de

nobres da Europa.

Page 17: Aula 09 barroco

Las meninas.

Velazquez,

1656.

Page 18: Aula 09 barroco

Barroco

Rembrandt Harmenszoon van

Rijn (Leida, 1606 – 1669).

Principal nome da pintura

holandesa.

Seus trabalhos são divididos

em arte sacra, autorretratos e

retratos de grupos.

Inspirou-se em Caravaggio

para produzir pinturas quase

monocromáticas, com

evidente chiaroscuro.

Page 19: Aula 09 barroco

A Aula de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp. Rembrandt, 1632.

Page 20: Aula 09 barroco

A Companhia de Frans Banning Cocq e Willem van Ruytenburch (Ronda Noturna).

Rembrandt, 1642.

Page 21: Aula 09 barroco

Barroco

Principais características da

arte barroca:

• Predominância da cor

sobre o desenho: as

formas são construídas

pela variação de cores,

resultando em aparências

vagas e imprecisas.

Cabeça de criança. Rubens, 1615.

Page 22: Aula 09 barroco

Barroco

• Profundidade contínua:

Acentua-se a divisão entre

primeiro plano e plano de

fundo, com vários planos

intermediários – tal qual na

realidade. Desta forma, o

artista procura dar à

pintura um caráter

tridimensional.As meninas. Diego Velázquez, 1656

Page 23: Aula 09 barroco

Barroco

• Hegemonia da luz:

Enquanto no

Renascimento a

forma se sobrepunha

a tudo, no Barroco a

luz é o elemento de

maior interesse para

o artista.

Dependendo da luz,

Aula de anatomia. Rembrandt, 1632

as formas podem se desvanecer – seja pelo excesso de

luminosidade, ou pela escassez de luz.

Page 24: Aula 09 barroco

Barroco

• Composição

assimétrica e

atectônica:

Desequilíbrio nos

volumes, elementos

diagonais ou

elementos que

ultrapassam os

limites da tela são

frequentes no

barroco.

La Carreta. Louis Le Nain, 1641

Page 25: Aula 09 barroco

Barroco

• Movimento:

Considerado

como a arte da

vida, o Barroco

não podia ser

estático. Com o

uso de diagonais

e de figuras

instáveis, obtém-

se

Entrada do Canal Grande (Veneza). Giovanni

Antonio Canal (Canaletto). Séc. XVIII

dinamismo e vida em movimento nas pinturas.

Page 26: Aula 09 barroco

Barroco no Brasil

O barroco chega ao Brasil pelos jesuítas com o propósito de

manter a fé do europeu afastado da civilização, e conquistar o

cativo negro e o selvagem indígena.

Os jesuítas arquitetaram a catequização dos gentios propondo

a sedução por todos os sentidos, para que, por meio das artes,

pudessem espalhar os preceitos contrarreformistas e

antiluteranos.

Page 27: Aula 09 barroco

Barroco no Brasil

A chegada ao Brasil no fim do século XVII ocorre com quase

200 anos de atraso em relação à Europa. O ponto alto do

barroco no Brasil coincide com o auge da extração de ouro e

pedras preciosas em Minas Gerais, no século XVIII.

No Brasil, apresenta-se com cores fortes e uso intenso de tons

dourados.

Page 28: Aula 09 barroco

Barroco no Brasil

Manuel da Costa Ataíde (Mestre Ataíde). (Mariana, 1762 – 1830).

Trabalhou como pintor de painéis, dourador, pintor de imagens e

talha, desenhista e ilustrador. Suas obras, classificadas como

barrocas, destacam-se pela utilização de cores puras e

contrastadas, especialmente tons de azul. Seus anjos, madonas e

santos, muitas vezes, apresentam traços mestiços.

Page 29: Aula 09 barroco

Ascensão de

Cristo. Mestre

Ataíde

Page 30: Aula 09 barroco

Última ceia. Mestre Ataíde, 1828

Page 31: Aula 09 barroco

Sacristia da Sé de Salvador.. 1680

Page 32: Aula 09 barroco

Sacristia da Sé de Salvador.. 1680

Page 33: Aula 09 barroco

Barroco no Brasil

Antônio Francisco Lisboa

(Aleijadinho) (Ouro Preto,

1730/1738 – 1814).

Há poucos registros biográficos

sobre o artista. O principal

documento foi escrito somente

40 anos após a morte de

Aleijadinho.

Page 34: Aula 09 barroco

Barroco no Brasil

Sua trajetória é reconstituída principalmente através das obras

que deixou, embora mesmo neste âmbito sua contribuição seja

controversa, já que a atribuição da autoria da maior parte das

mais de quatrocentas criações que hoje existem associadas ao

seu nome foi feita sem qualquer comprovação documental,

baseando-se apenas em critérios de semelhança estilística com

peças documentadas.

Page 35: Aula 09 barroco

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos

Page 36: Aula 09 barroco

Bibliografia

FERNÁNDEZ, A.; BARNECHEA, E.; HARO, J. Historia del arte.

Barcelona, Ed. Vicens-Vives, 1998

GOMBRICH, E H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999

HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo,

Martins Fontes, 2000

TIRAPELI, Percival. Arte sacra colonial. São Paulo: Ed. Unesp.

VENTURI, Lionello. História da crítica de arte. Lisboa, Ed. 70, 2007