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Aula 3 Sociedade do Conhecimento e Economia do Conhecimento Educação Corporativa e Gestão do Conhecimento Prof. Carlos Luiz Alves

Aula 3 sociedade do conhecimento

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Aula 3Sociedade do Conhecimento e

Economia do Conhecimento

Educação Corporativa e Gestão do ConhecimentoProf. Carlos Luiz Alves

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Aula 2

Disciplina: Educação Corporativa e Gestão do Conhecimento

Professor: Carlos Luiz Alves

Tema: Sociedade do Conhecimento e Economia do Conhecimento

Ementa: Hoje, tornou-se lugar comum ao tratar o mundo em que vivemos como uma Sociedade do Conhecimento. Mas afinal, o que é essa sociedade? O que representa? Quais são as suas implicações à sociedade em geral, mais significativamente às empresas? Nesta aula, procuraremos desvendar as ideias imbricadas por essa tal sociedade, que já se encontra operante, ampliando significativamente as diferenças entre países ricos e países pobres, entre pessoas que têm e pessoas que não têm o chamado acesso ao conhecimento.

Objetivos:

- Conceituar Sociedade do Conhecimento e Economia do Conhecimento.

- Refletir sobre as implicações dessa sociedade na vida das organizações e na vida das pessoas.

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INTRODUÇÃO

É consenso geral de que o homem é um ser social. Isso significa que o homem só se torna homem à medida que este está inserido na cultura e na vida social. Nesse caso, não é possível compreender as dimensões humanas sem considerar ou compreender a vida social. Somos homens e mulheres, porque vivemos em sociedade. A sociedade nos forma e ao mesmo tempo formamos e modificamos também essa mesma sociedade. É uma via de mão dupla.

As relações entre o homem e a sociedade foram sempre de contrastes e confrontos, de harmonias e ajustes, de conciliações e revoltas. Desde a primeira onda a qual chamamos agricultura, o homem deixou-se de ser nômade e colhedor (extrativista) ao passar a plantar, a colher e a produzir seu próprio alimento, sendo o excedente a motivação inicial que propiciou o florescimento do comércio e o surgimento das primeiras civilizações. Através da produção agrícola e do próprio comércio, o homem acabou desenvolvendo os primeiros cálculos matemáticos, uma língua para se comunicar e consequentemente sua capacidade analítica e de abstração.

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Isso vai até o século XVII, quando surgiu a segunda onda, a indústria, que aumentou a produtividade agrícola, a mineração e o desenvolvimento da infraestrutura urbana como o transporte (locomotivas) e fez com que a maior parte das populações vivesse nas grandes cidades.

Já com essa revolução, a qual chamamos industrial, os processos produtivos que eram basicamente artesanais passaram a ser em linha (cada qual fazia uma parte), tornando o homem alienado em relação ao produto de seu trabalho. Antes o homem (artesão) detinha todo o processo produtivo, desde a obtenção da matéria-prima até a distribuição e comercialização do produtivo final.

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Agora, ele recebia um salário por trabalhar em uma parte do produto, sua criação não era mais sua, mas da empresa. Dava e recebia ordens, recebia um treinamento ou instrução para o exercício de uma função na corporação, fazia uso da força física e vendia a maior parte de seu tempo ao capitalista.

Com essa nova configuração, o trabalho artesanal ficou quase escasso, tornou-se arte. Surgiu uma nova classe trabalhadora, a operária e consequentemente uma nova reconfiguração na sociedade que conduzirá toda a humanidade a uma aldeia global (globalização).

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Por fim, recentemente, no final do século XX passado, o processo de industrialização se desloca para todos os cantos do mundo, principalmente daqueles cuja mão-de-obra é barata e fornece um importante mercado para os produtos. Enquanto esses países recebem um desenvolvimento tardio, outros, os do primeiro mundo, passam a ter o conhecimento como mola propulsora do seu próprio desenvolvimento, essa é a terceira onda.

