Upload
psicologia2015
View
107
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Análise Funcional do
ComportamentoProfª: Lígia Karim
Disciplina: Motivação e Aprendizagem
Unidade Funcional do Comportamento
Analista do comportamento – foca nas unidades
funcionais do comportamento como seu objeto de
estudo.
Estrutura determinista na medida em que vê o
comportamento humano como produto de uma
herança genética e de eventos ambientais que
ocorrem durante a vida de uma pessoa.
Unidade Funcional do Comportamento
Uso do método científico em relação ao
comportamento humano.
Não estuda apenas o condicionamento operante,
inclui em suas análises comportamentos privados
e encobertos.
Comportamentos não mudam apenas com a
exposição as contingências, mas também a partir
de suas descrições e instruções.
Unidade Funcional do Comportamento
Todas as mudanças comportamentais resultam de
um processo de seleção pelas consequências.
Portanto o organismo é dotado de uma
sensibilidade inata ao efeito destas
consequências.
Trabalha com observação, classificação e indução.
Evitando assim explicações mentalistas.
Unidade Funcional do Comportamento
Estuda o comportamento animal para explicar o
comportamento humano.
Substitui a noção de causa pela de função:
Dependência entre fenômenos;
Fenômenos sempre ocorrem em variadas relações de
interdependência, uns em relação aos outros;
descrição dessas interdependências.
Causa e Função do Comportamento
O comportamento é controlado quando ele está
funcionalmente relacionado a variáveis
ambientais.
Causa é sinônimo de função, que é sinônimo de
controle, que é sinônimo de descrição de relações
funcionais.
Modelo de causalidade para analista do
comportamento é um modelo de seleção pelas
consequências.
Causa e Função do Comportamento
Comportamentos evoluem porque tem uma
função de sobrevivência para indivíduo,
representam um mecanismo de lidar com
ambientes complexos.
Não se usa termo “patológico” para os
comportamentos, observa-se a função do mesmo. Se
comportamento está ocorrendo, de alguma maneira,
ele é funcional, tem um valor de sobrevivência.
Causa e Função do Comportamento
Fazer uma análise funcional é identificar o valor
de sobrevivência de determinado
comportamento.
Por exemplo: comportamento de auto-agressão:
Não é considerado como um processo psicótico;
É um conjunto de respostas que permitem o acesso a
determinadas consequências que são importantes para o
indivíduo (seja sensoriais, sociais, etc).
Causa e Função do Comportamento
Prática do analista do comportamento se difere de
outras práticas psicológicas: foque é na descrição
funcional do comportamento.
Outras práticas focam na descrição estrutural do
comportamento.
As análise funcionais e estruturais são
complementares. Mas o foco na análise funcional é
fundamental.
Causa e Função do Comportamento
A análise funcional do comportamento substitui uma
análise do comportamento em termos causais.
Conceito de causa veio mudando ao longo dos tempos:
Gregos e romanos: vontade dos deuses.
Séc. XVIII (Inglaterra): noção de causa não tinha mais um agente
ou força impulsionadora.
Newton: as forças eram agentes de mudanças, na magnitude,
direção, gravidade, etc.
Causa e Função do Comportamento
Hume: conceito de causa – relação constante. Há
sempre um agente na relação causal. (ex: João
atirou a pedra na vidraça).
Para o analista do comportamento não há um agente
iniciador, nem mesmo o ambiente é iniciador.
É estudo das relações funcionais que importa: o
organismo, não é um agente iniciador.
Causa e Função do Comportamento
Hume: conceito de causa – relação constante. Há
sempre um agente na relação causal. (ex: João
atirou a pedra na vidraça).
Para o analista do comportamento não há um agente
iniciador, nem mesmo o ambiente é iniciador.
É estudo das relações funcionais que importa: o
organismo, não é um agente iniciador, uma causa
única. Há muitas e diferentes variáveis atuando em
conjunto.
Causa e Função do Comportamento
No modelo da análise do comportamento uma causa é
substituída por uma mudança na variável (ou variáveis)
independentes, e um efeito é substituído por uma mudança
na variável (ou variáveis) dependente: o que constitui a
relação funcional.
As variáveis independentes (VI) são manipuladas pelo analista
do comportamento.
Esse tipo de variável provoca mudanças no comportamento.
Exemplos: brilho de uma luz, altura de um som, temperatura de
uma sala, número de pelotas de alimento, quantidade de água
dada a um rato.
Causa e Função do Comportamento
Variáveis dependentes (VD) são aspectos/dimensões do
fenômeno de interesse que é o comportamento. São as
variáveis que o analista do comportamento mede/observa
em busca dos efeitos das VIs.
O comportamento do individuo é observado e registrado pelos
experimentadores e depende da variável independente.
Exemplos: número de vezes que um rato pressiona a barra,
velocidade que as pessoas reagem ao aumento do som.
Identifique as variáveis
Uma montadora de automóveis quer saber qual
deve ser a intensidade do brilho do brake light,
a fim de minimizar o tempo exigido do motorista
do carro que vem atrás para perceber que o
carro à frente está parando. É feito um
experimento para obter a resposta.
Variável independente: intensidade do brilho do
brake light.
Variável dependente: tempo decorrido desde oaparecimento do brake light até o motorista docarro que vem atrás pisar no pedal de freio.
Causa e Função do Comportamento
Análise causal: forças internas e externas que causam uma
ação do organismo.
Análise funcional: a ação é propriedade do organismo vivo.
Por exemplo: “uma criança, quando necessita de atenção ou
ajuda, aprende a captar o olhar de adultos.