Isso traz uma nova divisão entre os países e pessoas, divisão essa que corresponde àqueles que produzem e detêm conhecimentos e desenvolvem novas tecnologias e em relação a outros que apenas fornecem mão de obra, matéria prima e consomem os produtos que são frutos desse próprio desenvolvimento. Nessa terceira onda, a qual chamamos Sociedade do Conhecimento, surge o trabalhador do conhecimento (qualificado), que é mais flexível, hábil, inovador, criativo e empreendedor, cujo capital intelectual é fator de reprodução e desenvolvimento do próprio sistema capitalista e, portanto, fator crítico de produção e sucesso das grandes e principais organizações.

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Sociedade do Conhecimento

Nessa sociedade, como vimos, o conhecimento passa a ser o diferencial de competitividade das organizações e de empregabilidade dos trabalhadores.

Ambos empresas e pessoas passam a ser eternos aprendizes, precisam aprender a aprender, pois o conhecimento não é estático, mas se reformula e se reproduz em novos conhecimentos, fato que muda pessoas e também as próprias organizações.

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Nesse novo modelo de produção de mercadorias e serviços, alguns impactos para as organizações e pessoas podem ser verificados:

- Trabalhadores mais qualificados e maior cobrança sobre eles;

- Estruturas organizacionais menos hierarquizadas e mais horizontalizadas;

- Foco na criatividade e na inovação de produtos e serviços;

-Foco nos processos produtivos e no desenvolvimento do capital intelectual;

- Produtos menos tangíveis e de maior valor agregado.

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Para pensar:

Quem é o homem mais rico do mundo? O que ele produz?

Qual é a empresa mais rica do mundo? O que ela produz?

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Nessa sociedade o conhecimento é valorizado em todas as dimensões

1 - Dimensão Humana: foco na educação, educar as pessoas tornou-se diferencial de competitividade dos países e das grandes organizações. Não é coincidência: os países mais ricos (primeiro mundo) têm como objetivo o desenvolvimento pessoal e intelectual de seu povo.

Veja o exemplo da Coréia: em 1980, seu PIB não aparecia entre os 50 países mais ricos, enquanto o Brasil era o 8º. Em 2007, a Coréia era a 12ª economia mais rica e dinâmica, enquanto o Brasil era a 13ª. Isso significa que o Brasil está perdendo competitividade (veja palestra do Prof. Marcos Cavalcanti).

Se perguntarmos, qual a riqueza desses dois países?

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Sabemos que o Brasil possui as maiores reservas de petróleo, minério de ferro, xisto betuminoso, urânio, água doce do planeta, sem contar a biodiversidade da floresta amazônica e tantas outras mais.

E a Coréia? Qual é a sua maior riqueza?

O seu povo!

Segundo Cavalcanti, a educação foi o fator crítico de sucesso da Coreia. Em 1980, o Brasil registrava 40 patentes nos Estados Unidos, enquanto a Coreia quase nada. Em 2008, o Brasil pulou para 80, enquanto a Coreia para mais de 3.000 patentes registradas somente nos Estados Unidos.

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2 – Dimensão Tecnológica: foco nas novas tecnologias da informação e do conhecimento. Produtos com valor agregado. Produção de softwares.

Quais são os produtos do Brasil?

Ferro, aço, soja, carne... agronegócio.

Quais são os produtos da Coreia?

Carros, computadores, smartphones, televisores de plasma e de LCD, etc. Produtos de valor agregado, com uso intensivo de conhecimento.

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3 – Dimensão Cultura: como os brasileiros veem a escola? A educação é prioridade? Como os coreanos enxergam a escola? Há uma nítida diferença de pontos de vista. Como os brasileiros veem o trabalho? E os coreanos?

É inegável que o Brasil possui uma cultura riquíssima, mas não está sendo explorada como capital intangível e consequentemente com valor agregado. E o jeitinho brasileiro? É saudável em nosso país? E nos demais?

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A Economia do Conhecimento

Na economia do conhecimento ocorre, conforme o óbvio, a troca de produtos e serviços com valor agregado, ou seja, com o conhecimento.

É uma economia que produz vantagens competitivas (capacidade de inovar e criar novos produtos e serviços) para as empresas que têm o conhecimento (capital intelectual), a inovação, a criatividade e o empreendedorismo como fatores críticos. São empresas que tomam decisões e dinamizam o crescimento econômico de um país ou nação através do uso intensivo do conhecimento.

A economia do conhecimento baseia-se na valoração do conteúdo, do compartilhamento e do uso intenso de produtos e serviços com valores agregados.

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Velha Economia X Nova Economia

Aspectos dominantes

Velha economia Nova economia

Características Gerais

Mercados Estáveis Dinâmicos

Âmbito de competitividade Nacional Global

Estrutura Organizacional Hierárquica e burocrática Em rede

Indústria

Organização da produção Produção de massa Produção flexívelPrincipais motores do crescimento

Capital e mão de obra Inovação e conhecimento

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Velha Economia X Nova Economia

Aspectos dominantes

Velha economia Nova economia

Fontes de vantagens competitivas

Redução de custo via economias

Inovação, qualidade, tempo de acesso à mercados.

Importância da pesquisa e inovação

Baixa à moderada Alta

Relações com outras empresas Muito pouco frequentes Alianças e parcerias

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Velha Economia X Nova Economia

Aspectos dominantes

Velha economia Nova economia

Capital Humano

Objetivos políticos Pleno emprego Salário-renda elevadosCompetências Específicas ao posto de trabalho Competências genéricas

Requisitos de educação Titulação ou técnica competente

Formação contínua

Relações de trabalho Chefe/ empregado ColaborativasEmprego Estável Mercado por risco e

oportunidades

Fonte: Matos e Guimarães (2005)

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Questões para reflexão:

1 – Segundo Squirra (apud Contini, p. 262) a economia do conhecimento é a mobilização das competências empresarias, acadêmicas e tecnológicas com o objetivo de melhorar o nível de vida das populações. Podemos afirmar que esse propósito vai ao encontro da gestão do conhecimento nas empresas? Justifique-se.

2 – Alguns autores, como Cavalcanti e Drucker, afirmam que a Sociedade do Conhecimento pode gerar países marginalizados, isto é, países que não tem acesso ao conhecimento e às novas tecnologias. Pensando neste contexto, em qual categoria poderíamos colocar o Brasil? Justifique-se.

3 – Squirra afirma que a Sociedade do Conhecimento pode gerar novas formas de exclusão, tanto para países como para pessoas, aumentando ainda mais as diferenças entre ricos e pobres. Quais seriam essas formas de exclusão? Como elas se configuram no mundo corporativo?

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REFERÊNCIAS

ANGELONI, M. T. (Org.) Organizações do Conhecimento: infraestrutura, pessoas e tecnologia, 2. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2008.

BRITO, L. M. P., Gestão do conhecimento – instrumento de apropriação pelo capital do saber do trabalhador, Cadernos de Educação, FaE/PPGE/UFPel, Pelotas: 135 - 148, janeiro/junho 2008.

NONAKA, I. e TAKEUCHI, H. Criação do Conhecimento na Empresa: como as empresas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus,1997.

SQUIRRA, S. Sociedade do conhecimento. In: MARQUES DE MELO & SATHER, orgs., Direitos à Comunicação na Sociedade da Informação. São Bernardo do Campo, Editora da UMESP, 2005.

ARTIGOS:

GUEDES, S. Sociedade do Conhecimento: a exclusão como herança histórica ?, Disponível em: http://www2.metodista.br/unesco/agora/PMC_Acervo_Entretanto_squirra.pdf, acesso em: 20/03/2016

CAVALCANTI, M; GOMES, E. Inteligência Empresarial: um novo modelo de gestão para a nova economia. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6412/4997

PALESTRA:

Prof. Dr. Marcos Cavalcanti

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aRRpWgxXRd0, acesso em: 20/03/2016