Análise funcional: “o contato visual com adultos pode se tornar um
evento reforçador para uma criança, e também um evento
discriminativo estabelecendo a ocasião na qual essa criança poderá
vir a ser reforçada por esses adultos.”
Analisando o exemplo da criança
A identificação e a descrição do efeito comportamental:
“captar olhar de adultos” e “necessitar de atenção” ou
“ajuda” vs definir “estabelecer contato visual com adultos”.
A busca de uma relação ordenada entre variáveis ambientais:
presença ou não de adultos, ocorrência de situações problema,
intervenções do adulto.
Variáveis comportamentais relacionadas a esse efeito – descrição
das condições em que ocorrem os comportamentos
mencionados.
Analisando o exemplo da criança
Formulação de predições confiáveis baseadas nas
descrições dessas relações – inferências ou
suposições que serão testadas, presença de adultos
como Sd´s; intervenções de adultos como estímulos
reforçadores.
A produção controlada desses efeitos predizíveis.
Cinco passos básicos para realizada de uma análise
funcional
1. Definir precisamente o comportamento de interesse.
2. Identificar e descrever o efeito comportamental.
3. Identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais
e o comportamento de interesse. Identificar relações entre
comportamento de interesse e outros comportamentos
existentes.
4. Formular predições sobre os efeitos de manipulações
dessas variáveis e desses outros comportamentos sobre o
comportamento de interesse.
5. Testar predições.
Uma análise funcional leva em conta os aspectos do
ambiente e a função que o comportamento tem naquele
ambiente.
Análise Funcional
O termo reforçamento descreve uma relação entre
uma classe de eventos (comportamentos) que
mudam em função de outra classe de eventos
(consequências).
O termo não se refere à uma teoria, e sim à uma
descrição de uma relação funcional.
Uma relação funcional não é diretamente observável, o
que observamos são as mudanças no fenômeno
comportamento e mudanças no fenômeno ambiente.
Análise Funcional
Esse tipo de análise nada mais é do que uma
explicação de um evento pela descrição de suas
relações com outros eventos.
No exemplo da criança explicamos a mudança que
ocorre em seu comportamento descrevendo como essas
mudanças ocorrem ou não, em quais condições do
ambiente, com a presença ou não de adultos,
intervenção ou não deles. – condições denominadas de
eventos antecedentes e eventos consequentes.
Análise Funcional
Uma análise funcional completa produz uma
definição funcional.
Uma das vantagens da análise funcional é permitir
intervenções futuras, possibilitando o planejamento de
condições para generalização e manutenção dos
comportamentos.
Outra vantagem é que essas análises podem ser
realizadas a longo prazo, isto é, entre eventos que
estão separados por um intervalo de tempo entre si.
Análise Funcional
Uma determinada variável ambiental pode não estar
presente no momento que ocorreu uma mudança
comportamental e mesmo assim estar relacionada
com esta mudança.
Uma análise funcional nada mais é do que uma análise
das contingências responsáveis por um comportamento
ou por mudanças nesse comportamento (sejam eles
comportamentos problemáticos – como quebrar
vidraças -, ou aceitáveis como estudar para vestibular.
Delineamentos experimentais
Linha de base simples: dados coletados sobre o
comportamento de interesse antes de qualquer
intervenção (linha de base) para uma comparação
com os resultados da intervenção (fase de introdução
de variável independente).
Delineamento de reversão: as situações de linha de
base e intervenção são revertidas (ou alternadas), por
esta razão este delineamento é denominado de
“delineamento A-B-A”.
Delineamentos experimentais
Delineamento de linha de base múltipla: uma linha
de base é estabelecida para cada um de diferentes
comportamentos, e uma intervenção é planejada
para cada um destes comportamentos.
Delineamento com mudanças de critério: após a linha
de base, uma intervenção é introduzida com um
determinado critério de desempenho; após
obtenção/estabilização desse desempenho, o critério é
alterado, e assim sucessivamente.
Delineamentos experimentais
Delineamento de tratamentos alternativos: após a
linha de base para um determinado comportamento,
diferentes intervenções se alternam, segundo uma
sequencia determinada, sempre intercaladas com
reversões à linha de base (A-B-A-C-A-B-A-D etc).
Resumindo...
Uma análise funcional, sendo uma análise das
contingências responsáveis por um
comportamento, basicamente busca responder à
seguinte questão: “qual a função deste
comportamento para aquela pessoa?”, ou, posto de
outro modo, “qual a relação funcional entre esse
comportamento e seus efeitos?”
O uso da análise funcional na terapia
Na terapia comportamental lida quase que
exclusivamente com especificações verbais do
comportamento de interesse.
Verbalizações em terapia especificam corretamente o
ambiente apenas até o ponto em que tatos corretos
foram instalados, e apenas até o ponto em que estes
tatos permaneçam precisos e corretos.
O uso da análise funcional na terapia
Identifique o comportamento de interesse - verifique
se você o enunciou em termos empíricos (a criança
grita e bate o pé, esperneia e grita, berra e se joga
no chão) e conceituais (a criança faz birra).
Especifique o produto de cada uma dessas ações e o
produto da classe de ações ( é reforçadora, é
aversiva, são consequências naturais ou sociais?,
quem são os agentes?...)
Identifique as condições antecedentes necessárias
e/ou presentes quando o comportamento ocorre.
O uso da análise funcional na terapia
Organize suas observações em três colunas:
condições antecedentes, comportamento e condições
consequentes.
Analise o que precisa ser feito para facilitar a
ocorrência do comportamento?
Como você alteraria as condições antecedentes?
Como você alteraria as condições consequentes?